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NOVA FRIBURGO
2018
LARISSA CABRAL DE CAMPOS
ORIENTADORA:
PROFª. DRª. LÍVIA PINTO DE LIMA DE MATOS
CO-ORIENTADORA:
PROFª. DRª. BIANCA ALCÂNTARA DA SILVA
NOVA FRIBURGO
2018
Ficha catalográfica automática - SDC/BNF
CDD -
Banca examinadora
________________________________________
Profª. Drª. Aline Cardoso Caseca (Titular)
Universidade Federal Fluminense – Instituto de Saúde de Nova Friburgo
________________________________________
Profª. Drª. Fabiana Nunes Germano (Titular)
Universidade Federal Fluminense – Instituto de Saúde de Nova Friburgo
________________________________________
Profª. Drª Bianca Alcântara da Silva (Titular/Co-orientador)
Universidade Federal Fluminense – Instituto de Saúde de Nova Friburgo
________________________________________
Profª. Drª. Fátima Maria Eusébio de Brito (Suplente)
Universidade Federal Fluminense – Instituto de Saúde de Nova Friburgo
Nova Friburgo
2018
AGRADECIMENTOS
1,25(OH)2-D3 – 1,25-dihidroxicolecalciferol
25OH-D2 – 25-hidroxicolecalciferol D2
25OH-D3 – 25-hidroxicolecalciferol D3
5-LOX – 5-lipoxigenase
A – adenina
AID – enzima deaminase induzida por ativação
CCL – ligante de quimiocina C-C
CCR – receptor de quimiocina C-C
CHOP – proteína homóloga C/EBP
COX-2 – cicloxigenase 2
CXCL – ligante de quimiocina C-X-C
CXCR – receptor de quimiocina C-X-C
DBP – proteína de ligação da vitamina D
DC – célula dendrítica
DMT1 – diabetes mellitus do tipo I
DPOC – doença pulmonar obstrutiva crônica
EROs – espécies reativas de oxigênio
G – guanina
GH – hormônio do crescimento
hCAP 18 – proteína antimicrobiana catelicidina humana 18
HIV – vírus da imunodeficiência humana
IFN-gama – interferon gama
IgA – imunoglobulina da classe A
IgE – imunoglobulina da classe E
IgG – imunoglobulina da classe G
IL – interleucina
IL-10 KO – knock out para interleucina 10
LB – linfócitos B
LC-MS/MS – cromatografia líquida de alta performance acoplada à espectrometria
de massas em tandem
LES – lúpus eritematoso sistêmico
LL-37 – catelicidina humana
LPA – lesão pulmonar aguda
LPS – lipopolissacarídeo
LTCD4+ - linfócitos T CD4+
LTCD8+ – linfócitos T CD8+
MAPK p38 – proteína quinase ativada por mitógeno p38
MCP-1 – proteína quimiotática de monócitos 1
MHC – complexo principal de histocompatibilidade
MLCK – quinase curta de cadeia leve da miosina
NET – neutrophil extracelular traps
NFAT – fator nuclear de células T ativadas
NF-κβ p105 – fator nuclear kappa beta p105
NF-κβ p50 – fator nuclear kappa beta p50
NF-κβ p65 – fator nuclear kappa beta p65
NK – assassinas naturais
pDC – célula dendrítica plasmocitoide
PI3K – fosfoinositídeo 3-quinase
PTH – paratormônio
PUMA – modulador de apoptose regulado por p53
RhoA – Ras homolog gene Family, member A
RIE – radioimunoensaios
RN – recém-nascido
SAA – proteína amiloide A sérica
SNP – polimorfismo de nucleotídeo simples
STAT1 – transdutor de sinal e ativador de transcrição 1
TGFβ – fator de transformação do crescimento beta
Th1 – linfócito T auxiliar 1
Th17 – linfócito T auxiliar 17
Th2 – linfócito T auxiliar 2
Th9 – linfócito T auxiliar 9
TNF-alfa – fator de necrose tumoral alfa
Treg – linfócitos T reguladores
UV – ultravioleta
VDR – receptor de vitamina D
VDR KO – knock out para receptor de vitamina D
VDRE – elemento de resposta à vitamina D
VDRh – receptor de vitamina D humano
VEGF – fator de crescimento endotelial vascular
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................1
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................2
2.1 VITAMINA D............................................................................................................2
2.1.1 Biossíntese e metabolismo..................................................................................2
2.1.2 Ação da vitamina D sobre o metabolismo de cálcio e fósforo.............................5
2.1.3 Avaliação laboratorial da vitamina D e suplementação.......................................6
2.2 VITAMINA VS SISTEMA IMUNE............................................................................9
3 JUSTIFICATIVA........................................................................................................11
4 OBJETIVO...............................................................................................................13
5 METODOLOGIA......................................................................................................14
6 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................16
6.1 VITAMINA D E BARREIRAS EPITELIAIS............................................................16
6.1.1 Vitamina D e barreira epitelial pulmonar............................................................16
6.1.2 Vitamina D e barreira mucosa gastrointestinal..................................................18
6.2 VITAMINA D E FAGÓCITOS................................................................................22
6.2.1 Vitamina D e neutrófilos.....................................................................................23
6.2.2 Vitamina D, monócitos e macrófagos................................................................28
6.3 VITAMINA D E HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO I.............................................35
6.3.1 Vitamina D e imunoglobulinas da classe IgE.....................................................36
6.3.1.1 Vitamina D, IgE e genética...........................................................................38
6.3.2 Vitamina D e mastócitos....................................................................................39
6.3.3 Vitamina D e eosinófilos....................................................................................41
6.3.4 Vitamina D e basófilos.......................................................................................44
6.4 VITAMINA D E CÉLULAS ASSASSINAS NATURAIS..........................................45
6.5 VITAMINA D E CÉLULAS DENDRÍTICAS...........................................................48
6.6 VITAMINA D E LINFÓCITOS................................................................................57
6.6.1 Vitamina D e linfócitos T CD4+...........................................................................57
6.6.1.1 Vitamina D e linfócitos T reguladores ........................................................65
6.6.2 Vitamina D e linfócitos T CD8+...........................................................................68
6.6.3 Vitamina D e linfócitos B....................................................................................72
7 DISCUSSÃO............................................................................................................75
8 CONCLUSÃO..........................................................................................................80
REFERÊNCIAS...........................................................................................................81
1
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 VITAMINA D
Figura 1. Síntese da vitamina D na pele. A partir da exposição à luz solar, o 7-desidrocolesterol forma
a pré-vitamina D3 que, após isomerização, dá origem ao colecalciferol (vitamina D3). (Fonte: adaptado
de BENDER, David A., 2015).
Figura 2. Formação e hidroxilação da vitamina D3. A vitamina D3 oriunda da irradiação dos raios UV e
da dieta sofre a ação da enzima 25-hidroxilase presente no fígado e, posteriormente, da enzima 1-
alfa-hidroxilase, presente nos rins, transformando-se no 1,25-dihidroxicolecalciferol, que apresenta
atividade biológica. (Fonte: adaptado de BENDER, David A., 2015).
interferência por outros metabólitos da vitamina D (FERREIRA et al., 2017; LAI et al.,
2010). Contudo, a quantidade elevada de amostra necessária, o elevado custo dos
equipamentos, o longo tempo de execução e a necessidade de profissionais
altamente treinados fazem com que este ensaio não seja o mais utilizado nos
laboratórios de análises clínicas (FERREIRA et al., 2017; WAGNER, HANWELL e
VIETH, 2009). No seu lugar, podem ser realizados radioimunoensaios (RIE), ensaios
quimioluminescentes e eletroquimioluminescentes (FERREIRA et al., 2017;
WAGNER, HANWELL e VIETH, 2009).
3 JUSTIFICATIVA
4 OBJETIVO
5 METODOLOGIA
A coleta dos artigos foi feita entre os dias 15 de abril e 17 de junho de 2018.
Ao final da coleta, uma nova pesquisa foi realizada para buscar artigos de interesse
publicados após o início da coleta. Para a busca dos artigos, o descritor “vitamin D”
foi combinado com os seguintes descritores: “epithelial barrier”, “neutrophils”,
”monocyte macrophage”, ”IgE”, ”mast cell”, ”eosinophil”, ”basophil”, ”NK cell”,
“dendritic cell”, ”CD4 T lymphocyte”, ”Treg lymphocyte”, ”CD8 T lymphocyte” e ”B
lymphocyte”.
6 REVISÃO DA LITERATURA
A LPA também pode ser causada pela aspiração de água do mar, capaz de
desencadear processos inflamatórios e alterações na permeabilidade endotelial,
assunto abordado em um artigo publicado em 2017 (ZHANG, M. et al., 2017). Neste
trabalho, foi explorada a ação da 1,25(OH)2-D3 sobre o NF-κβ p65 (fator nuclear
kappa beta p65), envolvido no desenvolvimento das respostas inflamatórias, e sobre
o RhoA (do inglês Ras homolog gene family, member A), envolvido no controle da
permeabilidade celular através do remodelamento do citoesqueleto (ZHANG, M. et
al., 2017). Na presença da água do mar, ocorre a translocação de NF-κβ p65 para o
núcleo (ZHANG, M. et al., 2017). Contudo, na presença de calcitriol, esta molécula é
retida no citoplasma (ZHANG, M. et al., 2017). Já o RhoA, na presença de água do
mar, é translocado para a membrana citoplasmática, evento que também é impedido
pela presença da vitamina D (ZHANG, M. et al., 2017). Assim, o tratamento com
vitamina D impede o desenvolvimento de processos inflamatórios e impede o
aumento da permeabilidade intercelular (ZHANG, M. et al., 2017). Os resultados
observados nas células tratadas com calcitriol são similares aqueles observados nas
células tratadas com dexametasona, um corticosteroide com ação anti-inflamatória e
18
Possíveis mecanismos
Ação Artigos
moleculares envolvidos
Inibe a expressão de Via inibição de PI3K. ZHANG, R. et al., 2016.
VEGF (participa da ruptura
desta barreira).
Diminui a inflamação. Bloqueio da translocação ZHANG, M. et al., 2017.
de NF-κβ p65.
Bloqueio do remodela- Bloqueio da translocação ZHANG, M. et al., 2017.
mento do citoesqueleto. de RhoA.
Diminui a permeabilidade
epitelial;
Aumenta a resistência
elétrica transepitelial;
Aumenta a expressão de NE ZHANG, R. et al., 2016.
proteínas de adesão
celular (E-caderina, ZO-1);
Promove a distribuição
organizada das proteínas
de adesão.
NE: não explorado.
mecanismo pelo qual isso ocorre (CHEN et al., 2014). Observou-se que o TNF-alfa,
uma substância pró-inflamatória, é capaz de induzir a produção do micro RNA 346,
uma molécula que diminui a expressão do gene VDR (CHEN et al., 2014).
grupos (WU et al., 2018). Observou-se que os animais filhos de fêmeas alimentadas
com dieta pobre em vitamina D expressam menos claudina-1 do que aqueles filhos
de fêmeas com suficiência da vitamina, independente da dieta que recebem após o
nascimento (WU et al., 2018). Já a expressão de ocludina é menor em animais filhos
de mães com deficiência de vitamina D e em animais filhos de mães suficientes
alimentados com dieta pobre na vitamina após o nascimento (WU et al., 2018). Não
foram observadas alterações na expressão de ZO-1 (WU et al., 2018).
Possíveis mecanismos
Ação Artigos
moleculares envolvidos
Aumenta a expressão das Bloqueio da translocação DU et al., 2015.
proteínas de adesão ZO-1 de NF-κβ e produção de
e ocludina. MLCK.
Diminui a apoptose de Bloqueio da translocação LIU et al., 2013.
células intestinais. de NF-κβ e produção de
PUMA.
Aumenta a expressão de Inibição de histonas LIU et al., 2017.
claudina-1 e -5. deacetilases.
Aumenta a resistência LIU et al., 2017;
elétrica transepitelial; ZHAO et al., 2012.
NE
Diminui a permeabilidade
epitelial.
Altera o padrão de LIU et al., 2013;
expressão de proteínas de NE WU et al., 2018;
adesão. ZHAO et al., 2012.
NE: não explorado.
Possíveis mecanismos
Ação Artigos
moleculares envolvidos
Aumenta a migração de Aumento da expressão KLAFF et al., 2012.
neutrófilos. de CXCL1. REINS et al., 2016.
Diminui a produção das MITULESCU et al., 2016.
citocinas IL-8 e SAA. * NE
Continuação
Possíveis mecanismos
Ação Artigos
moleculares envolvidos
Aumenta a produção de SHYMANSKYY et al.,
espécies reativas de NE 2016.
oxigênio. *
Aumenta a produção de JENG et al., 2009.
catelicidina humana. MITULESCU et al., 2016.
NE
REINS et al., 2016.
Aumenta a taxa de Aumento da expressão YANG et al., 2015.
apoptose em pacientes de MAPK p38.
com DPOC.
NE: não explorado. *Ação questionada por outro trabalho.
Outra doença infecciosa cuja progressão pode ser modulada pela vitamina é
a tuberculose. Em 2013, um artigo relatou que o tratamento de macrófagos com
33
Possíveis mecanismos
Ação Artigos
moleculares envolvidos
Aumento da produção de GEMELLI et al., 2008.
NE
monócitos.
Aumento da expressão de WANG et al., 2010.
NE
receptores.
Redução da produção e RYYNÄNEN e
na resposta a quimiocinas. NE CARLBERG, 2013
WANG et al., 2014.
Aumento da produção de ADAMS et al., 2009.
catelicidina. NE LOWRY et al., 2014.
JIANG et al., 2015.
Redução da produção de Bloqueio da fosforilação ZHANG et al., 2012.
citocinas pró-inflamatórias. da proteína p38. JAIN e MICINSKI, 2013.
Aumento da expressão DAULETBAEV et al.,
de MKP-1. 2015.
Redução da formação de JAIN e MICINSKI, 2013.
NE
EROs.
NE: não explorado.
et al., 2010). O grupo responsável por este trabalho também foi capaz de
demonstrar a alteração no padrão de acetilação das histonas, confirmando que, na
presença de calcitriol, mais histonas estão desacetiladas, resultando na repressão
da transcrição de IgE (MILOVANOVIC et al., 2010).
Em 2011, um trabalho publicado por este mesmo grupo sugeriu uma outra
forma pela qual a interação vitamina D-VDR é capaz de reduzir a produção de IgE.
Este trabalho teve como foco a ação do fator nuclear kappa beta p50 (NF-κβ p50),
envolvido na ativação dos linfócitos B e produção de IgE (GELDMEYER-HILT et al.,
2011). Demonstrou-se que a interação entre calcitriol e VDR e a ativação deste
receptor diminui a transcrição do NK-κβ p50 e do seu precursor, o NF-κβ p105
(GELDMEYER-HILT et al., 2011). O VDR, uma vez ativado, impede a translocação e
ligação de NF-κβ p65 na região promotora do gene NF-κβ p105, o que resulta na
diminuição da sua transcrição e, consequentemente, na redução de NF-κβ p50
(GELDMEYER-HILT et al., 2011). A regulação da transcrição de εGLT e de NF-κβ
p50 explica os níveis baixos de IgE observados na presença de calcitriol. Contudo, a
alteração nos níveis de IgG (juntamente com IgE) observada em animais CYP27B1
knock out (LINDNER, 2017) sugere que a produção de IgE também é regulada por
mecanismos não IgE-específicos.
Um outro artigo que explora essa possível interação foi publicado em 2011
(LIU et al., 2011). Este artigo demonstrou uma tendência dos níveis de 25OH-D3
serem menores no cordão umbilical de crianças que desenvolvem IgE contra
antígenos alimentares na primeira infância (LIU et al., 2011). Quando analisado em
conjunto com variantes genéticas, foi observada uma associação entre a deficiência
de vitamina D e o desenvolvimento de imunoglobulinas (LIU et al., 2011). Os
indivíduos portadores do alelo C (CT ou CC) no SNP rs2243250 do gene IL4, que
apresentaram níveis reduzidos de vitamina D ao nascer, tem maior risco de serem
39
sensibilizados por antígenos alimentares (LIU et al., 2011). O gene IL4 codifica a
citocina de mesmo nome, envolvida na produção de IgE pelos linfócitos B.
A relação entre este SNP e níveis elevados de IgE também foi demonstrada
em um trabalho de 2012. Este artigo demonstrou dois SNPs envolvidos na
associação entre a deficiência de vitamina D e os níveis séricos de IgE
(VIMALESWARAN, CAVADINO e HYPPÖNEN, 2012). A associação entre os níveis
baixos de vitamina D e os níveis altos de IgE foi observada em indivíduos portadores
do alelo C do SNP rs2243250 (gene da IL-4) e em indivíduos portadores do alelo T
do SNP rs512555 (gene MS4A2) (VIMALESWARAN, CAVADINO e HYPPÖNEN,
2012). Como mencionado anteriormente, o gene IL-4 codifica uma citocina envolvida
na produção de IgE, e o gene MS4A2 codifica uma proteína do receptor de IgE
(VIMALESWARAN, CAVADINO e HYPPÖNEN, 2012). Este trabalho observou
também a associação entre os altos níveis de IgE (total e específico) e o SNP
rs2248359 no gene CYP24A1, envolvido no metabolismo da vitamina D
(VIMALESWARAN, CAVADINO e HYPPÖNEN, 2012). Juntos, os trabalhos aqui
revisados sugerem que aspectos genéticos podem predispor indivíduos ao
desenvolvimento de desordens alérgicas, uma vez que eles também apresentem
deficiência de vitamina D.
meio de cultura diminuiu os níveis das referidas substâncias (LIU et al., 2017). Tais
resultados também foram observados in vivo. Camundongos sensibilizados e não-
sensibilizados alimentados com diferentes níveis de vitamina D apresentaram
variações nos níveis séricos de histamina e TNF-alfa (LIU et al., 2017).
A migração dos eosinófilos também pode ser regulada pela ação da vitamina
D sobre a expressão de receptores das quimiocinas por estas células (HIRAGUCHI
et al., 2012). Um estudo japonês descreveu a capacidade da vitamina D ativa de
regular a expressão do receptor de quimiocina C-X-C tipo 4 (CXCR4) (HIRAGUCHI
et al., 2012). Embora este receptor seja comumente encontrado na superfície dos
eosinófilos, a incubação com calcitriol aumenta a expressão do receptor
(HIRAGUCHI et al., 2012). A quimiocina reconhecida por esse receptor é a CXCL12,
encontrada em locais sem inflamação (HIRAGUCHI et al., 2012). Assim, o aumento
da expressão de CXCR4 em eosinófilos sugere que eles podem migrar da circulação
para locais não inflamados, na presença de vitamina D e, assim, não migram para
locais em processo alérgico (HIRAGUCHI et al., 2012).
trabalho publicado em 2017 (LU et al., 2017). Eosinófilos foram cultivados in vitro na
presença e na ausência de 1,25(OH)2-D3 (LU et al., 2017). As células cultivadas no
meio sem calcitriol apresentaram níveis maiores de RNA mensageiro de mediadores
quando comparados com as células cultivadas na presença da vitamina (LU et al.,
2017). Os níveis destes mediadores (proteína básica principal, proteína catiônica
eosinofílica, peroxidase eosinofílica e neurotoxina derivada de eosinófilo) também
estavam aumentados no sobrenadante da cultura, indicando que, na ausência de
vitamina D, ocorre maior liberação dos mediadores (LU et al., 2017). A expressão de
VDR nos eosinófilos é menor na ausência de calcitriol e está negativamente
correlacionada com os níveis dos mediadores: quanto menos VDR é expresso, mais
mediadores são expressos (LU et al., 2017). Essa descoberta sugere que, assim
como nos mastócitos, a ação da vitamina D sobre os eosinófilos depende de sua
interação com o seu receptor, hipótese também testada por esse trabalho.
ou danificas, e enviam sinais para que a célula NK seja ativada (ABBAS, LICHTMAN
e PILLAI, 2012e). Já os receptores de inibição reconhecem moléculas normalmente
expressas por células saudáveis e mantêm as células NK inativas (ABBAS,
LICHTMAN e PILLAI, 2012e). A ativação destas células também pode ocorrer
através do não-reconhecimento de moléculas pelos receptores inibitórios, o que é
entendido pela célula NK como um sinal de anormalidade (ABBAS, LICHTMAN e
PILLAI, 2012e). Quando ativadas, estas células liberam o conteúdo de seus
grânulos: perforinas, enzimas que formam poros na membrana da célula alvo para a
entrada das granzimas, enzimas que iniciam a sinalização para o processo de
apoptose (ABBAS, LICHTMAN e PILLAI, 2012e). A regulação destas células pela
forma ativa da vitamina D foi o alvo de estudos publicados entre 2011 e 2015.
Além de agir sobre a função das células NK, a vitamina D também parece
ser capaz de modular a sua produção a partir das células tronco hematopoiéticas,
como foi demostrado por Weeres et al., em 2014. Eles observaram que a adição, em
quantidade fisiológica, de 1,25(OH)2-D3 à cultura de proliferação de células NK reduz
o número de células produzidas (WEERES et al., 2014). Além disso, estas células
são menos citotóxicas e produzem menos interferon gama do que aquelas
proliferadas na ausência de vitamina D (WEERES et al., 2014). Observou-se
também que a vitamina D causa um atraso no desenvolvimento das células NK:
após 28 dias do início da diferenciação, as células cultivadas na presença da
vitamina D estavam no estágio III, enquanto aquelas cultivadas sem esta vitamina se
encontravam em estágio IV (WEERES et al., 2014). Essa ação da vitamina D ativa
sobre o desenvolvimento das células NK é melhor observada quando ocorre a
adição da vitamina nos estágios iniciais da diferenciação, indicando que a sua ação
é maior sobre as células mais indiferenciadas (WEERES et al., 2014). Foi observado
que o calcitriol altera o padrão de expressão genética, favorecendo a produção da
linhagem monocítica (cuja quantidade está aumentada na presença de vitamina D)
às custas da produção de células NK (WEERES et al., 2014). Neste trabalho,
diferentemente do que foi descrito pelos anteriores, não foram observadas
alterações na expressão de receptores de ativação ou de inibição na superfície
celular (WEERES et al., 2014). Em conjunto, estes trabalhos demonstram que o
48
Possíveis mecanismos
Ação Artigos
moleculares envolvidos
Redução da produção de Inibição da proteína MAPK EL-SHAZLY e
IL-8. p38. LEFEBVRE, 2011.
Aumento da expressão de AL-JADERI e
NE
receptores de ativação. MAGHAZACHI, 2013.
Redução da produção de OTA et al., 2015.
IFN-gama e TNF-alfa. NE WEERES et al., 2014.
Redução da produção de WEERES et al., 2014.
células NK. NE
NE: não explorado.
linfócitos T (KARTHAUS et al., 2014). Esse resultado foi observado tanto em pDC
murinas e humanas (KARTHAUS et al., 2014).
Possíveis mecanismos
Ação Artigos
moleculares envolvidos
Manutenção do Redução da expressão de PEDERSEN et al., 2008.
fenótipo imaturo e moléculas coestimuladoras. SZÉLES et al., 2009.
tolerogênico AL-JADERI e
Interação da vitamina D com o MAGHAZACHI, 2013.
promotor do gene OX40L. MANN et al., 2017
VOLCHENKOV et al.,
Redução de STAT1. 2013
NGUYEN et al., 2013.
Aumento de PI3K. ROSENBLATT et al.,
2010.
Redução da fosforilação de FERREIRA et al., 2015.
NF-κβ e MAPK p38. KUNDU et al., 2017.
Redução de citocinas HE, Xiyue et al., 2014.
pró-inflamatórias e VOLCHENKOV et al.,
aumento de citocinas NE 2013.
imunossupressoras * YANG et al., 2012.
CHU et al., 2012.
Continua
57
Continuação
Possíveis mecanismos
Ação Artigos
moleculares envolvidos
Redução da prolife- MANN et al., 2017.
ração de linfócitos T. VOLCHENKOV et al.,
2013
EFTEKHARIAN,
NE ZARNANI e
MOAZZENI, 2010
NARANJO-GOMEZ et
al., 2011
YANG et al., 2012.
Redução da interna- CORRIPIO-MIYAR et
lização e processa- NE al., 2017.
mento de antígenos. *
Aumenta a produção de LOWRY et al., 2014.
catelicidina humana. NE RODE et al., 2017.
NE: não explorado. * Ação questionada por outros artigos.
TCD4+ para o cérebro em modelos animais de malária cerebral (HE, Xiyue. et al.,
2014). O calcitriol é capaz de reduzir a expressão das quimiocinas CXCL9 e
CXCL10 no cérebro dos animais e, com isso, reduz a atração dos linfócitos para
esse tecido (HE, Xiyue et al., 2014). Contrastando com estes trabalhos, dois artigos
publicados no ano de 2011 descrevem resultados opostos. Enquanto um destes
trabalhos não observou nenhuma alteração na quantidade de linfócitos Th1 após o
tratamento com vitamina D (PALMER et al., 2011), o outro observou que a vitamina
D altera a quantidade de interferon gama produzido e do fator de transcrição
envolvido na sua produção (SLOKA et al., 2011). Contudo, esta alteração varia entre
diferentes doses de vitamina D e entre os indivíduos, podendo haver um aumento ou
uma redução na quantidade da citocina e do fator de transcrição (SLOKA et al.,
2011).
animais não foi observada nenhuma das respostas induzidas pela vitamina D, não
havendo alteração na quantidade GATA-3 expresso (SLOKA et al, 2011).
2017; REIHANI et al., 2015; RYZ et al., 2012). Um trabalho de 2009, além de
demonstrar a redução na produção de IL-17 in vitro e in vivo, também mostrou a
redução na expressão de RORγt, um fator de transcrição envolvido no
comprometimento com a linhagem Th17, após o tratamento de animais com vitamina
D (TANG et al., 2009). Estas ações do calcitriol sobre os linfócitos Th17 também
foram demonstradas como dependente de sua interação com o seu receptor VDR
(BRUCE et al., 2011; CHANG et al., 2010).
Alguns dos possíveis mecanismos pelos quais o calcitriol age sobre estas
células foram descritos em três artigos, publicados nos anos de 2010, 2011 e 2015.
O trabalho publicado em 2010, assim como outros trabalhos já revisados,
demonstrou que a vitamina D é capaz de reduzir a produção de IL-17 e IL-22 e que
esta alteração é dependente da presença do VDR (CHANG, CHUNG e DONG,
2010). Contudo, esta alteração na produção das citocinas foi observada apenas no
nível de proteínas, não havendo alteração na quantidade de mRNA, sugerindo uma
regulação no processo de tradução (CHANG, CHUNG e DONG, 2010). Sabendo
que as alterações são dependentes do VDR, que o VDR é capaz de regular a
transcrição da proteína homóloga C/EBP (CHOP, do inglês C/EBP homologous
protein), que regula a tradução de mRNA, o grupo responsável pelo trabalho avaliou
a quantidade de CHOP nos linfócitos Th17 após o tratamento com calcitriol
(CHANG, CHUNG e DONG, 2010). Observou-se que, na presença da vitamina,
ocorre aumento na produção de CHOP (CHANG, CHUNG e DONG, 2010). Assim, o
62
calcitriol, através da sua interação com o seu receptor, induz a produção de CHOP,
que promove a degradação do mRNA das citocinas em questão.
vitamina D do que em pacientes com suficiência (COELHO et al., 2015). Além disso,
a exposição à terapia antirretroviral está associada a níveis séricos baixos de
vitamina D (COELHO et al., 2015). Após 24 semanas de suplementação com
vitamina D, a contagem de linfócitos T CD4+ dos pacientes HIV+ aumentou em
comparação com os valores iniciais (COELHO et al., 2015). Além disso, também foi
demonstrada uma correlação positiva entre a contagem destes linfócitos e o nível
sérico da vitamina (COELHO et al., 2015).
barreira, enquanto que nos animais não tratados ela está comprometida, e há a
redução da expressão de CXCR3 (GRISHKAN et al., 2013).
D) são maiores, assim como a expressão de FoxP3 pelos Treg (KHOO et al., 2012).
Observou-se também o aumento da expressão de receptores envolvidos com a
migração destas células para a pele, trato gastrointestinal e tecidos linfoides (CCR4,
CCR6, CCR7, CCR9 e CLA) (KHOO et al., 2012).
1
VON ESSEN, Marina Rode et al. Vitamin D controls T cell antigen receptor signaling and activation
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68
Possíveis mecanismos
Ação Artigos
moleculares envolvidos
Reduz a produção de Reduz a produção de IL-2. CHANG et al., 2010.
linfócitos Treg. *
Aumenta a produção de Aumento da expressão e do URRY et al., 2012.
linfócitos Treg. * consumo de IL-2. CHAMBERS et al.,
2014.
Aumenta a produção de URRY et al., 2012.
IL-10 e de receptores NE
inibitórios.
Aumenta a migração de Aumento na expressão de KHOO et al., 2012.
linfócitos Treg. receptores HANDONO, MARISA e
KALIM, 2016.
Aumenta a diferencia- Aumento de fosfolipase C, ZHOU et al., 2017.
ção de linfócitos Treg. TGF-beta e FoxP3.
NE: não explorado. * Ações questionadas por outros trabalhos.
Além de atuar sobre a presença dos linfócitos T CD8 + nos tecidos e sobre a
sua proliferação, o calcitriol também é capaz de regular a produção de citocinas por
estas células, como demonstrado em um artigo de 2016 (SCHEDEL et al., 2016). Na
presença de IL-4, os linfócitos T CD8+ param de produzir interferon gama e passam
a produzir IL-13, o que contribui para quadros alérgicos (SCHEDEL et al., 2016). O
tratamento destas células com vitamina D, na presença de IL-4, é capaz de impedir
a alteração na produção de citocinas, mantendo a produção de interferon gama
(SCHEDEL et al., 2016). Esta mudança na produção de citocinas é regulada pela
enzima CYP11A1 que, na presença da vitamina D, tem a sua expressão reduzida
(SCHEDEL et al., 2016). O receptor da vitamina D se liga ao promotor do gene
CYP11A1 e age reprimindo a sua transcrição (SCHEDEL et al., 2016). Resultados
similares foram observados in vivo: LTCD8+ cultivados na presença de vitamina D,
quando transferidos para modelos animais sensibilizados, não geram alergias
respiratórias (devido ao bloqueio da produção de IL-13) e demonstram um aumento
do recrutamento de VDR para o promotor do CYP11A1 (SCHEDEL et al., 2016). A
vitamina D também é capaz de alterar a produção de citocinas através do controle
da expressão de proteínas envolvidas na transdução de sinais intracelulares e na
transcrição de genes, como STAT1 e STAT3, em linfócitos ativados (OLSON et al.,
2017). A diminuição destas proteínas causa a redução na produção de interferon
71
gama pelos linfócitos (OLSON et al., 2017). Este resultado demonstra que o calcitriol
pode ter efeitos imunossupressores sobre os linfócitos T CD8 + e ser benéfico para
patologias em que estas proteínas estejam intimamente envolvidas (OLSON et al.,
2017). As ações da vitamina D sobre os linfócitos T CD8+ estão resumidas no quadro
10.
7 DISCUSSÃO
sido deixados de fora desta revisão. Assim, a partir deste trabalho, não se pode
concluir a ação de tais análogos sobre o sistema imunológico
80
8 CONCLUSÃO
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