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© 2018 by Beatriz Acampora e João Oliveira

Gerente Editorial: Alan Kardec Pereira


Capa e Projeto Gráfico: 2ébom Design
Capa: Eduardo Cardoso
Diagramação: Flávio Lecorny

O livro foi revisado por duplo parecer, mas a editora tem a política de
reservar a privacidade.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

A153m

Manual de hipnose neurossensorial: uso, aplicações, técnicas e protocolos/


Beatriz Acampora, João Oliveira. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2018.
212p.: 24cm

Inclui Bibliografia
ISBN 978-85-7854-422-5

1. Hipnose - Uso terapêutico. 2. Psicoterapia. 3. Programação


neurolinguística. I. Oliveira, João. II. Título.

18-48810 CDD 616.89162 CDU


615.851.2

2018

Direitos desta edição reservados à Wak Editora


Proibida a reprodução total e parcial.

WAK EDITORA
Av. N. Sra. de Copacabana, 945 – sala 107 – Copacabana
Rio de Janeiro – CEP 22060-001 – RJ
Tels.: (21) 3208-6095 e 3208-6113 Fax (21) 3208-3918
wakeditora@uol.com.br
www.wakeditora.com.br
Este livro é dedicado a todos que buscam conhecimento e aprimoramento na
arte da Hipnose, aos mestres da área que deixaram um legado a ser seguido, aos
nossos alunos, clientes, familiares e àqueles que cotidianamente transformam a si
mesmos e se reinventam a partir da prática da Hipnose Clínica.

João Oliveira e Beatriz Acampora


A hipnose entrou em minha vida muito cedo, eu tinha algo em torno dos 18
anos. Busquei este conhecimento primeiro como forma de autoafirmação, fazer
algo diferente de todos na minha idade. Desde então, tem sido uma constante,
ter uma vida profissional em outra atividade e a hipnose como um ideal de vida.
Somente depois de 1998, é que o ritmo começou a se tornar mais intenso, e a
busca pelo conhecimento teve um forte incentivo vindo de minha esposa, a
Profa. Dra. Beatriz Acampora. Sem ela, jamais teria ido tão fundo. Hoje, depois
de muito experienciar bons resultados em consultório, apresento o que julgo ser
útil como ferramenta para todos os profissionais de saúde. Bem-vindos ao
mundo da Hipnose Neurossensorial!

Prof. Dr. João Oliveira

A hipnose clínica é um contato profundo da pessoa consigo mesma, que


permite ressignificar conteúdos, vivências, emoções, traumas. Sempre me
encantei com a possibilidade de facilitar processos de transformação pessoal,
contribuindo para a mudança que as pessoas desejam em suas vidas. No set
terapêutico, a hipnose tem sido para mim, há muitos anos, uma das ferramentas
mais poderosas que, associadas à abordagem clínica, permite ao cliente se recriar
e ser mais feliz.

Profa. Dra. Beatriz Acampora


DEPOIMENTOS1

“Dr. João Oliveira é um dos maiores expoentes da Hipnose no Brasil. Profundo


pesquisador da Hipnose Neurossensorial na qual eu mesmo já pude ver e provar
dos resultados. Agora nos presenteia com este belo compêndio para nos guiar
nos estudos Neurossensoriais.”
Fernando Fenix – coach de relacionamentos

“A terapia teve como objetivo melhorar minha autoestima totalmente destruída


e minha possível fobia social, e gostaria de lhe contar o resultado. [...] Quando
minha mente começou a atingir um certo nível de paz, comecei a notar sutis
diferenças em mim.
Começou com uma pequena perda do medo de “socializar” e parecer ridícula e
resultou, pelo menos até o dia de hoje (acredito que mais coisas virão), no
seguinte: perdi totalmente meu medo de falar com as pessoas. Consigo manter
uma conversa normal e extrovertida com um estranho sobre coisas totalmente
banais ou não banais. [...] Meu jeito de andar é confiante (não digo por mim,
mas por pessoas que notaram e me disseram). Consigo atuar ou falar em
público. Minha autoestima melhorou em 100%. Ousei em mudanças e criei um
estilo genuinamente meu. [...] Sem academia, adquiri as medidas exatas de um
corpo ampulheta. Minha inteligência e sabedoria se expandiram. Tenho
consciência de que estas são provavelmente características de uma pessoa
normal, mas, para mim, significa muito tê-las adquirido. [...] Então, deixo aqui o
meu muito obrigada [...], acredito mesmo que as mudanças não param por aqui.”
Brenda – ex-cliente/paciente

“A minha experiência com a HNS no ISEC foi ímpar, uma vez que a referida
técnica não apenas ajuda-nos a aprofundar, manter a qualidade do transe, bem
como monitorar e mensurar por meio de equipamentos apropriados a qualidade
do transe do paciente. Destaco que só o impacto visual do PSICOTRON já
sugestiona o paciente na sua primeira consulta. Em particular, acredito que, nas
consultas subsequentes, o simples contato visual com o PSICOTRON pode ser
considerado como uma poderosa âncora. A leitura do PSICOTRON baseia-se na
variação da resistência elétrica da pele dos pacientes durante a consulta, ou seja,
a capacidade que tem a pele para transportar eletricidade é a chave. Com isso, as
pequenas variações da atividade eletrodérmica que ocorrem quando há uma
mudança de estado emocional do paciente podem ser monitoradas e
mensuradas, variações essas que, quando interpretadas por profissional
qualificado, ajuda-nos a decidir manter ou mudar o planejamento da terapia,
sabendo o momento EXATO em que a sugestão deve ser administrada.
Os estímulos audiovisuais que complementam a técnica HNS, desenvolvida
integralmente no ISEC, foram minuciosamente acrescentados para proporcionar
uma experiência ímpar na relação entre terapeuta e cliente/paciente para o
resultado desejado. A rapidez dos resultados que a HNS proporciona reflete
diretamente em um número menor de consultas para atingir o objetivo da
terapia e na satisfação do paciente.”
Dr. Ângelo Tasso – cirurgião-dentista

Faço o Tratamento com Hipnose Neurossensorial e tenho visto muitos


resultados positivos e com rapidez. É uma ferramenta que tem me ajudado a
destrancar algumas portas, entrar em contato com sentimentos e emoções que
eu precisava cuidar para superar traumas antigos. Sinto-me fortalecida e com
recursos para lidar com as situações da vida, ressignificando posições e
crescendo com elas. Recomendo o tratamento, é libertador.
Quel Póvoas – jornalista e escritora

“A Hipnose Neurossensorial foi muito importante no meu processo de


recuperação após uma cirurgia de face. Ajudou-me a regenerar e, também, a
manter um ânimo de espírito importante. Os médicos ficaram espantados com o
meu tempo de recuperação, que foi bem menos indolor do que esperado.”
E. I. – cliente/paciente

“Conheci o ISEC – Instituto de Psicologia Ser e Crescer por meio de um curso


on-line que fiz. Gostei muito e comecei a procurar o que mais o ISEC poderia me
beneficiar. Já tinha feito Psicoterapia antes, mas nada parecido com o
tratamento com Hipnose Neurossensorial. A Dra. Beatriz Acampora foi muito
importante no meu processo de crescimento pessoal e profissional, trabalhando
medos, inseguranças e, principalmente, um problema que eu tinha de dor de
estômago. Sempre que eu ficava nervoso ou agitado, meu estômago doía muito.
E foi a HNS que me ajudou a ressignificar determinadas crenças de que eu tinha
de entregar tudo antes dos prazos estabelecidos e que eu nunca podia falhar. Eu
realmente acreditava que eu precisava fazer tudo certo sempre: errar não era
uma possibilidade. Com isso, exigia demais de mim mesmo, e eu era o meu
próprio carrasco. Por meio das técnicas de HNS e de auto-hipnose, pude olhar
para mim mesmo de um novo jeito, mudar meus pensamentos e ser mais leve
em tudo o que faço. Sou muito grato por isso.”
P. R. S. – ex-cliente/paciente
“A partir do avanço de novas tecnologias e da facilidade ao acesso à informação
nos dias de hoje, é possível observar que a hipnose ganha uma força e inicia uma
fase de desenvolvimento que, até então, nunca havia ocorrido. No atual cenário
brasileiro, esse avanço se torna ainda maior, uma vez que a visibilidade e o
alcance dessa ferramenta têm atingido uma parcela muito significativa da
população. Um fenômeno que não acontece em nenhum outro lugar no mundo.
Uma das personalidades que vêm fortalecendo a hipnose em nível nacional e
internacional é sem dúvidas o Dr. João Oliveira. O seu trabalho, com certeza,
tem sido uma grande inspiração na realização dos meus projetos, como é o caso
da Sociedade Brasileira de Hipnose, que hoje é uma das mais importantes
instituições no mundo e que visa desenvolver e difundir a hipnose e suas
potencialidades de forma efetiva e com qualidade. Obter incentivo não era algo
comum na minha trajetória, já que, por muito tempo, a hipnose pouco
transmitida. Atualmente, posso dizer que isso tem mudado e, inclusive, o Dr.
João, convictamente, tem sido um dos maiores incentivadores ao longo dessa
caminhada. Gostaria mais uma vez, por meio desse pequeno relato, agradecer ao
Dr. João Oliveira por todas as contribuições por ele me concebidas, tanto no
meu aspecto pessoal quanto na minha concepção profissional da potencialidade
da hipnose como ferramenta de promoção de saúde.”
Erick Heslan - CEO da SBH – Sociedade Brasileira de Hipnose

“Eu realmente tive minha vida transformada com a Hipnose Neurossensorial.


No início, não acreditei que seria possível, mas, com apenas um mês, eu já tinha
resultados fantásticos. E no final do tratamento, eu consegui ampliar minha
capacidade de memória, de comunicação, de determinação para estudar e, no
mesmo ano, consegui passar em um concurso público.”
B. S. – ex-cliente/paciente

“Nem sempre é fácil procurar ajuda, reconhecer que não conseguimos lidar com
algo que nos incomoda sozinhos. Muitas vezes, tentamos de tudo antes de
pensar em procurar terapia. Já tinha até tentado outros perfis de terapia. Eu
sempre fui muito independente e tive de me virar sozinho para praticamente
tudo, mas tinha alguns medos que me paralisavam, principalmente se tivesse de
me posicionar diante de uma figura de autoridade, conduzir alguma reunião no
trabalho ou, até mesmo, investir em um relacionamento amoroso sério. No
tratamento terapêutico de Hipnose Neurossensorial com a Dra. Beatriz
Acampora, consegui ir mudando até conseguir me sentir seguro em diferentes
aspectos da minha vida. Percebi que eu tinha crenças limitantes, bloqueios
emocionais, que me impediam de conseguir o que eu realmente queria. Hoje
consigo expor o que penso com todos, de forma assertiva. Casei-me, e minha
esposa está grávida. Foi uma verdadeira transformação na minha vida. Só tenho
a agradecer.”
R. S. O – ex-cliente/paciente

“Em um momento da minha vida, eu senti necessidade de procurar um


psicólogo e fiquei muito interessado na hipnoterapia, pois já tinha lido muito
sobre os benefícios da hipnose no tratamento psicológico. Foi meu primeiro
contato com a hipnose, por meio do Dr. João Oliveira, mais especificamente
com a Hipnose Neurossensorial, e admito que foi um divisor de águas que
estabeleceu novos paradigmas para mim. A nossa mente, desde que nascemos,
está nos moldando com crenças positivas ou negativas/limitantes,
impulsionando-nos ou nos paralisando/sabotando. O que a hipnose faz é
utilizar sua própria mente para se moldar, se reinventar. Sentir que você pode
usar a sua mente em seu benefício é algo incrível, você está no controle para
criar e, com isso, o céu é o limite. Voltei a ter motivação, a emagrecer, a ter
planos para agora e para o futuro. Minha ansiedade diminuiu. Ressignifiquei
fatos e conceitos. Minha vida melhorou muito. Estou evoluindo, é só o
começo.”
Rodrigo Magalhães de Melo Costa

“Fui eu nas minhas pesquisas diárias buscar mais ferramentas para ajudar as
pessoas no seu dia a dia e foi quando esbarrei com a Hipnose Neurossensorial
uma nova abordagem, onde, por meio de equipamentos, podemos induzir,
aprofundar e monitorar os estados alterados de consciência (transe) e, com isso,
poder gerar melhores resultados na aplicação da técnica para aquele momento.
O Dr. João Oliveira ao fazer os testes comigo em seu curso de Hipnose
Neurossensorial, pude perceber como a tecnologia pode modificar nossas
estruturas cerebrais e, com isso, modificar pensamentos, comportamentos e
sentimentos. Tive ali a prova de que meus pensamentos mudam meus
sentimentos e a frequência do meu corpo. Somos todos uma antena que envia e
recebe, e descobrir como modificar esta frequência nos ajuda a reprogramar este
grande computador chamado cérebro. Foi um grande aprendizado este curso!
Agradeço ao Prof. Dr. João Oliveira.”
Marcio R Bringhenti – hipneterapeuta e coach

“Ouvi falar a primeira vez em HNS por meio de um amigo quando fazia um
curso de PNL. Fiquei bastante interessado pelo assunto e resolvi experimentar.
Grata decisão. Por meio da terapia com HNS, consegui resultados e realizações
fantásticas. Recomendo fortemente a todos que tenham bloqueios, traumas e
problemas que não conseguiram resolver em terapias tradicionais.”
Haroldo Mac Dowell – empresário

“Conheci a Hipnose Neurossensorial com o Dr. João Oliveira, no ISEC –


Instituto de Psicologia Ser e Crescer, em janeiro de 2017, no momento mais
crítico que enfrentei em minha vida. Sou muito grato ao Dr. João pela sua
dedicação durante uma semana, em um processo intensivo e com resultados
incríveis. Espero ter a oportunidade de outras vivências no ISEC, ainda mais
profundas, reveladoras e edificantes. Recomendo muito o ISEC para quem
busca um trabalho sério, com muito profissionalismo, e resultados
extraordinários.”
Fernando Grimmer – analista de Sistemas e empresário

Sempre tive curiosidade em relação à hipnose, mas foi somente quando vi uma
palestra da Dra. Beatriz Acampora sobre Hipnose Clínica que percebi que talvez
fosse o melhor tratamento para mim. Então decidi começar. Sempre tive sérios
problemas de relacionamento com meus pais e, também, no ambiente de
trabalho, tendo reações exageradas, sendo até apelidada de “a revoltada”. Na
verdade, eu queria mesmo é me colocar, que as pessoas me respei-tassem, de
qualquer maneira, mesmo que fosse uma imposição. Mas, a psicoterapia com
Hipnose Neurossensorial me fez perceber que eu queira mesmo era aceitação,
sentir-me respeitada e amada. Minha mudança começou quando alguns aspectos
foram trabalhados, como medo de rejeição, autoestima, segurança, poder
pessoal, assertividade. Cada sessão era um recomeço para mim, uma
transformação significativa. Fui me abrindo para um mundo novo que eu nem
sabia que era possível. E hoje estou muito mais feliz e coloquei a palavra
‘cuidado’, que a Dra. Beatriz Acampora tanto falava comigo, de verdade na
minha vida. Tenho cuidado comigo, com minhas relações e com tudo o que
quero e toco.”
Érika B. – professora

“A Hipnose Neurossensorial é incrível. Melhorou a minha vida em diversos


aspectos. Desmontou bloqueios criados pela mente na minha infância e me
ajudou a chegar mais longe nos meus objetivos. Trouxe muito crescimento e
tranquilidade para mim.”
Eduardo Simão

“É difícil dizer em palavras tudo que a Hipnose Neurossensorial mudou na


minha vida. Sempre fui fã da hipnose, mas, com os recursos e instrumentos da
HNS, eu consegui emagrecer, melhorar minha autoestima e me valorizar. Perdi
o medo de andar de avião e, ainda, consegui um trabalho no qual eu ganho mais
porque me disponibilizei a viajar para qualquer lugar do mundo. Foi um
processo libertador.”
O. M. S. – representante comercial

“Minha experiência com Hipnose Neurossensorial foi uma das melhores


escolhas, talvez a melhor da minha vida. Ela permitiu me tornar o ser humano
que eu sempre quis ser e, cada dia mais, estou melhor em várias áreas da minha
vida. Eu confesso que melho-rei na minha saúde física, emocional, social,
amorosa e profissional. Devo dizer que a Hipnose Neurossensorial e o
tratamento na clínica (ISEC) mostram que a grande maioria precisa, sim, de um
bom profissional que a ajude a mudar sua mentalidade, forma de agir e pensar
para atingir seus sonhos. Hoje não tenho medo, aflições, ansiedade e falta de
perspectiva de vida. Devo muito a isso e devo continuar nesse processo, pois
vejo muitas oportunidades na vida de crescer e de realizar o que almejo por
meio da hipnose.”
Victor Leal – empresário investidor

“Após oito anos de atendimento, a Hipnose Neurossensorial foi um divisor de


águas em meu consultório. A possibilidade de adaptar todas as técnicas
consagradas às novas tecnologias potencializou minhas sessões em outro nível.
As induções utilizando frequência, sugestões com luzes e toda forma de
despertar a sinestesia permitem aos clientes mais resistentes ao transe a
mergulhar no processo, alcançando resultados mais assertivos em menos
tempo.”
Léo Cintra – hipnoterapeuta e neurocoach – Juiz de Fora – MG

“Tive a felicidade de ser aluna do Professor Dr. João Oliveira no Instituto de


Psicologia Ser e Crescer, do curso de Hipnose Clínica Neurossensorial, a partir
da qual venho aplicando os recursos e evidenciando na prática com meus
clientes excelentes retornos. A aplicação das técnicas, e com os recursos de
estímulos neurossensoriais, potencializou muito a eficácia dos tratamentos. Os
recursos de biofeedback me auxiliaram nos resultados mais assertivos. Gratidão
por sua grandeza e generosidade ao compartilhar seu vasto conhecimento,
técnicas e experiências nesta obra para todos os leitores.”
Marmaya Nóbrega – terapeuta holística
“Comecei a usar a Hipnose Neurossensorial na clínica, e os resultados são
surpreendentes. Desde a modulação do sistema nervoso autônomo até os
benefícios de percepção do paciente de uma abordagem mais concreta que a
hipnose convencional, toda a carga psicológica do cliente com a expectativa e
experiência neurossensorial aumenta muito os resultados terapêuticos e a
própria percepção do cliente do benefício recebido.”
Robert Resende – terapeuta e trainer de Hipnose Clínica em BH – MG

1 Respeitando a individualidade de cada um, foi facultado às pessoas colocar o nome completo
ou apenas as iniciais. Alguns, devido ao perfil profissional, preferiram se manter no anonimato.
SUMÁRIO

PREFÁCIO

APRESENTAÇÃO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1 – HIPNOSE: HISTÓRIA, CONCEITOS E


DEFINIÇÕES
1.1 Um pouco da história da hipnose
1.2 Definições importantes.
1.3 Por que a hipnose funciona?
1.4 Quem pode fazer tratamento por meio de hipnose?

CAPÍTULO 2 – INDUÇÃO: MODELOS DE TÉCNICAS


2.1 Alguns elementos da indução
2.2 Exercício de voz de comando para melhor indução
2.3 Técnicas de induções rápidas
2.4 Técnicas de induções tradicionais

CAPÍTULO 3 – SUGESTÃO HIPNÓTICA E VISUALIZAÇÃO


CRIATIVA
3.1 A importância da sugestão
3.2 Técnicas de visualização criativa
Técnica da luz verde de cura
Técnica do equilíbrio com a luz branca dourada
Técnica da festa dos pensamentos positivos
Técnica do vulcão de segurança
Técnica para o bem-estar e saúde
Técnica da cura egípcia (adaptada)
Técnica do espelho mágico
Técnica do encontro com a criança interior
Técnica do jardim encantado
Técnica diálogo com o medo
Técnica do elevador
Técnica do perdão
Técnica faxina no coração
Técnica do gigante
Técnica de projeção para o futuro

CAPÍTULO 4 – HIPNOSE CLÍNICA E AUTO-HIPNOSE


4.1 Os passos para preparar um ambiente bem estruturado para a prática da
hipnose clínica
4.2 A hipnose na prática clínica
4.3 Auto-hipnose

CAPÍTULO 5 – HIPNOSE NEUROSSENSORIAL


5. 1 Questionário para a percepção de canal sensorial preferencial .
5.2 Os sentidos humanos e a Hipnose Neurossensorial.
5.3 Instrumentos e recursos da Hipnose Neurossensorial
5.4 Como atuamos com a Hipnose Clínica Neurossensorial

CAPÍTULO 6 – PROTOCOLOS E ROTEIROS DE HIPNOSE


NEUROSSENSORIAL
6.1 Modelos de indução para aprofundamento
6.2 Protocolos de sugestões de Hipnose Neurossensorial
Implante neural hipnótico
Elemento água
Ressignificação continuada
Ancoragem das vogais
Atmosfera azul em volta do corpo
Ancoragem olfativa
Dispersando energia
O jogo das cores
Ativação neural
Permuta com o inconsciente
6. 3 Modelos de finalização do processo

CAPÍTULO 7 – HIPNOSE NEUROSSENSORIAL: ESTUDOS DE


CASO
7.1 Estudo de caso A
7.2 Estudo de caso B
7.3 Estudo de caso C
7.4 Estudo de caso D
7.5 Estudo de caso E
7.6 Estudo de caso F
7.7 Estudo de caso G
CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS
PREFÁCIO
Hermann Ebbinghaus costumava dizer que “a Psicologia possui um longo
passado, mas uma curta história”, ou seja, ainda que a estruturação da Psicologia
como campo do conhecimento tenha surgido apenas no final do século XIX
(seja com as experiências de Wundt ou com as histéricas de Freud), estudos
sobre o funcionamento da mente humana nos remetem às antigas civilizações
como a Grega. Essa mesma frase poderia ser parafraseada e utilizada para
identificarmos o hipnotismo e suas práticas terapêuticas.
Algumas das primeiras evidências de hipnose para a cura estão descritas no
Papiro de Ebers, datando do ano 1550 a.C., no Egito antigo. No entanto, a
história do hipnotismo como uma prática científica surge apenas no século XIX.
Ao contrário de Wund ou Freud, citaríamos James Braid (1795-1860), o famoso
médico inglês que se imortalizou por ser um dos primeiros a buscar por
explicações científicas e psicológicas para os fenômenos hipnóticos. Desde
Braid até os dias de hoje, centenas de artigos científicos já foram publicados
confirmando a eficácia terapêutica do uso da hipnose, seja no tratamento de
transtornos psicológicos ou até mesmo no controle de dor. Apesar de tanto
avanço no campo investigativo da hipnose, muitos hipnotistas insistem em
trazê-la de volta para o campo do misticismo, seja conceituando-a de forma
esotérica ou alegando poderes extraordinários de cura para a ferramenta.
A hipnose se popularizou enormemente nos últimos anos no Brasil. Esse
aumento no uso dessa ferramenta torna ainda mais importante o surgimento de
obras sérias, bem escritas e bem referenciadas sobre esse tema. Infelizmente,
devido a todo esoterismo que costuma ser associado à hipnose, são raros os
acadêmicos brasileiros que decidem debruçar sobre esse tema de forma séria e
competente.
Dessa maneira, fiquei muito feliz pela notícia de que o Dr. João Oliveira e a
Dra. Beatriz Acampora decidiram unir toda sua experiência acadêmica e prática
para escrever uma obra sobre hipnose, essa ferramenta que tanto me encanta.
Ao abrir a obra, você já perceberá o quanto ela é bem escrita e bem
referenciada: toda e qualquer informação possui sua origem muito bem
documentada (algo essencial para uma obra séria sobre o tema). Inicialmente, os
autores fazem uma bela introdução sobre o longo passado da hipnose, iniciando
nas antigas civilizações e chegando até os dias de hoje. Em seguida, passam a
descrever com bastantes detalhes todas as técnicas que os autores vêm
utilizando em sua ampla experiência na prática da Psicologia Clínica. Insta
salientar que, em meio a todas essas técnicas, os autores descrevem uma técnica
bem inovadora, a Hipnose Neurossensorial, uma abordagem distinta para o uso
da hipnose, que se utiliza de técnicas que permitem uma maior exploração
sensorial durante o processo hipnótico.
A obra consegue agradar a todos os públicos, tanto aqueles que estão apenas
iniciando no tema quanto os mais experientes terapeutas e psicólogos.
Certamente, o lançamento dessa obra é um marco para a história da hipnose no
Brasil e espero que seja um incentivo para o surgimento de mais obras dessa
qualidade.
Alberto Dell’Isola
Professor de Hipnose
APRESENTAÇÃO
A mente humana é algo absolutamente espantoso! A capacidade de se
modelar, ampliar, restaurar e os truques (no bom sentido, é claro) que podemos
fazer com esta capacidade em prol da saúde plena é algo que, provavelmente,
nunca se esgotará. Todos os dias somos surpreen-didos no consultório com os
resultados quase inacreditáveis que alguns pacientes são capazes de alcançar.
O grande problema é exatamente esta palavra “alguns”. Por que nem todos?
A resposta é que cada pessoa tem seu tempo, e o profissional de saúde deve
saber coordenar sua atuação no ritmo do outro, e não na sua própria ambição de
resultados.
É evidente que a hipnose tradicional oferta resultados! A subtração de
sintomas já foi algo amplamente explorado. O grande lance, no momento, não é
tão somente destruir o sintoma, mas fazer de modo que a causa (trauma,
recalque, angústia reprimida – chame como quiser) não volte a necessitar de
outra manifestação sintomática, isto é, finalizar o processo com uma boa
estrutura de ressignificação semântica.
Para isso, todos os recursos disponíveis devem ser elencados no processo,
utilizando o máximo possível de atividade neural e todos os canais sensoriais.
Ocupar todos os soldados no movimento de levar o estado mental alterado a
trabalhar em favor de uma excelente ressignificação. Reescrever, sem apagar a
história original do sujeito, as linhas que criaram cicatrizes que ele apresenta
como sintoma corpóreo.
A verdade seja dita! Sim, é possível!
No entanto, nenhum tratamento alopático deve ser relevado em prol da
abordagem hipnótica (seja ela qual for). Podemos ver o corpo começar a reagir
de forma absurdamente melhor aos medicamentos quando a mente se propõe a
curar o indivíduo. Da mesma forma, pergunte ao seu médico, pois algumas
pessoas não reagem bem a determinados tratamentos que já provaram ser
fantásticos na maioria da população. Culpa do metabolismo!
Sim, realmente. Da mesma forma que as doenças autoimunes também
surgem em função de algo descontrolado no metabolismo.
Mas quem comanda o metabolismo? O sistema imunológico? As produções
endócrinas? A química do corpo que equilibra o que somos?
A resposta, é claro, é o cérebro! A mente, o subconsciente, o pré-consciente
(complete aqui com o nome que mais lhe agrada), ou seja, exatamente no nosso
campo de trabalho!
Se a mente é a responsável por uma enfermidade, acreditamos que ela
também possa fazer o reverso. Na verdade, apostamos verdadeiramente nisto!
Se as pessoas têm tempos diferentes, devemos ter modelos diferentes! Se
elas possuem crenças preconcebidas, preconceitos ou estruturas rígidas,
podemos ofertar setas indicativas que devem facilitar a troca de caminho.
No entanto, também devemos ressaltar que não acreditamos em quem
procura cura para os outros. Jamais obtivemos sucesso pleno com algum
paciente que foi levado, de arrasto, por alguém que desejava sua cura. O
movimento deve vir da pessoa, ela deseja por motivos próprios, quer ser melhor
para si mesmo e não porque a sua família assim deseja, os colegas de trabalho ou
seu ambiente social. Por vezes, é justamente tudo isto que o faz adoecer.
O comprometimento com a transformação pessoal deve ser sempre
individual e resoluto. Dessa forma, o processo tende a ser mais efetivo e os
resultados mais satisfatórios, pois é a implicação do sujeito no processo que faz
toda a diferença.
Prof. Dr. João Oliveira e Prof. Dra. Beatriz Acampora

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CASA DOS 7 SABERES
INTRODUÇÃO
Quando tudo foi tentado e nada deu certo! Assim surgem os nossos
clientes/pacientes!
Uma vez entrou em meu consultório um rapaz de vinte e poucos anos.
Levado pelo pai, um amigo querido de longa data, o jovem apresentava um
quadro quase terminal: diarreia crônica!
Já se passavam dois meses e nada parava no estômago do pobre rapaz.
Magro, esquelético, com uma aparência triste, ele se sentou à minha frente sem
encarar. Sua cabeça baixa resumia o estado de saúde:
– “Hoje fiz exame para saber se tenho HIV!” – falou quase chorando.
Não restava mais nenhuma doença pesquisada pelos vários médicos que ele
peregrinou. Não havia explicação para tal estado crítico. Até que alguém disse ao
pai: – “É de fundo psicológico!”
Já recebi gente (acredite, é verdade!) indicada por Pai de Santo! Surpreende-
me esta coisa de último recurso, coloca o profissional contra a parede. Muitas
expectativas são criadas gerando uma crença infundada que hipnose/Psicologia
é algo parecido com mágica. Sabemos que não é!
A mágica é possuir a palavra certa!
Depois de quase uma hora ouvindo as queixas sobre os sintomas
apresentados, pergunto ao rapaz se ele acredita na própria cura. Ele responde
que é muito religioso e que acredita que Deus olha por ele e que, em algum
momento, irá restabelecer sua saúde.
Neste momento, ele, finalmente, abriu caminho para um diálogo
modificador. Pergunto, duas vezes, se ele acha que Deus gosta realmente dele e
se isto é suficiente para sua cura:
– “É claro que sim! Deus me ama muito e vai me curar para que eu possa
servir melhor a Ele!”
Encarou-me como se fosse um desafio. Seu corpo mudou a postura, e um
pequeno movimento de raiva começou a acender em sua face. Este é o
momento mágico para a ressignificação! Não podemos deixar um instante como
este sem a intervenção precisa.
– “Bom – disse eu – então temos aqui um grave problema. Pois, se Deus
gosta muito de você, mas se ele gosta muito mesmo... então é provável que Ele
queira você perto Dele!”
O olhar do menino mudou de novo!
– “Como??? Não estou entendo o senhor... O que quer dizer com isso??”
O espanto no seu rosto só foi aumentando com as minhas palavras.
– “Parece-me lógico, pois veja bem, Deus comanda o mundo dos vivos e
dos mortos. Para Ele, não deve fazer tanta diferença assim se você está vivo ou
morto desde que esteja a serviço Dele.”
Imediatamente ele se levantou e disse com uma voz cheia de decisão:
– “Mas eu não quero morrer não!!!”
O pai me disse, dias depois, que os remédios começaram a fazer efeito.
Procurando uma fórmula de acelerar o processo e dar a todos a mesma
possibilidade de restabelecimento, busquei muitas formas de abordagens,
sempre procurando algo novo, inventando métodos que pudessem auxiliar no
convencimento da mente que os recursos existem e estão disponíveis para as
alterações necessárias.
Outro caso interessante ocorreu, lá pelo início da década de 90, muito antes
de me tornar psicólogo e obter o conhecimento adequado para lidar com vários
perfis de clientes/pacientes. Um conhecido, do ambiente de trabalho, possuía
um braço paralisado, aparentemente um derrame o havia deixado assim.
Naqueles anos, eu estava em uma fase onde a hipnose poderia resolver todos os
problemas de todas as pessoas e, por isso, decidi que iria solucionar o dele com
uma sessão no perfil braidiano de hipnose por estresse sensorial.
Não é que realmente o braço dele começou a mexer quando estava no
estado alterado de consciência? Quando eu vi o meu amigo movimentando o
braço que estava há anos paralisado, uma ideia me ocorreu na hora: – “Vou
montar uma seita!”
Sim, é claro! Tinha acabado de fazer um milagre. Na hora, imaginei filas de
desesperados de todos os tipos, inclusive carecas como eu! Seria um show de
horrores cada um saindo curado em cinco minutos.
Minha alegria durou exatamente este tempo, pois, quando terminei a
indução e ele voltou ao estado vigil, normal, seu braço também voltou a dormir
como antes. Repeti o processo umas seis vezes, e o resultado sempre foi o
mesmo. Em estado alterado de consciência, o braço se movimentava, fora ele
voltada a ficar inerte. Onde eu estava errando?
Alguns anos mais tarde, durante uma aula com o Prof. Dr. Jairo Mancilha
no auditório da Sociedade Médica de Campos, nos altos da Faculdade de
Medicina, a pergunta me veio fácil no meio do curso de Hipnose Ericksoniana:
– “Doutor, por que eu não curei aquele homem?”
Por favor, prestem atenção na resposta do Dr. Jairo, pois serviu como seta
indicativa para mim e, por isso, decidi estudar mais e mais, levando-me à
Psicologia, ao mestrado em Cognição e Linguagem e ao doutorado em Saúde
Pública. Caminho que, pelo que já percebi, ainda não está completo e, pelo que
já sei, nunca estará:
– “João, – disse Dr. Jairo em tom autoritário – você perguntou para ele se
ele queria ser curado? Em primeiro lugar, você não cura ninguém, são os
recursos que a própria pessoa tem que possibilitam a cura e, em segundo lugar, o
mais grave: Como você se atreve a tirar a única coisa que lhe dá alguma
vantagem na vida?”
Parei, espantado com a resposta que veio como um tiro, e Dr. Jairo
continuou:
– “Vai ver que este braço paralisado dá a este rapaz vantagens que ele
acredita não teria de outra forma. Chega mais tarde ao trabalho, sai mais cedo,
levam café para ele, nunca o chamam para empurrar um carro ou fazer uma
mudança, e todos evitam dar para ele algum trabalho mais cansativo. Da mesma
forma, ele sempre será o último a ser mandado embora da empresa em caso de
demissões. João, você queria mesmo era prejudicar o pobre rapaz!”
A noção de ganho secundário passou a fazer parte da minha agenda a partir
daquele momento e, sempre que alguém me chega com alguma demanda,
procuro ver o quanto dele mesmo pode atrapalhar no processo de recuperação.
Qual seria, então, o estado ideal para uma reformulação das estruturas
internas? O rapaz citado antes, portador da diarreia, estava em um transe
profundo – negativo, é claro –, mas estava criando em seu corpo uma reposta a
algo que lhe havia sido negado, não há necessidade de ex-pormos o objeto focal
aqui, a rápida alteração de rota se deu justamente por isso: foco concentrado.
Diferente do outro que já havia aceitado e incorporado o braço paralisado como
sendo seu e começando a ver algumas vantagens que compensavam sua
condição. Desta forma, podemos pensar que o estado alterado de consciência,
quanto mais profundo for, mais estruturas estarão disponibilizadas para
conduzir as mudanças necessárias, já que o modo consciente pode sempre
arrumar alguma forma de assimilar o problema ou encontrar alguma justificativa
do tipo: – “Eu mereço sofrer, pequei muito na minha vida”.
Pensando assim, comecei a ocupar, cada vez mais, nas induções os
processos neurossensoriais do cliente/paciente, criando uma inundação de
sensações para, cada vez mais, aprofundar o estado hipnótico. Mudando
totalmente a premissa básica que só a palavra basta, comecei a incorporar
equipamentos de luz, cores, cheiros, sensações táteis e, ainda mais, acreditando
piamente que a mente é mesmo muito poderosa e que, mesmo sem estímulos, é
capaz de criar tudo internamente, desenvolvemos induções e sugestões
poderosas apenas com imagens mentais bem estruturadas.
Este livro é isto: uma apresentação ao que chamo de Hipnose
Neurossensorial. É mais uma ferramenta que pode ser usada por profissionais
de saúde. Criamos também cursos presenciais e on-line que geram um
credenciamento para o uso extensivo dos métodos aqui apresentados, muitos
deles com marca registrada e direitos de uso restrito apenas aos hipnólogos que,
após o treinamento, recebem um certificado com autorização de uso das marcas
para uso, inclusive, em divulgação em todo tipo de mídia. Os profissionais de
saúde que podem se habilitar, de acordo com a legislação vigente no momento
em nosso Brasil, são: psicólogos, médicos, enfermeiros, odontólogos,
fisioterapeutas, psi-canalistas, terapeutas regulamentados e estudantes destas
áreas. Para saber mais, acesse, depois de terminar de ler este livro:
http://www.hipnoseneurossensorial.com.br/presente. Preparamos algumas
surpresas que complementam este livro para você nesse link.
Só para deixar claro, a hipnose é cada vez mais reconhecida como uma
técnica científica entre os profissionais da área de saúde. Apresento um breve
relato da inclusão nos conselhos de classe:
No ano de 1999, o Conselho Federal de Medicina emitiu um Parecer n.º
42/99, reconhecendo a hipnose como “uma valiosa prática médica”, que pode
ser utilizada em diagnóstico e tratamento.
Em 20 de dezembro de 2000, o Conselho Federal de Psicologia reconheceu
a hipnose como um recurso terapêutico (Resolução n.º 013/00), com uma
excelente ressalva no seu artigo 3º: “É vedado ao psicólogo a utilização da
Hipnose como instrumento de mera demonstração fútil ou de caráter
sensacionalista ou que crie situações constrangedoras às pessoas que estão se
submetendo ao processo hipnótico”. Caso seja você um profissional da
Psicologia, tenha especial atenção a esse detalhe, principalmente quando entrar
no capítulo que destaca induções rápidas neste livro.
Já a Odontologia teve a hipnose aceita como prática em 25 de setembro de
2008 pela Resolução CFO-82/2008, reconhecendo e regulamentando o uso pelo
cirurgião-dentista de práticas integrativas e complementares à saúde bucal. O
artigo 1° afirma que “reconhecer o exercício pelo cirurgião-dentista das
seguintes práticas integrativas e complementares à saúde bucal: Acupuntura,
Fitoterapia, Terapia Floral, Hipnose, Homeopatia e Laserterapia”.
Os fisioterapeutas também podem se utilizar da hipnose, pois seu Conselho
Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, em sua Resolução Coffito n.º
380, de 3 de novembro de 2010 (DOU n.º 216, Seção 1, em 11/11/2010, página
120), abriu essa possibilidade.
Assim, várias são as profissões ligadas à área de saúde que reconhecem os
benefícios da hipnose, uma prática tão antiga quanto a própria história do
homem que agora veste uma nova roupagem nas páginas deste livro.
Sempre é possível melhorar algo que já é bom, experimente! Tenho certeza
de que, de posse das informações deste livro, novas ideias irão surgir em sua
cabeça e, quem sabe, criar novas possibilidades, além das apresentadas aqui.
Prof. Dr. João Oliveira 29
AVISO IMPORTANTE

Algumas das induções contidas neste livro só devem ser praticadas por
profissionais terapeutas que tenham conhecimento profundo da hipnose clínica
ou que tenham feito treinamento especial de Hipnose Neurossensorial com os
pesquisadores e criadores deste processo o Prof. Dr. João Oliveira e a Profa.
Dra. Beatriz Acampora.
Nem todas as pessoas podem ser submetidas a alguns perfis dessa
abordagem. Os profissionais da área de saúde devem observar as condições
gerais e considerar se o cliente/paciente está apto para ser submetido, ou não, a
determinados procedimentos, principalmente os que envolvam lâmpadas
estroboscópicas e luzes com oscilação de cores fortes.
1 Hipnose: história, conceitos e definições

A hipnose é conhecida por ser uma técnica que acarreta uma grande
polêmica entre muitos profissionais que possuam ligação com as áreas de saúde
mental e física.
O fato é que, em muitos casos, a prática é acusada de inúmeras informações
inverídicas e, até mesmo, preconceituosas – e tudo por conta da falta de
informação e conhecimento mais profundo do assunto!
Uma série de pesquisas e estudos já deixou claro que a hipnose é
extremamente efetiva quando se trata de tratamentos terapêuticos,
proporcionando a muitos pacientes um estado de transe.
A hipnose pode ser aplicada em praticamente todos os tipos de pacientes
que eventualmente precisem dela, considerando principalmente casos, como
trauma, vícios, fobias, entre outros, que podem ser tranquilamente tratados por
meio do uso dessa prática, sem que haja riscos ou efeitos colaterais.
Passadas algumas sessões, muitos pacientes já percebem uma considerável
melhora e progresso!
De acordo com alguns estudos e pesquisas, aproximadamente 90% das
pessoas são suscetíveis à hipnose, mas, em graus diferentes, principalmente
porque alguns indivíduos conseguem ter uma resposta mais eficiente do que
outros, que podem acabar demorando mais para se entregar ao tratamento.
A hipnose tem sido usada há muitos anos para os mais diversos propósitos:
na busca pela cura para problemas de saúde física, mental e emocional; na
prática clínica para a ressignificação de traumas e emoções; e, até mesmo, para
demonstração de que existe um estado alterado de consciência.
O que efetivamente nos interessa é como a hipnose pode beneficiar uma
pessoa em sofrimento, permitindo que ela entre em contato consigo mesma e
transforme a imagem e a percepção de dores, emoções e ideias em foco no
crescimento e aprendizado.
O termo hipnose é procedente do termo grego “hipnos”, que significa “Deus
Grego do Sono”. O estado de alteração da consciência realizado por meio da
hipnose é reconhecido como uma espécie de transe hipnótico, ou somente
transe, um estado que é diferente da vigília e do sono fisiológico.
A palavra transe trata-se de algo popular, uma vez que frequente-mente se faz
presente em nosso vocabulário diário, estando presente, inclusive, em conversas
triviais do nosso dia a dia. Em termos técnicos, e para diferenciar desse termo
comum, usamos: estado alterado de consciência, que, no fundo, é a mesma
coisa.
É comum ouvirmos citações como “Nossa! Essa música me deixa em
estado de transe!” ou até mesmo “Estou hipnotizada pela beleza desse lugar”.
Provavelmente você mesmo possa ter dito algo semelhante recentemente, não é
mesmo?
Tanto que podemos afirmar tranquilamente que bons contadores de história
podem ser considerados exímios hipnotizadores! Quando alguém com essa
qualidade começa a contar um fato ou simplesmente uma história, geralmente
conseguimos nos transportar para o cenário do que está sendo contado,
podendo até mesmo sentir a presença dos personagens e nos remetermos a
todos os sentimentos do contexto.
Nesse sentido, podemos dizer que entramos em estado alterado de
consciência! O mesmo ocorre quando ouvimos uma música que simplesmente
gostamos muito ou nos identificamos.
Portanto, a hipnose refere-se à união de técnicas que permitem a uma
pessoa entrar nesse estado de foco de atenção especial. Nem sempre, entramos
em um estado alterado de consciência por meio do uso dessa técnica hipnótica.
Afinal, como já vimos, existem vários aspectos e situações do nosso dia a dia
que nos remetem a essa condição.
1.1 Um pouco da história da hipnose

Não existe ao certo uma data para o surgimento da hipnose, mas sabe-se
que, no Egito antigo, Índia, Pérsia, China, já se utilizava o transe hipnótico
induzido por sacerdotes para o alívio da dor e para o tratamento de doenças
(PASSOS e MARCONDES, 1998).
Um dos nomes mais famosos relacionados à hipnose é Franz Anton
Mesmer (1734-1815), que estudava o magnetismo que os astros exercem sobre
as pessoas e os animais, considerando que as doenças surgem em função da má
distribuição do fluido magnético que preenche os organismos vivos. A partir
desse magnetismo, torna-se possível a reciprocidade estabelecida entre duas
criaturas vivas (SANTANA, 2017).
Muitos outros nomes foram relevantes para a história da hipnose, como
Abade Faria (1756-1819 – França), que trabalhava com sono lúcido, sugestões e
autossugestão; James Braid (1795-1860) utilizou pela primeira vez a expressão
Neuro-hipnotismo, afirmando que a fadiga sensorial (um fenômeno
neurossensorial) se constituía na base para hipnose; Liébeault (1823-1904) abriu
na França um local que atendia doentes gratuitamente por meio da hipnose;
Charcot (1825-1893) foi o primeiro a demonstrar as variâncias de profundidade
do transe hipnótico; a primeira fala em transe hipnótico ocorreu em um caso
clínico de histeria tratado por Josef Breuer (1841-1925), que levou a descoberta
a Freud (1856-1939) que utilizou a técnica de hipnose para tratar conteúdos
reprimidos (PASSOS e MARCONDES, 1998).
Seria um equívoco pensar que é muito fácil praticar a hipnose com fins terapêuticos. Pelo
contrário, a técnica de hipnotizar é um método médico tão difícil como qualquer outro.
Um médico que deseja hipnotizar deve tê-lo aprendido com um mestre nessa arte e
mesmo depois disso, deverá ter tido bastante experiência própria, a fim de obter êxitos
em mais do que alguns poucos casos. (FREUD, 1886-1899, p.145)
O que Freud quer afirmar é que a hipnose demanda de estudo, prática e
observação do cliente para que se tenha sucesso, utilizando-a terapeuticamente.
Ao longo da história, muitos casos tiveram a hipnose como centro das atenções.

1.1.1 O famoso caso Anna O.


Josef Breuer (1841-1925) cuidou de Anna O., uma paciente que também
despertou a atenção de Freud. Anna O. era uma mulher de 21 anos que cuidava
do seu pai e adoeceu. Seus sintomas começaram com uma tosse intensa.
Contudo, em seguida, ela desenvolveu outros sintomas, como “distúrbios da
visão, da audição e da fala, impossibilidade de ingerir alimentos, paralisia de três
extremidades com contrações e anestesias, bem como lapsos de consciência e
alucinações” (O CASO ANNA O., PORTAL EDUCAÇÃO, 2018).
Anna O. foi diagnosticada por Breuer como um caso de histeria, uma vez
que manifestava dois estados distintos de consciência: em um deles, era uma
mulher jovem relativamente normal; no outro, era uma criança problemática e
teimosa, apresentando muitos sintomas físicos distintos.
Breuer acreditava que esta alternância entre duas personalidades poderia ter relação com
um estado de auto-hipnose. Ele elaborou uma terapia que acreditava ser efetiva na
dissolução daqueles sintomas: a hipnose. Sendo capaz de provocar a transição de uma
personalidade para outra. Durante seus estados de consciência alterada, Anna podia
recordar fantasias nítidas e sentimentos poderosos que ela experimentara enquanto seu
pai estava morrendo. Breuer ficou admirado ao observar que à recordação de sua
paciente de circuns-tâncias carregadas de afeto, durante as quais seus sintomas haviam
aparecido levaram esses mesmos sintomas a desaparecer. A própria paciente descreveu o
tratamento como uma “limpeza de chami-né” e como sua “cura pela fala”. (O CASO
ANNA O., PORTAL EDUCAÇÃO, 2018)
Durante vários episódios de crises de Anna O., Breuer utilizou-se dos
recursos da hipnose para alívio dos sintomas, catarse e tratamento de traumas.
Este é um dos famosos casos dos primórdios da hipnose como ferramenta
terapêutica.

1.1.2 A história da hipnose através dos séculos XIX e XX


A escola de Nancy (de Liébeault, de Bernheim e de Coué) considerava que o
estado de transe era um estado normal e não patológico. Propunha-se que a
mudança acontecia de uma forma não consciente por meio da intervenção da
vontade, e que a sugestão operava somente quando encontrava um eco interno,
uma autossugestão (BAUER, 2000).
August Liébeault (1823-1904), formado em Medicina, interessou-se pelo
magnetismo animal. Tratou de graça qualquer paciente voluntário nesta área por
mais de 20 anos. Foi viver em Nancy e, com a ajuda de Bernheim, fundou a
escola cuja reputação tornou-se mundialmente conhecida.
Bernheim (1850-1919) se juntou a Liébeault por acaso, quando um paciente
seu com dor ciática por seis meses foi curado por Liébeault em apenas uma
sessão. Escreveu dois livros tendo como tema central a sugestão e seu efeito
terapêutico. Um de seus livros no qual descrevia métodos e usos da hipnose e
discussões a respeito do tema foi traduzido para o alemão por Sigmund Freud.
Émile Coué (1857-1926), francês, membro da tradicional nobreza britânica,
foi notável e instigante psicólogo e farmacêutico, introduzindo os métodos de
psicoterapia, cura e autotratamento, baseados em autossugestão ou auto-
hipnose. Em 1913, fundou a “Sociedade Lorraine de Psicologia Aplicada”. Seu
livro Automaestria por autossugestão consciente causou enorme sensação quando da
publicação na Inglaterra, em 1920 e nos Estados Unidos, em 1922. Sua mais
célebre frase é: “Todos os dias, sob todos os pontos de vista, eu vou cada vez melhor” (Tous
les jours à tous points de vue je vais de mieux en mieux) (ÉMILE COUÉ.
DICIONÁRIO SENSAGENT, 2013).
James Esdaile nasceu na Escócia (1808-1859), formou-se em Medicina em
Edinburgh. Depois de formado, foi para a Índia, sem nunca ter visto uma sessão
de hipnose. Em 1846, operou um paciente sob um transe magnético, pois ele
havia lido um livro sobre o assunto. O sucesso foi tanto que o governador de
Bengala lhe deu um hospital para cuidar. Ao todo, Esdaile fez mais de 3.000
cirurgias sob hipnose amplamente documentadas, inclusive centenas de
amputações (SPENSER, 2015).
Jean-Martin Charcot (1825-1893) jamais hipnotizou alguém. Todas as
pacientes eram induzidas ao transe hipnótico por assistentes. Para ele, a hipnose
era uma manifestação histérica, pois todas a suas pacientes eram histéricas
(BELINTANI, 2003).
Ivan Pavlov (1849-1936) limitou-se a algumas ideias sobre a hipnose,
buscando uma explicação fisiológica. Estas ideias referiam-se à importância da
sugestão, a suposição de que a sugestão é mais eficaz quanto mais profundo for
o estado hipnótico, a interpretação do estado hipnótico como sono parcial.
Descobriu inúmeros fenômenos hipnóticos ao estudar os hemisférios cerebrais
e por meio de pesquisas sobre mecanismos fisiológicos e atividades nervosas
superiores (HIPNOSE, HOMEM HOLÍSTICO, 2017).
Milton Erickson (1901-1980), pai da hipnose moderna, fez Medicina em
Visconsi – Estados Unidos. Surgiu para derrubar conceitos de aprofundamento
do transe e sugestionabilidade. Introduziu a abordagem naturalista, permissiva e
indireta. Está para hipnose assim como Einstein está para a Física. Percebeu a
natureza multidimensional do transe, que se modifica de pessoa a pessoa.
Nenhuma indução clássica, mas sim uma indução especial e única para cada
paciente, fazendo com que o paciente tornasse seu próprio indutor, dentro de
uma técnica bastante naturalista (GAMEIRO, 2018).

1.1.3 Final do século XX e século XXI


Diversos outros nomes se tornaram relevantes desde então, promovendo a
hipnose a um outro patamar, principalmente no que se refere à prática clínica,
utilizada por médicos, dentistas, psicólogos e outros profissionais da saúde.
Muito se avançou na descoberta de fenômenos possíveis com o transe hipnótico
e as estratégias que buscam facilitar o cliente a entrar em estado alterado de
consciência e aprofundar nesse estado.
O Conselho Federal de Medicina incluiu, em 1966, o emprego da hipnose
no Código de Ética Médica, no capítulo VI, artigos 62, 63 e 64, ressaltando,
principalmente, que a hipnose só poderá ser usada pelo médico, para fins
terapêuticos ou de diagnóstico; o médi-co não deverá praticar a hipnose sem o
prévio consentimento, tácito ou explícito do paciente ou de seu representante
legal (CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA, 1965).
A prática da hipnose para os odontólogos está regulamentada pela Lei n.º
5.081, de 24/08/66, no artigo 6º, ressaltando que cabe ao cirurgião-dentista
“empregar a analgesia e a hipnose, desde que comprovadamente habilitado,
quando constituírem meios eficazes para o tratamento” (BRASIL, Lei n.º 5.081
– artigo 6º, 1966).
Em 20 de dezembro de 2000, por meio da Resolução CFP n.º 013/00, o
Conselho Federal de Psicologia aprovou e regulamentou o uso da hipnose como
recurso auxiliar no trabalho do psicólogo, considerando, dentre outros, que “a
Hipnose é reconhecida na área de saúde, como um recurso técnico capaz de
contribuir nas resoluções de problemas físicos e psicológicos”, ressaltando que
“o psicólogo poderá recorrer a Hipnose, dentro do seu campo de atuação, desde
que possa comprovar capacitação adequada” e “É vedado ao psicólogo a
utilização da Hipnose como instrumento de mera demonstração fútil ou de
caráter sensacionalista ou que crie situações constrangedoras às pessoas que
estão se submetendo ao processo hipnótico” (BRASÍLIA, RESOLUÇÃO CFP
n.º 013, 2000).
Os fisioterapeutas também foram autorizados a utilizar a hipnose como
prática a partir de 2010. O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional autorizou a prática pelo fisioterapeuta dos atos complementares ao
seu exercício profissional, incluindo a hipnose dentre essas práticas
(RESOLUÇÃO COFFITO n.º 380, 2010).
Algumas aplicações da hipnose sugeridas pelo Dr. Antônio Carlos de
Moraes Passos, da Escola Paulista de Medicina e fundador da Sociedade de
Hipnose Médica de São Paulo:
A hipnose tem sido usada:
a. para o alívio da dor, produzindo anestesia ou analgesia;
b. nos diferentes setores da clínica e cirurgia, notadamente em obstetrícia;
c. como tranquilização para o alívio dos estados de ansiedade a apreensão,
qualquer que seja a sua causa;
d. em qualquer condição na qual a psicoterapia possa ser útil;
e. no controle de alguns hábitos (exemplo: tabagismo);
f. experimentalmente em qualquer pesquisa, no campo psicológico e/ou
neurofisiológico e outros.
Paralelamente, o mesmo autor indica onde a hipnose não deve ser usada:
a. na remoção de sintomas, sem primeiro se saber a que finalidade servem;
b. em qualquer condição onde o estado emocional do paciente não foi
determinado;
c. sem objetivo definido, apenas para satisfazer insistentes pedidos do
paciente;
d. para abolir determinadas sensações, a fadiga por exemplo, o que pode
levar o paciente a ir além dos limites de sua capacidade física;
e. em psicóticos, a hipnose só pode ser usada por um psiquiatra experiente,
tendo em conta que não constitui uma boa indicação e pode até ser
contraindicada como na esquizofrenia. (PASSOS apud BRASÍLIA, 1999)
Dessa forma, é possível observar que a hipnose clínica tem sido utilizada no
Brasil, mais especificamente a partir da década de 60, contribuindo para o
tratamento de diversas doenças, incluindo transtornos do sono, alimentares, da
personalidade, estresse, ansiedade, doenças psicossomáticas, síndromes
dolorosas, preparo para exames e cirurgias, recuperação de doenças e cirurgias,
câncer etc.
1.2 Definições importantes

Hipnose – estado alterado de consciência induzido que se assemelha ao


sono.
Sugestão – induzir um estímulo, provocar uma ideia, despertar uma
sensação ou percepção.
Suscetibilidade – nível de resposta ao transe hipnótico. Há pessoas que são
mais suscetíveis ao transe do que outras.
Rapport – relação de reciprocidade que é estabelecida entre o cliente e o
terapeuta que culmina na confiança para a cooperação do transe hipnótico.
Persuasão – estratégia de comunicação que utiliza recursos sim-bólicos para
induzir alguém à realização de algo, a uma ideia, à (re) construção de elementos
mentais, dentre outros.
Indução – levar uma pessoa a um estado alterado de consciência.
O profissional que utiliza hipnose inicia desenvolvendo um bom rapport com
seu cliente, depois utiliza alguma técnica de indução ao transe, para, então,
passar a oferecer sugestões hipnóticas e pós-hipnóticas. “A base fundamental da
comunicação hipnótica é a sugestão sob suas diferentes formas e diferentes
aspectos” (FERREIRA, 2003, p. 7).
O Conselho Federal de Medicina2, na expectativa de homogenei-zar a
terminologia adotada pelas diversas correntes, definiu a seguinte nomenclatura:
HIPNOSE – estado de estreitamento de consciência provocado
artificialmente, parecido com o sono, mas que dele se distingue fisiologicamente
pelo aparecimento de uma série de fenômenos espontâneos ou decorrentes de
estímulos verbais ou de outra natureza.
HIPNOLOGIA – estudo da natureza da hipnose e investigação científica
de seus fenômenos e repercussões.
HIPNOTERAPIA – terapia feita por meio da hipnose.
HIPNOTISTA – profissional que pratica a hipnose.
HIPNIATRIA – procedimento ou ato médico que utiliza a hipnose como
parte predominante do conjunto terapêutico.
DEHIPNOTIZAR – ato de retirar o paciente do transe hipnótico.

A Hipnose no mundo: atualmente, existem várias sociedades, em todo o


mundo, que atuam na prática da hipnose: Society for Clinical and Experimental
Hypnosis; The American Society of Clinical Hypnosis; International Society of
Hypnosis; The Australian Society of Hypnosis; Sociedade Brasileira de Hipnose;
Associazione Medica Italiana per lo Studio dell’a Ipnosi; The British Society of
Medical and Dental Hypnosis e várias outras.
Algumas instituições internacionais já se posicionaram sobre a Hipnose
Médica, reconhecendo-a como auxiliar terapêutico útil na Medicina (CFM,
1999):
Associação Médica Americana – 18 de setembro de 1958 – “A Hipnose é
um auxiliar terapêutico valioso e os que a empregam devem conhecer os seus
fenômenos complexos, seus ensinamentos são privati-vos de médicos e do
odontólogo. Quem a emprega deve conhecer suas indicações e limitações. Não
se deve aprender apenas a técnica.”
Associação Médica Britânica – 23 de abril de 1955 – “A Hipnose é útil e
pode, em certos casos, ser o tratamento de escolha dos distúrbios
psicossomáticos e das neuroses.”
Associação Psiquiátrica Americana – 15 de fevereiro de 1961–
“Reconhece-se o valor da Hipnose como auxílio na pesquisa, diagnóstico e
terapêuticas tanto em Psiquiatria, como em outras áreas da prática médica.”
Organização Mundial da Saúde – outubro de 1974 – “A Hipnose
moderna é hoje o maior avanço da Psiquiatria. Atua no campo terapêutico,
enquanto os estudos da bioquímica o são no estudo das etiologias.”
Revista Brasileira de Medicina – julho de 1998 – “Menosprezar a
importância de hipnose, hoje em dia, representa, além de opor-se aos diversos
relatórios elaborados por comissões especializadas no mundo inteiro, fechar os
olhos aos recursos por ela oferecidos. Se existem (ou existiram) hipnólogos ou
hipniatras mal preparados, também existem profissionais de baixa qualidade em
quaisquer outras especialidades. É
a partir da grande parte dos bens qualificados, porém, que as técnicas
ganham cada vez mais adeptos.”
1.3 Por que a hipnose funciona?

Uma das hipóteses mais comuns para a sua eficiência é que, durante o
estado alterado de consciência, o nosso sistema límbico (região de sistema
nervoso responsável pela imagem das emoções) evita que sejam enviadas
informações para o córtex, que é responsável por cuidar do nosso raciocínio e
consciência.
Por isso, nosso lado mais “consciente” acaba ficando com menores reservas,
ou seja, mais vulnerável às sugestões que forem propostas pelo hipnotizador.
Nesse sentido, a nossa mente tende a focar em algo específico e desliga-se
das demais – algo muito semelhante ocorre também quando lemos um livro ou
quando assistimos a um filme que nos interessa, por exemplo.
Atualmente a técnica é vista como um importante recurso terapêutico e é
muito utilizada em diversas instituições famosas, como, por exemplo, o Hospital
das Clínicas em São Paulo, visando amenizar o tratamento de dores crônicas.
1.4 Quem pode fazer tratamento por meio de hipnose?

É importante salientar que praticamente toda e qualquer pessoas pode ser


submetida ao tratamento de hipnose, salvo algumas exceções. Porém algumas
pessoas podem acabar sendo mais suscetíveis do que outras, podendo obter
resultados de maneira mais progressiva e em um curto prazo de tempo.
Grande parte das pessoas que recorrem a esse tipo de tratamento geralmente
é acometida por alguma patologia, dores ou até mesmo problemas psicológicos.
O cliente/paciente em questão deve estar verdadeiramente aberto ao perfil e
estilo do tratamento proposto pela hipnose, pois, somente assim, os resultados
poderão ser de fato mais eficientes e realmente satisfatórios.
Há também algumas exceções, como as de pacientes que não são indicados
para seguir esse tipo de tratamento. Geralmente esse tipo de caso refere-se às
pessoas que possuem algum tipo de transtorno mental grave, como
esquizofrenia, psicose, oligofrenia, deficit intelectual grave e se a pessoa estiver
sob o efeito de álcool e drogas. Nesses dois últimos casos, torna-se muito difícil
conseguir estabelecer foco ou o estado desejado para a hipnoterapia e, por isso,
o procedimento não atinge os efeitos desejados. Nos outros casos, há uma
dificuldade de acompanhar o processo, de aceitar as sugestões, podendo até
mesmo acarretar a piora do quadro do transtorno.

Para acessar áudios, vídeos, textos e diversos conteúdos, acesse o


aplicativo
CASA DOS 7 SABERES

2 http://www.portalmedico.org.br/pareceres/cfm/1999/42_1999.htm
2 Indução: modelos de técnicas

A indução estabelece a entrada no transe hipnótico. É a partir dela que o


cliente entra em um estado alterado de consciência. Existem muitas formas de
indução, como foco de atenção em um som específico, estresse sensorial visual
com foco em luzes alternadas, fixação do olhar em um ponto específico até os
olhos ficarem muito pesados e cansados.
2.1 Alguns elementos da indução

Permissão/validação/observação/utilização – permitir implica dar


opções ao cliente (pode, talvez), validar consiste em aceitar o cliente como ele é
e se apresenta, e isso inclui seus comportamentos, reação e experiências.
Observar o cliente para que possa utilizar seus sinais para a indução ao transe,
utilizando o que observa como ferramentas para a indução.
Evocação – comparar a hipnose com outros estados semelhantes que o
cliente já experimentou previamente, associando com seus recursos internos.
Sincronização – do terapeuta com o cliente em relação à postura e ao ritmo
da voz e da respiração. Denomina-se espelhamento, buscando espelhar o cliente
em gestos, respiração, ritmo de piscar os olhos, dentre outros aspectos, até que
se possa incluir uma conduta diferente e observar se o cliente acompanha.
Descrição – descrever o que observa em relação ao cliente para ajudá-lo a
entrar em transe. Exemplo: enquanto você está sentado e percebe seus pés
dentro dos sapatos, suas costas no encosto da cadeira [...].
Divisão/ancoragem – dividir implica criar uma dicotomia ou dualidade em
relação a conceitos ou palavras, como consciente/inconsciente; aqui/lá;
presente/futuro; dentro/fora. Ancoragem consiste em associar palavras com
gestos durante um diálogo com o cliente, como associar gestos com as mãos
com as palavras ditas, de forma que, cada vez que o cliente veja o gesto, já
associe à palavra. Também é possível ancorar um estado de relaxamento em
uma parte do corpo para que, cada vez que a pessoa leve sua atenção a essa
parte, sinta-se relaxada.
2.2 Exercício de voz de comando para melhor indução

É para adquirir, de forma inconsciente e normal, um tom de voz imperativo


e de comando direto. Criar uma fluência com sonoridade paternal que, muitas
vezes, é necessária ao profissional hipnoterapeuta.
Esse tom de voz, maneira de falar, nada tem a ver com o volume da voz e
sim com a firmeza com que as palavras são ditas. Há a ine-xistência de dúvidas
quanto ao que está sendo dito, mesmo quando se trata de uma simples sugestão.
Exercício da mesa com objetos.
1-Coloque vários objetos pequenos sobre uma mesa diante de você.
2 - Comande a si mesmo, com voz imperativa, a movimentação de objetos.
Diga que movimento deve ser feito, e o execute olhando diretamente para o ato.
Um detalhe importante: lembre-se de fazer isso, usando sempre um tom
imperativo na voz. Faça por, pelo menos, 15 minutos por dia.
O cérebro irá entender que tudo que é dito com esta voz ocorre de fato no
mundo real. Isto dará maior convicção na voz que é elemento essencial em uma
indução hipnótica.
Parece simples. No entanto, a mente, depois de algum tempo, passa a
acreditar piamente que, com aquela voz, tudo de fato se realiza de fato. Assim,
aos poucos, sua mente começa a ter maior autoridade e certeza naquilo que é
verbalizado.
2.3 Técnicas de induções rápidas

Um bom profissional de hipnose deve ter um bom conhecimento das


Técnicas de Induções Rápidas. Raramente as usará em consultório, mas isso é
muito importante para dar segurança ao profissional. Algumas dessas técnicas
também funcionam como um instrumento de aferição do grau de facilidade que
uma pessoa tem, ou não, de entrar e aprofundar em um estado alterado de
consciência.
As induções rápidas são mais usadas pela hipnose de entretenimento:
Hipnose Palco e Street Hipnose. No entanto, apenas reforçando, é
imprescindível que o terapeuta possua pleno domínio dessas técnicas.
Em todas elas, tendo um resultado positivo, mande fechar ou permanecer
com os olhos fechados e conduza um melhor aprofundamento para, só então,
colocar a sugestão que deseja.
1- Mão na Face: solicite à pessoa que foque em um ponto no meio da
palma da sua própria mão direita. Posicionando-a à frente de seu rosto.
Sugestione que os dedos irão abrir de modo automático e, enquanto isso ocorre,
verifique a capacidade de esta pessoa deixar de piscar durante estes poucos
segundos. Isto nos dá evidências de que esta pessoa é um sujeito focal. Quando
a pessoa consegue fixar o olhar e, com isso, para de piscar, é sinal de que é um
bom sujeito hipnótico. No entanto, se ela não consegue e fica piscando e
perdendo o foco, pode ser uma pessoa mais difícil de adentrar um estado
alterado de consciência. Pergunte-lhe se ela usa lente de contato, se está cansada
ou sob o efeito de algum medicamento. Esses fatores podem influenciar
negativamente no resultado desta técnica.
2- Mastro do Navio: peça ao sujeito que fique de pé, com os pés juntos e
os olhos fechados. Sugestione que ele é, de fato, o mastro de um navio em alto
mar. Diga-lhe que o navio sobe e desce as ondas. Você deverá perceber um
movimento de balanço do corpo. Posicione-se próximo, pois, muitas vezes, o
sujeito perde o equilíbrio e cai. Não faça essa técnica com várias pessoas ao
mesmo tempo, o risco de uma pessoa se machucar é grande.
3- Dedos que grudam: solicitar ao cliente que cruze os dedos das mãos, e
estique os dois dedos indicadores, afastando-os e prestando atenção no espaço
vazio entre os dois indicadores. Sugestione que os dedos vão se unindo um na
direção do outro independentemente da vontade. Diga que, quando os dedos se
tocarem, os olhos se fecharão e haverá um profundo relaxamento. De fato, os
dedos de qualquer pessoa irão se encontrar naturalmente independentemente de
alguma sugestão. Trata-se de um processo físico. Por isso, esse perfil de indução
rápida também é conhecido como pseudo-hipnose
4- Mão Leve: peça ao sujeito que feche os olhos e imagine que existe um
balão de gás preso a cada pulso. Sugestione que os balões de gás puxam os
braços (ou um braço) para o alto. Incremente dizendo que o fio que liga o pulso
ao balão está também sugando todas as coisas negativas e se torna vermelho,
maior e com mais força a cada segundo. Rapidamente você irá perceber que a
mão do sujeito irá começar a se erguer no ar. Depois de algum tempo peça a ele
que abra a mão, veja onde a mão está e corte o fio, liberando o balão para o céu
levando tudo que existia de negativo nele.
5- Mãos presas na frente: peça à pessoa que junte as mãos bem fechadas
com os dedos entrelaçados. Sugestione que ela não conseguirá abri-la graças ao
efeito colante da sudorese entre os dedos. Diga, com firmeza, que as mãos estão
coladas e nada nesse mundo irá conseguir separá-las, como uma escultura em
mármore, como uma massa de concreto que seca. Em alguns momentos, será
possível perceber uma alteração no tônus muscular. Neste instante, diga: –
Tente soltar suas mãos e veja o grau de dificuldade que irá encontrar. Um bom
sujeito hipnótico irá permanecer com as mãos presas até que você dê o
comando de liberação. Para fazer isso, segure as duas mãos presas do sujeito,
balance no ar e diga: – Solto! Liberado. O efeito cênico é muito interessante,
embora não seja de grande valia para a Hipnose Clínica.
Apenas serve como meio de aferição da capacidade de o sujeito entrar em
estado alterado de consciência.
6- Caneta que cai: peça ao sujeito que segure uma caneta ou lápis na ponta
dos dedos e com o braço erguido. Você deve sugestionar que, a cada segundo, o
peso da caneta aumenta e que, quando finalmente o objeto cair no chão, ele terá
um profundo relaxamento. O mais importante aqui é usar o tom da voz como
influenciador. Aumente o volume da voz todas as vezes que disser que a caneta
(ou lápis) está aumentando de peso, criando um encaixe entre o tom da voz e o
possível aumento de peso.
7- Mãos Presas na Cabeça: peça ao sujeito que mantenha as mãos
colocadas na região occipital da cabeça com os dedos entrelaçados. Você deve
sugestionar que será impossível ele liberar as próprias mãos, pois estas grudam
com o suor que se transforma em cola. O mesmo processo que ocorre com as
mãos presas na frente.
8- Aperto de Mão: um dos muitos métodos de quebra de padrão. Uma
pessoa espera que exista uma sincronia no movimento de balançar o braço ao
apertar a mão. Neste caso, você deve causar uma surpresa ao, repentinamente,
aumentar a velocidade e criar um estado de surpresa. Se for bastante rápido e
surpreendente, irá criar um estado alterado no sujeito. Neste momento, ordene
que ele feche os olhos e relaxe.
9- Braço de Aço: estique o braço do sujeito e levemente pressione o
cotovelo para frente enquanto sugestiona que o braço está ficando cada vez
mais rígido. O detalhe importante aqui é fazer com que ele vire o pulso da mão
na direção contrária ao movimento que você faz empurrando, pelo cotovelo, o
braço para frente enquanto ordena que o braço irá ficar cada vez mais rígido.
Aparentemente, ocorre uma resposta fisiológica em uma tentativa de evitar que
o braço seja quebrado, criando um estado de letargia localizado apenas no braço.
10- Fixação do Olhar: peça ao sujeito que olhe para um ponto fixo durante
algum tempo com total atenção. Depois de algum período, mande ele fechar os
olhos e relaxar. O estado alterado se dá por conta do estresse causado pela
fixação do olhar. Quando, finalmente, o sujeito é liberado para fechar os olhos e
relaxar, ele o fará com grande prazer e, com certeza, terá enorme facilidade de
adentrar um estado alterado de consciência.
11- Fixação do Olhar Como Movimento da Mão: peça ao sujeito que
olhe para o seu dedo polegar e o leve pelo alto da cabeça para trás do corpo
segurando a cabeça dele. Dessa forma, ele só poderá movimentar os olhos. Isto
cria um grande estresse sensorial absurdo, pois é um movimento ocular que
raramente fazemos no dia a dia. Depois de alguns movimentos para cima e para
baixo, faça um gesto rápido para baixo e o mande fechar os olhos e relaxar.
Ajude-o conduzindo, com sua mão, a cabeça dele para baixo.
12- Quebra de Padrão Apoio de Mão: esteja sentado e mantenha o sujeito
em pé à sua frente. Apoie seu braço no próprio joelho e peça ao sujeito que
empurre a sua mão para baixo. Depois de alguns segundos, libere o apoio. Este
movimento proporciona uma quebra de padrão. Com a brusca perda de
impedimento ao movimento, ele irá pender para frente. Segure a cabeça e
ordene que ele relaxe e entre em um estado alterado de consciência.
13- Letargia: sequência de toques que levam ao estado alterado. Observar
as pontas dos pés da pessoa que está sendo induzida. Peça ao sujeito que fique
de pé. Toque com força no timo, no pescoço e na nuca do sujeito em uma
sequência rápida. Induza que ele está ficando rígido, cada vez mais rígido. Para
melhor entendimento, veja os vídeos que disponibilizamos em nossa página na
Internet: http://www.hipnoseneurossensorial.com.br/presente.
14- Pêndulo: usando o pêndulo na mão do sujeito, sugestione, durante
algum tempo, os movimentos de um lado para o outro do pêndulo. Quando
perceber que o olhar está fixado no movimento do pêndulo e que já começa a
ocorrer o estresse sensorial, peça a ele que feche os olhos e relaxe.
15- Olhar Fixo: apenas a fixação do olhar nos olhos do hipnólogo e,
quando o estresse sensorial for percebido, ou seja, quando o olhar do sujeito
ficar fixo, sem piscar por algum tempo, peça ao sujeito que feche os olhos e
relaxe. Também pode ser feito com visualização de um ponto na parede ou um
objeto, como já vimos antes. O que deve ser destacado aqui é o estresse
sensorial.
16- Face Monstro: solicite ao sujeito que olhe firme em seus olhos sem
mover a cabeça. Sugestione que ocorre uma transformação hor-renda na sua
face (do hipnólogo). Para potencializar, durante o processo, mova a cabeça para
cima e para os lados. Faça isso rapidamente em movimentos curtos. Em algum
tempo, a visão do sujeito irá começar a criar uma alucinação transformando a
face do hipnólogo em algo assustador. Também é o tipo de indução que causa
um efeito cênico interessante, mas não tem nenhuma valia para o setting
psicoterápico. Muito pelo contrário, essa indução pode assustar seriamente as
pessoas. A explicação é simples: por falta de informação da visão periférica, a
mente cria imagens de acordo com a sugestão dada.
17- Olhar vago com ponto cego na face: para criar uma perturbação
mental e uma inconsistência no sujeito à sua frente, converse olhando no meio
da testa dele no centro acima dos olhos. A falta de contato “olho no olho” irá
criar este estado de confusão mental. Depois de algum tempo, basta ordenar que
ele feche os olhos e relaxe.
18- Piscadas (diminuir): sincronize as suas piscadas com as do sujeito à
sua frente. Comece a diminuir o ritmo das suas piscadas e veja se ele o
acompanha. Este processo irá induzir um bom estado de relaxamento.
Depois, basta comandar que ele feche os olhos e entre em um estado de
profundo relaxamento.
19- Indução com utilização de mandala: é possível usar um mandala,
figura circular com detalhes colorida ou não, que simula um movimento, e
solicitar ao cliente que foque sua atenção no centro desta, com olhos abertos, até
que sinta a necessidade extrema de fechar os olhos. Também tem a base de seu
efeito no estresse sensorial.
20- Repetição de estímulo rítmico: som com tambores indígenas,
repetitivo, que propicia entrar em estado alterado de consciência por meio de
indução de base auditiva; som de um mantra; repetição de uma palavra ou frase.
O foco de atenção aqui é o diferencial. Até mesmo o tique-taque de um relógio
de parede pode ser usado. Na verdade, pode-se usar, por exemplo, o barulho do
ar condicionado, sugestionando que existe nele uma melodia e, quem sabe,
vozes cantando uma música.
2.4 Técnicas de induções tradicionais

São as mais usadas em consultório. São amenas e conduzem o sujeito a um


estado prazeroso de relaxamento propício para a sugestão que planeja executar.
Lembre-se de ter um ambiente confortável e, de preferência, bem silencioso
para que o cliente/paciente não perca o foco de atenção em suas palavras.
Apenas reforçando que a indução é o processo para levar o sujeito ao estado
alterado de consciência, e a sugestão é a intervenção que desejamos conduzir de
acordo com a pretensão de resultado. Veremos outras induções mais à frente no
capítulo destinado à Hipnose Neurossensorial.
1- Relaxamento Básico: diga calmante ao sujeito: Libere o seu corpo.
Sinta-se bem, sinta-se calmo, sinta-se tranquilo. Perceba a respiração, o ar
entrando e saindo do seu corpo, o processo respiratório como um todo, o ritmo,
o ruído do ar entrando e saindo do seu corpo. Perceba que seus músculos, nesse
momento, relaxam. Você se sente mais calmo e tranquilo, cada vez mais
relaxado. É um relaxamento gostoso. É um relaxamento tranquilo e você [...]
calmamente comece a entrar em um estado alterado de consciência no estado
que irá lhe permitir reestruturar sua programação interna. Você está se
preparando para isso, e isto é muito agradável. Você se sente bem como se
flutuasse um centímetro acima de onde está. Os seus músculos relaxam, e você
sente o seu corpo cada vez mais leve, cada vez mais leve, da planta do pé direito
ao couro cabeludo do lado esquerdo de sua cabeça. O seu corpo relaxa, e uma
dormência agradável invade todo seu corpo. Você se sente neste momento
preparado para renovar, reestruturar, a sua programação interna, se sente bem e
feliz por essa oportunidade. (Comece a sugestão deste ponto.)
2- Relaxamento Muscular Progressivo: provavelmente uma das mais
usada em consultório. Peça a ele que vá relaxando aos poucos todas as partes do
corpo. Sinta seu corpo confortável [...]. Relaxe seus pés, sinta seus pés ficando
leves, cada vez mais leves [...]. Relaxe suas pernas, sinta a perna direita relaxando
[...] e a perna esquerda relaxando [...]. Solte [...], relaxe [...]. Quadris e órgãos
sexuais relaxados [...]. Relaxe sua coluna vertebral, as costas, os músculos das
costas [...], sinta-se cada vez mais leve [...]. Relaxe os órgãos internos, a barriga e
o peito [...]. Relaxe o coração [...]. Relaxe os ombros, os braços e as mãos [...],
cada vez mais leve e relaxado [...]. Relaxe o pescoço, a garganta [...]. Relaxe a
cabeça, o couro cabeludo [...]. Relaxe a testa, os olhos, a boca, a língua, o maxilar
[...]. Todo o corpo relaxado [...]. O corpo todo relaxado.
3- Contração Muscular Progressiva: é o contrário da anterior. Peça a ele
que vá contraindo cada parte do corpo e soltando, descontraindo. Algumas
pessoas têm dificuldade de compreender o que é relaxar e, ao contrair e soltar,
tendem a mergulhar mais profundamente no relaxamento. Contraia seus pés [...]
e relaxe [...]. Contraia suas pernas [...], relaxe [...] solte [...], descontraia [...].
Contraia seus quadris e ór-gãos sexuais [...]. Solte [...], relaxe [...]. Contraia sua
coluna vertebral, as costas, os músculos das costas [...]. Solte [...], descontraia
[...], relaxe [...]. Contraia os órgãos internos, a barriga, o abdome [...]. Solte [...],
relaxe [...]. Contraia o peito e o coração [...]. Solte [...], descontraia [...], relaxe [...].
Contraia os ombros, os braços e as mãos [...]. Solte [...], descontraia [...], relaxe
[...]. Contraia o pescoço, a garganta, os músculos da face, a testa [...]. Solte [...],
descontraia [...], relaxe [...]. Sinta seu corpo relaxado, leve, descontraído [...].
Todo o corpo relaxado [...]. O corpo todo relaxado.

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3 Sugestão hipnótica e visualização criativa

Todos nós somos sugestionados o tempo todo, seja pelas propagandas da


televisão, rádio, outdoors e busdoors, seja pela influência das pessoas com quem
convivemos em nossas vidas. Nós influenciamos pessoas e situações e, também,
somos influenciados por elas.
É muito fácil compreender isso quando uma pessoa diz a outra: – “Você
está com algum problema de saúde? Está abatida, pálida”. Mesmo que a outra
pessoa esteja se sentindo bem, muito provavelmente irá se olhar no espelho e
questionar-se se está bem ou mal. Da mesma forma, se uma pessoa fala que
todos em casa estão com piolho, a tendência é que haja um desejo de
afastamento para não pegar piolho e, talvez, a pessoa sugestionada comece a
coçar a cabeça só de pensar na possibilidade de pegar piolho.
3.1 A importância da sugestão

A sugestão hipnótica tem um poder muito grande quando o indivíduo já se


encontra em estado alterado de consciência, mas podemos utilizá-la:
Antes do estado alterado de consciência – “Quando você entrar em
estado alterado de consciência, sentirá um imenso bem-estar e uma enorme
capacidade de mudança...”
Durante o estado alterado de consciência – “Suas células se re-generam
neste momento, e sua saúde é restabelecida...”
Após o estado alterado de consciência (pós-hipnótica) – “Toda vez que
você ouvir a palavra TEMPO, automaticamente sentirá uma sensação
revigorante e uma força interna capaz de promover as mudanças em prol da sua
felicidade e saúde...”
As sugestões são essencialmente de dois tipos:
Sugestão verbal – a comunicação é utilizada por meio dos signos verbais
em prol de um objetivo que se deseja trabalhar.
Sugestão não verbal – a linguagem corporal é utilizada para influenciar o
cliente durante o período pré-transe.
Alguns fatores relevantes para o uso da sugestão
• Nossas crenças e valores são a base das nossas ações. Portanto, é relevante
conhecer a história do sujeito para que suas crenças sejam uma alavanca para a
reestruturação desejada.
• A mente inconsciente não faz distinção entre a imaginação e a realidade.
Por isso, a imaginação é tão potente e pode promover uma profunda
reabilitação ou recuperação da saúde.
• Se alguém acredita em algo, então se torna verdade. E o corpo sente isso
profundamente, pois mente e corpo estão inter-relacionados.
• O consciente é influenciado pelo inconsciente e pelos desejos mais
íntimos. Assim sendo, o trabalho com o inconsciente no processo de
hipnoterapia permite mudanças em nível inconsciente e consciente.
• Os estados de relaxamento permitem que as ondas cerebrais entrem em
estado alfa – oito ciclos por segundo, no qual é mais fácil entrar em contato com
o subconsciente e o inconsciente, promovendo alterações significativas.
• A confiança é extremamente necessária para que a crença nas sugestões
ofertadas seja efetiva.
• Dificilmente uma pessoa agiria contra seu sistema de crenças e, por isso, é
importante conhecê-lo e utilizá-lo como alavanca para a transformação.
As sugestões podem ser diretas ou indiretas
Sugestão direta – é aquela dada por aquele que está hipnotizando o outro.
Pode ter o enfoque voltado para a instrução (seu corpo está relaxando);
cognição (pense que você está relaxando profundamente); imaginação (imagine
que seu corpo está tão relaxado, que flutua); sensação (sinta o seu corpo
relaxado, uma agradável sensação de relaxamento).
Sugestão indireta – é aquela que tem uma linguagem embutida de
significado. Por exemplo, podemos sugerir que “Você não precisa se sentir
relaxado agora, mas sabe que, em algum momento, pode querer relaxar, pois
pode ser muito agradável”. Ou, ainda: contar uma metáfora, um evento que
pode ter acontecido com outra pessoa, falar de um valor que seja relevante para
o indivíduo e que possa ter relação com o sintoma, sem falar deste.
3.2 Técnicas de visualização criativa

Nesta seção, disponibilizamos apenas os conteúdos das visualizações


criativas. Lembre-se de utilizar algum recurso de indução antes das mesmas, que
você pode encontrar nos capítulos 2 (induções rápidas e tradicionais) e 6
(exemplos de induções aplicadas na Hipnose Neurossensorial). Lembre-se
também de utilizar algum recurso para promover a saída do estado alterado de
consciência, como contagem progressiva ou estalar dos dedos, por exemplo.
Técnica da luz verde de cura
Perceba a luz verde em você (utilizar o recurso da lâmpada de cor verde –
veja capítulo 5). Inspire e a luz verde se espalha pelo seu corpo internamente
[...], expire e a luz verde se espalha pela sua pele [...]. Inspire e a luz verde se
espalha por todo o seu corpo, expire e a luz verde se espalha por todo o seu ser
[...]. A cada respiração você sente a luz verde de cura tomando conta de você,
expandindo-se em todo o seu corpo e trazendo uma sensação de calma, bem-
estar e saúde [...].
A luz verde vai regenerando suas células, cada molécula, ossos, tendões e
órgãos do seu corpo [...]. Sua saúde vai se restabelecendo, e as lições que você
precisa aprender neste momento para se recuperar e regenerar, você aprende
com facilidade [...].
Essa luz verde é tão poderosa que equilibra seus pensamentos [...], suas
emoções [...], suas palavras [...], suas ações [...], o seu modo de lidar com os
estímulos externos [...]. Ela é tão poderosa que regenera seu corpo, trazendo
saúde, restabelecendo sua saúde [...].
E você vai se sentindo cada vez mais saudável [. .]. Seu cérebro funciona
melhor, seus neurônios se conectam com mais facilidade e trabalham de forma
ágil e plenamente [. .]. O corpo saudável [. .]. Emoções saudáveis [. .].
Pensamentos saudáveis [...]. Comportamentos funcionais e saudáveis [...].
E quanto mais saudável você se torna, mais tranquilo, confiante e seguro
você fica [...]. A saúde faz parte de você, integralmente [...]. Você é saúde plena
em todos os aspectos da sua vida [...].
Sinta-se assim: saudável, com a saúde plena, seu corpo, mente, pensamentos,
emoções, ações, regenerados, plenamente saudáveis.
Técnica do equilíbrio com a luz branca dourada
Imagine que uma luz branca dourada entra pelo topo da sua cabeça e vai
descendo por cada parte do seu corpo [...], espalhando-se por todo o seu corpo.
A luz branca dourada, de paz, tranquilidade, sabedoria, segurança, autoconfiança
e conexão vai descendo e se espalhando pela sua cabeça, seu cérebro, sinapses,
neurônios [...].
A luz branca dourada vai descendo pelo seu rosto, espalhando-se pela sua
testa, seus olhos, bochechas, maxilares, boca e língua [...]. Essa é uma luz
poderosa de paz, que acalma, dá tranquilidade e segurança [...], e ela vai se
espalhando pelo seu pescoço, sua garganta [...], descendo pelos seus ombros,
braços e mãos [...]. Sinta seu corpo sendo iluminado pela luz branca dourada [...]
e você vai ficando cada vez mais calmo(a), tranquilo(a), sentindo-se em paz.
A luz branca dourada vai se espalhando pelas suas costas, pela sua coluna
vertebral, trazendo uma sensação de refrescância, relaxamento, segurança e paz
[...]. Esta luz poderosa vai se espalhando pelo seu peito, iluminando seu coração,
seus pulmões, costelas, estômago, intestino, fígado, baço e todos os órgãos
internos [...].
A luz branca dourada vai descendo pelos seus órgãos sexuais, pelas suas
pernas, joelhos e pés [...]. O corpo todo iluminado pela luz branca dourada [...].
Todo o corpo preenchido pela luz branca dourada, de paz, tranquilidade, calma,
segurança.
Dentro de você, existe um refúgio de paz e tranquilidade [...]. Leve sua
mente para este lugar [...]. Sinta que, neste lugar, você não precisa ganhar nem
perder nada, você simplesmente é [...]. Fique uns instantes com você mesmo(a)
neste refúgio de paz e tranquilidade.
Perceba que, sempre que desejar, você pode fechar seus olhos e se conectar
consigo mesmo(a), com este espaço de paz e tranquilidade, este refúgio dentro
de você, sentindo-se bem, em paz, tranquilo(a).
Técnica da festa dos pensamentos positivos
Imagine que uma tesoura dourada corta os pensamentos negativos. A
tesoura dourada vai cortando todos os pensamentos negativos da sua mente
[...]3. Os pensamentos positivos invadem a mente, fazendo festa, coloridos,
dançando, felizes, alegres, e se espalham pela mente, ocupando todos os espaços
[...].
Eles até procuram os pensamentos negativos, mas não encontram [...] e vão
limpando tudo, colocando cores, felicidade, positividade [...] até que encontram
um pensamento negativo escondido, encolhido, em um cantinho da mente [...],
mas os pensamentos positivos são tão festivos e encantadores que abraçam o
pensamento negativo, o convidam para dançar, o embelezam, colocam cores
nele [...], e ele se transforma em um pensamento positivo. Agora está positivo e
grande como os outros: feliz e colorido[...].
Agora é o rei dos pensamentos positivos, o mais forte de todos. Convida
você a ir até o lugar que você mais deseja para ver a realização do seu sonho [...]
E ele leva você até lá [...] e mostra a você seu sonho sendo realizado,
conquistado, com facilidade. Ele é tão poderoso que é capaz de transportar você
para o futuro, onde seus sonhos já estão realizados, e você se sente feliz,
poderoso(a), realizado(a).
Na sua mente, os pensamentos positivos estão em festa, transformando suas
crenças, contribuindo para o seu crescimento pessoal e profissional, facilitando
sua felicidade [...]. Sinta em todo o seu corpo essa transformação. Os
pensamentos positivos transformam suas emoções, tornando-as mais assertivas,
funcionais, fazendo com que você consiga se expressar assertivamente.
Suas ações se tornam mais tranquilas, mais positivas e assertivas. Você é
uma pessoa mais feliz a partir de agora, com mais compreensão de si e dos
outros.
Técnica do vulcão de segurança
Visualize uma luz vermelha subindo pelos seus pés [...], ela traz calor para o
seu corpo. A luz vermelha sobe pelas suas pernas e vai se espalhando por todo o
seu corpo [...]. Essa luz vermelha é a força de um vulcão em erupção, um vulcão
que traz força e segurança para você.
Esse vulcão preenche os espaços do seu corpo, e a luz vermelha se espalha,
trazendo força, segurança, autoconfiança, autonomia e independência [...]. Esse
vulcão tem muita força e energia, e você absorve em todo o seu ser essa força e
essa energia.
Sinta-se poderoso(a), forte, saudável, cheio(a) de energia [...]. Um vulcão tem
uma força muito grande, mas esse é um vulcão de segurança, que traz para as
suas pernas uma base firme e forte, e espalha para todo o seu corpo a energia da
sensação de capacidade, de autonomia, de autoconfiança [...].
Cada vez que você inspira, a luz vermelha se espalha por todo o seu corpo.
Cada vez que você expira, a luz vermelha dá a você ainda mais força e segurança
[...]. Sinta o poder desse vulcão de segurança em você: nos seus pensamentos,
nas suas emoções, nas suas ações [...]. É você quem está no comando da sua
vida [...]. Você tem toda a força, segurança e autoconfiança de que precisa para
tomar as decisões na sua vida, com facilidade, respeitando a si mesmo e às
outras pessoas.
Sinta esse poder do vulcão da segurança em você [...]. A luz vermelha que
está em você, na sua inspiração e expiração facilita a potencialização da sua
autoestima, da sua segurança, da sua capacidade criativa, autonomia e
independência.
Técnica para o bem-estar e saúde
Mantenha o foco na sua respiração [...]. Imagine que dento do seu peito, no
seu coração, há uma luz branca, poderosa, de paz e tranquilidade. Essa luz é tão
poderosa que ela se espalha por todo o seu corpo, trazendo uma sensação de
paz e bem-estar [...].
Quanto mais essa luz branca se espalha pelo seu ser, mais você se sente
calmo e tranquilo, com a saúde se restabelecendo [...]. E essa luz vai se
espalhando para fora de você, para o local onde você está, para a rua, por toda a
cidade [...].
Veja essa luz branca se espalhando por toda a cidade [...], por todo o País[...],
pelo planeta Terra [...], para todo o Universo [...]. É uma luz poderosa, cheia de
força e energia de paz, de tranquilidade, de saúde e bem-estar.
Você faz parte dessa luz, e a luz faz parte de você [...]. Todo o seu ser é
beneficiado por essa luz nesse momento [...]. Você é uma parte importante da
sua família, do local onde você vive, do planeta Terra.
Você inspira luz branca e expira luz branca [. .]. Dentro e fora de você, há
uma atmosfera de luz, que transforma, renova, revigora e traz paz, tranquilidade,
bem-estar e saúde [. .]. Sinta-se saudável [. .], sinta-se em paz [...], sinta que todo
o seu ser se revigora e se renova nesta luz.
Técnica da cura egípcia (adaptada)4
Veja a si mesmo caminhando por um campo verde e florido [...], um campo
vasto, com um gramado perfeito, de uma cor verde especial[...]. Veja a si mesmo
espreguiçar-se em direção ao sol dourado e brilhante em um céu azul sem
nuvens [...].
Veja seus braços tornarem-se bem longos, estendendo-se, com as palmas
voltadas para cima, para o sol [...]. Os raios penetram pelas palmas e circulam
por elas e pelos dedos, e saem por meio das pontas dos dedos, de forma que há
um raio saindo de cada dedo [...].
Veja que, no fim de cada raio dos dedos de sua mão direita (para destros),
uma pequena mão completa se forma, e no fim de cada raio da sua mão
esquerda, perceba um olho [...]. (Os canhotos devem visualizar mãos na mão
esquerda e olhos na direita.)
Agora volte estas mãos e olhos para o seu corpo e use os olhos para ver o
caminho por meio de seu corpo, de modo que possa ver o que está fazendo [...].
Nas pequenas mãos, você pode usar escova de cerdas para limpar tubos de raios
laser para curar, bisturis dourados para operar, latas de unguento douradas e
azuis para curar e também fios dourados para costurar [...].
Quando tiver terminado o trabalho, saia do seu corpo pelo mesmo caminho
por onde entrou. Todo o lixo que foi retirado pelas mãozinhas deve ser jogado
para trás de suas costas [...].
Mantenha suas mãos voltadas para o sol e deixe as mãozinhas e os olhos se
recolherem para dentro de suas palmas, de modo a ficarem ali guardados para
uso posterior [...].
Então, abra os olhos.
Técnica do espelho mágico
Leve sua consciência para um lugar muito bonito, um local de que você
gosta e se sente bem [...]. Pode ser uma praia, um jardim, uma cachoeira, uma
fazenda [...], um local em que você se sente em paz.
Neste local, você sente seus pés tocarem o chão, sente uma brisa suave no
seu rosto e uma energia de autoconfiança [. .]. Você caminha e à sua frente vê
um espelho grande, um pouco maior que sua altura [...].
Este é um espelho mágico, que desperta o melhor em você, proporcionando
um encontro mágico [...]. Você se posiciona em frente do espelho e observa sua
imagem refletida nele.
E, olhando para dentro do espelho, observe que há uma imagem de você
diferente: mais bonita, mais forte, mais saudável, mais autoconfiante [...]. Essa
imagem poderosa, bem resolvida, que tem qualidades incríveis e sabe como
utilizar seus recursos internos para conseguir o que deseja, sorri para você [...].
E você observa essa imagem forte e poderosa de si mesmo, que, aos poucos,
sai de dentro do espelho mágico e vem na sua direção [...], convida você para
dançar e olha diretamente nos seus olhos [...].
Você dança com a sua imagem forte e poderosa, autoconfiante, com
excelente autoestima e autorrealizada [...]. A autoimagem poderosa lhe conta um
segredo de como chegou até ali [...]. Perceba o que é, sinta, escute, veja e
compreenda [...].
Essa autoimagem forte e poderosa e você se conectam profundamente, e ela
entra dentro de você [...]. A autoimagem e você se tornam um só [...]. Sinta-se
forte, poderoso(a), cheio(a) de energia, autoconfiante, com elevada autoestima
[...]. Sinta essa força dentro de você [...], o poder de saber utilizar
adequadamente seus recursos internos para resolver os problemas e ser mais
feliz a cada dia.
Técnica do encontro com a criança interior
Leve sua consciência para dentro de si, perceba o seu corpo funcionando, a
respiração movimentando seu abdome [...], perceba seus desejos mais íntimos, o
que talvez as outras pessoas achassem bobo, infantil ou, até mesmo, ridículo [...].
Permita-se entrar em contato com quem você é [...]. Neste momento, você
não precisa provar nada para ninguém, não precisa perder nem ganhar nada.
Você apenas é [...]. Existe um espaço dentro de você no qual sua criança interna
reside. Perceba esse lugar, leve sua mente para esse lugar.
Observe sua criança interna brincando [...]. Do que ela gosta de brincar? [...]
O que ela está fazendo? [...] Apenas observe [...]. Talvez essa criança já tenha
sido magoada, machucada ou ferida [...]. Aproxi-e-se dela e ouça o que ela tem a
lhe dizer [...].
Nesse momento, seja o(a) melhor amigo dessa criança [...]. Perceba o que ela
deseja, o que ela tem para lhe contar [...]. O que ela quer? [...]. Ouça sua criança
interna [...].
Diga para ela que você cresceu e que, a partir de agora, é você quem vai
cuidar dela. Independentemente do que aconteceu no passado, agora ela está
segura [. .]. Você sabe que as coisas nem sempre foram fáceis, mas agora você
dará a ela todo o amor de que ela precisa [...].
Segure sua criança interior no colo [...]. Abrace-a [...]. Cuide dela [...].
Brinque com ela [...]. Dê a ela segurança, coragem, força, proteção [...]. Sorria
para ela e veja ela sorrindo para você de volta [...].
Sua criança interior quer lhe dar um presente [...], abra o presente e perceba
o que é [. .]. Pode ser qualquer coisa, com forma ou sem forma, com cor ou sem
cor, com som ou sem som, algo material ou imaterial [...].
Abrace mais uma vez sua criança interna e perceba como é bom você dois
juntos, integrados, conhecendo as necessidades um do outro, compartilhando
seus segredos e sendo felizes juntos.
Agradeça sua criança interna e informe a ela que ela pode chamar você
sempre que quiser, indicar o que você deseja e contar com você.
Técnica do jardim encantado
Existe um espaço dentro de você, que é onde tudo é permitido, tudo pode
acontecer. Entre em contato com esse espaço [...]. Permita-se-se conectar com
este refúgio dentro de você [...].
Neste lugar de conexão consigo mesmo, de refúgio dentro de você, existe
um jardim encantado, onde tudo pode se transformar [...]. Sinta os seus pés
descalços sobre a grama [...].
Os animais de que você mais gosta estão neste jardim encantado, e você
observa tudo com alegria e curiosidade [...]. Você caminha pelo jardim e vai se
sentindo cada vez seguro e tranquilo.
Neste refúgio de felicidade e tranquilidade, onde tudo é permitido, você
observa os espaços [. .], o gramado verde [. .], os animais [. .], e percebe que à
sua frente tem um lindo castelo de cristal [. .]. Algo neste castelo de cristal
chama sua atenção, e você caminha na direção dele.
O jardim encantado é muito colorido e, ao fundo, toca uma música muito
agradável [...]. E você se aproxima do castelo de cristal e vê que há um portão
branco dourado que está aberto [...]. Você entra no castelo e observa as paredes,
as escadas, as cores [...].
Uma sensação muito agradável invade seu ser, e você continua caminhando
dentro do castelo, observando as coisas [...], até que vê uma porta toda dourada
e nela está escrito o seu nome [...]. Você entra pela porta, e o que encontra é
uma sala vazia e, ao fundo, um sábio [...].
Você se aproxima do sábio, senta-se à sua frente, e ele lhe diz que você pode
perguntar o que quiser [...]. É neste local de refúgio de felicidade e segurança que
você se sente confiante para compreender melhor certas coisas e faz perguntas
ao sábio e também ouve as respostas [...].
O sábio responde tudo com calma e tranquilidade, buscando passar para
você respostas com simplicidade e facilidade [...]. É muito fácil compreender o
que o sábio lhe diz [...pausa mais longa...].
Observe que é muito fácil perceber as respostas às suas perguntas, e você
fica agradecido por essa relação estabelecida com o sábio [...]. Ele agradece sua
presença e informa que, sempre que você quiser, pode ir até esse refúgio dentro
de você, no jardim encantado, e se encontrar com ele para conversar.
Despeça-se do sábio e perceba uma sensação de leveza e bem-estar.
Técnica diálogo com o medo
Perceba a si mesmo(a) e, dentro de você, entre em contato com suas
emoções [...]. Em que lugar do seu corpo está o medo[...]? Você consegue
perceber quais são seus medos [...]?
Perceba o que o medo já atrapalhou a sua vida, como ele faz você se sentir
[...]. O medo pode atrapalhar sua vida, mas ele tem algo a lhe ensinar [...]. Ele
não está na sua vida por acaso.
Ele quer ajudá-lo a superar as dificuldades, a ser mais forte, a vencer [...].
Visualize o medo como um professor [...]. Perceba a roupa que ele usa, seu
cheiro, o tom da sua voz [...].
Esse professor, o medo, quer conversar com você, explicar qual o papel dele
na sua vida e convidá-lo(a) para se sentar em um banco em uma praça [...]. Você
se senta ao seu lado, e ele começa perguntando sobre seus sonhos [...]. Como ele
tem atrapalhado seus sonhos [...]?
E vocês dois começam a conversar como bons amigos [...]. E você vai
percebendo que todo esse tempo ele apenas queria que você lhe escutasse [...],
que aprendesse com ele[...].
E, nesse momento, ele lhe diz o que ainda está fazendo na sua vida [...]. Qual
é o grande aprendizado que você deve ter com ele [... pausa maior...]. Você
escuta com atenção e compreende com facilidade tudo o que ele lhe diz.
Você se sente renovado(a), porque conseguiu compreender qual era o papel
do medo na sua vida [...]. Agora você é capaz de superar tudo, de enfrentar
novos desafios, de resolver as situações inacabadas e de ser cada dia mais feliz.
Agradeça ao professor (medo) tudo o que ele lhe ensinou [. .]. Ele dá a você
um abraço e se despede de você, pois, a partir desse momento, você não precisa
mais dele [. .]. E ele vai caminhando e indo embora [. .], cada vez mais longe [...],
até que você não consegue mais vê-lo.
Você se sente corajoso(a), repleto de energia para realizar o que deseja e
com mais capacidade para superar toda e qualquer situação na sua vida.
Técnica do elevador
De olhos fechados, perceba qual problema ou sentimento que mais o(a)
aflige nesse momento [...]. Mentalmente, dê uma nota de 1 a 10 para esse
problema ou sentimento [...]. Imagine que você tem em suas mãos um saco de
papel e que você escreve em um pedaço de papel o problema ou sentimento e
coloca dentro do saco de papel, fechando-o [...].
À sua frente, tem um elevador que vai até o décimo segundo andar, onde
tem um terraço [...]. Você entra no elevador e aperta o número 12 [...].
Chegando lá, depara-se com um terraço, onde você pode olhar para baixo e ver,
lá embaixo, na rua: árvores, pessoas, carros [...]. Você joga o saco de papel fora e
observa ele cair.
Então, você pega o elevador para descer, aperta o número um e, ao chegar
ao solo, desce do elevador e vai procurar o saco de papel [...]. E percebe que ele
caiu em uma poça de lama [...]. Você, com nojo, pega o saco de papel, um pouco
molhado e sujo e abre [...]. De um a dez, que nota esse problema ou sentimento
tem agora?
Mais uma vez, você fecha o saco de papel e entra no elevador, apertando o
número 12 [...]. Você está subindo no elevador [...]. Ele para no décimo segundo
andar e você, já conhece o terraço [...]. Vai direto para a parte em que consegue
jogar o saco de papel fora e joga lá para baixo [...].
Então, você desce no elevador, apertando o número um [...]. Ao chegar ao
solo, você vai procurar o saco de papel e percebe que ele caiu na copa de uma
árvore [...]. Você sobe na árvore, com certa dificuldade, para pegar o saco de
papel [...]. Ao conseguir descer da árvore, você consegue abrir o saco e olhar
dentro dele. Que nota esse problema ou sentimento tem agora?
Mais uma vez você fecha o saco de papel e entra no elevador, apertando o
número12 [...]. Você está subindo no elevador [...]. Ele para no décimo segundo
andar e você, já vai direto para a parte em que consegue jogar o saco de papel
fora e joga ele lá para baixo [...].
Mais uma vez, você desce no elevador, apertando o número um e, ao chegar
ao solo, você não consegue encontrar o saco de papel, mas continua a procurar
com muita dificuldade [...].
Então você vê que ele se rasgou porque já estava muito molhado, danificado
e está se desfazendo [...]. Você pega o resto que sobrou do saco de papel, já
irreconhecível e tenta olhar dentro, para ver se encontra alguma coisa, mas não
acha mais o papel que estava dentro dele. Que nota esse problema ou
sentimento tem agora?
[Fazer o exercício até que a pessoa consiga perceber uma nota bem baixa e
diferente do início do exercício.]
Perceba que é você quem está no controle da sua vida, que é você quem
escolhe o quanto de energia vai colocar nos problemas, nas emoções e nos
sentimentos [...]. Você determina para o que vai direcionar sua atenção [...]. Sinta
que você gerencia muito bem a si mesmo.
Técnica do perdão
Imagine uma luz forte no seu peito [. .], como o sol dentro de você [...]. E,
então imagine que essa luz se expande para todo o seu ser, espalhando-se por
todo o seu corpo e crescendo para fora de você [. .].
Visualize cada pessoa que, de alguma forma, você acredita que fez mal a
você ou o(a) prejudicou à sua frente [...]. Se for mais de uma pessoa, você pode
colocá-las ao lado uma da outra em frente de você [...].
Imagine o seu coração iluminado com essa luz [...] e que, do seu coração,
essa luz se expande e envolve cada pessoa à sua frente [...]. A luz vai na direção
de cada pessoa e envolve cada uma delas, permitindo que o amor se expanda e
cresça em você e nelas também [...].
Muitas vezes, a compreensão é dificultada porque não conseguimos
entender o que está por trás da ação ou das palavras da(s) outra(s) pessoa(s).
Mas, agora, você consegue compreender que cada pessoa tem seus problemas,
um modo específico de agir e reagir [...] e que, muitas vezes, o medo está por
trás de tudo isso.
Agradeça a cada pessoa [...] pelas trocas proporcionadas, pelo aprendizado
adquirido[...]. Sinta que, do coração de cada uma das pessoas à sua frente, do
coração de cada uma delas, emana uma luz na sua direção [...].
Aproveite essa oportunidade para pedir perdão também [...]. Sinta-se
amado(a), abençoado(a) [...]. Você perdoou e foi perdoado [...]. Sinta seu coração
leve, repleto de amor [...].
Agora libere essa(s) pessoa(s) [...], deixe-a(s) ir embora. Agradeça a cada uma
delas e sinta-se livre, leve.
Técnica faxina no coração
A partir de agora, você entra em contato com suas emoções. Perceba você
dentro do seu coração. [...] Você está dentro do seu coração. [...] Existem
emoções e sentimentos espalhados, alguns estão em lugar de destaque nas
prateleiras do seu coração, outros estão espalhados pelo chão.
[...] Algumas emoções e sentimentos precisam ir embora, mas antes têm algo
a lhe ensinar. [...] Imagine prateleiras no seu coração e comece a organizar as
emoções: o amor, a compreensão, a alegria, a colaboração, a empatia [...].
Cada emoção, cada sentimento, tem uma função na sua vida. Vá percebendo
essas funções e agradecendo. [...] Agora comece a organizar os sentimentos e as
emoções que estão espalhados pelo chão [...].
Cada sentimento é um professor e tem algo a lhe ensinar. A raiva. O que ela
tem para ensinar-lhe? [...] O medo. O que ele tem para ensinar-lhe? [...] O medo
tem uma função vital de sobrevivência, mas existem certos medos que paralisam
e prejudicam a nossa evolução. O que o medo ensinou a você? [...] A tristeza. O
que ela tem para ensinar-lhe? [...]
Continue organizando seu coração, percebendo as emoções e os
sentimentos. [...] Perceba que há uma lata de lixo cor-de-rosa na porta do seu
coração. E você começa a jogar fora, na lata de lixo, as emoções e os
sentimentos que não deseja mais na sua vida, mas observe que, antes de jogar
fora, é preciso compreender qual a lição aprendida com uma emoção ou
sentimento.
Organize seu coração e vá percebendo-o cada vez mais limpo, claro e
organizado. [...] Os sentimentos e as emoções que você deseja colocar nas
prateleiras são organizados com facilidade, e aqueles que você deseja jogar fora
trazem um aprendizado e, facilmente, você os libera, os deixa ir [...].
Agora vá finalizando a limpeza, a organização e veja seu coração claro,
limpo e organizado. [...] Um caminhão de lixo cor-de-rosa vem se aproximando
e retira a lata de lixo cor-de-rosa do seu coração e leva embora. Perceba o
caminhão se afastando em uma estrada, indo cada vez mais longe [...] cada vez
mais longe [... ] e você já não consegue mais ver o caminhão. Foi embora [...].
Perceba seu coração mais uma vez: claro, limpo, organizado, cada emoção
no seu devido lugar, uma sensação de leveza e bem-estar. Fique assim uns
instantes [...]. Eu vou contar até três e, quando eu chegar a três, você vai abrir
seus olhos; sentindo-se bem, em paz e tranquilo.
Técnica do gigante
Imagine que você é muito pequeno, do tamanho de uma formiga [...]. Sinta a
terra molhada sob seus pés, observe o tamanho das plantas e de todas as coisas
da natureza [...]. Você está pequeno e percebe que tudo à sua volta é grande.
As pessoas caminham [. .]. Você observa cada movimento das pessoas,
sempre atento(a) [. .]. E, então, mais que de repente, você está crescendo [...],
ficando maior que os carros, as árvores, os prédios [...]. Você vai ultra-passando
tudo o que era grande e agora está ficando pequeno [...].
Você está ficando grande como um gigante, forte como um gigante [...].
Olhe tudo de cima e perceba que todos têm as mesmas necessidades básicas [...],
todos precisam de comida e água [...], todos querem amor, afeto [...].
E você compreende, que muitas vezes, as pessoas agem por medo, culpa,
falta de entendimento, ou até desespero [...]. Você é capaz de observar tudo do
alto e entender que todas as coisas são pequenas e que você pode superar tudo
[...].
Grande como um gigante, forte e capaz de superar todos os desafios,
enfrentar qualquer obstáculo e compreender que tudo passa [...]. Veja-se como
uma benção, um presente para este mundo [...].
Você é grandioso, forte, e nada nem ninguém pode machucar você, a não
ser que você permita [...]. E por ser grande, você respeita tudo e todos e se
posiciona com facilidade, se expressa com facilidade e se valoriza e, por isso, as
pessoas reconhecem você como grande e também o(a) valorizam [...].
Você é um gigante cauteloso [...] e descobre que pode ajudar as pessoas [...].
Observe que existem locais que precisam de água [...], e você vai para o mar,
pega as geleiras e as leva para as áreas que precisam delas [. .]. Abre valas para as
pessoas fazerem plantações, e todos ficam agradecidos [...].
Sinta-se grande como um gigante [...] com uma sensação de gratidão, de
força, de grandeza do seu ser [...]. E, ao abrir os olhos, você continuará a ser
grande como um gigante, amoroso(a), cauteloso(a) e forte.
Técnica de projeção para o futuro
Perceba você no espaço [...], um lugar onde as construções são possíveis [...].
O passado ajudou você a chegar até o momento presente [...]. Hoje é um belo
dia, no qual você existe e pode realizar tudo o que desejar.
O futuro é o lugar onde tudo o que você deseja e realiza hoje se concretiza
[...], onde você poderá colher tudo o que plantou [...]. Por isso, visualize-se no
futuro, a partir do que você está buscando agora, realizando agora [...]. Leve sua
mente para o espaço no qual o futuro se encontra com o presente [...].
Neste espaço de encontro do futuro com o presente, onde o tempo fica
suspenso, você se percebe diferente, realizando seus projetos em outro nível,
com seus sonhos realizados [...].
Sinta no seu corpo a sensação do prazer da autorrealização, de ter
conquistado e realizado seus sonhos [...], sentido-se feliz e agradecido(a) por ter
atraído para sua vida tudo o que plantou e desejou.
Perceba-se fazendo as coisas para as quais se preparou durante toda a sua
vida [...]. E você está tão realizado(a), feliz e satisfeito(a), que as pessoas à sua
volta percebem seu crescimento e felicidade e pa-rabenizam você [...]. Sinta as
pessoas dando-lhe os parabéns pelas suas conquistas [...].
E você é convidado para participar de uma homenagem pelas suas
conquistas [...]. SIM, você será homenageado(a) por ter se tornado essa pessoa
incrível [...], por ter feito coisas maravilhosas e por contribuir com o Universo,
com sua singularidade.
Você é chamado(a) para subir em um palco, e um prêmio é entregue a você
junto com um troféu [. .]. Perceba que prêmio é esse [. . pausa maior. .].
Agradeça a todos pelo prêmio e pelo troféu [. .]. Agradeça a todos que
participaram do seu trajeto até essa vitória e se sinta feliz.
Perceba-se vitorioso(a), feliz e satisfeito(a) por ser quem você é [...].
Mentalmente diga seu nome completo e agradeça a si mesmo(a) por tudo o que
tem feito, por tudo o que já realizou e conquistou.

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3 [...] significa que deve dar uma pausa para assimilação.


4 Dr. Gerald Epstein, 1989, p. 71 (adaptado).
4 Hipnose clínica e auto-hipnose

A hipnose clínica vem sendo utilizada para tratar os mais variados


problemas e tem contribuído para que as pessoas possam se sentir melhor em
suas vidas nos aspectos físico, emocional, social, aprimorando a autoestima e
utilizando melhor seus recursos internos.
4.1 Os passos para preparar um ambiente bem estruturado para a prática
da hipnose clínica

1-Luminosidade e conforto para que o cliente se sinta bem no ambiente.


2-Adequação sonora – o ambiente livre de ruídos ou sons inter-mitentes que
possam causar perturbação no cliente.
3-Privacidade – na hipnose clínica, o cliente depende de uma exclusividade
da atenção do terapeuta e de um espaço individual para se sentir seguro e
confiante.
4-Janela temporal – o cliente deve estar ciente do tempo que a sessão irá
durar para que não se preocupe com sua agenda pessoal.
5-Preparação do cliente – deve se distanciar de todo equipamento que possa
causar interrupção na sua concentração, como relógio, tele-fone e outro
aparelhos eletrônicos que ele possa portar.
6-Conforto corporal – o cliente deve ser orientado a ir ao banheiro antes de
iniciar a sessão, ficar confortável (afrouxar o cinto, tirar o sapato, óculos, caso
sinta necessidade).
7-Apresentação da estrutura física – o cliente deve ser apresentado a toda
estrutura física relacionada ao ambiente onde ocorrerá as sessões para que sinta
confiança no processo.
8-Apresentação do terapeuta – uma breve apresentação da forma-
ção e experiência é útil para criar um bom rapport com o cliente.
9-Contrato de sigilo – o cliente deve ser informado que nenhuma
informação a seu respeito será divulgada pelo profissional terapeuta a quem quer
que seja sem sua autorização prévia.
10-Enquadramento – antes de se iniciar o processo, o cliente deve ser
informado dos valores e do formato das sessões, como tempo de duração,
periodicidade, tempo de tolerância de possíveis atrasos, reagendamento da
consulta, prazo para desistência da consulta, dentre outros aspectos relevantes.

4.1.1 O profissional de hipnose


Como grande parte das pessoas sabe iniciar uma nova profissão exige
também um grande conhecimento prévio para que seja possível conquistar os
resultados almejados. E, nesse sentido, cada vez mais pessoas vêm se
interessando sobre as técnicas e, também, sobre o que o profissional de hipnose
faz.
A hipnose é uma carreira que exige estudo e preparação para que o
profissional possa estar apto a iniciar sua empreitada para trabalhar como
profissional desse estilo de terapia.
Antes mesmo de partir para o investimento de conhecimento dessa
profissão, é interessante que o profissional priorize aprimorar alguns traços da
sua própria personalidade.
Um hipnoterapeuta de sucesso deve possui uma série de atributos básicos,
tais como:
• Empatia
• Paciência
• Simpatia
• Compreensão
• Sensibilidade
• Querer aprender sempre
• Ter prazer em contribuir na ajuda a outras pessoas
• Ter didática
• Possui uma boa dose de ética e responsabilidade
Se, por acaso, você sentir ou achar que não possui algumas das
características relacionadas acima, mas possui grande vontade de seguir nessa
área, pode considerar algumas soluções e alternativas, como investir no
aprimoramento pessoal por meio de cursos e treinamentos, desenvolver alguns
aspectos do seu modo de pensar, sentir e se com-portar, junto com um
profissional da Psicologia, ou até mesmo, recorrer a um processo de coaching.
O hipnoterapeuta é um profissional que realiza terapia a partir das
ferramentas e dos recursos da hipnose, tratando diversos tipos de problemas
emocionais, traumas, fobias e comportamentos diversos, além de muitos hábitos
e sentimentos indesejáveis.
Assim, o objetivo deste profissional é procurar ajudar seus clientes no
processo de encontro de alternativas que sejam significativas em relação às suas
atuais formas de pensar, sentir e agir.
Além disso, o hipnoterapeuta também procura ajudar os clientes a aceitarem
mais a si mesmos e os outros, sendo este um grande efeito quanto ao
desenvolvimento pessoal, pois é possível atingir a libertação do potencial
interior.
Com isso, diferente de muitos outros recursos terapêuticos, o tratamento de
hipnoterapia é avaliado como uma abordagem em curto prazo em que a
mudança pode trazer muitos benefícios com um número relativamente pequeno
de sessões.
Normalmente, na prática, a maioria dos hipnoterapeutas irá procurar fazer
uma combinação de procedimentos hipnóticos, como o aconselhamento
apropriado e outras técnicas terapêuticas. E mesmo que ocorra qualquer dúvida
sobre a combinação de habilidades que serão utilizadas, o terapeuta deve ser
requerido para que possa fazer uma explicação da metodologia que está
preferindo.
Muitas pessoas ainda possuem dúvidas sobre quem pode ser hipnotizado, e
a resposta é praticamente todos. Entretanto, é importante fazer uma observação
de que alguns são mais facilmente hipnotizáveis do que outros, além de
depender também de uma disposição para ser hipnotizado naquele momento.
Além disso, esta vontade própria irá depender de diversos fatores, além da
confiança no terapeuta em questão. Assim, entender qual é o nível de transe
deve ser necessário na intenção de conseguir alcançar um resultado benéfico,
mesmo que ainda haja alguma discordância, pois a maioria dos estudiosos
concorda que o nível ou a profundidade do transe obtido não possui nenhum
relacionamento com os resultados benéficos que podem ser alcançados.
Dessa forma, a hipnoterapia pode ser considerada como extraordinária e
eficaz. Mas, é necessário que as técnicas corretas estejam sempre presentes, pois,
se você estiver no momento certo e com um profissional adequado, então todas
as suas metas poderão ser alcançadas.
Assim, considerando que a hipnoterapia pode ser utilizada para poder ter
um acesso ao potencial interno de uma pessoa, então a maioria das pessoas que
realiza o tratamento com um hipnoterapeuta pode se beneficiar. Entretanto, não
irá depender apenas do potencial ou se a hipnoterapia está bem posicionada,
mas também de recursos internos da pessoa para que se tenha uma mudança
benéfica.
Pode-se dizer que a capacidade de cura natural do próprio corpo pode ser
estimulada pela hipnoterapia e, consequentemente, os diversos problemas que
podem ser passíveis de hipnoterapia são muitos e variados incluindo problemas,
como o estresse, a ansiedade, o pânico, as fobias, os hábitos e os vícios
indesejáveis, as perturbações de sono, a falta de confiança e baixa autoestima, o
medo de ter comunicação em público, as alergias e doenças de pele, a enxaqueca
e síndrome do intestino irritável, entre muitos outros problemas.
É importante salientar também que a hipnoterapia vai além da Medicina,
podendo ser muito usada na área de Odontologia, Psicologia, na Fisioterapia, na
Enfermagem e outras profissões de saúde.
O hipnoterapeuta pode ser extremamente útil quando coloca em prática
métodos que podem auxiliar em vários pontos da vida das pessoas, incluindo a
saúde mental e emocional, um melhor bem-estar físico, o trabalho no
desenvolvimento espiritual, na criatividade, na motivação, nas preocupações de
negócios, na realização dos mais diversos objetivos, e muitos outros pontos que
podem ser positivos.
4.1.2 Como funciona uma sessão de hipnose?
A hipnoterapia consiste em um processo onde o terapeuta deverá usar
recursos da hipnose como um caminho de comunicação junto com seu paciente.
Essa comunicação se dá diretamente na mente do indivíduo.
A hipnose é uma importante ferramenta que, cada vez mais, vem sendo
procurada para se tornar possível ultrapassar as questões relacionadas a um
determinado problema – e isso ocorre por meio do estado alterado de
consciência.
O estado alterado de consciência quando feito durante uma sessão
proporciona ao paciente a chance de quebrar padrões considerados limitadores
e, até mesmo, contribuir para que sejam feitas mudanças de crenças e, também,
no comportamento do indivíduo.
Trata-se de um processo absolutamente natural e muito seguro, sendo
considerada uma excelente opção para lidar com inúmeras situações.
Uma sessão de hipnose consiste basicamente em cinco etapas importantes.
São elas:

Entrevista:
Logo na primeira sessão com seu paciente, é preciso realizar uma pesquisa
investigativa de qual será o problema a ser tratado. Nesse caso, o hipnoterapeuta
precisa identificar quais são as possíveis causas ou situações que podem estar
atrapalhando ou desenvolvendo maiores dificuldades para a pessoa que está em
busca de tratamento.
O paciente deverá, portanto, revelar ao terapeuta todos os dados e as
informações necessárias para o andamento do tratamento, para que o
profissional consiga avaliar o melhor caminho a ser tomado. Podemos dizer que
esse primeiro contato ajuda a estabelecer uma maior relação de segurança e, até
mesmo, confiança de ambas as partes.

Conversar é o primeiro passo da hipnose:


Primeiramente, é necessário estabelecer uma relação de confiança com seu
cliente. Muitas pessoas procuram a hipnose com certo medo ou ceticismo, por
conta disso, essa conversa é tão importante.
Além disso, é aqui que você vai entender melhor o transtorno da pessoa e
irá estabelecer, juntamente, com o paciente a abordagem mais adequada durante
o estado de relaxamento. Aqui, é preciso deixar alguns pontos bem esclarecidos.
O que é e como funciona a hipnose: explique exatamente o funcionamento
da técnica. Tire todas as dúvidas do seu cliente, não importa quanto tempo isso
demore.
Deixe claro os limites: fale para o cliente como nada será feito contra a sua
vontade. Todas as sugestões indicadas serão preestabelecidas nessa fase de
conversa, e somente elas serão feitas. Além disso, deixe claro que, se ele quiser a
sessão, pode ser gravada.
Fale sobre os benefícios: sempre diga para o seu paciente os beneficios da
hipnose. Cite, por exemplo, que ela pode melhorar o desempenho no dia a dia e,
também, ajudar o seu corpo a relaxar. O importante é mostrar como a técnica é
eficaz.
Também é relevante perguntar ao cliente se existem imagens, cheiros,
lugares, cores ou sons com os quais ele se sente mal, tem medo ou sente alguma
dificuldade ou aversão.

Indução ao relaxamento:
Aqui começa o processo de hipnose em si. Deixe o ambiente o mais
silencioso possível e utilize alguma das técnicas de indução propostas no
capítulo 2.
O cliente deverá ficar confortável durante a sessão, geralmente se indica que
ele permaneça de olhos fechados e se entregue a uma sensação de relaxamento,
calma, tranquilidade e até mesmo paz.
Diante disso, torna-se possível diminuir a frequência mental, ou seja, ocorre
o que chamamos de estado alterado de consciência.

Aprofundamento:
Comece a falar sobre alguma situação tranquila para que o cliente vá ficando
cada vez mais relaxado. Você pode pedir a ele que visualize um caminho
tranquilo, uma grande escada que ele precisa subir, ou um campo cheio de
flores. Em alguns casos, o cliente, em estado alterado, já relata que se vê em
algum lugar ou sente algo específico. É importante que o hipnoterapeuta saiba
aproveitar o que o cliente traz para aprofundar o estado.
Em seguida, diga que você irá iniciar uma contagem de dez até zero, e,
quando você terminar, ele estará em um estado de total relaxamento. Pronto,
seu paciente já está em um transe completo.
Ao aprofundar o relaxamento do cliente, é possível conduzir que ele seja
direcionado a um tipo de transe muito mais profundo. Nessa situação, deixa-se
de lado o filtro mais crítico da consciência.
Ao se alcançar esse estágio, torna-se possível ocorrer a comunicação mais
direta com a mente inconsciente entre o paciente e o hipnoterapeuta.
Como curiosidade, vale destacar que o sono terapêutico pode equivaler a
praticamente oito horas de sono fisiológico – para se ter uma ideia de como o
relaxamento é profundo.

Sugestões:
Nesse momento, o paciente deverá estar em estado de transe, e é possível
iniciar o processo de sugestão terapêutica. Aqui é possível estabelecer e trabalhar
todas as questões que motivaram o cliente a procurar esse tipo de terapia,
utilizando sugestões por meio de palavras, sons, cores e outras sensações e
percepções que sejam adequadas ao tratamento.
Nessa etapa, você começará, com o tom de voz sempre suave, a dar
sugestões para o subconsciente da pessoa. Fale sempre com tranquilidade e de
forma pausada.
As orientações que você vai dar tem de ser especificamente aquelas
acertadas na etapa da conversa. Não tenha pressa de dar as sugestões ao
paciente, lembre-se de que você está lidando com o subconsciente de alguém,
logo é preciso muita calma e paciência.

Saída do estado alterado de consciência:


Depois de serem tratadas as questões e pontos acerca dos problemas do
paciente, ele poderá ser tirado do estado de transe e, assim, retornar ao seu
estado normal.
Algumas formas de tirar o cliente do transe hipnótico:
• contando de dez até um ou de cinco até um (se você iniciou com
contagem progressiva, pode terminar com contagem regressiva);
• sugestionando que, ao estalar dos seus dedos, o cliente abrirá os olhos,
sentindo-se bem, com energia e desperto;
• sugerindo que é o momento de perceber o corpo, as mãos, os pés, com
consciência do corpo, inspirando profundamente e abrindo os olhos;
• sugerindo que, na hora em que o cliente sentir um toque em sua testa, sairá
do estado alterado de consciência e abrirá seus olhos, sentindo-se bem,
autoconfiante e com energia.
O hipnoterapeuta deverá colocar os pontos tratados para o paciente e
realizar as conclusões finais da sessão!
4.2 A hipnose na prática clínica

A hipnose clínica requer do terapeuta uma abordagem mais voltada para as


questões que o cliente traz e como contribuir com o cliente por meio de técnicas
de hipnose, objetivando seu aprimoramento e melhora do quadro clínico. É
importante ressaltar que a palavra cura não cabe no processo, pelo menos não
por parte do terapeuta, pois é o próprio cliente que se cura no processo,
utilizando seus recursos internos e despertando seus potenciais. O terapeuta é
um facilitador desse processo.
Na primeira consulta o especialista vê, ouve e analisa o paciente para fazer o diagnóstico e
propor o tratamento. Por outro lado, o paciente também vê, ouve e analisa o especialista
para saber se pode contar suas queixas e confiar no profissional. Desde o momento em
que o paciente entra na sala de consulta, entra em funcionamento a comunicação pela
nossa atitude. (FERREIRA, 2003, p. 131)
O estabelecimento do vínculo terapêutico ocorre com o tempo, mas é
essencial que ele se inicie desde o primeiro atendimento, uma vez que a
confiança na relação terapêutica é essencial. Por isso, a comunicação utilizada
pelo terapeuta é a base para que o cliente se sinta à vontade para relatar suas
queixas e para se dispor a aderir ao tratamento.
Nesse contexto, tudo precisa ser levado em consideração: o tom da voz, a
linguagem corporal, a expressão fácil, os objetos com os quais terapeuta e cliente
interagem durante a consulta etc., pois a interação entre ambos é constante, e a
ação de um pode causar uma reação em outro.
Não é adequado usar técnicas que sejam apenas confortáveis para o
terapeuta, por já serem conhecidas e estarem na zona de conforto, mas escolher
as melhores técnicas para o caso em questão. Isso implica dizer que as pessoas
são diferentes, mesmo que tenham problemas semelhantes e que devem ser
avaliadas de forma singular, sendo tratadas como únicas.
Uma das estratégias que usamos é pedir ao cliente que indique o que gostaria
de trabalhar naquele momento, algo que para ele seja mais importante, pois isso
facilita o nosso trabalho. E, então, podemos criar algo exclusivo para ele.
Ocorre que, muitas vezes, os clientes não sabem o que querem, o que os faz
tristes ou felizes e têm dificuldades em relação ao reconhecimento de suas
próprias emoções. Nesses casos, devemos propor um encontro consigo mesmo,
uma viagem para dentro de si, para que possa se conhecer e se reconhecer.
A terapia com hipnose ou hipnoterapia não se utiliza apenas de técnicas de
hipnose, muito embora possamos ter uma sessão que haja somente a hipnose
como recurso terapêutico em função do tempo de uma determinada técnica.
Mas, geralmente, há um diálogo que permite que o terapeuta avalie o progresso
do tratamento, o que foi colocado em prática, resultados da auto-hipnose
(indicada pelo terapeuta) e como o cliente se sente.
Ferreira (2003, p. 133 e 134) destaca alguns pontos relevantes para
desenvolver um bom rapport com o cliente:
• prestar atenção ao cliente e entrar em sintonia com ele;
• observar o cliente, sua história clínica, as emoções relatadas, os temas que
mantêm o foco e as palavras que mais utiliza;
• avaliar o canal sensorial preferencial (cinestésico, visual ou auditivo) – veja
no capítulo 5;
• observar as respostas não verbais do cliente;
• conhecer as técnicas e as teorias para saber o que e como vai proceder com
o cliente;
• adquirir confiança do cliente: saber como escutar, ser ético, expressão
adequada da linguagem corporal e expressão fácil; ser autoconfiante;
• ter bom senso, sensibilidade e acolhimento às reações e aos sentimentos
do cliente;
• ser objetivo na avaliação;
• ser criativo para criar metáforas em cima das palavras que o cliente utiliza,
para modificar a orientação da indução ou das sugestões em função de uma
demanda do momento presente.
Os clientes podem procurar terapia com hipnose pelos mais diversos
motivos: indicação de alguém, por curiosidade, como último recurso em busca
de uma solução para o problema, um teste para saber como funciona a terapia
ou para sair de um dos padrões estabelecidos – negação, fuga, entrega ou
enfretamento do problema, dentre outros.
O terapeuta precisa saber lidar com todos esses motivos pela hipnose
clínica, esclarecendo o que é e como funciona a hipnose e mantendo o foco na
personalidade do cliente, nos problemas e nas queixas relatados.
Na primeira sessão, após o cliente relatar seu problema, devem-se fazer
perguntas específicas para extrair mais informações acerca da sintomatologia
descrita. Alguns exemplos são:
• Quando você tem esse sintoma, que pensamentos e sentimentos estão
associados?
• Consegue perceber o que sente fisicamente diante do sintoma?
• Como se sente em relação ao sintoma?
• Que comportamentos têm diante do sintoma? O que faz?
• Você associa este sintoma com algo específico na sua vida?
• Tem algo na sua vida que gostaria de mudar? O quê?
• Existem situações específicas nas quais o sintoma ocorre?
Ao utilizar as técnicas de hipnose nas sessões terapêuticas, deve-se adotar
um tom de voz calmo e constante para que o cliente consiga absorver as
induções e sugestões passadas. O tom de voz deve ser treinado para que o
hipnólogo clínico tenha confiança no modo como passa as informações e para
que o cliente se sinta confortável com a entonação utilizada, confiando a si
mesmo para o transe hipnótico. Para que seja efetivo, o cliente tem de querer
entrar em transe e se entregar ao processo, o que ocorre com mais facilidade a
partir da confiança no trabalho e na pessoa do terapeuta.
Durante a utilização das técnicas de hipnose, é essencial observar a
linguagem corporal do cliente, o modo como respira e se movimenta, se emite
algum som ou palavras e se demonstra algum sinal ideomotor (aquele que faz
involuntariamente com alguma parte do corpo, como por exemplo, movimentar
um dedo do pé ou da mão, movimentar um dos joelhos ou músculo da face).
No decorrer do processo terapêutico, podem-se associar sinais verbais e não
verbais para o cliente entrar em transe e para sair do mesmo com mais
facilidade. Por exemplo: a palavra “agora” e três toques na testa para entrar em
transe; a palavra “sair” e um toque no ombro para sair do estado alterado de
consciência.
A hipnose clínica pode ser mais beneficiada com técnicas de auto-hipnose,
que o terapeuta pode ensinar ao seu cliente como recurso facilitador e que dá
continuidade ao processo terapêutico.
4.3 Auto-hipnose

Toda hipnose é auto-hipnose, pois é necessário o foco de atenção do sujeito


para que a indução tenha seu efeito. O conceito de auto-hipnose, no entanto, é
o de entrar em transe independentemente da ação de outra pessoa, ou seja, você
com você mesmo, sendo o sujeito indutor e ator. Pode ocorrer, até,
espontaneamente, sem intervenção nenhuma de quem quer que seja, nem do
próprio sujeito que, só posteriormente, se dá conta do fato de ter estado em
transe durante certo período de tempo. Com dedicação e método, uma pessoa
pode facilmente conseguir entrar em transe por própria vontade mediante algum
expediente que ela mesmo crie e se condicione a ele.
O profissional pode assumir o papel de agente ou instrutor para ajudar o
cliente a conseguir este estado agradável. Alguns profissionais de hipnose
gravam áudios para seus pacientes, para serem usadas entre as sessões. Um bom
exemplo é o uso da hipnose no tratamento de dores crônicas, onde, muitas
vezes, áudios são usados pelo paciente conforme a sua necessidade.
Uma outra forma é a criação de sugestões ou visualização criativa em
conjunto – terapeuta e cliente – para que o cliente grave com sua própria voz
em um dispositivo que seja mais acessível e, depois, possa ouvir em diferentes
momentos, de acordo com a necessidade.
Um dos percursores da auto-hipnose foi Émile Coué (1857-1926), psicólogo
e farmacêutico francês que introduziu métodos de psicoterapia, cura e
autotratamento, baseados em autossugestão ou auto-hipnose. Seu livro Auto
maestria por autossugestão consciente causou enorme sensação quando da publicação
na Inglaterra, em 1920 e nos Estados Unidos, em 1922. Uma de suas célebres
frases: “Todos os dias, sob todos os pontos de vista, eu vou cada vez melhor”
(TRIPICCHIO, 2008).
Esta célebre frase promove na pessoa que a repete uma sensação de
autogerenciamento sobre sua vida e suas emoções. Na auto-hipnose, é a própria
pessoa que pratica a hipnose com o propósito de autoconhecimento, de entrar
em contato consigo mesmo cotidianamente e, até mesmo, de dar continuidade
ao tratamento proposto pelo terapeuta.
A auto-hipnose é um estado altamente sensível, no qual as sugestões são dirigidas a si
mesmo. Pode ser altamente eficiente quando judiciosamente empregada [...] nos pacientes
nos quais se deseja aumentar o relaxamento, a concentração, a autoconfiança, ou pro-
longar a sua ação em casos como dores crônicas, zumbidos [...] ou alguns hábitos (por
exemplo, tabagismo), mas sempre observando o princípio fundamental, jamais remover
um sintoma sem saber para que ele serve. (PASSOS e MARCONDES, 1998, p 93)
É adequado que o terapeuta ajude o cliente a construir as sugestões a serem
trabalhadas e acompanhar a evolução do caso, buscando avaliar a cada sessão os
avanços feitos pelo cliente. Podem-se propor autossugestões que serão
efetivadas durante períodos determinados de tempo, como uma semana, 15 dias
ou um mês. Tudo depende do modo como o cliente funciona. Há pessoas que
têm mais facilidade em relação à disciplina para a prática de auto-hipnose do que
outras. Ao final do período estipulado para determinadas sugestões, podem-se
fazer alterações conforme as necessidades do cliente.
O terapeuta, ao perceber a necessidade de passar ao seu cliente a técnica da
auto-hipnose, deve orientá-lo a realizar todo o processo:
1-Sentar-se ou deitar-se em posição confortável.
2-Utilizar de uma técnica escolhida para a indução ao transe (uma palavra a
ser repetida, um som, fixação do olhar, contar de cinco a um prestando atenção
na respiração ou qualquer outra técnica de indução de preferência do cliente).
3-Oferecer a si mesmo sugestões positivas (aqui entra a criação prévia de
frases como poderoso recurso para alavancar resultados). É possível escolher e
imaginar um local que se sinta confortável para isso.
4-Sair do estado de transe (contando de um a cinco prestando atenção na
respiração, trazer a consciência para os pés e as mãos, movendo-os, abrir os
olhos).
Sempre coloque seu objetivo em termos positivos. É bom dar à sua mente
inconsciente um conjunto completo de instruções antes de entrar em transe.
Faça questão de criar uma “rede de segurança” (IMERJ, 2017):
“Eu quero entrar em transe para relaxar (ou obter uma resposta para
___________) e eu quero permanecer em transe por “X” minutos, ou até
conseguir o meu objetivo. Neste momento, vou sair do transe, sentindo-me
relaxado(a), descansado(a) e bem.
Já dissemos que “toda hipnose é auto-hipnose”. Essa frase representa um
contexto amplo de que é o próprio sujeito que se permite hipnotizar e aceita as
induções e sugestões realizadas pelo hipnotizador. No processo da auto-
hipnose, o indivíduo dirige sua energia e atenção a si mesmo deliberadamente e
é o sujeito de sua própria mudança interna.
Algumas palavras poderosas para a utilização na auto-hipnose:
• Fácil; Facilmente; Com facilidade – temos a tendência a atribuir dificuldade
a algumas situações, e isso tende a prejudicar o sistema de crenças, pensamentos,
tomada de decisão e comportamentos. Atribuir facilidade abre portas para novas
possibilidades. Exemplo – É muito fácil me sentir bem e seguro.
• Saudável; Saudavelmente; Com saúde – estas palavras tendem a atribuir um
significado positivo para as nossas realizações. Exemplo: Eu emagreço com
saúde; Mesmo diante de desafios, me sinto saudável.
• Pleno; Plenitude – consistem em palavras que beneficiam a sensação de
totalidade do ser, de integração consigo mesmo. Exemplo: A cada dia me sinto
mais pleno; É muito fácil sentir plenitude; Trago para mim a sensação de
plenitude.
• Feliz; Felicidade – todos querem ser felizes, mas, muitas vezes, há
processos de autossabotagem que prejudica a felicidade. Exemplo: A felicidade
está disponível para mim; Sou feliz aqui e agora.
• Recuperar; Recuperação – estas palavras lembram que é possível uma
transformação positiva. Exemplo: Minha recuperação é notada por mim e por
todos; Eu me recupero nos mais variados aspectos da minha vida.
• Vida; Viver; Vivo – a vida é única e deve ser saboreada a cada instante. O
indivíduo que valoriza a vida tem mais chances de ser feliz e de se recuperar de
problemas. Exemplo: Minha vida está cada dia melhor. Eu vivo com energia,
força e vitalidade.
• Agradecer; Agradecimento; Gratidão – ser grato implica o reconhecimento
de si mesmo e de seus feitos diante das oportunidades da vida. Exemplo: Sinto a
mais profunda gratidão pela oportunidade da vida. Agradeço a mim mesmo por
me permitir entrar em estado de auto-hipnose.
Você pode acrescentar muitas outras palavras a esta lista, com o objetivo de
auxiliar o cliente ou a si mesmo a utilizar as palavras como sugestão positiva e
alcançar novos resultados.
Certa vez uma de nossas clientes se sentia feia e não se olhava no espelho.
Durante as sessões de hipnose, sugerimos que ela se olhasse no espelho todos os
dias durante 30 segundos e dissesse a si mesma: – “Eu me amo, eu gosto de
mim, eu sou uma pessoa incrível”. Também deveria repetir isso a si mesma ao
acordar, de olhos fechados, antes de se levantar da cama e ao se deitar para
dormir. Parece uma tarefa muito simples: apenas 1 minuto e 30 segundos por
dia divididos em três doses de 30 segundos.
No início, ela tinha dificuldades de fazer, mas aceitou o desafio para realizar
essa tarefa por 30 dias. A cada sessão, ela relatava seus avanços e trazia
solicitações para o setting terapêutico em função das suas dificuldades. Alguns de
seus relatos foram: – “É difícil eu me enxergar dessa forma”; – “Acostumei a
não me ver”. Até que ao final de 25 dias, ela chegou ao consultório relatando: –
“Nossa, estou muito feliz, hoje. Quando olhei no espelho, eu me vi e percebi
que eu sou uma pessoa incrível, generosa, amiga, altruísta, cheia de vida, capaz
de muitas coisas. Acho que nunca tinha me enxergado de verdade porque eu só
via meus defeitos e não minhas qualidades. Tudo mudou dentro de mim. Agora,
entendo que o espelho apenas reflete quem eu sou”.
Esse é apenas um exemplo de como as palavras podem ser um diferencial
em nossas vidas, e o modo como nos entendemos está diretamente relacionado
com signos verbais e linguísticos. Atribuímos significados pessoais às palavras e
aos objetos.
Se, em uma sala lotada de pessoas, solicitarmos que cada um imagine uma
cadeira de olhos fechados e depois abram os olhos e descrevam a cadeira
imaginada, vamos perceber que cada pessoa imaginou uma cadeira diferente.
Por que isso ocorre? Porque cada pessoa, além de internalizar o conceito de
cadeira, também atribui sentido, associa experiências e memórias relacionadas a
este objeto. Assim, uma pessoa pode imaginar uma cadeira de balanço e outra
pessoa uma cadeira giratória de escritório.
Cada pessoa tem um mundo porque cada um absorve informações, associa
ideias e experiência, tem estímulos de uma determinada forma, internalizando
modos distintos de lidar com as coisas, os sentimentos e as pessoas.
A auto-hipnose contribui no processo de transformação pessoal, de
conscientização de emoções, regeneração e saúde, para a autocompreen-são,
autoaceitação, autoestima, felicidade e valorização de si mesmo.

Exercício de auto-hipnose 1:
Sente-se ou deite-se confortavelmente, preste atenção na sua respiração e dê
um comando a si mesmo de que agora é hora de relaxar e prestar atenção em si
mesmo. Se algum pensamento atrapalhar esse momento, agradeça-lhe pela sua
presença e deixe-o ir, simplesmente mande-o embora. Busque perceber como
estão suas emoções, como você se sente nesse momento, perceba seu coração,
suas batidas, perceba como o seu corpo se apresenta para você e leve sua
atenção para alguma parte do seu corpo que está tensa. Imagine que você pode
respirar nessa parte e soltar, relaxar. E mentalmente comece a sugerir a si
mesmo que todas as respostas dos seus problemas estão dentro de você e que é
muito fácil acessar essas respostas sempre que você precisar. Traga à sua
consciência uma questão real que, no dia a dia, você sente que precisa resolver.
Pergunte a si mesmo qual a melhor solução para esse problema e deixe que a
resposta surja em sua mente. A primeira resposta geralmente é a correta,
portanto busque apenas confiar em si mesmo, na sua capacidade de lidar com o
mundo. Sinta-se confiante e perceba que a resposta pode vir de muitas formas
(palavras, música, símbolo etc.). Caso sinta dificuldade em um primeiro
momento, pergunte a si mesmo: – “O que uma pessoa muito sábia diria em uma
situação assim?” E deixe acontecer. Perceba as possíveis respostas. Ao final,
agradeça a si mesmo pela oportunidade que se deu de estar consigo mesmo.
Inspire profundamente, conte até cinco e abra os olhos.
Exercício de auto-hipnose 2:
Antes de ir dormir, deite-se confortavelmente, preste atenção na sua
respiração e dê um comando a si mesmo de que agora é hora de relaxar e prestar
atenção em você. Conte de cinco até um prestando atenção na respiração e
comece a repassar os eventos que ocorreram no seu dia desde o momento em
que você acordou. Vá agradecendo aos eventos e se despedindo de cada um.
Isso mesmo, despeça-se de cada evento, mesmo aqueles que não tiveram
resolução. Faça isso até chegar ao último evento antes de se deitar, despedindo-
se das pessoas e dos eventos. Fale para si mesmo sugestões programadas, tais
como: É muito fácil me desligar dos problemas; Eu posso dormir
profundamente com tranquilidade; O sono é reparador e regenera minhas
células, recuperando minha saúde [. .]. Ao final, despeça-se de si mesmo, diga
seu nome em sua mente e dê boa noite para você mesmo, agradecendo pelo dia
e dizendo boa noite a si mesmo. E então, prontifique-se a dormir.

Exercício de auto-hipnose 3:
Este roteiro deve ser preenchido de forma assertiva por você, gravado com
voz imperativa (de comando) e, depois, você deve ouvir com seu fone de
ouvidos quantas vezes quiser. Esse perfil de auto-hipnose é chamado de
Afirmações Positivas e não necessita de se colocar em um estado alterado de
consciência. Pode-se ouvir, portanto, fazendo qualquer atividade da mesma
forma que você ouviria uma música. Mas, lembre-se de preencher de forma
assertiva e grave com sua voz em um tom de comando.
Eu, COLOQUE AQUI O SEU NOME COMPLETO, nasci-do em DATA
DO SEU NASCIMENTO, DIA, MÊS E ANO, neste momento, desfaço todos
os bloqueios mentais, físicos, espirituais e emocionais nesta ou em outra
dimensão qualquer, que atrapalhem qualquer mudança que desejo na minha vida
e no meu corpo físico, mental e espiritual e emocional.
Quaisquer contratos inconscientes de votos de pobreza, castidade ou de
qualquer outra sorte que me impeçam de alterar meu corpo, minha mente, meu
DNA ou minha vida são neste momento e para sempre desfeitos.
A partir deste momento, eu aumento a minha disposição física a cada novo
amanhecer.
A partir deste momento, tenho o corpo perfeito, saúde perfeita e sempre
terei até o fim dos meus dias. Meu corpo sempre será perfeito e com grande
ânimo e equilíbrio emocional.
A partir deste momento, tenho saúde perfeita em todo o meu corpo físico,
mental, espiritual e emocional.
A partir deste momento, SOU MERECEDOR DE TUDO DE COM QUE
O UNIVERSO PODE ME OFERTAR!
A partir deste momento, tenho saúde física, emocional e mental de forma
fácil e saudável.
A partir deste momento, consigo alcançar a meta de ____kg, com saúde.
A partir deste momento, sou próspero e vitorioso em minha profissão.
A partir deste momento, sou ___________________________
A partir deste momento, realizo _________________________
A partir deste momento, consigo ________________________.
A partir deste momento, estas palavras estão ligadas a mim, viajam pelo
campo quântico e serão ouvidas em qualquer lugar do UNIVERSO em que eu
esteja.
Sou merecedor de tudo que o universo me oferta de bom.
A riqueza existe em abundância, e estou preparado para receber a minha
parte deste rico universo. Sou uma pessoa melhor todos os dias e conquisto
coisas incríveis.
Todos os dias sob todos os aspectos, eu vou cada vez melhor.
Tenho um potencial infinito e uso essa força para o meu crescimento e o
das outras pessoas Da mesma forma que o sol distribui seu poder para todos, ele
brilha também dentro de mim e me conecta com a prosperidade.
Sou saudável, sou amor, sou compreensão, sou próspero.
Por que estou sempre mais saudável todos os dias, rápida e saudavelmente?
Por que estou cada vez melhor disposto?
Por que consegui alcançar minhas metas rápida e saudavelmente?
Por que estou cada vez mais saudável, com o corpo perfeito e flexível?
Por que atingi a meta de ter saúde perfeita rápida e perma-nentemente?
Por que sou um profissional próspero e vitorioso em minha profissão?
Por que ___________________________________________?
Por que ___________________________________________?
Por que alcancei a meta de ____kg, de forma saudável?
Qualquer coisa, pessoa ou energia que bloqueie minha autoestima, alegria e
determinação são neste momento e para sempre desfeitos.
Todos os dias, de todos os pontos de vista, eu vou cada vez melhor!
Tudo que impede, cria resistência ou dificulta que eu atinja minha meta de
saúde perfeita, e tudo que isso é e representa vamos destruir e eliminar agora?
SIM!
Tudo que há de melhor na vida vem a mim com facilidade, alegria e glória.
Porque quem imagina e sabe o que significa: cria!
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o aplicativo
CASA DOS 7 SABERES
5 Hipnose neurossensorial

A Hipnose Neurossensorial (HNS), processo desenvolvido pelos


profissionais Prof. Dr. João Oliveira e Profª. Drª. Beatriz Acampora, consiste na
utilização de instrumentos, equipamentos e recursos para potencializar o estado
alterado de consciência, atuando diretamente por meio dos canais sensoriais,
criando condicionamentos neuroas-sociativos, com ancoragens poderosas de
cores, luzes, cheiros e sons, obtendo melhores resultados para o
cliente/paciente.
A combinação de estratégias específicas traz um diferencial para a hipnose
enquanto ferramenta que permite ganhos rápidos, sendo um tratamento
poderoso e eficaz para diversos problemas, como ansiedade, depressão, traumas,
fobias, baixa autoestima, insegurança, problemas de relacionamento,
neuroplasticidade cerebral, doenças psicossomáticas, dentre outros.
Antes de começarmos a trabalhar com a Hipnose Neurossensorial, é
necessário que tenhamos conhecimento de nosso canal sensorial preferencial
para que isso seja o ponto focal a ser explorado durante o processo de
indução/sugestão. Lógico, que esse conhecimento deve ser usado para que
adentremos esse universo, o que irá facilitar o reconhecimento do canal
sensorial preferencial de nosso cliente/paciente.
Como sabemos, são três tipos de sujeitos definidos pelos canais sensoriais
preferenciais: cinestésicos, visuais e auditivos.
As pessoas que possuem o canal sensorial mais voltado para o tato, olfato e
paladar são as cinestésicas. As que vivenciam o mundo mais pela visão são as
visuais. Já aquelas que possuem o canal auditivo mais forte são, obviamente, as
auditivas.
Sabendo disso, podemos direcionar as induções neurossensoriais de forma
mais aderentes ao perfil de cada pessoa que tenhamos como cliente/paciente.
Com o tempo e a prática, não é necessário aplicar nenhum teste nos
clientes/pacientes. Uma boa olhada na forma como se vestem, se movem e
falam já é o suficiente para saber com quem estamos lidando.
Para descobrir qual o canal sensorial mais importante em uma pessoa,
criamos um pequeno teste (não é científico nem finalista) que pode ser feito por
qualquer um em menos de cinco minutos. Basta apenas marcar uma única
resposta em cada questionamento. Quanto mais rápido e inconsciente for a
resposta, mais apurado será o resultado:
5. 1 Questionário para a percepção de canal sensorial preferencial

1-Ao encontrar um amigo que não vê há muito tempo, primeiro você:


01. Dá um forte abraço
02. Percebe como ele envelheceu
03. Grita o nome dele de longe como saudação de alegria

2-Em uma lanchonete:


04. Olha todos os produtos expostos e escolhe o que vai comer
05. Pede ao atendente que lhe tudo diga o que tem para servir
06. Só come o que já provou antes. Melhor não arriscar

3-Reunião de amigos antigos, você:


07. Ouve mais do que fala, não quer se expor tanto
08. Emociona-se com as histórias de vida dos amigos
09. Observa como as roupas demonstram as personalidades

4-Em casa no domingo à tarde:


10. Fica deitado descansando que é muito bom
11. Ouve uma boa música antiga no rádio
12. Assiste a um bom filme na televisão

5-Melhor para fazer em um parque temático:


13. Vê tudo antes de se prender em alguma atividade
14. Procura um funcionário para que possa lhe explicar as opções
15. Vai experimentando uma a uma todas as opções de lazer

6-No almoço durante a semana:


16. Não têm como errar: é só pedir o de sempre, afinal tempo é dinheiro
17. Você gosta de experimentar novidades no paladar
18. É claro que não vai pedir nada antes de dar uma boa olhada nos pratos já
servidos

7-Praia no domingo
19. Detesta areia, sol e água: mistura nojenta
20. Excelente opção, afinal o dia está lindo com o sol perfeito
21. Só se for forçado pela família. Praia sempre é um local cheio de tumulto

8-Conversando com o seu superior


22. Percebe logo quando ele está, ou não, de bom humor
23. O tom da voz releva a intenção antes mesmo de ele falar sobre o assunto
24. Se ele estiver desarrumado, é problema com certeza

9-Sempre que pode


25. Para e ouve as conversas distantes de outras pessoas só por curiosidade
26. Sente o cheiro das pessoas, dos lugares... cada um possui sua própria
identidade
27. Observa os detalhes dos lugares, sempre há algo diferente e espetacular

10-Não há como negar


28. Você gosta mesmo é de coisas gostosas para comer
29. Você seria um bom crítico de cinema
30. Todo mundo acha que você é muito calado

11-Sabe aquela pessoa de que você não gosta?


31. Ela fala alto demais
32. Ela sempre está com o desodorante vencido
33. Ela se veste como um homem de neandertal

12-E tem aquela pessoa de que você gosta muito


34. Ela é gentil e educada na mesa
35. Tem uma voz agradável
36. Sabe tudo de moda e dá boas dicas

13-Onde é um bom local para se estar?


37. Em casa, na sala assistindo à televisão
38. Na praia, tomando sol, mergulhando...
39. Em um local silencioso e tranquilo

14-Sei que ele não gosta de mim porque:


40. Ele não me olha nos olhos quando fala
41. Ele me toca muito quando fala comigo
42. Ele nunca me deu um único abraço

15-Percebo que o relacionamento daquele casal não vai durar muito


porque:
43. Eles são muito melosos, isso não é bom
44. Eles nunca estão com as roupas combinando
45. Olha a distância que estão um do outro: eles não se amam

16-Logo que a(o) vi notei que:


46. Não tinha o rosto perfeito
47. O sotaque não era daqui
48. Suas mãos eram calosas

17-Feijoada com os amigos no final de semana para mim é:


49. Saborosa
50. Uma bagunça só
51. Barulhenta demais

18-Lazer? Para mim o melhor é:


52. Um lanche bem saboroso
53. Um passeio em um museu ou jardim
54. Ouvir uma boa música que pode ser clássica ou MPB

19-Quem gosta mesmo de mim deve saber que:


55. Não gosto de muitos abraços e beijos
56. Presente bom mesmo é um vinho ou chocolates
57. Adoro livro de fotografias ou sobre cinema

20-Para terminar:
58. Por favor, ilumine mais esse local
59. Dá para diminuir o ar condicionado?
60. Desligue mesmo porque ele faz muito barulho

Agora, veja o gabarito. Coloque as letras C, V ou A na frente de cada


resposta que você deu e, no final, conte quantas vezes ocorreu cada letra.
Não há reposta certa. Caso tenha obtido um resultado onde um dos canais
sensoriais tenha se sobressaído mais que os outros, como, por exemplo, C11 ,
A4 e V5, sabemos que seu canal auditivo precisa ser trabalhado, e que o
cinestésico prevalece sobre os demais.
No entanto, se o resultado foi algo próximo a A7, V7 e C6, você está muito
bem, pois os canais estão equilibrados. Ruim é quando um canal nem aparece ou
aparece uma ou duas vezes. Para isso, é bom praticar alguns exercícios de
elevação de canal.
Este teste não possui rigor científico e serve apenas como um indicador.
Não tenha isto como uma decisão judicial, apenas procure melhorar os canais
que, por acaso, tenham obtido piores resultados.
Com o resultado, podemos escolher que tipo de indução/sugestão será
melhor aceita pelo sujeito e, com isso, podemos obter melhores resultados.
Caso algum dos canais tenha dado um resultado extremamente baixo, você
pode fazer alguns exercícios de neuróbica para melhorar sua percepção neste
canal. Aqui temos algumas dicas que podem ser úteis:

Para melhorar o canal preferencial: Auditivo


1-ficar algumas horas de olhos vendados (experimente colocar uma venda
para não cair na tentação de abrir os olhos);
2-ao ouvir música, perceber os sons dos diferentes instrumentos;
3-durante um minuto, prestar atenção ao maior número de sons à sua volta
(vá nomeando em voz alta o que ouve);
4-cantar (em coral ou sozinho no banheiro);
5-falar experimentando diferentes tons e velocidades (mais agudo/mais
grave; mais rápido/mais lento).

Para melhorar o canal preferencial: Cinestésico


1-tomar banho no escuro, prestando atenção à sensação corporal;
2-procurar um objeto dentro da bolsa ou pasta só pelo tato, prestar atenção
às diferentes texturas dos objetos (roupas, almofadas, papel);
3-sentir o cheiro da comida antes de começar a comer, sentir que perfume as
pessoas estão usando;
4-receber massagem, fazer banho de ofurô, aplicação de argila;
5-antes de dormir, ir relaxando uma parte do corpo de cada vez, prestando
atenção às sensações.

Para melhorar o canal preferencial: Visual


1-jogo da memória, caça-palavras, jogo dos sete erros...;
2-durante um minuto, perceber o maior número de cores à sua volta;
3-ler, ir às exposições (quadros, fotos), ir ao cinema, pintar;
4-ficar algumas horas do dia sem falar, comunicando-se por bilhetinhos
(avise às pessoas à sua volta);
5-mudar a arrumação de móveis ou objetos do seu quarto (ou da casa toda).

Um bom profissional de hipnose deve ter seus canais bem desenvolvidos


para poder entender melhor o outro que está à sua frente. Identificar o canal
preferencial do cliente/paciente é o primeiro passo para uma boa sessão de
Hipnose Clínica Neurossensorial.
5.2 Os sentidos humanos e a Hipnose Neurossensorial

A Hipnose Neurossensorial, como já sabemos, se aproveita dos canais


sensoriais de uma forma mais direta que a hipnose clínica tradicional. Assim,
luzes, cheiros e sons são usados ou elencados pela sugestão para potencializar
resultados.

QUATRO SENTIDOS MAIS USADOS EM CONSULTÓRIO: visão,


audição, olfato e tato.

Olfato
Na cavidade nasal, encontra-se a pituitária que possui inúmeras terminações
nervosas. Os bulbos olfatórios fazem parte do sistema límbico e são apenas duas
sinapses que os separam da amígdala e seis sinapses do hipocampo. Desta
forma, as respostas emocionais são rápidas e inconscientes. Podemos perceber
os feromônios sem ter nenhuma consciência deles e criar estruturas de respostas
a diferentes tipos de cheiros e aromas. Além disto, para que possamos sentir o
cheiro de algo, as moléculas devem chegar a seu nariz. Trata-se, portanto, de
contato físico com substâncias químicas.

Audição
Audição é a percepção do som pelo ouvido. O som é a propagação de ondas
mecânicas em meios aos materiais, fazendo, portanto, da audição a percepção da
vibração. A frequência de audição de um ser humano normal é padronizada,
podendo chegar à faixa de 20 a 20000 Hertz, que resume a possibilidade de
percepção consciente das vibrações sonoras. Algumas frequências, acordes e
harmônicos podem causar reflexos na estrutura psíquica. Isso ainda é tema de
debates e pesquisas.

Visão
Os olhos captam a luz que incide sobre a retina que é uma superfície
parabólica de tecido vivo formado por células fotorreceptoras. Ela possui dois
tipos de células fotossensíveis, os cones e os bastonetes. Os cones são as células
capazes de distinguir as cores. Menos sensíveis à luz, mas geram uma imagem
mais nítida, rica em detalhes. São três tipos de cones: um que se excita com a luz
vermelha, outro que se excita com a luz verde e o terceiro que se excita com a
luz azul.
Tato
O sentido do tato é o primeiro sentido a se desenvolver no homem e é
importantíssimo para o crescimento, desenvolvimento e aprendizado da criança,
pois, por meio do toque, ela consegue receber estímulos de outras pessoas,
adquirindo confiança e autoestima. Além da pressão, do toque, pode ser usada a
sensação térmica como elemento potencializador da sugestão.
5.3 Instrumentos e recursos da Hipnose Neurossensorial

Os equipamentos e recursos utilizados são divididos em dois perfis:


1-equipamentos e recursos para o aprofundamento e ancoragem das
induções;
2-equipamentos de Aferição ( biofeedback).
Equipamentos para o aprofundamento e a ancoragem: lâmpadas de
cores diversas; lâmpada estroboscópica; aromas e cheiros; lâmpada
infravermelha; autofalantes para sons e frequências; e esteira massageadora.

Lâmpadas de cores diversas

Existem vários modelos diferentes de lâmpadas coloridas. Usamos esse


modelo que é controlado remotamente e permite que as cores sejam alteradas
rapidamente. Pode-se prender a lâmpada na parede ou colocar em algum lugar
que fique direcionada para o cliente/paciente.
O uso das cores é estudado há muitos anos pela cromoterapia e especialistas
afirmam que cada cor exerce um efeito sobre a pessoa. Basicamente, são sete
espectros de cor (A CURA ATRAVÉS DAS CORES, 2018).

VERMELHO – é uma cor primária, fonte da vitalidade, fornecendo


energia, saúde, reativação mental e física; estimula a ação, ameniza o cansaço,
estimulando a ação e a conquista. Também pode ser associada à destruição e
renovação do que é ruim ou se deseja alterar.
Aspectos Psíquicos:
• Efeito de elevação
• Dá maior confiança e iniciativa
• Supera depressão e inércia
• Estimula a força de vontade, coragem e segurança
• Produz a sensação de estar no aqui e agora
• Desperta a sensação de poder, consciência física e sexualidade
• Estimula a autoestima e a criatividade
• Torna a pessoa mais prática e objetiva
• Representa saúde e autoafirmação

LARANJA – é uma cor entre o vermelho e o amarelo, fonte de sabedoria e


otimismo, sendo considerada uma cor quente. Ajuda a remover medos e
inibições, a combater a depressão e a fadiga. É energizadora e ajuda a favorecer
a expressão e o diálogo.
Aspectos Psíquicos:
• Inova as ideias
• Facilita o raciocínio para a ação
• Proporciona sensação de bem-estar, alegria, satisfação, leveza e prazer
• Equilibra a ação e o pensamento
• Dispersa pensamentos e sentimentos negativos
• Ajuda a manter a serenidade psíquica
• Ajuda a remover inibições, repressões e condicionamentos do passado
• Inspira a confiança

AMARELO – revitalizante, associada ao poder do sol, favorece a


autoconfiança, afastando o medo e as incertezas, potencializa o estímulo mental
e a criatividade. Contribui para a vivacidade, alegria, des-prendimento e leveza,
produzindo desinibição, alegria e fortalecendo a expressão da personalidade.
Aspectos Psíquicos:
• Estimula o raciocínio lógico e os poderes de racionalizar
• Melhora o autocontrole
• Contribui para uma atitude harmoniosa em relação à vida, favorecendo o
equilíbrio e o otimismo
• Ajuda a se conscientizar do seu próprio inconsciente e de tudo que está
reprimido
• Ajuda a pessoa a tomar decisões
• Sugere alegria, diversão e descontração
• Facilita a explanação de ideias e o dom da palavra

VERDE – é considerada a cor do equilíbrio e da harmonia do corpo físico,


mental e emocional. É uma mistura de azul e amarelo, propiciando saúde e bem-
estar. Muito utilizada para a regeneração e o processo de cura do indivíduo. Tem
também um efeito calmante, relaxante e refrescante sobre os nervos e músculos.
Aspectos Psíquicos:
• Permite a serenidade psíquica
• Equilibra os pensamentos
• Relaxa a mente e o corpo físico
• Estimula o desejo de nutrir, de ajudar os outros a crescer e a se
desenvolver
• É estabilizador emocional, tem força equilibradora
• Ameniza as perturbações
• Ajuda a remover os medos

AZUL – é considerada uma das cores de maior propriedade terapêutica,


principalmente por sua ação sobre o sistema nervoso central. É uma cor fria e
elétrica, que, além de tranquilizar e acalmar, também tem efeito estimulador, que
está ligado a uma força motriz interna. Propicia paz e relaxamento.
Aspectos Psíquicos:
• Traz quietude, relaxamento e paz mental
• Ajuda a mudar os padrões negativos de comportamento, pensamentos
obsessivos e negativos
• É associado à ideia de amizade, amor, felicidade, harmonia e higiene
• Proporciona a expansão da consciência
• É a cor da intuição, da paz, da serenidade e das faculdades mentais
superiores

ÍNDIGO – é uma mistura do azul com vermelho. É considerada uma cor


relaxante das tensões, mas que, ao mesmo tempo, se encar-rega de energizar o
corpo e a mente. Tem efeito tônico e vitalizante, facilitando a ampliação da
compreensão. Propicia a sensação de calma e compreensão da realidade da vida.
Aspectos Psíquicos:
• Clareia e limpa as correntes psíquicas do corpo
• Contribui para estabilizar pensamentos obsessivos, compulsão, agitação
mental
• Aumenta a lucidez ampliando a capacidade da consciência
• Ajuda a estabilizar partes do corpo afetada por tumores e repressões
mentais ou emocionais
• Ajuda a liberação dos medos e inibições
• Tem poder de reformas interiores em todos os níveis do ser

VIOLETA – é a mistura do vermelho com o azul. Contribui para restaurar


a paz e a calma. Favorece uma mente livre de preconceitos, capaz de considerar
a vida e o Universo com liberdade, respeito e sintonia; propicia a observação do
passado e do futuro com mais clareza e exatidão, com ampliação da consciência
da evolução constante da vida.
Aspectos Psíquicos:
• Proporciona equilíbrio da mente, silêncio e paz interior
• Contribui para a valorização de si enquanto indivíduo
• Favorece o esclarecimento mental
• Estabiliza a expressão
• Tem efeito sobre as manifestações neuróticas
• Eleva a autoestima e autoavaliação
• Ajuda a esclarecer as ideias
• Aumenta a dignidade e o respeito próprio
• Facilita o gerenciamento emocional
• Ajuda a gerenciar o ódio, a cólera e a irritabilidade
• Contribui para a diminuição do ciúme, medo e angústia

A forma de utilizar as cores será melhor detalhada no capítulo 6.

Lâmpada estroboscópica

Usamos em nosso consultório um modelo que não emite som. Isso ajuda a
manutenção de um estado alterado especial, já que a cadência sonora está em
uma frequência que não será perturbada pelos ruídos rápidos emitidos pelas
lâmpadas estroboscópicas tradicionais. Essas lâmpadas têm uma utilidade
fantástica, mas só devem ser usadas com pessoas que nunca apresentaram
convulsões e que não possuem fotofobia. Também devem ter sua utilização
regulada, de forma branda e com breve tempo nas primeiras sessões. Utilizar de
forma não controlada pode gerar reações adversas, como dor de cabeça ou
enjoos. Jamais use essa lâmpada sem antes questionar esses pontos com o seu
cliente/paciente.

Lâmpada infravermelha
É considerada uma luz terapêutica, muito utilizada por fisioterapeutas para
tratar dores musculares, tendinites etc. Dentre seus benefícios, estão:
relaxamento, aumento e melhora da circulação e retardo do envelhecimento da
pele.
Até a NASA percebeu que o infravermelho é uma ótima maneira de manter
o coração dos astronautas em condições ideais. Outros benefícios são que,
também, aumenta a atividade enzimática no sistema digestivo e aumenta o
metabolismo (VIX, 2017).
Muito boa para potencializar o efeito de calor da luz vermelha normal.
Quando usamos o vermelho para queimar ou destruir estruturas danosas ao
cliente/paciente, ligamos essa lâmpada infravermelha que gera uma intensa
sensação real de calor. Isso cria um estado poderoso de crença no sujeito que,
realmente, algo físico está ocorrendo. Afinal, ele está sentindo na própria pele.
Geralmente associamos esse poderoso instrumento com sugestões de
acordo com o propósito do cliente/paciente: emagrecimento e queima de
células adiposas, regeneração celular, destruição de células cancerígenas,
aumento da imunidade, rejuvenescimento, recuperação da energia física e
mental, dentre outros.

Autofalantes para sons e frequências


Um cuidado especial deve-se ter com a aquisição de caixas de som. As
frequências que são usadas dependem de um alto padrão de resposta. Por isso,
tenha o cuidado de adquirir autofalantes ou caixas de som sempre com o melhor
padrão de resposta possível. O barato não trará o efeito de que necessitamos no
setting psicoterápico.
Em http://www.hipnoseneurossensorial.com.br/presente, você irá
encontrar um material de sons e frequências para incorporar em seu repertório.
A utilização da frequência de 4 ou 8 Hz, como pano de fundo em um áudio,
auxilia no relaxamento. Já o uso de frequências como 40 e 50 Hz causa um
efeito de energização. Apenas não podem ser usadas por muito tempo –
máximo de quinze minutos – para não causar incômodo na pessoa que ouve,
lembrando que, em estado alfa (desperto), o máximo que alcançamos é de 30
Hz.
Algumas frequências são bem interessantes como a de 528 Hz, também
chamada frequência dos milagres pelos efeitos que promovem nas pessoas.
Já os sons que usamos em consultório respeitam o perfil de sugestão.
Basicamente o som do útero materno e do coração de uma mulher gravida,
incorporados juntamente com a frequência de 8 Hz como pano de fundo de
uma trilha musical, são utilizados em quase todos os processos. Servem como
tranquilizadores e ajudam a rebaixar o nível de consciência do cliente/paciente
que se sente seguro ao ouvir esses sons.
Para dessensibilização sistemática progressiva, usamos nos áudios os mais
diversos tipos de efeitos sonoros. Para quem teme tempestades: trovões. Para os
que possuem fobia de aviões: o som de pousos e decolagens. Nos casos de
sugestões cirúrgicas como o implante do chip neural (capítulo 6), os bips dos
aparelhos de uma sala de cirurgia devem estar presentes no ambiente.
Com o tempo e a experiência, um bom profissional irá acrescentar mais sons
ao seu repertório, sempre em busca de criar o ambiente sensorial perfeito para
seu cliente/paciente.
Vale lembrar que gravar as induções/sugestões e solicitar que a pessoa ouça
em casa todos os dias irá, com toda certeza, acelerar ainda mais o processo de
recuperação do cliente/paciente.

Esteira Massageadora
Muitas são as possibilidades deste equipamento. Dê preferência as que
aquecem também, além de vibrar. Lembre-se de que as sensações aqui são
altamente relevantes para os clientes/pacientes cinestésicos.

Aromas e cheiros

Os aromas têm um poder muito grande sobre as pessoas. Afinal, o sentido


do olfato nunca é desligado. É comum as pessoas associarem emoções com
cheiros, como o cheiro de pão quentinho com manteiga, cheiro de café, que
podem lembrar reuniões de família da infância feliz; ou, ainda, a associação de
um perfume específico com uma pessoa – o que pode trazer à tona sentimentos
agradáveis ou desagradáveis, dependendo da relação que foi estabelecida com tal
pessoa.
Em certa ocasião, uma mulher sofreu um acidente de carro na estrada, perto
de uma plantação de eucaliptos. No momento do acidente, ela desmaiou e teve
graves ferimentos. Ainda no hospital, quando o pessoal da limpeza usava
produtos com cheiro de eucalipto, ela sentia fortes enjoos e uma sensação de
que iria desmaiar, como se estivesse caindo em um abismo. Depois de sua alta
do hospital, o problema só foi agravan-do, a ponto dela não conseguir sequer se
aproximar de banheiros que tinham o cheiro de desinfetante com essência de
eucalipto, o que lhe acarretou muitos problemas. Em sessões de psicoterapia
com Hipnose Neurossensorial, esta ancoragem (feita naturalmente em um
momento de transe negativo) foi ressignificada, e ela pôde sentir o cheiro de
eucalipto novamente sem nenhum tipo de problema relacionado.
Esses são alguns exemplos de como nossa mente, associativa, tende a
utilizar o sentido do olfato para nos aproximar ou afastar de algo em função de
prazer ou desprazer associado. É possível descobrir qual o aroma que o deixa
alegre, qual o que o deixa animado(a), ou até mesmo tranquilo(a), em paz.
Aqui estão alguns aromas que já foram estudados:
AROMA DE CAFÉ – relacionado com a sensação de energia, sendo
considerado um antiestresse natural. Combate o desânimo e a apatia, de acordo
com uma pesquisa realizada na Coreia do Sul. Destaca-se o aroma do grão de
café torrado.
AROMA DE EUCALIPTO – relacionado à sensação de relaxamento.
Contribui para a melhor respiração, foco mental, assertividade, ajudando a
tomar decisões em momentos de dúvidas.
AROMA DE CHOCOLATE – relacionado ao bom-humor, estimulando a
produção de endorfina e dopamina, neurotransmissores responsáveis pelo
relaxamento, contribuindo para o bem-estar e renovação do estado de ânimo e
felicidade.
AROMA DE LAVANDA – ajuda a combater a insônia, facilitando o
relaxamento e o estado de bem-estar. É sedativo e ajuda a acalmar e controlar a
emotividade.
AROMA DE LIMÃO – relacionado ao estado de clareza mental. Traz foco
e contribui para a organização, otimizando a produtividade mental e
amenizando a apatia.
AROMA DE HORTELÃ – relacionado à autoestima. Contribui para
segurança a fim de vivenciar as emoções e a coragem de ser quem é –
autovalorização.
AROMA DE CAMOMILA – relacionado à moderação e temperança.
Ajuda a dissolver tensões, harmonizando excessos, auxiliando em processos de
adaptação e atenuando a aceleração do pensamento.
AROMA DE GENGIBRE – relacionado ao poder pessoal, contribui para
dissipar dúvidas, direcionar a mente, favorecendo o posicionamento e a tomada
de decisão diante das situações da vida.
AROMA DE MANJERICÃO – relacionado à integração e estabilidade,
ajuda a harmonizar o consciente e o inconsciente, integrando pensamento,
sentimento e ação, favorecendo a estabilização da energia vital.
AROMA DE PIMENTA PRETA – relacionado à vitalidade, estimulando
a produção de endorfina, sendo também considerado antidepressivo e
revitalizante, contribuindo também para a tomada de decisão.
Encontre junto com seu cliente/paciente um aroma que o beneficie neste
momento. Também sugerimos que ele possa trazer o perfume que utiliza
normalmente e com o qual se sinta bem, para que se possa trabalhar este aroma
durante o transe hipnótico.
Equipamentos para aferição ( biofeedback): termômetro laser, oxímetro e
resposta galvânica da pele.

Termômetro laser

Usamos para aferir a temperatura dos capilares no dorso das mãos e pés do
cliente/paciente. É interessante notar que, em estado normal, as mãos (dorso)
devem oscilar em uma temperatura entre 30 e 34 graus. O estado que, pela
experiência no dia a dia de consultório, acreditamos ser o mais ideal é ter 33
graus nas mãos e algo entorno de 24 a 26 graus célsius nos pés.
Quando mais próximo a temperatura nas mãos e pés, mais o estado de
ansiedade está presente. Quando os pés estão mais quentes que as mãos (em
estado normal de relaxamento), o medo está presente no cliente/paciente.
Durante o processo, essas temperaturas tendem a diminuir e, quando o estado
alterado é retirado, voltam ao normal. Muitas vezes, podemos notar o efeito
benéfico de uma sessão comparando as diferenças das temperaturas antes e
depois da intervenção.

Oxímetro
Esse instrumento afere a cadência cardíaca e o percentual de oxigênio. Na
verdade, ele mede a saturação de oxigênio no sangue fazendo uma leitura das
hemoglobinas (células responsáveis por transportar o oxigênio). Isso é possível
graças à luz vermelha e infravermelha que ele emite e transpassa o dedo do
cliente/paciente. Esse instrumento é muito útil, pois fornece dados de saturação
muito precisos imediatamente, graças à capacidade da hemoglobina de absorver
a luz que varia de acordo com o nível de oxigênio presente nela.
Essa diferença na absorção permite uma medição muito precisa do nível de
oxigênio no sangue. Um detalhe importante na utilização deste aparelho é que as
taxas normais de oxigenação no sangue são da ordem de 95 a 100%, no
momento em que é dado comando de regeneração (veja isso melhor no capítulo
de sugestões), é possível ver alterações nessas taxas.
Durante alguns momentos, o corpo responde diminuindo o percentual geral.
Este é o momento em que, realmente, algo está sendo regenerado no corpo,
pois, aparentemente, essa parte em particular consome mais oxigênio tirando do
geral. O acompanhamento da cadência cardíaca também é outro ponto válido
para se observarem as reações emocionais do cliente/paciente durante sugestões
de ressignificação, por exemplo.

Resposta galvânica da pele


Instrumento que mede a resistência galvânica da pele. Este perfil de
instrumento já é um pouco mais complicado de ser encontrado no comércio.
Geralmente este tipo de biofeedback está associado a outro instrumento ou não
tem um formato adequado para o manuseio em consultório.
As primeiras experiências com a alteração da resistência galvânica e a relação
com as emoções foram conduzidas em 1906 por Carl Gustav Jung. Trata-se da
aferição da velocidade que a corrente elétrica circula pela pele. Ocorre que esse
fator se altera com o aumento ou diminuição da microssudorese na superfície da
pele: quanto mais excitação tiver o sujeito, mais microssudorese e maior a
velocidade com que a corrente elétrica irá trafegar pelo corpo. Assim, podemos
ter a noção do nível de relaxamento e aprofundamento no processo do
cliente/paciente, observando essas variações.
5.4 Como atuamos com a Hipnose Clínica Neurossensorial?

No ISEC – Instituto de Psicologia Ser e Crescer, com sede em Copacabana,


na cidade do Rio de Janeiro, atendemos todos os dias com a Hipnose
Neurossensorial. O uso de equipamentos e recursos realmente tem acelerado os
processos de resolução em nosso dia a dia.
Apenas se faz necessário ressaltar que não existem fórmulas prontas e,
embora possamos apresentar protocolos e técnicas, cada cliente/paciente é um
sujeito único, e seu universo particular deve ser respeita-do. A hipnose é uma
ferramenta dentro do processo, e cada pessoa tem o seu tempo de resolução.
Por isso, é bom que seja esclarecido que um perfil de alteração
comportamental, como, por exemplo, fobia social, requer uma abordagem bem
diferente de uma pessoa que apresenta um quadro de pós-cirúrgico.
Uma abordagem voltada para a ampliação das capacidades cognitivas
(ativação neural) é bastante diferente do tratamento de uma pessoa com
síndrome do pânico.
Não há uma receita de bolo e, para cada pessoa que nos procura,
preparamos um protocolo de atendimento que pode ser alterado durante as
semanas seguintes, dependendo da evolução do quadro.
Atendemos com pacotes de 12 sessões contratadas após a primeira. Isso é
necessário porque, em muitas ocasiões, o sintoma que trouxe o paciente diminui
em um nível que ele se sente curado. O que não é verdade. De fato, esse é um
dos grandes perigos ao se usar a hipnose: a subtração total do sintoma de forma
rápida.
Quando o sintoma desaparece muito rapidamente (seja ele qual for), não é
uma boa notícia. Isso nos diz duas coisas:
• primeiro: o sujeito pode ser facilmente sugestionado, e quem é
sugestionado para um lado facilmente será para o outro também. Fácil vem, fácil
vai;
• segundo: o sintoma poderá migrar. Como não foi solucionada e
ressignificada a origem do problema, a possibilidade de um novo sintoma surgir
é muito grande. Quase uma certeza.
Dessa forma, é necessário um tempo de relação para termos uma certeza de
que o tratamento está sendo, de fato, consolidado, se o atendimento envolveu
um sintoma físico ou emocional.
Para outros perfis de atendimento, como, por exemplo, pessoas nos
procuram porque desejam melhorar a memória ou performance profissional, a
relação já é mais voltada para a Hipnose Neurossensorial em si, sem a
necessidade da psicoterapia.
No entanto, é bom que se diga que muitas vezes, uma situação acaba
levando a outra. Estamos sempre desenvolvendo novas técnicas para melhor
atender nossos clientes. Hoje até mesmo atores consagra-dos nos procuram para
internalizar melhor os seus personagens. Outro perfil moderno é o de pessoas
que não conseguem a liberdade financeira por estarem presas a traumas e
conceitos estabelecidos na infância.
Para ter um contato mais direto com o ISEC, entre na página na Internet
onde deixamos um farto material de áudio e vídeos para os leitores deste livro:
http://www.hipnoseneurossensorial.com.br/presente.

Para acessar áudios, vídeos, textos e diversos conteúdos, acesse


o aplicativo
CASA DOS 7 SABERES
6 Protocolos e roteiros de hipnose neurossensorial

Neste capítulo, iremos detalhar roteiros de induções, sugestões e


encerramento do processo completo de sessões de Hipnose Neurossensorial.
São protocolos que usamos em consultório, diariamente, com nossos
clientes/pacientes. Devemos lembrar que você só deve utilizar esses
procedimentos se já possuir alguma experiência com a prática da Hipnose
Clínica. Também deve-se certificar, no caso da utilização de luzes fortes, de que
o cliente/paciente não tenha um histórico de fotofobia ou de convulsões.
Nesses casos, limite-se à utilização das cores básicas, uma por vez, sem
mudanças rápidas nas cores.

Esse capítulo se divide em três partes:


1 - A indução, o aprofundamento do cliente/paciente. Para essa etapa,
separamos cinco modelos que podem ser usados livremente em qualquer uma
das sugestões de Hipnose Neurossensorial ou da Hipnose Clínica tradicional.
Tenha o cuidado de memorizar o texto fazendo as alterações que julgar
necessárias. Jamais leia o texto. O cliente/paciente irá perceber a insegurança em
sua voz. Antes de iniciar as sugestões, você deve aprofundar o cliente/paciente
e, somente após ter ciência, pelos biofeedbacks, que o sujeito está em estado
alterado de consciência profundo, é que se deve entrar nas sugestões
propriamente ditas.
2 - Protocolos de sugestões de Hipnose Neurossensorial. Da mesma forma
que os textos de induções para o aprofundamento, você deve ler, apreender e,
quando for expor a sugestão para o seu cliente/paciente, faça sem estar lendo o
texto. Mesmo que possua uma boa leitura, deixa escapar na fluência verbal uma
certa insegurança. O melhor é ter a noção geral e, caso seja necessário, usar da
criatividade para completar as lacunas onde a memória falhar. Todos os
protocolos aqui apresentados são usados em nosso consultório há vários anos.
Para ter mais material, acesse:
http://www.hipnoseneurossensorial.com.br/presente.
3 – Finalização do processo. Retirada do cliente/paciente do estado alterado
de consciência. Após as sugestões, você deve retirar, de forma tranquila e calma,
o sujeito do estado alterado de consciência. Aqui você irá encontrar alguns
modelos de finalização do processo, mas essa é a parte mais tranquila do
processo se for respeitado o tempo do cliente/paciente. Algumas pessoas
podem demorar mais para voltar e, sempre quando abrirem os olhos, converse
um pouco até que ela volte ao estado consciente pleno. Procure saber se ela
sente algo no corpo, alguma dor, incômodo ou dormência. Jamais permita que
ela saia do consultório sem ter absoluta certeza de que ela está totalmente
desperta. Lembre-se de que estar falando apenas não significa atenção plena.
6.1 Modelos de indução para aprofundamento

Lembre-se sempre de ter um ambiente tranquilo e a iluminação e os sons de


acordo com a arquitetura da sugestão que irá aplicar.
1 – Relaxe, permita que o seu corpo possa nesse instante liberar os músculos
passo a passo. Vá relaxando desde a planta do pé esquerdo ao couro cabeludo
do lado direito de sua cabeça, relaxando os músculos das pernas e dos braços.
Vá relaxando os músculos do tórax e prestando muita atenção na própria
respiração. Perceba o ar entrando em seu corpo. Você, neste momento, está se
sentindo muito bem, muito calmo, muito tranquilo e cada vez mais relaxado,
cada vez mais tranquilo. Relaxe, permita-se neste momento entrar em estado de
profunda calma e tranquilidade. Prepare-se para aproveitar este momento da
melhor forma possível. Preste bastante atenção nas palavras imaginando de
forma correta tudo o que será dito. Você terá grande sucesso nesse processo que
começa agora ... (siga com a sugestão que escolher após ter certeza de que o
cliente/paciente se encontra em um profundo estado alterado de consciência).
2 – Feche os olhos. Mantenha o foco de sua atenção no processo
respiratório. Perceba que, a cada inspiração, você se sente mais relaxado. Isso é
normal. Ocorre porque, quando você foca em sua inspiração, o metabolismo
aproveita mais o oxigênio. Tente agora: inspire um pouco mais fundo. Trave por
alguns segundos a sua respiração... isso mesmo... perceba como seus músculos
estão mais leves. É realmente fantástico como seu corpo entende que você
deseja entrar em um estado especial, um estado mental propício para mudanças
profundas, para uma reestruturação física, mental e comportamental. Sim, suas
emoções... elas geram tudo isso. E, neste momento, suas emoções entram em
um estado de equilíbrio. Como se sua mente observasse o seu corpo, como se
seu corpo esperasse pela sua mente, como se todo o universo observasse você
relaxando. Relaxe... inspire um pouco mais lentamente... e permita que seu
corpo, sua mente, possa entrar em harmonia com o universo que o observa.
Prepare-se agora para prestar bastante atenção nas palavras que irei dizer, tente
imaginar da melhor forma possível todas as sugestões que irei fazer.... (siga com
a sugestão que escolher após ter certeza de que o cliente/paciente se encontra
em um profundo estado alterado de consciência).
3 – Prepare-se neste momento para começar a entrar em um estado de
profundo relaxamento. Mantenha os olhos fechados e acompanhe a minha voz.
Tenha foco em todos os sons que estão nessa sala e fora dela. Tente,
mentalmente, identificar um por um todos os sons que existem e podem ser
captados pela sua audição. Enquanto faz isso, procure deixar o seu corpo solto,
seus músculos leves, sua mente livre.... foque nos sons, ouça os sons,
mentalmente nomeie todos os sons que consegue perceber. Agora, procure
especialmente o ruído do ar condicionado (ou outro qualquer, caso não exista
um aparelho com ruído no consultório), perceba e amplie esse som. Destaque
esse som do ar condicionado. Isso, muito bem, amplie e encontre a cadência, a
musicalidade que existe nele. Você irá notar que existe uma harmonia neste
ruído. O som do aparelho é, de fato, uma melodia, uma música e, se você
prestar mais atenção, ainda irá perceber que existem vozes, um coral,
acompanhando a música que sai do aparelho de ar condicionado. Continue
escutando e interpretando essa musicalidade enquanto o seu corpo entra em um
estado de profundo relaxamento, e sua mente livre pode também se permitir a
entrar em um estado alterado de consciência que é perfeito para as sugestões
que irei fazer agora... (siga com a sugestão que escolher após ter certeza de que o
cliente/paciente se encontra em um profundo estado alterado de consciência).
4 – Feche os olhos e acompanhe minha voz. Nesta sala, só existem duas
coisas: você e minha voz. Tente dar toda atenção à minha voz e imagine o que
ela diz para você. Neste instante, você está sentado ou deitado e percebe o seu
corpo. Existe uma força que o puxa para baixo, e você sente, portanto, o peso
do seu corpo. Esse movimento é provocado pela lei da gravidade. A Terra
exerce uma atração sobre nossos corpos, e é isso que você sente agora. Mas,
esse não é o único movimento que exerce influência em seu corpo agora, existe
também a rotação da Terra, indo na direção leste com a velocidade de cerca de
1.666 km/h. Assim, é possível que você possa perceber também uma leve
pressão empurrando-o na direção oeste, resultado da energia cinética deste
movimento. Preste atenção por alguns segundo e você irá perceber, então, dois
movimentos agindo em seu corpo: um puxando-o para baixo, a lei da gravidade,
e o outro empurrando-o na direção oeste, o movimento de rotação da Terra.
Mas, esses não são os únicos movimentos. Existe também o movimento de
translação da Terra em volta do Sol em uma velocidade aproximada de 110.000
km/h ... o efeito desse movimento, você pode sentir se prestar bem atenção,
como uma leve pressão da direita para a esquerda. Sendo assim, você pode
perceber agora três movimentos agindo sobre seu corpo: um puxando-o para
baixo, a lei da gravidade; o segundo empurrando-o na direção oeste, o
movimento de rotação da Terra; e o terceiro, fazendo uma leve pressão da
direita para a esquerda em seu corpo, este é o movimento de translação da
Terra, girando em torno do Sol. Mas, esses não são os únicos movimentos que
agem sobre seu corpo. A Terra, em conjunto com todo o sistema solar, se afasta
do centro da Galáxia em uma velocidade absurda de um milhão de quilômetros
por hora. Essa pressão, resultante da energia cinética deste movimento, você
pode perceber se prestar atenção, como uma leve pressão nos seus pés,
empurrando-o para o alto. Assim, neste momento, você pode perceber quatro
movimentos agindo sobre o seu corpo: um puxando-o para baixo, a lei da
gravidade; o segundo empurrando-o na direção oeste, o movimento de rotação
da Terra; o terceiro fazendo uma leve pressão da direita para a esquerda em seu
corpo, este é o movimento de translação da Terra, girando em torno do Sol; e o
quarto como uma leve pressão nos seus pés empurrando-o para o alto, esse é o
movimento resultante do afastamento do sistema solar do centro da Galáxia.
Mas, fique você sabendo que esses não são os únicos movimentos que agem
sobre seu corpo. Existem mais dois movimentos que é o braço da Galáxia onde
está no nosso sistema solar girando em torno do centro dela própria e o último
movimento que é o da própria Galáxia, Via Láctea, afastando-se do centro do
universo em uma velocidade estonteante e ainda incalculável. Esses dois, você
pode sentir se prestar atenção em seu corpo, como um giro diagonal da direita
para esquerda da sua cabeça em direção aos pés. Todos esses movimentos
juntos podem ser imperceptíveis se você não prestar atenção neles. Mas, se você
focar com atenção, irá perceber como seu corpo se movimenta erraticamente
por todo o universo. Foque em sua respiração e prepare-se para o que vou lhe
dizer agora: (siga com a sugestão que escolher, após ter certeza de que o
cliente/paciente se encontra em um profundo estado alterado de consciência).
5 – Respire suavemente colocando toda sua atenção nesse processo em que
o ar entra, é metabolizado, e o gás carbônico é expulso de nosso organismo.
Neste momento, você poderá começar a sentir uma alteração na temperatura
desta sala. Isso se dá porque, focando no processo respiratório, você libera um
número enorme de conexões neurais que pode processar a temperatura do
ambiente. Esse fenômeno acontece em qualquer de nossos canais sensoriais.
Tente agora, com calma e tranquilidade, expandir sua audição. Perceba que o
número de sons que você pode escutar se amplia. É possível que você ouça um
suave zumbido que é proveniente das lâmpadas que usamos, quase ninguém
consegue ouvir. Também é possível que você ouça os sons emanados fora desta
sala... Vozes e ruídos distantes. Agora, apenas como uma experiência, procure
focar na sua pele e sinta a textura de sua roupa, a pressão do seu calçado nos
pés... Tudo se amplia. Mas, o mais interessante é que, com essas conexões
disponíveis, a sua imaginação se torna mais forte, e qualquer imagem que queira
criar, agora, em sua mente terá qualidades superiores em imagem, cores, sons...
Tente criar uma cena de um lugar que nunca viu. Vá além, crie um animal que
não existe. Tente ver os detalhes de sua criação. Agora que você já sabe do seu
poder de criação de imagens, crie uma pirâmide. A pirâmide que você está
criando deve possuir quatro lados de paredes inclinadas em direção a um único
ponto no alto e um quinto lado que é a base. Coloque sua criação no ar e gire
sua pirâmide de forma que você possa ver todos os lados e, quando quiser, girar
de ponta cabeça para ver, também, o lado do fundo, o quinto lado que é base da
pirâmide. Muito bem, agora, com calma e muito foco, enumere os lados dessa
pirâmide, cada lado com um número grande e bem visível. Coloque a primeira
face de frente para você e estampe o número um. Muito bem, gire um pouco e
coloque, nessa nova face, o número dois. Perfeito, gire sua pirâmide até que o
próximo lado fique de frente para você e pinte o número três. Gire-a e coloque
o próximo número, quatro, no último lado inclinado da sua pirâmide. Agora,
gire-a de modo que possa ver o lado de baixo, a base da sua pirâmide, e lá
coloque o número cinco. Perfeito, seu trabalho está completo. Vá girando sua
construção e observando os números surgindo na ordem correta: um, dois, três,
quatro e, girando para ver o fundo da base, cinco. Mais uma vez, gire
observando todos os números aparecendo na ordem correta. Concentre-se nisso
e relaxe... Agora, deixe que sua mente inconsciente continue esse trabalho e
preste atenção nas palavras que irei lhe dizer: (siga com a sugestão que escolher,
após ter certeza de que o cliente/paciente se encontra em um profundo estado
alterado de consciência).
6.2 Protocolos de sugestões de Hipnose Neurossensorial

1 - IMPLANTE NEURAL HIPNÓTICO


Essa técnica foi desenvolvida em nossos consultórios a partir da premissa de
que muitas pessoas se diziam portadoras de um implante alienígena e,
independentemente de todos os exames que afirmavam a impossibilidade da
existência de tal aparato eletrônico, elas continuavam a afirmar que esse “chip”
influenciava o seu comportamento cotidiano.
Sabemos que a crença é um elemento poderoso em hipnose e, em contato
com algumas dessas pessoas nos anos entre 2003 e 2005, foi possível
“reprogramar” pela hipnose os chips de que elas se diziam portadoras. Tornando-
os mais úteis no desenvolvimento emocional e comportamental. Os resultados
foram percebidos instantaneamente. Deste evento até criar um protocolo de
sugestão que simulasse a implantação do próprio chip, foram necessários alguns
anos até que o formato estivesse perfeitamente ajustado.

Planejamento
Para esse perfil de sugestão, é necessário um planejamento dos elementos
que o cliente deseja incorporar no seu perfil comportamental e emocional. Para
isso, uma sessão deve ser utilizada na elaboração dessa programação que será
colocada no chip neural hipnótico. O cliente deve ser levado a pensar,
calmamente, nas possiblidades de melhoria em sua vida e como isso poderá lhe
ser útil. Esse momento de prospecção é muito útil para, inclusive, uma reflexão
sobre atitudes e respostas emocionais. O terapeuta deverá auxiliar a evitar perfis
repetitivos, como autoestima e orgulho próprio, que são conceitos bem
próximos.
Exemplo de uma programação definida:
1 - ter melhor autoestima;
2 - ter melhores estratégias comportamentais;
3 - ser mais desinibido em público;
4 - ter um maior nível de organização;
5 - ter maior controle das próprias emoções.
De preferência, não ultrapasse o número de cinco programações. Esse
parece ser o maior número de programações que a mente pode aceitar e dar
respostas a esse processo com facilidade. É claro que tudo isso que aqui
expomos pode ser reformulado e melhorado, mas a experiência em consultório
nos últimos anos nos aponta para essa formatação que apresentamos aqui.
Na sessão do implante, após a indução propriamente dita que pode ser feita
de muitas formas diferentes e estando o sujeito em um estado de
aprofundamento adequado, pode-se começar a sugestão do Implante Neural
Hipnótico.

Ambiente
Para um ambiente perfeito, devemos usar o maior número de estímulos
sensoriais possíveis.
Sonoros – para a primeira parte, sons de um parque com pássaros, música
suave e trânsito leve ou sons futuristas. Para a segunda parte, sons de hospital
com “bips” e ruídos distantes de pessoas conversando e o som de uma luva
cirúrgica sendo colocada no momento em que o processo cirúrgico inicia.
Olfativos – para a primeira parte, aroma de alfazema ou qualquer outro
odor que lembre ambientes abertos com árvores e flores. Para a segunda parte,
deve ser usado o odor de éter, álcool ou similares ao ambiente hospitalar.
Táteis – um lençol deve ser colocado sobre o cliente no momento em que
ele adentar o quarto do hospital.
Visuais – as cores da iluminação devem seguir um padrão de conforto até o
momento da ativação do chip. No momento em que o chip é ativado, devem-se
usar alterações de cores com velocidade.
Roteiro: Sinta-se bem, calmo e tranquilo. Perceba-se agora, sentando em
uma praça, sob uma árvore, em uma tarde fresca e gostosa.
Não se trata de uma praça qualquer. É uma praça situada em algum lugar no
futuro distante e você, nesse momento, está sentado sob uma árvore, sob a
sombra, observando a paisagem à sua volta.
São crianças que passam com roupas diferentes, algumas usam uma
plataforma de transporte que flutua no ar. A maioria das pessoas, que você
consegue ver, não anda: flutua. Uma pequena base circular que emana uma
luminescência azulada parece ser o veículo de transporte de todas as pessoas que
transitam pela praça.
Você, sonolento, sentado sob uma árvore, observa esse futuro distante. Em
uma tarde fresca, em uma praça, olhando crianças brincando com artefatos
eletrônicos, idosos lendo imagens projetadas no ar na frente de suas faces,
pássaros coloridos que, na verdade, são hologramas que simulam animais já
extintos.
Você está sentado, sob uma árvore, apenas, sonolento, observando tudo à
sua volta.
Você agora percebe que os prédios em volta da praça são fantásticos. Feitos
de vidro e aço, eles brilham enquanto veículos de transporte entram em saem de
diferentes andares. Carros voadores, sem ruídos, em altíssima velocidade
transitam em diferentes níveis no céu sobre sua cabeça.
Você percebe que um desses prédios é um hospital, um fantástico e
moderno hospital que quase ultrapassa a linha das nuvens no céu. Você está
sentando, sob uma árvore, em uma praça em futuro distante do nosso,
apreciando a paisagem tão diferente da nossa, tão diferente e agradável ao
mesmo tempo. Você se sente seguro, sonolento, mas seguro e tranquilo sob essa
árvore em uma praça, em algum lugar em um futuro distante.
Na sua frente, surge uma tela transparente que apresenta imagens da sua
vida. Sim, são imagens da sua vida no passado. Mas, é um passado, para você
que está no futuro, que ainda não ocorreu para nós que aqui estamos no
presente. Para o seu corpo que está no consultório, deitado (ou sentado), essas
cenas ainda não ocorreram, para nós ainda é um futuro possível. Mas, para você
que está em um futuro distante, as cenas que vê estão no passado distante.
Essas primeiras cenas mostram você sendo uma pessoa de elevada
autoestima. Você se vê interagindo com pessoas, conversando, andando e
negociando com pessoas estranhas e conhecidas em sua vida atual, com grande
desenvoltura. Observe como você se veste nessas cenas, como você se move.
Veja que você exala uma elevada autoestima. Observe como você se movimenta,
tente perceber o perfume que usa, o modelo da calça, camisa, sapatos .... veja a
sua maneira de andar como está diferente.
Nas cenas que você vê nessa pequena tela transparente, que flutua na sua
frente, você demonstra ter uma excelente autoestima. São cenas de um passado
que, para nós, ainda é futuro.
Essa tela se move para o canto direito de seu corpo, e outra, nova tela
transparente, surge à sua frente. Ela flutua uns quinze centímetros distante de
você e mostra cenas onde você, no passado, se apresenta com melhores
estratégias comportamentais. Você se vê reagindo a situações diversas,
solucionando demandas cotidianas com velocidade, assertividade e
tranquilidade. Veja como você faz isso. Observe seus movimentos, as palavras,
as estratégias que usa. Tudo ocorre naturalmente, de forma espontânea e
inconsciente. São cenas de um passado que, para nós, ainda é futuro.
Você está sentado em uma praça no futuro, e diante de você, uma tela
transparente apresenta imagens onde você demonstra possuir melhores
estratégias comportamentais. Essa tela desliza para a direita e se encaixa na outra
que já estava lá. Uma nova tela transparente se forma à sua frente e, nessa tela,
você se apresenta em cenas onde demonstra estar mais desinibido diante de um
grupo de pessoas. São várias cenas, vários momentos do passado que, para nós,
ainda é futuro, onde você interage com diferentes grupos com uma grande
desinibição.
As cenas são coloridas, a imagem tem som e emite cheiro e calor, você
parece estar imerso no universo das imagens que essa tela flutuante e
transparente apresenta na sua frente. São cenas do seu passado, mas que, para
nós que estamos nessa sala, ainda não aconteceram. Somente você, nessa praça
no futuro distante, é que as percebe como sendo do seu próprio passado.
Essa tela também desliza e se junta às outras duas que já estavam do lado
direito do seu corpo. Agora, são três telas que ainda continuam a apresentar
imagens de seu passado. Uma nova, uma quarta tela, aparece flutuando na sua
frente. É uma tela transparente, flutuante, mas a imagem é perfeita, possui som,
calor, cheiro, e nela você se vê apresentando um incrível nível de organização.
Você observa sua vida organizada, sua agenda bem estruturada, tudo dando
certo no seu dia a dia porque você apresenta um incrível nível de organização.
São cenas de seu passado, que, para nós, ainda está no futuro, onde você
consegue administrar bem o seu tempo e suas tarefas, demonstrando um nível
de excelência em organização e estratégias para solucionar demandas cotidianas.
Você se sente muito bem vendo essas cenas do seu passado, sentado em uma
praça, sob uma árvore em um futuro distante.
Essa quarta tela desliza no ar e se junta às outras três que estão pairando
próximo ao seu ombro direito. Uma nova tela surge e, tal qual as outras, ela é
transparente e flutua no ar. Nela, você assiste a muitas cenas de você
demonstrando um grande controle emocional. Você vê pessoas que poderiam
provocar sua ira sendo tratadas com equilíbrio emocional, você assiste a
conflitos se desenrolando e você percebe que, nas cenas, você se sai muito bem
de todas essas situações apresentadas.
De fato, nessa tela, a quinta e última tela, você apresenta uma perfeita
administração de suas próprias emoções. Trata-se de uma coletânea de cenas do
seu passado, que, para nós, que aqui estamos nessa sala, ainda é futuro. Mas,
para você que está sentado em uma praça futurística, sob uma árvore, tudo isso
já é passado.
Essa última tela desliza para o canto direito e lá se junta a todas as outras
telas.
Você está sentado, em uma praça, em um futuro distante, observando telas
que surgem trazendo eventos do seu passado. Um passado perfeito, onde você
apresenta todos os talentos e qualidades que, neste momento presente, nessa
sala, você gostaria de ter, mas que, no futuro onde você está, já é uma realidade,
já ocorreu no passado.
Todas as telas se juntam na sua frente. Agora elas formam uma tela maior e
com uma imagem mais perfeita ainda. As cenas que se apresentam mostram
você reunindo todas as qualidades e talentos juntos. Você está com uma melhor
autoestima, apresenta melhores estratégias comportamentais, é mais desinibido
mesmo diante de um grande público desconhecido, tem um grande poder de
organização e um excelente controle sobre as próprias emoções.
Tudo isso junto, em todas as cenas. Neste momento, algo diferente começa
a acontecer. A tela começa a diminuir de tamanho. Diminui tanto que, agora,
você só a percebe porque dela emana uma frágil luminescência azulada. Ela está
tão pequena que mil delas caberiam na ponta afiada de um alfinete. Agora, a
diminuta tela se transforma em um chip neural. Um minúsculo e praticamente
invisível chip neural que flutua na sua frente. Só é possível saber que ele está ali
porque dela emana uma frágil luz azulada.
Você se percebe transportado. Magicamente você se percebe deitado em um
quarto no hospital futurístico que você viu próximo ao parque. É uma sala
cirúrgica, ampla, moderna, com equipamentos tecnológicos muito avançados.
Na parede, na frente de sua cama, você vê uma enorme tela e, ao seu lado,
na mesa, você vê um capacete prateado cheio de furos e uma seringa dourada,
sem agulha. Na sua frente, flutuando no ar, encontra-se o chip neural que
também foi transportado da praça com você para esse quarto no hospital.
Os médicos começam a entrar. O primeiro demonstra ter uma elevada
autoestima e demonstra isso pela forma como anda e se veste. O segundo entra
logo cumprimentando-o e apresentando os equipamentos. Pela forma como fala
e age, parece ser uma pessoa com grandes estratégias comportamentais. Ele
informa que a seringa irá sugar o chip e que ele será implantado em algum ponto
dentro de sua cabeça.
O terceiro médico, visivelmente mais desinibido, entra e explica como o
processo se dará. Em ato contínuo, ele pega o capacete prateado e coloca em
sua cabeça. Nesse momento, uma imagem se forma na tela que está à sua frente:
sua própria mente aparece nela. Você e os três médicos, nesse momento,
passam a ver o seu cérebro na tela, ao vivo, e um quarto médico entra no
quarto.
Esse quarto médico é muito organizado, ele pega a seringa e suga no ar o
chip neural. Você percebe que o chip está dentro da seringa, pois ainda consegue
ver a luz azulada que dele emana. O médico encaixa a seringa em um dos furos
do capacete.
O quinto médico entra e, com grande controle emocional, ele escolhe o
ponto exato do seu cérebro onde o chip deverá ser instalado. Ele aponta da
grande tela o local, e um outro médico liga uma máquina que está ligada ao
capacete.
Nesse momento, uma forte luz verde é projetada da ponta da seringa. Essa
luz, esse laser, é tão poderosa que transpassa a caixa crania-na, as meninges e
para em algum ponto previamente escolhido. Neste momento, um novo botão é
apertado, e o chip neural é transportado até o ponto final da luz verde, em algum
local, que você sente agora, dentro de sua cabeça.
O primeiro médico aciona o chip neural.
(Neste momento, o perfil de luzes no ambiente deve mudar dramaticamente. Tenha
atenção especial ao clientes/pacientes com histórico de fotofobia ou convulsões.) Você percebe
o chip começando a funcionar e criando ramificações que irão se ligar às áreas de
seu cérebro responsáveis pelos perfis escolhidos por você: melhor autoestima,
melhores estratégias comportamentais, mais desinibição, um maior nível de
organização e maior administração emocional.
O chip neural começa a funcionar, e você sente isso agora.
Os médicos estão felizes porque percebem o quanto a cirurgia foi bem-
sucedida. E você percebe, dentro de sua cabeça, o local exato onde o chip foi
implantado e sente seu crescimento, sente as sinapses, formando-se em áreas
específicas dentro de sua cabeça.
Os médicos retiram o capacete e informam a você que o chip, para funcionar
perfeitamente, precisa apenas de oxigênio que você prove com sua respiração e
um pouco de luz solar. Bastam apenas alguns minutos ao sol, e o seu chip terá
carga para funcionar por vários meses. Eles o informam ainda que, caso seja
necessário, você poderá voltar para ajustar ou reprogramar o seu chip.
Eles se despedem, a tela já não funciona mais, e você, neste instante, é
transportado, magicamente, de novo para a praça na frente do hospital. Agora,
você está sentado sob uma árvore, sonolento, percebendo o chip neural criando
dentro de sua cabeça novas conexões, novas sinapses, ligando-se a áreas
específicas no seu cérebro responsáveis por você ter: uma melhor autoestima,
melhores estratégias comportamentais, mais desinibição, um maior nível de
organização e maior administração emocional.
Você adormece nessa praça futurística e sabe que irá despertar, em alguns
momentos, aqui, nessa sala no momento presente.

Finalização
Converse com o seu cliente após essa sugestão. Pergunte onde ele sente o
chip instalado na cabeça. Com certeza, ele irá apontar para um local específico.
Diga que, a partir de agora, o chip está em funcionamento e que, nos próximos
dias, ele já notará diferenças em seu comportamento.
Esse procedimento já foi feito por nós muitas vezes e sempre apresenta um
bom resultado para as pessoas. No entanto, lembre-se de afirmar que se trata de
uma construção mental e que, de fato, não existe um chip neural material
implantado em sua cabeça.
2 - ELEMENTO ÁGUA
Essa técnica é muito útil para pessoas que se sentem isoladas, abandonadas
ou que demonstram uma tristeza sem objeto real. A angústia pode se dar pelo
isolamento emocional do resto do mundo, e essa sugestão neurossensorial cria
uma sensação de totalidade com o universo circundante. O propósito aqui é
ampliar a autoestima, dar uma sensação de totalidade e diminuir a fobia social.
Use um vaporizador ou uma máquina de fumaça no consultório. O efeito é
potencializado de uma forma impressionante e não é necessário um grande
investimento financeiro para se alcançarem resultados surpreendentes com os
nossos clientes/pacientes.
Essa é uma forte sugestão neurossensorial que pode ser feita várias vezes e
sempre levar o sujeito a um estado positivo ao final.

Planejamento
Converse com o seu cliente sobre como surgiu a vida na Terra, foi no
oceano. O elemento água é muito importante para a vida, tanto é que, quando
algum planeta pesquisado apresenta sinais de ter tido água em algum momento
no passado, reacende a esperança que lá pode ter, também, apresentado vida.
Fale de como esse elemento é transmutável e de todas as suas
particularidades, por exemplo, da sublimação, quando o gelo se transforma em
vapor sem ao menos ter passado pelo estado líquido.
Estenda esse tema até que ele esteja realmente inserido nesses elementos:
vapor, água, nuvens, gelo etc. Todas as variações possíveis que podem ser
apresentadas pelo líquido em nosso planeta.

Ambiente
Para um ambiente perfeito, devemos usar o maior número de estímulos
sensoriais possíveis.
Sonoros – sons de ventos, cachoeira, mar e chuva são essenciais nessa
sugestão.
Olfativos – o ozonizador de ambiente, embora não exale um cheiro
identificável, auxilia na sensação que sente após a tempestade quando torna o ar
carregado de ozônio.
Táteis – umidificador de ambiente, usado em quartos para deixar o
processo respiratório mais fácil em períodos de baixa umidade do ar.
Visuais – a iluminação deve seguir um padrão de cores associativo com a
narrativa. Para o momento em que o cliente abre os olhos, o melhor é uma
máquina de fumaça sem odor e antialérgica ou gelo seco. O efeito quando o
cliente volta ao estado normal de consciência e encontra o ambiente alterado é
fantástico.

Roteiro:
Imagine-se em um deserto. Trata-se de um imenso deserto de areias
amarelo-avermelhadas com dunas imensas e perfeitas. Imagine-se em pé, no alto
de uma dessas dunas, observando como o deserto se expande para todos os
lados, imensamente vazio, sem nada.
Você gira seu corpo e, até onde seus olhos podem ver, o deserto se une ao
céu na linha do infinito, em todas as direções. Você está em pé, na mais alta
duna desse deserto, e o sol está muito forte.
Olhe diretamente para o sol, o céu está limpo, o sol parece um escudo
dourado e forte no meio do céu, trata-se do sol do meio dia! Você está em pé,
no meio do deserto, e olha diretamente para o sol sem sentir incômodo com sua
luz e calor.
Você percebe então que seu corpo não projeta sua própria sombra no chão.
Isso ocorre porque você é uma transparente estátua de cristal. Feita de um
cristal limpo e perfeito, a estátua não projeta sombra, a luz solar passa através
dela sem nenhuma distorção.
Você é uma estátua de cristal, perfeita, em pé, no alto de uma duna de areia,
no meio de um deserto infinito em todas as direções sob o sol ardente do meio
dia.
Agora, você volta a atenção para si mesmo e se percebe uma estátua de gelo.
Sim, o cristal se transformou em gelo, e você é totalmente feito de gelo
antártico.
Em pé, no alto de uma duna, você começa a derreter. O calor é tanto que
você passa por um processo de sublimação, direto do estado sólido, gelo, para o
gasoso, vapor e sobe ao céu. Neste caminho, você pode contemplar todo o
deserto abaixo de você, a imensidão de areia e o mar, bem adiante.
No céu, você se mistura às nuvens, se torna nuvem, flutua empurrado pelo
vento na direção do mar. Sobre o oceano, precipita em forma de água a chuva!
Você é chuva que cai no mar. Mistura-se, dilui. Partículas minúsculas se
espalham para todos os lados: você é o próprio oceano!
O mesmo oceano milenar onde a vida foi gerada. Sendo oceano, você está
em todo lugar! O oceano cobre 71% da sua superfície do globo da Terra.
Estamos em um planeta água! Praias rasas, fendas profundas, vida em pequenas
criaturas, imensas baleias azuis, mar calmo, tempestades em alto-mar, ondas
baixas, maremotos e tsunamis, banhando todos os continentes, circundando
todas as terras e seus habitantes, você é um oceano gigantesco! Brigando sem
cessar com pedras nas encostas, suavemente banhando uma criança em algum
lugar sob um sol ameno.
Calor, vapor, sobe aos céus! Nuvem mais uma vez, o vento empurra as
nuvens em direção ao continente. Continente adentro, precipita em sua forma
de água a chuva, sobre plantações, montanhas, rios, lagoas, desertos, cachoeiras,
cidades, campos verdes, pessoas, animais, ruas alagadas, penetrando na terra,
rompendo barreiras e se infiltrando nas lajes. Alimenta a vida: árvores, frutos,
animais, pessoas, folhas verdes, pequenos peixes, grandes mamíferos, a vida
depende da água. Você é, neste momento, água da vida.
A água faz parte de todos os humanos, mais da metade de todos os corpos
humanos é feita de água. O líquido pode chegar a 80% de nossa massa corpórea!
Todos os seres vivos se igualam na necessidade de água.
Sendo assim, você está em todo lugar! Nos céus como nuvens, nos oceanos
rasos e profundos, nos rios, nos lagos, nos aquíferos subterrâneos, nas
cachoeiras e nas represas, na umidade no ar e dentro dos corpos dos homens e
animais. Sudorese e lágrimas, sangue e saliva... água iguala, comunica-se, faz
parte como elo de uma cadeia universal. Sinta este todo, essa potência
comunicacional transparente e límpida.
Água limpa, tonifica, rejuvenesce, transforma mesmo a pedra mais dura em
superfície lisa. Você se purifica, fortifica a cada instante que se percebe parte
desta unidade liquida. Sinta-se onde está, imagine-se voltado ao ambiente onde
estamos fisicamente agora e sinta-se bem para voltar às suas atividades normais
de seu belo dia.
Fim da indução neurossensorial Água.

Finalização
Após este exercício, passe algum tempo conversando com o seu cliente,
refletindo sobre a experiência. Pergunte-lhe sobre as possíveis alterações
internas ou sensações que tenham surgido durante a sugestão. Isso pode
significar que o processo está se dando da melhor forma possível, e o resultado
será percebido de forma imediata na vida dele.
3 – RESSIGNIFICAÇÃO CONTINUADA
Essa é uma técnica que deve ser usada após algumas sessões, nunca comece
um processo terapêutico por ela. A base dessa sugestão é que sempre
valorizamos o que ocorre de errado em nossas vidas. Isso se dá pela própria
estrutura da evolução da espécie humana, destacamos o negativo em uma
tentativa de aprender com os nossos erros. Essas lembranças (na verdade,
muitas vezes nem lembramos, são recalques que ficam no nível do inconsciente)
sempre surgem em nossas mentes, trazendo um pouco do sentimento original
de tristeza, perda, remorso, dor ou angústia. Esse roteiro de sugestão é para
reformular isso e fazer com que a mente inconsciente trabalhe como um
antivírus, fazendo uma alteração nos arquivos de eventos traumáticos,
permitindo que, deles, fiquem apenas o conhecimento que pode ser útil na vida
das pessoas.

Planejamento
Como sempre explique ao cliente/paciente todo o processo e que ele precisa
ter uma atenção especial a um (possível) efeito colateral: emoção que surge sem
motivo aparente. Como no final do roteiro é feita uma sugestão de que o
processo irá continuar de forma subliminar, constante e inconsciente, é possível
que surja, em algum momento nos dois dias subsequentes ao processo, alguma
emoção ligada a eventos do passado. Como o processo é inconsciente, essas
emoções podem aparecer sem motivo aparente. Sabedor dessa possibilidade, o
sujeito deve buscar desfocar essa emoção com alguma atividade lúdica e não
permitir que ela o envolva. O que geralmente ocorre é que as pessoas buscam
justificar o que estão sentindo, atribuindo responsabilidade a algum evento ou
comportamento recente. Isso deve ser evitado: o motivo da emoção ter surgido
está longe no passado. Não é nenhum objeto do presente ou passado recente.

Ambiente
Nada além de uma frágil iluminação de preferência azul e fundo sonoro
agradável e calmo. Apenas no momento do comando final, é interessante usar o
efeito estroboscópico para intensificar o comando.
O aroma pode ser, apenas, um perfume do passado do cliente/paciente
colocado desde do início da sessão.
Um único cuidado permanente: a observação dos biofeedbacks para se ter uma
noção de quando o cliente/paciente finaliza uma etapa. A aceleração da
frequência cardíaca (por exemplo) indica que ele está confrontando as situações
sugeridas e, quando solicitamos que ressignifique, ele deve, ao conseguir isso,
diminuir os batimentos do coração. Com um pouco de prática, isso será
absolutamente normal em seu dia a dia no consultório.

Roteiro
Siga os passos falando com voz firme após o processo de indução e
aprofundamento:
A – Lembre-se de uma situação ruim onde suas emoções não foram as
melhores possíveis. Um evento onde o final não foi o melhor possível e, quando
você se recorda dele, sofre um pouco. Essa memória, quando é evocada, traz
também um pouco das emoções que foram vivenciadas na ocasião em que o
evento ocorreu. Procure trazer essa situação de novo em sua mente da forma
como ela ocorreu de fato, do mesmo jeito, de cor, volume, sensações a essa sua
memória traumática. Perceba que surgem emoções ditas negativas, tais quais:
medo, remorso, raiva, tristeza... perceba como elas querem dominar você.
B – Agora, com a sua imaginação, altere os fatos para que o resultado final
seja STE (Seguro, Tranquilo e Calmo). Mude o que desejar: cenário,
personagens, vozes... o que quiser. Afinal, trata-se apenas da sua imaginação.
Caso seja necessário, destrua os elementos que são necessários e faça surgir
novos que alimentem um final satisfatório para você. Isso... aprovei-te esse
momento onde o final do evento é STE. (Observe os biofeedbacks para saber se o
cliente/paciente já chegou nesse resultado.)
C – Agora, faça novamente todo enredo do ocorrido de maneira normal.
Perceba que o impacto emocional diminuiu. Mesmo você se recordando, com
clareza, do evento original, da forma como realmente ocorreu, as emoções
perderam o impacto. Já não surgem com a mesma força.
D – Aproveite esse momento e, nessa etapa, usando sua criatividade, busque
encontrar um significado maior, algo que ficou como aprendizado para você
sobre o evento até alcançar STE. Um conhecimento que fica deste evento que
pode ser útil em sua vida. No sentido de evitar situações similares ou ajudar a
ultrapassar, caso sejam inevitá-veis. O certo é que, desse evento, resta o
conhecimento, o aprendizado e nenhuma emoção dita negativa.
E – Novamente veja todo o enredo de maneira normal. Perceba que o
impacto emocional praticamente sumiu. Parabéns, agora você tem
conhecimento, aprendizado, experiência que, na verdade, fazem parte de uma
contribuição imersa e, muitas vezes, não percebidas nos eventos ruins que
podem ocorrer em nossas vidas.
F – A partir de agora, esse evento não terá peso em sua memória emocional.
haverá só conhecimento e experiência.
REPETIR TRÊS VEZES OS SEIS PASSOS ANTERIORES ATÉ A
LETRA F PARA UM TOTAL DE TRÊS EVENTOS TRAUMÁTICOS. Ao
terminar os três eventos, siga: NOVOS PASSOS COM O SUJEITO EM
ESTADO ALTERADO DE CONSCIÊNCIA
G – Agora que o seu inconsciente já conhece a mecânica do processo de
ressignificação, ele irá continuar a ressignificar todo e qualquer evento no seu
passado que necessite ser finalizado com uma estrutura STE.
H – Nenhum fato será apagado de sua memória, apenas terão novas
interpretações, sempre finalizando em um estado STE. (Ligue a luz
estroboscópica – certifique-se de que seu cliente/paciente não possui histórico
de fotofobia ou convulsões antes de usar essa lâmpada.)
I – De forma subliminar, inconsciente, desperto ou enquanto dorme, os
eventos serão ressignificados até que o estado STE seja uma constante em sua
vida.
J – Siga para o processo de finalização.

Finalização
Após o texto de finalização (veja em 6.3), lembre-se de alertar sobre
possíveis efeitos colaterais. Caso, nos dois dias, após o processo, ele sinta
alguma emoção dita negativa sem explicação, o cliente/paciente deve procurar
desfocar com alguma atividade lúdica.
4 – ANCORAGEM DAS VOGAIS
Uma ancoragem bem fixada em algum canal sensorial já nos traz um
excelente resultado quando bem aplicada. Essa sugestão da ancoragem das
vogais, no perfil neurossensorial, leva isso a um nível máximo.
Todos os canais sensoriais são elencados nessa sugestão, e o objetivo é
consolidar as escolhas de alterações comportamentais e/ou emocionais feitas
pelo cliente no momento da preparação da sugestão.
Sempre é bom lembrar que esse tipo de sugestão não deve ser feito logo nos
primeiros momentos do seu cliente na relação psicoterápica. Permita que ele
esteja mais inserido no processo, que esteja demonstrando adesão ao tratamento
antes de usar uma técnica poderosa como essa.

Planejamento
Peça ao seu cliente, em uma sessão preparatória, para escolher cinco
alterações comportamentais e/ou emocionais que ele deseje incorporar em sua
vida que tenham, no início da palavra, uma vogal ou sílaba tônica relacionada a
uma das cinco vogais.
Exemplo:
Autoestima elevada – Vogal A.
Energia para trabalhar – Vogal E.
Mas, também pode ser feito dessa forma:
Exemplo:
Prova de afeto – Vogal A (Prova de afeto) situar, tonicamente, a sílaba mais
próxima da vogal em questão.
Manter o controle – Vogal E (Manter o controle).
O recurso de usar a tonalidade só deve ser feito quando, de fato, o cliente
não conseguir encaixar a primeira letra na vogal desejada.
Nesse planejamento, o terapeuta deve ajudar o cliente a evitar re-dundâncias
de comportamentos ou emoções similares e tentar o encaixe nas vogais. Depois
disso, a programação pode ficar, por exemplo, dessa forma:
A – Autoestima elevada
E – Energia para trabalhar
I – Inteligência para solucionar problemas
O - Organização do tempo
U – Saúde (o “u” é tônico na palavra) Explique ao seu cliente/paciente antes
dele entrar em estado alterado de consciência como se dará o processo:
1. o terapeuta fala a letra;
2. o paciente inspira rápido e potente e segura o ar;
3. o terapeuta espera alguns segundos e comanda que o paciente possa
expirar de forma branda e prolongada, pela boca, enquanto constrói em sua
imaginação as sugestões ditas pelo terapeuta;
4. o terapeuta dá alguns segundos para o cliente e volta ao início do
processo com a mesma ou outra letra das vogais.
Faça um ensaio desse processo antes de começar a indução para ter certeza
de que o cliente entendeu perfeitamente como se dá todo o procedimento.

Ambiente
Para essa sugestão precisamos de uma preparação de ambiente diferente.
Vamos nos concentrar em um processo respiratório. O cliente deve inspirar
rapidamente e o máximo de ar possível, quando ouvir a vogal em questão. Nesse
momento ele deve travar a respiração e esperar o comando do terapeuta para
começar a expirar novamente. Só que, quando expirar, ele deverá fazer pela
boca e bem devagar enquanto imagina as cenas propostas pelo terapeuta. Pode-
se usar um fundo musical com a frequência de 8 Hz e som do útero materno
(por exemplo) e a essência de hortelã. De fato, essa conjugação sempre traz
bons efeitos no ambiente terapêutico da Hipnose Neurossensorial.

Roteiro
Um, dois, três, a vogal é a letra “A”.
(Fale alto e rápido.)
Inspire, inspire, inspire. Isso, agora prenda a respiração. Mantenha a
respiração presa até o meu comando para liberar.
(Espere alguns segundos.)
A letra “A” é autoestima elevada.
Comece a liberar o ar bem devagar pela boca. Bem devagar...
(Enquanto ele expira.)
A letra “A” é autoestima elevada. Imagine-se, agora, atuando entre os seus
parentes, amigos e companheiros de trabalho demonstrando uma elevada
autoestima. Como isso ocorre? Onde isso acontece? Como você se parece nessa
cena? Como está vestido? Com quem está conversando?
Respire normalmente por alguns segundos.
Um, dois, três, a vogal é a letra “A”.
(Fale alto e rápido.)
Inspire, inspire, inspire. Isso, agora prenda a respiração. Mantenha a
respiração presa até o meu comando para liberar.
(Espere alguns segundos.)
A letra “A” é autoestima elevada.
Comece a liberar o ar bem devagar pela boca. Bem devagar...
A letra “A” é autoestima elevada. Imagine-se, agora exibindo uma elevada
autoestima. Forme uma cena em sua mente, enquanto expira bem devagar, onde
você se vê andando, conversando, interagindo com pessoas demonstrando uma
elevada autoestima. Como você está vestido? Que perfume usa? Como anda
entre essas pessoas que estão ao seu redor no trabalho, em casa, no ambiente
social?
Respire normalmente por alguns segundos.
Um, dois, três, a vogal é a letra “E”.
Inspire, inspire, inspire. Isso, agora prenda a respiração. Mantenha a
respiração presa até o meu comando para liberar.
(Espere alguns segundos.)
Energia para trabalhar, libere o ar aos poucos, bem devagar pela boca. A
letra “E” é energia para trabalhar. Imagine-se levantando com ânimo, com
vontade, força e energia, saindo para trabalhar com muita determinação.
Imagine isso agora e tente perceber os detalhes que estão nessa imagem que
agora ocorre em sua mente.
Respire normalmente por alguns segundos.
Um, dois, três, a vogal é a letra “E”.
Inspire, inspire, inspire. Isso, agora prenda a respiração. Mantenha a
respiração presa até o meu comando para liberar.
(Espere alguns segundos.)
Comece a liberar o ar bem devagar pela boca. Imagine você em cenas onde
apresenta uma enorme energia no trabalho. Você pode se ver em vários
momentos durante o dia e sempre muito bem-disposto, realizando tarefas,
produções e se sentindo muito feliz com isso.
Respire normalmente por alguns segundos.
Um, dois, três, a vogal é a letra “I”.
Inspire, inspire, inspire. Isso, agora prenda a respiração. Mantenha a
respiração presa até o meu comando para liberar.
(Espere alguns segundos.)
Inteligência para solucionar problemas é isso que que está acorrentado à
vogal “I”. Comece a expirar lentamente pela boca e imagine-se demonstrando
uma grande inteligência para solucionar problemas no dia a dia, na sua família,
no trabalho, na vida social. Imagine-se fazendo isso e preste bastante atenção
aos detalhes, nas roupas, nos argumentos.
Respire normalmente por alguns segundos.
Um, dois, três, a vogal é a letra “I”.
Inspire, inspire, inspire. Isso, agora prenda a respiração. Mantenha a
respiração presa até o meu comando para liberar.
(Espere alguns segundos.)
Libere o ar bem devagar pela boca, bem devagar, o mais devagar possível e
imagine-se apresentando uma inteligência acima do normal para resolver todos
os tipos de problemas. Você pode se ver, agora, em sua mente, sendo capaz de
resolver problemas que ocorreram, que ainda irão ocorrer e outro que você
pode apenas imaginar. Faça isso, mas preste bastante atenção aos detalhes.
Respire normalmente por alguns segundos.
Um, dois, três, a vogal é a letra “O”.
Inspire, inspire, inspire. Isso, agora prenda a respiração. Mantenha a
respiração presa até o meu comando para liberar.
(Espere alguns segundos.)
Comece a expirar pela boca bem devagar. Organização do tempo! A letra
“O” é organização do tempo. Procure imaginar, em sua mente, enquanto expira
bem lentamente, como é ser uma pessoa bem organizada. Como seria se você
fosse altamente organizado. Sua agenda, compromissos, sua casa, todo ambiente
totalmente organizado e o tempo, os dias e as horas sendo divididos em sua
mente para cumprir todos os seus compromissos.
Respire normalmente por alguns segundos.
Um, dois, três, a vogal é a letra “O”.
Inspire, inspire, inspire. Isso, agora prenda a respiração. Mantenha a
respiração presa até o meu comando para liberar.
(Espere alguns segundos.)
A letra “O” é organização do tempo. Expire devagar pela boca e imagine-se
sendo uma pessoa totalmente organizada. Tendo uma agenda bem estruturada,
resolvendo as demandas uma por vez e se relacionando muito bem com as
horas, os dias da semana e os seus projetos de vida.
Respire normalmente por alguns segundos.
Um, dois, três, a vogal é a letra “U”.
Inspire, inspire, inspire. Isso, agora prenda a respiração. Mantenha a
respiração presa até o meu comando para liberar.
(Espere alguns segundos.)
Saúde, é isso que nos traz a vogal “U”. Expire bem devagar pela boca e
imagine-se com uma saúde plena. Veja cenas onde você exibe uma saúde
invejável. Fazendo atividades físicas, trabalhando com saúde, conversando com
amigos e se sentindo muito bem.
Respire normalmente por alguns segundos.
Um, dois, três, a vogal é a letra “U”.
Inspire, inspire, inspire. Isso, agora prenda a respiração. Mantenha a
respiração presa até o meu comando para liberar.
(Espere alguns segundos.)
Libere o ar bem devagar pela boca. Como é uma pessoa com saúde plena?
Como ela exibe isso? Como ela se comporta? O que ela faz? O que você faria
sendo essa pessoa? Imagine isso agora enquanto, suavemente, expira pela boca.
Respire normalmente por alguns segundos.
Todas as palavras têm vogais. Você lê, escreve, fala, pensa e ouve palavras! E
todas as palavras têm vogais.
(Mude dramaticamente a iluminação do ambiente, respeitando as pessoas
que possuem histórico de fotofobia e convulsões.)
Toda vez que você ler, escrever, falar, pensar ou ouvir uma palavra – e todas
as palavras têm vogais –, os sons das vogais irão amplificar as sugestões aqui
apresentadas.
Ao som da vogal A – Autoestima elevada.
Ao som da vogal E – Energia para trabalhar.
Ao som da vogal I – Inteligência para solucionar problemas.
Ao som da vogal O – Organização do tempo.
Ao som da vogal U – Saúde.
Todas as palavras têm vogais. Toda vez que você ler, escrever, falar, pensar
ou ouvir uma palavra os sons das vogais irão amplificar as sugestões aqui
apresentadas.
Ao som da vogal A – Autoestima elevada.
Ao som da vogal E – Energia para trabalhar.
Ao som da vogal I – Inteligência para solucionar problemas.
Ao som da vogal O – Organização do tempo.
Ao som da vogal U – Saúde.
Você lê, escreve, fala, pensa e ouve palavras! E todas as palavras têm vogais.
(Mude novamente a iluminação para um ambiente mais ameno)
Venha voltando desse estado, lembrando sempre que todas as palavras têm
vogais. E todas as vezes que você ler, escrever, falar, pensar ou ouvir uma
palavra, os sons das vogais irão amplificar as sugestões que foram aqui
apresentadas.

Finalização
Questione se ele está bem, se se sente bem. Observe os sinais exteriores de
atordoamento pós hipnose (rosto inchado, por exemplo). Dê um tempo antes
que ele se levante, pois, como esse processo é muito físico, ele pode apresentar
um desequilíbrio se tentar se movimentar logo após o término.
Aproveite para conversar sobre as sensações que ele pode perceber durante
o período que estava em estado alterado e do que ele se recorda do processo. Se
conseguiu imaginar bem todas as proposições ou se tece alguma dificuldade em
uma das vogais. É claro, pergunte se ele se lembra do que está ancorado em cada
vogal.
5 – ATMOSFERA AZUL EM VOLTA DO CORPO
Técnica criada para diminuir a ansiedade das pessoas por meio de uma
associação com a estrutura da atmosfera do planeta Terra e o próprio corpo da
pessoa. O cliente, quando imerso na construção dessa sugestão, pode sentir um
alívio imediato de suas angústias e, por consequência, mais seguro em suas
relações profissionais/pessoais.
Como sabemos, a Terra é protegida de raios cósmicos, radiações e, até
mesmo, meteoros pela capacidade que a nossa atmosfera tem de filtrar o que
por ela passa. Também sabemos que, à nossa volta, existe muito oxigênio. De
fato, uma camada pequena em relação ao tamanho total da atmosfera, mas esse
dado não precisa ser de fato revelado ao cliente.
Podemos, por meio da sugestão, fazer com que o cliente crie em volta de
seu corpo uma atmosfera particular capaz de filtrar os estímulos negativos do
ambiente da mesma forma que a atmosfera da Terra faz com que, do espaço,
adentra seu território.

Planejamento
Converse com o seu cliente sobre como funciona a atmosfera da Terra.
Como ela é útil em nos proteger das ameaças externas. Filtrando tudo que por
ela passa e permitindo que a vida possa existir na superfície do planeta
Ambiente
Para um ambiente perfeito, devemos usar o maior número de estímulos
sensoriais possíveis.
Sonoros – a utilização da frequência de 8 Hz juntamente com o som do
batimento cardíaco no fundo musical. Esse material pode ser adquirido em
http://www.hipnoseneurossensorial.com.br/presente.
Olfativos – o padrão de eucalipto ou hortelã é o mais adequado.
Visuais – a iluminação deve seguir um padrão de cores associativo com a
narrativa, o azul deve, portanto, predominar.

Roteiro
A luz azul que toca sua pele o acalma. O azul é uma cor que se origina de
uma frequência muito especial, ela é fria, calma, silenciosa e serena. O azul é
assim: sereno e calmo. O azul é uma cor que traz calma... e ele pode agir em seu
corpo de duas formas: assim, pelo toque em sua pele e penetrando pelos poros
ou pela respiração. Sim, você inspira o oxigênio que é azul, e ele, uma vez
metabolizado, se espalha pelo corpo, levando o azul a todas as partes. Assim,
todo o seu corpo pode alcançar um estado de calma e tranquilidade.
Nesse momento, algo muito especial ocorre com o ar que circunda o seu
corpo, ele começa a ficar mais condensado, criando uma névoa azul à sua volta.
Você, neste instante, pode perceber que, em volta do seu corpo, existe uma
nuvem, transparente e azul, de oxigênio condensado. Como um magneto, você
atraiu para si uma grande quantidade deste elemento da natureza que, agora, está
formando uma pequena bola à sua volta, uma camada que circunda todo o seu
corpo: uma atmosfera particular.
Tudo que tenta passar por essa camada fina de atmosfera é filtrado pelo azul
e se torna azulado também. Todos os estímulos do ambiente, que vem em sua
direção, se tornam mais amenos, mais calmos e tranquilos, graças a essa camada
de atmosfera azul que está em volta do seu corpo.
Assim, do mesmo jeito que a atmosfera que envolve o planeta Terra nos
protege de raios cósmicos, tempestades magnéticas solares, meteoros e tudo
mais que pode vir do espaço exterior, sua pequena atmosfera também lhe
protege de todo e qualquer estímulo que venha em sua direção.
Qualquer ameaça, emoções negativas, conflitos que venham em sua direção
serão amenizados pela sua atmosfera azul particular. Ela irá tornar azul toda e
qualquer frequência exterior que por ela passar, como um filtro poderoso que o
protegerá de estímulos negativos. Dessa forma, você sempre permanecerá calmo
e tranquilo mesmo diante de tempestades solares, mesmo enfrentando meteoros
ou raios cósmicos que venham em sua direção.
Você, protegido pela sua atmosfera azul, estará sempre calmo e tranquilo,
podendo analisar cada situação com calma e sempre adotar a melhor estratégia
possível para cada situação em particular.
Sinta-se bem e protegido pela sua atmosfera azul. Ela estará sempre com
você porque o oxigênio é abundante e você, neste momento, criou um
magnetismo próprio, uma facilidade de aglomerar, à sua volta, uma grande
quantidade de oxigênio.

Finalização
Como sempre, um diálogo com o cliente/paciente é necessário antes de
permitir que ele se levante. Questione sobre as sensações, sobre o que se lembra
do processo. Principalmente como ele está se sentindo nesse momento e como
pode relatar a experiência que acabou de vivenciar.
6 – ANCORAGEM OLFATIVA
É uma das técnicas mais poderosas da Hipnose Neurossensorial pelos
motivos já expostos na descrição sobre a função do olfato na espécie humana.
Usar um perfume de que a pessoa gosta e que já tenha uma memória positiva
ancorada é muito útil quando se deseja elencar emoções positivas.
Em todos esses anos de prática no consultório, essa técnica foi uma das
poucas que deu excelente resultado com pessoas viciadas em determinados tipos
de drogas que, quando fortemente ancoradas, substituíam o prazer momentâneo
da droga pelo cheiro do perfume.
É claro que este perfil de técnica obtém uma performance maior com
clientes/pacientes altamente cinestésicos. Por isso, o teste para a descoberta do
canal sensorial preferencial é indicado logo nos primeiros momentos de contato.
É óbvio que a observação de respostas às induções aplicadas nas primeiras
sessões ajuda-nos no direcionamento das sugestões mais apropriadas.

Planejamento
Uma conversa explicando como funciona o olfato e de que forma a
ancoragem deve ser usada irá propiciar um melhor clima de aderência ao
tratamento. Também é útil esclarecer que usar a âncora (cheiro) deve ser feito
com inteligência. Se o cliente/paciente ficar usando a todo instante o cheiro para
elencar emoções ou estados psicológicos previamente ancorados de hora em
hora, o efeito irá se dissipar em rápido tempo.
O máximo de período de validade que alcançamos em consultório sem ter
feito um reforço na sugestão foi de três meses. O cliente/paciente se afastou do
tratamento e só retornou quando a ancoragem perdeu o efeito.
Para essa sugestão, o cliente/paciente deve trazer um perfume que lhe traga
uma boa memória ou, simplesmente, comprar um novo, que nunca usou em sua
vida. Nos momentos em que desejar trazer de volta a estrutura ancorada, basta
cheirar um pouco da fragrância utilizada.

Ambiente
O ambiente deve ser voltado para o relaxamento e o perfume que o
cliente/paciente trouxe já deve estar na mão do profissional terapeuta para ser
acionado no momento em que o cliente/paciente estiver no melhor estado
alterado de consciência já com as emoções ou o estado psicológico instalado.

Roteiro
Relaxe, mantenha o foco no seu corpo e procure em sua memória um álbum
de fotografias antigas. Caso não exista nenhum álbum, crie o seu agora com o
poder da sua imaginação. Com este álbum em suas mãos, folheie as páginas e
procure as fotos que lhe trazem mais emoções positivas, momentos em sua vida
que foram realmente marcantes, cheios de energias positivas, momentos que,
agora, quando você os ativa em sua mente, fazem surgir em seu corpo boas
sensações.
Escolha uma das fotos, uma que realmente significa algo poderoso para
você. Um momento especial cheio de alegrias e de contentamento. Muito bem,
agora, com o poder de sua imaginação, entre, mergulhe, nessa foto. Torne real
esse momento e, como em um filme, perceba as cores, texturas, detalhes,
personagens, objetos... e, mais ainda, traga o clima do momento: o vento e a
temperatura.
Imerso nessa cena positiva de sua vida, sinta agora o cheiro desse momento
(coloque agora o perfume no ar próximo ao nariz do cliente/paciente). Absorva
esse aroma, esse cheiro, esse perfume, essa fragrância.... sinta como ela se
incorpora à cena e como ela potencializa as emoções que você sente agora.
Essas emoções, que são boas e você sente em todo o seu corpo, serão
associadas a esse aroma.
Todas as vezes que você desejar retornar a essa configuração emocional, de
estado de ânimo, de energia, basta sentir o cheiro desse perfume. Dessa forma,
todas as vezes que você sentir esse aroma, essa fragrância no ar, de forma
intencional ou não, você estará sendo direcionado para esta mesma configuração
emocional que se encontra agora.
Suas glândulas irão produzir a química endócrina exata para lhe colocar
nesta mesma configuração emocional que está agora, neste instante. Marque
bem e memorize como esse estado emocional se dese-nha em seu corpo.
Percorra todo o corpo com sua mente, observando os detalhes vibracionais nas
pernas, nos braços, na cabeça... como este estado se manifesta em cada parte do
seu corpo.
Assim, dessa forma, deste jeito, todas as vezes que você desejar voltar a este
estado, tão bem memorizado, bastará absorver um pouco do cheiro deste
perfume (coloque mais um pouco no ar), e, rapidamente, a sua mente irá
comandar as produções químicas endócrinas exatas para que você possa voltar a
este estado de excelência. Sinta-se muito bem e use com sabedoria essa nova
ferramenta em sua vida.

Finalização
Não há muita diferença das outras finalizações. Converse um pouco com o
cliente/paciente até que tenha absoluta certeza de que ele está totalmente de
volta ao ambiente. Reforce de que ele não poderá abusar deste recurso para que
o tempo de validade seja prolongado e, na próxima sessão, faça um reforço
desta ancoragem. Quanto mais vezes for feita a repetição dessa sugestão melhor
será o resultado obtido.
7 – DISPERSANDO ENERGIA
É uma forma de trabalhar a perda de peso físico ou de emoções densas
aprisionadas. Sabemos que, sob tensão, os músculos se retesam. Mesmo que a
pessoa não tenha consciência deste ato, as tensões podem ser, praticamente,
medidas pelo tônus dos músculos nos ombros. É muito comum você ver
alguém apalpando os trapézios, músculos nos ombros, de outra pessoa e
dizendo: – “Como você está tenso hoje, seus músculos parecem uma pedra!”.
Dessa forma, essa sugestão foi construída: criando uma percepção de
liberação dessa energia acumulada.
Podemos usar em vários perfis de clientes/pacientes, e é o tipo de sugestão
da Hipnose Neurossensorial que pode ser usada logo nas primeiras sessões, pois
irá ajudar a diminuir o grau de ansiedade instalado.

Planejamento
O termômetro digital, nesses casos, irá assinalar uma temperatura nas costas
das mãos e do dorso do pé muito próximas, ou a temperatura do pé mais alta
que a da mão. Quando o grau de acúmulo e aprisionamento de emoções é muito
alto é normal que isso ocorra. As “mãos frias” como as pessoas geralmente
nomeiam esse estado informalmente é um sinal de medo ou ansiedade
profunda.
Após a sessão, você poderá conferir uma alteração significativa nesses
parâmetros de leitura no termômetro digital. O relaxamento e o processo em si
sempre trazem uma melhora para o quadro.
Não há necessidade de grandes explicações sobre o processo, pois, embora
tenha uma grande parcela de sugestões totalmente do universo da imaginação,
uma grande parte é física comandada pelo cliente/paciente.

Ambiente
O ambiente deve ser voltado para o relaxamento e não foge muito ao
desenho de outras sugestões com o mesmo perfil:
Sonoros – sons de ventos, cachoeira, mar, chuva são bem-vindos nessa
sugestão.
Olfativos – o aroma no ar deve ser de eucalipto ou lavanda.
Visuais – luz azul sem dúvida é a melhor opção para um relaxamento
profundo.

Roteiro
Observe o seu corpo, foque sua atenção nos seus músculos. Perceba como eles
estão agora. É possível que eles estejam tensionados... apenas observe com
atenção e veja se é possível perceber se existe uma cor nessa tensão, se existe
uma temperatura diferenciada nessas partes de seu corpo.
Muito bem, vá além: procure observar seus órgãos internos. Com a sua
imaginação e criatividade, viaje por dentro do seu corpo e sinta como estão os
seus órgãos, suas glândulas... como você percebe seu organismo agora? Existe
tensão? Existe uma energia acumulada e aprisionada?
Tenha o cuidado de explorar ao máximo e assimilar o que está acontecendo
agora e procure descobrir se estas estruturas possuem: peso, cor e temperatura.
A energia aprisionada sempre acaba desenvolvendo essas características e, pelo
tipo de cor, pelo peso percebido e pela alta ou fria temperatura, podemos
mensurar o grau em que cada parte de seu corpo se encontra agora. Memorize
isso, tenha o cuidado de preservar em sua mente o estado atual de cada parte do
seu corpo: músculos, membros, órgãos e glândulas.
Agora, faça exatamente isso com sua mente também. Procure saber, neste
instante, como sua mente se encontra agora. Existe tensão na sua mente? Existe
uma energia acumulada e aprisionada? Você pode perceber algum tipo de
sensação diferente das usuais? É possível descobrir se isso altera o peso, a cor ou
temperatura de seu cérebro, de sua mente?
Tenha isso também bem memorizado em sua mente. Vasculhe mais uma
vez todo o seu corpo e prepare-se para a real mudança em seu estado físico e
mental.
Agora, neste momento, eu quero que você escolha a primeira parte do seu
corpo que vamos trabalhar. Deixe o cérebro, a mente, por último. Comece por
algum músculo das pernas ou dos braços. Vamos começar por estruturas mais
simples e fáceis de serem transformadas. Foque então sua atenção nessa parte
do seu corpo e imagine que, como uma bexiga cheia de fumaça que se esvazia,
neste instante, pelos seus poros, começa a sair a energia acumulada nesta parte
de seu corpo.
Veja com os olhos de sua mente e da sua imaginação uma fina parede de
fumaça saindo pelos seus poros nessa parte do corpo, energia acumulada
deixando seu corpo. Perceba que a cor, o peso e a temperatura dessa parte de
seu corpo começam a mudar, voltando à normalidade em um relaxamento leve e
profundo.
Comece a distribuir essa ação pelas outras partes de seu corpo.
Veja todas as partes do seu corpo liberando a energia, as tensões
acumuladas, e você pode perceber o seu corpo ficando mais leve... mais
tranquilo, como se flutuasse um pouco acima da cadeira onde você está agora.
Ponto a ponto, parte a parte, órgão a órgão... veja o seu corpo permitir que
essas tensões sejam liberadas na forma de uma tênue e transparente fumaça que
sai pelos seus poros. Isso ocorre de forma suave e saudável, e você sente, neste
momento, o seu corpo mais leve, fresco e profundamente relaxado.
Agora, você pode escolher, com a sua mente, para onde deve direcionar essa
energia que deixa o seu corpo. Ela pode ir para o universo.
Gigantesco universo que irá dissipar essa energia em pedaços tão
insignificantes que ela irá desaparecer completamente sem deixar rastros de sua
existência.
Ou, você pode fazer melhor, caso queira. Você pode direcionar essa energia
que deixa o seu corpo, você pode doar essa energia que sai pelos seus poros para
pessoas que, neste momento, podem precisar delas. Pessoas que, por um motivo
ou outro, estão absolutamente sem energia.
Pense em uma pessoa sonolenta dirigindo um ônibus cheio de passageiros
em risco de morte. Uma piscada e um grande mortal acidente poderá ocorrer.
Mande um pouco dessa energia que sai do seu corpo para ele. Ele a receberá,
ficará mais desperto e poderá terminar sua jornada.
Pense em uma pessoa que está em seus últimos segundos de vida em um
hospital, uma pessoa que precisa de apenas mais 15 minutos de vida para fazer
as pazes com seus filhos antes de partir do universo material. Direcione um
pouco de sua energia para ela. Será o suficiente para ela partir em paz.
Pense e imagine quantas pessoas, neste momento, não conseguem se
levantar da cama, e um pouco dessa energia que sai do seu corpo, apenas um
pouco, pode ser bastante útil para elas. Direcione, se quiser, essa energia, que
não tem serventia para você, para essas pessoas.
Ou, se preferir, apenas libere para o universo dissipar essa energia que
nenhuma serventia tem para o seu corpo.
Agora, libere toda energia ruim, todas as tensões que estão retidas em sua
mente. Com uma expiração mais longa... deixe que tudo que existe de pesado e
denso saia de dentro de sua mente. Liberando, de tal forma, que uma sonolência
agradável surge. Uma leveza prazerosa, um relaxamento agradável...
Você se sente mais leve, mais tranquilo e pode ter ajudado muitas pessoas
liberando essas energias para elas. . A partir de agora, todas as vezes que você
sentir algum tipo de tensão em seu corpo, lembre-se deste momento e libere a
energia. Você pode fazer isso direcionando para o espaço profundo do universo
ou para alguém de que realmente precisa.

Finalização
Como é de costume, converse com o seu cliente/paciente até que sinta que
ele está plenamente consciente. Pergunte-lhe sobre as sensações, que partes do
corpo ele pode perceber mais liberação, quais eram as cores, os pesos, as
temperaturas, ou seja, procure saber o grau de envolvimento que ele teve no
processo. Lembre-se de questionar para onde ele direcionou a energia e como
visualizou isso na mente. Caso ele não se recorde de nada (o que é muito
comum), não se preocupe. O processo ocorreu da mesma forma.
8 – O JOGO DAS CORES
A influência das cores nas nossas vidas é algo indiscutível. Vários estudos já
foram conduzidos e hoje sabemos do real valor de terapias que se utilizam das
cores como elemento para o processo de cura. O efeito que as diferentes cores
podem ter sobre os estados emocionais é percebível por qualquer pessoa.
Como já vimos, no capítulo destinado aos instrumentos e recursos da
Hipnose Neurossensorial, a utilização das lâmpadas coloridas é um ponto forte
para estabelecer ancoragens duradouras. Essa sugestão engloba as três cores
com mais fácil aderência do ser humano: azul, verde e vermelho.

Planejamento
É necessário possuir a lâmpada de led que troca de cores por controle
remoto para facilitar o processo. Não é complicado de encontrar esse tipo de
equipamento em lojas especializadas de iluminação ou mesmo na Internet.
Também é necessária uma lâmpada infravermelha para o momento que essa cor
for colocada.
O cliente/paciente deve ser informado que deverá manter os olhos
fechados, mas que, mesmo assim, terá a percepção de cores o tempo todo.
Também deve prestar atenção ao que será dito e imaginar o que estará sendo
proposto no processo da sugestão.

Ambiente
O foco é o relaxamento, portanto esse ambiente sensorial não deve ser
muito diferente dos outros que têm esse objetivo. O foco maior aqui são as
cores e as associações de ancoragens que serão apresentadas no roteio.

Roteiro
Comece pela luz azul. Apague as luzes da sala e coloque a lâmpada de leds
voltada diretamente para a face do seu cliente/paciente. Comece então o roteiro.
A luz azul toca o seu rosto. A luz azul é tranquila, porque o azul é uma cor
calma, serena... tranquila. A frequência da cor azul é fria. E você pode sentir isso
em seu corpo agora. A luz azul tocando sua pele, penetrando pelos poros e
levando essa calma, tranquilidade, serenidade para dentro do seu corpo.
Assim trabalha a cor azul, levando paz, calma e tranquilidade, esfriando as
emoções mais quentes... gerando uma paz e tranquilidade que inunda todo o seu
ser.
A cor azul age, assim, de duas formas: por fora e por dentro. Por fora, ela
age dessa forma, tocando sua pele, penetrando pelos poros e inundando seu
corpo de paz e tranquilidade. Por dentro.... por dentro é o próprio oxigênio que
você respira. O oxigênio é azul e, quando entra em seu corpo pelo processo
respiratório, é metabolizado pelos pulmões. Neste processo, ele passa para a
corrente sanguínea levando o azul para todas as partes de seu corpo. O azul do
oxigênio percorre vasos, artérias, veias... levando a calma e tranquilidade da
ponta do seu dedo polegar do pé esquerdo ao alto de seu couro cabeludo do
lado direito da cabeça.
Seu corpo, portanto, está totalmente cheio de azul: por dentro e por fora.
Esse azul acalma, tranquiliza e traz paz. Isso tudo junto gera equilíbrio.
Um equilíbrio saudável, amplo, pleno e perfeito, um equilíbrio endócrino,
emocional e comportamental.
O equilíbrio endócrino é o equilíbrio das produções químicas do seu corpo.
Todas as glândulas trabalhando de forma harmônica e produzindo todas as
substâncias químicas necessárias para o perfeito funcionamento do seu corpo na
medida exata. Nem mais, nem menos: apenas e justamente o necessário.
Quantidade e qualidades ideais para a manutenção de uma saúde perfeita.
Hormônios, neurotransmissores e tudo mais que o seu corpo precisa para o
funcionamento perfeito em perfeita saúde.
O equilíbrio emocional é a perfeita administração das próprias emoções e
uma capacidade especial para perceber e entender as emoções que surgem nas
outras pessoas. Você, com esse grande equilíbrio emocional, é capaz de
gerenciar, com sabedoria, todas as interações com pessoas que possuem um grau
inferior de administração emocional. Você administra bem as emoções e, por
isso, consegue sempre os melhores resultados em toda as demandas que
enfrenta no dia a dia.
O equilíbrio comportamental é a capacidade de gerenciar suas atitudes
comportamentais e ter sempre a melhor estratégia diante de situações
complexas. Ser capaz de atuar e interagir com pessoas e grupos com
naturalidade e espontaneidade, seja no ambiente familiar, social ou profissional.
Mesmo nos relacionamentos íntimos, você é capaz de ter atitudes
comportamentais sempre adequadas à situação presente.
Assim, o equilíbrio é pleno e consolidado pelo azul. Isso gera outra estrutura
importante para o seu desenvolvimento pessoal: a segurança.
O azul traz paz, tranquilidade e calma. Isso tudo gera o equilíbrio. O
equilíbrio, por sua vez, gera segurança. Exatamente o que você sente agora.
O azul é muito diferente do verde (ligue a cor verde agora). O verde é a cor
da regeneração. Ele cura, rejuvenesce e regenera. O verde, que é a cor da
esperança, vai agir diretamente na produção de células-tronco. Essas células irão
viajar pelo seu corpo substituindo células cansadas, envelhecidas, doentes...
defeituosas e irão, uma a uma, substituir por novas e saudáveis células. Assim,
sua pele, órgãos, glândulas, músculos, ossos e todo e qualquer tipo de tecido
serão regenerados, célula a célula. Esse é um processo normal e cotidiano,
apenas está sendo acelerado nesse instante.
O verde acelera a produção de células-trono. Milhares de células viajam
agora pelo seu corpo em busca de células que já deixaram de cumprir bem sua
missão para substituí-las por novas e saudáveis células. Qualquer tipo de célula
pode ser substituída por uma célula-tronco. As células-tronco podem se
transformar em qualquer célula do nosso organismo. Você sente isso agora.
Onde, em seu corpo mais precisa, você pode sentir uma alteração na
temperatura, uma dormência, uma sensação diferente como uma pressão. É a
mudança acontecendo, a regeneração ocorrendo agora em seu organismo.
Isso ocorre graças à luz verde, que é curativa. Ela ajuda a regenerar.
Também é possível perceber uma renovação nos líquidos sinoviais. . suas
articulações rejuvenescem. Sua coluna relaxa e o espaço discal retorna à
normalidade. Você relaxa os músculos, e todas as tensões são dissipadas.
O verde também fortalece os glóbulos brancos que estão comba-tendo
todas as estruturas que podem ser maléficas ao organismo.
Assim o verde funciona, regenerando e rejuvenescendo célula a célula do seu
corpo.
O verde é muito diferente do vermelho (mude a cor para vermelho e ligue
também a lâmpada infravermelha).
O vermelho queima, destrói tudo que é desnecessário. O vermelho é uma
cor quente, tal qual o seu sangue que é quente e vermelho. Ele age em seu corpo
queimando, destruindo, liquefazendo todas as estruturas que podem ser ruins
para o seu organismo. Tudo que é dispensável, tudo que atrapalha, que
incomoda é destruído agora pelo vermelho que é quente.
Estruturas físicas, tais quais: bactérias, vírus, células defeituosas, massas
tissulares e o excesso de tecido adiposo. Tudo isso é derretido e pode ser
expulso do seu corpo, de forma saudável, pelas fezes, urina, sudorese ou
expiração.
De forma saudável, o seu corpo irá se livrar de todas essas estruturas que
foram queimadas pelo vermelho. E você sente, agora, em seu corpo a ação do
vermelho que é quente, tal qual o seu sangue que é quente e vermelho.
Sinta-se bem... sinta-se calmo (troque para a luz azul e apague a lâmpada
infravermelha).
O azul é frio, calmo e tranquilo, e você, agora, aproveita este momento para
consolidar as mudanças que ocorreram em seu corpo físico e mental. Essas
alterações irão durar semanas, meses ou anos... Apenas, lembre-se de que o azul,
o verde e o vermelho possuem funções diferentes, agem de formas diferentes
em seu corpo.

Finalização
Uma conversa com o paciente até que seu nível de atenção consciente se
torne pleno. Questionamentos sobre o que ele sentiu e onde sentiu. Um detalhe
importante é fotografar o oxímetro durante esse processo. Frequentemente,
quando estamos na fase da luz verde, no processo de regeneração, ocorre uma
baixa no percentual de oxigenação no sangue. Sugiro que fotografe os
parâmetros apresentados pelo oxímetro nesses momentos e mostre ao
cliente/paciente, caso isso ocorra. Pode ser um sinal verificável que uma
alteração ocorreu no organismo durante o processo.
9 – ATIVAÇÃO NEURAL
É um dos mais delicados processos que desenvolvemos para a Hipnose
Neurossensorial. Deve ser feito somente por profissionais com larga
experiência, respeitando todos os cuidados com o cliente/paciente.
Esse processo visa à ampliação da capacidade cognitiva, incentivando a
criação (ou reabilitação) de sinapses neurais. O processo tem duas vias de ação: a
potência da luz criando pulsos elétricos no cérebro e a sugestão propriamente
dita.
Assim, os aspectos físico e psicológico atuam em conjunto para o resultado
final desta poderosa sugestão.

Planejamento
Em primeiro lugar, é imprescindível ter certeza de que o cliente/paciente
não tem sintomas de fotofobia e que não teve histórico de convulsões na vida.
Isso é ponto fundamental para esse perfil de atuação com a Hipnose
Neurossensorial. Não submeta seu cliente/paciente a esse processo sem essa
informação.
Caso ele esteja no grupo de pessoas com histórico de convulsões ou
fotofobia, use o azul ou verde e não a estrobo. Neste caso, o processo será 90%
voltado para a sugestão.
Para esse processo (pessoas sem risco de efeitos colaterais), começamos com
pequenas inserções da luz estroboscópica em sessões anteriores. Pequenas
dosagens: primeiro dois minutos, depois cinco e assim por diante colhendo as
reações do paciente.
Normalmente, as pessoas que são submetidas pela primeira vez à luz
estroboscópica direta (com olhos fechados) têm a percepção de cores e figuras
geométricas.
Pela experiência ao longo dos anos, notamos o seguinte: pessoas com baixo
ânimo irão relatar figuras em formato de círculo, e a cor azul e as pessoas que já
estão em fases de resolução de seus sintomas relatam figuras geométricas com
mais ângulos e pontas (chegando a se parecer com caleidoscópio) e cores mais
claras.
Ainda não está claro como isso ocorre, mas é um padrão percebível. Com o
tempo e prática, provavelmente você irá obter os mesmos relatos de seus
pacientes.
Apenas o alerta final: jamais use esse método sem ter certeza absoluta de que
seu cliente/paciente não está no grupo de exclusão citado. Outras intervenções
podem ser usadas, e mesmo essa deve ser construída ao longo de várias sessões,
com exposições curtas à luz estroboscópica.
Caso, nas sessões de pequena exposição a estrobo, o cliente/paciente relatar
incômodo ou dor de cabeça após a intervenção, não a utilize mais com ele.
Algumas pessoas possuem uma grande sensibilidade à luz, e isso é um motivo
para a exclusão deste perfil de ação. Use as lâmpadas coloridas que também
possuem alterações de cores em velocidade programada.
Durante todo o procedimento com qualquer pessoa, observe sempre os
instrumentos de biofeedback. Ao sinal de qualquer alteração fora do padrão,
desligue a lâmpada e proceda com a finalização.

Ambiente
Para o olfato, use o aroma de pimenta preta que é excitante. A sala deve ser
a mais escura possível e, tenha cuidado com a sua proteção. Use óculos escuros
para diminuir o efeito da luz estroboscópica.
Programe essa sessão em um período do dia em que seu cliente/paciente
possa, após sair do consultório, dormir um pouco. Temos percebido, ao longo
dos anos, um melhor resultado quando isso é possível. Muitos dos nossos
clientes/pacientes são oriundos de outras cidades e ficam em hotéis nas
proximidades do ISEC, nosso consultório, em Copacabana. Quando eles
relatam que dormiram por alguns minutos após as sessões (sempre é cansativo),
os ganhos são percebidos imediatamente.

Roteiro
Após ter submetido o cliente/paciente a algumas exposições à luz
estroboscópica em sessões anteriores sem o surgimento de relados de incômodo
ou dor de cabeça e tendo a certeza de que não se trata de uma pessoa com
histórico de convulsões ou fotofobia, faça a introdução de rebaixamento da
forma que preferir. Com as luzes apagadas no consultório (quanto mais escuro
melhor), o cliente/paciente com os olhos fechados e você com os óculos
escuros de proteção, ligue a lâmpada estroboscópica na menor velocidade
possível e diga:
A luz que toca suas pálpebras é forte, transpassa as pálpebras, e os
repetitivos flashs de luz excitam eletricamente suas conexões neurais. Neste
momento, milhares de neurônios são despertados e emitem pulsos
eletroquímicos pelas sinapses neurais, ampliando a sua rede de conexões neurais.
Assim, sinapses antigas, que estavam em desuso, são despertadas... novas
conexões surgem como estradas, rios, rotas que ampliam os caminhos para o
tráfego de informações.
(Aumente um pouco o ritmo da lâmpada e vá fazendo isso pouco a pouco
durante a sessão.)
Neste momento, portanto, você se torna mais inteligente, mais rápido no
raciocínio. Sua memória se expande, e você se torna capaz de reter muito mais
conteúdo em sua mente e, sempre que necessitar, terá imensa facilidade em se
recordar. Isso ocorre, porque, agora, neste momento, as áreas do seu cérebro
responsáveis pelo armazenamento de conteúdo estão se expandindo com novas
e melhores sinapses neurais.
Pulsos eletroquímicos saltam pelas fendas sinápticas. Axônios transmitem
informações por todo o corpo melhorando não só sua capacidade cognitiva,
mas motora também. Você se torna mais ágil em seus movimentos. Sua marcha,
caminhar, se torna mais altiva. Você se renova de forma completa por meio de
suas sinapses neurais, pelas conexões existentes em seu cérebro e por todo o
corpo.
Áreas específicas são ampliadas agora. Áreas que irão aprimorar recursos
que você já possui, recursos verbais, comportamentais e emocionais.
Recursos verbais. Neste momento,as áreas do seu cérebro responsáveis pela
fluência verbal estão sendo ampliadas com mais sinapses neurais. Você se torna
uma pessoa capaz de conversar com facilidade, pois possui uma fluência, uma
emoção na voz capaz de envolver qualquer pessoa, grupo ou multidão. Sua fala
encanta as pessoas que se sentem atraídas por você. Seu conteúdo verbalizado, a
maneira como conduz sua argumentação, tudo isso transforma você em um
verdadei-ro sedutor social pela palavra. Você, neste instante, alcança um nível de
excelência em seus recursos verbais.
Recursos comportamentais. As áreas do seu cérebro responsáveis pelas suas
respostas comportamentais ao ambiente estão sendo apri-moradas neste
instante. Os flashs de luz excitam suas conexões neurais nessas áreas que se
ampliam, aumentando, assim, sua capacidade de obter estratégias assertivas em
tudo que faz. Seja no ambiente social, familiar ou profissional, você sempre atua
de forma correta obtendo os melhores resultados possíveis para você e para as
outras pessoas que com você interagem. Sua capacidade de interagir com
pessoas se aprimora cada vez mais... a cada segundo... a cada novo flash de luz.
Recursos emocionais. Sua administração das emoções se torna plena. Você
escolhe o que prefere cultivar de emoções. Isso ocorre graças a novas conexões
neurais que se formam nas áreas do seu cérebro responsáveis pelas emoções.
São muitas áreas que agora de beneficiam de novas sinapses e sinapses antigas
que são revigoradas. Você consegue perceber as emoções surgindo em seu
corpo e, de forma consciente, pode escolher o que deseja vivenciar plenamente.
Suas emoções estão sob controle. Sua capacidade analítica não é influenciada
pelas fortes emoções. Você sente as emoções. Você escolhe o que deseja sentir
com mais intensidade. Da mesma forma, você consegue perceber as emoções
surgindo nas outras pessoas e pode agir, de forma estratégica com seus atos
comportamentais e sua fluência verbal, para direcionar as emoções de forma
positiva.
Sinta-se bem. Aproveite esse momento e tente memorizar as formas
geométricas que surgem em sua mente e as cores que consegue perceber. Isso é
importante. Tente observar que imagens se formam espontaneamente em sua
mente. Quais são as cores mais presentes. Observe e memorize isso.
Agora você pode perceber que a sua rede neural está bastante ativa, e áreas
bem específicas estão sendo acionadas. Áreas que podem ligar você a um vasto
conhecimento do mundo. Conhecimentos que existem dentro e fora do seu
corpo.
Neste instante, as conexões conseguem tocar as áreas do DNA onde está
codificado todo conhecimento da espécie humana até o momento. Todas as
experiências, conhecimento e aprendizado estão codificados e passaram, geração
a geração, até você neste momento, desde o período dos homens das cavernas,
desde o período medieval até o século atual. Tudo está arquivado, de forma
codificada, e, agora, neste momento, graças aos pulsos eletroquímicos e às novas
sinapses neurais, passa a existir uma linha de comunicação mais forte e presente
com todo esse arquivo de conhecimentos. Essa biblioteca da espécie humana
poderá ser acessada por você sempre que for necessário. As informações virão
até você na forma de sonhos esclarecedores, como insights maravilhosos ou
como novas ideias oriundas de sua forte imaginação. Esse é o modo de acessar
os conhecimentos que estão dentro de você. Mas, existe uma outra e poderosa
forma: a externa.
Neste instante, uma outra área muito especial do seu cérebro também é
ativada. A área que permite o contato mais aprimorado com o inconsciente
coletivo. Os pulsos elétricos provocados pelos flashs de luz criam novas
conexões nas áreas responsáveis pelo acesso ao inconsciente coletivo. Tudo que
foi pensado, falado, dito ou escrito paira no universo na forma de ondas ELF –
Extremely Low Frequency. Frequências extremamente baixas que pairam no
universo por toda eternidade. Você, agora, neste momento, desenvolve uma
capacidade extra de captar as informações que podem ser úteis no seu dia a dia,
tornando você uma pessoa mais segura, pois é capaz de encontrar soluções, em
sua mente, até mesmo para situações mais complexas. Você adquire a
capacidade de aproveitar conhecimento e aprendizados que está armazenado
neste local imaterial: o inconsciente coletivo. De forma saudável e tranquila, as
ideias surgem espontaneamente em sua mente, graças à sua imaginação e
inteligência acima do normal. Você agora, portanto, é uma pessoa com
privilégios especiais.
Sinta-se bem e permita que todas essas alterações possam ser con-solidadas
em sua mente.
Desligue a estrobo e permita que o cliente/paciente permaneça por alguns
minutos em repouso consolidando a experiência que acabou deter. Após isso,
proceda para a finalização do processo (veja a seguir) da forma que julgar mais
conveniente.

Finalização
É claro que o cliente/paciente estará muito cansado e pode ser até que não
se lembre de nada do processo. Mas, é necessário procurar saber o que ele
sentiu, o que percebeu de cores e formas geométricas. Isso deve ser anotado.
Ocorre que, em sessões posteriores, uma mudança pode ocorrer nessas
percepções de cores e formas. A tendência de clareamento das cores até o
laranja e do aumento da complexidade das formas geométricas é algo percebível
ao longo do tempo de tratamento.
10 – PERMUTA COM O INCONSCIENTE
Na verdade, não se trata de uma sugestão propriamente dita. É um
procedimento que pode ocorrer em qualquer processo. Trata-se de uma
condição que pode surgir no cliente/paciente durante o estado alterado de
consciência.
Ao perceber movimentos ideomotores, você poderá questionar se é a
manifestação do inconsciente do paciente e, com ele, travar uma negociação.
Muitas vezes, durante uma sessão, percebemos que o sujeito se movimenta
em espasmos, de forma aleatória e inconscientemente. Podemos nos aproveitar
disto para “conversar” com o inconsciente e criar um contrato com ele na
direção de auxiliar o sujeito a alcançar seus objetivos na terapia.

Planejamento
Como, na maioria das vezes, trata-se de um evento aleatório, pode estar
dentro de qualquer planejamento de qualquer outro perfil de sugestão. No
entanto, se for um momento preparado para isso, siga o padrão de relaxamento
e calma, ofertando os elementos já conhecidos, apresentados em outras
sugestões neste capítulo.

Ambiente
Nada diferente de ambiente preparado para o relaxamento. Luz azul
imperando e fundo musical com o som do coração feminino irão potencializar o
estado de segurança e tranquilidade do sujeito. Peça ao cliente/paciente que
retire os sapatos. Os dedos dos pés têm uma grande facilidade de se
movimentarem durante esse processo.

Roteiro
Na percepção de movimento ideomotores aleatórios, interrompa a sugestão
em curso – caso queira usar dessa possibilidade de interação com o sujeito, nem
sempre os movimentos ideomotores são, genuinamente, originados de uma
intenção inconsciente –, solicite que o inconsciente confirme sua presença e
vontade de interagir com o universo exterior. Faça da seguinte forma:
Se, neste momento, o inconsciente de fulano possa me ouvir e queira
participar de forma ativa de nossa sessão terapêutica, por favor se manifeste de
forma ideomotora, imperceptível para fulano, mas, visível para mim que
observo externamente. Na minha contagem de três... um, dois.. três (observe se
surge ou não o movimento).
Se o movimento ocorrer ou não, solicite de novo para ter a certeza de que
ele está ou não disponível para a permuta. Não considere um só movimento
como resposta definitiva, pode ser que seja apenas uma coincidência. Solicite
várias vezes para ter certeza absoluta de que se trata de uma comunicação direta
com o inconsciente do sujeito.
Feito isso, negocie da seguinte forma:
• Gostaríamos de saber se é possível o inconsciente auxiliar no caminho para
a recuperação de fulano, para que ele possa alcançar as metas que deseja. Se isso
for possível, se o inconsciente puder ajudá-lo nessa jornada, peça-lhe por favor
que se manifeste na contagem de três: um, dois... três (observe o resultado).
• Em troca deste auxílio, fulano irá se comprometer a ter uma atividade de
custo calórico... uma atividade física... fulano neste momento deve pensar nas
possibilidades. Quando fulano estiver pen-sando na atividade ideal, o
inconsciente deve se manifestar. Fulano, pense em uma atividade física (observe
o corpo), pense em outra.
E assim sucessivamente até que o inconsciente se manifeste na aceitação de
uma (ou mais) atividade física.
Se tudo correr bem, você deve finalizar da seguinte forma:
Se estamos justos e acordados, necessito de uma última sinalização do
inconsciente para fecharmos o nosso acordo que irá prevalecer por um mês.
Ficando a minha voz como guardiã do contrato. O inconsciente deve fazer a sua
parte auxiliando o sujeito nas resoluções de seus sintomas e facilitando seu
ânimo, disposição para completar seus objetivos, e fulano deverá honrar a
prática de esforço físico combinado. Se estamos perfeitamente de acordo, por
favor inconsciente, se manifeste em uma contagem de três: um, dois... três.
Repita as perguntas e colha os sinais o máximo possível até ter absoluta
certeza de que se trata de uma negociação direta com o inconsciente. Filme
alguns momentos em seu celular (apague depois claro) apenas para mostrar ao
seu cliente/paciente os movimentos. Ocorre que, na maioria das vezes, o sujeito
não tem a mínima percepção de qual parte de seu corpo sinalizou. De fato, ele
pode pensar que foi outra parte do corpo.
Sobre a filmagem: é bom lembrar que não se deve filmar a face e, diante da
possibilidade de ocorrer algo assim, deve-se comunicar antecipadamente ao
paciente a possibilidade de filmar parte de seu corpo para sua comprovação.
Delete a imagem na frente de seu cliente. Não deixe dúvidas quanto à sua ética
em preservar esse momento em consultório.

Finalização
Uma explicação calma e tranquila deve ser feita para o cliente/paciente. O
inconsciente se manifesta de várias formas, e essa é uma das possibilidades. Se o
evento não finalizar da forma como você pretendia, não se preocupe e continue
o tratamento com as outras ferramentas disponíveis. Pode ser que, em outro
momento, possa ocorrer essa comunicação e a finalização do contrato. Nem
todas as pessoas estão em um nível onde esse tipo de procedimento pode
acontecer. Não se trata de algo bom ou ruim, apenas de um momento na vida
em que essa possibilidade, por um motivo ou outro, não está disponível.
Não se deve tomar esse contrato, caso tudo corra bem, como finalização do
processo terapêutico. Pense nisso como mais uma ferramenta poderosa para
auxiliar no processo de cura ou desenvolvimento de seu cliente/paciente. Use
desse artifício com responsabilidade sem promessas de resolução total. Trata-se
de um apoio que, muitas vezes, é um excelente apoio.
6. 3 Modelos de finalização do processo

Seguindo a ordem: houve a indução, a sugestão e agora é o momento da


finalização do processo. Toda finalização deve ser calma e tranquila, aos poucos
trazendo o sujeito ao estado consciente sem provocar alterações abruptas. Cada
pessoa possui seu próprio tempo, e algumas podem necessitar de mais tempo
que outras para retornar ao estado consciente normal. Não tente acelerar o
processo para ganhar tempo, isso pode ocasionar reações adversas e destruir o
ganho alcançado com a sugestão já aplicada.
1 – Neste momento em que você se prepara para voltar ao estado de
atenção plena, você percebe sua roupa tocando a sua pele. Sim, isso mesmo, sua
roupa, meias, calças, camisa ... tocando sua pele. Começa a perceber a textura da
poltrona, da cadeira ou do colchão onde está. De fato, agora, você começa a
perceber o seu próprio peso, os batimentos do seu coração, sua respiração.
Tudo está voltando ao ritmo normal, e você se prepara para abrir os olhos
dentro desta nova programação vitoriosa. Você sente, neste instante, uma nova
energia, um novo ânimo, uma nova vontade! Você está se preparando para a
vitória, vitória em todos os sentidos e a conquista da tão esperada felicidade.
Você irá despertar agora, neste momento, e em todos os dias com o ânimo
renovado. Sinta-se muito bem, inspire um pouco mais fundo (faça o barulho de
inspiração) e prepare-se para abrir os seus olhos em uma simples contagem de
três. Em um, sentindo-se muito bem. Em dois, com os ânimos renovados e, em
três, abra os olhos para esta nova etapa em sua vida.
2 – Preste atenção no seu corpo e como ele está neste momento. Você irá
perceber que, a cada inspiração e expiração, você se sente mais presente neste
ambiente. Você é a temperatura do local. Você consegue neste instante se situar
no ambiente. Na verdade, você sabe onde está agora e pode se preparar para
abrir os seus olhos, saudável, descansado, relaxado como se tivesse dormido
uma noite inteira. Você recuperou sua energia vital. Sinta-se muito bem. Agora,
na minha contagem, prepare-se para abrir os olhos e voltar para este ambiente
com calma e tranquilidade. Em um, perceba seu corpo onde está, em dois, sinta
seus músculos fortificados e, em três, abra seus olhos para a sua nova vida
3 – Agora é necessário que você foque sua atenção em suas mãos. Isso
mesmo, concentre sua atenção em seus dedos e tente movimenta-los devagar.
Muito bem, agora faça o mesmo com os dedos dos pés. Tome consciência de
seu corpo e inspire um pouco mais forte. Isso mesmo. Sinta sua energia vital
totalmente renovada. Sinta seu corpo regenerado e pronto para essa nova etapa
de sua vida que começa neste instante. Mentalmente conte até cinco e, quando
terminar, abra seus olhos e se sinta rejuvenescido, regenerado, mais jovem,
saudável e forte. Comece a contar agora... um... dois....
4 – Ouça o som da minha voz e a tenha como um guia em um local escuro.
Em sua mente, crie um caminho e venha, andando calmamente, na direção do
som da minha voz. Você irá perceber que, a cada momento, ela se torna mais
forte, mais presente. Ao mesmo tempo, você também começa a perceber o seu
corpo físico onde está neste instante. Você percebe os cheiros deste local, os
sons que estão lá fora na rua e, em poucos segundos, você já possui plena
consciência de tudo que ocorreu e o seu papel vitorioso nisto tudo. Acompanhe
a minha voz nesta contagem final: um, percebendo o seu corpo; dois, sentindo-
se muito bem:; três, abra os olhos renovado e energizado.
5 – Agora, eu preciso que você coloque sua atenção nos seus batimentos
cardíacos. Isso mesmo. Ouça o som do seu coração... perceba que os sons do
ambiente começam a ficar mais fortes e cobrem o som do seu coração. Você
ainda sente seu coração batendo, seu sangue cir-culando, sua respiração
normalizada, mas o ambiente se torna mais presente ainda. São sons, cheiros, a
temperatura do ambiente e a minha voz que se torna mais forte e distinta. Você
está saindo de um estado alterado de consciência e é absolutamente normal esse
momento de transição. Prepare-se para abrir os seus olhos com calma e
tranquilidade, sentido-se muito bem e disposto, sentindo-se vitorioso e feliz.
Vou contar até três e quero que você abra os seus olhos, aqui e agora: um, sinta
seu corpo; dois, sinta-se renovado e feliz; três, abra seus olhos para sua nova
vida.

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7.1 Estudo de caso A.

A. é uma mulher com problemas conjugais e com dificuldades em realizar


seus objetivos de vida. Chegou ao consultório relatando que precisava sair do
estado em que se encontrava: de procrastinação, sem vontade de fazer nada,
tomando muitos medicamentos (por indicação do psiquiatra), inclusive para
dormir, sentindo-se ansiosa. Não conseguia cuidar da casa nem de si mesma,
muitas vezes ficando tempo demais deitada na cama ou sem perspectiva de vida.
Na primeira sessão, ela explicou como era seu dia a dia e o que gostaria de
mudar em termos de atitudes e emoções. Relatou perceber que se irritava por
qualquer coisa e tinha muita dificuldade de manter um diálogo saudável com as
pessoas, incluindo seu marido, que sempre a criticava.
Logo no primeiro encontro, o profissional de hipnose clínica esclareceu
como se dava a terapia com hipnose, destacando alguns pontos principais pelos
quais ele sugeria que se iniciasse o tratamento, como ansiedade e a retomada da
energia para a realização de tarefas comuns do dia a dia. Utilizou-se a técnica de
indução RMP – Relaxamento Muscular Progressivo, com sugestões de
restabelecimento da saúde, calma, tranquilidade, restabelecimento do sono e da
energia, utilizando a técnica de visualização criativa para o bem-estar e saúde,
utilizando a frequência de 528 Hz (frequência dos milagres) e foco de luz branca
com pulsos suaves no ambiente do consultório com as outras luzes apagadas.
Ainda na primeira sessão, foi ensinada a técnica dos dedos que grudam com
autoafirmação positiva para que a cliente pudesse fazer em casa.
No segundo encontro, A. relatou estar se sentindo um pouco mais animada
e relatou que gostaria de ter projetos, mas ainda passava muito tempo sem fazer
nada e deitada na cama. Procedeu-se com uma indução rápida e estimulação
neurossensorial por meio de um curto período de exposição à lâmpada
estroboscóbica com pulsos acelerados, sugestionando-a a partir de palavras,
como energia, força, coragem, motivação, foco, saúde, bem-estar, vontade. Logo
em seguida, utilizou-se um som suave para que ela pudesse associar o estado de
tranquilidade com a energia necessária para realizar as coisas, a vontade de ser
feliz e de viver.
Nos encontros seguintes, foram utilizadas diversas técnicas de visualização
criativa, como a técnica do vulcão de segurança, espelho mágico, diálogo com o
medo, dentre outras, sempre associando com estimulação neurossensorial de
luzes, aromas e sons. Também fazia exercícios de auto-hipnose em casa. A.
progredia rapidamente, como é esperado no tratamento com hipnose clínica.
Contudo, na sessão 6, chegou ao consultório relatando que teve uma briga
muito feia com o marido e também com uma amiga, que se sentia muito melhor
do que quando iniciou a terapia, mas precisava trabalhar sua assertividade, o
modo como se importava com as coisas e como reagia às mais diversas
situações. Foi utilizada a técnica do elevador associada com a cor azul, para que
ela pudesse jogar fora as palavras agressivas, a reação exagerada e pudesse
perceber que poderia falar tudo o que quisesse, dependendo do modo como fala
e a energia que coloca no tom de voz.
Ao sair do estado alterado de consciência, percebeu que conseguiu obter
nota 1 para a agressividade na fala, que se sentia mais segura naquele momento,
mas que estava com medo de fazer tudo de novo no seu modo de reagir aos
estímulos externos. Terapeuta e cliente conversaram sobre estratégias para evitar
o enfrentamento e as discussões desnecessárias, tais como: 1) pedir licença para
sair do ambiente e ir ao banheiro e, lá, focar na respiração, repetir uma
autoafirmação positiva (Sou a potencialidade da calma e da tranquilidade),
envolvendo-a na cor azul – depois retornar ao ambiente; 2) buscar esclarecer o
ponto de vista do outro por meio de perguntas do tipo: Como é possível
melhorar essa situação? O que você tem em mente? O que você acredita que eu
possa fazer? etc.; 3) Criar três frases para falar no momento em que estiver
percebendo que vai se irritar e talvez perder o controle emocional para em auto-
hipnose repetir para si mesma ou colocar em forma de áudio, por exemplo: “Eu
ajo e reajo com foco no amor”; “Eu escolho adequadamente as palavras que
expressam assertivamente meus sentimentos”; “Minha fala é perme-ada pela
positividade e tranquilidade”.
A. começou a praticar a auto-hipnose em casa com mais afinco e percebeu
outras mudanças significativas no seu comportamento. Na oitava sessão, já se
sentia mais confiante e relatou que estava conseguindo se manter mais calma
diante dos problemas e do que acontecia à sua volta na vida familiar. Foi
utilizada a técnica da faxina no coração, associada com a luz de cor vermelha,
para que ela pudesse se sentir envolvida de energia e vigor, associada com a
escolha de rever seus sentimentos.
Durante as sessões 9, 10 e 11, A. teve um grande progresso, voltando a
estudar, delimitando espaços na sua vida para passear, ir à igreja, sair com o
marido, com os amigos e, até mesmo, passou a se relacionar melhor com sua
família. Passou a escolher o que ia assistir na televisão e como o uso do seu
tempo poderia ser o melhor possível.
Na décima segunda sessão, a última deste processo, A. já tinha emagrecido,
estava bem-disposta, o psiquiatra havia diminuído a quantidade e dosagem de
medicamentos, relatou estar feliz e já tinha um novo brilho no olhar e estava
conseguindo gerenciar suas emoções. Sua vida havia se transformado
completamente. Foi realizada a técnica de projeção para o futuro com exposição
mais prolongada à luz estroboscópica branca com pulsos espaçados. A. se viu
realizando novos projetos, conquistando um espaço na sua profissão e sendo
ainda mais feliz.
7.2 Estudo de caso B.

Neste estudo de caso, estaremos analisando o essencial da terapia associada


com a técnica de imagens mentais e Hipnose Neurossensorial.
B., sexo feminino, 37 anos, chega ao consultório para o primeiro encontro
queixando-se de ansiedade. B. demonstrava muita ansiedade e agitação,
gesticulava muito e falava alto, parecia querer controlar tudo à sua volta,
inclusive o processo terapêutico. Isso denota em um primeiro momento uma
fragilidade acobertada pela necessidade de controle, de fazer tudo para os
outros, como forma de esconder o medo de sofrer.
Logo no primeiro encontro, procedeu-se com Hipnose Neurossensorial,
associando o cheiro de hortelã com a cor verde e sugerindo o controle das
emoções, com gerenciamento emocional, calma e tranquilidade diante dos
estímulos externos.
Na segunda sessão, B. falou sobre seu comportamento ansioso: “... Tudo
tem de ser do meu jeito, pois assim posso prevenir para que eles não fiquem
doentes”. B. se dá conta de que tenta controlar tudo e todos. Foi solicitado que
ela visualizasse um jardim calmo, sereno, tranquilo, com flores coloridas,
pássaros cantando, árvores com frutos e um lindo lago, de águas claras,
cristalinas, calmo, sereno... o jardim da saúde. Durante a visualização com estas
imagens, sugeriu-se que neste jardim, todos os elementos para se ter uma boa
saúde estão presentes. E foi sugerido também que ela percebesse qual a
responsabilidade dela pela sua saúde. B. descreveu: “... Me senti grande, cheia de
luz, mas ao mesmo tempo pequena, incapaz de controlar tudo e todos, inclusive
as doenças”.
Durante as sessões seguintes, foram utilizadas técnicas, como técnica do
jardim encantado associado com a luz azul e frequência de 8 Hz no fundo
musical; técnica do bem-estar e saúde, com frequência de 8Hz; técnica do
perdão, com luz branca pulsando em ritmo bem lento. Os relatos de B. eram
sempre de melhora semana após semana.
Na oitava sessão do processo terapêutico, B. se encontrava mais calma,
menos acelerada e exigindo menos de si mesma, conseguindo gerenciar melhor
suas emoções.
No décimo encontro, B. relatou mudanças significativas na sua vida; estava
lidando melhor com os filhos, menos ansiosa em relação a possíveis doenças –
havia deixado o marido tomando conta sozinho da filha com febre, já havia
emagrecido 3 kg nas últimas duas semanas e estava feliz.
Na última sessão, B. fez um balanço geral de tudo o que conseguiu
implementar em sua vida: já sabia perceber quando precisava se concentrar em
si mesma para não ficar ansiosa, seu relacionamento com todos à sua volta
(filhos, marido, amigos, família...) estava mais maduro, estava estudando,
arrumou uma empregada para auxiliar nos serviços domésticos (o que antes não
admitia), estava se valorizando e se achando bonita e inteligente.
B. queria uma visualização, para encerrar o processo terapêutico, que tivesse
anjos e a deixasse em paz, consolidando suas mudanças. B. demonstrava uma
atitude madura e adulta de alguém que caminha com segurança e sabe fazer
escolhas que sejam boas para si. A ansiedade que B. relatou no início da terapia
escondia emoções que foram trabalhadas no decorrer do processo terapêutico e,
com isso, a ansiedade foi extremamente reduzida em sua vida. Ela sabia que o
futuro dependia de suas atitudes e era ela quem iria escrevê-lo.
7.3 Estudo de caso C.

C., sexo feminino, 35 anos, 50Kg, 1m57cm de altura, divorciada há nove


anos, formada em Serviço Social, mas exerce a função de professora da pré-
escola, frequenta a religião católica. Queixa-se de ansiedade em todos os
aspectos de sua vida, principalmente no trabalho e nos relacionamentos.
Na primeira sessão, C. chegou um pouco tímida. Sua ansiedade parecia ser
muito mais implícita do que explícita. Demonstrava sinais de autopunição. Seus
sintomas de ansiedade eram intensos: unhas quebradas, muita queda de cabelo,
comia compulsivamente, tinha dores terríveis no estômago, que nem os médicos
conseguiam diagnosticar a causa, e dependência emocional.
Na terceira sessão, no trabalho de Hipnose Neurossensorial, C. pede para
que o enfoque seja sua autoestima. Sugiro que ela visualize um espelho à sua
frente, com sua imagem refletida e que ela possa perceber o que vê no espelho.
Associou-se a isso o cheiro de um perfume que ela gostava muito e a cor laranja,
buscando promover um equilíbrio e reencontro consigo mesma. Ao final da
sessão, C. relata: “... Parece que algo mudou aqui dentro” (bota a mão no
coração).
Na quarta sessão, C. compreendia sua necessidade de colocar em prática o
que estava descobrindo acerca de si mesma. Na quinta sessão, C. já se sentia
menos ansiosa.
Durantes essas sessões, foram utilizadas técnicas de indução rápida, com
associação de cores e frequência de 8Hz com batida de coração materno.
Na oitava sessão, C. se sentia mais segura e confiante, estava realmente
conseguindo colocar em prática o que havia internalizado com a Hipnose
Neurossensorial. Entretanto, na nona sessão, C. chegou muito mal ao
consultório, dizendo ter tido uma recaída após ter se submetido a uma maratona
de estudos sem limites com o namorado. Procedeu-se com a técnica do elevador
associada com a cor amarela. Ao final da sessão, C. relatou: “... Eu não preciso
agradar ninguém o tempo todo”.
Na décima primeira sessão, C. estava muito bem, menos ansiosa, mais
decidida, mais confiante e tinha realizado várias coisas sem medo. Já estava
conseguindo viver um dia após o outro, sem atropelar-se. Na última sessão, C. já
tinha voltado a trabalhar e estava bem. C. afirma que o processo com hipnose
foi muito importante, “...Porque me ajudou a ver dentro de mim, a perceber
minhas emoções, a concretizar internamente mudanças que eu queria, foi um
modo criativo de lidar com sentimentos que eu carregava como um fardo. A
hipnose me ajudou a entender que tudo é um processo interno...”.
7.4 Estudo de caso D.

D., sexo feminino, 30 anos, chegou ao consultório se queixando de manter


relacionamentos que não eram saudáveis para si, relatando muita dificuldade em
namorar e se relacionar com homens, pois não conseguia se comunicar
assertivamente e sempre terminava abandonada. Suas maiores dificuldades eram
em relação à sua autoestima, se posicionar adequadamente nas diferentes
situações (ora se calava e não se posicionava, ora tinha reações exageradas que
extrapolavam o ocorrido no momento), tinha vida sedentária, dificuldades de
fazer amigos, comportamento compulsivo em relação à comida e a compras.
Na primeira sessão, D. falava muito pouco e estava visivelmente
envergonhada por estar ali, acreditando que tinha algo de muito errado com ela.
Conversamos sobre sua vida cotidiana e seu relacionamento atual. D. relatou
que sua maior dificuldade estava em se posicionar diante do comportamento de
agressividade do namorado, que a xingava e desqualificava. Propomos o
exercício de indução da técnica dos dedos que grudam para ela perceber que ela
pode se concentrar em si mesma e fizemos uma lista de suas qualidades que
podem ser usadas para enfrentar o problema. E realizamos uma visualização
criativa com os elementos que ela listou como suas qualidades, com foco na
autovalorização, associando a luz azul e a frequência de 8 Hz com o fundo
musical.
Na segunda sessão, foi sugerido que D., em transe, percebesse os limites do
seu corpo e trouxesse o foco de sua atenção para suas emoções no momento, na
busca pela satisfação. D. relatou que conseguia perceber que não conseguia lidar
com algumas emoções e acabava descontando a insatisfação consigo mesma em
comida, roupas e sapatos. Propomos que ela encontrasse dentro de si uma fonte
forte de satisfação, algo que ela pudesse se sentir muito feliz. E ela disse que
nunca olhou para si mesma e tinha muitas dificuldades de se aceitar e se amar.
Mas, que uma fonte de satisfação seria passear, viajar.
Na terceira sessão, foi realizada a técnica do espelho mágico associada com
frequência de 8 Hz no fundo musical e aroma de gengibre, com o propósito de
desenvolver autoconfiança, energia e autoaceitação. D. relatou se sentir muito
bem durante e depois do processo.
Na quarta sessão, D. chegou contando que seu namorado havia terminado
com ela e que estava muito difícil digerir tudo. Tinha passado o final de semana
jogada em cima da cama chorando e comendo. Mas, tinha decidido não ligar
para ele nem o procurar mais. Fizemos um trabalho de regeneração celular para
a saúde, utilizando a técnica da luz branca que entra pelo topo da cabeça e
percorre todo o corpo, trazendo força, luz, paz e saúde, associado com cheiro de
manjericão e luz verde.
Na sexta sessão, D. relatou ainda estar triste, mas bem menos e que já estava
conseguindo trabalhar normalmente e não tinha comprado nada de roupa nem
sapato nos últimos 15 dias. Pediu uma visualização que a permitisse deixar o
peso do passado para trás. E, já em transe, foi sugerido que ela visualizasse a
subida de uma montanha com uma pedra pesada amarrada à sua cintura e, com
isso, ela não conseguia se mover, mas ela deveria parar, respirar e desamarrar a
corda que amarra-va a pedra à sua cintura, ficando livre para fazer o que
quisesse. A esta técnica, foram associadas a cor vermelha e a frequência de 40
Hz (por no máximo 15 minutos para não ocasionar desconforto no
cliente/paciente). Ao final, D. relatou que, assim que se livrou da pedra, saiu
correndo montanha acima e chegou ao topo com facilidade.
Na oitava sessão, D. chegou dizendo que tinha sido promovida no trabalho
e não estava mais triste com o fim do namoro. Na verdade, já estava se
encontrando com uma pessoa e estava gostando muito, mas tinha medo de
cometer os mesmos erros e fazer tudo errado nessa nova relação. Conversamos
sobre as qualidades das pessoas que têm altas habilidades em se relacionar e
quais são suas principais características. Já em transe, solicitamos que D. visse
cada uma dessas habilidades como sendo ela mesma, cada uma delas bonita,
forte e saudável, e cada uma delas se fundindo com ela, tornando-se um corpo
único, mente única, força única. Procedeu-se com associação de aroma de café e
a cor laranja. Ao final, D. disse que se sentiu muito bem.
Na décima sessão, D. relatou que já tinha conquistado muito no período da
terapia e que se sentia melhor com ela mesma. Tinha decidido viver um dia de
cada vez no relacionamento e não estava esperando que desse tudo certo
sempre, porque estava testando suas habilidades de se relacionar, de falar o que
sente na hora certa, de conseguir adiar uma satisfação e, até mesmo, encontrar
prazer somente com sua companhia. Fizemos um exercício de hipnose de
transformação pessoal – projeção para o futuro, com foco nos resultados que
ela desejava para sua vida: prospecção para o futuro, com ela se vendo realizada
e feliz, com associação de frequência de 8 Hz e luz azul.
Na décima segunda sessão, D. afirmou que tinha conseguido avançar muito
com a terapia e que vislumbrava novas possibilidades no trabalho. Tinha feito
novos amigos e estava conseguindo se relacionar bem com o novo namorado.
Tinha conseguido colocar limites para a quantidade de comida consumida e para
as compras. Agora, conseguia curtir sua própria companhia e não mais permitia
que invadissem seu espaço ou gritassem com ela. Mas, ainda, faltavam alguns
detalhes que queria ver com calma e carinho: a relação com seus pais e seus
objetivos para o futuro.
7.5 Estudo de caso E.

E., 43 anos, sexo masculino, casado, pai de duas meninas, chegou ao


consultório relatando fortes dores nos ombros e nas costas e que já tinha feito
vários exames, mas os médicos disseram que era apenas muscular e de fundo
emocional.
Na primeira sessão, fizemos a contração muscular progressiva, para que ele
percebesse quais partes estavam tensas e quais tinha mais facilidade de relaxar.
As sugestões foram no sentido de se ver em uma nuvem de algodão branca,
muito confortável e que absorvia toda e qualquer dor, ressaltando que toda vez
que sentisse dor poderia se visualizar nessa nuvem que absorve todas as dores
para se sentir melhor. A isto, foram associadas a luz azul e a frequência 8 Hz.
Na segunda sessão, associamos a cor azul e fizemos o relaxamento muscular
progressivo; foi sugerido que ele se visualizasse na nuvem que absorve as dores
e percebesse que ela era uma profunda conhecedora das dores que já tinha
absorvido e, por isso, teria todas as respostas relacionadas a ela. Sugeriu-se que
ele pudesse conversar com a nuvem sobre as dores e compreender qual o papel
delas em sua vida. E. relatou ao final que conseguiu compreender que as dores
eram sinalizadoras de sua tristeza e revolta com seu trabalho, pois estava
realizando tarefas das quais não gostava. Toda vez que estava diante de uma
dessas tarefas, as dores eram muito fortes.
Na terceira sessão, E. chegou relatando que, em função da última sessão,
tinha se dado conta de como o seu trabalho o estava adoecendo, pelo menos o
modo como ele lidava com ele. E fizemos uma visualização criativa na qual E.
estava em uma estrada com muitos caminhos. Cada caminho tinha uma placa:
“Aqui nada muda”; “Aqui um novo trabalho”; “Aqui trabalho velho e
resoluções novas”; “Aqui um novo cargo na empresa” etc. Ele deveria trilhar
cada caminho e voltar ao ponto da estrada onde eles se uniam e, assim, avaliar
qual seria o melhor caminho para ele naquele momento. A isto, foram
associados a cor amarela e o cheiro de chocolate. Ao abrir os olhos, E. relatou
que foi uma experiência muito rica e pôde perceber que não era somente sua
conduta em relação ao trabalho, mas as pessoas que trabalhavam com ele e seu
gestor. Decidiu que gostaria de tentar duas coisas: primeiro, ter uma nova
postura pessoal diante do trabalho; segundo, tentar uma oportunidade em um
cargo diferente na mesma empresa.
Na quinta sessão, E. já chegou informando que tinha negociado com o seu
gestor de trabalhar seis horas diárias no setor e duas horas em experiência em
um outro setor da empresa e estava gostando muito da experiência. O trabalho
no outro setor dava a ele uma nova perspectiva sobre o trabalho que vinha
desenvolvendo já há muitos anos, e as dores tinham diminuído em 70%.
Trabalhamos com Hipnose Neurossensorial associando a cor vermelha para
trabalhar a vitalidade, o aroma de pimenta preta e as sugestões que envolviam: o
prazer pela vida, a satisfação de se estar vivo e de poder realizar coisas novas e
concretizar sonhos.
Na oitava sessão, E. teve uma recaída e estava com muitas dores. Disse que,
como já sabia como seu organismo funcionava, estava entendendo a dor como
um alerta do seu corpo, pois, na última semana, em função de um problema no
trabalho, não estava conseguindo cumprir as horas de experiência no novo
cargo, sentindo-se sobrecarregado com seu antigo trabalho. Associamos a
frequência de 8 Hz, com a cor azul e fizemos uma visualização criativa em que
ele se via pulando de asa delta e sobrevoando toda a cidade, sentindo-se livre e
feliz. Ao final, perguntamos a ele o que o freava em relação à sua liberdade de
escolher o que era melhor para ele e para sua felicidade. Ele disse: “Medo de
perder o que tenho e não ter como sustentar minha família”. Combinamos de
ele refletir sobre isso e possíveis soluções.
Na nona sessão, E. destacou que seu medo estava mais forte, mas que
precisava tomar coragem para decidir o que era melhor para si, pois as dores
estavam prejudicando seu trabalho, seu lazer com sua família e até sua vida
sexual. Foram utilizadas as técnicas de diálogo com o medo (adaptada) em
conjunto com a cor violeta e frequência de 40 Hz no funcho musical (por até no
máximo 15 minutos para não causar desconforto no cliente/paciente).
Trabalhamos o medo como um professor. Foi sugerido que ele se
visualizasse em um grande mar, o mar do medo e que ele pudesse se sentir livre
para nadar, mergulhar e se tornar amigo deste mar. que pudesse aprender com
ele como um professor sábio ensina ao aluno. E. relatou que, no início, ficou
paralisado diante do mar de medo, mas depois decidiu brincar, pois, já que
estava ali, queria entender o que estava acontecendo. No final, descobriu que o
medo é que tinha receio dele, pois era como se ele fosse um estranho que não
reconhecesse suas potencialidades. E. disse: – “O mar me ensinou a nadar
mesmo com medo, a buscar o que quero e não me deixar afundar”.
Na décima sessão, E. chegou informando que tinha tomado a decisão de sair
do seu atual cargo e ir trabalhar definitivamente no outro setor da empresa e que
isso o estava fazendo bem, apesar do medo de enfrentar um novo desafio. Quis
voltar à nuvem que absorvia as dores, para que agora pudesse entregar a ela a
dor de ter abandonado algo que achava que era para sempre, a dor da tristeza e
da confusão, para ficar livre para essa nova etapa em sua vida. Utilizou-se
também a associação da cor azul e frequência de 8 Hz com o fundo musical.
Na décima segunda sessão, E. fez um balanço do seu percurso no processo
terapêutico e percebeu o quanto tinha conseguido mudar em prol do que
acreditava ser melhor para ele, disse que estava saindo mais corajoso, mais vivo,
mais feliz, que já conseguia entender que não precisava mais das dores porque já
conseguia compreender a si mesmo. E por isso se sentia livre. Procedemos com
a técnica de projeção para o futuro, onde ele se viu percorrendo essa nova
jornada, uma nova estrada, macia, que ele sentia que podia andar descalço.
7.6 Estudo de caso F.

F., sexo masculino, 52 anos, engenheiro, casado, três filhos, foi indicado
para tratamento com Hipnose Neurossensorial por um amigo dele que conhece
o trabalho que realizamos na clínica. Seu caso era grave, havia sofrido um AVC
há cerca de cinco meses e perdido os movimentos do braço esquerdo e perna
esquerda. Ele estava fazendo fisioterapia e optou por um processo intensivo de
hipnose.
Chegou ao consultório com dificuldade de se locomover, de segurar as
coisas e com muita insegurança por seu corpo não responder aos seus
comandos mais simples, sentindo-se dependente, desanimado e triste com o que
estava vivenciando. Tudo se tornou mais difícil, desde caminhar, vestir uma
roupa, tomar banho, calçar os sapatos e, até mesmo, se sentar e levantar de uma
cadeira.
Logo na primeira sessão, foi realizada a técnica de indução do relaxamento
muscular progressivo, com associação da frequência dos milagres – 528 Hz pura
sem fundo musical, cor verde e a técnica de visualização da luz verde de cura.
Ele se sentiu muito bem. Foi ensinada uma técnica de auto-hipnose com
afirmações positivas para que ele pudesse fazer diariamente em casa, além de
ouvir a frequência 528 Hz, que foi enviada para ele.
F. chegou à segunda sessão sentindo-se mais bem-disposto e animado,
relatando que seu estado de ânimo estava diferente na última semana. Procedeu-
se com a utilização da frequência 8 Hz, associada com o som do útero materno
e do coração de uma mulher gravida, como pano de fundo de uma trilha
musical, promovendo um relaxamento mais profundo e, ao mesmo tempo,
confiança. Utilizou-se a técnica da cura egípcia para que pudesse haver
regeneração celular, tecidos e músculos do corpo.
Nas sessões seguintes, continuamos associando cores, lâmpada
estroboscópica de forma controlada (aumentando o tempo de exposição a cada
sessão), frequências, sons e aromas para que F. se sentisse com mais disposição
e acelerasse seu processo de recuperação e regeneração.
Já na quinta sessão, F. já estava conseguindo se movimentar melhor,
havendo um ganho muito grande, principalmente na mão esquerda, e ele já
conseguia segurar pequenos objetos. Ele relatou que, até mesmo, o
fisioterapeuta se surpreendeu com a rapidez do ganho que teve em pouco tempo
de tratamento associado.
Na oitava sessão, F. já estava andando sem precisar se escorar na mulher ou
nos filhos. Optou pelo uso de uma bengala e já estava tendo mais autonomia.
Continuamos procedendo com o uso da Hipnose Neurossensorial, utilizando a
frequência de 40 Hz por 12 minutos, associado à cor vermelha para trabalhar a
força, a vitalidade. A isto, foram associadas palavras de poder como sugestão
positiva.
Na décima sessão, foi utilizada a técnica do vulcão de segurança, associada à
cor vermelha com a lâmpada infravermelha (calor), com sugestões de força,
caminhada, andar, base sólida, segurança, dentre outras palavras.
Na décima primeira sessão, o trabalho foi intensificado com a lâmpada
estroboscópica e frequência de 40 Hz com fundo musical (por 15 minutos), com
sugestões de regeneração celular, reorganização do corpo para a saúde e o
restabelecimento da força muscular, segurança, autonomia, alcance caminhada,
dentre outros.
Na última sessão, F. já tinha alcançado uma melhora significativa na sua
vida, em termos de ganho de confiança, segurança, movimentos e força na
perna e braço esquerdos. Foi utilizada a frequência de 528 Hz sem fundo
musical, associada com a cor laranja e a técnica da projeção para o futuro,
sugerindo que ele se visse caminhando normalmente, com segurança, segurando
objetos com facilidade e vivendo uma vida normal.
F. conseguiu refazer sua vida e ter muita melhora física, recuperando boa
parte dos movimentos e da força muscular, conseguindo caminhar sozinho e
voltar a ter uma vida mais autônoma, continuando a utilizar muitos dos recursos
que aprendeu com a Hipnose Neurossensorial na sua vida cotidiana.
7.7 Estudo de caso G.

G., 49 anos, músico, procurou a Hipnose Neurossensorial por indicação de


amigos. Chegou ao consultório com os seguintes sintomas: dificuldade de
locomoção, articulação da fala e equilíbrio. Uma sequência de AVCs, em pouco
tempo, quase o levou à morte e a essas sequelas que, para ele, eram totalmente
admissíveis diante do que havia ocorrido. Seu histórico de internações era
impressionante. Em um desses episódios, havia ficado em coma por vários dias.
Para ter segurança na relação, foi solicitado que o médico neurologista que o
atendia ficasse ciente dos procedimentos e que iríamos usar luzes
estroboscópicas. O nosso temor é que esse procedimento pudesse causar algum
efeito colateral diante de uma situação tão delicada.
Ele retornou com a liberação médica, mas, mesmo assim, começamos as
sessões com exposições breves aos efeitos da lâmpada estroboscópica.
Foram passados para ele áudios de auto-hipnose com objetivo de
regeneração celular para que fossem ouvidos, pelo menos, três vezes ao dia.
Esses áudios você pode encontrar disponíveis em nossa página:
http://www.hipnoseneurossensorial/presente.
Passo a passo, sessão a sessão, sempre com um maior aprofundamento a
cada semana, chegamos a um momento em que os sinais ideomotores
começaram a se manifestar de forma intensa. Nesse momento, começamos o
procedimento de negociação com o inconsciente. As respostas foram positivas,
e um trato de recuperação foi feito.
Nesse dia, para nossa surpresa, o cliente/paciente já apresentou uma
alteração comportamental logo na saída do consultório. Mais falante, enérgico,
não se deu conta que estava indo embora sem uma muleta de apoio que sempre
acompanhava nos últimos dois anos. Esse evento foi marcante. Ele voltou e
tocou a campainha. Já estava caminhando na rua quando se recordou do
acessório.
Na oitava sessão, ele relatou que tanto o médico quanto o fisioterapeuta que
o atendiam estavam maravilhados com sua rápida recuperação. O resultado final
foi fantástico, e ele pode voltar à sua atuação profissional, mesmo com ressalvas
médicas, após o terceiro mês de tratamento. Para alguém que estava há mais de
dois anos sem poder caminhar sozinho, foi (e ainda é) uma vitória e tanto.
Hoje sua vida está praticamente normal. Para se notar alguma alteração na
marcha, é necessária muita atenção e saber que existe uma pequena diferença no
movimento da perna direita em relação à esquerda. É imperceptível para a
grande maioria das pessoas.
O mais importante do tratamento foi o retorno da uma elevada autoestima
do cliente/paciente. Ele retomou a coragem e energia de antes e, agora,
trabalhando em shows pelo Brasil, sente-se novamente realizado plenamente.

Para acessar áudios, vídeos, textos e diversos conteúdos, acesse o


aplicativo
CASA DOS 7 SABERES
CONCLUSÃO
A hipnose é uma ferramenta comprovadamente eficaz no processo
terapêutico, facilitando o encontro do cliente/paciente consigo mesmo, com
seus processos inconscientes, seus pensamentos, emoções e comportamentos,
seu modo de ser e se relacionar com o mundo à sua volta.
Os instrumentos e recursos de Hipnose Neurossensorial permitem a
associação de diversos estímulos para a resolução de conflitos internos,
ancoragem para superação de problemas e emoções, permitindo uma
ressignificação mais eficaz e alavancando uma verdadeira transformação pessoal.
Nossa experiência com a Hipnose Neurossensorial nos mostra que a mente
humana aceita bem a associação de estímulos em prol do bem-estar, saúde,
transformação, gerenciamento emocional, superação de traumas, regeneração
celular, dentre outros, pois a mente parece querer contribuir para que o
equilíbrio seja restabelecido e a pessoa seja feliz.
As maiores dificuldades que podem ser encontradas são da ordem da
disponibilidade da pessoa em lidar consigo mesma, se enxer-gar como uma
“caixa preta” a ser desvendada e se permitir passar por um processo que não vai
eliminar sintomas, mas, sim, promover uma transformação verdadeira na vida.
Quando o sujeito se permite, consegue enfrentar melhor os poucos
momentos que podem ser desagradáveis e que fazem parte da transição para o
restabelecimento de sua saúde física, mental e emocional, pois compreende que
enfrentar seus medos, angústias e dores faz parte do crescimento e da superação.
Os resultados geralmente são rápidos e fantásticos, por isso, é essencial que
a Hipnose Neurossensorial faça parte de um processo terapêutico, no qual o
cliente/paciente terá suporte nos momentos em que estiver se sentindo muito
bem, para que possa manter o que foi conquistado e, também, se sentir
amparado caso haja alguma recaída.
Ressaltamos que cada pessoa é única e singular, portanto as técnicas aqui
apresentadas podem ser adaptadas de acordo com a peculiaridade de cada
cliente/paciente, afinal nem todos gostam de determinados aromas, sons ou
cores. Conhecer como o cliente funciona e suas preferências básicas é essencial.
Ao trabalhar com uma pessoa, deve-se valorizar cada detalhe,
compreendendo que aquilo que é banal para alguém pode ser muito relevante
para outrem, o que deve promover uma sensibilidade por parte do profissional
de hipnose clínica para a escolha das técnicas, o diálogo e as estratégias adotadas
durante o processo terapêutico.
Esperamos que este livro seja apenas o início para a reflexão e discussão
sobre a Hipnose Neurossensorial e que ela possa contribuir para a
transformação de muitas pessoas e muitos profissionais.

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REFERÊNCIAS

A CURA ATRAVÉS DAS CORES. Instituto Poder da Mente, 2018. Disponível


em:
http://www.ced.net.br/biblioteca/obras%20biblioteca/cromoterapia%20cura%20atraves%2
– Acesso em 17/02/18.

BAUER, SMF. Hipnoterapia ericksoniana passo a passo. São Paulo: Editora


Livro Pleno, 2000. Disponível em:
https://pt.scribd.com/doc/232708473/Hipnoterapia-Ericksoniana-Passo-a-
Passo - Acesso em: 12/02/18.

BELINTANI, G. Histeria. Psic v.4 n.2 São Paulo dez. 2003. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-
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PC/CFM/Nº42/1999. Disponível em:
http://www.portalmedico.org.br/pareceres/cfm/1999/42_1999.htm - Acesso
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BRASÍLIA, RESOLUÇÃO CFP nº 013, 2000. Disponível em:


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SPENSER, S. Aniversário da morte de Esdaile. Blog Samej Spenser, 2015.

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TRIPICCHIO, Adalberto. Autossugestão Consciente por Émile Coué, 2008.


Disponível em: http://www.redepsi.com.br/2008/06/15/auto-sugest-o-
consciente-por-mile-cou/ - Acesso em 22/04/17.
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