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HERCULES MOSTEIRO ROZO

M .·. M .·. - CIM 50110


M .·. I .·. 2012/2013
A.·. R.·. L.·. S.·. MARTIM AFONSO SAMARITÁ Nº 450
OR.·. DE SANTOS/SP - GLESP
Uma das mais antiga das artes aprendidas pelo homem foi a de edificar
edificar.
Pelo menos, foi a necessidade de construir uma moradia para si e para
sua prole que o motivou a pensar nas melhores formas estruturais
para essas edificações
edificações, e desse exercício intelectual
intelectual, derivou uma das
maiores concepções que a inteligência humana já produziu – a
arte de construir.
construir.
A arte de construir exige intensa atividade nos dois domínios do ser
humano, a saber:
O domínio da matéria, da técnica, da ciência, da sabedoria organizada,
profana.
É preciso trabalhar intensamente com a mente e com as mãos para
dar forma aos “objetos
objetos” que se cria.
No domínio interno é preciso um grande trabalho de
organização, para que a sinergia promovida por esse
organização
processo não resulte numa confusão mental
mental..

Ao invés de desenvolver
uma consciência
superior.
superior
A arte de construir apresenta, duas faces:
Uma que é profana
profana::
A profana destina-se a construir as realidades físicas
físicas, manifestada
em edificações
edificações.
Outra que é sagrada
sagrada::
A sagrada ocupa-se em construir no território do espírito
espírito, que
não se manifesta em formas, mas que existe e é de onde tudo
emana.
emana
Todo homem é arquiteto de si mesmo e do mundo físico.
Constrói para fora de si o mundo em que vive;
Para dentro de si o mundo em que quer viver.
Nesse sentido é preciso que ele tenha consciência do que faz faz, e
aprenda a fazê-lo cada vez melhor
melhor, pois o mundo de dentro e o
mundo de fora são reflexos um do outro, e a cada melhoria
produzida em um o outro dela se beneficia na mesma proporção.
O arte de construir sempre teve um caráter sacro
sacro, uma mística
própria, uma espiritualidade que a tem acompanhado através dos
própria
séculos.
A arte de construir permitia ao construtor, ao mesmo tempo, o
provimento das necessidades profanas,
profanas necessárias para ganhar a
vida, e uma realização espiritual.
vida espiritual

A construção de igrejas
igrejas, pela mística
que nelas se imprimia, era o que mais
se prestava a produzir nos seus
construtores uma sensação de mágica
transcendência, que os fazia crer,
transcendência
serem eles, os canais pelos quais fluía
a própria inteligência divina.
divina

Na construção daqueles edifícios monumentais,


os artesãos da pedra acreditavam repetir o
trabalho de Deus na construção do
universo.
universo
Na arte de construir, nada se constrói sem um planoplano, sem um
alicerce, sem uma estruturação
alicerce estruturação. O formato das construções, das
obras, de tudo que a mão humana produz, já foi elaborado antes na
mente de alguém.
Sabemos que construir é algo que envolve muito trabalho
trabalho, muito
empenho, e sobretudo o domínio de técnicas precisas,
empenho precisas transmitidas
por alguém, para quem o ofício já não tenha segredos.
segredos.

Para outro alguém


ignorante no ofício (no Aprendiz
Mestre
qual se iniciou) e com um
longo caminho a sua
frente rumo ao domínio de
técnicas precisas,
precisas rumo a
perfeição.

Um ofício
ofício, qualquer que seja, precisa não só de alguém que detenha
o conhecimento
conhecimento, para nele trabalhar, mas também que saiba utilizar
as ferramentas adequadas à realização do trabalho.
Para aprender a construir há que se aprender as técnicas de
construção. É preciso estudá
estudá--las,
las é preciso entendê
entendê--las
las, desenvolvê
desenvolvê--
las e ensiná
ensiná--las aos aprendizes. Esse é o trabalho das nossas escolas e
das nossas universidades.
Da mesma forma, não teremos pessoas úteis a uma sociedade livrelivre,
justa e fraterna se não através de um ensinamento e aprendizado
adequados.
A Maçonaria, portanto, constroe
constroe, para fora
fora, um mundo melhor para o
ser humano e para seus semelhantes
semelhantes, e para dentro
dentro, um estado de
consciência superior,
superior que se pode chamar de espiritualidade
espiritualidade.

A Maçonaria constroe o edifício da moral social;


social
A Maçonaria, também, constroe o edifício do espírito
espírito.
A tarefa do Aprendiz (seja no mundo profano ou na maçonaria
maçonaria)
começa, desde logo, por identificar as ferramentas deste aprendizado:
- quais são;
- como se chamam;
- para que servem;
- quando serão utilizadas;
- como serão utilizadas.
Na Idade Média os construtores organizaram-se na Corporação de
Ofício dos Pedreiros Livres,
Livres nas quais, poucos tinham a oportunidade
de ingressar, tal a necessidade de corporação guardar ciosamente os
seus segredos
segredos, os seus conhecimentos
conhecimentos.
“O objetivo principal da Corporação de Ofício dos Pedreiros
Livres foi estabelecer um sistema completo de controle sobre todos os
que estavam associados na arte de construir ”.
A Corporação de Ofício dos Pedreiros Livres era formada por:
Aprendizes (iniciantes no ofício);
Companheiros (pedreiros mais experientes);
Mestre Construtor (Franco-Maçom).

A aprendizagem
aprendizagem, permanece arraigada em nosso próprio sistema
maçônico para nos lembrar de que um candidato iniciado em nossos
“mistérios
mistérios” precisa de estudo e aprendizado
aprendizado, igual ao jovem (que
na idade média) era aceito na Corporação de Ofício dos Pedreiros
Livres.
Livres
Os membros da Corporação de Ofício dos Pedreiros Livres se
reuniam, mensalmente, num banquete
reuniam banquete, tinham estatutos
estatutos, discutiam
em conjunto os interesses comuns,
comuns eram solidários
solidários, fraternos e
leais.. Por princípio, acertavam em comum as suas divergências.
leais

Os mestres
mestres--jurados ou guardas
do ofício cuidavam também da fiel
observância dos regulamentos.
Exerciam, severamente, o direito de
visita.
Uma corporação de ofício,
podemos perceber, é o embrião de
uma Loja Maçônica especulativa
atual.
Os primeiros Pedreiros Livres
operavam, materialmente, em
construções. Eram especializado
especializados
na construção de castelos, igrejas
igrejas,,
pontes, moradias etc.
etc
Pedreiros Livres detinham conhecimentos especiais
e constituíam uma espécie de aristocracia do
trabalho. Eram os profissionais mais qualificados da
Europa, e mantinham as técnicas de seu ofício, em
segredo.
segredo

Na Idade Média havia dois tipos de pedreiros:


o “rough mason”, pedreiro bruto que trabalhava
com a pedra sem extrair-lhe forma ou polimento.
o “free mason”, pedreiro livre, que detinha o
segredo de como polir a pedra bruta

As catedrais góticas fascinam por sua


grandiosidade e riqueza de detalhes
detalhes. Diante
da Notre-Dame de Chartres
Chartres, Notre-Dame de Paris
Paris,
Notre-Dame de Amiens
Amiens, Duomo de Milão
Milão, o
olhar se eleva e acompanha as delgadas agulhas
que apontam para o infinito, como um lembrete
místico do destino maior do homem.
Até o surgimento das catedrais góticas, as igrejas eram erguidas
seguindo os princípios românicos cuja base está no alicerce e todo
o peso se apoia nas paredes, que, por isso, as paredes são muito
largas.
Arquitetura românica Arquitetura gótica
As abóbadas em ogiva assentam em pilares
As abóbadas em berço são baseadas em
paredes espessas

Ao transferir essa sustentação para as abóbadas - portanto, para o


teto, o gótico inverteu a regra básica de construção da época.
Arquitetura românica Arquitetura gótica

Suporte

Contraforte

Pilar

Para resistir à pressão lateral Inovação: o arco botante ou


utilizam-se contrafortes suporte
Contrafortes românicos Arcos-botantes góticos

Eglise St-Germain-en-Brionnais (Saône-et-Loire) Cathédrale d’Amiens


A inversão coincidiu com a volta dos primeiros templários da Terra
Santa, o que permite estabelecer uma ligação entre os fatos,
Santa
principalmente, se lembrarmos que esses nobres tiveram acesso a todo
o conhecimento reunido na biblioteca do Rei Salomão
Salomão.
Além disso, eram iniciados nos mistérios gregos e egípcios,
egípcios de onde
tiraram a noção da Retângulo de Ouro ou Divina Proporção.
Proporção.
Apesar de não ser tão conhecida, tem um significado muito mais
profundo e interessante. O número (PHI PHI - f), em homenagem ao
escultor Phídeas
Phídeas, que a teria utilizado para conceber o Parthenon. O
Retângulo de Ouro ou Divina Proporção é um número irracional,
misterioso e enigmático, que surge numa infinidade de elementos da
natureza, na forma de uma proporção.
Os gregos descobriram então o
chamado Retângulo de Ouro ou
Divina Proporção
Proporção, do qual extraiu-
se uma proporção: o lado maior
dividido pelo lado menor. E a partir
dessa proporção tudo era
construído.
construído
RETÂNGULO DE OURO OU DIVINA PROPORÇÃO
Os Pedreiros Livres que desempenhavam seu ofício em toda a Europa,
foram os construtores dos mais fascinantes testemunhos de
inteligência e fé na Idade Média.
As catedrais góticas (aplicavam O Retângulo de Ouro ou Divina
Proporção
roporção).

O Retângulo de Ouro ou Divina


Pedreiros Livres Proporção aplicada na Notre Dame
de Paris

A catedral de Notre Dame de Paris tem as proporções do Templo de


Salomão.
O mestre construtor atuava
como um projetista, um Compasso Régua
artista e ainda como um
artesão.

Com o auxílio de compasso,


esquadro, régua e outras
poucas ferramentas
geométricas, ele fazia a
planta da catedral.

Esquadro
Cada construção era supervisionada por um
mestre construtor e por volta de 30 artesãos
especialistas.
especialistas
Esses especialistas e alguns de seus mais
habilidosos trabalhadores se moviam de função
em função, aplicando lições aprendidas e
passadas de um a um.
um
O mestre construtor além de
comandar os trabalhos, era
também responsável pela
conduta moral, religiosa e a
ajuda mútua entre os membros
e seus familiares.

Antes da Reforma
Protestante todos os
trabalhadores deveriam
ser cristãos católicos e a
leitura da Bíblia era
obrigatória no início dos
trabalhos.
trabalhos
Nenhuma das catedrais góticas possui alguém que assinasse o
projeto. Até hoje o único tipo de identificação encontrada são marcas
gravadas nas pedras.

Essas marcas representam geralmente


instrumentos de trabalho estilizados como
martelos e compassos
compassos, e eram um tipo de
identificação profissional que o mestre
construtor usava para controlar o trabalho de
cada um.

Todo artesão possuía uma marca própria –


que passava de pai para filho
filho, de mestre
para discípulo - e a repetia sempre, em
todo lugar onde trabalhasse
trabalhasse.
Nivel/Prumo Compasso Esquadro

Na fachada da Igreja de Orsanmichele ("Horta de São Miguel") em


Florença destacam na fachada os três grandes símbolos maçônicos
que demonstraram a organização do trabalho dos nossos irmãos
operativos e seus ideais de trabalho:
O nível e o prumo
prumo, que simbolizam a hierarquia e a igualdade na
Corporação de Ofício dos Pedreiros Livres.

O compasso que simboliza o limite justo na relação entre os trabalhadores;


O esquadro
esquadro, símbolo da equidade
equidade;
Outro efeito sutil - mas intencional - do estilo
gótico é a sensação de êxtase que ele
provoca. “Enquanto as igrejas românicas eram
escuras, lembrando cavernas
cavernas, as catedrais
góticas são exuberantes, convidam a olhar
para o alto e dão um sentido ascensional ao
ato de estar na igreja”, diz o teólogo Edmundo
Pellizari.
Em sua interpretação, as igrejas
Igreja românicas traduzem a influência dos
Românica
de S. Pedro elementos terra e água
água, fazendo o
de Rates
Portugal
homem se voltar para dentro de si
mesmo.

Já o gótico é um símbolo da verticalização da


fé e convida a uma união com o divino. Seus
elementos seriam o fogo e o ar - purificação
iniciática e elevação espiritual, que se expressam
em vitrais e torres
torres, cujas formas lembram
labaredas.
Purificação iniciática e elevação espiritual,
espiritual que se expressam em
vitrais e torres,
torres cujas formas lembram labaredas
labaredas.

A intenção era que durante as vésperas (hora canônica


correspondente às 6 hs e na hora mariana correspondente às 18 hs) a
luminosidade filtrada criasse a sensação de um incêndio
incêndio, verdadeiro
fogo iniciático
iniciático.
O QUE NOS DIZEM AS ROSÁCEAS

Rosáceas são mandalas perfeitas e funcionam como "um mapa" das


tradições que estão sendo passadas.
Visão eclesiástica
eclesiástica: cores do arco-íris, aliança de Deus com os homens
no pós dilúvio
dilúvio.
Rosácea lateral esquerda
esquerda, cor negra, matéria em seu estado bruto, a
morte.
morte
Rosácea da lateral direita,
direita sol do meio-
meio-dia,
dia luminosidade branca,
cor do iniciado, saiu das trevas
trevas.
Rosácea central
central, ao receber a luz do pôr
pôr--do-
do-sol,
sol parece incendiar-se
e banha o templo com um tom rubro, sinônimo da perfeição absoluta
absoluta,
da predominância do espírito sobre a matéria.
Simbolicamente a catedral teria então o objetivo iniciático de fazer
Simbolicamente,
com que o homem comum, ao penetrar nos seus mistérios, renascesse
para uma nova forma de existência
existência, mais espiritualizada
espiritualizada.

Segundo Fulcanelli, o grande alquimista, que nos


anos vinte escreveu “OO Mistério das Catedrais”,
Catedrais
essa intenção é reforçada pelo fato de a entrada
desses templos estar sempre voltada para o
Ocidente.
Ocidente

Assim, ao caminhar na
direção do santuário
santuário, a
pessoa se volta
obrigatoriamente para o
Oriente, o lugar onde nasce o
Oriente
sol ou seja, sai das trevas e
caminha para a Luz,Luz em
direção ao berço das grandes
tradições espirituais.
A planta de uma Catedral é sempre em forma de cruz.

Ambulatório

Coro

Nave
Abside
Transepto

O braço horizontal corresponde aos equinócios e aos


solstícios..
solstícios
O braço vertica
vertical corresponde a um simbolismo polar
polar,
aos polos com relação ao plano do equador.
equador
No centro da cruz,
cruz no ponto de encontro entre a horizontal e a vertical,
o homem se encontra no centro do mundo
mundo, mas também do seu ser ser.
Não é por acaso que neste ponto das Catedrais Góticas se situa o altar-
mor.

Nave Coro

Homem
Consciência Vitruviano Consciência
racional absoluta
Em todas as Catedrais Góticas se nota um curioso fenômeno:
O eixo da nave central não é o prolongamento exato do eixo do coro.
Esse desvio do eixo não é devido a um erro do projeto,
projeto mas sim
proposital. Esse é um símbolo já presente no antigo Egito
proposital Egito, onde o
exemplo mais evidente é o Templo de Luxor.
O desvio do eixo é uma espécie de ruptura, uma fronteira invisível
entre duas ordens de realidades diversas.
Uma ruptura entre a nave, lugar da consciência
racional e o coro, lugar da consciência absoluta
absoluta.
norte

oeste leste

sul Abside

As Catedrais, como outros edifícios sagrados, são rigidamente


orientadas com o abside para o leste
leste, ponto geográfico onde nasce o
Sol.
Sol
Ao norte
norte, onde tudo é escuridão
escuridão, tem sempre um portal rico em
simbologia relativa ao início da vida iniciática
iniciática.
A oeste
oeste, frequentemente se encontram baixos relevos sobre o juízo
universal.
universal
No sul uma grande rosácea que faz filtrar a luz do sol em toda a sua
força.
força
Nave

A nave
nave, como bem exprime a palavra, é arquitetonicamente, um navio
ao contrário
É o símbolo da Arca onde embarcaram os Sábios para viajarem
através da luz.
A nave encarna a razão
razão, não no sentido moderno do termo, mas no
sentido tradicional
tradicional, isto é, a soma das leis que constituem o
Sagrado.
Sagrado
Quem percorre a nave já está no caminho e pisa um pavimento
pavimento, hoje
em dia completamente refeito, mas que era originalmente um
mosaico branco e preto para evocar a dualidade do nosso mundo.
Esse convite à iniciação está presente até mesmo no piso das
catedrais, em que costuma haver a representação de um labirinto
labirinto.
O Labirinto era colocado no início do pavimento da nave central
Chamados de Labirinto de Salomão
Salomão, costumam se localizar no ponto
em que a nave e os transeptos (os braços da cruz) se unem.
Na Idade Média, o símbolo da cruz foi incorporado ao labirinto, e
muitas das principais igrejas europeias gravaram caminhos de
características labirínticas. Os fiéis os percorriam como caminhos de
penitência, descalços ou de joelhos e oravam.
oravam
Representado no chão de muitas igrejas medievais, o labirinto era uma
simbologia da peregrinação cristã à Terra Santa.
Santa
Um outro significado inerente era o de defesa e proteção de um
tesouro material ou espiritual
espiritual, como uma fortaleza, que só era
possível ser encontrado por alguns iniciados
iniciados, correspondendo o
percurso a uma espécie de prova que era necessário ultrapassar com
êxito.
Assim o labirinto deveria separar o espaço profano do espaço sagrado.
sagrado
O Labirinto de Creta

O Mito Grego de Teseu,


Teseu o herói que
entra num labirinto a fim de combater
o Minotauro e, após vencer o terrível
monstro, consegue voltar, graças ao fio
que Ariadne (aranha) lhe dera.

Filosoficamente, o labirinto são os inúmeros caminhos que o homem


tem à sua disposição.
Cedo ou tarde, ele entrará em contato com seu monstro interior
interior, sua
falta de luz
luz.

Aquele que consegue combater e vencer as próprias imperfeições (o


o
Minotauro) pode voltar à vida.
Minotauro

Mas só os que possuem o fio de Ariadne (símbolo


símbolo do conhecimento
iniciático) é que conseguem efetivamente retornar à Luz.
iniciático Luz
Labirinto na Catedral de Chartres

O labirinto mais completo é sem dúvida o da catedral de Chartres,


construído na sua nae central por volta do ano 1200 e medindo cerca de 13
metros de diâmetro.
diâmetro

A renda de pedra que rodeia o labirinto estabelece uma fronteira entre o


sagrado e o profano
O labirinto de Chartres associa a espiritualidade cisterciense (busca
busca
verdadeira de Deus
Deus) ao desejo de fazer da catedral um modelo de
perfeição acabada, espelho da Ordem do Universo.
Universo
No centro do labirinto havia uma extraordinária placa de cobre
cobre. Não
sabemos que imagens estavam nela representadas, pois as
testemunhas pós-medievais já as viram muito apagadas. A impiedade
sacrílega da Revolução Francesa arrancou essa placa com o pretexto de
fundi-la e fazer canhões para a República
É no cristianismo que o labirinto adquire toda a sua dimensão
simbólica, religiosa e moral.
moral

No dia da festa da Assunção de Nossa Senhora (no


Calendário Juliano, ainda em uso na Idade Média), um
raio de sol atravessava o vitral central da fachada e
projetava a imagem de Nossa Senhora sobre o
cobre, produzindo um efeito luminoso colorido de
esplendor incomparável.

Esse centro é chamado de Paraíso


Paraíso, ou também de Jerusalém
Jerusalém,
aplicando-se o termo à Jerusalém Celeste, referência à Jerusalém pela
qual os Cruzados combatiam.
No Labirinto de Chartres,
Chartres está representado
também o novelo misterioso que ajuda o pecador
a não se perder e a vencer a tentação: a graça
divina.
divina
A catedral de Chartres é dedicada inteiramente à Mãe
de Deus. É Ela quem administra o novelo do Filho e
nos dá o fio, tornando possível sermos fiéis e
chegarmos a seu Divino Filho
Filho, após atravessar todas
as vicissitudes desta vida.

O percurso do Labirinto ou ‘Caminho de


Jerusalém’ está composto com 273 pedras.
Elas somam os dias dos nove meses da
gestação, porque Nossa Senhora vai gestando
gestação
para o Céu a alma do pecador que percorre Montagem fotográfica
reconstitui momento em que
com o coração contrito e humilhado o caminho a imagem de Nossa Senhora
rumo à Pátria celeste, guiado por Ela por meio é projetada no centro do
do fio da graça de seu Filho. Labirinto de Chartres na festa
da Assunção

A última pedra do ‘Caminho


Caminho de Jerusalém’
Jerusalém tem um tamanho diverso de
todas as outras e a proporção do corpo humano. O Labirinto é uma “via via de
Maria”, porque nele Nossa Senhora nos faz chegar a salvação eterna por sua
Maria
intercessão, e é por causa d’Ela que o fiel triunfa sobre as vicissitudes da
vida mortal.
Labirinto na Catedral de Amiens

Detalhe do Centro do Labirinto

O Labirinto D’Amiens atua como catalisador das energias telúricas,


que, em conjunto com as vibrações cósmicas, criam um ambiente
perfeito para meditação, introspecção e harmonia
harmonia. As formas
geométricas deste labirinto, produzem energias sutis muito poderosas,
que atuam para se obter o equilíbrio físico e psíquico do ser humano
e harmonizam ambientes. Ele foi desenvolvido em base no Retângulo
de Ouro ou Divina Proporção,
Proporção um retângulo cuja base é=1,
profundidade=2 e a diagonal interna=a raiz quadrada de 5.
Houve tempos em que as câmaras subterrâneas dos
Templos serviam como morada da Ísis Negra

É notório como o simbolismo da Ísis


dos Pagãos foi absorvido pelo
cristianismo da Virgem Maria.
Maria

As estátuas negras da Ísis se transformaram nas


estátuas das Virgens Negras que reencontramos
nas criptas das Catedrais Góticas. Tanto umas
como as outras mostram em sua base a inscrição
que encontramos na Virgem Negra de Chartres

Virgem grávida – a Virgem parturiente


parturiente,
cujo significado, nem mesmo tão escondido,
se pode comparar ao da terra antes de ser
fecundada pelos raios do sol.
Devido a um falso moralismo, foram,
enterradas ou destruídas pela Igreja,
sobrando poucas.
O zodíaco também representado, dentro das catedrais, fora de sua
ordem convencional, apesar de normalmente aparecer na entrada
entrada.
Longe de ser aleatório, esse desmembramento está relacionado ao
sentido mais esotérico de cada signo.

A Cruz do Zodíaco representa o trajeto do Sol através das doze


maiores constelações no decorrer de um ano, as doze constelações
Zodiacais representamos doze meses,
meses divididos em quatro estações, em
solstícios e equinócios. A expressão Zodíaco está relacionada como fato
de as constelações serem representações personificadas por figuras ou
animais.
animais
Capricornio
Sagitário
Escorpião
Libra

Virgem
Leão
Cancer
Touro
Gemêos
Aries

Peixe
Aquario

Zodiaco
Vitral Catedral de Chartres
Zodíaco
Catedral de Notre-
Notre-Dame de Amiens
Áries - Geralmente sua figura é a de um
carneiro, que simboliza o início do caminho
na busca da elevação espiritual.

Touro - Representado pelo


próprio Touro, às vezes
está associado ao
evangelista São Lucas; às
vezes, ao próprio Cristo.

Gêmeos - Sua representação usual é de


duas figuras humanas abraçadas, que
expressam a Capacidade de elevar
espiritualmente o próximo por meio da
transmissão de conhecimentos

Zodíaco
Catedral de Notre-
Notre-Dame de Amiens
Câncer – Na forma de um caranguejo ou de um
lagostim, costuma estar próximo da pia batismal,
junto de uma representação do arcanjo Gabriel. A
intenção é mostrar que, por meio do batismo (um
ritual iniciático), o homem pode se re-ligar às esferas
espirituais das quais se origina.

Leão – Com a mesma representação de


hoje, é emblema do evangelista São
Marcos, a quem emprestaria seus
atributos de persistência e força de
vontade na busca da espiritualização.

Virgem - Algumas vezes aparece como uma jovem


segurando uma espiga de milho. Mas pode
também estar representado por uma estátua da
própria Virgem Maria, com uma estrela na cabeça.
É um dos signos mais ricos de significados nas igrejas
góticas, já que a maioria delas foi dedicada
justamente à Mãe de Cristo.
Zodíaco
Catedral de Notre-
Notre-Dame de Amiens
Libra - Quase sempre aparece como uma mulher
segurando uma balança desproporcionalmente
grande, no interior da qual há uma pessoa envolta num
halo de luz. Seria um lembrete para o homem de que ele
também faz parte do divino.

Escorpião - Sua imagem pode ser traduzida por uma


águia (símbolo de elevação espiritual) e representa o
evangelista São João. Ou, então, aparece como um
escorpião mesmo, já com um sentido de regressão
espiritual. Só que, como não havia escorpiões na Europa,
muitas das suas representações têm pouquíssimo a ver
com a realidade. Em ambas as formas, o signo está
localizado onde a luz do sol chega por último.

Sagitário - Este signo costuma ser representado por um


centauro prestes a disparar sua flecha. O simbolismo
traduz a luta que o homem precisa travar no sentido de
vencer sua natureza material, a fim de ascender a planos
mais elevados.
Zodíaco
Catedral de Notre-
Notre-Dame de Amiens
Capricórnio - Meio cabra, meio peixe, este signo
indica as oposições que o homem tem de enfrentar
em sua busca de espiritualização.

Aquário - Representado por um homem


segurando um livro ou um pergaminho,
foi adotado como emblema do próprio
cristianismo e do evangelista São Mateus.
Esotericamente, seria o ar cósmico, que
permeia todas as formas de vida.
Peixes - Rico em significados esotéricos, aparece
normalmente como dois peixes unidos por um
cordão, nadando em direções opostas. O cordão seria
o fio de prata que une o espírito e a alma durante a
vida, mas que se rompe na morte. Um dos peixes
corresponde, portanto, ao espírito, que permanece
acima do plano físico, enquanto o outro, a alma, seria
um intermediário direto com a matéria.

Zodíaco
Catedral de Notre-
Notre-Dame de Amiens
Fala-se e escreve-se sobre “edifícios
edifícios maçônicos
maçônicos”, porque ostentam,
nas suas fachadas, frontões triangulares, compassos e esquadros, folhas
de acácia ou outros elementos, formais ou compositivos, mais
sofisticados da simbologia maçônica.

Pode falar-se de uma Arquitetura Maçónica?

Poderá sustentar-se tal conceito?

O símbolo vale apenas quando o seu significado profundo


se encontra já dentro de cada um de nós
nós..
Essa é a verdadeira identidade do símbolo
símbolo..

A “Maçonaria
Maçonaria” tem a ver com construir o edifício do espírito;
A “arte
arte de construir
construir” tem a ver com a arte dos criadores
criadores.
Várias marcas
marcas,, símbolos foram sendo deixados, ao longo dos tempos,
por Arquitetos Maçons ou apenas por Pedreiros Livres, Livres como
pegadas desse tempo “eterno
eterno” e desse espaço “fora
fora do lugar
lugar”, e
simultaneamente universais, que caracterizam a Maçonaria e a infinita
cadeia de união que ela forma:

do Oriente ao Ocidente;
do Norte ao Sul;
do Zênite (o ponto mais alto das alturas) ao Nadir (o ponto mais
profundo das profundezas);
do passado ao presente;
do presente ao futuro;
entre o meio dia e a meia noite.
A simbologia está muito mais presente em Paraty do que podemos
imaginar.
Outro exemplo típico é a proporção dos vãos entre as janelas, em que o
segundo espaço é o dobro do primeiro, e o terceiro é a soma dos
dois anteriores, isto é, A+B=C, ou seja, a soma das partes é igual ao
todo, que se resume no Número de Ouro ou Divina Proporção.
Proporção

Até as plantas das casas, feitas na escala 1: 33


33..33
33, têm a marca da
simbologia dos maçons, cujo grau máximo é o de no. 33
33, este número é
uma referência muito forte.

Paraty possui 33 quarteirões e, na administração municipal da época,


existia o cargo de Fiscal de Quarteirão, exercido por 33 fiscais.
Tem-se certeza que, no século XVIII as
portas e janelas da maioria das casas de
Paraty eram pintadas em branco e azul,
azul
o chamado azul hortênsia da
Maçonaria Simbólica
Simbólica.

Paraty foi urbanizada por Maçons.

A exemplo de Vila de Óbidos,Óbidos,


em Portugal
Portugal, que é uma cidade
maçônica, também pintada de branco e
azul hortênsia..
Gota de Leite – Santos /SP
Bibliografia
* A Maçonaria e o Sistema de Corporações
H.L. HAYWOOD, Editor – The Builder Magazine
Tradução – José Antonio de Souza Filardo – M .´. I .´. – GOB/GOSP
* Construção de uma Catedral.
Macaulay, David. Martins Fontes, São Paulo, 1988

* The Builders. Marvels of Engeneering.


National Geographic. Washington D.C., 1992

* Dicionário dos Estilos Arquitetônicos.


Koch, Wilfried. Martins Fontes, São Paulo, 1994.
Os Segredos das Catedrais - Suzana Lakatos
* O código Secreto Das Catedrais - Por Tim Wallace Murphy
* Conhecendo a Arte Real- Ed. Madras, 2007 - João Anatalino

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