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INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
GF604 – Geografia Urbana – Turma B
Profª. Dra. Adriana Maria Bernardes da Silva
RELATÓRIO DE CAMPO
Ocupações urbanas em Campinas: Nelson Mandela e Vila Soma
Campinas
2023
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RESUMO
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INTRODUÇÃO
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2 DESENVOLVIMENTO
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oprimir e não proteger (Thamires, 2023)". Como projeto de construção dessa cidade
segmentada, a reintegração de posse não é a única ferramenta utilizada para
expulsão dessas pessoas, tendo diversos serviços públicos dificultados ou negados
como acesso a educação em escolas e creches, postos de saúde, saneamento
básico, e humilhações por funcionários públicos como juízes, agentes públicos
sendo assediados para não realizar o atendimento, essas instrumentalizações de
opressão que fundamentam a necropolítica e privam o direito à cidade, ou seja,
como dito por Achille Mbembe necropolítica como poder e a capacidade de ditar
quem pode viver e quem deve morrer. Outros exemplos estão nas proibições, como
relatado pelas lideranças de realizar modificações em colocar portões ou melhora da
cobertura em suas casas improvisadas, impedidos pelo juiz que averigua a
ocupação do Mandela, promovendo e agravando problemas de saúde e respiratórios
pelo frio e vento.
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Em dialética com a precarizada casa embrião construída pela prefeitura de
Campinas, está a esperança de encontrar a casa própria, relatado pelas líderes do
Mandela como a conquista da luta de suas gerações para o acesso à habitação para
que seus filhos não vivenciam a mesma insegurança.
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Na localização do Mandela como um dos diferentes vazios urbanas da
metropolização da cidade de Campinas, ao lado de diversas indústrias continuará
atendendo a especulação imobiliária após sua saída, como relatado na visita pelos
moradores da comunidade voltará a ser lugar de despejo de carcaça de carros, lixo
e corpos, sem cumprir função social. Sendo assim como o antigo terreno do
Mandela que continuou como um grande vazio urbano, vazio de políticas públicas de
moradia e construído no consumo e privatização do território da cidade corporativa,
como dito "A cidade capitalista criou o centro de consumo. [...] Já é bem conhecido o
duplo caráter da centralidade capitalista: lugar de consumo e consumo de lugar [...] é
o mundo da mercadoria, a linguagem das mercadorias, a glória e a extensão do
valor de troca. (Kowarick,1979)"
Onde o Residencial Sirius como parte do programa minha casa minha vida
(PMCMV) para diminuir o déficit habitacional, continua atendendo as lógicas do
mercado, em que apesar de nascer na realocação de populações de vulnerabilidade
social que habitavam área de risco, se estabelece na área limítrofe da malha urbana
de campinas, distante de serviços públicos, infra estruturas e acesso pleno às redes
de transporte coletivo, em glebas de terrenos de menor custo, que continuam a
segregar sua população em espaços que impossibilitam o acesso e direito de
vivenciar a cidade e se desenvolver nela como na educação, trabalho e lazer.
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o papel da divisão territorial do trabalho, ou seja, o modo de produção urbano à
época, ocasionando, portanto, significativas mudanças sociais.
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Plano Diretor da cidade aponta para um total de mais de 23 mil pessoas residentes
de ocupações e assim, outros órgãos/ações públicas se concentram em debater a
regulamentação e monitoramento desta situação, com isso, mais de 50% dos
domicílios foram considerados irregularmente jurídicos e por outro lado, com mais de
26% do território urbano total estando vazio e sem função dentro do perímetro
urbano (PLHIS & SABINO, 2017).
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destas pessoas é a disposição de abandonar as extremas humilhações que tiveram
de enfrentar devido à situação que se encontravam naquele momento. A partir de
então, o território entra em processo litigioso judicial entre a população ocupante e
as empresas proprietárias – que se encontravam em estado de falência decretada –
e com isso, inúmeras reintegrações de posse ocorreram. Um dos magistrados frente
ao caso afirma, portanto, que “o ‘morar’ sem dignidade não é verdadeiramente
‘morar’” (Minnicelli, 2016).
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Imagem 4: Crianças da Vila Soma em quadra comunitária, principal lugar de
convivência
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3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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LEFEBVRE, Henri. O Direito à Cidade, Editora Documentos, 1969, São Paulo.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início
do século XXI. Editora Record, 2001.
OCUPAÇÃO MANDELA: “O BARRACO FOI DESTRUÍDO, MAS A NOSSA FORÇA SÓ
AUMENTOU”. Jornalistas Livres, 10 abr. 2017. Disponível em:
https://jornalistaslivres.org/ocupacao-mandela-o-barraco-foi-destruido/. Acesso em:
20 jun. 2023
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