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Bibliotecas Públicas
SUMÁRIO
Observação:
O presente material é uma adaptação de partes do manual “Curso de capacitação para
dinamização e uso da Biblioteca Pública, de autoria de: Walda de A. Antunes, Gildete de A.
Cavalcante, Márcia C. Antunes.
Utilizando também como complementação outras obras que tratam da organização e
administração de bibliotecas, as quais estão relacionadas em anexo.
Assim, este material em alguns momentos apresentará as informações tal qual estão disponíveis
na obra de Antunes, pois a mesma é um ótimo referencial para organização básica de bibliotecas,
informando de forma clara alguns procedimentos a serem tomados.
1 A BIBLIOTECA PÚBLICA
Pessoas de todas as idades devem encontrar material adequado as suas necessidades. Coleções e
serviços devem incluir todos os tipos de suporte apropriados e tecnologia moderna, bem como
materiais convencionais. Alta qualidade e adequação às necessidades e condições locais são
fundamentais. O acervo deve refletir as tendências atuais e a evolução da sociedade, assim
como a memória das conquistas e a imaginação da humanidade. Coleções e serviços não podem
ser objeto de nenhuma forma de censura ideológica, política ou religiosa, nem de pressões
comerciais. (ANTUNES, CAVALCANTE, ANTUNES, 2000 p. 14)
1. Criar e fortalecer o hábito de leitura nas crianças desde a mais tenra idade.
2. Apoiar tanto a educação individual e autodidata como a formal em todos os níveis.
3. Proporcionar oportunidades para o desenvolvimento criativo pessoal.
4. Estimular a imaginação e a cri atividade tanto de crianças como de jovens e adultos.
5. Promover o conhecimento da herança cultural e a apreciação das artes, realizações e
inovações científicas.
6. Propiciar acesso às expressões culturais das artes em geral.
7. Fomentar o diálogo intercultural e favorecer a diversidade cultural.
8. Apoiar a tradição oral.
9. Garantir acesso dos cidadãos a todo tipo de informação comunitária.
10. Proporcionar serviços de informação adequados à empresas locais, associações
e grupos de interesse.
11. Facilitar o desenvolvimento da informação e da habilidade no uso do computador. 12.
Apoiar atividades e programas de alfabetização para todos os grupos de idade, participar deles e
implantá-los se necessário.
2 OPERAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DA BIBLIOTECA PÚBLICA
Conforme definição de Antunes, Cavalcante e Antunes (2000), um dos requisitos básicos para a
operação e administração de uma biblioteca, é formular uma política clara definindo objetivos,
prioridades e serviços relacionados com as necessidades da comunidade local. A biblioteca pública
deve ser efetivamente organizada e respeitar padrões profissionais de operação.
Deve ser assegurada a cooperação com parceiros adequados, por exemplo, grupos de usuários e
outros profissionais, em âmbito municipal, regional, nacional e internacional.
Os serviços devem ser fisicamente acessíveis a todos os membros da comunidade. Isso requer
que o prédio da biblioteca esteja bem localizado, com instalações corretas para leitura e estudo, assim
como possuir tecnologias adequadas e horário de funcionamento conveniente aos usuários. Isso implica
também a extensão dos serviços aos usuários impossibilitados de freqüentar a biblioteca.
Os serviços da biblioteca devem ser adaptados às diferentes necessidades das comunidades em
áreas rurais e urbanas.
O bibliotecário é um intermediário ativo entre usuários e recursos. A educação profissional e
contínua do bibliotecário é indispensável para assegurar serviços adequados.
Programas de extensão e educação de usuários devem ser promovidos visando ajudá-los a se
beneficiar de todos os recursos disponíveis.
Conhecemos muitas instituições na comunidade criadas com finalidades diversas. Assim, temos
escolas, postos de saúde, clubes, museus, cinemas, teatros e bibliotecas, entre outras. Aqui, vamos
tratar de bibliotecas e especialmente da biblioteca pública. Em nosso país temos mais de cinco mil
municípios, e em mais de quatro mil e quinhentos existem bibliotecas públicas. É, pois, a instituição
cultural mais comum, ou seja, que está presente no maior número de municípios. Precisamos, no
entanto, conhecê-la muito bem, saber o que é uma biblioteca pública, quais os seus objetivos, que
funções devem desempenhar.
A biblioteca pública é o centro de informações da comunidade. Para informar as pessoas, a
biblioteca, além dos livros que possui, coloca à disposição de todos que a freqüentam outros materiais
informativos como discos, fitas cassete, filmes, fotografias, gravuras, jornais, acesso a outras fontes de
informação através de sistemas informatizados, Internet etc.
É ainda, o centro referencial da comunidade, reunindo documentos sobre a sua história, sobre
fatos importantes, personagens destacadas, permitindo aos usuários da biblioteca conhecer o município,
o seu potencial, as oportunidades de trabalho, de desenvolvimento.
No entanto, para atender seus usuários, a biblioteca pode se valer de diversos recursos,
buscando a informação em outros locais ou orientando seus leitores nessa busca.
A biblioteca serve de lugar para a comunidade se encontrar, conversar, trocar informações,
discutir problemas, saciar suas curiosidades, ampliar conhecimentos, instruir-se, ler livremente, recrear-
se e criar. A biblioteca pública é do público e por ele deve ser freqüentada livremente.
É também aí que são prestadas informações sobre a organização do governo, os serviços
públicos e toda a orientação sobre atividades úteis às pessoas de modo geral. Ela poderá orientar o
pesquisador sobre o local onde se encontra o documento de que precisa, como deverá atender todos que
a procuram, independente do nível de instrução ou camada social.
Outra grande função da biblioteca pública é, através das possibilidades diversificadas de acesso
à informação, contribuir para a formação continuada dos indivíduos, para o aprimoramento
profissional, indo além do que o acervo oferece com programas especiais de palestras, exposições,
concursos etc.
É fundamental que o responsável conheça bem o acervo da biblioteca bem como a comunidade
onde esta se situa.
A partir desse conhecimento e de um relacionamento estreito que manterá com as pessoas da
localidade, será feito o planejamento dos serviços a serem oferecidos aos usuários e das atividades a
serem desenvolvidas. A biblioteca pública tem a responsabilidade de atender todas as pessoas da
comunidade que a procurem: idosos, crianças, jovens, donas de casa, escolares, trabalhadores, pessoas
de outras etnias ou línguas etc. Deve se preocupar em oferecer serviços de informação, leitura de lazer
e programações culturais não só aos que vão a sua sede, mas também aos que não têm condição de
freqüentá-la, como escolas, clubes, sindicatos, associações, hospitais, instituições de assistência social,
presídios, asilos, orfanatos. Esse atendimento é feito através de serviços de extensão, isto é, utilizando-
se caixas-estantes, carros-bibliotecas ou outra modalidade, e serviços móveis, quando o livro é enviado
ao leitor onde este se encontra.
De várias formas, como vimos, se define o papel da biblioteca como centro de informação da
comunidade. As formas como isso acontece são as mais variadas e de acordo com os recursos de que a
biblioteca dispõe. Para atender seu usuário, dependendo muito da biblioteca, o bibliotecário ou seus
auxiliares poderão prestar atendimento a distância, usando o telefone, o correio ou algum mensageiro.
Nas pequenas comunidades do interior, os serviços de alto-falante são muito usados. A rádio
local é outro recurso valiosíssimo e a biblioteca pode realizar programas informativos para a
população.
A biblioteca deverá estar preparada para oferecer todo tipo de informações úteis aos cidadãos:
sobre órgãos públicos ou particulares, serviços de emergência, serviços médicos, habitação, transporte,
oportunidades de trabalho e emprego, abastecimento,
serviços públicos (água e luz), serviços de apoio e assistência que as pessoas têm à sua disposição e
que, por desconhecimento, nem sempre deles se beneficiam: sindicatos, cooperativas, associações,
FUNRURAL, INSS, SESI, SESC, SENAC etc.
3 PLANEJAMENTO, IMPLANTAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DA
BIBLIOTECA
Quando se inicia o processo de implantação de uma biblioteca, deve-se atentar a detalhes que
são indispensáveis para que a biblioteca e os serviços a serem prestados sejam adequados à futura
clientela real e potencial.
De inicio, deve-se conhecer a comunidade. Isto pode ser feito através de técnicas de pesquisa
como entrevistas e observações. Assim, com os dados obtidos pode se determinar os recursos existentes
nas áreas de educação, cultura, artes, recreação; conhecer o seu potencial, qual a produção da região e
do local, a existência de indústrias; descobrir as principais ocupações dos seus habitantes, os hábitos da
população; inteirar-nos de comércio, escolas, opções de lazer etc.
Com o levantamento das características básicas da comunidade como um todo, devem ser
consideradas as diferenças dos indivíduos que constituem a clientela alvo dos serviços bibliotecários,
assim, passamos a definir a futura biblioteca, a biblioteca que queremos, seus objetivos e os trabalhos
que vamos implantar e oferecer aos usuários.
Para que os objetivos sejam alcançados, devemos levantar as alternativas, e as melhores
possibilidades para a realização dos trabalhos. Diante destas possibilidades, define-se a que é mais
viável para aplicação diante dos recursos disponíveis. Os recursos institucionais, materiais, humanos e
financeiros, são igualmente importantes.
3.1 Planejamento
Para implantar ou mesmo organizar uma biblioteca, visando manter seu funcionamento, deve-se
planejar as providências a serem tomadas, bem como as atividades que serão desenvolvidas, pensando
nos serviços e informações que serão oferecidos aos usuários.
Como afirma Antunes, Cavalcante e Antunes (2000):
Por recursos institucionais entende-se os documentos que oferecem amparo legal à biblioteca,
estabelecem, regulamentam e padronizam seu funcionamento.
O primeiro documento legal de que a biblioteca pública necessita é a lei de criação: a biblioteca
deve ser criada por lei municipal, e esta é uma providência que cabe à Prefeitura Municipal tomar. Essa
lei de criação é exigência básica para que a biblioteca comprove sua existência e possa participar de
convênios com outros órgãos, integrando, por exemplo, o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas e,
através deste, o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas.
Com o funcionamento da biblioteca é provável que outros documentos venham a surgir dossiês
de projetos, com todos os comprovantes de sua execução, correspondências, regulamento etc.
O Regulamento da Biblioteca Pública é o documento no qual são fixados todos os aspectos que
dizem respeito à sua organização e ao seu funcionamento.
Segue abaixo um modelo de regulamento que pode ser adaptado de acordo com a realidade de
cada biblioteca.
REGULAMENTO DA BIBLIOTECA PÚBLICA
Art. 1º Natureza e fins
A Biblioteca Pública Municipal é uma entidade cultural da comunidade diretamente subordinada à
Secretaria de Educação e Cultura do Município......................................../ Estado.........................
Foi criada pela Lei Municipal n.º....... , de...... /.......... /............
Art. 2º São finalidades da biblioteca:
- oferecer informações e atividades que atendam às necessidades e aos interesses da comunidade em
geral: crianças, adolescentes, escolares, idosos, enfermos, presidiários, deficientes visuais, deficientes
físicos etc.;
- despertar em seus usuários e especialmente nas crianças o prazer de ler;
- favorecer a integração da comunidade, inclusive através de serviços de extensão bibliotecária para o
leitor que não tem condições de freqüentar sua sede.
Art. 3º Estrutura organizacional
A Biblioteca Pública está estruturada da seguinte maneira:
- Chefia; .
- Seção Técnica;
- Seção de Atendimento e Informação ao Usuário;
- Seção de Atividades de Extensão.
Art. 4º Competências
Compete à Chefia da biblioteca:
- planejar, organizar e supervisionar todas as atividades da biblioteca; - manter intercâmbio com
instituições da mesma natureza;
- examinar e assinar a correspondência;
- manter em dia o controle dos bens materiais do uso da biblioteca, zelando pela sua conservação;
- divulgar os serviços que a biblioteca oferece, estimulando um relacionamento entre os funcionários e
entre estes e a comunidade;
- preparar relatório anual para encaminhamento e apreciação dos órgãos a que estiver subordinada, bem
como para avaliação interna dos trabalhos desenvolvidos;
- manter a ordem e a disciplina na biblioteca;
- distribuir o pessoal de acordo com as necessidades do serviço;
- solicitar ao órgão ao qual a biblioteca estiver subordinada os recursos necessários ao seu
funcionamento;
- preparar e enviar correspondências;
- manter em dia o arquivo administrativo da biblioteca.
Compete à Seção Técnica:
- coletar dados e informações da comunidade e junto aos usuários, bem como suas sugestões para
proceder à seleção e aquisição do acervo;
- organizar os catálogos de editoras e livrarias, boletins bibliográficos, informações de outras instituições
especializadas em publicações, venda e divulgação de livros e outros materiais;
- proceder à aquisição por permuta e/ou doação. Quando se tratar de compra, solicitar essa providência ao
setor competente da prefeitura, caso essa atividade seja executada pelo setor financeiro da prefeitura;
- registrar material bibliográfico (livros, periódicos, folhetos) e materiais não-bibliográficos (discos, fitas
cassete, fotos, s/ides, filmes, mapas etc.);
- catalogar e classificar o acervo da biblioteca.
Observação: No caso de existência do bibliotecário, este procederá à Catalogação e à classificação do
acervo. Em se tratando do auxiliar de biblioteca responsável por ela, este fará a organização do acervo
seguindo as orientações básicas contidas neste Manual.
Disposições Gerais:
Os casos omissos deste Regulamento serão resolvidos pela Chefia da biblioteca de acordo com a
Secretaria de Educação e Cultura do Município.
Este Regimento entrará em vigor a partir da sua aprovação, revogadas as disposições em contrário.
Data................................................................
Secretário de Educação e Cultura do Município de...........................
3.5.1 O bibliotecário
A biblioteca é a instituição onde atua o bibliotecário. Este profissional, com formação de nível
superior obtida em cursos de biblioteconomia, está a serviço das comunidades, participando desde
planejamento até a implantação e dinamização de bibliotecas. É o bibliotecário que, conhecendo o local
onde está situada a biblioteca, procura fazer com que as pessoas a aceitem, a freqüentem e a assumam.
De forma ideal, todas as bibliotecas públicas brasileiras deveriam ter o seu bibliotecário. Isto,
no entanto, não ocorre. Ainda não existem bibliotecários em número suficiente para assumi-las.
3.5.2 O auxiliar de biblioteca
Enquanto o bibliotecário não assume as bibliotecas, estas precisam ter garantido o seu
funcionamento através de um professor ou outra pessoa da comunidade - o responsável pela biblioteca.
Este responsável precisa de um treinamento para estar habilitado organizar e dinamizar a biblioteca, a
realizar programas culturais e a atender os leitores, tais como crianças, jovens, adultos, idosos,
trabalhadores, donas de casa, estudantes etc.
É muito importante que a biblioteca possa contar com profissionais de outras áreas em sua
equipe. Ela recebe pessoas, de todas as profissões, trabalhadores que a procuram para buscar
informações sobre suas atividades, acumulando conhecimentos úteis ao seu dia-a-dia. Professores
também são sempre bem-vindos na biblioteca, especialmente pelo fato de que a clientela da biblioteca
pública é, em sua maioria, formada por estudantes que a procuram para realizar suas tarefas escolares.
O acervo da biblioteca é formado por livros, periódicos, folhetos, fotografias, discos, mapas,
gravuras, filmes, fitas cassete etc. Todo material que contém informação pode ser incluído no acervo da
biblioteca. Entretanto, o livro, por seu formato e sua natureza, é o veículo mais difundido para a
informação e o material mais comum nas bibliotecas, complementado por outros materiais gráficos e
audiovisuais.
A formação do acervo da biblioteca requer atenção especial do bibliotecário ou do responsável
pela biblioteca, uma vez que no acervo está contida a maioria das informações que os usuários buscam.
As possibilidades de informação poderão ser ampliadas na medida em que se estabelece
intercâmbio com outras bibliotecas, instituições e acesso a sistemas de informação externos em escala
local e regional ou até nacional e internacional.
O livro
O livro é uma reunião de folhas ou cadernos, soltos, costurados ou presos por qualquer outra
forma em um dos lados, montados dentro de uma capa.
Em suas folhas o livro tem registrado o texto, cujo assunto varia de acordo com a
vontade do autor. O livro apresenta várias partes: - orelha; cabeça; corte; lombo, dorso ou lombada;
capa; pé.
Muitos livros possuem em primeiro lugar uma folha branca, sem nenhuma inscrição; esta folha
é chamada de Guarda. Depois, encontramos outra que contém gravado, no centro, apenas o título da
obra: é a Falsa Folha de Rosto. Segue uma folha em que estão inscritos o nome do autor, o título do
livro, a editora, o ano e o local de publicação, além de outras informações; é a chamada Folha de Rosto.
Em muitos livros encontramos, depois dessas, folhas que contêm agradecimentos ou
dedicatórias, feitos pelo autor, a pessoas a quem ele deseja agradecer algo ou dedicar o seu trabalho. O
Sumário é a parte do livro em que é feita a indicação do conteúdo da obra, dos capítulos, da forma
como estes aparecem no livro. Após, encontramos o Texto onde o assunto da obra é apresentado,
desenvolvido, enriquecido muitas vezes com gravuras, tabelas, gráficos etc. Segue o Índice, que é uma
indicação dos assuntos que o livro contém, ordenados em uma lista alfabética. Se, ao escrever o livro, o
autor consultou outras obras, deverá indicá-las no final de seu trabalho em uma Bibliografia. Alguns
livros trazem ainda Anexos - que são determinados textos que servem para completar os assuntos
tratados no livro. Finalmente, revestindo o livro temos a Capa, que serve para proteger o livro, que
contém algumas informações sobre ele. O visual da capa é, geralmente, muito bem trabalhado e,
através dos elementos que apresenta, informa, muitas vezes, sobre o assunto da obra.
Doação
É a oferta gratuita de livros à biblioteca. As doações são provenientes dos próprios usuários, de
editoras, instituições, particulares etc. Todo o material doado à biblioteca deve passar por uma
avaliação prévia e ter anotados o nome do doador e a data da doação.
É importante que a biblioteca divulgue sua receptividade a doações, bem como promova
campanhas nesse sentido. Nestas, deverão se envolver tanto os responsáveis pela biblioteca como os
usuários e a comunidade em geral onde a biblioteca está situada.
O responsável pela biblioteca esclarecerá aos doadores que os materiais recebidos por doação,
se adequados (deverão ser submetidos aos mesmos critérios de seleção que orientam a aquisição), serão
incorporados ao acervo; se não, poderão ser usados para permuta ou mesmo para recortes,
enriquecendo a coleção de gravuras e recortes. A biblioteca deve sempre agradecer as doações
recebidas.
Permuta
Permuta é a troca de obras entre bibliotecas, que se realiza utilizando obras sem utilidade ou
com número excessivo de exemplares presentes na biblioteca. Para permutar devem ser feitas listas
contendo o nome do autor e o título da obra, e estas divulgadas para outras bibliotecas. Com esse
procedimento, além de se ganhar mais espaço nas estantes, adquirem-se, gratuitamente, obras de
interesse para os leitores.
Carimbagem
As bibliotecas se utilizam de vários carimbos para preparar as obras para serem disponibilizadas
para os usuários, porém nem todos se fazem necessários. Dois carimbos são imprescindíveis para
identificar o livro que está sendo incorporado ao acervo. O primeiro é o carimbo de registro, colocado
no verso da folha de rosto, no canto inferior ou o mais próximo possível desse local. Esse carimbo
deverá ter os seguintes dados: nome da biblioteca, número de registro e data (dia, mês e ano), e também
o tipo de aquisição. Algumas bibliotecas utilizam também neste carimbo o campo para classificação e
outras informações, porém não devemos criar um carimbo muito extenso, uma vez que nem todos os
livros proporcionam espaço em branco livre para carimbagem.
Exemplo do carimbo:
Nome da Biblioteca
Nº de registro: _______
Data:__/__/__
Tipo de aquisição: ______
Observação: Quando não houver local disponível no verso da folha de rosto, poderá ser usado o
verso da falsa folha de rosto ou outro espaço próximo a esta.
O outro carimbo usado é o de identificação, que deverá ser colocado nos cortes do livro
(cabeça, corte, pé) e também em páginas que podem ou não serem predeterminadas.
Exemplo:
Nome da Biblioteca
Com este carimbo recomenda-se, além dos cortes do livro, carimbar a primeira página, a folha
de rosto, a primeira do texto e a última do texto, e também um de intervalo de 50 a 50 paginas.
N. Reg. - - a cada exemplar será atribuído um número de registro individual. - quando a obra registrada
for constituída de mais de um volume, registrar cada volume separadamente.
Data – data da aquisição da obra
Autor – autor da obra (deve-se começar o registro pelo sobrenome)
Titulo – titulo da obra, a também o subtítulo caso exista
Ed. – edição da obra
Vol. - volumes
Local - local de publicação da obra.
Editora – editora responsável pela publicação
Ano de publicação - ano em que o livro foi publicado.
Forma de aquisição - anotar: C – compra ; D – doação ; P - permuta
N. de chamada - é o número de classificação atribuído ao livro, seguido da notação referente ao autor.
No caso de a biblioteca utilizar a Tabela de Cutter ou a Tabela PHA, consultará o número a ser
atribuído. Caso contrário, abaixo do número de classificação, algumas bibliotecas inserem as três
primeiras letras do sobrenome do autor. (Completar essa coluna após o livro ser classificado)
Obs.: - utiliza-se essa coluna para registrar qualquer alteração que a obra venha a sofrer: perda, dano,
descarte, etc.
Atenção:
- O livro de registro deve ser preenchido a tinta, nunca a lápis, evitando-se rasuras ou emendas.
- Caso haja livro com mais de um volume ou exemplar, esse receberá seu próprio número. Jamais se
repete o número de registro na biblioteca; mesmo no caso de extravio, o livro que substitui uma baixa
do acervo receberá um número novo, salvo substituição por parte de usuário como forma de ressarcir a
biblioteca, e desde que seja a mesma obra.
Registro do acervo de periódicos
Classificação
Para organizar os livros nas estantes, costumamos agrupá-los por assuntos. Esses assuntos são-
representados por números que obedecem a um Sistema de Classificação.
A classificação de assuntos é um trabalho técnico realizado por profissionais bibliotecários.
Entretanto, sabemos que na grande maioria das bibliotecas públicas não existe o bibliotecário. Nesses
casos, as bibliotecas estão vinculadas aos Sistemas Estaduais de Bibliotecas Públicas, cuja coordenação
está a cargo das Secretarias de Estados ou, em alguns casos, quando as áreas da cultura e da educação
não estão desmembradas, a coordenação está situada na Secretaria de Educação e Cultura.
Encontramos, ainda, em algumas Unidades Federadas, a coordenação estadual localizada na
Biblioteca Pública do Estado. Em qualquer dos casos, sempre é possível encontrar nessas coordenações
o bibliotecário que orientará sobre o aspecto técnico do trabalho. Porém, pela Resolução n. 440 do
Conselho Federal de Biblioteconomia o manuseio do acervo é uma das tarefas da competência do
Técnico em Biblioteconomia. Assim, ele deverá conhecer o significado do Código de Classificação
cuja combinação de números e sinais indica os assuntos que os documentos contêm. Somente com esse
entendimento será possível organizar os livros adequadamente nas estantes, bem como auxiliar os
usuários a encontrá-los após a consulta aos catálogos.
Existem vários Sistemas de Classificação de Assuntos. Nas bibliotecas brasileiras, dois são
utilizados com freqüência: a Classificação Decimal de Dewey - CDD - ou a Classificação Decimal
Universal- CDU. A base dos dois sistemas é muito semelhante. A diferença mais importante é que na
CDD existe a classe 4 (línguas - filologia), enquanto na CDU essa classe está vaga, não sendo atribuída
a ela nenhum assunto, mas permanecendo reservada para uma nova classe que, com o passar do tempo,
possa surgir.
O conhecimento humano é, assim, reunido em 10 classes de assuntos, que vão de 000 a 900.
Para classificar um livro com segurança é necessário fazer a leitura de algumas partes
determinadas, o que contribui para melhor identificar o assunto. Tais partes são: orelha, sumário,
prefácio, introdução e índice.
As classes de assuntos usados são:
000 - Assuntos gerais
100 - Filosofia - Psicologia
200 - Religião
300 - Ciências Sociais - Sociologia
400 - Línguas - Filologia
500 - Ciências puras
600 - Ciências aplicadas
700 - Artes - Recreação
800 - Literatura
900 - Geografia - História - Biografias
Na prática, essas classes se subdividem para representar, de forma mais detalhada, o assunto
que o livro contém.
Devido a complexidade da classificação, recomenda-se que utilizem a classificação CDD,
aproveitando as classificações que a própria Biblioteca Nacional (BN) utilizou. Para verificar livros já
catalogados e classificados na BN, deve-se acessar o site: www.bn.br - no menu escolher a opção –
catálogos, efetuar a busca no campo apropriado.
Número de chamada
O número de chamada destina-se a identificar o livro e determinar o seu lugar na estante. É
formado pelo número de classificação atribuído ao livro e também pela classificação de Cutter ou PHA,
as quais consistem em representar a primeira letra (maiúscula) do sobrenome do autor, sua numeração
correspondente e a letra (minúscula) inicial do título. O numero de Cutter pode ser conseguido da
mesma forma que a classificação na BN e também pelo site: ???
Exemplo do numero de chamada como ficará na etiqueta do livro:
370 - assunto
S124e - número do autor (Tabela Cutter)
v. 2 – n. do volume, em caso de coleção
ex. 3 – n. do exemplar (caso exista mais de um no acervo da biblioteca)
Literatura brasileira
B869
MAR
Marinho, João Carlos.
O gênio do crime / João Carlos Marinho. -- São Paulo: Global,
1999.
128 p.
Catálogos
Em bibliotecas maiores é usado o Código de Catalogação Anglo-Americano como guia
para a estruturação das fichas catalográficas.
Os catálogos têm a finalidade de informar sobre os livros que temos na biblioteca; o
número de chamada localizado no canto superior esquerdo da ficha nos diz o lugar da estante
onde se encontra o livro procurado.
Ao receber o leitor na biblioteca e quando este vem em busca de determinado livro,
veremos que nem sempre ele sabe todos os dados sobre o livro, ou seja: autor, título e assunto.
Assim, para facilitar a busca do livro solicitado, vamos fazer o "desdobramento" das fichas. Para
possibilitar a busca de um livro pelo seu autor, vamos organizar o fichário de autor, reunindo
todas as fichas cuja primeira informação registrada seja autor. Para localizarmos um livro pelo
seu título, vamos procurá-lo no fichário estruturado com as fichas de título (criadas colocando-se
como primeira informação o título do livro, acrescentado na ficha acima do nome do autor).
Finalmente, para localizarmos um livro pelo seu assunto, vamos ao fichário de assunto,
formado com as fichas do assunto (estruturadas acrescentando-se o assunto do livro acima do
autor).
Fichário: As fichas para os fichários podem ser feitas em cartolina, papel cartão etc.
Medem 12,5 cm x 7,5 cm. No meio da parte inferior da ficha faz-se um furo por onde passará um
cordão ou haste para que as fichas não saiam da ordem na gaveta ou caixa onde serão guardadas.
Existem ainda os catálogos eletrônicos, que são os catálogos gerados pelos programas de
bibliotecas que proporcionam uma busca mais precisa e muito mais rápida do material que o
usuário precisa.
Papeleta de datas
O jornal na biblioteca
Em muitas oportunidades, já nos referimos à necessidade de a biblioteca oferecer as
informações mais diversificadas possíveis aos seus usuários. Dentre estas, cabe-lhe também
prover a sua clientela com informações da cidade, do estado e do país, valendo-se, para isso, do
jornal na biblioteca. Portanto, uma assinatura é de extrema importância, e podemos dizer
indispensável no caso do jornal local.