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PROJETO DE FOMENTO À

LEITURA: ESPAÇO DE
LEITURA NAS PRAÇAS
PÚBLICAS, FORMANDO
AGENTES CULTURAIS

JARDIM CISPER

Grupo 4:
Emilly Secassi

Priscila Gontijo

Lucas Tranquilin

Carlos Augusto Ferreirinha


INTRODUÇÃO

A leitura sempre foi motivo de preocupação constante dos


profissionais que atuam na educação. Geralmente, quem não lê (ou lê
mal) também escreve com dificuldade e apreende o mundo de maneira
menos expressiva. O ideal seria que todo ambiente ao redor do educando
o incentivasse à leitura, não sendo apenas a escola o único local de
acesso aos livros. Se infelizmente isso não ocorre, é preciso que o hábito
da leitura seja desenvolvido de maneira adequada e prazerosa, útil e
enriquecedora para o universo escolar e a realidade social do aluno.
A região

O Jardim Cisper fica localizado dentro do distrito de Ermelino Matarazzo. De


acordo com informações do censo demográfico de 2000, nesta época o distrito possuía
106.838 habitantes, e atualmente apresenta redução da taxa de crescimento. Em relação à
população economicamente ativa, 66% possui rendimentos médios e baixos, e 97,3% dessas
pessoas trabalham fora do distrito. Também merece consideração o fato de que 26,6% das
famílias são chefiadas por mulheres, um índice que vem aumentando a cada ano.

A população

Sua origem remonta ao final da década de 1940, quando foi inaugurado na região
uma fábrica de garrafas de vidro da empresa Cisper (Companhia Industrial São Paulo e Rio),
originária do Rio de Janeiro, de propriedade de Olavo Egídio de Sousa Aranga Júnior e Alberto
Monteiro de Carvalho. Atualmente a fábrica chama-se OI do Brasil (Owens Illinois do Brasil).
Iniciativas culturais já existentes

CEU – CENTRO EDUCACIONAL UNIFICADO: Núcleo de Ação Cultural do CEU Quinta do Sol –
O Centro Educacional Unificado (CEU) é um complexo educacional, esportivo e cultural caracterizado
como espaço público múltiplo. A cidade de São Paulo conta hoje com 45 CEUs. Todas as unidades
são equipadas com quadra poliesportiva, teatro, playground, piscinas, biblioteca, telecentro e
espaços para oficinas, ateliês e reuniões. Os espaços são abertos à comunidade, inclusive aos finais
de semana.

Dentro dos CEUs, existe o Programa Vocacional do departamento de expansão cultural da secretaria
municipal de cultura. Ele é composto pelos Projetos ARTES VISUAIS, MÚSICA, TEATRO, DANÇA,
VOCACIONAL APRESENTA E ALDEIAS, e acolhe pessoas a partir de 14 anos, com a finalidade de
promover a ação e a reflexão sobre a prática artística, a cidadania e a ocupação dos espaços públicos
da cidade de São Paulo. Com uma equipe de coordenadores e artistas-orientadores contratados
anualmente, atua preferencialmente em equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura e da
Secretaria Municipal de Educação.
Iniciativas culturais já existentes

Também dentro dos CEUs, existe o PIÁ (Programa de Iniciação Artística), que procura levar a
metodologia inovadora criada na EMIA para crianças de 5 a 14 anos nos quatro cantos da cidade em
bibliotecas públicas e teatros distritais e, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, nos
Centros Educacionais Unificados (CEUs).

PERIFERIA INVISÍVEL: é um espaço público situado dentro de uma igreja dos arredores. Existem
práticas de teatro, música e dança, mas não há biblioteca.

•Faltam bibliotecas públicas na região e talvez mais oficinas ligadas à leitura e à escrita.
PROPOSTA E ESPAÇO

 Atividades na Sede do Projeto: essa sede será um pequeno espaço com sala, banheiro e
copa que ficará sob a responsabilidade da própria comunidade junto com os mediadores de
leitura contratados pela prefeitura. Nesse espaço serão organizados alguns grupos de
estudos de escrita criativa e terá um pequeno laboratório com acesso à internet e ao acervo
público. Os livros serão guardados na sede.

 Espaço de leitura – contará com um pequeno acervo, do qual as pessoas poderão pegar os
livros emprestados e ler na própria praça, desfrutando assim de um espaço ambientizado,
com tatames, almofadas, puffs etc.

 Oficina de leitura e escrita criativa – será realizada, com o auxílio de mediadores, uma
construção de sentidos com base no texto literário, sem a qual não há progressão na leitura
e ampliação do repertório.

 Contação de histórias / teatro / música – Oficina que visa trabalhar com um letramento
multissemiótico, fazendo com que o sujeito assista e participe de forma ativa do contar e da
performance que acompanhará todo o processo.

 Atividades em Praças e Espaços Públicos: algumas intervenções no espaço público serão


organizadas entre a comunidade e os participantes das rodas de leitura. Pintar a escadaria e
os muros do entorno, limpar a praça, exposição de grafites. Ações culturais propostas pela
comunidade, de acordo com a necessidade, no entorno.

 Produções/apresentações culturais – A praça contará com outras práticas de fomento à


leitura. A ideia é ir além do espaço de leitura e disponibilizar o local para ações culturais, a
fim de fomentar a formação de mediadores e agentes de leitura.
JUSTIFICATIVA

O brasileiro, de um modo geral, sabe


reconhecer os tipos de literatura,
sobretudo pelas configurações físicas
e visuais dos livros e dos lugares nos
quais estes se inserem – livrarias ou
bibliotecas públicas. Tendo isto por
pressuposto, o indivíduo vai buscar
suas necessidades.

Um trabalhador que permanece praticamente de 12 a 14 horas por dia devotado à causa


do emprego, incluindo-se o tempo do deslocamento, dificilmente verá um livro de capa
dura, grosso, com letras pequenas e sem imagens na capa ou em seu interior como algo
aprazível. Na maioria das vezes, ele não quer pensar, quer espairecer vendo sua
televisão.
JUSTIFICATIVA

Leitura exige tempo, um período de


aclimatação, de reconhecimento com o
livro, de garantia de uma intimidade com
aquele ato, com aquele modelo de
comunicação, com aquela noção temporal
diferente e quase inexistente no contexto
das grandes metrópoles. Considerando
ainda a quantidade absurda de estímulos
pela qual o indivíduo pós-moderno é
bombardeado diariamente, é natural que
uma atividade como a leitura, de prazer
mais apurado, fique em segundo plano.

Desta forma, a dependência da televisão enquanto meio de comunicação não se revela assim tão
estranha em um país com fortes laços com a modalidade oral da língua, no qual ainda existem
pessoas que não veem necessidade na alfabetização. A partir disto podemos criar uma outra relação
entre a noção de pertencimento/reconhecimento entre leitores/autores.
OBJETIVOS GERAIS

 Desenvolver a participação efetiva da comunidade diante dos diversos tipos de leitura,


com a ajuda de mediadores de leitura;

 Ampliar o repertório literário e cultural, visando à progressão do sujeito enquanto


agente de leitura;

 Evidenciar o papel fundamental do leitor no ato da leitura, uma vez que cabe a ele a
função de atribuir significação ao texto e, no caso do texto literário, de apreciá-lo
esteticamente, preenchendo os espaços em branco deixados pelo autor no momento
da criação literária.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Despertar e/ou estimular leituras multissemióticas do sujeito, a fim de torná-lo um


leitor alfabetizado (multi) funcional;
 Oferecer, a partir de mediadores, suporte para que o aluno possa realizar uma
construção de sentidos com base no texto literário;
 Com a ajuda de mediadores de leitura, descrever vários aspectos que constituem a
leitura, revelando a complexidade do ato de compreender um texto escrito e a
multiplicidade de processos cognitivos desta prática;
 Provocar reflexões sobre a literatura como manifestação cultural e sobre o papel do
leitor como agente do processo de leitura nas diferentes situações
sociocomunicativas;
 Viabilizar o estabelecimento de relações entre gêneros textuais diversos e a sociedade
que circunda o estudante, levando em conta o contexto sociohistórico dos gêneros;
 Criar uma autonomia literária e cultural no sujeito.
ETAPAS (CRONOGRAMA) E ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO

A primeira parte do programa será executado aos


sábados e domingos, com duração de 5 meses, a
partir de Fevereiro de 2014

Sábado – 10:00-13:00
 Oficina de Leitura e Escrita criativa - Trabalho de
incentivo à leitura e escrita crítica com o público
passante

Sábado – 14:00-17:00
 Oficina do Contar de histórias - Trabalho
conjunto entre música, literatura e teatro, assim,
incentivando a apreciação estética multissemiotica.

Domingo – 10:30-13:00 e/ou 14:00-


17:00
 Produções/apresentações culturais

Segunda – 10:00-13:00
 Reunião artístico-pedagógica entre os
mediadores de leitura na Sede do projeto
FORMAS DE AVALIAÇÃO/ACOMPANHAMENTO

 Participação;

 Exposição de ideias nas rodas de leitura;

 Ações culturais apresentadas;

 As produções das oficinas de leitura e escrita criativa;

 Apreciação dos participantes;

 A evolução literária-cultural que o sujeito participante demonstra no decorrer das


atividades.
CONTEXTUALIZAÇÃO DA
PROPOSTA

 Os exemplos todos citados elucidam a tese de que a leitura tem muitas possíveis
abrangências, não obstante os preconceitos herdados de nossa história digam o contrário.
As iniciativas que surgem em campos extra-literários, além de quebrarem o mito de que a
tecnologia não pode ser usada com fins que propiciem um movimento em busca dos livros,
servem também para que se coloque em discussão o papel diverso que a leitura, e por
conseguinte a Literatura, tem na formação intelectual dos cidadãos brasileiros.
Acostumados à oralidade e ao campo visual, podemos criar soluções criativas para que o
livro desponte no horizonte como uma possibilidade viável, pois pontua-se aqui o quão é
notório o interesse pelos livros gerado pelo contato com obras literárias fora do campo
tradicional da leitura entre os brasileiros, bem como as ricas discussões que isso traz hoje.

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