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Prof.

Sérgio Frascino Müller de Almeida

Cames

sergio.frascino@unesp.br

Outubro/2022 Cames 1
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Introdução

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Introdução
Um came é uma peça rotativa ou deslizante em uma
ligação mecânica usada especialmente para transformar
o movimento rotativo em movimento linear.
Muitas vezes, é uma parte de uma roda giratória (por
exemplo, uma roda excêntrica) ou eixo (por exemplo, um
cilindro com formato irregular) que interage com uma
alavanca em um ou mais pontos em seu caminho
circular.

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Introdução
Os cames podem ser caracterizados por seus diagramas
de deslocamento. Esses diagramas relacionam a
posição angular, geralmente em graus, ao deslocamento
radial experimentado naquela posição.
A figura abaixo ilustra um diagrama de deslocamento
simples.
Intervalo Intervalo de Intervalo Intervalo de
de subida repouso de retorno repouso
T1 T2 T3 T4
Deslocamento
do seguidor

Um ciclo (360º)

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Tipos

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Tipos

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Tipos

excentricidade

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Tipos

seguidor

rolete

came

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Tipos

Axial internal cylindrical

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Axial external
Tipos
cylindrical

u(t)

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Tipos

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Diagramas de
deslocamento

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Diagramas de deslocamento
O deslocamento do centro do seguidor a partir do centro
do came é dado pela seguinte equação geral:
s   t    s0  f   t  

A velocidade, aceleração e tranco (derivada da


aceleração, indicada por j) podem se calculadas como:
df   d Se d / dt for
v   t   
d dt constante, as
derivadas
df 2   d df   d 2
a   t     superiores
d 2
dt d dt 2 de  em
df 3   d df 2   d 2 df 2   d 2 df   d 3 relação a t
j   t       serão nulas
d 3
dt d 2
dt 2
d 2
dt 2
d dt 3

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Diagramas de deslocamento
Tipicamente, o projeto de um came começa pela definição
do diagrama de deslocamento.
Em seguida, a superfície do came é gerada e,
eventualmente, uma simulação com um software
disponível é realizada.
Existem alguns diagrama de deslocamento típicos que
serão listados a seguir.

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a. Deslocamento
senoidal

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Diagramas de deslocamento
Deslocamento senoidal
O deslocamento do centro do seguidor a partir do centro
do came é dado por:

h    s
s    1  cos    
2   
v
 h  
v    sin   
2   a
2
  h  
a      cos   
  2  
3
j
  h   
a      sin   
  2    0
Ângulo do came,  

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Diagramas de deslocamento
Deslocamento senoidal
Exemplo: O ruído na curva de aceleração é devido a
pequenos e inevitáveis erros de fabricação.
Deslocamento

0,0 Revolução 1,0

w r
Aceleração

0,0 Revolução 1,0

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b. Deslocamento
cicloidal

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Diagramas de deslocamento
Deslocamento cicloidal
O ruído na aceleração do deslocamento senoidal é
indesejável. Deve-se focar na sua redução prescrevendo
incialmente a aceleração:
 
a    C sin  2 
 

dv       
a     C sin  2   dz  C  sin  2   d v    C cos  2   k1
d   2  


condição de contorno:   0 => v  0 v  0   C 1  k1  0
2

k1  C
2
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Diagramas de deslocamento
Deslocamento cicloidal
    
Portanto: v    C 1  cos  2  
2    

Deslocamento:
ds          
v   
d
C
2
1  cos  2  
    ds  C 
2 
1  cos  2   d
  

2
     
s    C   C   sin  2   k2
2  2   
2
   
s    C  0   C    0   k2  0
condição de contorno:   0 => s  0 2  2 

k2  0

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Diagramas de deslocamento
Deslocamento cicloidal
Constante C:
2
2    2
condição de contorno:    => s  h s   C C  0  C h
2  2  2
h
C  2
2

Portanto:
2
h  h     
s    2 2   2 2   sin  2 
 2   2   

 1   
s    h   sin  2  
  2   

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Diagramas de deslocamento
Deslocamento cicloidal
Aceleração
s
h  
C  2 a    C sin  2 
2   v

h  
a    2 sin  2 
a
 2
 

0 
Ângulo do came, 

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c. Aceleração
trapezoidal

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Diagramas de deslocamento
Aceleração trapezoidal
Aceleração
Aceleração constante (para
As descontinuidades da trapezoidal
Subida
comparação)

amax
onda quadrada podem repouso repouso
ser removidas 0
anterior posterior

simplesmente /8
amin
eliminando os cantos da
função de onda
quadrada e criando a
função de aceleração 0 
trapezoidal mostrada na
figura ao lado.
0 

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Diagramas de deslocamento
Aceleração trapezoidal
A área perdida dos cantos removidos deve ser
substituída pelo aumento da magnitude do pico acima da
onda quadrada original, a fim de manter as
especificações exigidas de sustentação e duração. Este
aumento na magnitude do pico é pequeno e a aceleração
máxima teórica pode ser significativamente menor do
que o valor de pico teórico da função de aceleração
senoidal (deslocamento cicloidal).
Uma desvantagem da função trapezoidal é a sua função
tranco muito descontínua. As funções tranco tendem a
excitar o comportamento vibratório no trem seguidor
devido ao seu alto conteúdo harmônico.
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Diagramas de deslocamento
Aceleração trapezoidal
A aceleração senoidal da cicloidal tem uma função de
tranco de cosseno relativamente mais suave com apenas
duas descontinuidades no intervalo e é preferível às
ondas de tranco do trapézio. Mas o pico teórico de
aceleração da cicloidal será maior, o que não é desejável.
Portanto, compensações devem ser feitas na seleção
das funções do came.

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d. Aceleração
trapezoidal
modificada

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Diagramas de deslocamento
Aceleração trapezoidal modificada
Uma melhoria pode ser feita na função de aceleração
trapezoidal substituindo pedaços de ondas senoidais
pelos lados inclinados dos trapézios como mostrado nas
figuras a seguir. Essa função é chamada de curva de
aceleração trapezoidal modificada.
Essa função é um casamento das curvas de aceleração
senoidal e aceleração constante. Conceitualmente, uma
onda senoidal de período completo é cortada em quartos
e colada na onda quadrada para fornecer uma transição
suave dos zeros nos pontos finais para os valores de
pico máximo e mínimo.

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Diagramas de deslocamento
Aceleração trapezoidal modificada
Em seguida é feita uma transição do máximo ao mínimo
no centro do intervalo. As porções do período total do
segmento ( ) usadas para as partes senoidais da função
podem ser variadas. O arranjo mais comum é cortar a
onda quadrada em  / 8, 3 / 8, 5 / 8 e 7 / 8 para inserir
os pedaços de onda senoidal.
A função trapezoidal modificada é uma das muitas
funções combinadas criadas para cames juntando várias
funções, tendo o cuidado de combinar os valores das
curvas s, v e a em todas as interfaces entre as funções
unidas.

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Diagramas de deslocamento
Aceleração trapezoidal modificada
Tem a vantagem de uma aceleração de pico teórica
relativamente baixa e transições suaves razoavelmente
rápidas no início e no final do intervalo. A função de came
trapezoidal modificada tem sido um programa popular e
frequentemente usado para cames de dupla repouso.

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Diagramas de deslocamento
Aceleração trapezoidal modificada
onda de seno onda de seno dividida
A B C D A B D
C



0   3  5
0 7 
2 8 8 2 8 8
onda quadrada de aceleração constante combinação
A E B C F A E B C F D
D

 

 3  5 0  3  5 7 
0 7 
8 8 2 8 8 8 2 8 8
8

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Diagramas de deslocamento
Aceleração trapezoidal modificada

B 
0
2

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e. Aceleração
senoidal
modificada

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Diagramas de deslocamento
Aceleração senoidal modificada
A curva de aceleração senoidal (deslocamento cicloidal)
tem a vantagem de suavidade (curva de tranco menos
irregular) em comparação com o trapézio modificado,
mas tem maior aceleração teórica de pico.
Combinando duas curvas harmônicas (senoidais) de
frequências diferentes, pode-se manter um pouco da
suavidade características da ciclóide e também reduz a
aceleração de pico em comparação com a ciclóide.
Como um bônus adicional, a velocidade de pico também
é menor do que no trapézio cicloidal ou modificado.

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Diagramas de deslocamento
Aceleração senoidal modificada
A figuras a seguir mostram como a curva de aceleração
senoidal modificada é composta de pedaços de duas
funções senoidais, uma de maior frequência do que a
outra. O primeiro e o último quarto da curva senoidal de
alta frequência (período curto  / 2) são usados para o
primeiro e o último oitavo da função combinada. A
metade central da onda senoidal de baixa frequência
(período longo 3 / 2) é usada para preencher os três
quartos centrais da curva combinada. Obviamente, as
magnitudes das duas curvas e suas derivadas devem ser
combinadas em suas interfaces para evitar
descontinuidades.
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Diagramas de deslocamento
Aceleração senoidal modificada
onda de seno 1 (período  /2) onda de seno 2 (período 3 /2)
A B C D
A B C D

 

 0 3
0
2 2
primeiro e quarto quartos da onda de seno 1 segundo e terceiro quartos da onda de seno 2
A D B C

 

0   7    7
8 2 8 8 2 8

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Diagramas de deslocamento
Aceleração senoidal modificada

A B C D

0   7 
8 2 8

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f. Família SCCA

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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
SCCA (Sine-Constant-Cosine-Acceleration) se refere a
uma família de funções aceleração que inclui aceleração
constante, curvas harmônicas simples, trapezoidais
modificadas, seno modificadas e cicloidais.
Essas curvas de aparência muito distintas podem ser
definidas pela mesma equação com apenas uma
mudança de parâmetros numéricos.
Da mesma forma, as equações para deslocamento.
velocidade e tranco para todas essas funções SCCA
diferem apenas por seus valores paramétricos.

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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
Para revelar essa semelhança, primeiro é necessário
normalizar as variáveis nas equações. A variável
independente, ângulo de came , já foi normalizada
dividindo-a pelo período do intervalo .
Simplifica-se ainda mais a notação definindo:
 s
x y
 h

As variáveis x (ângulo normalizado) e y (deslocamento do


seguidor normalizado) variam de 0 a 1.

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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
As formas gerais das funções s, v, a e j da família SCCA
são mostradas na figura a seguir. O intervalo  é dividido
em cinco zonas, numeradas de 1 a 5.
As zonas 0 e 6 representam as repousos em ambos os
lados da subida (ou descida).
As larguras das zonas 1 – 5 são definidos em termos de 
e um dos três parâmetros: b, c ou d.
Os valores desses três parâmetros definem a forma da
curva e definem sua identidade dentro da família de
funções.

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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
A velocidade normalizada, aceleração e tranco são
denotados, respectivamente, como:
dy d ^2 y d3 y
y  y   y   3
dx dx 2 dx

Na zona 0, todas as funções são zero. As expressões


para as funções dentro de cada zona da próxima figura
são mostradas a seguir.

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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
0 1 2 3 4 5 6
y y=1
0 x
y’
0 x
y”
0 x
y’”
0 x

b c d d c c
2 2 2 2 2 2
0
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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
b b d
Zona 1 0 x b0 Zona 2  x  1
2 2 2
b  
b
2
    x2  1 1 1 1 
y  Ca  x    sin  x   y  Ca   b    x  b 2   2 
     b   2  2 8  

b b      1 1 
y   Ca  x  cos  x   
y  Ca  x  b    
   b     2 
y   Ca
 
y   Ca sin  x y   0
b 
  
y   Ca cos  x 
b b 

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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
d d
Zona 3 1  x  1 d 0
2 2
 b c   1  d   d  1  d   
2 2 2
d  1 1  
y  Ca    x     b 2   2    cos   x   
  2    8   8    d  2   

 b c d   1  d   
y   Ca    sin   x   
  2   
d 2   
  1  d 
y   Ca cos   x  
 d  2 
   1  d 
y   Ca sin   x  
d  d  2 

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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
d b
Zona 4 1  x  1
2 2
 x2  b b  1 1 1
y  Ca      1   x   2 d 2  b 2   2    
 2  2  8  4
 b b
y   Ca   x   1  
  2
y   Ca
y   0

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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
b
Zona 5 1   x 1 b0 Zona 6 x 1
2
 b 2  d 2  b 2  1  b 2  d 2  b 2 y 1
  
y  Ca  x      sin   x  1   y   y   y   0
    
2
4 b  
b b  
y   Ca   cos   x  1  
  b 
 
y   Ca sin   x  1 
b 
  
y   Ca cos   x  1 
b b 

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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
O coeficiente Ca é um fator de aceleração de pico
adimensional. Isso pode ser avaliado pelo fato de que no
final da elevação na zona 5 quando x = 1 a expressão
para deslocamento deve ter y = 1 para corresponder à
repouso na zona 6. Portanto:
 b 2  d 2  b 2  1  b 2  d 2  b  2   
y x 1  Ca  x      sin   x  1  
    
2
4 b  
 b 2  d 2  b 2  1  b 2  d 2 
 Ca     1
   2
4 

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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
Resulta:
1 4 2
Ca  
b 2  d 2  b2  1  b 
2
d 2
4b  8  d 2  b 2   1  b   d 2   2
2

   
  2
4

4 2
Ca 
 2
 8  b 2  d 2   2   2  b   2

Pode-se definir fatores de pico adimensionais para


velocidade (Cv) e tranco (Cj) em termos de Ca. A
velocidade é máxima em x = 0,5. Assim, Cv será igual ao y’
para x = 0,5.

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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
Portanto:
 b c d   1  d     b c d    1 1  d   
Cv  y  x 0,5  Ca    sin   x     C a    sin     
  2  d
  2      2  d
  2 2   

 b c d    d    b c d    b c d
Cv  Ca    sin       Ca  
 2  sin    Ca    
  2   d  2      2   2  

bd c
Cv  Ca   
  2

O tranco é máximo para x = 0.


    
C j  y  x 0  Ca cos  x   Ca C j  Ca
b b  b b

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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
A tabela abaixo mostra os valores de b, c, d e os fatores
resultantes Cv, Ca e Cj para os cinco membros padrão da
família SCCA.

Outubro/2022 Cames 52
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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
Existe uma infinidade de funções relacionadas com
valores desses parâmetros entre os mostrados.
A figura a seguir mostra esses cinco membros da família
de aceleração sobrepostos com seus parâmetros de
projeto anotados.
Observe que todas as funções mostradas na figura foram
geradas com o mesmo conjunto de equações com
apenas mudanças nos valores dos parâmetros b, c e d.

Outubro/2022 Cames 53
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Diagramas de deslocamento
Família SCCA de funções de dupla repouso
Aceleração
Cicloidal (b = 0,5, c = 0, d = 0,5) Trapezoidal modificado
(b = 0,25, c = 0.5, d = 0,25)
Ca = 5,53
Ca = 4,89 Seno modificado
Ca = 4,00 (b = 0,25, c = 0, d = 0,75)

Harmônico simples
(b = 0,5, c = 0, d = 0,5)

Ca = 4,93
Aceleração constante
(b = 0, c = 1, d = 0)

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g. Polinomial

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Diagramas de deslocamento
Polinomial
Um polinômio de ordem n possui n + 1 coeficientes c. O
método polinomial consiste usar um polinômio de grau n
para o deslocamento s( ). Pode-se demonstrar que
existem 6 condições para garantir continuidade até a
aceleração e 8 condições para garantir continuidade até o
tranco.
Para garantir a continuidade polinômios de determinado
grau devem ser usados tanto para a subida na descida.

Outubro/2022 Cames 56
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Diagramas de deslocamento
Polinomial
Um polinômio de ordem 7 resulta em:
2 3 4 5 6 7
             
s    c0  c1    c2    c3    c4    c5    c6    c7  
            
1     
2
 
3
 
4
 
5
  
6

v     c1  2c2    3c3    4c4    5c5    6c6    7c7   


             

1    
2 3 4 5
       
a    2  2c2  6c3    12c4    20c5    30c6    42c7   
             

1   
2
 
3
 
4
  
5

j    3 6c3  24c4    60c5    120c6    210c7   


           

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Diagramas de deslocamento
Polinomial
Na subida, assumindo que:
s 0  0 1 0 0 0  c0  0 c0  0 
        
 v    0 1 0 0   c1  0   c1  0 
0 0      
 a    0 0 0 2 0   2 c2  0  c2  0 
  3    c  0 
j    0 0 0 0 6   c3  0   3

s   h 1   c4  h 
c0  c1  c2  c3  0 1 1 1
 v   0    c   
1  4 5 6 7   5   0 

a   0 12 20 30 42    2 c6  0 
  3   
j    0  24 60 120 210    c7   0 

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Diagramas de deslocamento
Polinomial
Invertendo-se a matriz para c4, c5, c6 e c7:
 c4   35 15 2,5 0,1667  h  c4   35h 
        
  c5   84 39 7 0,5  0  c5   84h  
 2       2
  c6 70 34 6,5 0,5 0  c
 6  70 h /  
 
  3 c   20 10 2 0,1667  0 
 7
c  20h  3
 7

Analogamente para a descida:


s  0  h s   0

0 v    0 
1 v   0
 a    0 
a   0
j    0 j    0

Outubro/2022 Cames 59
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Diagramas de deslocamento
Polinomial
Portanto, para a descida:
1 0 0 0  c0  h  c0  h 
        
0 1 0 0    c1  0   c1  0 
0   2     
0 2 0   c2  0  c2  0 
  3    c  0 
0 0 0 6    c3  0   3

1 0 0 0 0   c0   h   c0   1 0 0 0 0  h 
  c        
1 1 1 1 1 c 35 35 15 2,5  0,1667 0
   4  0  

4  
   
 
0 4 5 6 7    c5    0  
 5 c  84 84 39  7 0,5  0 
  2      2 c   70 70 34 6,5  
0,5  0 
0 12 20 30 42    c6   0   6 
0 24 60 120 210    3 c   0    3 c7   20 20 10 2 0,1667  0 
  7  

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Diagramas de deslocamento
Polinomial
Resultando:
c0  h  c0   h 
       
 c1  0  c
 4  35h 
     
c2  0  c5    84h /  
c  0  c  70h 2 
 3  6  
c7   20h 
3

Portanto, a duas equações resultam c0 = h garantindo a


consistência das soluções.
O uso de polinômios é interessante por ter o tranco
finito mas todo o perfil é amarrado sem possibilidade
de alteração.
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Came de disco com


seguidor radial de
face plana

Outubro/2022 Cames 62
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Came de disco com seguidor radial de face plana


Y
A figura ao lado mostra um l

came com um seguidor


radial de face plana. O 

came gira com uma y


R

velocidade angular 

constante. O ponto de x
X

contato entre o came e o C

seguidor está na distância l


da linha central radial do
seguidor.
O deslocamento do R  C  f  
seguidor a partir da origem
é:
Outubro/2022 Cames 63
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Came de disco com seguidor radial de face plana


Y
onde o raio mínimo do l

came é representado por C


e f() representa o

movimento desejado do y
R

seguidor como uma função 

X
do deslocamento angular x

do came. C

A equação para o
comprimento do contato l
pode ser facilmente R  y sin    x cos  
determinada a partir da l  y cos    x sin  
geometria da figura:

Outubro/2022 Cames 64
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Came de disco com seguidor radial de face plana


Y
onde o raio mínimo do l

came é representado por C


e f() representa o

movimento desejado do y
R

seguidor como uma função 

X
do deslocamento angular x

do came. C

A equação para o
comprimento do contato l R  y sin    x cos  
pode ser facilmente l  y cos    x sin  
determinada a partir da df  
dR d
geometria da figura: l 
d d
 C  f    
d

Outubro/2022 Cames 65
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Came de disco com seguidor radial de face plana


O diagrama de deslocamento é dado por uma equação
matemática S = f(), então R e l são facilmente
determinados a partir das equações anteriores.
Pode-se observar que o comprimento mínimo da face do
seguidor é independente do raio mínimo do came.
Além disso, o ponto de contato está na maior distância da
linha reta do seguidor quando a velocidade do seguidor é
máxima.

Outubro/2022 Cames 66
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Came de disco com seguidor radial de face plana


Quando o seguidor se afasta do centro da came com
velocidade positiva, l é positivo e o contato ocorre acima
do eixo do seguidor na figura.
Quando o seguidor se move em direção ao centro do
came, a velocidade é negativa e o valor negativo de l
indica que o contato está abaixo do eixo do seguidor.
Para determinar as equações para x e y para o contorno
do came, é necessário resolver as equações anteriores
simultaneamente, resultando:
x  R cos    l sin    C  f    cos    f    sin  
y  R sin    l cos    C  f    sin    f    cos  

Outubro/2022 Cames 67
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Came de disco com seguidor radial de face plana


O raio mínimo C para evitar
uma cúspide ou ponto na Y

superfície do came pode ser


(x,y)
facilmente determinado
analiticamente. Face do seguidor
rotacionada

Uma cúspide ocorre quando d

dx / d e dy / d = 0.  Face do seguidor

Quando isso acontece, uma X

cúspide é formada no came


como mostrado no ponto (x,y)
na figura ao lado.

Outubro/2022 Cames 68
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Came de disco com seguidor radial de face plana


Para demonstrar isso, considere que a linha central do
seguidor é girada pelo ângulo  e que o contato entre a
face do seguidor e o came ocorre no ponto (x,y).
Quando o seguidor é ainda girado através de um pequeno
ângulo d, o ponto de contato (x, y) não muda por causa
da cúspide e permanece em (x, y). Assim, pode-se ver
que dx / d = dy / d = 0.
Diferenciando as equações para x() e y():
dx
 f    cos    C  f    sin    f    sin    f    cos     C  f    f     sin  
d
dy
 f    sin    C  f    cos    f    cos    f    sin    C  f    f     cos  
d

Outubro/2022 Cames 69
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Came de disco com seguidor radial de face plana


As equações anteriores são identicamente nulas quando:
C  f    f     0

Portanto para evitar cúspides:


C  f    f     0

A soma f() + f"() deve ser inspecionada para todos os


valores de  para determinar seu valor algébrico mínimo.
É necessário verificar se o valor mínimo de C será
suficientemente grande para garantir que o requisito de
cúspide não ocorra qualquer valor de .

Outubro/2022 Cames 70
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Came de disco com seguidor radial de face plana


A soma pode ser positiva ou negativa. Se positivo, C será
negativo e não terá significado prático. Neste caso, o raio
mínimo será determinado pelo cubo do came e não pela
função f().
Os pontos no perfil do came podem ser determinados a
partir das apresentadas, que fornecem as coordenadas
cartesianas, ou calculando R e l para vários valores de .
Na prática, após o raio mínimo C ter sido determinado e
os deslocamentos R do seguidor calculados, o came deve
ser gerado usando CAD.

Outubro/2022 Cames 71
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Came de disco com seguidor radial de face plana


Para o processo de geração, o comprimento da fresa
deve ser duas vezes maior que o valor máximo de l.
Durante o corte, o eixo da fresa é paralelo ao plano do
came.

Outubro/2022 Cames 72
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Came de disco com seguidor radial de face plana


Exemplo 1
Para ilustrar o método de escrever as equações de deslocamento,
considere as seguintes condições: um seguidor de face plana é
acionado por um deslocamento total de 11/2 in. No início do ciclo
(deslocamento zero), o seguidor permanece por  / 2 rad. Em
seguida, ele se move 11/2 in. com movimento cicloidal em  / 2 rad.
O seguidor permanece por  / 2 rad e retorna 11/2 in com movimento
cicloidal em  / 2 rad. Um esboço do diagrama de deslocamento é
mostrado na figura abaixo.
S
1 1” B C
2

SAB SCD
A D

0 ’ " 2

3
2
2

73
Outubro/2022 Cames
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Came de disco com seguidor radial de face plana


Solução
A equação da ciclóide é:
 1  2  
S  L  sin  
  2   
Deve ser mencionado que ao escrever a relação S = f(), o valor de S
deve sempre ser medido a partir da abcissa e o valor de  a partir
da ordenada. Na equação anterior, no entanto,  é medido a partir
do ponto A na figura do problema e não do ponto O. Portanto, deve-
se reescrever a equação usando  ‘ conforme mostrado na figura do
problema:

 1  2   
S AB  L  sin  
  2   

74
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Came de disco com seguidor radial de face plana


É possível transferir a origem do ponto A para o ponto 0
estabelecendo a relação:

  
2
Portanto:
      
   2      
 2 1   2  
S AB L  sin
  2   
  
  

75
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Came de disco com seguidor radial de face plana


Substituindo L = 11/2 in e  =  / 2 rad:

3  3
S AB      sin  4  2 
 2  4

Para a curva cicloidal:

   1     
SCD  L 1   sin  2  
  2   
onde:
3 1 
     L  1 in 
2 2 2

76
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Came de disco com seguidor radial de face plana


Portanto, substituindo os valores de ”,  e L:
3 3
SCD  6   sin  4  6 
 4
Deve-se observar que, com as combinações de pausa e movimento
cicloidal usadas, as velocidades e acelerações são combinadas e o
jerk (tranco) é finito ao longo do ciclo.

77
Outubro/2022 Cames
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Came de disco com seguidor radial de face plana


Exemplo 2
Como um exemplo de como o raio mínimo C e o comprimento da
face do seguidor são determinados, considere um seguidor radial
de face plana que se move para frente e de volta 50,8 mm com um
movimento harmônico simples por meia revolução do came. Dois
ciclos de movimento do seguidor ocorrem para uma revolução do
came.
Solução
Apenas uma equação de deslocamento é necessária para
especificar o movimento do seguidor:

L    L  50,8 mm S  f    25,4 1  cos  2  


S  1  cos     onde: 
2     df  
2  f     50,8sin  2 
d
78
Outubro/2022 Cames
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Came de disco com seguidor radial de face plana


Além disso:
d 2 f  
 f     101,6cos  2 
d 2

Para encontrar o raio mínimo, a soma C + f() + f"() deve ser maior
que zero. Substituindo f() e f"() e simplificando:
C  25,4  76,2cos  2   0

A soma de 25,4 + 76,2 cos (2) será um mínimo em  =  / 2, o que


dá:

C  25,4  76, 2  0 C  50,8

79
Outubro/2022 Cames
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Came de disco com seguidor radial de face plana


O comprimento da face do seguidor é determinado a partir de:
l  f     50,8sin  2 
lmin  50,8 mm
Como o movimento é simétrico, o comprimento teórico da face do
seguidor é de 50,8 mm em cada lado ou na linha central. Uma
quantidade adicional deve ser adicionada a cada lado do seguidor
para evitar que o contato ocorra no final da face.

80
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Came de disco com


seguidor de rolete
radial

Outubro/2022 Cames 81
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Came de disco com seguidor de rolete radial


Superfície
Na figura ao lado, o do passo
deslocamento do centro do
seguidor a partir do centro do
came é dado pela seguinte R

equação: 

R    R0  f   R0

onde R0 é o raio mínimo da


superfície de passo do came e
f() é o movimento radial do
seguidor em função do ângulo
do came.

Outubro/2022 Cames 82
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Came de disco com seguidor de rolete radial


Rr
Uma vez que o valor de R0 é
conhecido, é fácil determinar pc p
as coordenadas polares do
centro do seguidor de rolo a
Superfície Superfície
partir do qual o came pode ser do came do passo

gerado.
Um método para verificação para formação de cúspide
que considera o raio de curvatura p da superfície do
passo e o raio do rolo Rr. Esses valores são mostrados
na figura ao lado junto com o raio de curvatura pc da
superfície do came.

Outubro/2022 Cames 83
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Came de disco com seguidor de rolete radial


Uma vez que o valor de R0 é conhecido, é fácil
determinar as coordenadas polares do centro do
seguidor de rolete a partir do qual o came pode ser
gerado.
Se p for mantido constante e Rr for aumentado, pc
diminuirá. Se isso continuar até que Rr seja igual a p,
então pc será zero e o uma cúspide será formada no
came conforme mostrado na figura a seguir.
À medida que Rr aumenta ainda mais, o came torna-se
rebaixado, e o movimento do seguidor não será definido
conforme descrito.

Outubro/2022 Cames 84
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Came de disco com seguidor de rolete radial


Falta de material e cúspide
por corte adicional
cúspide
seguidor seguidor

curva do curva do
passo passo

Superfície
do came

Outubro/2022 Cames 85
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Came de disco com seguidor de rolete radial


Se Rr aumentar ainda mais, a superfície do came será
cortada gerando uma cúspide e um corte adicional de
material indicado em vermelho na figura anterior
Portanto, para evitar que um ponto ou rebaixo ocorra no
perfil da came, Rr deve ser menor que pmin, onde pmin é o
valor mínimo de p sobre o segmento específico do perfil
considerado.
Se houver vários tipos de movimento pelos quais o
seguidor passa, cada caso deve ser verificado
separadamente. Como é impossível rebaixar uma parte
côncava de um came, apenas as partes convexas
precisam ser investigadas.

Outubro/2022 Cames 86
Prof. Sérgio Frascino Müller de Almeida

Came de disco com seguidor de rolete radial


O raio de curvatura em um ponto em uma curva
expressa em coordenadas polares pode ser dado por:
3
 2  dR 2  2
R    
  d   
p 2
 dR   d 2R 
R  2
2
  R 2 
 d   d 

onde R = f ( f ) e as duas primeiras derivadas são


contínuas. Esta equação pode ser usada para encontrar
o raio de curvatura da superfície de inclinação do came.
Para este caso, f ( ) = f (f ).

Outubro/2022 Cames 87
Prof. Sérgio Frascino Müller de Almeida

Came de disco com seguidor de rolete radial


Portanto,

Outubro/2022 Cames 88

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