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Mecânica da Fratura

Introdução:

Um problema que tem preocupado


bastante aos engenheiros de nossa
época, são as falhas repentinas e
inesperadas de componentes
mecânicos.
Evento indesejável:

•Risco a vidas humanas


•Perdas econômicas e financeiras
•Interferências em meios produtivos e de
transporte
Projeto mecânico

Procura minimizar a ocorrência


de falhas

Apesar dos esforços dos setores


de Engenharia o evento é difícil
de ser evitado

As falhas podem ocorrer em


condições normais de operação
Anderson, recentemente descreveu os
clássicos acidentes ocorridos nos últimos
200 anos:

- As fraturas frágeis ocorridas nos navios


Liberty em 1940:

De 2700 navios

400 apresentaram falhas estruturais.


90 destas foram falhas estruturais graves
Mais de 10 navios se partiram ao meio
Fratura frágil.

 Aviões Comet : G-ALYP/6003


 January 10th 1954

1290 flights
Crashed from 25,000ft Total flying time: 3681 hours

Further crashes occurred


The Investigation
Reconstruction of aircraft and cyclic pressure testing

Causas da Falha
Canto da janela Fatigue Cracks

Hatch
Rivet Hole
Fatigue crack propagation from rivet holes
ALOHA AIRLINES, Vôo 243
BOEING 737-200, N7371I,
NEAR MAUI, HAWAII
28 de ABRIL 1988

19 anos de vida

Os requisitos de
inspeção de
segurança haviam
sido checados

Avião muito
antigo

“..a 24,000ft, os pilotos escutaram um estrondo seguido de barulho de vento atrás


deles. O comandante avistou o céu azul sobre o teto da primeira classe..”
 Tanque de Melado, Boston, 1910

 Titanic, 1912

 Navios Classe Liberty (1940’s)


 Fratura em um tanque de estocagem de
gás natural em cleveland ,1944:
128 mortes, destruição de 79 casas, 2 fábricas e
217 carros.

 Aviões Comet (1950’s)

 Aviões F111(1969)

 Petroleiro Kurdistan (1979)

 Challenger (1986)

 Gasoduto do Alaska

 Boeing 737, Hawaii


Com relação a esses tipos de acidentes é
imprescindível compreender as causas das
falhas:

Por que o componente falhou?


Que tipo de falha aconteceu?

Falha nos componentes mecânicos:

- Projeto inapropriado
- Processos de fabricação inadequados
- Manutenção imprópria e/ou insuficiente
- Tensões em serviço acima das esperadas
- Fragilização durante a operação
- Fadiga
Mecânica da Fratura
Introdução:

Um problema que tem preocupado


bastante aos engenheiros de nossa
época, são as falhas repentinas e
inesperadas de componentes
mecânicos.
Evento indesejável:

•Risco a vidas humanas


•Perdas econômicas e financeiras
•Interferências em meios produtivos e de
transporte
Projeto Mecânico

Baseado na teoria da elasticidade

Propriedades básicas:

Tensão de Escoamento
Tensão Máxima de Resist. a Tração
Módulo de Elasticidade
Projeto Mecânico

Baseado na teoria da elasticidade

Hipóteses:

 Corpo que está sendo analisado é


contínuo: não possui vazios ou cavidades
de qualquer espécie.
 Homogêneo: possui propriedades iguais
em todos os pontos.
 Isotrópico: as propriedades não variam
com a direção ou orientação
TEORIA DA ELASTICIDADE

Esta teoria não é totalmente


adequada ao dimensionamento de
componentes, cuja estrutura do
material apresente trincas ou
defeitos. Os defeitos são
praticamente inerentes a todos os
materiais.
MECÂNICA DA FRATURA:

• Admite que sempre haverá defeitos


em um componente estrutural

• Determina o maior tamanho de


trinca que pode ser tolerado, a uma
certa tensão, sem ocorrer a falha
do componente
Efeito de Concentradores de tensões

Descontinuidades geométricas como furos entalhes


e trincas provocam um aumento localizado da
tensão, fazendo com que as tensões sejam maiores
que a tensão nominal ou a tensão média

 

max

 
A maior tensão localizada é de
várias ordens de grandeza maior que a
tensão nominal.
A relação entre a tensão localizada
e a tensão nominal é chamada de fator de
concentração de tensão, kt.

max = kt.nom

Como regra geral, entalhes arredondados


produzem tensões locais menores que entalhes
agudos, e estes, quanto mais agudos, provocam
tensões localizadas mais altas.
Para uma trinca elíptica, o fator
concentração de tensão é:
Kt = 1 +2 b/a

Exemplo: Se b/a =3  Kt = 7

2a

2b
Quando um entalhe se aproxima da
geometria de uma trinca aguda, não é
mais possível medir o fator de
concentração de tensão kt.

2,7

2,6

2,5

2,4
Kt

2,3

2,2

2,1

2,0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
r/w - Fator de severidade
Para calcular o efeito de trincas,
devemos utilizar os métodos da mecânica
da fratura.

 yy O primeiro parâmetro
de fratura baseado no
campo de tensões da região
da ponta da trinca foi o fator
de intensidade de tensões,
KI
 = se r  0
2p r

K, definido por Irwin (1957).

KI   p .a .F
a r
Modos de deslocamento da superfície da
trinca

KI KII KIII
Como o Kic pode ser utilizado em projeto mecânico?

 100 MPa
KI   p .a .F
h

K I  100 p .0,010.1,12
a = 10 mm

w
KI = 19,85 MPa.m1/2
  100 MPa
F=1,12
Como o Kic pode ser utilizado em projeto mecânico?

Considerando o material

Al 21014- T651 KIC = 24,2 Mpa.m1/2

Para a = 10 mm KI = 17,7 MPa.m1/2

Não haveria fratura

Para a= 30 mm KI = 39,7 MPa.m1/2

Haveria fratura do material


O K caracteriza a magnitude do campo
de tensões em condições elásticas
lineares.

O K perde a capacidade de caracterizar o campo


de tensões após uma certa quantidade de
deformação plástica.

É necessário que se garanta condições de


Deformação Plana!
No caso de entalhes agudos as tensões
podem assumir configurações mais
complexas:

y

PONTA DO Tensão plana


ENTALHE

y  0
x  0
z = 0
y x

z 
Espessura x
fina z
y
y
Estado triaxial
de deformações

z = 0 y  0
z
x x  0
y #0
z  0

z

y

PONTA DO Tensão plana


ENTALHE

y  0
x  0
z = 0
y x

z 
Espessura x
fina z

y y
Estado triaxial
de deformações
z  0
PONTA DO
ENTALHE y  0
x  0
y
z  0

z 
Caso de placas grossas

Espessura x
grossa z

y

y
 
y
y
y # 0

PONTA DO
ENTALHE
x
z 0

x z  0 z
x # 0
z  z # 0 

y  0 Estado triaxial
x  0 de tensões
z  0

y  0
x  0 Deformação plana
z = 0
Mecânica da Fratura

2
 k 
b , a , ( w  a ), h  2 ,5  
e 
Deformação Plana
2
1  k 
Zona plástica 2 r0    
3p e 

2
4 k 
a , ( w  a ), h   
p e 
Tensão Plana MFLE é aplicável

2
1 k 
Zona plástica 2 r0   
p e 
(w – a)

(w – a)
Efeito de trincas na estrutura

RESISTÊNCIA RESIDUAL
RESISTÊNCIA PROJETADA
TAMANHO DATRINCA

MAIOR CARGA ESPERADA


EM SERVIÇO

CARGA NORMAL
EM SERVIÇO

NÃO FALHA PODE


FALHA
FALHAR

CICLOS
TEMPO TAMANHO DA TRINCA
TEMPO
• Qual é a resistência residual como função do
tamanho da trinca? (para saber a carga de
serviço possível)

• Qual é o tamanho da trinca que pode ser


tolerado na carga em serviço esperada e,
também, o tamanho crítico da trinca?

• Qual é o tempo que leva a trinca para crescer


desde um certo tamanho inicial até o tamanho
crítico? (inspeção “safe life”)

• Que tamanho de falha, ou trinca pré-existente


pode ser permitida no momento que a
estrutura inicia a vida em serviço (defeitos
iniciais na peça).

• Com que freqüência deve ser inspecionada a


estrutura em relação a aparição de trincas?
(w – a)

(w – a)
(w – a) w
Início

k
t , a , ( b  a ), h  2 ,5 ( )2 ?
e
sim não

Deformação Plana Tensão Plana


1 k
1 k 2 2ro  ( ) 2
2ro  ( ) p e
3p  e
MFLE é aplicável
4 k 2
a, (b  a), h  ( ) ?
sim p e
não

MFLE é aplicável
Use a Integral –
J ou CTOD

KQ = KIC
K IC  J IC .E
KQ =Kc≥ KIC
(Mínima (Cresc. Estável a)
tenacidade)

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