ESCOLA SECUNDÁRIA DE FRANCISCO FRANCO 2006/07

12º ano PORTUGUÊS Data: / /

Turma: Lição nº

Nome: Nº:

Figuras de estilo
A nível fónico
Repetição intencional de Olha a bolha d’água / no galho! / Olha o orva-
sons consonânticos dentro lho! (Cecília Meireles)
Aliteração
da mesma palavra ou em
várias palavras seguidas.
Repetição intencional dos
Tem um nome estranho a Isa. / Não é Isabel nem
mesmos sons vocálicos Isaura, / também não é Isadora / e não chega a
Assonância
ser Elisa / nem um resto de Luísa. / A Isa é Isa, é
isso. (João Pedro Mésseder)
Aliteração que imita sons Desfeito em furacões o vento irado / Pelos ares
reais, ou movimentos reais, zunindo a solta areia; (Bocage)
Onomatopeia
por meio do ritmo das pala-
vras ou dos sons.
Jogo de palavras fonetica- O prometido é devido, não de vidro.
Paranomásia
mente parecidas

A nível morfossintáctico
Repetição de palavras para Muita aflição, muita dor, muitas lágrimas, muitas
intensificar ou reforçar uma preces; muitos votos e ladainhas, muitas bofeta-
Repetição ideia, ou exprimir a duração das em si mesmo, muitas demonstrações de con-
de alguma coisa. trição e muitos clamores a Nossa Senhora...
(António Sérgio)
Repetição, no início de frases Porque os outros se mascaram mas tu não / Por-
ou de versos sucessivos, de que os outros usam a virtude / Para comprar o
Anáfora
uma palavra ou grupo de que não tem perdão / Porque os outros têm medo
palavras. mas tu não (Sophia de Mello Breyner Andresen)
Repetição de palavra(s) no Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso
Epífora fim de dois ou mais versos ou querer ser nada (Álvaro de Campos)
segmentos de prosa.
Repetição da mesma estru- Para que ela tivesse um pescoço tão fino / Para
tura frásica. que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Paralelismo / Para que os seus olhos fossem tão frontais e
limpos /Para que a sua espinha fosse tão direita
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Apresentação sucessiva de No ar, na cal, no vidro, tocava a sua felicidade...
vários elementos da mesma Um grito que atravessava as paredes, as portas,
Enumeração
classe gramatical a sala, os ramos do cedro. (Sophia de Mello
Breyner Andresen)
Enumeração que sugere uma os dois olhos do velho (...) caíram sobre ele, fica-
Gradação intensidade crescente ou ram sobre ele, varando-o até às profundidades
decrescente da ideia da alma… (Ricardo Reis)
Omissão de palavra ou — Sabei que não fui um homem qualquer!
palavras que se subentendem — Calculo!
Elipse
facilmente — E amo-vos! Tenho a ousadia de o confessar!
— Também eu! (Gentil Marques)

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 Inversão da ordem natural de
Anástrofe
elementos contíguos na frase
Separação de palavras liga-
das sintacticamente pela
Hipérbato
interposição de outro mem-
bro da frase
Alteração brusca da sequên-
cia lógica da frase, sendo
Anacoluto
quebrada a construção gra-
matical
Omissão das conjunções
Assíndeto entre palavras ou frases
sucessivas
É o contrário do assíndeto,
Polissíndeto ou seja, é a repetição inten-
cional de conjunções.
Consiste na existência de
quatro elementos dispostos
Quiasmo
dois a dois, segundo uma
estrutura cruzada.
Sinonímia Acumulação de sinónimos
Do seu sorriso a luz esplende
Casos que Adamastor contou futuros (Camões)
Vereis este, que agora pressuroso, / Por tantos
medos o Indo vai buscando, / Tremer dele Nep-
tuno, de medroso. (Camões)
salta para a rua,/ corre açudada, / galga o pas-
seio, / desce a calçada / à hora marcada, / puxa
que puxa, / larga que larga, (António Gedeão)
Elas enchem lancheiras e tarros e pastas de
escola com latas e buchas e fruta...” (Maria
Velho da Costa)
O minha menina loura, / Ó minha loura menina, /
Dize a quem te vê agora / Que já foste peque-
nina...” (Fernando Pessoa)
Ei-los alegres, satisfeitos, felizes, radiantes.

A nível semântico
Estabelecimento duma relação [Os seus olhos] eram azuis como o céu e o
de semelhança por meio da mar em dias luminosos, azuis como os miosó-
conjunção como ou expressão tis junto dos ribeiros, azuis como a nossa feli-
equivalente (à semelhança de, cidade, os nossos risos, o nosso amor.
Comparação
tal, mais do que...) ou de ver- (Ilse Losa)
bos que sirvam para comparar
(parecer, assemelhar-se, lem-
brar…)
Substituição de um termo por As tuas mãos são passarinhos brancos. (Ilse-
outro, com o qual apresenta Losa)
semelhanças. É uma espécie de
Metáfora — Uma borboleta branca — retorquiu Sexta-
comparação abreviada, porque
não está presente a palavra ou Feira — é um malmequer que voa. (Michel
expressão comparativa. Tournier)
Sugestão dum estado de alma No pó de ouro da tarde, a cidade serenava.
Imagem por meio duma representação
concreta.
Sucessão de comparações, (O Sermão de Santo António aos Peixes, do
Alegoria imagens e metáforas P.e António Vieira é, quase todo ele, uma
alegoria.)
Mistura de sensações que per- E fere a vista com brancuras quentes, / A
Sinestesia tencem a sentidos diferentes. larga rua macadamizada. (Cesário Verde)
Aproximação de ideias ou ter- Não há descanso sem trabalho.
Antítese mos contrários para mais os
realçar.

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 Expressão de contradição, O mito é o nada que é tudo. (Fernando Pes-
Paradoxo /
através da simultaneidade de soa)
Oxímoro
elementos contrários.
Designação de algo ou alguém E os que lêem o que escreve (F. Pessoa)
de um modo mais descritivo, (= e os leitores)
Perífrase ou seja, dizendo por muitas
palavras o que poderia ser dito
por poucas.
Perífrase em que se substitui O autor das «Viagens»
Antonomásia um nome próprio por algo que
identifica a pessoa ou coisa.
Expressão de uma ideia ou FRADE: Pera onde levais gente?
realidade desagradável de uma DIABO: Pera aquele fogo ardente que nom
Eufemismo
forma atenuada temestes vivendo. (Gil Vicente)
(= para o inferno)
Agravamento de uma expres- Lá bateu a bota.
Disfemismo
são dura, triste ou torpe
Reforço de uma ideia pela (...) gritar e ninguém responder é a tristeza
Pleonasmo repetição de palavras com sig- mais triste que eu conheci. (Alves Redol)
nificado idêntico.
Atribuição de propriedades O vento soluça e geme… (António Nobre)
Personificação humanas a animais, coisas ou
ideias.
Interpelação directa de pes- Tu, só tu, puro Amor, com força crua
Apóstrofe soas, coisas ou ideias presentes (Camões)
ou ausentes.
Emprego de termos exagera- um calor de morrer;
dos, a fim de pôr em destaque surdo como uma porta;
Hipérbole
determinada realidade. suar em bica;
ficar sem pinga de sangue.
Expressão duma ideia dizendo E irritando-se mais:
Ironia precisamente o contrário. — Deixe, que a sua mãe também é um bom
anjinho, não haja dúvida! (Ferreira de Castro)
Substituição de um termo ou A comida não estava má.
Lítotes expressão pela negação do
antónimo.
Substituição de um termo por Todos os dias leio Vieira. (a causa pelo efeito)
outro com que está em íntima Uns trabalham, outros colhem os louros. (o
ligação concreto pelo abstracto)
Metonímia Enquanto falamos, bebemos um copo. (o con-
tinente pelo conteúdo)
O lenho dos Gregos trouxe a ruína a Tróia. (a
matéria pelo objecto)
Referência do todo em vez da Que, da ocidental praia lusitana, (Camões)
parte, do singular pelo plural,
Sinédoque
do género pela espécie e inver-
samente

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 Transferência da qualidade do Beatriz abria os olhos molhados de culposas
Hipálage
sujeito para o objecto lágrimas. (Camilo Castelo Branco)
Combinação de duas palavras perde a pena do voar/ganha a pena do tor-
Jogos de num enunciado, explorando mento
palavras casos de homonímia, homo-
(trocadilho) grafia, paronímia, entre
outros.
Referência a alguma coisa, a Mas não falemos do que a nossa língua lhe
Preterição pretexto de não se querer falar deve pelos vigorosos discursos e demais
dela escritos.
Não é uma verdadeira pergunta Vais morrer com a saia rota, sem flores nos
para a qual se espere resposta. cabelos…
Interrogação
O seu objectivo é dar vivaci- — Mas isso que importa se depois de morta
retórica
dade ao discurso, criar expec- até as mãos da terra hão-de florescê-los?”
tativa. (José Gomes Ferreira)
Expressão espontânea e viva Ó doce nome da liberdade!
Exclamação
dum sentimento

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