Você está na página 1de 5

TORÁ: A INSTRUÇÃO QUE DURA PARA

SEMPRE

XIII – TESTEMUNHOS DE ESPECIALISTAS

Apesar de o Cristianismo insistir no engodo de que “a Lei foi anulada”,


estudiosos sinceros manifestam-se em sentido oposto.

Colacionam-se alguns escólios de especialistas que se debruçaram sobre


o tema, despidos dos dogmas impostos pela Igreja Cristã (Católica e
Protestante/Evangélica).

David Flusser, judeu ortodoxo e catedrático da Universidade Hebraica de


Jerusalém, escreveu:

“Jesus aderiu ao judaísmo padrão de seu tempo, e deste ponto de


vista, é natural que os seus discípulos, e após eles a comunidade judaica
cristã, devam ter vivido de acordo com a Lei [Torá].” (Jesus in the
Context of History, página 8).

Somente há uma imprecisão na colocação do eminente historiador: a


comunidade judaica dos seguidores de Yeshua não era um grupo cristão,
e sim nazareno. Tirante este detalhe, é certo que os netsarim viviam em
conformidade com a Torá.

Em outro trabalho, dissertou David Flusser:

“Como judeu, ele [Yeshua] aceitou totalmente a Lei. A comunidade que


ele fundou, comparável em alguns aspectos aos essênios, é vista como
um movimento de reforma e complementação dentro do judaísmo, e não
como uma secessão dele.” (JESUS, Herder and Herder, York, 1969, p.
216).
Giza o rabino Shmuel Saffrai:

“Yeshua cumpriu a Lei e tradições judaicas do Período do Segundo


Templo” (The Torah Observance of Yeshua, Lecture Jerusalem, 1996).

O Ph.D. David Friedman, após profunda pesquisa sobre o tema, escreveu


um livro afirmando que Yeshua e seus discípulos amavam a Torá. Em
certos trechos, registrou:

“Nós temos visto a evidência dos quatro Evangelhos de que Yeshua foi um
homem judeu que viveu sua vida terrena em absoluta lealdade às
sagradas alianças que Deus fez com seu povo, Israel. Yeshua foi um
homem judeu observante da Torá. Ao tomar a Escritura em um sentido
literal-histórico, esta é a única conclusão a que podemos chegar.” (They
Loved the Torah: What Yeshua’s First Followers Really Thought about the
Law, página 43).

“Essas duas seções da Escritura (Mateus 5 e 24) nos dão uma imagem
consistente do ensino de Yeshua sobre a Torá. Sua mensagem é que a
Torá é válida e deve ser respeitada e observada. Na verdade, tal
conclusão é alcançada por um número crescente de estudiosos judeus e
cristãos.” (Ob.Cit., página 32).

O rabino Stephen Wise, que foi um dos fundadores e líderes do Judaísmo


Reformista, escreveu que Yeshua foi “o Judeu dos Judeus”, destacando o
seu zelo pela Torá (apud “Jesus through Jewish eyes: A Rabbi examines
the Life and Teachings of Jesus”, Rabbi John Fischer, Ph.D., Th.D.).

É um erro achar que Yeshua criou uma nova religião com base em ensinos
totalmente divorciados da cultura judaica. Yeshua foi um produto do
Judaísmo de seu tempo, e nunca agasalhou os conceitos helenísticos
antijudaicos. Mister invocar a lição de Joseph Klausner:

“Jesus de Nazaré foi um produto apenas da Palestina, um produto do


judaísmo não afetado por qualquer mistura estrangeira. Havia muitos
gentios na Galileia, mas Jesus de nenhuma forma foi influenciado por eles.
Nos seus dias, a Galileia era a fortaleza do maior entusiasmo do
patriotismo judaico. Sem qualquer exceção, Ele é totalmente explicável
pelo judaísmo bíblico e farisaico do seu tempo.
Jesus era um judeu, e como judeu Ele permaneceu até seu último
suspiro. Sua ideia era implantar dentro de sua nação a ideia da vinda do
Messias, e que pelo arrependimento e boas obras fosse apressado o ‘fim’.

Em tudo isso, Jesus é o mais judaico dos judeus, mais judaico do que
Hilel.

Do ponto de vista da humanidade em geral, ele é, de fato, ‘uma luz para os


gentios’. Seus discípulos levantaram a tocha acesa da Lei [Torá] de
Israel entre as nações dos quatro cantos do mundo. Nenhum judeu
pode, portanto, ignorar o valor de Jesus e de seu ensino a partir do ponto
de vista da história universal.

Este foi um fato que nem Maimônides nem Yehuda ha-Levi (estudiosos
judeus medievais) ignoraram.” (The Jewish and the Christian Messiah).

Pinchas Lapide foi um renomado judeu ortodoxo (1922 a 1997), que não
cria que Yeshua fosse o Messias. Não obstante, escreveu um livro
afirmando que Yeshua realmente ressuscitou dos mortos, pois a
ressurreição é um conceito que faz parte da tradição judaica. Lapide
concluiu que, historicamente, Yeshua ressuscitou, e o ETERNO assim o
fez para que a fé monoteísta fosse levada às nações. Vale transcrever
suas palavras acerca do relacionamento de Yeshua com a Torá:

“Jesus foi totalmente verdadeiro para com a Torá, como eu mesmo


espero ser. Eu até desconfio que Jesus fosse mais verdadeiro para com a
Torá do que eu, um judeu ortodoxo”.

“Eu aceito a ressurreição… não como uma invenção da comunidade de


discípulos, mas como um evento histórico Eu acredito que o evento de
Cristo leva a um caminho de salvação que Deus tem aberto, a fim de
trazer o mundo gentio para a comunidade do Israel de Deus.” (The
Resurrection of Jesus: A Jewish Perspective).

De acordo com as Escrituras, pecado significa violação à Torá (I Jo 3:4, em


aramaico). Assim sendo, se Yeshua nunca pecou, significa que nunca
transgrediu um mandamento da Torá. Este é o motivo pelo qual alguns
estudiosos consideram Yeshua como um “judeu ortodoxo”, como
subscreve George Foot Moore:
“Talvez, o mais importante era o seu relacionamento com a Lei e as
tradições, o que alguns têm descrito [Yeshua] como ‘totalmente ortodoxo’.”
(Judaism in the first centuries of the Christian Era, vol. II, página 9).

O rabino ultra-ortodoxo Simcha Pearlmutter reconheceu que Yeshua é o


Mashiach. Em um discurso sobre o tema, criticou o pensamento cristão de
aceitar Jesus e rejeitar a Lei (Torá). Segundo o preclaro rabino, quando
Yeshua veio ao mundo não existia Cristianismo, razão pela qual os gentios
que criam em Yeshua ingressavam na família do judaísmo. Por sua vez, o
conceito de Mashiach vem da Torá e Yeshua ensinou a Torá, logo, é
totalmente contraditório aceitar Yeshua e rejeitar seu ensino, a Torá:

“Não se pode pensar em Mashiach sem se pensar na observância da


Torá. Não no judaísmo. Não se pode pensar em Mashiach sem
reconhecer que temos uma ligação forjada entre a nação de Israel e
Hashem [YHWH], que é tão inquebrável que cada palavra que Hashem
[YHWH] falou e ordenou somos obrigados a fazer” (transcrição de vídeo
contendo pregação do rabino Simcha Pearlmutter).

Ora, se a Torá é o que YHWH ordenou, então, obviamente tem de ser


cumprida, não fazendo nenhum sentido que Yeshua tenha vindo para
anular a Palavra de YHWH.

Por fim, sublinha-se a citação do ínclito historiador Geza Vermes,


Professor da Universidade de Oxford:

“Alguma vez Jesus se opôs à Lei?

Uma resposta direta a esta pergunta deve ser firmemente negativa…


Em nenhum trecho do Evangelho Jesus é visto tomando deliberadamente
a iniciativa de negar ou de alterar substancialmente qualquer mandamento
da Torá em si.” (A religião de Jesus, o Judeu, Imago, 1995, página 28).

Os do Caminho - Canal Oficial!!!

Você também pode gostar