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Material de apoio de Língua Portuguesa

INDICE
 A Crase 1
 Pronominalização 4
 Figuras de estilo 8
 Funções de Linguagem 11
 Voz verbal (activa, passiva e reflexiva) 14
 Discurso directo, indirecto e livre 17
 Regência verbal e nominal 20
 Concordância 26
 Formação de palavras (derivação e composição) 28
 As 10 classes gramaticais 31
 Versificação 33
 Acentuação 37
 Sinais de pontuação 41
 Comunicação e linguagem 44
 Funções sintáticas dos constituintes da frase 47
 Coesão e coerência 49
 Conectivos 54
 Frase, oração e periodo 58
 Tipos de frases 59
 Coordenação e subordinação 61
 Relações entre palavras (homófonas, homónimas, homógrafas,
sinónimas, antónimas, parónimas, hiperónimo/hipónimos e
holónimos/merônimos 63
 Autores angolanos e suas obras literárias 65

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A CRASE
— A crase, marcada pelo acento grave (`), é vista como a vilã. Mas a
coitada é tão simplesmente a + a, ou seja, a soma do artigo definido
"a" com a preposição "a".

— QUANDO USAR A CRASE?

Não esqueça: A crase é usada antes de palavras femininas!


— Fui à escola.
— Fomos à praça.
.
Quando acompanham verbos que indicam destino (ir, voltar, vir)
— Vou à padaria.
— Fomos à praia.
.
Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas
— Saímos à noite.
— À medida que o tempo passa as amizades aumentam.
.
Exemplos de locuções: à medida que, à noite, à tarde, às pressas, às
vezes, em frente a, à moda de.
.
Antes dos Pronomes demonstrativos aquilo, aquela, aquele
— No verão, voltamos àquela praia.
.
Refere-se àquilo que aconteceu ontem na festa.
.
Antes da locução "à moda de" quando ela estiver subentendida
.
— Veste roupas à (moda de) Luís XV.
— Dribla à (moda de) Pelé.
.
Uso da crase na indicação das horas. Utiliza-se a crase antes de
numeral cardinal que indicam as horas exatas:
— Termino meu trabalho às cinco horas da tarde.
— Saio da escola às 12h30.
.
Por outro lado, quando acompanhadas de preposições (para, desde,
após, perante, com), não se utiliza a crase, por exemplo:
.
— Ficamos na reunião desde as 12h.
— Chegamos após as 18h.

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— O congresso está marcado para as 15h.


QUANDO NÃO USAR CRASE?

Antes de palavras masculinas


— Jorge tem um carro a gasóleo
— Samuel comprou um jipe a diesel.

Antes de verbos que não indiquem destino


— Estava disposto a salvar a menina.
— Passava o dia a cantar.
.
Antes de pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo
— Falamos a ela sobre o ocorrido
— Ofereceram a mim as entradas para o cinema.
.
Os pronomes do caso reto são: eu, tu, ele, nós, vós, eles.
Os pronomes do caso oblíquo são: me, mim, comigo, te, ti, contigo,
se, si, o, lhe.
.
Antes dos pronomes demonstrativos isso, esse, este, esta, essa
— Era a isso que nos referíamos.
— Quando aderir a esse plano, a internet ficará mais barata.
.
CASOS ESPECIAIS DA CRASE
.
As palavras terra, casa e distância são casos especiais de crase.
A preposição "a" antes da palavra casa, só recebe o acento grave
quando vier acompanhada de um modificador, caso contrário não
ocorre a crase.
.
— Chegamos cedo a casa (coloquialmente, "em casa").
— Chegamos cedo à casa de meu pai
.
Já com a palavra terra, só ocorre crase quando vier acompanhada de
um modificador.
— Os jangadeiros voltaram a terra.
— Os jangadeiros chegaram à terra procurada.
— Ele voltou à terra dos avós.
.
Quanto à palavra distância, só haverá crase se esta estiver
especificada.
— Farei um curso a distância.
— Estamos à distância de 5 quilômetros da casa de meu pai.
.
Nunca haverá crase no termo "a que", mesmo quando puder ser
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substituído por à qual.


— A questão a que me refiro é esta. — A questão à qual me refiro é
esta.
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CRASE FACULTATIVA
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A crase é facultativa nos seguintes casos:
.
Antes de nome próprio feminino:
— Refiro-me à (a) Luciana.
.
Se o nome estiver qualificado, a crase será obrigatória.
— O prêmio Nobel da paz foi dado à bela Beatriz.
.
Em referência a pessoas com quem não se tem intimidade, a
crase é proibida.
— Fizemos homenagem a Anita Garibaldi.
.
Antes de pronome possessivo feminino no singular (minha, tua,
sua, dela, nossa e vossa), desde que seja pronome adjetivo:
— Dirija-se à (a) sua fazenda.
.
Exceções:) A crase será obrigatória se este for um pronome
possessivo substantivo.
— Dê mais valor à sua presença do que à minha.
.
Depois da preposição até:
— Dirija-se até à (a) porta.

CASOS PROIBIDOS

Tendo por princípio basilar que a palavra "à" é o feminino de "ao", não
existe crase onde também não cabe o uso de "ao". Portanto, nas
seguintes situações:
.
Antes de verbos no infinitivo:
— Preços a combinar.
.
Antes de numerais, exceto horas:
— De 10 a 100
— Encontramos o produto numa faixa de preço que vai de 1000 kz a
15000 kz.
— O caminho vai de 20 a 30 quilômetros até o lugarejo.
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Antes de plural sem o emprego do artigo definido "as", no sentido
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genérico:
— As brilhantes psicólogas .
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Exceção: Quando tomados em sentido específico, são precedidos do
artigo as e admitem a crase
— Às rigorosas análises
— Às reivindicações
.
Não se usa crase em substantivos iguais.
— Dosava a medicação gota a gota
— Os adversários estavam cara a cara.

PRONOMINALIZAÇÃO
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— Pronominalizar é substituir um complemento directo ou indirecto,
numa oração, pelo pronome correspondente.
.
COMPLEMENTO DIRECTO
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— O comportamento directo é um tipo de complemento que se segue
ao verbo e que se obtém perguntando ao verbo "o quê" ou "quem"?
.
— Preparei um jantar delicioso ( Preparei ... O quê? → um jantar
delicioso)
— Vamos levar o Miguel à escola (Vamos levar .... quem? O João
.
As formas de pronome que substituem o complemento directo de 3ª
são: O, a, os, as
.
— Preparei um jantar delicioso
— (Preparei-o)
.
— Vamos levar o Miguel à escola
— Vamos levá-lo à escola
.
a) Os pronomes o, a, os, as tomam a forma lo, la, los, las quando a
terminação verbal for -r, -s ou -z, sendo estas letras suprimidas
.
— Vou visitar O Paulo
— (vou visitá-lo)
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— Bebes a cerveja natural?

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— (Bebe-la fria?)
b) Depois de ditongo nasal -am, -em, -õe, ou - ão, o pronome o, a,
os, as, as toma a forma de no, na, nos, nas.

— Entreguem os documentos ao Paulo


— (Entreguem-nos ao Paulo)

— Eles dão os documentos ao pai


— (Eles dão-nos ao pai)

COMPLEMENTO INDIRECTO

Obtém-se o complemento indirecto perguntando perguntando "a


quem"? ou "a quê"?
.
— Vou telefonar ao Miguel (vou telefonar a quem ... a quem? Ao
Miguel.
— Vou telefonar ao Miguel
— (Vou telefonar-lhe)
.
(Lhe/lhes = pronomes do complemento indirectos)

POSIÇÃO DO PRONOME NA FRASE

— A colocação pronominal indica a posição dos pronomes átonos -


me, nos, te, vos, se, o(s), a(s), lhe(s) - em relação ao verbo. Os
pronomes, na frase, dependendo das circunstâncias frásicas, pode
aparecer:

— Antes do verbo (Próclise)


— No meio do verbo (Mesóclise)
— Depois do verbo (Ênclise)

a) A PRÓCLISE

Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Isso acontece


quando a oração contém palavras que atraem o pronome:

1. Palavras que expressam negação, tais como, “não, ninguém,


nunca”:
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— Não o quero aqui.


— Nunca o vi assim.
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2. Pronomes relativos (que, quem, quando...), indefinidos (alguém,
ninguém, tudo…) e demonstrativos (este, esse, isto…):
.
— Foi ela que o fez.
— Alguns lhes deram maus conselhos.
— Isso "me" lembra algo.
.
3. Advérbios ou locuções adverbiais:
.
— Ontem me disseram que havia greve hoje.
— Às vezes nos deixa falando sozinhos.
.
4. Palavras que expressam desejo e também orações
exclamativas:
.
— Oxalá me dês a boa notícia.
— Deus nos dê forças.
.
5. Conjunções subordinativas:
— Embora se sentisse melhor, saiu.
— Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo.
.
7. Palavras interrogativas no início das orações:
.
— Quando te deram a notícia?
— Quem te presenteou?
.
8. Depois de preposições, para, de, por, sem, até, etc
.
— Isto é para te lembrares de mim.
— Cansei de te avisar
.
b) A MESÓCLISE
.
— Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Isso
acontece com verbos do futuro do presente ou do futuro do pretérito, a
não ser que haja palavras que atraiam a próclise:
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— Orgulhar-me-ei dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do


presente: orgulharei)
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— Orgulhar-me-ia dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do
pretérito: orgulharia)
.
c) A ÊNCLISE
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— Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Isso acontece
quando a oração contém palavras que atraem esse tipo de colocação
pronominal:
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1. Verbos no imperativo afirmativo:
— Depois de terminar, chamem-nos.
— Para começar, joguem-lhes a bola!
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2. Verbos no infinitivo impessoal:
— Gostaria de pentear-te a minha maneira.
— O seu maior sonho é casar-se.
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3. Verbos no início das orações:
— Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo.
— Surpreendi-me com o café da manhã.
.
NOTA²: com os pronomes -o, a, os, as no futuro e no condicional,
considerado que os pronomes se seguem ao "R", este cai e os
pronomes tomam a forma de -lo, lá, -los, -las
.
— Cantarei o hino
— (cantá-lo-ei)
— Ouviríamos a música
— (Ouvi-la-íamos)
.
NOTA²: Existindo dois complementos (directo e indirecto) podem
ambos ser pronominalizados
.
— Eu entrego-te a carta
— (Eu entrego-ta)
— Já entreguei o livro ao Nelson
— (Já lho entreguei)

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FIGURAS DE ESTILO
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— Figuras de linguagem, também chamadas de figuras de estilo,
são recursos estilísticos usados para dar maior ênfase à comunicação
e torná-la mais bonita.
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— Dependendo da sua função, elas são classificadas em:
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— FIGURAS DE PALAVRAS OU SEMÂNTICAS - estão associadas
ao significado das palavras. Exemplos: metáfora, comparação,
metonímia, sinestesia e perífrase.
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— FIGURAS DE PENSAMENTO: trabalham com a combinação de
ideias e pensamentos. Exemplos: hipérbole, eufemismo, ironia,
personificação, antítese, paradoxo, gradação e apóstrofe.
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— FIGURAS DE SINTAXE OU CONSTRUÇÃO: interferem na
estrutura gramatical da frase. Exemplos: elipse, zeugma, hipérbato,
polissíndeto, assíndet, pleonasmo, silepse e anáfora.
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— FIGURAS DE SOM OU HARMONIA: estão associadas à
sonoridade das palavras. Exemplos: aliteração, paronomásia,
assonância e onomatopeia.
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1. Figuras de Palavras:
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METÁFORA - representa uma comparação de palavras com
significados diferentes e cujo termo comparativo fica subentendido na
frase.
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— A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)
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COMPARAÇÃO: chamada de comparação explícita, ao contrário da
metáfora, neste caso são utilizados conectivos de comparação (como,
assim, tal qual).
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— Seus olhos são como jabuticabas.
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METONÍMIA: é a transposição de significados considerando parte
pelo todo, autor pela obra.
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— Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de
Shakespeare.).

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SINESTESIA: acontece pela associação de sensações por órgãos de
sentidos diferentes.
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— Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada.
(A frieza está associada ao tacto e não à visão.)
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PERÍFRASE: também chamada de antonomásia, é a substituição de
uma ou mais palavras por outra que a identifique.
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— A Terra da Palanca negra gigante é linda. (Angola é linda)
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2. Figuras de Pensamento:
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HIPÉRBOLE: corresponde ao exagero intencional na expressão.
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— Morri de inveja.
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EUFEMISMO: O eufemismo é utilizado para suavizar o discurso.
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— Entregou a alma a Deus. ( A frase informa a morte de alguém)
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IRONIA: é a representação do contrário daquilo que se afirma.
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— João Lourenço, vais gostar (Na verdade o que lhe espera não é
coisa boa) 😂
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PERSONIFICAÇÃO: ou ainda prosopopeia é a atribuição de
qualidades e sentimentos humanos aos seres irracionais.
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— O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
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ANTÍTESE: é o uso de termos que têm sentidos opostos.
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— Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz. (Uso da
antítese expressa pelos termos que têm sentidos opostos: positivo,
negativo; mal, bem; paz e guerra)
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PARADOXO: representa o uso de ideias que têm sentidos opostos,
não apenas de termos (tal como no caso da antítese).
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— Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom. (Como é possível
alguém estar cego e ver?)
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APÓSTROFE: é a interpelação feita com ênfase.
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— Ó céus, é preciso chover mais?
— Ai meu Deus!!! Ele vai me matar"
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3. Figuras de Sintaxe:
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ELIPSE: é a omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.
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— Tomara você me entenda. (Tomara que você me entenda.)
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ZEUMA: é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada
antes.
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— Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a
conclusão.)
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HIPERBATO: é a alteração da ordem direta da oração.
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— São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como
uns anjos.)
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POLISSÍNDETO: é o uso repetido de conectivos.
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— As crianças falavam e cantavam e riam felizes.
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ASSÍNDETO: representa a omissão de conectivos, sendo o contrário
do polissíndeto.
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— Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.
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PLEONASMO: é a repetição da palavra ou da ideia contida nela para
intensificar o significado.
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— A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está
errado.)
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— Saia para fora (é um pleonasmo, uma vez que o verbo "sair" já
significa "para fora")
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ANÁFORA: é a repetição de uma ou mais palavras de forma regular.
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— Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você
“qualquer coisa”, eu estarei aqui sempre para você.
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4. Figuras de Som:
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ALITERAÇÃO: é a repetição de sons consonantais.
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— O rato roeu a roupa do rei de Roma.
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PARONOMÁSIA: é a repetição de palavras cujos sons são parecidos.
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— O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro =
homem que anda a cavalo, cavalheiro = homem gentil)
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ASSONĀNCIA: é a repetição de sons vocálicos.
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— "O que o vago e incógnito desejo
de ser eu mesmo de meu ser me deu."
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ONOMATOPEIA: é a inserção de palavras no discurso que imitam
sons.
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— Não aguento o tic-tac desse relógio.

FUNÇÕES DE LINGUAGEM
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— As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem
segundo a intenção do falante.
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— Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função
emotiva, função poética, função fática, função conativa e função
metalinguística.
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— Cada uma desempenha um papel relacionado com os elementos
presentes na comunicação: emissor, receptor, mensagem, código,
canal e contexto. Assim, elas determinam o objetivo dos actos
comunicativos.
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— Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem
podem estar presentes num mesmo texto.
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1. FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA
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— Também chamada de função informativa, a função referencial
tem como objetivo principal informar, referenciar algo.

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— Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo de texto é
escrito na terceira pessoa (singular ou plural) enfatizando seu carácter
impessoal.
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— Como exemplos de linguagem referencial podemos citar os
materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles,
por meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo,
sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.
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Exemplo de uma notícia:
— Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o kwanza teve
a maior desvalorização da sua história. Nesse dia foi preciso
desembolsar 850 kz para comprar um dólar.
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2. FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA
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— Na função emotiva ou expressiva o emissor tem como objetivo
principal transmitir suas emoções, sentimentos e subjetividades por
meio da própria opinião.
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— Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o
emissor, uma vez que possui um caráter pessoal.
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— Como exemplos podemos destacar: os textos poéticos, as cartas,
os diários. Todos eles são marcados pelo uso de sinais de pontuação,
por exemplo, reticências, ponto de exclamação, etc.
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Exemplo de e-mail da mãe para os filhos:
— Meus amores, sinto muito a vossa falta … Mas não se preocupem,
em breve a mamãe chega e vamos aproveitar o tempo perdido bem
juntinhos.
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3. FUNÇÃO POÉTICA
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— A função poética é característica das obras literárias que possui
como marca a utilização do sentido conotativo das palavras.
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— Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem
será transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões,
das figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento

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comunicativo é a mensagem.
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— Note que esse tipo de função não pertence somente aos textos
literários. Também encontramos a função poética na publicidade ou
nas expressões quotidianas em que há o uso frequente de metáforas
(provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
.
Exemplo de uma história sobre a avó:
— Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um
poço de sabedoria. Falava de tudo e sobre tudo e tinha sempre um
provérbio debaixo da manga.
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4. FUNÇÃO FÁCTICA
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— A função fáctica tem como objetivo estabelecer ou interromper a
comunicação de modo que o mais importante é a relação entre o
emissor e o receptor da mensagem. Aqui, o foco reside no canal de
comunicação.
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— Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por exemplo,
nas expressões de cumprimento, saudações, discursos ao telefone,
etc.
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Exemplo de uma conversa telefônica
— Consultório do Dr. João, bom dia!
— Bom dia! Precisava marcar uma consulta para o próximo mês, se
possível.
— Hum, o Dr. tem vagas apenas para a segunda semana. Entre os
dias 7 e 11, qual a sua preferência?
— Dia 8 está ótimo.
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5. FUNÇÃO CONOTATIVA OU APELATIVA
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— Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada
por uma linguagem persuasiva que tem o intuito de convencer o leitor.
Por isso, o grande foco é no receptor da mensagem.
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— Essa função é muito utilizada nas propagandas, publicidades e
discursos políticos, de modo a influenciar o receptor por meio da
mensagem transmitida.
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— Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na


terceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso do
vocativo.
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Exemplos:
— Vote em mim!
— Entre. Não vai se arrepender!
— É só até amanhã. Não perca!
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6. FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
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— A função metalinguística é caracterizada pelo uso da
metalinguagem, ou seja, a linguagem que se refere a ela mesma.
Dessa forma, o emissor explica um código utilizando o próprio código.
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— Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um
documentário cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema
são alguns exemplos.
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— Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem destaque
são as gramáticas e os dicionários.
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Exemplo:
— Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é
escrita, bem como exemplifica a função metalinguística.

VOZ VERBAL (Activa, passiva e reflexiva)


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— Se dá o nome de "voz" à forma assumida pelo verbo para indicar se
o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. Na língua
portuguesa existem três vozes verbais: activa, passiva e reflexiva.
.
— NA VOZ ACTIVA - o sujeito é agente, ou seja, pratica a ação
expressa pelo verbo.
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Exemplos:
— O repórter (sujeito) leu (verbo) a notícia.
— João (sujeito) roubou (verbo) o carro.
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— NA VOZ PASSIVA - o sujeito é paciente, ou seja, recebe a acção
expressa pelo verbo. O praticante da ação é classificado como agente
da passiva.
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— Admitem transposição de voz passiva somente verbo transitivo
direto e bitransitivos. Verbo transitivo indireto, impessoal, intransitivo,
verbo de ligação ou transitivo direto seguido de objecto direto
preposicionado não admite.
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Exemplo:
— O livro (sujeito) foi escrito pela Maria (agente da passiva).
— O carro (sujeito) foi roubado por me (agente da passiva)
.
— Na língua portuguesa, a voz passiva pode ser analítica ou sintética.
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— VOZ PASSIVA ANALÍTICA - é formada por um verbo auxiliar
"SER" e eventualmente, outro verbo auxiliar, o particípio de um verbo
transitivo, uma preposição e o agente da passiva.
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Exemplo:
— O trabalho (sujeito) foi (verbo auxiliar) feito (verbo no particípio) por
(preposição) ele (agente da passiva).
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— Em determinadas frases, o agente da passiva pode não estar
explícito.
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Exemplo:
— As roupas (sujeito) foram (verbo auxiliar) passadas (verbo no
particípio).
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— VOZ PASSIVA SINTÉTICA - a voz passiva pronominal ou sintética
é formada por um verbo na terceira pessoa (do singular ou do plural)
junto ao pronome pessoal "SE" como partícula apassivadora (ou
pronome apassivador), indicando um agente, que não costuma vir
expresso na voz passiva sintética, indeterminado.
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— Neste tipo de construção, a partícula "SE" é usada formalmente
como pronome oblíquo reflexivo na função de objecto direto de um
verbo transitivo, que naturalmente concorda com o sujeito.
.
Exemplos:
— Tomou-se o café da manhã logo cedo.
— Aspirou-se a casa toda.
— Já se fez o trabalho
.
NOTA: O emprego de "se" como partícula apassivadora não deve ser
confundido com seus usos como objeto direto da voz activa reflexiva
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Por exemplo:
— Feriu-se com a faca. (ele feriu a si mesmo com a faca.)
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— Ou como indicador de sujeito genérico
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Exemplo:
— vive-se bem aqui. (uma pessoa geralmente vive bem aqui, qualquer
pessoa geralmente vive bem aqui.).
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VOZ REFLEXIVA
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— Na voz reflexiva, o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, ou
seja, pratica e recebe a acção ao mesmo tempo.
.
— A voz reflexiva é formada por pronome oblíquo reflexivo ("me", "te",
"se", "nos" ou "vos") que se refere ao próprio sujeito.
.
Exemplo:
— O repórter vestiu-se e foi trabalhar.
— O Paulo mordeu-se ao comer
.
NA VOZ REFLEXIVA RECÍPROCA -
o sujeito é composto, e cada um dos seus elementos pratica a ação
descrita pelo verbo nos demais.
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Exemplos:
— Gabriel e Cintia se beijaram.
— Nós nos veremos na escola.
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VOZ NEUTRA - c hamam-se neutros os verbos que não são activos
nem passivos nem reflexivos. São os verbos impessoais e os de
ligação.
.
Exemplos:
— O vinho é bom.
— Aqui chove muito.
.
Nota: Há formas passivas com sentido ativo.
.
Exemplos:
— É chegada a hora. ( Chegou a hora.)
(=

— Eu ainda não era nascido. ( Eu ainda não tinha nascido.)


(=

— És um homem lido e viajado. ( que leu e viajou)


(=

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— Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo.
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Exemplos:
— Há coisas difíceis de entender. serem entendidas)
(=

— Mandou-o lançar na prisão. ser lançado)


(=

.
Pra terminar:
— A escolha entre voz activa e passiva é basicamente uma questão
de estilo. A voz activa é geralmente mais sucinta, simples, directa, e
fácil de entender. A voz passiva pode ser usada no lugar da activa
para aumentar a ênfase no objecto directo e reduzir a importância do
sujeito, ou suprimi-lo inteiramente.

DISCURSO DIRECTO, INDIRECTO E LIVRE


.
— Discurso Directo, Discurso Indireto e Discurso Indirecto livre são
tipos de discursos utilizados no gênero narrativo para introduzir as
falas e os pensamentos dos personagens. Seu uso varia de acordo
com a intenção do narrador.
.
DISCURSO DIRECTO
— No discurso directo, o narrador dá uma pausa na sua narração e
passa a citar fielmente a fala do personagem.
.
— O objectivo desse tipo de discurso é transmitir autenticidade e
espontaneidade. Assim, o narrador se distancia do discurso, não se
responsabilizando pelo que é dito.
.
— Pode ser também utilizado por questões de humildade - para não
falar algo que foi dito por um estudioso, por exemplo, como se fosse
de sua própria autoria.
.
CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO DIRECTO
.
— Utilização dos verbos da categoria dicendi, ou seja, aqueles que
têm relação com o verbo "dizer". São chamados de "verbos de
elocução", a saber: falar, responder, perguntar, indagar, declarar,
exclamar, dentre outros.
.
— Utilização dos sinais de pontuação - travessão, exclamação,
interrogação, dois pontos, aspas.
.

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— Inserção do discurso no meio do texto - não necessariamente numa


linha isolada.
.
Exemplos de Discurso Direto
— Os formados repetiam: "Prometo cumprir meus deveres e respeitar
meus semelhantes com firmeza e honestidade.".
.
— O réu afirmou: "Sou inocente!"
.
Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar:
— Alô, quem fala?
— Bom dia, com quem quer falar?
— respondeu com tom de simpatia.
.
DISCURSO INDIRECTO
— No discurso indireto, o narrador da história interfere na fala do
personagem preferindo suas palavras. Aqui não encontramos as
próprias palavras da personagem.
.
CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO INDIRECTO
.
— O discurso é narrado em terceira pessoa.
.
— Algumas vezes são utilizados os verbos de elocução, por exemplo:
falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar. Contudo não
há utilização do travessão, pois geralmente as orações são
subordinadas, ou seja, dependem de outras orações, o que pode ser
marcado através da conjunção “que” (verbo + que).
.
Exemplos de Discurso Indireto:
— Os formados repetiam que iriam cumprir seus deveres e respeitar
seus semelhantes com firmeza e honestidade.
.
— O réu afirmou que era inocente.
.
— Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar. Cumprimentou e
perguntou quem estava falando. Do outro lado, alguém respondeu ao
cumprimento e perguntou com tom de simpatia com quem a pessoa
queria falar.
.

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REGRAS DE TRANSIÇÃO DO DISCURSO DIRECTO PARA O


INDIRECTO
.
Nos exemplos a seguir verificaremos as alterações feitas a fim de
moldar o discurso de acordo com a intenção pretendida.
.
Discurso Direto — Discurso Indireto .
.
— Preciso sair por alguns instantes. (enunciado na 1.ª pessoa)
— Disse que precisava sair por alguns instantes. (enunciado na 3.ª
pessoa)
.
— Sou a pessoa com quem falou há pouco. (enunciado no presente)
— Disse que era a pessoa com quem tinha falado há pouco.
(enunciado no imperfeito)
.
— Não li o jornal hoje. (enunciado no pretérito perfeito)
— Disse que não tinha lido o jornal. (enunciado no pretérito mais que
perfeito)
.
— O que fará relativamente sobre aquele assunto? (enunciado no
futuro do presente)
— Perguntou-me o que faria relativamente sobre aquele assunto.
(enunciado no futuro de pretérito)
.
— Não me ligues mais! (enunciado no modo imperativo)
— Pediu que não lhe ligasse mais. (enunciado no modo subjuntivo)
.
— Isto não é nada agradável. (pronome demonstrativo em 1.ª pessoa)
— Disse que aquilo não era nada agradável. (pronome demonstrativo
em 3.ª pessoa)
.
— Vivemos muito bem aqui. (advérbio de lugar aqui)
— Disse que viviam muito bem lá. (advérbio de lugar lá)
.
DISCURSO INDIRECTO LIVRE
.
— No discurso indirecto livre há uma fusão dos tipos de discurso
(direto e indireto), ou seja, há intervenções do narrador bem como da
fala dos personagens.

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.
— Não existem marcas que mostrem a mudança do discurso. Por
isso, as falas dos personagens e do narrador - que sabe tudo o que se
passa no pensamento dos personagens - podem ser confundidas.
.
CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO INDIRECTO LIVRE
.
— Liberdade sintática.
— Aderência do narrador ao personagem.
.
Exemplos de Discurso Indireto Livre:
— Fez o que julgava necessário. Não estava arrependido, mas sentia
um peso. Talvez não tenha sido suficientemente justo com as
crianças.
.
— O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que
consigo!
.
— Amanheceu chovendo. Bem, lá vou eu passar o dia assistindo tel
visão.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL


.
— REGÊNCIA NOMINAL - é a maneira de um nome (substantivo,
adjetivo e advérbio) relacionar-se com seus complementos.
.
— Em geral, a relação entre o nome e o seu complemento é
estabelecida por preposição. Portanto, é justamente o conhecimento
da preposição o que há de mais importante na regência nominal.
.
— Confira abaixo alguns exemplos e frases com regência nominal:
.
Amor:
— Tenha “amor a” seus livros.
— Meu “amor pelos” animais me conforta.
— Cultivemos o “amor da” família.
— O amor “para com” a Pátria.

Ansioso:
— Olhos “ansiosos de” novas paisagens.
— Estava “ansioso por” vê-la.
— Estou “ansioso para” ler o livro.
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.
Exemplos de nomes transitivos e suas respectivas preposições:
.
EXEMPLOS DE NOMES TRANSITIVOS E SEUS RESPECTIVAS
PREPOSIÇÕES:
.
Acessível a
— Isto é acessível a todos.
.
Acostumado a, com
— Estou acostumado a comer pouco.
— Estamos acostumados com as novas ferramentas.
.
Afável com, para com
— Ele é afável com sua filha.
— O professor tem sido afável para com seus alunos.
.
Agradável a
— Sou agradável a ti.
.
Alheio a, de
— Ele vive alheio a tudo.
— João está alheio de carinho fraternal.
.
Apto a, para
— Estou apto a trabalhar.
— Joana está apta para desenvolver suas funções.
.
Aversão a, por
— Ele tem aversão a pessoas.
— Paula tem aversão por itens supérfluos.
.
Benefício a
— Pilates é benefício à saúde.
.
Capacidade de, para
— Laura tem excepcional capacidade de comunicação.
— Joaquim tem capacidade para o trabalho.
.
Capaz de, para
— Ele é capaz de tudo.
— A empresa é capaz para trabalhar com projetos.
.
Compatível com
— Seu computador é compatível com este.
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.
Contrário a
— Esse modo de vida é contrário à saúde.
.
Curioso de, por
— Luís é curioso de tudo.
— Vitória é curiosa por natureza
.
Descontente com
— Estamos descontentes com nosso sistema político.
.
Essencial para
— Esse livro é essencial para aprender matemática.
.
Fanático por
— Ele é fanático por histórias em quadrinhos.
.
Imune a, de
— Angola não ficou imune à crise econômica.
— Estamos imunes de pagar os impostos.
.
Inofensivo a, para
— O vírus é inofensivo a seres humanos
— Os danos que sofreu são inofensivos para sua saúde.
.
Junto a, de
— Comprei a casa junto a sua.
.
Livre de
— Este sabonete está livre de parabenos.
.
Simpatia a, por
— José tem simpatia as causas populares.
— Tenho muita simpatia por Ana.
.
Tendência a, para
— Viviana tem tendência à mentira.
— As meninas tem tendência para a moda.
.
União com, de, entre
— A união com Regina foi fracassada.
— Na reação química, ocorreu uma união de substâncias.
— A união entre eles é muito bonita.
.
.
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— REGÊNCIA VERBAL - é a parte da língua que se ocupa da relação


entre os verbos e os termos que se seguem a eles e completam o seu
sentido.
.
— Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (directo e
indirecto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos.
.
— Para entender melhor sobre esse assunto e não errar mais, confira
abaixo alguns exemplos e suas respectivas explicações:
.
1. ASSISTIR
.
a) com o sentido de ver exige preposição:
— Que tal assistirmos ao filme?
.
b) com o sentido de dar assistência não exige preposição:
— Sempre assistiu pessoas mais velhas.
.
c) com o sentido de pertencer exige preposição:
— Assiste aos prejudicados o direito de indenização.
.
2. CHEGAR
.
O verbo chegar é regido pela preposição “a”:
— Chegamos ao local indicado no mapa.
.
Essa é a forma padrão. No entanto, é comum observarmos o uso da
preposição “em” nas conversas informais, cujo estilo é coloquial:
Chegamos no local indicado no mapa.
.
3. CUSTAR
.
a) com o sentido de ser custoso exige preposição:
— Aquela decisão custou ao filho.
.
b) com o sentido de valor não exige preposição:
— Aquela casa custou caro.

4. OBEDECER
.
O verbo obedecer é transitivo indireto, logo, exige preposição:
— Obedeça ao pai!
.
Na linguagem informal, entretanto, ele é usado como verbo transitivo
direto: Obedeça o pai!
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5. PROCEDER
.
a) com o sentido de fundamento é verbo intransitivo:
— Essa sua desconfiança não procede.
.
b) com o sentido de origem exige preposição:
— Essa sua desconfiança procede de situações passadas.
.
6. VISAR
.
a) com o sentido de objetivo exige preposição:
— Visamos ao sucesso.
.
Na variante coloquial, encontramos o verbo sendo utilizado sem
preposição, ou seja, como verbo transitivo direto: Visamos o sucesso.
.
b) com o sentido de mirar não exige preposição:
— O policial visou o bandido à distância.
.
7. ESQUECER
.
O verbo esquecer é transitivo directo, logo não exige preposição:
— Esqueci o meu material.
.
No entanto, na forma pronominal, deve ser usado com preposição:
Esqueci-me do meu material.
.
8. QUERER
.
a) com o sentido de desejar não exige preposição:
— Quero ficar aqui.
.
b) com o sentido de estimar exige preposição:
— Queria muito aos seus amigos.
.
9. ASPIRAR
.
a) com o sentido de respirar ou absorver não exige preposição:
— Aspirou todo o escritório.
.
b) com o sentido de pretender exige preposição:
— Aspirou ao cargo de ministro.
.
10. INFORMAR
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.
O verbo é transitivo direto e indireto, assim ele exige um complemento
sem e outro com preposição:
— Informei o acontecimento aos professores.
.
11. IR
.
O verbo ir é regido pela preposição “a”:
— Vou à biblioteca.

12. IMPLICAR
.
a) com o sentido de consequência, o verbo implicar é transitivo direto,
logo não exige preposição:
— O seu pedido implicará um novo orçamento.
.
b) com o sentido de embirrar, é transitivo indireto, logo exige
preposição:
— Implica com tudo!
.
13. MORAR
.
O verbo morar é regido pela preposição “em”:
— Mora no fim da rua.
.
14. NAMORAR
.
O verbo namorar é transitivo direto, apesar de as pessoas o usarem
sempre seguido de preposição:
.
— Namorou Maria durante anos.
— "Namorou com Maria durante anos" não é gramaticalmente aceite.
.
15. PREFERIR
.
O verbo preferir é transitivo direto e indireto. Assim:
— Prefiro carne a peixe.
.
16. SIMPATIZAR
.
O verbo simpatizar é transitivo indireto e exige a preposição "com":
— Simpatiza com os mais velhinhos.
.
17. CHAMAR
.
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a) com o sentido de convocar não exige complemento com


preposição:
— Chama o Pedro!
.
b) com o sentido de apelidar exige complementos com e sem
preposição:
— Chamou ao João de Mauricinho.
— Chamou João de Mauricinho.
— Chamou ao João Mauricinho.
— Chamou João Mauricinho.
.
18. PAGAR
.
a) quando informamos o que pagamos o complemento não tem
preposição:
— Paga o sorvete?
.
b) quando informamos a quem pagamos o complemento exige
preposição:
— Paga o sorvete ao dono do bar.
.
CONCORDÂNCIA
— Concordância é a parte da gramática que estuda a conformidade
estabelecida entre cada componente da oração. A concordância pode ser
verbal ou nominal

— Enquanto a concordância verbal se ocupa da relação entre sujeito e verbo,


a concordância nominal se ocupa da relação entre as classes de palavras:

Exemplo:
— Nós estudaremos regras e exemplos complicados juntos. (nesta oração
temos esses dois tipos de concordância)
.
— Ao concordar o sujeito (nós) com o verbo (estudaremos), estamos diante
de um caso de concordância verbal.
.
— Já, quando os substantivos (regras e exemplos) concordam com o adjetivo
(complicados), estamos diante de um caso de concordância nominal.

PRINCIPAIS REGRAS DE CONCORDÂNCIA

a) Concordância Verbal

1. Sujeito composto antes do verbo

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— Quando o sujeito é composto e vem antes do verbo, esse verbo deve estar
sempre no plural.

Exemplo:
— A Maria e José conversaram até de madrugada.

2. Sujeito composto depois do verbo

— Quando o sujeito composto vem depois do verbo, o verbo tanto pode ficar
no plural como pode concordar com o sujeito mais próximo.

Exemplos:
— Discursaram o diretor e professores.
— Discursou o diretor e os professores.

3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes

— Quando o sujeito é composto, mas as pessoas gramaticais são diferentes, o


verbo também deve ficar no plural. No entanto, ele concordará com a pessoa
que, a nível gramatical, tem prioridade.

— Isso quer dizer que 1.ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2.ª (tu,
vós) e a 2.ª tem prioridade em relação à 3.ª (ele, eles).

Exemplos:
— Nós, vós e eles vamos à festa.
— Tu e ele falais outra língua?
.
b) Concordância Nominal

1. Adjetivos e um substantivo

— Quando há mais do que um adjectivo para um substantivo, os adjectivos


devem concordar em gênero e número com o substantivo.
.
Exemplo:
— Adorava comida salgada e gordurosa.
.
2. Substantivos e um adjectivo
.
— No caso inverso, ou seja, quando há mais do que um substantivo e apenas
um adjetivo, há duas formas de concordar:
.
2.1. Quando o adjetivo vem antes dos substantivos, o adjectivo deve concordar
com o substantivo mais próximo.
.
Exemplo:
— Linda filha e bebê.
.

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2.2. Quando o adjectivo vem depois dos substantivos, o adjetivo deve


concordar com o substantivo mais próximo ou com todos os substantivos.
.
Exemplos:
— Pronúncia e vocabulário perfeito.
— Vocabulário e pronúncia perfeita.
— Pronúncia e vocabulário perfeitos.
— Vocabulário e pronúncia perfeitos.

FORMAÇÃO DE PALAVRAS.
.
— As palavras que compõem o léxico da língua são formadas
principalmente por dois processos morfológicos:
.
1° Derivação (prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria)
2° Composição (justaposição e aglutinação)
.
PALAVRAS PRIMITIVAS E DERIVADAS.
— Os vocábulos “primitivos” são as palavras que originam outras. Já
as palavras “derivadas” são aquelas que surgem a partir das palavras
primitivas
.
Exemplos:
- dente (primitiva)
- dentista (derivada)
- mar (primitiva)
- marítimo (derivada)

AFIXOS

— Além do conceito de palavras primitivas e derivadas, temos os


afixos. Eles são morfemas, ou seja, as menores partículas
significativas da língua. Juntos a um radical, os afixos formam uma
palavra.

Exemplo:
- pedra (palavra primitiva)
- pedreira (palavra derivada). (Nesse exemplo, foi acrescentado o
sufixo -eira.)
.

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— Os afixos são classificados de acordo com sua localização na


palavra.
— Assim, os sufixos vêm depois do radical.

Exemplo:
- folha(gem)
- livra(ria)

— Já os prefixos são acrescentados antes do radical

Exemplo:
- (de)sleal
- (i)legal.

O PROCESSO DE DERIVAÇÃO

— Os processos de derivação de palavras ocorrem de cinco maneiras,


sempre com um radical e os afixos (sufixos e prefixos):
.
1. Derivação Prefixal (Prefixação): inclusão de prefixo à palavra
primitiva

Exemplo:
- (in)feliz
- (ante)braço
- (en)raizar
- (re)fazer

2. Derivação Sufixal (Sufixação): inclusão de sufixo à palavra


primitiva.
- feli(cidade)
- bel(eza)
- estuda(nte)
.
3. Derivação Parassintética: inclusão de um prefixo e de um sufixo à
palavra primitiva, de forma simultânea.
.
Exemplo:
- (en)tarde(cer)
- (In)feliz(mente)

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.
4. Derivação Regressiva: redução da palavra derivada por meio da
retirada de uma parte da palavra primitiva.
.
Exemplo:
- beijar - beijo
- debater - debate
- perder - perda
.
5. Derivação Imprópria: ocorre a mudança de classe gramatical da
palavra
.
Exemplo:
— O "jantar" estava muito bom (substantivo);
— Fui "jantar" ontem à noite com Luís. (verbo)
.
PROCESSO DE COMPOSIÇÃO
.
— Os processos de composição de palavras envolvem mais de dois
radicais de palavras, sendo classificadas em:
.
1. Justaposição: na união dos termos, os radicais não sofrem
qualquer alteração em sua estrutura.
.
Exemplo:
- surdo-mudo
- guarda-chuva
- abre-latas
.
2. Aglutinação: na união dos termos, pelo menos um dos radicais
sofre alteração em sua estrutura
.
- por exemplo
- planalto (plano alto)
- vinagre (vinho e acre), etc.
.
4. Neologismo
.
— O neologismo é um processo de formação de palavras em que são
criados novos termos para suprir alguma lacuna de significação.
Podemos citar como exemplo a palavra "internetês", que se refere à

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linguagem da internet.
.
4. Hibridismo
.
— O hibridismo também é um processo de formação de palavras.
Esses termos são formados com elementos de idiomas diferentes, por
exemplo, “sociologia” (do latim, “sócio” e do grego “logia”).

AS 10 CLASSE GRAMATICAIS
.
— As classes de palavras ou classes gramaticais são dez:
substantivo, verbo, adjetivo, pronome, artigo, numeral, preposição,
conjunção, interjeição e advérbio.
.
1. SUBSTANTIVO
.
— Substantivo é a palavra que nomeia os seres em geral, desde
objectos, fenômenos, lugares, qualidades, ações, dentre outros.
(Paulo, Angola, beleza, água, pessoas)
.
— Há vários tipos de substantivos: comum, próprio, concreto, abstrato,
colectivo.
.
2. VERBO
.
— Verbo é a palavra que indica ações, estado ou fenômeno da
natureza, tais como: sair, ir, chover, amar, ser, ter
.
— Os verbos são classificados em: regulares, irregulares, defectivos,
impessoais e unipessoais.
.
3. ADJECTIVO
.
— Adjetivo é a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos
substantivos, tais como: feliz, burro, inteligente, feio
.
4. PRONOME
.
— Pronome é a palavra que substitui ou acompanha o substantivo,
indicando a relação das pessoas do discurso, tais como: eu, contigo,

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aquele.
.
— Há vários tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
demonstrativos, relativos, indefinidos e interrogativos.
.
5. ARTIGO
.
— Artigo é a palavra que antecede o substantivo, tais como: o, as,
uns, uma, alguns
.
6. NUMERAL
.
— Numeral é a palavra que indica a posição ou o número de
elementos, tais como: um, primeiro, dezenas.
.
Os numerais são classificados em: cardinais, ordinais, multiplicativos,
fracionários e coletivos.
.
7. PREPOSIÇÃO
.
— Preposição é a palavra que liga dois elementos da oração, tais
como: a, após, para.
.
— As preposições são classificadas em: preposições essenciais e
preposições acidentais.

8. CONJUNÇÃO
.
— Conjunção é a palavra que liga dois termos ou duas orações de
mesmo valor gramatical, tais como: mas, portanto, conforme.
.
— As conjunções são classificadas em coordenativas (aditivas,
adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas) e subordinativas
(integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais,
conformativas, consecutivas, temporais, finais e proporcionais).
.
9. INTERJEIÇÃO
.
— Interjeição é a palavra que exprime emoções e sentimentos, tais
como: Olá!, Viva! Psiu!.
.

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32
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10. ADVÉRBIO
.
— Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro
advérbio, exprimindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade,
entre outros, tais como: melhor, demais, ali.
.
— Os advérbios são classificados em: modo, intensidade, lugar,
tempo, negação, afirmação e dúvida.

VERSIFICAÇÃO
.
— Versificação é o conjunto de métodos utilizados na arte de compor
versos, fazendo uso, para o efeito, de alguns elementos que
concorrem para a harmonização e beleza do gênero lírico, tais como:
ritmo, metrificação, rima, entre outros.
.
VERSOS E ESTROFES
.
— Cada linha de um poema corresponde a um verso, os quais são
classificados de acordo com as sílabas poéticas que apresentam.
.
— Os versos são classificados da seguinte forma:
.
- Monossílabo - verso com uma sílaba
- Dissílabo - verso com duas sílabas
- Trissílabo - verso com três sílabas
- Tetrassílabo - verso com quatro sílabas
- Pentassílabo - verso com cinco sílabas
- Hexassílabo - verso com seis sílabas
- Heptassílabo - verso com sete sílabas
- Octossílabo - verso com oito sílabas
- Eneassílabo - verso com nove sílabas
- Decassílabo - verso com dez sílabas
- Hendecassílabo - verso com onze sílabas
- Dodecassílabo - verso com doze sílabas
.
— Os versos que têm mais do que doze (12) sílabas poéticas são
chamados de Bárbaros.
.
— O agrupamento de versos, por sua vez, compõe as estrofes. As

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estrofes são classificadas mediante o número de versos.


.
— Assim, quanto às estrofes, temos:
.
- Monóstico - estrofe com um verso
- Dístico - estrofe com dois versos
- Terceto - estrofe com três versos
- Quadra ou Quarteto - estrofe com quatro versos
- Quintilha - estrofe com cinco versos
- Sextilha - estrofe com seis versos
- Septilha - estrofe com sete versos
- Oitava - estrofe com oito versos
- Nona - estrofe com nove versos
- Décima - estrofe com dez versos
.
— Os sonetos são poemas que obedecem uma forma fixa, são
compostos por quatorze versos (dois quartetos e dois tercetos).
.
O RITMO
.
— O ritmo do poema é propiciado mediante a sonoridade, numa
sucessão de sílabas tônicas e átonas - sílabas poéticas, as quais
distinguem-se das sílabas gramaticais. O ritmo traz à poesia a
musicalidade e o sentimentalismo.
.
A METRIFICAÇÃO
.
— Antes do modernismo, a métrica era fortemente defendida pelos
poetas, que buscavam nas suas composições a qualidade ou a
perfeição obtida através dos versos isométricos - aqueles que
mantinham o número de sílabas de forma regular.
.
— A partir da Escola Moderna, passam a ser aceitos os versos livres,
o quais dispensam os critérios métricos.
.
O ENCADEAMENTO
.
— O Encadeamento ou Enjambement é o nome que se dá à
necessidade de não fazer pausa em um verso, continuando a sua
leitura com o verso seguinte de forma a completar, assim, o seu
sentido.

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.
“E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.”
.
A RIMA
.
— A rima é mais um dos recursos utilizados para dar melodia ao
verso.
.
— Há, todavia, versos que não apresentam rimas. São os chamados
versos brancos ou soltos.
.
“Não quero ser Deus, nem Pai nem Mãe de Deus,
Não quero nem lírios nem mundos
Sou pobre e superficial como a Rua do Catete.
.
CLASSIFICAÇÃO DAS RIMAA
.
— As rimas são classificadas mediante disposição, extensão,
acentuação e vocabulário.
.
Disposição das Rimas
.
1. (ABAB) Cruzada ou Alternada
.
— Rimas entre versos pares e, por outro lado, entre versos ímpares.
Assim, ocorrem entre o primeiro e o terceiro versos e, entre o segundo
e o quarto versos.
.
A "Tu és um beijo materno!
B Tu és um riso infantil,
A Sol entre as nuvesn de inverno,
B Rosa entre as flores de abril!"
.
2. (ABBA) Interpolada ou Oposta
.
— Rimas que ocorrem entre o primeiro e o quarto versos e, entre o
segundo e o terceiro versos.
.

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A "Amor é fogo que arde sem se ver;


B É ferida que dói, e não se sente;
B É um contentamento descontente;
A É dor que desatina sem doer."
.
3. (AABB) Emparelhada
.
— Rimas que se sucedem duas a duas. Assim, ocorrem entre o
primeiro e o segundo versos e, entre o terceiro e o quarto versos.
.
A "Ele deixava atrás tanta recordação!
A E o pesar, a saudade até no próprio chão,
B Debaixo dos seus pés, parece que gemia,
B Levantava-se o sol, vinha rompendo o dia
.
4. Internas
.
— Rimas que ocorrem no interior dos versos.

"Como são cheirosas as primeira rosas!"


.
Extensão das Rimas:
.
1. Consoante: rimas que ocorrem em palavras cuja similaridade
sonora é total. Exemplos: carinho - sozinho; celeste - veste.
.
2. Toante: rimas que ocorrem em palavras cuja similaridade sonora é
parcial. Exemplos: trouxe - doce; benfazejo - beijo.
.
Acentuação das Rimas:
.
1. Esdrúxula: rimas que ocorrem entre palavras proparoxítonas.
Exemplos: aromática - dalmática; anêmona - trêmula.
.
2. Grave: rimas que ocorrem entre palavras paroxítonas. Exemplos:
flores - dores; pranto - canto.
.
3. Aguda: rimas que ocorrem entre palavras oxítonas ou
monossílabas. Exemplos: pomar - luar; tez - inglês

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Vocabulário das Rimas:


.
1. Pobre: rimas que ocorrem entre palavras da mesma classe
gramatical. Exemplos: amor - desamor (substantivos); cantar - amar
(verbos).
.
2. Rica: rimas que ocorrem entre palavras com classes gramaticais
diferentes.
Exemplos: irradia (verbo) - dia (substantivo); dúzia (numeral) - Lúcia
(substantivo)

ACENTUAÇÃO
.
— As regras de acentuação estão relacionadas com o posicionamento
da sílaba tônica (a sílaba pronunciada com maior intensidade).
.
— Há regras específicas para palavras oxítonas, paroxítonas e
proparoxítonas.
.
REGRAS DE ACENTUAÇÃO DAS PALAVRAS OXÍTONAS.
.
— As oxítonas, palavras onde a última sílaba é tônica, devem ser
acentuadas graficamente em alguns casos específicos. Confira, a
seguir, as regras de acentuação de oxítonas.
.
1. Sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e -o
.
— Oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e -o,
seguidas ou não de -s, são acentuadas.
.
Exemplos:
- pajé
- vocês
- crachá
- aliás
- mocotó
- após
.
2. Ditongo nasal -em ou -ens
.
— Oxítonas com sílaba tônica terminada em ditongo nasal -em ou -
ens são acentuadas.

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.
Exemplos:
- além
- também
- tamém
- armazéns
- conténs
- parabéns
.
3. Ditongo aberto -éu, -éi ou -ói, seguido ou não de -s
.
— Oxítonas com sílaba tônica terminada em ditongo aberto -éu, -éi ou
-ói, seguido ou não de -s, são acentuadas
.
Exemplos:
- mausoléu
- véus
- herói
- sóis
- fiéis
- anéis
.
REGRAS DE ACENTUAÇÃO DE PALAVRAS PROPAROXÍTONAS
.
— O que define a acentuação de uma paroxítona, palavra onde a
penúltima sílaba é tônica, é a sua terminação. Veja abaixo as regras
de acentuação de paroxítonas.
.
1. Paroxítonas terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps
.
— As palavras paroxítonas terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps são
acentuadas.
.
Exemplos:
- caráter
- esfíncter
- fóssil
- réptil
- líquen
- lúmen
- tórax
- córtex
- bíceps
- fórceps
.
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2. Paroxítonas terminadas em -ã e -ão


.
— Paroxítonas terminadas em -ã e -ão, seguidas ou não de -s, são
acentuadas.
.
Exemplos:
- órfã
- órfãs
- ímã
- ímãs
- órgão
- órgãos
- sótão
- sótãos
- bênção
- bênçãos

3. Paroxítonas terminadas em -um e -uns


.
— São acentuadas todas as palavras paroxítonas terminadas em -um
e -uns.
.
Exemplos:
- fórum
- fóruns
- quórum
- quóruns
- álbum
- álbuns
.
4. Paroxítonas terminadas em -om e -ons
.
— Recebem acento gráfico todas as paroxítonas que têm terminação -
om ou -ons.
.
Exemplos:
- Iândom
- prótons
- elétrons
- nêutrons
.
5. Paroxítonas terminadas em -us
.
— São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em -us.
.
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Exemplos:
— ânus
— vírus
— ônus
— húmus
— bônus
— tônus
— Vênus
.
6. Paroxítonas terminadas em -i e -is
.
— As palavras paroxítonas terminadas em -i seguido ou não de -s,
são graficamente acentuadas.
.
Exemplos:
- cáqui
- bílis
- júri
- oásis
- beribéri
- biquíni
- cútis
- grátis
-lápis
- táxi
.
7. Paroxítonas terminadas em -ei e -eis
.
— Recebem acento gráfico as palavras paroxítonas cuja terminação é
-ei ou -eis.
.
Exemplos:
- hóquei
- jóquei
- pônei
- saudáveis
- amásseis
- cantásseis
- fizésseis

Regras De Acentuação De Palavras Proparoxítonas.


.
As regras de acentuação das proparoxítonas, palavras onde a
antepenúltima sílaba é tônica, instituem que elas sejam sempre
acentuadas.
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.
Assim, toda proparoxítona é acentuada.
.
Exemplos:
- líquido
- lâmpada
- ácaro
- pássaro
- trânsito
- tática
- exército
- médico
- bárbaro
- árvore

SINAIS DE PONTUAÇÃO

— Sinais de Pontuação são sinais gráficos que contribuem para a


coerência e a coesão de textos, bem como têm a função de
desempenhar questões de ordem estílica.

—São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula ( , os dois


;)

pontos ), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as


(:

reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ) e o travessão (—).

— Como usar e exemplos.

Ponto (.)

— O ponto, ou ponto final, é utilizado para terminar a ideia ou discurso


e indicar o final de um período. O ponto é, ainda, utilizado nas
abreviações.

Exemplos:
— Acordei e logo pensei nela e na discussão que tivemos. Depois, saí
para trabalhar e resolvi ligar e pedir perdão.
— O filme recebeu várias indicações para o óscar.
— Esse acontecimento remonta ao ano 300 a.C., segundo afirmam os
nossos historiadores.

— Sr. João, lamentamos informar que o seu voo foi cancelado.

— Vírgula (,)

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— A vírgula indica uma pausa no discurso. Sua utilização é tão


importante que pode mudar o significado quando não utilizada ou
utilizada de modo incorreto. A vírgula também serve para separar
termos com a mesma função sintática, bem como para separar o
aposto e o vocativo.

Exemplos:
— Vou precisar de farinha, ovos, leite e açúcar.
— Rose Maria, apresentadora do programa da manhã, falou sobre as
receitas vegetarianas. (aposto)
— Desta maneira, Maria, não posso mais acreditar em você.
(vocativo)

Ponto e Vírgula (;) ;)

— O ponto e vírgula serve para separar várias orações dentro de uma


mesma frase e para separar uma relação de elementos.

— É um sinal que muitas vezes gera confusão nos leitores, já que ora
representa uma pausa mais longa que a vírgula e ora mais breve que
o ponto.

Exemplos:
— Os empregados, que ganham pouco, reclamam;
— os patrões, que não lucram, reclamam igualmente.
— Joaquim celebrou seu aniversário na praia;
— não gosta do frio e nem das montanhas.

Dois Pontos (:)


(:

— Esse sinal gráfico é utilizado antes de uma explicação, para


introduzir uma fala ou para iniciar uma enumeração.

Exemplos:
— Na matemática as quatro operações essenciais são: adição,
subtração, multiplicação e divisão.
— Joana explicou: — Não devemos pisar na grama do parque.

Ponto de Exclamação (!)

— O ponto de exclamação é utilizado para exclamar. Assim, é


colocado em frases que denotam sentimentos como surpresa, desejo,
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susto, ordem, entusiasmo, espanto.

Exemplos:
— Que horror!
— Ganhei!

Ponto de Interrogação (?)

— O ponto de interrogação é utilizado para interrogar, perguntar.


Utiliza-se no final das frases diretas ou indiretas-livre.

Exemplos:
— Quer ir ao cinema comigo?
— Será que eles preferem jornais ou revistas?

Reticências (...)

— As reticências servem para suprimir palavras, textos ou até mesmo


indicar que o sentido vai muito mais além do que está expresso na
frase.

Exemplos:
— Ana gosta de comprar sapatos, bolsas, calças…
— Não sei… Preciso pensar no assunto.

Aspas (" ")

— É utilizado para enfatizar palavras ou expressões, bem como é


usada para delimitar citações de obras.

Exemplos:
— Satisfeito com o resultado do vestibular, se sentia o “bom”.
— Brás Cubas dedica suas memórias a um verme: "Ao verme que
primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa
lembrança estas memórias póstumas."

Parênteses ( ( ) )

— Os parênteses são utilizados para isolar explicações ou acrescentar


informação acessória.

Exemplos:

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— O funcionário (o mais mal-humorado que já vi) fez a troca dos


artigos.
— Cheguei à casa cansada, jantei (um sanduíche e um suco) e
adormeci no sofá.

Travessão (—)

— O Travessão é utilizado no início de frases diretas para indicar os


diálogos do texto bem como para substituir os parênteses ou dupla
vírgula.

Exemplos:
— Muito descontrolada, Paula gritou com o marido: — Por favor, não
faça isso agora pois teremos problemas mais tarde.
— Maria - funcionária da prefeitura - aconselhou-me que fizesse
assim.

COMUNICACĀO E LINGUAGEM
.
— A comunicação está associada à linguagem e interação, de forma
que representa a transmissão de mensagens entre um emissor e um
receptor.
.
— Derivada do latim, o termo comunicação (“communicare”) significa
“partilhar, participar de algo, tornar comum”, sendo, portanto, um
elemento essencial da interação social humana.
.
— Os elementos que compõem a comunicação são:

1. EMISSOR: chamado também de locutor ou falante, o emissor é


aquele que emite a mensagem para um ou mais receptores, por
exemplo, uma pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre
outros.
.
2. RECEPTOR: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é
quem recebe a mensagem emitida pelo emissor.
.
3. MENSAGEM: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que
representa o conteúdo, o conjunto de informações transmitidas pelo
locutor.
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.
4. CÓDIGO: representa o conjunto de signos que serão utilizados na
mensagem.
.
5. CANAL DE COMUNICAÇÃO: corresponde ao local (meio) onde a
mensagem será transmitida, por exemplo, jornal, livro, revista,
televisão, telefone, dentre outros.
.
6. CONTEXTO: também chamado de referente, trata-se da situação
comunicativa em que estão inseridos o emissor e receptor.
.
— O ruído ocorre quando a mensagem não é decodificada de forma
correcta pelo interlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo locutor,
desconhecido pelo interlocutor; barulho do local; voz baixa; dentre
outros.
.
— A comunicação somente será efetivada se o receptor decodificar a
mensagem transmitida pelo emissor.
.
— Em outras palavras, a comunicação ocorre a partir do momento que
o interlocutor atinge o entendimento da mensagem transmitida.
.
— Nesse caso, podemos pensar em duas pessoas de países
diferentes e que não conhecem a língua utilizada por elas (russo e
mandarim).
.
— Sendo assim, o código utilizado por elas é desconhecido e,
portanto, a mensagem não será inteligível para ambas,
impossibilitando o processo comunicacional.
.
IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
.
— O acto de comunicar-se é essencial tanto para os seres humanos e
os animais, uma vez que através da comunicação partilhamos
informações e adquirimos conhecimentos.
.
— Note que somos seres sociais e culturais. Ou seja, vivemos em
sociedade e criamos culturas as quais são construídas através do
conjunto de conhecimentos que adquirimos por meio da linguagem,
explorada nos atos de comunicação.
.
— Quando pensamos nos seres humanos e nos animais, fica claro
que algo essencial nos distingue deles: a linguagem verbal.
.
— A criação da linguagem verbal entre os seres humanos foi
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essencial para o desenvolvimento das sociedades, bem como para a


criação de culturas.
.
— Os animais, por sua vez, agem por extinto e não pelas mensagens
verbais que são transmitidas durante a vida. Isso porque eles não
desenvolveram uma língua (código) e por isso, não criaram uma
cultura.
.
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
.
— Importante lembrar que existem duas modalidades básicas de
linguagem, ou seja, a linguagem verbal e a linguagem não verbal.
.
— A primeira é desenvolvida pela linguagem escrita ou oral, enquanto
a outra pode ocorrer por meio de gestos, desenhos, fotografias, dentre
outros.
.
Outra classificação que existe para esse termo é a seguinte:

1. Linguagem padrão: é a formal, que tem mais prestígio social, usada


em artigos científicos, jornais, artigos, conferências e outros contextos
que exijam a utilização da norma culta da Língua Portuguesa.
.
2. Linguagem não padrão: são todas aquelas que fogem desse
padrão, envolvendo uso de gírias, regionalismos, abreviações,
neologismos e outros recursos, mais típicos da oralidade.

— Vale lembrar que não existe uma linguagem certa. Uma pessoa que
utiliza a língua padrão em seu quotidiano não está mais correta do que
alguém que, ao conversar com a família, adota a linguagem típica da
região em que vive, por exemplo. O importante é que haja adequação
de acordo com o contexto.
.
MEIOS DE COMUNICACĀO
.
— Os meios de comunicação representam um conjunto de veículos
destinados à comunicação, e, portanto, se aproximam do chamado
“Canal de Comunicação”.
.
— Eles são classificados em dois tipos: individual ou de massa
(comunicação social). Ambos são muito importantes para difusão de
conhecimento entre os seres humanos na atualidade, por exemplo: a
televisão, o rádio, a internet, o cinema, o telefone, dentre outros.
.
TIPOS DE COMUNICAÇÃO
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.
— De acordo com a mensagem transmitida a comunicação é
classificada de duas maneiras:
.
1. Comunicação verbal: uso da palavra, por exemplo na linguagem
oral ou escrita.
.
2. Comunicação não verbal: não utiliza a palavra, por exemplo, a
comunicação corporal, gestual, de sinais, dentre outras.

FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS CONSTITUINTES DA


FRASE

1. SUJEITO - é um ser ou uma coisa com o qual se faz uma afirmação


ou uma negação.
.
— O nokia é meu telemóvel
.
TOPOS DE SUJEITO:
.
Simples:
— O nókia é meu telemóvel
.
Composto:
— O nokia e o android são meus telemóveis
.
Subentendido:
— Fizemos o jantar às pressas
.
(O sujeitoaqui é "Nós" - este tipo de sujeito é facilmente verificável
através da forma verbal).
.
Indeterminado:
— Batem a porta
— Faz-se tarde
.
(O sujeito é indeterminado quando não se pode nomear o ser ou
coisa; E quando um verbo conjugado na terceira pessoa se fizer
acompanhar do pronome pessoal "se)
.
NOTA: aquelas frases cujo verbo exprime fenômenos da natureza,
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não têm sujeito:


— Chove bastante.
.
2. PREDICADO: é tudo o que se declara positiva ou negativamente a
respeito do sujeito.
— A lapiseira é minha
— A lapiseira não é minha
.
Tipos de predicado
.
PREDICADO VERBAL: é aquele constituído por um verbo de
significação definida. (Ou seja, não precisa de um complemento para
completar o seu sentido).
.
— O Paulo morreu
— O Miguel trabalha.
.
PREDICADO NOMINAL: é aquele constituído por um verbo de
significação indefinida (precisa de um complemento para completar o
seu sentido)
.
— O livro é dela
— O Paulo está ocupado

3, COMPLEMENTOS DO VERBO
.
— Complemento do verbo: é aquele que aparece na frase para
completar o sentido do verbo.
.
1. Complemento Directo: indica o ser ou a coisa sobre o qual recai a
acção expressa pelo verbo. O complemento directo responde as
seguintes perguntas: "o quê?" / "Quem?"
.
— O Paulo lava o carro
— O Miguel estuda Inglês
.
Complemento Indirecto: indica o destinatário da acção expressa pelo
verbo. E responde as seguintes perguntas: de quê? de quem? para
quê? para quem? a quem?
.

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— O Paulo lava o carro do Miguel


.
— O Paulo deu sua palavra ao Miguel
.
Complementos Circunstancias: são palavras ou expressões que
designam uma circunstância ocasional da acção expressa pelo verbo.
.
— As várias circunstâncias expressas pelo verbo são:
.
Tempo:
— estudo desde "3 de agosto"
Lugar:
— estudo "no colégio ulumbu"
Modo:
— fiz o trabalho "com muito prazer"
Companhia:
— fui ao mercado "com o Miguel"
Fim:
— eu estudo "para passar no teste"
Meio:
— fui a escola "de carro"
Instrumento:
— eu como "com garfo a faca"
.
4. Complementos do nome – são aqueles que aparecem na frase
para completar o sentido do nome.
Aposto – é um substantivo que se junta ao outro substantivo para o
caracterizar ou determinar, a que nome se refere.
Exemplo:
— Paulo, o Miguel é muito inteligente
— Maria, a cantora, está doente

Atributo – é o objecto que se junta ao substantivo para o caracterizar


ou determinar o ser que o substantivo designa.
Exemplo:
— Homem trabalhador é sempre melhor
— Mulher interesseira não merece homem trabalhador
.

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Vocativo – é um nome ou expressão que serve para chamarmos ou


nos dirigirmos a alguém
Exemplo:
— Menino, vem cá!
— Professor, poderia por favor explicar novamente?

COESÃO E COERÊNCIA
.
— A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais na
construção textual.
.
— Para que um texto seja eficaz na transmissão da sua mensagem é
essencial que faça sentido para o leitor.
.
— Além disso, deve ser harmonioso, de forma a que a mensagem flua
de forma segura, natural e agradável aos ouvidos.
.
COESÃO TEXTUAL
.
— A coesão é resultado da disposição e da correcta utilização das
palavras que propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos
de um texto. Ela colabora com sua organização e ocorre por meio de
palavras chamadas de conectivos.
.
MECANISMOS DA COESÃO
.
— A coesão pode ser obtida através de alguns mecanismos: anáfora e
catáfora.
.
— A anáfora e a catáfora se referem à informação expressa no texto
e, por esse motivo, são qualificadas como endofóricas.
.
— Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa,
contribuindo com a ligação e a harmonia textual.
.
ALGUMAS REGRAS DE COESÃO
.
Confira abaixo algumas regras que garantem a coesão textual:

1. Referência

a) Pessoal: utilização de pronomes pessoais e possessivos.

Exemplo:
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— João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto. (Referência


pessoal anafórica)

b) Demonstrativa: utilização de pronomes demonstrativos e


advérbios.

Exemplo:
— Fiz todas as tarefas, com exceção desta: arquivar a
correspondência. (Referência demonstrativa catafórica)

c) Comparativa: utilização de comparações através de semelhanças.

Exemplo:
— Mais um dia igual aos outros… (Referência comparativa endofórica)

2. Substituição

Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma


de evitar as repetições.

Exemplo:
— Vamos à prefeitura amanhã, eles irão na próxima semana.

— Nota: Observe que a diferença entre a referência e a substituição


está expressa especialmente no fato de que a substituição acrescenta
uma informação nova ao texto.
.
— No caso de “João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto”, o
pronome pessoal referencia as pessoas João e Maria, não
acrescentando informação adicional ao texto.

3. Elipse

— Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma


frase, pode ser omitido através da elipse.

Exemplo:
— Temos ingressos a mais para o concerto. Você os quer?

(A segunda oração é perceptível mediante o contexto. Assim,


sabemos que o que está sendo oferecido são ingressos para o
concerto.)

4. Conjunção

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A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas.

Exemplo:
— Nós não sabemos quem é o culpado, mas ele sabe. (adversativa)

Coesão Lexical

— A coesão lexical consiste na utilização de palavras que possuem


sentido aproximado ou que pertencem a um mesmo campo lexical.
São elas: sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos, entre outros.

Exemplo:
— Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A
instituição está literalmente caindo aos pedaços.

COERÊNCIA TEXTUAL

— A Coerência é a relação lógica das ideias de um texto que decorre


da sua argumentação - resultado especialmente dos conhecimentos
do transmissor da mensagem.

— Um texto contraditório e redundante ou cujas ideias iniciadas não


são concluídas, é um texto incoerente. A incoerência compromete a
clareza do discurso, a sua fluência e a eficácia da leitura.

— Assim a incoerência não é só uma questão de conhecimento,


decorre também do uso de tempos verbais e da emissão de ideias
contrárias.

Exemplos:
— O relatório está pronto, porém o estou finalizando até agora.
(processo verbal acabado e inacabado)
— Ele é vegetariano e gosta de um bife muito mal passado. (os
vegetarianos são assim classificados pelo fato de se alimentar apenas
de vegetais)

Fatores de Coerência

— São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência de um


texto, tendo em vista a sua abrangência. Vejamos alguns:

1. Conhecimento de Mundo - É o conjunto de conhecimento que


adquirimos ao longo da vida e que são arquivados na nossa memória.

— São o chamados frames (rótulos), esquemas (planos de


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funcionamento, como a rotina alimentar: café da amanhã, almoço e


jantar), planos (planejar algo com um objetivo, tal como jogar um
jogo), scripts (roteiros, tal como normas de etiqueta).

Exemplo:
— Peru, Panetone, frutas e nozes. Tudo a postos para o Carnaval!

— Uma questão cultural nos leva a concluir que a oração acima é


incoerente. Isso porque “peru, panetone, frutas e nozes” (frames) são
elementos que pertencem à celebração do Natal e não à festa de
carnaval.

2. Inferências

— Através das inferências, as informações podem ser simplificadas se


partimos do pressuposto que os interlocutores partilham do mesmo
conhecimento.

Exemplo:
— Quando os chamar para jantar não esqueça que eles são indianos.
(ou seja, em princípio, esses convidados não comem carne de vaca)

Factores de contextualização

— Há fatores que inserem o interlocutor na mensagem providenciando


a sua clareza, como os títulos de uma notícia ou a data de uma
mensagem.

Exemplo:
— Está marcado para às 10h.
— O que está marcado para às 10h? Não sei sobre o que está falando.

Informatividade

— Quanto maior informação não previsível um texto tiver, mais rico e


interessante ele será. Assim, dizer o que é óbvio ou insistir numa
informação e não desenvolvê-la, com certeza desvaloriza o texto.

Exemplo:
— O Brasil foi colonizado por Portugal.

Princípios Básicos

— Após termos visto os fatores acima, é essencial ter em atenção os


seguintes princípios para se obter um texto coerente:
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Princípio da Não Contradição - ideias contraditórias


Princípio da Não Tautologia - ideias redundantes
Princípio da Relevância - ideias que se relacionam

CONECTIVOS
— Conectivos são palavras ou expressões que interligam as frases,
períodos, orações, parágrafos, permitindo a sequência de ideias.

— Esse papel é desempenhado, sobretudo, pelas conjunções, palavras


invariáveis usadas para ligar os termos e orações em um período. Além
disso, alguns advérbios e pronomes também podem exercer essa
função.

— Os conectivos são elementos essenciais no desenvolvimento dos


textos, uma vez que estão relacionados com a coesão textual.

— Assim, se forem mal empregados, reduzem a capacidade de


compreensão da mensagem e comprometem o texto.

Lista de Conectivos

1. Prioridade e relevância

— Esses conectores são muito usados no início das frases para


apresentar uma ideia. Eles também podem oferecer relevância ao que
está sendo apresentado.

— Em primeiro lugar; antes de mais nada; antes de tudo; em princípio;


primeiramente; acima de tudo; principalmente; primordialmente;
sobretudo; a priori; a posteriori; precipuamente.

Exemplo:
— Primeiramente devemos atentar ao conceito de pluralidade cultural.

2. Tempo, frequência, duração, ordem ou sucessão

— Esses conectivos situam o leitor na sucessão dos acontecimentos ou


das ideias. Por esse motivo, são muito explorados em textos narrativos.

— Então; enfim; logo; logo depois; imediatamente; logo após; a


princípio; no momento em que; pouco antes; pouco depois;
anteriormente; posteriormente; em seguida; afinal; por fim; finalmente;

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agora; atualmente; hoje; frequentemente; constantemente; às vezes;


eventualmente; por vezes; ocasionalmente; sempre; raramente; não
raro; ao mesmo tempo; simultaneamente; nesse ínterim; nesse meio
tempo; nesse hiato; enquanto, quando; antes que; depois que; logo
que; sempre que; assim que; desde que; todas as vezes que; cada vez
que; apenas; já; mal; nem bem.

Exemplo:
— Logo após sair da aula, Bianca teve um encontro com Arthur.

3. Semelhança, comparação ou conformidade

— Utilizamos esse tipo de conectivos para estabelecer uma relação


com uma ideia ou um conceito que já foi apresentado anteriormente no
texto. Além disso, eles são usados para apontar ideias de outro texto
(intertextualidade).

— Igualmente; da mesma forma; assim também; do mesmo modo;


similarmente; semelhantemente; analogamente; por analogia; de
maneira idêntica; de conformidade com; de acordo com; segundo;
conforme; sob o mesmo ponto de vista; tal qual; tanto quanto; como;
assim como; como se; bem como.

Exemplo:
— De acordo com as ideias de Darcy Ribeiro, o povo brasileiro é muito
diverso.

4. Condição ou hipótese

— Esses termos são utilizados em situações circunstanciais que podem


oferecer hipóteses para uma situação futura. Se; caso; eventualmente.

Exemplo:
— Caso chova essa tarde, não iremos na academia.

5. Continuação ou adição

— Utilizamos os conectivos de continuação ou adição para acrescentar


algo ao texto e que esteja relacionado com o que anteriormente foi
apresentado.

— Além disso; demais; ademais; outrossim; ainda mais; por outro lado;
também; e; nem; não só; como também; não apenas; bem como.

Exemplo:
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— Suzana foi professora na Universidade de Minas Gerais no período


da Ditadura Militar. Além disso, foi coordenadora do Departamento de
Artes vinculado à Secretaria de Cultura do município de Belo Horizonte.

6. Dúvida

— Utilizamos esses conectivos para inserir no texto uma dúvida ou


probabilidade.

— Talvez; provavelmente; possivelmente; quiçá; quem sabe; é


provável; não certo; se é que.

Exemplo:
— É provável que Tomás não venha trabalhar hoje.

7. Certeza ou ênfase

— Utilizamos esses elementos de coesão quando queremos ressaltar


algo que temos certeza ou mesmo para enfatizar uma ideia no texto.

— Por certo; certamente; indubitavelmente; inquestionavelmente; sem


dúvida; inegavelmente; com certeza.

Exemplo:
— Certamente Cecília esteve envolvida no caso de roubo.

8. Surpresa ou imprevistos

— Esses elementos enfatizam uma surpresa ou mesmo algo que não


estava previsto acontecer. São muito utilizados nos textos descritivos e
narrativos.

— Inesperadamente; de súbito; subitamente; de repente;


imprevistamente; surpreendentemente.

Exemplo:
— De repente vimos o dono da empresa nas galerias de arte.

9. Ilustração ou esclarecimento

— Utilizamos esses conectivos como forma de esclarecer algum


conceito ou ideia apresentados no texto, Por exemplo; isto é; ou seja;
aliás.

Exemplo:
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— Os estudantes poderão utilizar diversos locais da faculdade durante


o evento, ou seja, o anfiteatro, a biblioteca, o refeitório e o pátio.

10. Propósito, intenção ou finalidade

— Nesse caso, o produtor do texto tem um propósito ou uma finalidade


definida. Ou seja, ele quer apresentar o objetivo relacionado com o que
almeja alcançar.

— Com o fim de; a fim de; como propósito de; com a finalidade de; com
o intuito de; para que; a fim de que; para; ao propósito.

Exemplo:
— Com o intuito de ganhar mais votos para as eleições, Joaquim
divulgou muito seu trabalho.

11. Lugar, proximidade ou distância

— Advérbios de lugar e pronomes demonstrativos são algumas classes


gramaticais que envolvem esses conectivos. Eles são utilizados para
indicarem a distância entre algo.

— Perto de; próximo a ou de; justo a ou de; dentro; fora; mais adiante;
aqui; além; acolá; lá; ali; este; esta; isto; esse; essa; isso; aquele;
aquela; aquilo; ante, a.

Exemplo:
— Eles viveram muitos anos próximos da Catedral, no centro da
cidade.

12. Conclusão ou resumo

— Muito comum serem utilizados na conclusão de um parágrafo ou


mesmo de uma redação para resumir as ideias que foram apontadas no
texto. Em suma; em síntese; enfim; em resumo; portanto; assim; dessa
forma; dessa maneira; desse modo; logo; pois; assim sendo; nesse
sentido.

Exemplo:
— Em resumo, podemos notar o aumento das taxas alfandegárias
durante o período apresentado.

13. Causa, consequência e explicação

— Esses elementos conectivos servem para explicar as causas e


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consequências de uma ação, um fenômeno, etc.

— Por consequência; por conseguinte; como resultado; por isso; por


causa de; em virtude de; assim; de fato; com efeito; tão; tanto;
tamanho; que; porque; porquanto; pois; já que; uma vez que; visto que;
como (no sentido de porquê); portanto; que; de tal forma que; haja
vista.

Exemplo:
— O aquecimento global tem afetado diretamente o ser humano e os
animais. Como resultado, temos a extinção de muitas espécies.

14. Contraste, oposição, restrição, ressalva

— Os conectivos de oposição, como o próprio nome indica, servem


para opor ideias ou conceitos num período.

— Pelo contrário; em contraste com; salvo; exceto; menos; mas;


contudo; todavia; entretanto; no entanto; embora; apesar de; ainda que;
mesmo que; posto que; ao passo que; em contrapartida.

Exemplo:
— Embora o Brasil seja um país diverso, podemos encontrar
singularidades em muitas regiões do país.

15. Ideias alternativas

— Nesse caso, usamos os conectivos quando queremos citar mais de


uma opção. Ou...ou; quer...quer; ora...ora.

Exemplo:
— Ou enfrentamos o problema, ou não poderemos mais trabalhar
juntos.

Frase, Oração e Período


— Embora muitas pessoas usem os termos frase, oração e período
como sinônimos, eles apresentam conceitos distintos:

O que é frase?

— Frase é todo o enunciado linguístico que tem sentido completo e


termina com uma pausa pontuada. Não é necessário haver verbo para

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a formação de uma frase quando o que foi enunciado tem sentido


completo.

Exemplos de frases:
— Silêncio!
— E agora, José?
— Choveu.
— Não sei o que dizer ...

— As frases são marcadas por entonação que, na escrita, ocorrem


com o recurso dos sinais de pontuação. Sem a pontuação, as palavras
são apenas vocábulos soltos.

Tipos de frases

— Frases declarativas: o emissor da mensagem constata algum fato


de maneira afirmativa ou negativa.

Exemplos:
— O curso termina esse ano (afirmativa);
— O curso não termina esse ano negativa).

— Frases interrogativas: o emissor da mensagem interroga sobre


algo direta ou indiretamente.

Exemplos:
— Você quer comer? (pergunta direta);
— Gostaria de saber se você quer comer (pergunta indireta).

— Frases exclamativas: o emissor da mensagem manifesta emoção,


surpresa.
Exemplos:
— Que lindo!; Puxa vida!

— Frases imperativas: o emissor da mensagem emite uma ordem,


conselho ou pedido, seja de maneira afirmativa ou negativa.
Exemplos: Faça o almoço (afirmativa); Não faça o almoço (negativa).

— Frases optativas: o emissor da mensagem expressa o desejo


sobre algo.

Exemplo:
— Que Deus te acompanhe!;
— Muitas felicidades nessa nova fase.

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O que é oração?

— A oração é o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou


de uma locução verbal. Elas podem ou não ter sentido completo.

— Acabamos, finalmente!
— Levaram tudo.
— É provável.
— Estamos indo ...

Tipos de oração

— Dependendo da relação sintática estabelecida, as orações são


classificadas de duas maneiras:

1. Orações coordenadas: são orações independentes onde não


existe relação sintática entre elas e, por isso, possuem um sentido
completo.

Exemplo:
— Fomos para o Congresso e apresentamos o artigo. (Oração 1:
Fomos ao Congresso; Oração 2: apresentamos o artigo.).

2. Orações subordinadas: são orações dependentes onde uma está


subordinada à outra e, por isso, sozinhas não possuem um sentido
completo.

Exemplo:
— É possível que Juliana não faça a prova. (Oração 1: É possível;
Oração 2: que Juliana não faça a prova.).

Os termos essenciais da oração

— As orações são estruturadas em torno de um sujeito e de um


predicado que, por isso, são chamados de termos essenciais da
oração.

— O sujeito é o elemento da oração sobre o qual se declara algo,


enquanto predicado é a declaração feita sobre o sujeito.

Exemplo:
— Os alunos homenagearam o professor.

Sujeito: Os alunos
Predicado: homenagearam o professor.
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Há outros termos que completam o sentido de outros (termos


integrantes da oração) e termos presentes na oração que poderiam
ser retirados da mesma sem que o seu sentido fosse afetado (termos
acessórios da oração).

O que é período?

— Período é frase organizada em uma ou mais orações. O período


pode ser simples ou composto.

Tipos de período

1. Período Simples

— O período simples é formado por somente uma oração agrupada


em torno de um único verbo ou de uma única locução verbal. Quando
isso ocorre, o período é denominado oração absoluta.

Exemplos de período simples:


— Estamos felizes com os resultados.
— Faltam apenas alguns dias.
— Talvez eu vá.

2. Período Composto

— O período composto é formado por mais de uma oração. Nesse


caso, a quantidade de orações é sujeita ao número de verbos ou de
locuções verbais.

Exemplos de período composto:

— Faça como eu pedi.


— Não sei se tenho coragem.
— Começou a gritar enquanto ele ia passando.

COORDENAAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
— O período composto é formado por mais do que uma oração e pode
ser classificado em Período composto por Coordenação e Período
composto por Subordinação.

— Há tantas orações quanto o número de verbos existentes no


período, ou seja, oração = número de verbos

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Período composto por Coordenação

— No período composto por coordenação a oração não exerce função


sintática com relação a outras orações, ou seja, ela é independente ou
absoluta.

Exemplos:
— Acordei/, tomei café/ e apanhei o ônibus.
— Viu o filme,/ mas não compreendeu o enredo.

Orações Coordenadas Sindéticas e Assindéticas

— As orações coordenadas podem ser Sindéticas ou Assindéticas,


mediante o uso ou não de conjunção.

Exemplos:
— Acordei/, tomei café/ e apanhei o ônibus. (duas orações
coordenadas assindéticas e uma oração coordenada sindética “e
apanhei o ônibus.”)

— Viu o filme/ mas não compreendeu o enredo. (uma oração


coordenada assindética e uma oração coordenada sindética “mas não
compreendeu o enredo.”)

Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

1. Aditivas - exprimem ideia de soma.

Exemplo:
— Faço natação e judô.

2. Adversativas - exprimem ideia de adversidade, contrariedade.

Exemplo:
— Vou ao casamento, todavia não posso ficar para a festa.

3. Alternativas - exprimem ideia de alternância, escolha.

Exemplo:
— Vamos ao cinema hoje, quer você queira quer não.

4. Conclusivas - exprimem ideia de conclusão.

Exemplo:
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— Está chovendo, portanto, não vamos ao parque.

5. Explicativas - exprimem ideia de explicação, justificação.

Exemplo:
— Estou atrasado, na verdade, adormeci.

Período composto por Subordinação

— No período composto por subordinação a oração exerce função


sintática com relação a outras orações, uma vez que se relacionam
entre si.

Exemplos:
— Não entendi/ o que você quis dizer com isso.
— Vou sair/ para esquecer o acontecimento.

Classificação das Orações Subordinadas

1. Orações Subordinadas Substantivas - exercem função de


substantivo.

Exemplo:
— É urgente/ que você ligue para a escola.
— Lembre-se/ de fazer as compras.

2. Orações Subordinadas Adjetivas - exercem função de adjetivo.

Exemplo:

— Não gosto de pessoas/ que estão sempre a reclamar.


— As matérias/ que são mais difíceis/ exigem mais de nós

3. Orações Subordinadas Adverbiais - exercem função de advérbio.

Exemplo:
— "Enquanto um burro fala,/ o outro abaixa a orelha."
— O pudim da avó é tão saboroso/ quanto o da mãe.

RELAÇÕES ENTRE AS PALAVRAS (homófonas,


homógrafas, homónimas, sinónimas, antónimas, parónimas,
hiperónimos/hipônimos, holónimos/merônimos)
.

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— HOMÓFONAS - mesma pronúncia, mas grafia e significado


diferente.

— Acento: sinal gráfico


— Assento: lugar para nos sentarmos
— Censo: recenceamento
— Senso: juízo
.
— HOMÓGRAFAS - mesma grafia, mas pronúncia e significado
diferente

— Hábito: costume
— Habito: do verbo habitar
— Cópia: reprodução gráfica
— Copia: do verbo copiar
.
— HOMÓNIMAS - mesma grafia e pronúncia, mas significado
diferente

— Como: do verbo comer


— Como: conjunção
— Cabo: de eletricidade
— Cabo: posto militar

— PARÓNIMAS - significado diferente, mas a grafia e pronúncia


relativamente próximas.

— Comprimento (dimensão)
— Cumprimento (saudar)

.
— SINÔNIMAS - mesmo sentido de equivalência.
.
— Saudar (cumprimentar)
— Terminar (acabar)

.
— ANTÓNIMAS - palavras com sentido oposto
.
— Quente (frio)
— Presente (ausente)

— HIPERÓNIMOS/HIPÔNIMOS - relações de hierarquia entre


palavras que apresentam um sentido mais geral (hiperónimo), em
relação a outras de significado mais restrito. (hipônomos)
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.
FLOR: (hiperónimo)
— rosa (hipônimo)
— margarida (hipônimo)
— girassol (hipônimo)
— cravo, etc (hipônimo)
.
— HOLÓNIMOS/MERÔNIMOS: relação de inclusão entre palavras em
que uma representa o todo (holónimo) e as outras, a parte.
(merónimos)

CORPO: (holónimo)
— cabeça (merónimo)
— tronco (merónimo)
— membros, etc (merónimo)

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