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O anúncio do Evangelho e o cuidado com a dignidade humana são as prioridades da missão da Igreja, inclusive no ambiente
universitário. E para realizar concretamente essa missão, a Igreja se organiza em pastorais conforme o ícone de Jesus, o
Bom Pastor (Jo 10,11)
No ambiente universitário, a pastoral da Igreja exprime mais claramente a disposição para o ecumenismo e o diálogo inter-
religioso, por se compreender em um espaço de pluralidades. Portanto, a Faculdade Católica, ao mesmo tempo em que
adota, na identidade de pessoa jurídica, sua natureza confessional, assume também uma abordagem respeitosa e aberta ao
diálogo com as diferentes expressões religiosas, que têm compromisso com a vida e a dignidade da pessoa humana.
Hoje a discussão se dá em torno da nomenclatura: Pastoral Universitária (PU) ou Pastoral da Universidade (PdU). A PU está
diretamente vinculada à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e PdU é aquela que é organizada internamente
pela Instituição de Ensino Superior, que pode ter articulação externa ligada à Pastoral da Diocese e, consequentemente estar
em diálogo com outras IES. Nesse impasse, a FCST pretende se definir somente após superada a fase atual de estudo e
nucleação. No entanto, é possível fazer algumas considerações iniciais a respeito do impasse: PU – PdU.
A PU por estar mais alinhada à vida eclesial tem um viés mais devocional e catequético, de natureza paroquial, por isso
alguns falam de uma Paróquia Universitária, inclusive com a presença de um capelão.
A PdU parece mais apropriada para uma pastoral mais envolvida com o mundo do ensino, da pesquisa e da extensão. O
anúncio de Paulo, apóstolo, no Areópago é um exemplo de evangelização que inspira a PdU (Atos 17, 22-32). Nesse sentido
ela abre um leque de possibilidades para a evangelização entendida como capacidade propositiva, que lhe é peculiar.
Adequada à se inserir no campo da investigação e discussão, a PdU pretende encontrar seu espaço no mundo da ciência,
zelando pelos princípios inalienáveis de defesa da vida e respeito à dignidade da pessoa humana.
Entre as duas metodologias de pastorais nas Universidades – PU e PdU – a diferença é que: a) A primeira assume a natureza
doutrinária-catequética; b) a segunda expressa o aspecto evangélico-missionário.
Certamente o evangélico-missionário será mais bem recebido no espaço que recepciona a todos indistintamente, como é o
mundo universitário.
Ambas as metodologias de interação pastoral estão comprometidas com os princípios da vida e dignidade humana. Daí por
que, seja PU ou PdU, estarão pautadas em tais princípios, primeiramente no ambiente de convivência da Instituição,
promovendo as ações lhe são inerentes:
Na FCST, a PU, assim chamada até que seja definida a nomenclatura) encontra-se na fase de estudo e nucleação, que
começa com a inscrição dos interessados a compor o grupo, que vai trabalhar no Projeto pastoral nesta IES.
O ambiente acadêmico, permeado por inúmeras áreas de atuação e corre-corre de atividades, pode
transparecer a ilusória sensação de que o programa formativo da faculdade é apenas intelectual. No entanto
e, sobretudo, no ambiente universitário cristão é necessário tomar consciência de que a faculdade
desempenha um papel extremamente importante no desenvolvimento da sociedade.
Para isso é preciso construir meios que promovam não apenas a conquista de um diploma ou que
estabeleçam um critério de aprovação pautado na capacidade de gravar conteúdos e reproduzi-los
mecanicamente. Aquilo que se está acostumando chamar de comunidade acadêmica deve ser um corpo
integrado e preocupado pela formação do ser humano em todas as suas dimensões, que não estão reduzidas
apenas ao âmbito intelectual.
Por isso, é de fundamental importância a existência de uma Pastoral Universitária. Ora, o termo pastoral
inspira e nos remete para uma atitude de cuidado. Aquele que é “pastor” ou “pastora” é precisamente aquele
e aquela que cuida de um rebanho. Do mesmo modo as pastorais e nesse caso a Pastoral Universitária é
chamada a cuidar desse corpo, que nomeamos comunidade acadêmica, formada por alunos, professores,
colaboradores, coordenações e direção.
Nesse processo é importante ter consciência de que somos uma pastoral católica e como tal precisamos nos
identificar, no entanto, antes de fazer proselitismo ou imposições estéreis é preciso promover uma sadia
integração de todos em prol de uma formação humana cada vez mais autêntica. É evidente que acreditamos
que o Evangelho possui uma potencialidade incomensurável no processo de formação do ser humano, no
entanto, como disse o Papa Bento XVI em sua homilia na missa de abertura da V Conferência Geral do
Episcopado Latino-americano, em 13 de maio de 2007, aqui no Brasil, e depois reproduzida pelos bispos no
Documento Final de Aparecida: “A Igreja cresce, não por proselitismo, mas por ‘atração’: como Cristo ‘atrai
tudo para si’ com a força do seu amor.” (Documento de Aparecida, 159). E ainda, “ […] não se começa a ser
cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma
Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva […]” (Documento de
Aparecida, 12).
Portanto, deve ser natural crescer em harmonia com todos os seguimentos religiosos e não-religiosos que se
encontram dentro do ambiente acadêmico, formar comunidade que respeita as diferenças, cuidar-se
mutuamente e interessar-se pela verdade, pelo bem comum, justiça, solidariedade etc. Aqui na Fapcom, a
Pastoral Universitária fez a opção de trilhar o seu itinerário e dar sua contribuição fundamentando-se em três
dimensões: Espiritualidade, Cultura do Encontro e Ação Solidária. Apesar da teoria bem formulada sabemos
que Pastoral não se faz com uma pessoa, mas com a união das forças, acreditando nos valores cristãos do
Evangelho e no testemunho que edifica, inspira e transforma.
Justificativa
“A Universidade pretende ser lugar privilegiado, mas não exclusivo, para criar
e divulgar o saber sistematizado em escala universal, no qual as várias
ciências e artes (técnicas) se integram harmoniosamente, por meio da
interdisciplinaridade. A visão da cultura, do mundo, da história e da vida que
nasce e é difundida na Universidade deve ser, por definição, ampla, universal,
mas deve também encarnar-se na situação própria de cada lugar e país. Suas
tarefas fundamentais são a pesquisa, o ensino e a extensão.” (Estudos da
CNBB 56, no. 121).
Com uma postura critica e ética a Igreja deve procurar junto com este mundo
de saber as respostas aos grandes desafios do nosso tempo, com uma atenção
especial nas áreas da dignidade do ser humano, a renovação da vida
comunitária e a construção de uma sociedade verdadeiramente solidária.
Objetivo
Evangelizar proclamando a Boa Nova de Jesus Cristo à comunidade
Universitária em geral, promovendo um dialogo entre fé, cultura e ciência, para
formar cristãos capacitados e competentes capazes de responder aos desafios
deste tempo, e, de colocar o saber ao serviço da transformação deste mundo e
a construção de uma sociedade justa e solidária a caminho do REINO
definitivo.
Diretrizes
Oferecer cursos de Pastoral Universitária para iniciantes a se realizarem
por províncias eclesiásticas.
Reunir militantes em cada Diocese do Paraná e respectivas Instituições
de Ensino Superior, para que, em pequenos grupos possam partilhar suas
vidas, aprofundar sua fé, discutir os problemas da IES onde estudam,
através da Revisão de Vida e Revisão da Prática, utilizando o método Ver-
Julgar-Agir, rever e celebrar.
Transformar a Universidade e a ciência, de ambiente aparentemente
neutro, em ambiente ético e em instrumento de serviço para toda a
comunidade humana, com especial consideração pelos mais
necessitados e marginalizados.
Assumir a evangélica opção preferencial pelos pobres nos diversos
ambientes de atuação da universidade (Movimento Estudantil,
Representação Discente na estrutura Universitária, projetos de pesquisa,
de extensão e ensino) e, também, fora dela no movimento popular,
sindicatos, e Partidos, respeitando a diversidade de dons e colocando o
saber a serviço da solidariedade.
Vivenciar a espiritualidade própria da Pastoral Universitária à luz da
pessoa de Jesus e o anuncio da Boa Nova, através do dialogo, da
fraternidade, e da solidariedade.
Atuar organicamente através da Pastoral de Conjunto e Comunhão
Eclesial, tendo contatos com a coordenação Regional da Pastoral da
Juventude, Pastoral da Educação, Pastoral da Cultura e outras afins,
tendo presente o sentimento de unidade na diversidade, inseridos na
Igreja local, unidos a seu Pastor, em espírito de comunhão e participação,
colaborando na construção do Reino de Deus.
Atividades Permanentes
Encontro anual Regional da Pastoral Universitária.
Representação nos Cursos e Assembleias Diocesanas, Provinciais,
Regionais e Nacionais.
Visitas a grupos de Pastoral Universitária nas Dioceses.
Oferecer cursos de formação nas Províncias e Dioceses.