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PROJETO GEOMÉTRICO DE

RODOVIAS
10 – Terraplenagem –
Cálculo de Volumes
Curso: Técnico em Agrimensura

Prof. Paulo Augusto F. Borges – Revisão: Prof. Angelo Oliveira


CÁLCULO DE VOLUMES

1. Introdução

Em um projeto de estradas, uma das principais


metas é encontrar uma solução que permita a
construção de uma estrada com o menor movimento
de terras possível, cumprindo as normas vigentes
para um traçado racional.
O custo do movimento de terra é significativo em relação
ao custo total da estrada.
O equilíbrio entre volumes de cortes e aterros,
minimizando empréstimos e/ou bota-foras acarreta em
menores custos de terraplenagem.
CÁLCULO DE VOLUMES

1. Introdução

Ao conjunto de operações que permitem a construção


de uma estrada com a menor movimentação de terras
possível, dá-se o nome de terraplenagem, a qual é
executada com as seguintes etapas:
 Desmatamento e limpeza da faixa a ser usada pela
estrada;
 Raspagem da vegetação superficial;
 Execução de estradas de serviço;
 Escavação do solo que se encontra acima da cota de
projeto;
 Transporte do material escavado;
CÁLCULO DE VOLUMES

 Aterro nos locais onde o terreno está abaixo do projeto;


 Compactação dos aterros;
 Conformação das plataformas, taludes e bermas
(plataformas com largura em torno de 4 m e inclinação
apropriada para garantir o escoamento superficial e
equilíbrio dos taludes);
 Abertura de valas para serviços de drenagem;
 Abertura de cavas para fundações de obras civis.

Entre os diferentes itens citados, os que mais pesam na


composição do custo final da terraplenagem são: escavação
(m³), transporte (m³/km) e compactação (m³ de aterro
pronto).
CÁLCULO DE VOLUMES

1. Introdução

 Terraplenagem ou Terraplanagem?
 Não há acordo quanto ao significado e uso destas
palavras no Brasil.
 Há dicionários que tratam terraplanagem como variante
linguística de terraplenagem, isto é, as duas palavras
tem o mesmo significado.
 Outros exemplos de variantes linguísticas são:
porcentagem ou percentagem, cota ou quota, catorze ou
quatorze etc.
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1. Introdução

 Dicionário Michaelis:
 Terraplenagem:
 1 - Ato de terraplenar; terrapleno.
 2 (Engenharia) - Conjunto de procedimentos para a
realização de determinada construção, que podem
variar de acordo com o projeto, e envolvem escavação,
corte de terreno, aterro, nivelamento da área e
transporte de terras; terraplanagem.
CÁLCULO DE VOLUMES

 Para alguns: terraplenar é tornar “pleno” de terra, encher


de terra e terraplanar é tornar a terra “plana”.
 Há muitas empresas e profissionais no Brasil que
adotam um e/ou o outro nome: certifique-se no momento
em que for contratado!
CÁLCULO DE VOLUMES

 O mercado de trabalho no Brasil, Portugal e Angola tem


usado as duas palavras como sinônimos.
 Em pesquisa realizada nas páginas dos cursos de
Engenharia Civil da UFRJ, USP, UFPE, UFV, UFPR,
UFRGS, UNB, UFBA e UFMG, na ementa das
disciplinas relacionadas a Projeto Geométrico de
Rodovias, o termo preferido é terraplenagem.
 Os livros Pontes Filho (1998), Pimenta e Oliveira (2001)
e Lee (2005), utilizados como referências para estas
notas de aula, usam o termo terraplenagem.
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 As Especificações de Serviços (ES) do Departamento


Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) usam
o termo terraplenagem (embora as notícias vinculadas
na página do DNIT usam também o termo
terraplanagem):
 DNIT 104/2009-ES – Terraplenagem - serviços
preliminares;
 DNIT 105/2009-ES – Terraplenagem - caminhos de
serviço;
 DNIT 106/2009-ES – Terraplenagem - cortes;
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 DNIT 107/2009-ES – Terraplenagem - empréstimos;


 DNIT 108/2009-ES – Terraplenagem - aterros;
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 Conselhos:
 Caso seja profissional liberal ou empresário, adote uma
das duas formas e use-a, sempre, em seus projetos e
documentos, lembre-se que nas universidades citadas
anteriormente e nas especificações do DNIT o termo
usado é terraplenagem.
 Considere a realidade do mercado de trabalho:
 Se empregado adote a forma da empresa em que
trabalha.
 Se está prestando serviço para outra empresa, consulte
a forma que a empresa que contratou o serviço prefere.
 Se tiver oportunidade sugira o termo usado pelo DNIT.
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2. Seções Transversais do terreno

Definido o traçado da estrada e o perfil longitudinal do


terreno, são levantadas as seções transversais do terreno.
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2. Seções Transversais do terreno

Após o projeto do greide, da superelevação e da


superlargura, temos a definição da plataforma da estrada.
Plataforma, terreno natural, taludes e bermas formam o
polígono chamado de seção transversal do projeto, que
deve ser calculada para cada estaca do projeto.
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2. Seções Transversais do terreno


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3. Cálculo das Áreas das Seções

O cálculo das áreas das seções transversais do projeto


é o primeiro passo para a obtenção dos volumes. Quando a
seção é totalmente em corte ou em aterro, calcula-se
simplesmente a área do polígono e com este valor calcula-
se o volume de corte ou de aterro.
Se a seção é mista, devem-se obter as áreas de corte e
aterro de forma independente.
O cálculo das áreas pode ser feito por qualquer método
informatizado. Dois processos são práticos e eficientes, e
são facilmente programados:
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3. Cálculo das Áreas das Seções


CÁLCULO DE VOLUMES

4. Cálculo dos Volumes

O cálculo do volume de terra a mover numa estrada, é


realizado supondo a existência de sólidos geométricos, cujo
volume pode ser facilmente calculado.
Os sólidos geométricos usualmente considerados são os
prismoides formados entre duas seções transversais,
geralmente locadas em cada estaca.
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4. Cálculo dos Volumes


CÁLCULO DE VOLUMES

4. Cálculo dos Volumes


CÁLCULO DE VOLUMES

4. Cálculo dos Volumes


CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas

O diagrama de massas, ou de Brückner, facilita a análise


da distribuição dos materiais escavados.
Essa distribuição corresponde a definir a origem e o destino
dos solos e rochas objeto das operações de terraplenagem,
com indicação de seus volumes, classificação e distâncias
médias de transporte.
Após o cálculo das áreas das seções transversais do
projeto e os volumes dos prismoides, pode-se preparar uma
tabela de volumes acumulados, que servirá de base para a
construção do diagrama.
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5. Diagrama de Massas

AT. CORRIGIDO = correção da área de aterro pelo fator de homogeneização (Fh).

Ver o exemplo da página 272 do livro Pontes Filho (1998).


CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas

O diagrama de massas (ou de Brückner), facilita a análise


da distribuição dos materiais escavados, permitindo o enfoque
gráfico.
Vantagem: possibilidade de se estudar a distribuição dos
volumes de terra com rapidez e precisão aceitáveis, auxiliando
no cálculo da distância média de transporte.

Para a construção do diagrama, calculam-se inicialmente


as chamadas Ordenadas de Brückner.
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5. Diagrama de Massas

Limitações do Método:
 Considera-se que a massa de terra encontra-se
concentrada no perfil correspondente;
 A movimentação interna ao perfil não é considerada.

Ordenadas:
 Volumes de Corte são Positivos;
 Volumes de Aterro são Negativos.
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5. Diagrama de Massas

Compensação Lateral:
 No caso de seções mistas, a compensação lateral é
obtida automaticamente quando do cálculo das ordenadas
de Brückner, pois os volumes de corte e de aterro são
considerados em cada seção, de forma que o acréscimo ou
decréscimo nas ordenadas será dado pela diferença entre
os dois volumes considerados.
CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas

Compensação Lateral:
 Pode-se dizer que a compensação lateral será o menor dos
dois volumes e que o volume disponível para compensação
longitudinal, que afeta as ordenadas, será a diferença entre
esses volumes.
As ordenadas calculadas são plotadas, de preferência
sobre uma cópia do perfil longitudinal do projeto.
CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas

No eixo das abscissas é colocado o estaqueamento e no


eixo das ordenadas, numa escala adequada, os valores
acumulados para as ordenadas de Brückner, seção a seção.
Os pontos assim marcados, unidos por uma linha curva,
formam o Diagrama de Brückner.
CÁLCULO DE VOLUMES
CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas

Fator de Homogeneização de Volumes


CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas
CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas
CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas

Propriedades do Diagrama de Massas


1. O diagrama de massas não é um perfil. A forma do
diagrama de massas não tem nenhuma relação com a
topografia do terreno.
2. Inclinações muito elevadas das linhas do diagrama indicam
grandes movimentos de terras.
3. Todo trecho ascendente do diagrama corresponde a um
trecho de corte (ou predominância de cortes em seções
mistas).
CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas

Propriedades do Diagrama de Massas


4. Todo trecho descendente do diagrama corresponde a um
trecho de aterro (ou predominância de aterros em seções
mistas).
5. A diferença de ordenadas entre dois pontos do diagrama
mede o volume de terra entre esses pontos.
6. Os pontos extremos do diagrama correspondem aos
pontos de passagem (PP).
7. Pontos de máximo correspondem à passagem de corte
para aterro.
CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas

Propriedades do Diagrama de Massas


8. Pontos de mínimo correspondem à passagem de aterro
para corte.
9. Qualquer horizontal traçada sobre o diagrama determina
trechos de volumes compensados (volume de corte =
volume de aterro corrigido). Esta horizontal, por
conseguinte, é chamada de linha de compensação (ou
linha de terra). A medida do volume é dada pela diferença
de ordenadas entre o ponto máximo ou mínimo do trecho
compensado e a linha horizontal de compensação.
CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas

Propriedades do Diagrama de Massas


10. A posição da onda do diagrama em relação à linha de
compensação indica a direção do movimento de terra.
Ondas positivas (linha do diagrama acima da linha de
compensação), indicam transporte de terra no sentido do
estaqueamento da estrada. Ondas negativas indicam
transporte no sentido contrário ao estaqueamento da
estrada.
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5. Diagrama de Massas

Propriedades do Diagrama de Massas


11. A área compreendida entre a curva de Brückner e a linha
de compensação mede o momento de transporte da
distribuição considerada.
11. A distância média de transporte de cada distribuição pode
ser considerada como a base de um retângulo de área
equivalente à do segmento compensado e de altura igual à
máxima ordenada deste segmento.
CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas

Propriedades do Diagrama de Massas


CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas

Propriedades do Diagrama de Massas


Para a determinação do ponto de passagem (PP) entre duas
seções procede-se da seguinte maneira:
CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas

Propriedades do Diagrama de Massas


CÁLCULO DE VOLUMES

5. Diagrama de Massas
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5. Diagrama de Massas

Momento de transporte
Quando é executado um transporte de solo de um corte
para um aterro, as distâncias de transporte se alteram a cada
viagem, sendo necessária, a determinação de uma distância
média de transporte, que deverá ser igual à distância entre os
centros de gravidade dos trechos de corte e aterros
compensados.
O método mais utilizado para estimativa das distâncias
médias de transporte entre trechos compensados é o método
do Diagrama de Brückner.
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5. Diagrama de Massas
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5. Diagrama de Massas

Momento de transporte
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5. Diagrama de Massas
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5. Diagrama de Massas

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