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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
LABORATÓRIO DE TOPOGRAFIA E TRANSPORTES

Terraplenagem
Professora: Jeovanesa Régis Carvalho
Terreno natural

O terreno em sua forma natural não é adequado ao tráfego por vários fatores:

Ser irregular, não permitindo velocidade aceitável

Apresentar inclinação longitudinal excessiva interferindo no


desempenho e segurança

Não apresentar condições de escoamento

Falta de capacidade de suporte a carga do tráfego

Apresentar curvatura que torne a visibilidade insuficiente


Terraplenagem

Consiste na substituição da superfície natural por uma


superfície projetada.

Condições necessárias ao
bom funcionamento da
estrada quanto:

Segurança Conforto Desempenho dos veículos


Serviços da terraplenagem
• Desmatamento e limpeza da faixa a ser usada;
• Raspagem da vegetação superficial;
Serviços da terraplenagem
• Execução de estradas de serviço;
Serviços da terraplenagem

• Escavação do solo que se encontra acima da cota de


projeto;
• Transporte do material escavado;
• Aterro nos locais onde o terreno está abaixo do projeto;
• Compactação dos aterros;
• Conformação da plataforma e dos taludes;
• Abertura de valas para serviços de drenagem.
Cortes

São movimentações de terra ou rocha cuja execução


exige escavação do material que compõe o terreno natural no
interior dos limites das seções projetadas (off-sets).
Representação do corte
Aterros
São áreas implantadas com depósito e compactação de materiais
provenientes de cortes ou empréstimos no interior dos limites das
seções projetadas (off-sets).
Representação do aterro
Empréstimos

São escavações realizadas para prover ou complementar o


volume necessário à execução dos aterros por insuficiência do
volume dos cortes, por motivos de ordem tecnológica de seleção de
materiais ou razões econômicas.

Laterais
Podem ser:
Concentrados
Empréstimo lateral
Empréstimo concentrado
Bota-fora

Corresponde aos volumes de material, que por excesso ou


condições geotécnicas insatisfatórias, são escavados nos cortes
e destinados a depósitos em áreas externas a construção da
rodovia.
Não são utilizados na terraplenagem.
Condicionantes ambientais
Classificação dos Materiais
Os materiais procedentes da escavação apresentam a seguinte
classificação:

• 1ª categoria: compreende solos em geral, residuais ou sedimentares,


seixos rolados ou não, com diâmetro máximo inferior a 0,15 m.
Classificação dos Materiais
2ª categoria: compreende materiais com resistência inferior
ao do granito, blocos de rocha (volume menor que 2 m³), matacões
ou pedras (diâmetro médio superior a 15 cm). Sua extração,
eventualmente, poderá envolver o uso de explosivos ou processo
manual adequado.
Classificação dos Materiais
3ª categoria: compreende materiais com elevada resistência,
superior ou igual ao granito ou blocos de rocha (volume igual ou
superior a 2 m³). Sua extração é realizada com o emprego contínuo
de explosivos ou rompedor.
Classificação dos Materiais
Custos da terraplenagem

Compactação
Transporte
Escavação (m³) (m³ de aterro
(m³.km)
pronto)
Terraplenagem

Para sua realização deve-se conhecer:

O modelo original do terreno antes da execução dos serviços de


terraplenagem, ou em outras palavras, sua forma planialtimétrica.

Neste caso, utiliza-se os dados de planimetria e altimetria.


Seções transversais

Seções em corte Seções em aterro Seções mistas


Áreas das seções transversais

• Pode-se levar em consideração:

• Topografia do terreno
• Grau de precisão exigido

• Métodos:

• Geométrico
• Mecânico
• Computacional
• Analítico
Áreas das seções transversais
Método geométrico (gráfico)

Consiste em dividir a seção transversal em figuras geométricas conhecidas.


Áreas das seções transversais

Método mecânico

Consiste em utilizar o planímetro para determinação da área.


Áreas das seções transversais

Computacional

Consiste em utilizar softwares para o cálculo das áreas.


Áreas das seções transversais
Método analítico

Consiste em calcular a área da seção transversal sem desenhá-la. Para isso, faz-se
algumas hipóteses simplificadoras e calcula-se a área da seção transversal (S) em
função de:
• 2*L = Plataforma
• H = Cota vermelha (Distância vertical entre o eixo da estrada e o nível do
terreno);
• i = inclinação do terreno;
• A = inclinação do talude.

Não se considera a SUPERLARGURA e a SUPERELEVAÇÃO. Além disso, a declividade do


terreno (i) é considerada constante. Pode ter seção plena ou seção mista.
Áreas das seções transversais
Método analítico

Corte Aterro
Áreas das seções transversais

Determinação da área para seções transversais de corte e aterro


Áreas das seções transversais

Determinação da área para seções transversais mistas


Áreas das seções transversais

Método de Gauss: coordenadas dos vértices


Cálculo dos volumes
Calcula-se o volume de cada segmento compreendido entre duas
seções consecutivas.
• Se forem de corte, tem-se volume de corte;
• Se forem de aterro, tem-se volume de aterro;
• Se forem mista, tem-se volume de corte e aterro.
Cálculo dos volumes
Cálculo dos volumes
O volume é dado por:

Onde:
V = volume do corte ou aterro
A1 e A2 = áreas das seções transversais extremas
d = distância entre as seções A1 e A2
Distribuição do material escavado

• O aproveitamento do material dos cortes para construção dos aterros é


denominado de compensação de volumes.

• Quando há corte e aterro no mesmo segmento entre seções consecutivas, o


volume que puder ser compensado não deve ser transportado. A compensação
no mesmo segmento é chamada de compensação lateral.
Distribuição do material escavado

• Compensação lateral
Fator de homogeneização de volumes

Fh é a relação entre o volume de material no corte de origem e o


volume de aterro resultante.
Diagrama de massas
É o instrumento utilizado para otimizar a distribuição de solo. Tem
ainda a finalidade de medir o momento de transporte. O momento de
transporte é dado por:

Onde:
V = volume escavado, m³
dm = distância média de transporte, km
Diagrama de massas
Com os volumes acumulados, pode-se verificar o início e o fim
aproximado de cada corte ou aterro, o volume de solo necessário ou
disponível entre dois pontos quaisquer de um mesmo corte ou aterro, etc.
Diagrama de massas
Com a representação gráfica desses volumes é obtida uma linha
chamada de linha de Bruckner.
Diagrama de massas

Tabela para composição do diagrama de massas


Compensação dos volumes

A coluna dos volumes acumulados:

• indica quanto está sobrando (se positivo)


• indica quanto está faltando (se negativo)

Desde a estaca inicial até a estaca local que se deseja analisar.


Diagrama de massas
Diagrama de massas
Propriedades da linha de Bruckner

• Todo trecho ascendente corresponde a corte e o


trecho descendente a aterro.

• O ponto máximo corresponde a um ponto de


passagem de corte para aterro e o ponto de
mínimo corresponde a um ponto de passagem de
aterro para corte.
Propriedades da linha de Bruckner

• A diferença de ordenada entre dois pontos de um


mesmo trecho ascendente ou descendente
representa o volume disponível ou necessário
entre esses pontos.
Propriedades da linha de Bruckner

• Uma reta horizontal que corta dois trechos


consecutivos, um ascendente e um descendente,
determina dois pontos entre os quais existe
compensação de volume.
Propriedades da linha de Bruckner

• A posição da linha de Bruckner indica o sentido do movimento de


terra. Linha de Bruckner acima da linha de compensação indica
movimento de terra no sentido do estaqueamento; linha de
Bruckner abaixo, indica sentido contrário.
Propriedades da linha de Bruckner

• O momento de transporte de
um trecho compensado é dado
pela área da figura
compreendida entre a linha de
compensação e a de Bruckner.
Momento de transporte

• Através do diagrama de Bruckner pode-se calcular a


distância média de transporte entre os trechos
compensados.
Exemplo
Exemplo
Até próxima aula!
Contato:
jeovanesa@academico.ufs.br

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