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Movimento de terra
Talude em corte
Talude em aterro
Coroação
1
Cálculo do Volumes. Método dos Quadriculados.
Calcular com a devida exatidão os volumes de terra a mover para construir uma Esplanada, Terraço ou
Plataforma, é algo muito frequente e necessário, por isso terá que escolher um método de cálculo que assegure
a adequada exatidão, neste caso se propõe o método denominado: “Dos Quadriculados”
Este é um método que classifica entre os “exactos” para o cálculo dos volumes de movimento de terra, é o que
se ajusta a aqueles aplainamentos onde prepondera a área em relação à altura, quer dizer, é o adequado para
os terraços, aplainadas ou plataformas.
Seu nome ou denominação surge ao procurar um qualificativo que permita empregar qualquer figura
geométrica para subdividir a área do terraço a calcular (em quadrados, rectângulos, trapézios, triângulos, etc.).
Empiricamente se aconselha que as dimensões dos quadriculados (se são quadradas) devem oscilar ao redor
de 20 x 20 m o qual assegura uma aceitável precisão nos cálculos a sua vez permite replantar e dirigir a
execução da mesma satisfatoriamente na fase construtiva e como é lógico, evitar cálculos desnecessários.
Outros valores usuais recomendados validados pela prática para dimensionar os quadriculados são: 15 x 20
metros ou 20 x 25 metros até 100 x 100 m quando o terreno é plano.
Não deve empregar-se este método quando existir uma topografia muito irregular, pois não se obteria boa
precisão nos cálculos. Para aplicá-lo-á esplanada deve estar já desenhada, a seguir se enumeram os passos que
compreende este desenho.
1ero: Cálculo hidrológico para determinar o gasto ou caudal de chegada aos mesmos.
2do: Cálculo e desenho hidráulico de cada dispositivo.
Tal como se afirmou no passo # 5 se determina a cota de referência (ou centroide), neste caso para sua
determinação com o objectivo de obter a compensação de terras da esplanada, propõem-se vários
procedimentos, os quais se explicam a seguir:
a) Graficamente: Este se emprega quando a esplanada ou terraço se localiza na ladeira de uma elevação
e consiste em determinar a Cota de Referência, lhe somando à cota mínima o término H/2, quer dizer,
a altura medeia obtida como a diferença entre a máxima cota de terreno e a mínima, somar-lhe à
mínima cota de terreno dos vértices dos quadriculados, tal como se aprecia na Figura seguinte:
3
CT máx.
CT mín
Figura Secção Transversal Mista (em corte e em aterro)
b) analíticos: consiste em calcular a cota de terreno de cada vértice mediante a meia aritmética ou pelo
médio pesado, tal como se expõe seguidamente:
b.2) Pelo Médio Ponderado: neste caso se obtém maior precisão ao se ter em conta as vezes que se repetem
a altura de um vértice no médio que se determina, para fazer fácil sua compreensão se apresenta um exemplo
para a esplanada mostrada seguidamente no Esquema 2, por isso então a meia ponderada se calcula então
como:
4
Observar que neste caso a linha zero ou de mudança de escavação a aterro coincide com a EFGH. É necessário
adicionar e insistir que não sempre a cota de rasante ou de referência da esplanada, a que também se
denominou centroide, estará determinada pela que torne possível a compensação de terras, como nos casos
antes explicados, em ocasiões se define a mesma obrigados por outras razões como podem ser:
- Para evitar sua inundação por crescidas de rios ou arroios vizinhos ou penetrações do mar.
- Para garantir um nível obrigado imposto por obras já existentes.
- Por ser a zona plaina
- Por existir na zona onde se localizou, rochas duras
- Pelo sistema construtivo
- Pelo nível de piso estabelecido no projeto arquitetónico
O anterior pode originar terraços totalmente em cheio, dadas as circunstâncias concretas, mas sempre é
preferível que sejam compensadas, sobre tudo quando se está em presença de terras ou de rochas brandas em
zonas onduladas e montanhosas.
Dado o seguinte esquema em planta, deseja-se determinar os volumes de terra a mover em um terraço
rectangular, o nível da rasante do terraço se decidiu seja a de 50 m. Determine os volumes de escavação e de
cheio da mesma empregando o Método de As Quadricula ou Quadriculados.
Dado:
Solução:
Do esquema em Planta dado como dado com antecedência, pode deduzir-se facilmente que se apresentam 3
casos:
Por convénio se adoptará: Signo (+) para o cheio ou aterro e Signo (-) para a escavação (Pode adotar o
critério contrário se se calcularem as diferenças de altura como Cota de terreno - Cota de rasante)
5
1er. Caso: Tudo o quadriculado está em Escavação ou Corte (Quadricula 1, 2, 3, 7 e 8)
D
hd
a hc
ha C
A a
a hb
B
Onde:
a = Lados do quadriculado.
ha, hb, hc, hd = alturas dos pontos ou vértices A, B, C, e D do quadriculado, respectivamente.
Sortes alturas se calculam como a diferença entre os níveis da superfície do terreno, ao que lhe denomina
também desníveis de trabalho pela seguinte expressão:
Para que seja volume de escavação deverá cumprir-se que h <0 (negativa).
hb
a. a hc
ha C
A hD
Neste caso, como as Cotas Rasante> Cotas de Terreno, quer dizer: h > 0, isto significa que o nível da rasante
é superior ao nível da superfície do terreno (é positiva), a expressão a usar será então, a multiplicação da área
em planta da esplanada multiplicada pela altura medeia:
6
V cheio = a2 (ha+hb+hc+hd) /4 em: m3 compactados
Quando os quadriculados tenham todos seus vértices com níveis do mesmo signo lhes denominam
“quadriculados simples” (casos anteriores).
Estes quadriculados são aquelas que possuem um volume de cheio e outro de escavação, podendo-se
apresentar dois casos:
1. Quando a “linha zero” (linha que delimita as zonas de escavação e de cheio) curta os lados paralelos
(opostos) do quadriculado, ver figura a seguir onde AC paralelo ao BD: (nenhum dos quadrados desta
esplanada cai neste caso)
B F D
Escavação
Terrapleno
(Cheio)
A E C
a hb
B F
Escavação hd
ha Recheio
A E D
hc
Como: hE= hF = 0 (pela mesma razão antes expressa), então o Volume de Cheio se obtém pela expressão:
Determinando os valores AE, BF, EC, E FD, mediante as propriedades da semelhança de triângulos:
Considerando AE = X e que AC = a
Então: X …… ha Limpando: AE = X = a. ha
a ……. ha + hc (ha+ hc)
Finalmente então: EC = AC – AE = a – X
Terá que tomar cuidado aqui ao se localizar o ponto E (ou de mudança, a escala, neste caso se parte do vértice
de referência A. Deve controlar-se que dêem valores lógicos (sempre a).
2. Quando a curva de nivelamento ou linha zero curta lados perpendiculares (consecutivos) do quadriculado,
tal como se aprecia na figura 14: (quadriculados 4, 5, 9 e 10)
8
Figura 14: Quadriculado misto A, B, C, D onde a linha zero curta lados perpendiculares entre se.
O volume se pode calcular atribuindo às formas dos quadriculados figura geométricas conhecidas. Neste caso
a área da zona de cheio se corresponde com um Triangulo (figura 15).
Uma maneira singela, de realizar o cálculo dos volumes de cheio e escavação se propõe seguidamente a partir
do esquema ou figura anterior, onde os volumes de escavação e cheio se podem achar facilmente segundo:
ED * FD hd he hf
Vcheio = em m3 compactados
2 3
ED * FD ha hb hc he hf
Vesc. = AB * CD , em m3 naturais.
2 5
9
De maneira similar: hE = hF = 0 (encontram-se sobre a Linha Zero)
Para representar o percurso da “linha zero” na esplanada, empregam-se o mesmo método do caso anterior.
Uma vez representada devidamente em PLANTA a Esplanada ou Terraço com seus correspondentes taludes
em corte e cheio (ver figura 16), procede-se a determinar os volumes dos taludes tanto em corte como em
cheio, para somar-lhe aos calculados anteriormente nos quadriculados.
1
v p ( Ab)h
3
11
m h2 L
V1 v p mh h . L
6 32
2
v p mh L
6
Onde: m = coeficiente de relação dos taludes expressos em “tanto é a um”, quer dizer: m:1
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Cálculo do Volume dos Taludes do TIPO 2: (assumindo-a como: ¼ V Cone)
Calculara-se então pela expressão aproximada seguinte:
1 1 1
¼.Vcone = Abase . h (r 2 ) h
3 3 4
E finalmente fazendo uma aproximação:
3,14 m2 h 3
V2 = m2 h3 , m3 naturais ou compactados (conforme seja o caso)
12 4
A A2
V3 = 1 L , m3 naturais ou compactados
2
Onde: L = longitude do prisma (m)
A = área dos triângulos extremos do Prima Truncado (m2)
Logo os volumes totais de escavação e de cheio (ou “aterro”) obtêm-se somando os calculados nos
quadriculados mais os determinados nos taludes; os que se reflectem na TABELA RESUMEM (Tabela 8),
cujo formato se apresenta seguidamente:
Os volumes totais de escavação e de cheio se devem comparar, uma vez transformados ao mesmo estado, para
determinar se a Terraço ou Esplanada pode considerar-se ou não compensada.
O ideal seria que ambos os volumes fossem iguais ou muito similares, com diferenças menores aos 5 %, nesse
caso se considerará a mesma Compensada, em caso contrário se consideram Não Compensadas.
Deve realizar um recalculo dos volumes até obter a compensação (ao menos em diferenças menores de 5%),
sempre que este seja o objectivo fundamental do desenho.
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Aplicando o método proposto, de determinação da Cota de Referência ou Centroide, este processo de cálculo
iterativo pode concluir-se na segunda ou terceira reiteração economizando tempo e esforços.
Para determinar a diferença se recomenda empregar a expressão:
Vol.maior Vol.menor
v 100
Vmaior
1. Em cada vértice das distintas quadricula das esplanadas se destacam os seguintes dados:
A cota de rasante (CR) no primeiro quadrante; o valor do nível ou cota do terreno (CT) anota-se no segundo
quadrante; o desnível ou altura no vértice (+h) no quarto quadrante e a denominação do vértice (letras, números
romanos, etc.) no terceiro quadrante, tal como seguidamente se representa no esquema:
2. Os taludes em Corte ou Escavação e em Aterro ou Cheio se representarão em Planta tal como se mostra na
Figura 17:
EIXO EIXO
Em outros casos para representar devidamente a Esplanada ou Terraço desenhada se deve proceder da seguinte
maneira:
Trata-se de fazer o Corte onde seja mais conveniente, geralmente no eixo que curta a zona em corte e a de
cheio, tal como se aprecia na figura 18:
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Figura 18: Distintas partes de uma esplanada “a meia ladeira”
Observar que na base da esplanada ou do aterro, quando a mesma descansa sobre uma ladeira inclinada, terá
que fazer degraus para evitar a criação de uma superfície de enguiço de índole construtiva.
b) Quando a terraço fica totalmente em Corte: se um dos taludes é alto devem construir-se várias banquetas
de largura mínima 1,60 metros (preferíveis 2,50 m) com pendentes para baixo de 4 % máximo (preferíveis
entre 0,5 e 2 %), tal como se aprecia seguidamente na figura 19:
Finalmente a Esplanada deve ficar representada em Planta tal como se exemplifica no esquema 3 (Vista em
Planta da Esplanada)
Observe-se atentamente que a zona em corte formada pelos quadriculados totalmente em escavação: 10, 11,
14 e 15 e as mistas: 5,6,7,9,13,12 e 16, assim como os taludes correspondentes aos quadriculados: 13,14, 15
e 16.
A zona em aterro ou cheio está integrada pelos quadriculados 1,2,3,4 e 8 totalmente em aterro; os
quadriculados mistos: 5,6,7,9,13, 12 e 16, assim como os taludes em cheio correspondentes aos quadriculados:
1,2,3,4,8,12,16 e 5,9 e 13
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Esquema 3: Representação em Planta de uma Esplanada.
Uma vez desenhada geometricamente a esplanada ou aterro com os ângulos de inclinação recomendados para
seus taludes, deve-se efectuar uma revisão de sua estabilidade naqueles lugares críticos, como podem ser:
taludes de aterros de aproche de grande altura, taludes de lances em corte de grande profundidade e nas zonas
de geologia complexa e/ou desfavorável, usando distintos soft ware existentes.
O Cartograma de Massas.
Em síntese pode definir-se como: “a forma gráfica de expressar a estratégia de distribuição das massas de terra
necessárias para executar a esplanada ou terraço”. Para isso se requer que previamente se calcularam os
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volumes de movimento de terra da terraço, determinado seus centros de massa e distâncias médias de
compensação e/ou transporte de terras, procedendo seguidamente a:
Geralmente suporta a realização de vários tantos para escolher finalmente a variante de mínima distância
média de compensação.
Uma possível variante de solução se apresenta em seguinte Esquema 4, onde se observa o Esquema em Planta
de uma Esplanada de 6 quadriculados, com uma zona em corte e uma em cheio, em que com só 10 movimentos
(representados por setas) consegue-se representar graficamente o processo de balanço de terras:
Esquema 4. Distribuição de Massas de Solo, no que mostra a estratégia de compensação de terras a seguir
para construir a esplanada.
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Zona de Volume a Zona do Vol. a Distancia Observações.
origen. escavar. destino. Preencher media de
(m3) (m3nat.) transporte
(m).
Quad. 1 1023 Quad..5 1023 30 ----
Quad. 1 1844 Quad..6 1844 45 ----
Quad. 1 169 Vertedero 169 20 Sobram um total
de 169 m3 naturais.
Quad. 2 853 Quad..6 853 35 Compensada.
Quad. 2 188 Quad. 3 188 15 ----
Quad. 2 56 Quad..2 56 10 Compensada.
Quad. 3 245 Quad..3 245 10 Compensada.
Quad. 4 304 Quad..5 304 15 ----
Quad. 4 290 Quad..4 290 10 Compensada.
Quad. 5 40 Quad..5 40 15 Compensada.
Tabela 9: Distribuição de massas de solo para a construção da Esplanada
O Método Gráfico para determinar a distância média de compensação consiste em situar dois sistemas de
coordenadas, um na parte superior ou inferior e outro situado em uma das partes laterais do mesmo, como se
observa seguidamente na figura 23:
Em cada sistema de coordenadas se colocam nas ordenadas os volumes acumulados, cuja escala é arbitrária e
nas abcissas as distâncias em metros (coincide com as dimensões dos quadriculados)
A curva de cheio se obtém riscando uma linha que une aos pontos que represente os volumes acumulados de
cheio em cada sistema de coordenadas. Da mesma forma se obtém a curva de escavação. Posteriormente a
ordenada que corresponde ao volume máximo acumulado de cheio se divide na metade e se risca a linha média
de divisão da curva de cheio paralela à abcissa, que ao fazê-la interceptar com a curva de cheio se obtêm os
pontos M’ e M’’.
A distância entre os pontos M e N (centros de massa de escavação e de cheio) medida sobre o Cartograma, a
escala do mesmo, será a Distância Média. Se os volumes representados correspondem ao volume que se
compensa, então a distância determinada será a Distância Média de Compensação (d.m.c.).
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Figura 23. Determinação da distância média de transportação pelo método gráfico
1. Situar dois sistemas de coordenadas uma na parte superior ou inferior esquerdo e outro em um lateral
(preferentemente à direita).
2. Em cada sistema de coordenada se colocam nas ordenadas (y) os volumes acumulados de escavação e
de cheio, a escala arbitrária. Nas abcissas (x) colocar as distâncias, acorde com as dimensões dos
quadriculados do Cartograma da Terraço.
3. Obter a curva de cheio e de escavação unindo todos os pontos dos volumes acumulados em cada
distância dos quadriculados.
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4. Dividir a ordenada máxima de cheio na metade e representar o ponto, riscando uma linha paralela ao
eixo x até cortar a curva de cheio ( M’ e M”)
5. Subir os pontos M’ e M” até que se interceptem no cronograma onde se obterá o ponto M que é o
centro de massa da área de cheio.
6. Dividir a ordenada máxima de escavação entre 2 e representar o ponto, riscando uma linha paralela ao
eixo X até cortar a curva de escavação (pontos N’ e N”).
7. Subir os pontos N’ e N” até que se interceptam no Cartograma onde se obterá o ponto N que é o centro
de massa da área de escavação.
8. Medir a escala a distância M-N que é a Distância Média.
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