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Auto da barca do inferno

Sipnose da cena
A quinta personagem a comparecer no cais é o frade ele usa diversos símbolos cénicos que
indicam os seus pecados.

Este primeiro dirige-se ao diabo que o convida a entrar porem este fica indignado, então usa
certos argumentos para se justificar ,um destes(que ele acreditava justificar todos os outros)
era ele ser um praticante e representante da religião , em seguida(sempre acompanhado pela
amante) dirige-se ao anjo que o ignora, pois o anjo fica fica desacreditado e estupefato como
alguém da igreja se comporte daquela maneira, cabendo ao parvo o papel de condenar o frade
á barca do inferno pelos seus pecados.

Ele também mostra a sua personalidade eufórica e cómica, e se auto denuncia ao longo da
peça.

Símbolos cénicos
Amante/moça- indica que a falsa vivencia religiosa e uma vida cheia de prazeres, já que os
padres e frades têm que ter castidade.

Broquel(escudo),espada e o casco(capacete)-significa que o frade vive uma vida perto da corte


fazendo algumas das suas atividades(como o esgrima) e seus costumes.

Didascália inicial da cena - “vem um frade com uma Moça pela mão e um broquel e uma
espada na outra, e um casco …” ps:a palavra uma não esta presente no texto original , porem
o powerpoint não nos deixa colocar a palavra arcaica.

Percurso cénico
Cais----- Barca do inferno------Barca do Anjo------Barca do inferno-------Embarque

Argumentos de acusação
O frade é acusado de:

▹ Levar uma vida mundana(ser fã das danças da corte, esgrima, cantar e de outros
prazeres não destinados à sua classe social , sendo mais direcionados para a
nobreza/corte)

▹ Ser “namoradeiro”

vv. 391-392 – “gentil padre mundanal,

a berzabu vos encomendo!”

vv. 465-466 – “andar, muitieramá!

furtaste o trinchão, frade ?


Argumentos de defesa
O Frade defende-se dizendo que:

 Todos os outros padres do convento faziam o mesmo- “E eles fazem outro tanto!”

 É um membro da igreja- “E este hábito nom me val?”

 Que foi uma pessoa virtuosa e tão enamorada, ao dizer que era muito enamorado
ainda se enterra mais, pois um padre não pode namorar- “Um padre tão namorado / e
tanto dado à virtude”

 Que rezou muitos salmos durante a sua vida- “Se há um frade de perder /com tanto
salmo rezado”

 Que na sua vida terrena foi uma pessoa importante logo não poderia ser
condenado-“Sabê que fui da pessoa!”

 E durante a sua defesa dá uma lição de esgrima, tentando mostrar que é um bom
desportista- “Padre que tal aprendia / no Inferno há-de haver pingos?”

Caracterização
A personagem que desfila em quinto lugar representa uma classe social– o clero – que não
praticava a religião de forma sincera e correta.

Principais características:
Libertino (Que ou aquele que rejeita regras ou preceitos religiosos)

Galante (Amável para com as damas, delicadamente obsequioso)

Sensual (caprichoso)

Mundano (Que não é próprio da religião)

Sátira social
Sentença- Inferno

Nesta cena, Gil Vicente criticou severamente os frades no geral que levavam uma vida de
pecado, cheia de prazeres, não cumprindo o voto de castidade a que haviam sido submetidos
quando decidiram representar a sua religião e pratica-la.
Tipos de cómico
De Situação – O Frade quando aparece a cantar e a dançar com a moça pela mão e enquanto
dá a lição de esgrima ao Diabo, pois na situação em que ele estava aparecer assim não
melhora as coisas ( na didascália).

De Linguagem – a ironia empregue pelo Diabo no diálogo com o Frade ( VV. 384-385)

De carácter – o Frade esgrimista, dançarino e namorado, convencido de que a simples


condição de sacerdote o salvava ( p.e. VV. 406-411)

Recursos expressivos
Ironia:

“ Que cousa tão preciosa!/ Entrai padre reverendo!”

“ Dê Vossa Reverência lição/ d'esgrima, que é cousa boa!”

Eufemismo:

“Pera aquele fogo ardente…”

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