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O Sapateiro, João Antão, é a quarta personagem a apresentar-se no cais, com o seu avental e
carregado de formas de sapatos, que, para além de identificarem a sua profissão, representam
os seus pecados. Como passou a vida a roubar o povo em solas e cabedais, será condenado ao
Inferno. Uma vez que se confessou e comungou, ouviu missas, deu esmolas / pagou promessas
e rezou, tenta a salvação junto do Anjo. Este rejeita-o e, sem alternativa, o Sapateiro entra na
barca do Diabo. Apesar de executar as práticas do culto religioso, foi desonesto, não seguiu, no
seu quotidiano, os princípios religiosos e, por isso, foi castigado. Com esta personagem, o
autor quis mostrar que o cumprimento das práticas religiosas (como ir à missa, comungar ou
oferecer donativos à igreja) não é suficiente para a salvação da alma. Assim, estamos perante
uma crítica à hipocrisia, à falsa moral religiosa, e também à desonestidade praticada pelos
pequenos artesãos no seu ofício.
- avental
- formas de sapatos
Argumentos de defesa: (prática religiosa) - rezava e ia à missa (já o fidalgo usou o mesmo
argumento de defesa) - fazia ofertas à igreja - confessava-se - cumpriu todas as práticas
religiosas
Percurso cénico: Cais - Barca do Inferno - Barca da Glória - Barca do Inferno - Embarca
Crítica de Gil Vicente nesta cena: Criticar a exploração do povo, a prática desonesta da
profissão, a prática religiosa negativa (forma superficial como os católicos praticavam a
religião, julgando que as rezas, missas, comunhões, tinham mais valor que a prática do bem)
Recursos expressivos:
Consulta também :
https://www.rtp.pt/play/estudoemcasa/p7822/e509289/portugues-9-ano