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A língua está em constante evolução. As palavras que são utilizadas hoje resultam de
transformações sofridas ao longo dos séculos. Existem três tipos de processos fonológicos que
contribuem para a evolução fonética:
Metátese: mudança de posição de fonemas dentro de uma palavra ex: Semper> Sempre
Cómico de situação - resulta da não adaptação de uma pessoa à situação em que se encontra.
Ex.: o professor entra na aula e, não reparando que a cadeira está ao contrário, senta-se e cai.
Cómico de carácter -resulta de uma não adaptação de uma pessoa à sua própria realidade.
Ex.: uma jovem de 12 anos que permanentemente tenta passar por adulta, calça sapatos de
salto alto e saia travada, pinta-se muito e fala com um ar de quem se leva muito a sério.
Cómico de linguagem -resulta de uma não adaptação da linguagem ao contexto. Ex.: um aluno
que, no meio de uma exposição oral sobre Gil Vicente, usando um registo muito cuidado diz, a
páginas tantas: «Gil Vicente é um dramaturgo altamente, bué da fixe!».
2- A IRONIA - Parente próxima do cómico, a ironia está muitas vezes na sua origem e é um
recurso estilístico muito usado por Gil Vicente. Consiste na utilização de uma expressão de
sentido contrário ao que as próprias palavras aparentam. É, afinal, dizer o contrário do que se
pensa, usando uma entoação que o dê a entender.
Ex.: Que feliz que eu estou com a desilusão que me deste!...
3. OS TIPOS (personagens tipo)- Teatro de natureza e alcance social, as peças de Gil Vicente
não visam criticar indivíduos determinados, mas instituições, classes ou grupos sociais. Para
tal, Gil Vicente concebe as suas personagens como detentoras de características atribuíveis ao
grupo social, profissional ou etário a que pertencem, retirando-lhes toda a densidade
psicológica e a interioridade que poderia fazer delas casos únicos e singulares. São
personagens tipo que representam uma classe, uma profissão, uma idade.
Ex.: o Fidalgo que representa a Nobreza; Brízida Vaz que representa as Alcoviteiras, etc. Os
traços dessas personagens, muitas vezes exagerados para serem bem nítidos e perceptíveis,
fazem delas, frequentemente, caricaturas.
- manto: vaidoso
Argumentos de Defesa:
- é nobre e importante
Tipo:
- nobreza
Argumentos de acusação:
- desprezava o povo
- 1º foi á barca do Diabo que lhe explica para onde vai a barca e falando
sempre em tom de ironia
- depois foi à barca do Paraíso para tentar a sua sorte, mas o Anjo acusa-o de
tirania e diz-lhe de q maneira nenhuma pode lá entrar
- dirige-se à barca do Anjo, arrogante, e fica irritado porque ele não lhe
responde e mostra-se arrependido e desanimado por ter confiado no seu
“Estado”
- mentirosas
- infiéis
- falsas
- fingidas
- hipócritas
Caracterização do Fidalgo:
- vaidoso
- o seu longo manto e o criado que carrega a cadeira representam bem a sua
vaidade e ostentação
- a sua conversa com o Diabo revela-nos q além da sua mulher tinha uma
amante, mas q ambas o enganavam pois a mulher quando ele morreu chorava
mas era de felicidade e a amante antes d ele morrer já estava c outro
Desenlace:
- Inferno
O Onzeneiro (Usuário)
Símbolos cénicos:
Tipo:
- burguesia
Argumentos de defesa:
- não ter tido tempo de “apanhar” mais dinheiro (esta queixa mostra que para
esta personagem o dinheiro era importante)
Argumentos de acusação:
- ser avarento
A vida do Onzeneiro:
Desenlace:
- Inferno
O Parvo (Joanne)
Tipo:
Símbolos cénicos:
- não traz porque os símbolos cénicos estão relacionados com a vida Terrena e
os pecados cometidos
Argumentos de defesa:
O Parvo não usa qualquer tipo de argumento para convencer o Anjo a deixá-
lo entrar no Paraíso porque:
- não teve tempo de dizer nada, a sua entrada naquela barca foi autorizada de
imediato
- o Anjo deixa-o entrar porque tudo o que fez foi sem maldade
- não traz símbolos cénicos com ele porque não tem qualquer tipo de pecados
- as suas atitudes ao longo da cena são descontraídas, o que irrita o Diabo que
o quer na sua barca
- tem uma intenção lúdica: fazendo divertir quem está a assistir a esta peça
Desenlace:
O Sapateiro (Joanatão)
Símbolos Cénicos:
Tipo:
- povo (artesão)
Argumentos de acusação:
- roubava
- enganava
- confessava-se
- julgavam que as rezas, missas, comunhões, tinham mais valor que praticar o
bem
Desenlace:
- Inferno
Símbolos cénicos:
- hábito de frade
- escudo
- capacete
Equipamento de esgrima
- espada
- moça
(Florença)
- desajuste entre a vida religiosa e a vida que ele levava ( vida mundana)
Tipo:
- clero (mundano)
Argumentos de Acusação:
- era mundano
- pensa que o facto de ser Frade e o seu hábito o vão salvar dos seus pecados
Argumentos de Defesa:
- ser Frade
- rezou muito
Apresenta-se cm cortesão:
- esta afirmação alarga a crítica a toda a classe social, pois o Frade é uma
personagem tipo, representando toda uma classe social
- mal-estar na sociedade por serem cada vez mais frequentes os Frades ricos e
poderosos
- não tinha coragem de falar com alguém do clero com tantos pecados
(repugnante)
- se o Anjo se recusa a falar com ele é porque todos os seus pecados foram
graves
Caracterização do Frade:
- tal como os outros Frades não cumpriu o voto de castidade nem de pobreza,
como se comprovava com as suas palavras
- está convencido que por ser membro da Igreja tem entrada direta no Paraíso
- Inferno
Símbolos Cénicos:
- joias de vestir
- guarda-roupa
- casa movediça
- estrado de cortiça
- dois coxins
Tipo:
- alcoviteira
Quando o Diabo sabe que é Brízida Vaz que está no cais ele fica:
- contente: sabe que ela tem muitos pecados e por isso é mais passageira para
a sua barca
- surpreendido
- é hipócrita
- hábil mentirosa
Quando fala com o Anjo, ela usa um vocabulário de cariz religioso para:
Argumentos de Acusação:
Argumentos de defesa:
- defende-se dizendo que sofreu muito, como ninguém, que arranjou muitas
“meninas” para elementos do clero e que está orgulhosa por ter arranjado
“dono” para todas as suas “meninas”
- quando vai à barca do Anjo muda completamente a sua atitude, usando mais
o vocabulário de cariz religioso e tentando seduzir o Anjo e fazer-se de boa
pessoa
Desenlace:
- Inferno
Símbolos Cénicos:
- Judeu
Logo que chega ao cais o Judeu dirige-se para a barca do Inferno porque:
- sabe que não será aceite na barca do Anjo, já que em vida nunca foi aceite
nos lugares dos Cristãos
- os Judeus eram muito mal vistos na época e nem poderia admitir a hipótese
de entrar na barca do Anjo
- o dinheiro
- era uma forma de mostrar que os Judeus tinham grande poder económico e
que estavam ligados ao dinheiro
- roubar a cabra
- ter cometido várias ofensas à religião cristã e à igreja, comendo carne no dia
de jejum
- ser Judeu
Desenlace:
O Corregedor e O Procurador
Símbolos Cénicos:
Tipo:
- poderiam sobre falar bem Latim mas não sabiam aplicar as leis
- ter aceitado subornos até de Judeus (muito mal vistos naquele tipo)
- confessou-se mas mentiu
- errado
- não devia estar a acusar a sua mulher porque depois também ela era
condenada
- reage mal
- fica irritado
Desenlace:
- Inferno
O Enforcado
Símbolos Cénicos:
Tipo:
Argumentos de defesa:
Argumentos de Acusação:
- ser ingénuo
Os Quatro Cavaleiros
Símbolos Cénicos:
- espadas
Tipo:
- cruzados
Argumentos de Defesa:
- aos mortais que esta vida é uma passagem e que terão de passar sempre
naquele cais onde serão julgados
- os mortais
- os Homens pecadores
- fala do destino final que está de acordo com aquilo que foi feito na vida
Terrena
Desenlace:
- Barca do Anjo