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Of
Shadows
Panteísmo
O panteísmo foi conhecido, visto e sentido por toda a Antigüidade, e foi também assimilado pelas Bruxas
em geral. Na verdade o panteísmo se manifesta na vasta extensão dos céus estrelados, na agitação dos mares e
oceanos, no pulsar da vida da mais insignificante erva. Não queremos dizer com isto que cada mato, cada árvore
ou cada pedra seja Deusa ou um Deus, senão que cada fragmento da matéria manifestada do Cosmo pertence a um
Deus (a), e é a substância de um Deus(a), por mais baixa que esta "matéria" tenha caído em sua rotação cíclica
através das Eternidades do Sempre-Vir-a-Ser, e também que cada uma das partículas, individualmente, e o
Cosmos, coletivamente, representam um aspecto e uma evocação daquela Alma Universal Una.
A Wicca não é uma religião Patriarcal, nem Matriarcal como muitos imaginam. É uma religião
Matrifocal o que quer dizer que a Grande Mãe é o ponto de referência central e inicial para a adoração ". Um
Wicca entende que homem e mulher são iguais e que a perfeição só existe quando o Deus e a Deusa estão juntos,
completando-se mutuamente. O matrifoquismo é herdado da cosmogonia Wicca onde a Deusa surgiu primeiro,
como útero do mundo, e gerou o Deus, seu filho e amante, num ciclo sem fim de criação, entropia e recriação.
Um Wiccan respeita toda forma de religião e se esforça por não criticar nenhum tipo de crença, ideologia e
filosofia sabendo que todo homem é livre para crer, adorar e pregar o que quiser, desde que respeite a crença
alheia também.
Os Wiccans não acreditam em juízos finais, messias, Céu e Inferno. Acreditam na corrente cíclica da
vida, em vidas seguidas e em retorno contínuo. A reencarnação para os Wicca não é um meio de se cumprir o
carma, de se pagar pecados, expiar dívidas ou algo do gênero. Cada vida deve ser vivida com amor, alegria, prazer
e bom humor porque é um presente dos Deuses e não um castigo a ser cumprido.
Os Wiccans acreditam em Feliz Encontro, Feliz Partida e Feliz Reencontro (Merry Meet, Merry Part,
Merry Meet Again) como expressão do encontro com a vida e com todos os bruxos. Uma vez Bruxo sempre
Bruxo. A identidade do Bruxo transcende as encarnações e o tempo e é mantida sempre, mesmo que não
manifeste plenamente nesta ou naquela vida...
A Wicca e os Homens
Embora homens e mulheres compartilhem do poder da magia, a palavra Witch tem estado mais
comumente associada a mulheres do que homens, no entanto, os homens na Arte são também denominados
Witches (Bruxos).
A Deusa também é importante para os homens. A opressão dos homens no patriarcado governado por
Deus-Pai é talvez menos óbvia mas não menos trágica que a das mulheres. Os homens são encorajados a
identificarem-se com um modelo que nenhum ser humano pode, com sucesso rivalizar: serem pequenos
governantes de universos limitados. Eles vivem uma divisão interna, com um "espiritual", que supostamente,
busca dominar as suas naturezas emocional e animal primárias. Lutam consigo mesmo: no Ocidente para
"dominar" o pecado; no Oriente, para "dominar" o desejo ou o ego. Poucos escapam desses embates sem
prejuízos. Os homens perdem contato com os seus sentimentos e corpos transformando-se nos "apáticos homens
bem-sucedidos".
Porém visto que são as mulheres que dão à luz aos homens, amamentam-nos e em nossa cultura são
responsáveis pela sua guarda enquanto crianças, "todo homem criado em um lar tradicional desenvolve intensa
identificação com a mãe e, consequentemente, traz consigo uma forte impressão feminina. O símbolo da Deusa
permite que os homens experimentem e integrem o lado feminino de suas naturezas, que com freqüência, prova
ser o aspecto profundo e sensível, normalmente escondido. A Deusa não exclui o homem; ela o contêm, assim
como a mulher grávida contém um filho. O lado masculino incorpora tanto a luz solar quanto a energia animal
selvagem e indomada.
Porém, durante a "Era das Fogueiras", 80% dos milhões de pessoas que foram queimadas vivas por
prática de feitiçaria eram mulheres. Ainda hoje, a maioria dos praticantes da Arte são mulheres, embora esteja
aumentando o número de homens.
Há boas razões para pensar na Feitiçaria como uma Arte feminina. Pois na verdade o poder de uma Bruxa
está em ocupar-se com a vida num sentido mais amplo, naturalmente as mulheres estão biologicamente mais
envolvidas na geração e sustento da vida do que dos homens. Porém o espírito dos novos tempos está levando
homens e mulheres a restabelecerem uma maior ligação com os mistérios da vida que se encontram nos ritmos
naturais da mulher, da Terra e da Lua, pois os mistérios da vida são verdadeiramente os mistérios da magia.
Assim, às portas do terceiro milênio não é uma coincidência, que mais e mais homens estão se fazendo
presentes no momento do parto e começam a assumir responsabilidades na assistência ao bebê recém-nascido.
Daqui para frente maior também será o número de homens que se começarão a se interessar pela Arte. Na verdade
a Deusa devolveu à mulheres e homens sua dignidade e grandeza humanas, sendo que puderam nela se reconhecer
como partes igualmente importantes da divindade, tendo o mesmo direito ao poder e à fragilidade.
A opressão exercida pelo ser humano se estende por toda a Terra. Na Bíblia judaico-cristã, Deus diz:
"Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as
aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra"
(Gênesis, 1:26). Mais adiante, se lê: "Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os
peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra" (Gênesis, 1:28).
Justifica-se, assim, toda ação depredatória, de conquista e sujeição "em nome de Deus".
Já o paganismo, centrado na Natureza, valoriza os ciclos e a geração da vida. Sugere uma aproximação
do matriarcalismo das primeiras sociedades humanas, quando a descoberta da agricultura pelas mulheres foi
responsável pela fixação dos grupos humanos em torno das plantações e pelo surgimento dos primeiros clãs. A
observação dos ritmos e da fecundidade da terra inspira respeito e propõe uma relação de cumplicidade entre
masculino e feminino, simbolizada pela relação entre Deusa e Deus.
Daí para uma aproximação com os ideais feministas foi um passo. Porém, embora a religião esteja focada
na Grande Mãe, é preciso lembrar que Feminismo e Wicca não são sinônimos, e nenhum desses conceitos está
contido no outro. Existem grupos, como o Diânico, que se dedicam a honrar apenas deusas, e há mesmo aquelas
que só aceitam mulheres em seus covens; isso faz parte da individualidade e liberdade de culto características do
Paganismo. Mas o sentido maior da identidade pagã é justamente o de liberar homens e mulheres de seus papéis
rígidos e estereotipados para que possam viver em comunhão entre si e com o Universo.
Muitas feministas porém, exploram a sua espiritualidade no contexto do cristianismo ou do judaísmo e,
nessas tradições, novas portas foram abertas às mulheres, apesar de que, obviamente, existam muitas batalhas a
serem vencidas. Outros utilizam-se das tradições da Deusa de várias culturas ou preferem criar os seus próprios
rituais sem se identificarem com qualquer tradição específica. Pagãs e até mesmo Bruxas podem ou não ser
feministas. Muitas pessoas voltam-se para tradições ligada à terra, para a celebração de ciclos sazonais e para o
despertar de dimensões de consciência mais amplas, sem uma análise de interação, de poder e sexo.
A aproximação entre Wicca e o movimento feminista começou no final dos anos 60. Ativistas dos
direitos das mulheres perceberam no paganismo uma proposta de novos valores sociais, em oposição ao caráter
rígido e conservador das religiões tradicionalmente apoiadas em figuras masculinas, onde Deus, os Papas, pastores
e a maioria dos santos, profetas e iluminados são homens. Esse predomínio masculino inibiu a expressão de
valores femininos como a beleza, a intuição e a livre manifestação de sentimentos que, por não se encaixarem nas
religiões patriarcais, foram identificados com o a ação do demônio.
Segundo a "Wiccan Rede Holandesa", muita gente é atraída pelo papel da mulher na Arte. Claro que as
mulheres saúdam a oportunidade de se envolverem ativamente num movimento espiritual - e os homens vêem a
Arte como uma oportunidade excelente para exprimirem a sua "feminilidade".
Nos países protestantes onde dificilmente há lugar para a expressão dos valores femininos e onde não
existe qualquer figura feminina com caráter sagrado, esta perspectiva matrifocal da Wicca, contribui para a sua
divulgação tanto junto dos homens como das mulheres.
Este envolvimento tem aspectos curiosos, pelo menos nos EUA, onde foi dado um grande impulso ao
Paganismo quando, nos anos 70, grupos de feministas radicais começaram a participar ativamente no movimento.
As feministas, cuja atividade era essencialmente política e que até aí mantinham uma atitude de desconfiança em
relação aos valores religiosos, começaram a aliar as ações com objetivos de transformação político-social com
vista a uma maior igualdade entre os sexos nos aspectos místico–simbólicos. Para isso, nada melhor que uma
religião centrada numa Deusa e em que os valores e símbolos femininos são os mais importantes.
"O Demônio é o Deus Inverso", esta frase simbólica, em múltiplos aspectos, é certamente perigosa e
iconoclasta aos olhos de todas as religiões dualistas, ou melhor, de todas as teologias modernas, e principalmente
o Cristianismo.
Entretanto, não seria justo nem correto dizer que foi o Cristianismo que concebeu à luz a Satã. Satã
sempre existiu como o "Adversário", o poder oposto exigido pelo equilíbrio e a harmonia das coisas no Universo,
assim como é necessária a sombra para ressaltar a Luz, a Noite para dar relevo ao Dia, e o Frio para que melhor
possamos apreciar o aconchego do calor.
A homogeneidade é una e indivisível. Mas se o homogêneo Uno e o Absoluto não é uma simples figura
de retórica, e se o heterogêneo, em seu aspecto dual, é o produto daquele, sua sombra ou reflexo bifurcado, então a
heterogeneidade Divina deve encerrar em si mesma a essência do bem e do mal. Se "Deus" é absoluto, Infinito e a
Raiz Universal de tudo o que existe na Natureza e no Universo – de onde provém o Mal? O mal provém da
própria não aceitação de Deus. E da revolta em obedecer a seus princípios de amor e paz.
A Antigüidade não conhecia nenhum "Deus do Mal" isolado, que fosse completa e absolutamente mau. O
pensamento pagão representa o bem e o mal como irmãos gêmeos, nascidos da mesma mãe. Na Natureza, tão logo
esse pensamento deixou de prevalecer tornou-se arcaico, a Sabedoria se converteu em Filosofia. Os antigos
filósofos, hoje secundados pelos cabalistas, defendiam o Mal com o "reverso" de Deus ou do Bem. Demon est
Deus Inversus é um dos mais velhos adágios. Em verdade, o Mal não é senão uma força cega e competidora na
Natureza; é a reação, a oposição e o contraste. Mal para uns, Bem para outros. Não existe o "mal em si"; o que
existe é a sombra da Luz, sombra sem a qual a Luz não poderia existir .
Porém quando o Cristianismo e as antigas religiões naturais se chocaram na Europa, os missionários
usaram a imagem do Divino Filho, o Deus Cornífero das comunidades pagãs como representação do Satã Cristão.
Com o tempo, qualquer figura ornada de chifres invocava imagens de maldade satânica.
Ironicamente, o uso de chifres como símbolo de honra era costume generalizado que teve a sua origem,
como vimos , nas culturas caçadoras neolíticas. Mais tarde, o "Capacete Cornífero" acabou sendo estilizado como
a coroa real. Isso foi um desenvolvimento lógico, visto que um caçador repetidamente bem sucedido assumia na
tribo um papel cada vez mais proeminente e respeitado, o que evoluiu para classificação de cacique ou de rei.
Porém, o uso de chifres era um costume generalizado que não se limitava às sociedades caçadoras neolíticas. Os
antigos deuses gregos (Baco, Pã, Dionisio) eram representados com chifres, assim como Diana, a caçadora, e a
egípcia Ísis. Alexandre Magno e Moisés, que não eram deuses, foram homenageados entre os seus seguidores com
chifres. Os chifres eram uma representação física da luz da sabedoria e do conhecimento divino que irradiava
deles ( à semelhança de halos).
O Deuteronômio diz-nos que "A glória de Moisés é como o primogênito de seu novilho, e seus chifres
são como os chifres de unicórnios". Os chifres também foram usados em elmos gregos, romanos e italianos até o
século XIV como símbolo de força e coragem.
Vale a pena ressaltar aqui também que, nunca pessoas foram sacrificadas dentro da Bruxaria; porém
foram sacrificadas em nome dela! As mulheres sim, vertiam o seu próprio sangue mensalmente e arriscavam a
morte a serviço da força vital a cada gravidez e parto. Por esta razão, seus corpos eram considerados na
Antigüidade como sagrados e mantidos inviolados.
Infelizmente, jornais, filmes e televisão (em busca de números altos de audiência), continuam até hoje
perpetuando a associação da Feitiçaria e a Religião da Deusa com o terror e o sacrifício humano. Cada assassino
do tipo de "Charles Manson", é chamado "bruxo". Psicopatas declaram praticar Feitiçaria com ritos degradantes e,
às vezes, conduzem pessoas ingênuas a acreditarem neles. A Feitiçaria, vista como uma religião, pode não possuir
um credo universal ou uma língua definida, mas em alguns pontos há unanimidade. Nenhum Bruxa ou Bruxo
verdadeiro pratica o sacrifício humano, tortura ou alguma forma de assassinato ritual, nem mesmo de animais.
Qualquer um que o faça não é um bruxo e, sim um psicopata.
Depois de toda esta explicação preste atenção: "O Diabo não é venerado e nem reconhecido pelas
Bruxas." O Diabo é venerado apenas pelo Satanismo, que é um culto Anti-Cristão. Como a nossa religião já
existia muitos milhares de anos antes do Cristianismo deixaremos bem claro que não temos nada a ver com o
Diabo ou com os Satanistas. É importante ter sempre em mente que nós não buscamos poder através do
sofrimento de outros, nem aceitamos o conceito de que benefícios pessoais só possam ser alcançados através da
negação de outros.
A bruxaria é um dos caminhos entre o mundo visível e o mundo oculto, que esta além do alcance dos
cinco sentidos dos ser humanos. Para entrar nesse caminho, precisamos aprender a desenvolver o dom, do sexto
sentido que nada mais é do que a força da nossa mente subconsciente.
Primeiro devemos entender que todas as pessoas possuem o dom do sexto sentido, só que a maioria não
sabe como controlá-lo de acordo com a própria vontade. Esse poder funciona constatemente, controlando os
movimentos involuntários do nosso corpo, gravando todos os nossos pensamentos, registrando todas as nossas
experiências e, realizando, todos os nossos desejos, sejam eles de conseqüências negativas ou positivas.
A força do subconsciente pode tanto abençoar como destruir a vida de um indivíduo. Essa força constrói
o nosso caminho incansavelmente de acordo com nosso pensamentos e palavras diárias. É a força mais poderosa e
também a mais misteriosa do ser humano.
Quando uma bruxa termina de fazer um feitiço, deve sempre encerrar com a seguinte frase: "Que o feitiço
funcione sem prejudicar ninguém. Que assim seja". Se não refletirmos essa idéia, o nosso desejo poderá se realizar
sim, porém poderá afetar qualquer pessoa, inclusive nós mesmas.
A bruxaria inclui práticas de meditações, rituais e feitiços bem elaborados que, através de poderosos
simbolismos permeiam pelas profundezas do nosso subconsciente, dominando-o de uma forma correta, sadia e
agradável. Além disso, extraímos a nossa sabedoria, através do respeito a todas as manifestações de vida, da
harmonia com a natureza que nos cerca, da crença que atribuímos aos povos antigos e da fé que atribuímos em
relação ao nosso próprio poder. É preciso redescobrir, aceitar, gostar e controlar o nosso próprio poder.
Sendo uma bruxa(o) não precisamos abandonar nenhuma atividade anterior, que sempre fizeram parte de
nossa vida e nunca nos prejudicaram. Podemos fazer qualquer coisa além de se bruxa, desde que realizamos algo
para que contribua para o nosso desenvolvimento e felicidade.
Durante a nossa vida é de extrema importância o contato com várias pessoas da nossa sociedade, para
ampliar o nosso horizonte de visão e aprendermos com a experiência alheias e com as relações que temos com as
pessoas. O simples cotidiano que vivemos contribui para o aumento da nossa sabedoria de forma geral, influindo
diretamente na formação da nossa filosofia de vida e do nosso caráter: é por isso que nenhum dia deve ser vivido
em vão.
Não pense que a bruxaria servirá como instrumento para substituir o seu esforço pessoal: não é realizando
um feitiço ao pé da letra que conseguiremos tudo que queremos. Os encantamentos só funcionaram se o esforço
vier de dentro, acompanhado de uma sincera vontade de vencer, e é importante esforçar para que isso aconteça.
Não se esqueça: somos nós mesmo que constantemente fazemos o nosso destino e sempre temos a oportunidade
de mudá-lo. Se você não controlar seu destino ele vai controlar você.
Ser bruxa é saber que não estamos limitados apenas a simples indivíduos de uma sociedade: somos
habitantes de um Universo imenso e infinito, não de uma cidade apenas. Devemos saber também que o tempo não
está apenas limitado a um simples calendário, onde o passado, o presente e o futuro se encontram em ordens
distintas. Na verdade, o tempo é dividido em várias dimensões diferentes e seu andamento não é paralelo e, sim,
circular. É exato, porém, estranho de admitir que todo futuro vira presente, que todo presente vira passado, todo
passado é feito de presente e que um dia já foi futuro. E como explicamos as previsões dos clarividentes, as
pequenas premonições que temos no dia a dia e as revelações de grandes profetas que realmente acertaram suas
profecias?
Essa noção de espaço e tempo adquirimos sempre parcialmente, pois o segredo do Universo não está ao
alcance de ser entendido pela mente humana. Sabemos apenas que sua força é grandiosa, complexa, infinita e
perfeita.
Nós reconhecemos ambos os mundos exterior e interior, ou mundos psicológicos - às vezes conhecidos
como Mundo dos Espíritos, Inconsciente Coletivo, Planos Interiores, etc. - e vemos na interação de tais dimensões
a base de fenômenos paranormais e exercício mágico. Não negligenciamos qualquer das dimensões, vendo ambas
como necessárias para nossa realização.
Nós não reconhecemos nenhuma hierarquia autoritária, mas honramos aqueles que ensinam, respeitamos
os que dividem de maior conhecimento e sabedoria, e admiramos os que corajosamente deram de si em liderança.
Nós vemos religião, magia e sabedoria como sendo unidas na maneira em que se vê o mundo e vive nele - uma
visão de mundo e filosofia de vida, que identificamos como Bruxaria ou o Caminho Wiccaniano.
Chamar-se "Bruxa" não faz um Bruxa - assim como a hereditariedade, ou a coleção de títulos, graus e
iniciações. Um Bruxa busca controlar as forças interiores, que tornam a vida possível, de modo a viver sabiamente
e bem, sem danos a outros e em harmonia com a Natureza. Nós reconhecemos que é a afirmação e satisfação da
vida, em uma continuação de evolução e desenvolvimento da consciência, que dá significado ao Universo que
conhecemos, e a nosso papel pessoal dentro do mesmo.
Nossa única animosidade acerca da Cristandade, ou de qualquer outra religião ou filosofia, dá-se pelo
fato de suas instituições terem clamado ser "o único verdadeiro e correto caminho", e lutado para negar liberdade a
outros, e reprimido diferentes modos de prática religiosa e crenças.
Como Bruxas, não nos sentimos ameaçados por debates a respeito da História da Arte, das origens de
vários termos, da legitimidade de vários aspectos de diferentes tradições. Somos preocupados com nosso presente
e com nosso futuro. Sabemos que a Natureza tem perfeições, para mostrar que esta é a imagem dos Deuses, e
defeitos para indicar que a mesma é somente a suas imagens.
Trabalhamos dentro da Natureza para aquilo que é positivo para nossa saúde e bem estar. A Feitiçaria não
exige a pobreza, castidade ou obediência, mas ela também não é uma filosofia que "busca ser o número um". Ela
desenvolveu-se a partir de uma sociedade de clãs entrelaçadas e fechada, onde os recursos eram divididos e a terra
utilizada em comum. A Feitiçaria reconhece que somos todos interdependentes e até o mais ávido membro da
"geração egotista" deve, por fim servir à força da vida, mesmo que apenas como fertilizante. Na Arte, o sacrifício
da nossa natureza ou individualidade jamais é exigido. Não há, na Bruxaria, conflito entre o espiritual e o material;
não é necessário abrir mão de um para ter o outro. O espírito manifesta-se na matéria: a Deusa é vista como
provendo-nos de abundância.
Em Feitiçaria todas as pessoas são percebidas como deuses manifestos e as diferenças de cor, raça e
costumes são recebidos como diferente sinais da beleza infinita da Deusa. Em Feitiçaria, "todos os atos de amor e
prazer são rituais'. A sexualidade, como expressão direta da força vital, é percebida como sendo luminosa e
sagrada. Ela pode se expressar livremente, desde que o princípio que a guie seja o amor.
A Bruxaria valoriza a vida, abordando-a com atitude de alegria e admiração, bem com senso de humor. A
vida é vista como uma dádiva da Deusa. Se existe sofrimento, nossa tarefa não é a de nos resignarmos, mas
trabalhar em prol de mudanças.
Todo dia é um dia especial. Cada um possui um ritmo, uma vibração, um código que pode ser acionado
por quem entende e respeita a linguagem do mundo. O amor pela vida em todas as suas formas é a ética
fundamental da Feitiçaria. As Bruxas são obrigadas a honrar e a respeitar todas as coisas que têm vida, e de servir
à força da vida. . Na Arte a vida jamais é destruída ou desperdiçada.
O equilíbrio na percepção entre planta/animal/humano/divino não é automático; ele deve ser
constantemente renovado e esta é a verdadeira função dos rituais da Arte. A Bruxaria inspira-se no ponto de vista
de que todas as coisas são interdependentes e se inter-relacionam, e consequentemente, são mutuamente
responsáveis. Sabemos que um ato que prejudica alguém causa dano a todos nós. Tudo vem do invisível e para ele
retorna.
As Bruxas obtém cada coisa de acordo com as suas emanações. Amando seu próximo como a si mesmo,
seus poderes aumentam: assim poderá utilizá-los sem temores ou riscos. Nem o tempo, nem o espaço competem
na Bruxaria. Não devemos agir nem sobre o passado, nem sobre o futuro, mas sobre o presente. A Bruxa não crê:
"Ela sabe que suas preces podem serão atendidas". Ela viu ou sentiu a presença de Anjos ou dos Deuses e teve
uma raridade de experiências pessoais reais . Enfim; esta sempre consciente de que é possível estabelecer contato
direto entre ela e os poderes com que trabalha.
Não se deve proceder a nenhuma operação mágica quando existe um estado de agitação, impaciência,
nervosismo ou cólera: a calma é uma necessidade essencial. A harmonia e a serenidade são as bases do sucesso.
Felicidade, amor e alegria são as certezas disto.
Pensando de maneira positiva, seus pensamentos agirão por ela e lhe trarão, infalivelmente, tudo aquilo
que ela solicitou em seu pensamento, e em sua imaginação. O desejo constantemente cuidado e apurado, nutre,
anima, adensa, intensifica e faz a imaginação dominar e triunfar. Precisão, segurança, rapidez e eficácia, são os
quatro pilares que dirigem o templo das Bruxas.
Todas as forças e poderes nascem no vazio, no qual todas as coisas devem, antes de mais nada, ser
realizadas, antes de nascerem no tempo e no espaço. Sabemos que cada coisa produz ou atrai seu semelhante.
Nada nasce sem matriz. Aquilo que quer, deve a Bruxa realizá-lo primeiro numa "forma" e deixar a natureza agir:
está o encherá ! Porque o positivo só nasce do negativo, o cheio do vazio.
As Bruxas devem prestar o máximo de atenção às palavras que pronunciam. Peça somente aquilo que
corresponde aos mistérios do Verbo, às secretas e fecundas conjugações do espírito, pois é na garganta que se
unificam e consumam as vibrações suscetíveis de trazer frutos.
Se deseja ajudar alguém a se livrar de algum mal, não é preciso pensar no mal em si, mas, unicamente,
em transmitir alegria, paz e saúde. Existe um meio infalível de proteção contra os eventuais "choques" de retorno:
o de operar unicamente com a finalidade do bem.
Quando a Bruxa deseja uma coisa, deve acreditar já tê-la recebido e a obterá. Lembre-se que as Bruxas
são as únicas que submetem os Deuses as suas vontades. "Nada existe nas Bruxas que sua mão não conheça.
Porque ela manipula as idéias, os pensamentos, os fluídos, as forças, os animais, os anjos, os Deuses e as coisas,
da mesma maneira pela qual manipula a argila com os seus dedos, para dela fazer um vaso".
Prefira sempre alimentos naturais, evite carnes vermelhas, tome vitaminas e pratique algum esporte!
Aulas de Artes Marciais ou Yoga são ótimas! A divindade é imanente ou interna, bem como transcendente ou
externa. Isso é expresso com freqüência nas frases: "Tu és Deus e Tu és Deusa". Isso pretende representar que os
Deuses estão tanto no Universo, quanto dentro de cada um de nós. Nós somos manifestações dos Deuses. Platão
disse: "A Magia verdadeira consiste no culto dos Deuses, e adquire-se mediante esse culto".
Temos como regra, o Amor e o respeito pela Natureza como algo divino. Assim por direito próprio,
fazemos da conscientização ecológica e dessa atividade uma obrigação religiosa. As Bruxas tem a convicção de
que o seres foram feitos para viver vidas repletas de Amor, alegria, prazer e humor. A concepção de "pecado
original" inexiste para nós.
Lembre-se sempre que temos o direito de agir como bem quisermos, desde que isso não prejudique
ninguém. Devemos ter o conhecimento de que, com treinamento e intenção apropriadas, as mentes e os corações
humanos são totalmente capazes de realizar a magia.
As Bruxas devem dar a máxima importância na conscientização e celebração dos ciclos Solar e Lunar e
também de outros ciclos em nossas vidas. Temos uma grande fé na capacidade das pessoas de resolverem seus
próprios problemas e dificuldades.
As Bruxas tem um total compromisso com o crescimento, evolução e equilíbrio pessoal e universal.
Espera-se que o pagão realize esforços intermitentes nessas direções. Para as Bruxas todo o fim é um começo; isso
é Lei. "Por onde entram, por ai devem sair".
Os Wiccanianos não aceitam o conceito arbitrário do pecado original ou do mal absoluto, e não acreditam
em céu ou inferno. Eles crêem que quando morremos, vamos à Terra de Verão (ou Terra da Juventude Eterna),
onde recobramos nossas forças e nos tornarmos jovens novamente.
As Bruxas respeitam todas as religiões e acham que a pessoa deve ouvir o "chamado da Deusa" e desejar
verdadeiramente, dentro de seu coração, sem qualquer influência externa ou proselitismo, seguir o caminho
Wiccaniano.
Devemos nos lembrar que os Deuses são como os sonhos, quando não se acredita neles, eles deixam de
existir. Não se pode apontar a maioria das Bruxas pela maneira como se vestem ou por suas jóias. Pode-se
reconhecê-las pela sua Magia.
Um dos segredos das Bruxas é dar nome a todos os seus objetos pessoais. Em magia acredita-se que
quando nomeamos alguma coisa estamos na verdade lhe conferindo poder. Ver o mundo com olhos de Bruxa , é
ver muito além do físico e do real.
O universo existe a partir de vibrações. Sua realidade é uma tela de mundos paralelos, penetráveis através
de condições diferentes da consciência e cuja linguagem comum é o mito e a visão. Todos os eventos se
interligam, pois o "salto" de um mundo para outro só é possível na consciência viva de uma pessoa equilibrada.
Todos os mundos paralelos se unem na consciência humana.
Para as Bruxas não é possível viver exclusivamente no plano espiritual, mais o maravilhoso é que não
precisamos. Estamos sempre vivendo em ambos os planos. Nunca temos de abandonar o plano espiritual quando
nos firmamos no plano material. As Bruxas acreditam quem em última análise, tudo é espírito ou energia. As
Bruxas tem um ditado: "Onde há medo, existe poder".