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Elizabeth Macedo
Thiago Ranniery (Orgs.)
F83
Inclui bibliograia
ISBN 978-85-8427-040-8
15/08/2017 20/08/2017
Currículo, sexualidade
e ação docente
Elizabeth Macedo
Thiago Ranniery (Orgs.)
1. O uso do plural aqui é proposital, pois, como veremos ao longo desta seção, embora a Teoria Queer
tenha sido “fundada” inicialmente nos Estados Unidos, hoje em dia há uma pluralidade de perspectivas
surgindo de vários cantos do planeta.
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4. O livro Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity (1990) só foi traduzido em 2003,
sob o título Problemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade, oito anos após a publicação
da resenha escrita por Bessa. A primeira tradução de Butler para o português brasileiro foi a publicação
do ensaio “Fundamentos Contingentes: o Feminismo e a questão do ‘pós-modernismo’”, nos Cadernos
Pagu em 1998.
5. Já que falamos da ressigniicação da palavra queer em inglês, pode-se perguntar por que, a partir
da recepção e desenvolvimento da Teoria Queer no Brasil, não se traduz o termo. Existem tentati-
vas de tradução, como “estranho” e “raro”, ou “estranhar” e “rariicar”, assim como novas graias,
como “queeriicar” e “queerizar”. Em espanhol, às vezes se usa “cuir” ou “cuirizar”, uma maneira de
“espanholizar” a palavra inglesa e romper com o discurso colonial anglo-americano e destacar a des-
localização geopolítica (CAMPAGNOLI, 2017). Em português, Pelúcio (2014) sugeriu falar de uma
“Teoria Cu”, brincando com a ideia do Sul ser visto pelo Norte como o “cu do mundo” e com a ideia
de transgressão no sexo anal, insistindo que o cu é queer pois excita e repele simultaneamente. Lewis
et al. (2017) misturaram esses dois conceitos, usando o termo “cu-irizar” com hífen, para sublinhar a
importância de produções locais.
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Performance e performaividade
6. A interseccionalidade ressalta “a interação complexa entre uma gama de discursos, instituições, iden-
tidades e formas de exploração que estruturam subjetividades (e as relações entre elas) em maneiras ela-
boradas, heterogêneas e frequentemente contraditórias” (SULLIVAN, 2003, p. 72). A interseccionalidade
não estuda simplesmente certas variáveis que às vezes se cruzam; reconhece que a sexualidade é sempre
racializada (e inluenciada por classe social etc.) e a raça é sempre sexualizada (e inluenciada por classe
social etc.) (BARNARD, 2004; ANZALDÚA, 1991). Ou seja, identiicar-se como uma lésbica negra
proletária pode ser uma performance identitária em si, em vez de uma combinação de uma performance
identitária de lésbica, uma performance identitária de negra e uma performance identitária de proletária.
A Teoria Queer estadunidense é frequentemente criticada por uma falta de interseccionalidade – por não
estudar todas as relações e sobreposições entre tais construções, tratando-as como variáveis separadas e
aditivas em vez de inseparáveis e interligadas (ver também Vergueiro, neste volume).
7. Pereira (2012), por exemplo, mostra como a Teoria Queer estadunidense não consegue dar conta da impor-
tância das religiões afro-brasileiras nas performances identitárias de travestis em diversas cidades do Brasil.
Teoria(s) Queer e performaividade – E.S. Lewis 163
ser cumprida ou não, mas pode ser verdadeira ou falsa em si? Na sua
celebre obra How to Do Things with Words (1962), traduzida para o
português sob o título Quando dizer é fazer: palavras e ação (1990), Aus-
tin se preocupou com o estudo de tais frases, inicialmente fazendo
uma distinção entre atos de fala constativos e performativos. Compa-
re as elocuções “Está chovendo lá fora” e “Eu vos declaro marido e
mulher”. A primeira pode ser qualificada de verdadeira ou falsa – basta
olhar pela janela para verificar se de fato está chovendo. A segunda, po-
rém, pode ser bem-sucedida ou malsucedida, mas não qualificada de
verdadeira ou falsa. A primeira frase, “Está chovendo lá fora”, portan-
to, é um ato de fala constativo: descreve algo e tem valor de verdade. A
segunda, “Eu vos declaro marido e mulher”, por outro lado, é um ato
de fala performativo: não descreve nada e não pode ter valor de verdade;
a própria elocução faz algo, realiza uma ação – no caso, a ação de casar
duas pessoas. É bem-sucedida (ou “feliz”, na terminologia austiniana)
quando é dita pela pessoa adequada, nas circunstâncias adequadas e no
momento adequado. No caso de um casamento católico, por exemplo, a
pessoa adequada seria o padre, as circunstâncias adequadas incluiriam
um casal cisgênero e heterossexual, dentro de uma igreja, na frente de
convidados/as etc. e o momento adequado seria o final da cerimônia.
Se eu, enquanto professora, falo “Eu vos declaro marido e mulher” para
um casal de estudantes em sala de aula, as condições de felicidade não
são respeitadas e o casamento não será bem-sucedido.
Depois de várias tentativas de subdividir a classe dos performa-
tivos e descrever seus vários aspectos, Austin chega a uma conclu-
são surpreendente: que é difícil manter qualquer distinção entre os
atos de fala performativos e constativos, pois elocuções constativas
também podem ser performativas, ao realizar o ato de informar ou
declarar. O filósofo esqueceu, porém, outro aspecto mais pragmático
que também complica a distinção entre performativos e constativos.
Vamos ilustrar com um exemplo: a frase “Está chovendo lá fora” que
vimos no parágrafo anterior. Embora possa parecer uma elocução
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Performaividade butleriana
10. De modo parecido a nossa historização das categorias da sexualidade, podemos fazer uma contex-
tualização histórica com a categoria de “sexo biológico”. De acordo com Laqueur (1990), para os/as
gregos/as antigos/as havia somente um sexo biológico, mas pelo menos dois gêneros. Pensava-se que
os órgãos genitais das mulheres e dos homens eram iguais, mas que uma diferença de calor resultava
na externalização ou internalização desses órgãos. Destarte, no modelo antigo, havia “um só corpo,
uma só carne, à qual se atribu[ia]m distintas marcas sociais – inscrições, certiicados culturais baseados
em caracteres sociais mais que biológicos e que comporta[va]m uma relação hierárquica entre seres
considerados de acordo com uma escala de perfeição” (ROHDEN, 1998, p. 129). Este exemplo nos
mostra que “o que conta como um sexo é culturalmente determinado e obtido” (RUBIN, 1975, p. 165).
A mudança da visão de um só sexo com graus diferentes e hierarquizados de perfeição para uma visão
de dois sexos biologicamente distintos, “uma biologia da incomensurabilidade, um novo dimorismo,
instituindo uma diferença radical entre homens e mulheres” (ROHDEN, 1998, p. 129), aconteceu
durante o Renascimento e é essa classiicação que se usa ainda na atualidade. Porém, essa mudança
não representa uma chegada a uma “verdade cientíica” depois de séculos seguindo um pensamento
“errado”; é simplesmente outra maneira de classiicar os corpos.
Aprofundando essa visão, Butler airma que nossa maneira de categorizar os “dois” sexos é uma cons-
trução histórico-social que é condicionada por discursos normativos. Criticando a distinção sexo/gênero
originalmente concebida no feminismo para questionar a ideia da biologia ser nosso destino, a autora
assevera que “não faz sentido deinir o gênero como a interpretação cultural do sexo” (2003, p. 25). Para
Butler, lógicas como “gênero é cultural e sexo é natural/biológico” (e portanto, pré-discursivo) não se
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sustentam, pois “colocar a dualidade do sexo num domínio pré-discursivo é uma das maneiras pelas
quais a estabilidade interna e a estrutura binária do sexo são eicazmente asseguradas. Essa produção
do sexo como pré-discursivo deve ser compreendida como efeito do aparato de construção cultural que
designamos por gênero” (BUTLER, 2003, p. 25-26). Dessa maneira, não somente o gênero, mas também
o sexo, são construções performativas. É importante lembrar, porém, que ao airmar isso, Butler não
está ignorando a materialidade dos corpos e o fato das pessoas, em particular as pessoas transexuais
e travestis, sofrerem discriminações com base nos seus corpos. O que a ilósofa está frisando é que as
interpretações sociais dos corpos são inluenciadas pelo discurso e outros processos histórico-sociais.
Em outras palavras, as “leituras” que fazemos dos corpos são performativamente constituídas, mas
isso não quer dizer que os corpos sejam discursivos e não materiais.
11. Além disso, como observa Pennycook (2007, p. 72), esta perspectiva também pode ser aplicada
à gramática, às línguas, e a muitas outras categorias identitárias ou propriedades aparentemente es-
truturadas ou essenciais – todos seriam “uma sedimentação de atos repetidos com o passar do tempo
dentro de contextos regulados”.
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12. É importante notar que muitos dos desejos e práticas sexuais que se encontram na lista de Sedgwick
nesta citação eram/são considerados patologias – não somente a homossexualidade, mas também a
“cronoinversão” (preferência de jovens para relações com idosos ou idosas), o sadomasoquismo etc.
(FÍGARI; DÍAZ-BENÍTEZ, 2009). Portanto, as poucas vezes que a sexualidade é deinida para além
do gênero do parceiro ou da parceira, tende a ser em um contexto patologizante.
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A heterossexualidade compulsória
A heteronormaividade e o heterossexismo
Transformação social
16. A visão de performatividade de Butler foi criticada por ser supostamente voluntarista, dizendo que
podemos trocar de gênero facilmente como trocamos de roupa. Porém, essas críticas não se sustentam
dada a insistência de Butler nas limitações sociais às performances de gênero, sexualidade etc. impostas
pela matriz heteronormativa. Portanto, discordo plenamente com críticos como Boucher (2006, p. 137)
que acusam Butler de “oscilações entre voluntarismo e determinismo” – ao contrário, ela se planta
irme e pragmaticamente entre esses dois extremos.
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