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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE PSICOLOGIA

LIVYAN VITORIA GOMES

RESENHA CRÍTICA:

HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE

CAPÍTULO I

Belo Horizonte

08/2022
HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE

CAPÍTULO I

Livyan Vitoria Gomes

Graduado em Psicologia, Esteban Levin - que atua como orientador dos cursos
de pós-graduação na Universidade de Psicologia de Buenos Aires, da Universidade
de Lomas de Zamora, também na capital argentina, e da Universidade Federal de
Fortaleza - produziu o capítulo em tese, a fim de abordar o surgimento da
Psicomotricidade, devido à sua importância para a história da Psicologia, bem como
as diferentes vertentes nesse contexto.
Levin, nesse capítulo, apresentou a Psicomotricidade e suas origens. Conforme
redigiu, a vivência motora e o "significante" - instrumento de comunicação - existem
desde o surgimento do homem, haja vista as necessidades de sobreviver no mundo.
O autor afirma nos dizeres, que a ideia e a palavra ascendem, em 1870, devido às
necessidades da medicina, especificamente da neurologia, de responder
determinadas demandas para além do físico motor. Suprir as questões correlatas aos
"distúrbios da atividade gestual" não explicados.
A partir desses porquês, desenvolveram-se buscas constantes em torno das
interrogações postas pela área. O que era só físico, passou a adentrar a zona da
psiquê, e questionar pressuposições como o dualismo Cartesiano - que colocava em
tese a dicotomia corpo X alma.
Diante disso, Esteban chama a atenção para o desenrolar da história da
Psicomotricidade, como posto acima. Ele traz figuras importantes para a conceituação
dessa abordagem, que é reconhecida mais tarde como independente. A priori,
observa-se as análises neurais realizadas acerca da motricidade e do sistema neural,
essas que foram refutadas por Dupré, tendo em vista sua afirmativa de que
complicações motoras independem de possíveis estados neurológicos, sendo logo
um personagem importante para a construção da temática. Denota-se o destaque
também de pessoas como Wallon - importante nos estudos do desenvolvimento
humano - que aponta para o movimento como “instrumento na construção do
psiquismo”.
Para além, surgem expoentes no processo como Guilmain, com a reeducação
psicomotora, voltada para exercícios e atividades de modo mais prático/físico (mental-
motor); em 1947, Ajuariguerra, definindo os transtornos psicomotores entre o neural e
o psicológico, e trazendo a terapêutica psicomotora (passagem de motor ao corpo)
que leva em consideração o caráter emocional, e o corpo globalizado. Entretanto,
depreende-se que essas duas esferas criadas limitam muito aquilo que diz respeito
ao ser como corpo, mente, emoção e afins. Portanto, nota-se na geração de uma
abordagem, a indispensabilidade do respeito e da eficácia da individualidade de cada
evento psicomotor.
O professor também descreve que em 70, surge a ideia do tema como “uma
motricidade em relação” e, com ela, a clínica psicomotora, que preconiza um
sujeito+corpo, não em totalidade, mas fracionado, evidenciando o inconsciente – sob
influência da psicanálise – e a dimensão da falta, que leva ao efeito da linguagem.
Ante a isso, é possível concluir que o olhar na práxis do terapeuta, é o que traz à tona
a comunicação empática a partir do vínculo na relação entre terapeuta e
terapeutizando. A transferência é o que permite ter assertividade na linguagem e na
aprendizagem do paciente, que não é uma máquina, portanto, não funciona apenas
de técnicas e respostas padronizadas, tendo em vista a especificidade de cada
indivíduo analisado.
Dessa maneira, consoante os escritos, conclui-se que a Psicomotricidade,
especialmente consoante à clínica, visa um setting dinâmico, importante para construir
percepções específicas em cada caso, e coloca em pauta a precisão de se enxergar
o outro até em sua falta de movimento, que também é um movimento de comunicação.
Como dito “ali há um sujeito que na sua sintomatologia psicomotora fala e é falado por
outro”. O viés é empírico e singular, quebrando a robotização dos tratamentos e
valorizando o signo, o significado e o significante corporal.
Assim, infere-se que essa temática é de extrema importância para os
profissionais da psicologia. Apresentar o desenvolver científico adjunto à subjetividade
humana e reiterar sua relevância para o cuidado biopsicossocial, é fundamental para
as melhorias na atuação diária e frente às lacunas que sempre estarão abertas. Essa
abordagem autônoma e independente instalou-se de forma assertiva no contexto,
permitindo aperfeiçoamento do profissional psicólogo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. LEVIN, Esteban. A clínica psicomotora: o corpo na linguagem/ Esteban


Levin; tradução de Julieta Jerusalinsky. – Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

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