Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MG
2022
Relatório Técnico
Outorga De Água Superficial
Barramento em Curso d’água sem captação de
Vazão
________________________________
Beatriz Aparecida Martins
Responsável técnico/ Engenheira Ambiental
Registro conselho de classe: 142098718-6 (CREA/MG)
1- DADOS DO REQUERENTE
Nome: Carlos Antônio Retuci
CPF: 098.958.908-00
Endereço: Fazenda São Carlos, 99.999
Bairro: Araxá III
CEP: RR323-999
Cidade: Tapira/MG
2- DADOS DO EMPREENDIMENTO
Propriedade: Fazenda São Carlos
Matrícula: 11.273
N° do CAR: MG-3168101-E9A8.0E9D.8F99.4F22.B4D8.53A4.38D5.7ED8
Área do Imóvel: 399,2273 hectares
Área do Barramento: 0,14 hectares
3- INTRODUÇÃO
Este documento constitui o Relatório Técnico para Outorga de Água para Barramento em
Curso de água sem captação, solicitado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM,
contendo informações necessárias à análise da Outorga, para o Empreendimento Fazenda
São Carlos sob a matrícula 11.273 com captação em um corpo d’água (sem denominação),
localizada na área rural do município de Tapira - MG.
8.484 m³/mês.
5- CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
A Fazenda São Carlos M- 11.273 tendo como proprietário Carlos Antonio Retuci, está
localizado no Município de Tapira, MG. Possui uma área total de 399,2273 hectares. As
atividades que serão desenvolvidas no local serão para irrigação em uma área de 50 hectares
destinada a culturas anuais perenes e semiperenes.
A área da propriedade está localizada na Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (PN 2),
caracterizada por uma área de drenagem de 21.566 km² distribuída na porção oeste do estado
de Minas Gerais, englobando os territórios de 20 municípios.
A região do município de Tapira, se localiza ao norte da Serra da Canastra, ocorrendo
duas principais ordens de solo, o cambissolo e o latossolo vermelho-escuro. O tipo do solo
cambissolo háplico distrófico com cambissolo háplico eutrófico presente na região urbana - e
o latossolo vermelho-escuro são observados mais a leste e na área do domo de Tapira.
O clima de Minas Gerais é influenciado pela Zona de Alta Pressão Subtropical do
Atlântico Sul, no verão possui muita umidade ocorrendo chuvas e no inverno ocorre baixas
temperaturas. As médias mensais variam de 17°C entre junho e julho, a 22°C em janeiro,
fevereiro e outubro. Em análise, feita no “RIMA-Alteamento da Barragem BR”, o balanço
hídrico estudado que nos primeiros meses do ano ocorre excesso hídrico.
5.2.2.1. Vegetação
5.2.2.2. Fauna
A captação será realizada por meio de moto bomba com as seguintes especificações:
Motor
• Marca: MWM – 135 cv
• Tipo de construção: Diesel – 4 tempos (estágios)
• Tipo de injeção: Direta
• Número de cilindros: 4
• Cilindradas total:4,300
• Aspiração: Turbolaimentado, pós-arrefecido
• Taxa de compressão: 15,8: 1
Bomba:
• Marca: KSB 110/4
v = velocidade (m s-1)-
s = distância entre as seções (m)- 4 m
t = variação de tempo (s)- 42 segundos
Portanto:
V= 4/42
V=0,0952 m/s ou 95,2 L/s
A velocidade determinada não é a média porque a velocidade superficial onde o
flutuador se desloca é diferente da média. Para calcular a Vm foi preciso usar fatores de
correção na velocidade superficial determinada em função da natureza das paredes.
Fatores de correção:
✓ Canais com paredes lisas, ex: cimento. Vm = (0,85 a 0,95) V
✓ Canais com paredes pouco lisas, ex.: canais de terra, para irrigação. Vm = (0,75 a
0,85) V
✓ Canais com paredes irregulares e/ou com vegetação nas paredes. Vm = (0,65 a
0,75)V
Em que:
Vm é a velocidade média;
V, a velocidade superficial.
Assim:
Vm=0,70 x 0,0952m/s
Vm= 0,0666m/s ou 66,64 L/s
6.2. Determinação da Seção Transversal Média
Q10,M =Re10,M . Ad
Q10,M= 9L/s.Km² x 2,28Km²
Q10,M= 20,52 L/s ou 0,0252 m³/s
O fator de Proporção Fornecido pela Função de Inferência Regionalizada foi
determinado pela seguinte equação:
F10,7 = α + β . ɤ7
Utilizando valores paramétricos tabelados para a função de inferência, onde:
α = 0,475593
β = 0,406979
ɤ7 =1,006561
Logo:
F10,7 =0,475593+0,406979 x 1,0065617
F10,7= 0,92
QMLT = Re x Ad x F10, 7
QMLT= 9,0x 2,28 x 0,92
QMLT= 18,8784 L/s ou 0,01887m³/s
Logo, a Vazão Mínima Natural de Dez Anos de Recorrência e Sete Dias de Duração
(Q7,10), foi determinada pela seguinte expressão:
Sendo:
30% de Q7,10 = 13,20 L/s ou 0,0132 m³/s
Para obtenção de vazão do projeto neste caso foi utilizado o método racional de
acordo com a literatura “Escoamento Superficial” publicada pela Universidade Federal de
Viçosa (2° Edição, 2006).
Para utilizar esse método é necessário calcular primeiramente o tempo de
concentração da bacia hidrográfica em questão e a intensidade crítica da chuva utilizando a
curva da intendidade, duração e frequência, considerando o período de retorno de 10 anos.
A bacia hidrográfica no ponto apresenta-se com a área de drenagem delimitada de
2,28 km².
A equação de Kirpich foi utilizada para o cálculo do tempo de concentração pelo fato
de poder ser usada para áreas de drenagem.
Tc = 57 * (L³ / H) ^ 0,385
Em que:
L = comprimento horizontal do talvegue, km; e
H = diferença de nível, m/km¹
Para o cálculo da chuva crítica com tempo de duração igual ao tempo de concentração
foi utilizada a equação que relaciona intensidade, duração e frequência de precipitação para a
localidade de interesse, que apresenta a seguinte forma:
i = (K * T^a) / (tc + b) ^c
K = 863,325
a = 0,144
b = 9,789
c = 0,7243
Onde:
Qp = vazão de projeto, m³/s;
C = coeficiente de escoamento superficial, adimensional;
i = intensidade máxima média de precipitação, mm/h;
A = área de drenagem da bacia hidrográfica, km²; e
O valor adotado para C é de 0,20 que corresponde a pastagens e florestas com solos
areno-argilosos.
Q = A * Rh^0,667 * i^0,5 / n
Onde:
Q = vazão, m³/s;
A = área da seção transversal, m²
Rh = raio hidráulico, m;
i = declividade longitudinal do canal, m/m;
n = coeficiente de rugosidade de Manning
IGAM (2002). Relatório de Monitoramento das Águas Superficiais na Bacia do Rio Grande
em 2001 - Qualidade das Águas superficiais no Estado de Minas em 2001 / Instituto Mineiro
de Gestão das Águas. Belo Horizonte - MG.