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M A G A Z I N E D I G I T A L D E G E M A S E J O A L H A R I A
Janeiro 2008
Janeiro 2008
número 1
número 1
Safiras do Ceilão
as pedras azuis da taprobana
Rui Galopim de Carvalho
Neste Número: A safira do Ceilão é famosa pela sua vão desde o muito claro ao azul intenso e
cor clara, não obstante ser nos saturado sendo este, quando com
exemplares de azul mais intenso que tonalidades violetas, internacionalmente
Notícias obtém a sua excelência. As suas conhecido como cornflower blue (azul de
inclusões podem ser uma pista para lóios), que regista maior procura. São aqui
Folhetas Coloridas a determinação tanto da sua origem comuns os exemplares de grande dimensão,
como dos eventuais tratamentos a
Exposições & Eventos acima dos 100 quilates, tal como a famosa
que é sujeita, apesar de se necessitar
safira Logan com cerca de 423 quilates,
de apoio de dados analíticos.
“Jóias Reais” Joalharia oferecida em 1971 às colecções da
Contemporânea
O Sri Lanka, a Taprobana de Camões, Smithsonian Institution por Rebecca
também conhecida por outros nomes como Guggenheim Logan (ver imagem na pág. 2).
Gemologia na UACS
Serendip e Ceilão tem uma riqueza Em Portugal encontram-se em alguns
Agenda gemológica tão vasta que também lhe exemplares de safiras singalesas de grandes
conferiu o epíteto de Ratna Deepa (Ilha das dimensões, como será o caso do Relicário da
Pedras). Não obstante haver na ilha esta Cruz do Santo Lenho em Évora e de
imensa riqueza gemológica, é a variedade algumas peças dos tesouros reais.
azul de corindo que detém mais Os tratamentos térmicos, já
popularidade e que tornou a ilha famosa. Os referenciados pelos viajantes portugueses,
tons de azul em que ocorre são variados e tais como Garcia da Horta, conduziam a um
melhoramento de cor e transparência de algumas equipados para a emissão de certificados que atestem
pedras, tendo havido desenvolvimentos tecnológicos a sua autenticidade.
nos anos 1980 que permitiram que safiras do tipo Uma outra situação em que o gemólogo necessita
geuda (variedades acinzentadas e leitosas) se de apoio analítico é na determinação da origem
tornassem em belas safiras azuis, amarelas e laranjas. geográfica. Casos há no mercado onde um
Se os tratamentos térmicos antigos a baixas comprovativo de origem influencia o valor comercial
temperaturas não provocavam grandes alterações às da gema sendo, no caso da safira, as localidades de
inclusões, já os modernos processos a alta temperatura Myanmar (antiga Birmânia) e Kashmir (Índia) duas
(acima dos 1600ºC) causam profundas modificações no conhecidas situações. A dificuldade em separar alguns
cenário interno da safira, permitindo a sua detecção destes exemplares, situação recentemente complicada
por gemólogos experientes. Hoje em dia, além de pela entrada no mercado da produção de Madagáscar,
temperaturas em torno dos 1800ºC, podem introduzir- é reconhecida e já não bastam as inclusões e outras
se na estrutura da safira (lattice difusion) certos características internas para opinar acerca da sua
elementos químicos, por vezes mediante em processos origem geográfica. Pensa-se até que algumas das
múltiplos de re-aquecimento, o que tem implicações safiras de aspecto aveludado dos acervos dos Marajás
ainda mais profundas ora na estrutura da pedra, ora na Índia, classificadas como vindas de Kashmir, sejam,
nas suas inclusões. Esta complexidade faz com que se na realidade, do Sri Lanka.
tenha que recorrer a dados analíticos Todavia, existem cenários internos nas pedras que
espectrofotométricos de grande complexidade para indicam com alguma segurança esta mesma origem,
conseguir comprovar, além do carácter natural ou em especial se não tiverem ocorrido tratamentos
tratado (melhorado) da pedra, o tipo de processo térmicos de alta intensidade: a presença de agulhas
utilizado. Em exemplares de grande qualidade e longas de rútilo associados a múltiplas inclusões
dimensão apreciável este dado é determinante no fluidas em forma de “impressão digital” ou de
valor comercial da safira, fazendo com que haja cada “penas” (ver figura) é um cenário interno que as
vez mais o recurso a laboratórios gemológicos bem safiras do Ceilão oferecem a quem as olha através do
microscópio gemológico.
Irá ser a primeira vez que um material que não o ouro, prata ou bronze irá ser usado para medalhar atletas em
olimpíadas. De acordo com um governante da província de Quinghai, o jade (nefrite) utilizado para este efeito
será o procedente das montanhas de Kunlun nessa região planáltica da China, tendo já sido publicitado o acordo
entre as autoridades e a organização dos Jogos para o efeito da sua exclusiva utilização. Em Março do ano
passado a organização dos Jogos de Pequim revelou o design das
medalhas que incorporarão a tradicional banda de jade. Estas bandas
de nefrite branca, esverdeada e verde serão produzidas localmente em
grandes quantidades para satisfazer a demanda decorrente da
manufactura das medalhas.
Na cultura chinesa, o jade tem conotações de representação de honra e
virtude e as medalhas irão ser concebidas para combinar esta
simbologia com o espírito olímpico nos esperados Jogos que terão a
sua abertura a 8 de Agosto em Pequim.
Fonte - JCK
Folhetas de Cor
à esquerda:
pormenor de
folheta
deteriorada,
notando-se a
perda de cor
à direita:
anel com grande
topázio imperial
com forro
avermelhado
Workshop na Portojóia
avaliar e entender as turmalinas
Integrado nas actividades do ICA - International Colored Gemstone
Association na Portojóia 2007, decorreu um workshop teórico-prático que
deu a conhecer esta gema cujo valor ainda não é suficientemente
compreendido em Portugal, constituindo uma alternativa de médio custo
às pedras mais famosas. Observaram-se exemplos de turmalinas em
bruto e lapidadas numa amostra representativa das suas qualidades,
desde as mais comerciais às de maior qualidade, introduzindo-se os
argumentos para a sua valorização e identificação. Os critérios de
Rubelite de Moçambique classificação das turmalinas são, fundamentalmente, a cor e tonalidade,
belo exemplar de turmalina rosada assim como a sua pureza, dimensão e qualidade da lapidação, e é
com 34,12 ct com um excelente relativamente imediato entender o que está por detrás do porquê de
grau de pureza
valores tão diferentes para gemas aparentemente tão parecidas.
Gemologia na UACS
acções de formação de janeiro a abril de 2008
Programa
New Treatments & Detection Techniques Impact of New Technology on Grading Fluorescent Diamonds
O mundo dos diamantes e das pedras de cor A questão de classificar a cor de diamantes fluorescentes
está em constante mudança, em especial a não é nova, mas as novas tecnologias podem mudar a
aceitação dos tratamentos no mercado. Cada forma como esta abordagem é feita e, por consequência, a
vez mais gemas são sujeitas a tratamentos e forma como os diamantes são avaliados. Novos tipos de
em maior grau do que antigamente. Todavia, unidades de iluminação estão a ser testados e permitem,
nem todos os tratamentos têm igual não só, a tradicional observação em condições de daylight,
durabilidade e impacte no valor do produto. É, mas também a determinação da cor do diamante sem
pois, cada vez mais difícil para o sector saber qualquer influência da reacção luminescente e, também, a
ao certo o que se está a negociar. real cor e intensidade da fluorescência do diamante aos
A conferência vai começar com uma ultravioletas de ondas longas (LW-UV).
abordagem aos novos tipos de tratamento e
métodos de detecção. De seguida, haverá Para mais informações visite a página web do evento em
sessões práticas de observação de pedras. www.accreditedgemologists.org/2008Tucson.php