Pérolas São produzidas por moluscos bivalves. Os produtores de pérola mais importantes são as ostras, em águas salgadas, e os mexilhões, em águas doces. Não necessitam de lapidação ou polimento. São chamadas Pérolas Barrocas todas aquelas de formato irregular, não totalmente esférico. Essa forma diferenciada é fruto do mecanismo de defesa da pérola. Expelindo vários gases, tem o seu núcleo decomposto, deixando-o oco e irregular. Para que a pérola barroca possa ser transformada em jóia, suas cavidades são preenchidas com um cimento especial, para garantir uma maior resistência à gema. Formação natural Uma substância estranha deposita-se entre o manto e a concha, causando irritação, que desencadeia uma reação para tentar isolar o "invasor", que inclui a produção de uma secreção pelo epitélio que reveste o manto, que recobre o corpo estranho. Esta secreção é constituída por nácar, composto quase exclusivamente por carbonato de cálcio (sob a forma de cristais de aragonite) e por uma substância proteica denominada conchina. Os cristais de aragonite dispõem-se em camadas finas e concêntricas sobrepostas com a conchina e é esta estrutura que produz o brilho especial das pérolas dito de nacarado. Produção Artificial Nas pérolas de cultura de água salgada é introduzido dentro de cada ostra um (ou mais) núcleo redondo (geralmente de madrepérola), juntamente com um excerto de tecido de uma ostra semelhante. É o pedaço de tecido que vai desencadear o processo de produção de nácar, por parte da ostra hospedeira, para envolver o núcleo e desta forma produzir uma pérola. As ostras são depois inseridas dentro de uma espécie de cestos, que são mergulhados nas águas do meio ambiente natural, a determinadas profundidades. Os núcleos de madrepérola são esferas feitas a partir da concha de bivalves provenientes do rio Mississipy, nos E.U.A. Os excertos de tecido são obtidos a partir da morte de ostras perlíferas locais. A - pérola de Strombus gigas B - a cor da pérola é uma mistura de cor e brilho C - pérola de Tridacna gigas D - Concha da ostra da pérola E - Pérola Branca Natural F - Revestimento de madrepérola G - Cor de tijolo onde era presa à concha H - As pérolas se formam como esferas quando o corpo estranho não é preso à concha I - Tonalidade rosada J - Formas irregulares podem se desenvolver se o corpo estranho for preso à concha K - Brilho iridescente Divisão Pérolas da Cultura Akoya Pérolas japonesas ou pérolas de cultura Akoya, provêm da ostra Akoya cujo nome científico é Pinctada imbricata; estas ostras também vivem em águas da Coreia, China, Hong Kong e Sri- Lanka. Nas ostras Akoya são muitas vezes inseridos mais do que um núcleo e as mesmas ostras nunca voltam a ser nucleadas. Pérolas da Cultura Akoya Têm entre 7 e 8 cm de diâmetro e produzem pérolas entre os 2 e os 9 mm, raramente com 10 mm. Até à década de 60 eram deixadas debaixo de água durante cerca de dois anos e meio mas, devido às exigências do mercado, o tempo de cultivo foi diminuindo e atualmente ronda os 5 a 7 meses. São geralmente cremes, amareladas e esverdeadas. São freqüentemente branqueadas para melhorar a sua cor (tratamento aceitável) e, por vezes, tingidas para a modificar (tratamento não aceitável). A percentagem de pérolas redondas obtida com estas ostras é substancialmente maior do que com as ostras dos mares do Sul. Pérolas de Cultura dos Mares do Sul As pérolas australianas ou pérolas de cultura dos mares do Sul provêm de espécies maiores, de lábio branco, como a Pinctada maxima; Nas ostras dos mares do Sul apenas um núcleo é introduzido de cada vez, mas o processo pode repetir-se até um máximo de 3 vezes, se a saúde e idade da ostra assim o permitir. Pérolas de Cultura dos Mares do Sul Provêem de vários países: Austrália, Indonésia e Filipinas. Também estão incluídos neste grupo a Malásia, o Vietname e Myanmar, mas ainda têm pouca expressão em termos de volume de produção. são facilmente identificáveis pelo seu tamanho maior, entre os 9 e os 17mm (cada ostra tem entre 25 a 35 cm e pode chegar a pesar 5Kg). O tempo de cultivo varia entre dois e três anos. Podem ter várias cores, como branco, prateado, rosado, creme, champanhe, amarelo, verde e azul. Só uma percentagem muito reduzida da produção total tem forma redonda; as restantes formas são: quase redonda, oval, gota, botão e barrocas (irregulares). Pérolas Negras As pérolas negras do Tahiti e das Ilhas Cook são produzidas pelas ostras de lábio negro ou Pinctada margaritifera. Pérolas Negras Também se encontram noutras águas tropicais, como na Indonésia e nas Filipinas, mas é no Tahiti que se produzem os melhores exemplares. Com uma dimensão entre os 12 a 15 cm, estas ostras produzem pérolas com um diâmetro que varia entre os 8 e os 16 mm. Permanecem cerca de 22 a 26 meses submersas e a percentagem de ostras que, após ter sido inserido o núcleo, produz pérolas com qualidade é muito reduzida. Não obstante, o mercado destas pérolas tem- se vindo a desenvolver muito, devido ao intenso marketing que tem sido feito. Pérolas Keshi A cultura de pérolas produz, por vezes, juntamente com as pérolas cultivadas, um subproduto sob a forma de uma pequenina pérola sem núcleo e com uma forma irregular. São as chamadas pérolas Keshi, que devido ao seu tamanho reduzido são difíceis de furar e são, por isso, frequentemente enviadas para países de mão-de-obra barata para as furarem, de forma a poderem constituir colares e braceletes. Pérolas de Água Doce Provêm quase todas do mexilhão da espécie Hyriopsis schlegeli, que com 15 anos pode atingir os 30 cm de comprimento e os 20 cm de largura. Na China a taxa de crescimento destes mexilhões é muito rápida; em 5 ou 6 meses atingem os 7 a 9 cm e estão prontos a serem “cultivados”. Pérolas de Água Doce O processo de cultura, embora semelhante ao de água salgada, é feito geralmente sem a introdução de um núcleo rijo; 95 a 98% das pérolas de água doce não são nucleadas. Dependendo do tamanho do mexilhão podem ser inseridos 20 a 60 pedaços de tecido (de outros moluscos), em cada um. Posteriormente, e tal como acontece com as ostras, são introduzidos na água, no seu meio ambiente natural e é só esperar. Ao fim de três anos cerca de 30% das pérolas atingiram os 7mm e ao fim de quatro anos perto de 80% das pérolas têm 7mm ou mais. Pérolas de água Doce Os mexilhões podem voltar a ser “cultivados” até um máximo de três vezes. Estas pérolas são muito variadas na forma, na cor e no tamanho que apresentam; são raras as formas perfeitamente redondas e o tamanho médio ronda os 4 a 5 mm. Pérolas Abalone Conchas de Abalone ou Conchas de Orelha são Gastrópodes,e são conhecidas por produzirem lindas e grandes pérolas desde tempos remotos.O interior desta concha mostra um lustro brilhante e uma pérola iridescente. Por esta razão, muito se tem investido na produção de pérolas de abalone, mas não se tem obtido pérolas esfericamente perfeitas, pois as propriedades de coagulação do sangue não existem nos moluscos. Uma pequena injúria pode a fazer sangrar até a morte; logo, nenhuma incisão cirurgica pode ser feita neste animal para produzir pérolas artificiais. Pérolas redondas são produzidas neste molusco com grande eficiência. Há muitas espécies de Abalone com potencial para cultura, como Haliotis fulgens, Haliotis iris e H. rufescen. Concha Rainha Este é um tipo raro de pérola natural raramente encontrada na Concha Rainha do Mar do Caribe e oceano índico, tendo variação de cores desde o vermelho, vermelho rubi, rosa e até mesmo tendendo à cor creme, dependendo do local onde asd pérolas foram produzidas. A Concha rainha é famosa por ser muito apreciada em muitps países. Então, uma grande quantidade de conchas é pescada todo ano. Têm havido incidentes quando foram encontradas por pescadores. Um projeto de pesquisa com Tricornus gigas para cultivar suas pérolas está semdo desenvolvido nas Ilhas Andaman pela Pearl Aquaculture Research Foundation. Camadas da Concha
Composta por 3 camadas: o perióstraco, camada
externa de composição proteica e 2 internas compostas de carbonato de cálcio (CaCO3). A mais interna que, se encontra em contacto com o corpo, é brilhante e dura e é chamada de camada nacarada ou nácar.
Primeiro registro de Corvoheteromeyenia australis (Bonetto & Ezcurra de Drago) para o Brasil com chave taxonômica para os poríferos do Parque Estadual Delta do Jacuí, Rio Grande do Sul, Brasil