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MORRIS KLINE
October 2023
Prefácio
”... Considero que, com o entendimento de partes mais abstratas da geometria, tão vasto quanto o de Arquime-
des ou Apolônio, posso compreender o suficiente para ser auxiliado por ela na contemplação da natureza; e que
não é necessário conhecer seus mistérios mais profundos para ser capaz de discernir sua utilidade... Muitas ve-
zes desejei ter empregado na parte especulativa da geometria e no cultivo da álgebra simbólica que aprendi desde
muito jovem, boa parte do tempo e da dedicação que dediquei ao levantamento topográfico e à fortificação...”
ROBERT BOYLE
Acredito firmemente, como já o fiz no passado, que um curso de matemática destinado a estudantes de artes
liberais deve apresentar a importância cientı́fica e humanı́stica do assunto. Enquanto a matemática propriamente
dita tem pouco apelo e parece ainda menos relevante para a maioria desses estudantes, o assunto se torna
altamente significativo quando é apresentado em um contexto cultural. De fato, os ramos da matemática
elementar foram criados principalmente para atender às necessidades e interesses extra-matemáticos. No ato de
atender a tais necessidades, cada uma dessas criações provou ter importância inestimável para a compreensão
do homem da natureza de seu mundo e de si mesmo.
O fato de que tantos professores escolheram ensinar matemática como parte integrante da cultura ocidental,
como evidenciado pela recepção do meu livro anterior, ”Matemática: Uma Abordagem Cultural”, tem sido
extremamente gratificante. Esse livro continuará disponı́vel. Na revisão e abreviação presente, projetada para
atender às necessidades de grupos especı́ficos de estudantes, o espı́rito do texto original foi preservado. A
abordagem histórica foi mantida porque é intrinsecamente interessante, fornece motivação para a introdução de
vários tópicos e dá coerência ao corpo de material. Cada tópico ou ramo da matemática tratado é mostrado
como uma resposta aos interesses humanos, e a importância cultural do desenvolvimento técnico é apresentada.
Adotei o princı́pio de que o nı́vel de rigor deve ser adequado à idade matemática do aluno, em vez da idade da
matemática.
Assim como no texto anterior, vários tópicos são tratados de maneira bastante diferente do que é agora
moda. Esses são o sistema de números reais, lógica e teoria dos conjuntos. Tentei apresentar esses tópicos em
um contexto e com um nı́vel de ênfase que considero adequado para um curso elementar de matemática. Neste
livro, a abordagem axiomática dos números reais é formulada após a obtenção dos diversos tipos de números
e suas propriedades a partir de situações e usos fı́sicos. O tratamento da lógica se limita aos fundamentos da
lógica aristotélica. E a teoria dos conjuntos serve como uma ilustração de um tipo diferente de álgebra.
As mudanças feitas nesta revisão visam atender a grupos especiais. Alguns alunos precisam de mais revisão e
exercı́cios sobre conceitos e técnicas elementares do que o livro anterior fornece. Outros, principalmente aqueles
que se preparam para o ensino no nı́vel elementar, precisam aprender mais sobre matemática elementar do que
seus cursos do ensino médio cobriram. Professores de cursos do ensino médio de décimo segundo ano e cursos
universitários de um semestre muitas vezes acharam o extenso material de ”Matemática: Uma Abordagem
Cultural”um tanto desconcertante, porque oferecia muito mais do que poderia ser coberto.
Para atender às necessidades desses grupos, fiz as seguintes mudanças:
1. Quatro dos capı́tulos dedicados inteiramente às influências culturais foram removidos. O tamanho do livro
original foi consideravelmente reduzido.
2. Algumas aplicações da matemática à ciência foram omitidas, principalmente para reduzir o tamanho do
texto.
3. Alguns dos capı́tulos sobre tópicos técnicos, o Capı́tulo 3 sobre lógica e matemática, o Capı́tulo 4 sobre
números, o Capı́tulo 5 sobre álgebra elementar e o Capı́tulo 21 sobre aritméticas e suas álgebras, foram
expandidos.
1
Figura 1: Legenda da imagem
2
• Capı́tulo 14 até a Seção 14-4: Equações paramétricas
• Capı́tulo 15 até a Seção 15-10: O uso adicional da ciência
Material adicional enriqueceria o curso, mas não seria necessário para a continuidade. Embora o problema
do professor ao apresentar material fora do domı́nio da matemática propriamente dita seja muito mais simples
com este texto do que com o anterior, ainda pode ser necessário assegurar que ele não precisa hesitar em assumir
essa tarefa. A sensação de que se deve ser uma autoridade em um assunto para dizer qualquer coisa sobre ele é
infundada. Todos nós somos leigos fora de nossa própria especialidade, e não devemos ter vergonha de apontar
isso aos estudantes. Em áreas contı́guas, estamos apenas dando indicações de ideias que os estudantes podem
explorar mais a fundo em outros cursos ou na leitura independente.
Espero que este texto atenda às necessidades dos grupos de estudantes aos quais se destina e que, apesar da
ênfase um pouco maior em assuntos técnicos, ele transmita a rica importância da matemática.
Gostaria de agradecer à minha esposa Helen por sua análise crı́tica do conteúdo e sua leitura cuidadosa das
provas. Também gostaria de expressar meus agradecimentos aos membros da equipe da Addison-Wesley por
sugestões muito úteis e pelo contı́nuo apoio a uma abordagem culturalmente orientada à matemática.
Nova York, 1967
3
Conteúdo
1 Por que Matemática? 8
2 Orientação Histórica 8
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2 Matemática nas civilizações antigas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3 Perı́odo grego clássico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.4 Perı́odo grego alexandrino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.5 Indianos e árabes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.6 Europa antiga e medieval . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.7 Renascença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.8 Desenvolvimentos de 1550 a 1800 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.9 Desenvolvimentos de 1800 até o presente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.10 O aspecto humano da matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3 Lógica e Matemática 8
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.2 Conceitos da matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.3 Idealização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.4 Métodos de raciocı́nio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.5 Prova matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.6 Axiomas e definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.7 A criação da matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4 Número: O Conceito Fundamental 8
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.2 Números inteiros e frações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.3 Números irracionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.4 Números negativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.5 Axiomas sobre números . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.6 Aplicações do sistema numérico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5 Álgebra, a Aritmética Superior 8
5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5.2 A linguagem da álgebra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5.3 Expoentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5.4 Transformações algébricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5.5 Equações envolvendo incógnitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5.6 Equação de segundo grau geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5.7 História de equações de grau superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
6 A Natureza e Usos da Geometria Euclidiana 8
6.1 Os primórdios da geometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
6.2 Conteúdo da geometria euclidiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
6.3 Usos comuns da geometria euclidiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
6.4 Geometria euclidiana e o estudo da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
6.5 Seções cônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
6.6 Seções cônicas e luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
6.7 Influência cultural da geometria euclidiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
7 Mapeando a Terra e os Céus 8
7.1 O mundo alexandrino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
7.2 Conceitos básicos de trigonometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
7.3 Usos comuns das razões trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4
7.4 Mapeando a Terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
7.5 Mapeando os céus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
7.6 Avanços no estudo da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
8 A Ordem Matemática da Natureza 8
8.1 Conceito grego de natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
8.2 Visões pré-gregas e gregas da natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
8.3 Teorias astronômicas gregas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
8.4 Evidências do design matemático da natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
8.5 Destruição do mundo grego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
9 O Despertar da Europa 8
9.1 Civilização medieval europeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
9.2 Matemática na Idade Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
9.3 Influências revolucionárias na Europa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
9.4 Novas doutrinas do Renascimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
9.5 Motivação religiosa no estudo da natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
10 Matemática e Pintura no Renascimento 8
10.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
10.2 Avanços em direção a um sistema cientı́fico de perspectiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
10.3 Realismo leva à matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
10.4 Ideia básica de perspectiva matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
10.5 Teoremas matemáticos sobre desenho em perspectiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
10.6 Pinturas renascentistas que empregam perspectiva matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
10.7 Outros valores da perspectiva matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
11 Geometria Projetiva 8
11.1 Problema sugerido por projeção e seção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
11.2 Trabalho de Desargues . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
11.3 Trabalho de Pascal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
11.4 Princı́pio da dualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
11.5 Relação entre geometrias projetiva e euclidiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
12 Geometria de Coordenadas 8
12.1 Descartes e Fermat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
12.2 Necessidade de novos métodos em geometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
12.3 Conceitos de equação e curva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
12.4 Parábola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
12.5 Encontrar uma curva a partir de sua equação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
12.6 A elipse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
12.7 Equações de superfı́cies . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
12.8 Geometria em quatro dimensões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
12.9 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
13 As Fórmulas Mais Simples em Ação 8
13.1 Domı́nio da natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
13.2 Busca pelo método cientı́fico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
13.3 Método cientı́fico de Galileu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
13.4 Funções e fórmulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
13.5 Fórmulas descrevendo o movimento de objetos em queda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
13.6 Fórmulas descrevendo o movimento de objetos projetados para cima . . . . . . . . . . . . . . . . 8
14 Equações Paramétricas e Movimento Curvilı́neo 8
14.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5
14.2 Conceito de equações paramétricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
14.3 Movimento de projétil lançado de um avião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
14.4 Movimento de projéteis disparados por canhões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
14.5 Movimento de projéteis disparados em um ângulo arbitrário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
14.6 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15 Aplicação de Fórmulas à Gravitação 8
15.1 Revolução na astronomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15.2 Objetivos da teoria heliocêntrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15.3 Argumentos a favor da teoria heliocêntrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15.4 Relação entre movimentos terrestres e celestes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15.5 Esboço da vida de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15.6 Ideia-chave de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15.7 Massa e peso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15.8 Lei da gravitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15.9 Discussão adicional sobre massa e peso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15.10Algumas deduções da lei da gravitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15.11Rotação da Terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15.12Gravitação e leis de Kepler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
15.13Implicações da teoria da gravitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
16 Cálculo Diferencial 8
16.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
16.2 Problemas que levaram ao cálculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
16.3 Conceito de taxa de mudança instantânea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
16.4 Conceito de velocidade instantânea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
16.5 Método dos incrementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
16.6 Método dos incrementos aplicado a funções gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
16.7 Significado geométrico da derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
16.8 Valores máximos e mı́nimos das funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
17 Cálculo Integral 8
17.1 Comparação entre cálculo diferencial e integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
17.2 Encontrar a fórmula a partir da taxa de mudança dada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
17.3 Aplicações a problemas de movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
17.4 Áreas obtidas por integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
17.5 Cálculo de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
17.6 Cálculo da velocidade de escape . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
17.7 Integral como limite de uma soma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
17.8 A Era da Razão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
18 Funções Trigonométricas e Movimento Oscilatório 8
18.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
18.2 Movimento de um pêndulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
18.3 Funções senoidais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
18.4 Aceleração no movimento senoidal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
18.5 Análise matemática do movimento do pêndulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
18.6 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
19 A Análise Trigonométrica dos Sons Musicais 8
19.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
19.2 Natureza dos sons simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
19.3 Método de adição das ordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
19.4 Análise de sons complexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
6
19.5 Propriedades subjetivas dos sons musicais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
20 Geometrias Não Euclidianas e sua Significância 8
20.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
20.2 Contexto histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
20.3 Conteúdo matemático da geometria não euclidiana de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
20.4 Geometria não euclidiana de Riemann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
20.5 Aplicabilidade da geometria não euclidiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
20.6 Aplicabilidade da geometria não euclidiana sob uma nova interpretação da linha . . . . . . . . . 8
20.7 Geometria não euclidiana e a natureza da matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
20.8 Implicações da geometria não euclidiana para outras áreas de nossa cultura . . . . . . . . . . . . 8
21 Aritméticas e suas Álgebras 8
21.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
21.2 Aplicabilidade do sistema de números reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
21.3 Aritmética do beisebol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
21.4 Aritméticas modulares e suas álgebras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
21.5 Álgebra de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
21.6 Matemática e modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
22 A Abordagem Estatı́stica nas Ciências Sociais e Biológicas 8
22.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
22.2 Revisão histórica breve . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
22.3 Médias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
22.4 Dispersão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
22.5 Gráficos e a curva normal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
22.6 Encaixe de uma fórmula aos dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
22.7 Correlação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
22.8 Cautelas sobre o uso de estatı́sticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
23 Teoria da Probabilidade 8
23.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
23.2 Probabilidade de resultados igualmente prováveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
23.3 Probabilidade como frequência relativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
23.4 Probabilidade na variação contı́nua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
23.5 Distribuições binomiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
23.6 Problemas de amostragem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
24 A Natureza e o Valor da Matemática 8
24.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
24.2 Estrutura da matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
24.3 Valores da matemática para o estudo da natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
24.4 Valores estéticos e intelectuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
24.5 Matemática e racionalismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
24.6 Limitações da matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
25 Tabela de Razões Trigonométricas 8
26 Respostas para Exercı́cios Selecionados e de Revisão 8
27 Respostas e Soluções Adicionais 8
28 Índice 8
7
1 Por que Matemática?
2 Orientação Histórica
2.1 Introdução
2.2 Matemática nas civilizações antigas
2.3 Perı́odo grego clássico
2.4 Perı́odo grego alexandrino
2.5 Indianos e árabes
2.6 Europa antiga e medieval
2.7 Renascença
2.8 Desenvolvimentos de 1550 a 1800
2.9 Desenvolvimentos de 1800 até o presente
2.10 O aspecto humano da matemática
3 Lógica e Matemática
3.1 Introdução
3.2 Conceitos da matemática
3.3 Idealização
3.4 Métodos de raciocı́nio
3.5 Prova matemática
3.6 Axiomas e definições
3.7 A criação da matemática
Alguém pode sabiamente duvidar se o estudo da matemática vale a pena e pode encontrar boas autoridades
para apoiá-lo. Já em cerca do ano 400 d.C., Santo Agostinho, Bispo de Hipona na África e um dos grandes pais
do Cristianismo, tinha o seguinte a dizer:
”O bom cristão deve se precaver dos matemáticos e de todos aqueles que fazem profecias vazias. Já existe o
perigo de que os matemáticos fizeram um pacto com o diabo para obscurecer o espı́rito e aprisionar o homem
nas correntes do Inferno.”
Talvez Santo Agostinho, com uma visão profética dos conflitos que surgiriam posteriormente entre os ci-
entistas de mente matemática dos últimos séculos e os lı́deres religiosos, estivesse tentando desencorajar o
desenvolvimento adicional da disciplina. Em qualquer caso, não há dúvida quanto à sua atitude.
Por volta da mesma época em que Santo Agostinho viveu, os juristas romanos decidiram, sob o Código dos
Matemáticos e Malfeitores, que ”aprender a arte da geometria e participar de exercı́cios públicos, uma arte tão
condenável quanto a matemática, é proibido.”
Mesmo o distinto contribuinte do século XVII para a matemática, Blaise Pascal, decidiu, após estudar a
humanidade, que as ciências puras não eram adequadas para ela. Em uma carta a Fermat escrita em 10 de
agosto de 1660, Pascal diz: ”Falando livremente de matemática, considero que é o mais alto exercı́cio do espı́rito;
mas ao mesmo tempo sei que é tão inútil que faço pouca distinção entre um homem que é apenas um matemático
e um artesão comum. Também, chamo a isso a profissão mais bonita do mundo; mas é apenas uma profissão;
e muitas vezes tenho dito que é bom fazer a tentativa [de estudar matemática], mas não usar nossas forças: de
modo que eu não faria dois passos para a matemática, e estou confiante de que você compartilha fortemente da
minha opinião.”A famosa injunção de Pascal foi: ”Humilha-te, razão impotente.”