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08/11/2023, 13:24 Conflito no Sudão em 2023 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Conflito no Sudão em 2023


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Em 15 de abril de 2023, combates entre as


Forças Armadas Sudanesas e as Forças de Apoio Conflito no Sudão em 2023
Rápido eclodiram em todo o Sudão, com
combates relatados no palácio presidencial e na
sede da RSF.[10][11] Combates também foram
relatados no Aeroporto Internacional de Cartum
e no Aeroporto de Merowe, ambos os quais a
RSF afirmou ter capturado. Tiros e confrontos
também foram relatados em seções de Cartum e
no Aeroporto El Obeid, no norte de
Kordofan.[12][13][14][15][16]

Antecedentes
O ex-presidente sudanês Omar al-Bashir
presidiu um conflito destrutivo no sul do país Situação militar em agosto de 2023:
que resultou na secessão do Sudão do Sul em Território sob controle do exército sudanês
2011 e na violência patrocinada pelo Estado na Território sob controle dos rebeldes das Forças de
região ocidental de Darfur, levando a acusações Suporte Rápidas
de crimes de guerra e genocídio. Depois de Território sob controle dos combatentes do SPLM-N
serem depostos em uma revolução de 2019 e (al-Hilu)
condenados por corrupção e outros crimes, os Território sob controle dos combatentes do
militares tomaram o poder em um golpe em
Movimento de Libertação do Sudão (Nur)
outubro de 2021, destruindo as esperanças de
democracia. Em meio a uma crise econômica, os Período 15 de abril de 2023 – presente
militares concordaram em entregar a autoridade Local Sudão
a um governo liderado por civis em abril de
Causas Disputa por poder
2023, mas as tensões aumentaram entre os
líderes militares rivais, o general Abdel Fattah Situação Em andamento
al-Burhan (visto como chefe de estado de fato),
Participantes do conflito
líder das Forças Armadas do Sudão e o
comandante general Mohamed Hamdan Dagalo, Forças de Forças Armadas
mais conhecido como Hemeti, das Forças de Suporte Rápidas (RSF) do Sudão (SAF)
Apoio Rápido.[17] Ambos atuam como
presidente e vice do Conselho de Soberania de SPLM-N (facção de Movimento de
Transição, respectivamente. al-Hilu) Libertação do Sudão
(facção de Tambour)
As Forças de Apoio Rápido são uma organização Apoio:
paramilitar sudanesa que tem suas raízes nas Exército Nacional Apoio:
milícias Janjaweed que operam durante a Líbio [1] Movimento pela
Guerra de Darfur. Rússia (alegado; via Justiça e Igualdade
Egito[4][1]
Desde 11 de abril, as forças da RSF estão Ucrânia[5]
posicionadas perto da cidade de Merowe, bem
como em Cartum. As forças do governo
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ordenaram que eles saíssem, mas eles se Grupo Wagner)[2]


recusaram. Os confrontos começaram quando Emirados Árabes
as forças RSF assumiram o controle da base Unidos[3]
militar de Soba ao sul de Cartum.[18]
Líderes

Eventos Hemedti Abdel Fattah al-Burhan


Abdelaziz al-Hilu Mustafa Tambour
Forças
Abril
70 000 – 150 000 110 000 – 120 000
[6] [6]
Em 15 de abril, rebeldes das Forças de Suporte combatentes militares e milicianos
Rápidas (RSF) atacaram as bases das Forças Baixas
Armadas Sudanesas (SAF) por todo o Sudão, Desconhecido Desconhecido
incluindo a maioria da cidade de Cartum e seu
aeroporto.[13][19] Os confrontos entre os dois 4 000 - 10 000 mortos e 6 000 - 8 000 feridos[7][8]

grupos ocorreram no Palácio Presidencial e na 4,1 milhões de pessoas deslocadas internamente[9]


residência do General al-Burhan.[20] Em 1 130 516 refugiados[9]
resposta, a SAF fechou todos os aeroportos e
realizou ataques aéreos contra posições do RSF.[20] Houve confrontos na sede da emissora estatal,
a Sudan TV, que foi capturado pelas forças rebeldes do RSF.[21] Pontes e estradas em Cartum
foram fechadas e a RSF afirmou que todas as estradas que seguem para o sul de Cartum foram
fechadas.[22] Em 16 de abril, a SAF anunciou o resgate de um major-general e um brigadeiro, a
prisão de vários oficiais da RSF e a tomada do aeroporto de Merowe.[23] A Autoridade de Aviação
Civil do Sudão fechou o espaço aéreo do país[24] e o provedor de telecomunicações MTN
desligaram os serviços de internet.[25] Os confrontos recomeçaram em 17 de abril em Cartum,
Ondurmãe no aeroporto de Merowe.[26] As forças armadas sudanesas reivindicaram o controle da
sede da Sudan TV e da rádio estatal na capital[27] e os rebeldes lançaram um vídeo em sua página
do Twitter.[28]

Os combates entre os soldados do SAF e os rebeldes da RSF continuaram em Cartum. A SAF


acusou a RSF de agredir civis e realizar atos de saque e incêndio.[29] Testemunhas disseram que
reforços SAF foram trazidos de perto da fronteira oriental com a Etiópia. Um cessar-fogo foi
anunciado e os combates continuaram, com explosões relatadas em El-Obeid.[30] A situação em
Merowe estava voltando ao normal, com a SAF recuperando o controle do aeroporto. A RSF
afirmou ter repelido um ataque da SAF e abateu dois de seus helicópteros.[31] Tiroteios e
bombardeios foram reportados em Cartum, Ondurmã e Cartum Bahri no dia do Eid al-Fitr, em 21
de abril.[32] Os combates foram descritos como particularmente intensos ao longo da estrada que
vai para Porto Sudão e na zona industrial de al-Bagair.[33] Os combates se espalharam ao longo da
estrada principal que leva ao sudeste da capital.[34] O exército chadiano parou e desarmou um
contingente de 320 soldados sudaneses que entraram no país vindos de Darfur enquanto fugiam
da RSF em 17 de abril.[35]

Em 23 de abril, uma série de fugas em massa ocorreu na prisão de Kobar e em outras quatro
prisões, com mais de 25 000 detidos escapando.[36][37] Houve uma interrupção quase total da
internet em todo o país, atribuída à falta de eletricidade causada por ataques à rede elétrica.[38] A
RSF alegou ter capturado instalações de fabricação militar e uma usina de energia ao norte de
Cartum.[39] A Organização Mundial da Saúde expressou preocupação com o Laboratório Nacional
de Saúde Pública, que havia sido tomado por um dos lados em conflito em 25 de abril.[40] A
empresa dinamarquesa AP Moller-Maersk anunciou que deixaria de aceitar novas encomendas de
mercadorias para o Sudão[41] e confrontos intercomunitários foram relatados no Estado do Nilo
Azul e em Geneina.[42][43] Os combates entre os militares da SAF e os rebeldes da RSF
continuaram, com fogo de artilharia relatado em Ondurmã, enquanto um cessar-fogo de 72 horas

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começou em 27 de abril.[44]
Em 30 de abril, a SAF anunciou que estava lançando um ataque total
para expulsar o RSF em Cartum usando ataques aéreos e artilharia.[45] A polícia sudanesa
implantou suas Forças de Reserva Central nas ruas de Cartum para manter a lei e a ordem[46] e a
unidade disse posteriormente que havia prendido 316 "rebeldes", referindo-se ao RSF.[47] As
autoridades locais de Cartum colocaram os funcionários públicos em licença por tempo
indeterminado.[48]

Maio

As Forças Armadas do Sudão (SAF) afirmaram ter deteriorado as capacidades de combate das
Forças de Suporte Rápidas (RSF) e repeliram seus avanços em várias regiões.[49] Ataques aéreos e
combates persistiram em áreas como Ondurmã, o Palácio Presidencial, as cidades de Cartum Bahri
e al-Jerif.[50][51] Durante este período, ambos os lados fizeram acusações um contra o outro. RSF
alegou ter derrubado um caça a jato durante ataques aéreos da SAF,[52] enquanto o governo
sudanês relatou vários feridos desde o início do conflito.[53] O chefe de socorro da ONU, Martin
Griffiths, expressou frustração com a falta de compromisso de ambos os lados para encerrar os
combates.[54]

A situação se complicou quando a embaixada turca em Cartum foi atacada, resultando em sua
mudança para Porto Sudão.[55] Os militares das SAF e os rebeldes das RSF assinaram um acordo
em Jeddah, na Arábia Saudita, para garantir a passagem segura de civis, proteger trabalhadores
humanitários e proibir o uso de civis como escudos.[56] O acordo não incluía um cessar-fogo e os
confrontos recomeçaram em Geneina, levando a mais mortes.[56] O conflito chamou a atenção
internacional, com o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas votando para aumentar o
monitoramento de abusos.[57] A UNICEF relatou a destruição de uma fábrica de alimentos para
crianças desnutridas.[58] A situação permaneceu volátil, com ambos os lados trocando culpas por
ataques a igrejas,[59] hospitais,[60] e embaixadas.[61]

O General Dagalo, líder dos rebeldes das Forças de Suporte Rápidas (RSF), juraram continuar
lutando e expressaram seu desejo de capturar e enforcar o General Burhan, chefe do Conselho de
Soberania de Transição e comandante das Forças Armadas Sudanesas (SAF).[62] O General Burhan
fez uma aparição pública entre os soldados que aplaudiam, reafirmando sua presença no
conflito.[63] O número de mortos aumentou consideravelmente, particularmente em Geneina,
onde milícias árabes leais à RSF foram acusadas de atrocidades contra residentes não árabes.[64]
Um cessar-fogo temporário foi assinado e enfrentou desafios enquanto os combates persistiam em
Cartum, e o tempo de cessar-fogo acordado viu mais violência.[65]

O ministério da defesa sudanês emitiu uma ordem de mobilização para aposentados do exército e
indivíduos capazes para se juntarem às SAF.[66] As negociações de paz entre SAF e RSF foram
suspensas devido a violações do cessar-fogo.[67] O conflito resultou em muitas baixas civis,
incluindo ataques a mercados[68] e sequestros e abduções.[69]

Junho

Em 15 de junho, o governador Khamis Abdallah Abbakar, de Darfur Ocidental, foi assassinado e


depois mutilado horas depois de criticar publicamente os rebeldes da RSF por "genocídio". Burhan
acusou o Forças de Suporte Rápidas (RSF) de cometer o assassinato; o RSF negou a
responsabilidade, dizendo que Abbakar havia sido sequestrado sob a proteção do RSF.[70]

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Batalhas entre tanques continuaram a acontecer em Cartum, resultando em mortes e


feridos.[71][72] Rebeldes da RSF assumiram o controle do Museu Nacional do Sudão,[73] a fábrica
de munições Yarmouk[74] e o quartel-general das Forças de Reserva Central da Polícia em
Cartum,[75] aumentando ainda mais a instabilidade na capital e regiões vizinhas.[76] Os combates
também persistiram em várias áreas, incluindo Kutum, Tawila[77] e Geneina, onde centenas de
pessoas perderam suas vidas e extensa destruição ocorreu.[78][79] A insegurança alimentar aguda
afetou uma parcela significativa da população do Sudão.[79]

Milícias armadas de ambos os lados foram acusadas de realizar execuções sumárias,[77][80]


exacerbando a crise humanitária.[81] O governador de Darfur Ocidental, Khamis Abakar, foi
sequestrado e morto por homens armados horas depois de acusado o RSF de genocídio e apelando
por intervenção internacional numa entrevista televisiva.[82]

Uma fação do militante Movimento Popular de Libertação do Sudão - Setor Norte (SPLM-N),
liderada por Abdelaziz al-Hilu, quebrou um acordo de cessar-fogo de longa data e atacou posições
das Forças Armadas do Sudão (SAF) em Kadugli, Kurmuk e al-Dalanj, sendo que nesta última
cidade eles o fizeram com apoio de rebeldes da RSF. O SAF afirmou ter repelido estes
ataques.[75][83]

Os cessar-fogos foram anunciados, mas muitas vezes violados, levando a novos confrontos. A SAF e
a RSF se culparam mutuamente pelos incidentes, enquanto o governo sudanês agiu contra os
enviados internacionais.[84] A embaixada saudita em Cartum foi atacada e evacuações de um
orfanato foram realizadas em meio ao caos.[85] Os Estados Unidos impuseram sanções a empresas
associadas à SAF e RSF, juntamente com restrições de visto a indivíduos envolvidos no conflito.[86]
Em meio aos tumultos, o Sudão enfrentou tensões diplomáticas com o Egito, levando a desafios
para os refugiados sudaneses que buscavam entrar.[87][88] O Comitê Internacional da Cruz
Vermelha facilitou a liberação do pessoal detido pela RSF.[89]

Apesar de tréguas temporárias por causa da celebração do Eid al-Adha, violentos combates
persistiram em Cartum.[90]

Julho

O conflito continuou a se expandir, com ataques aéreos, de artilharia e armas pequenas em Cartum
e em Ondurmã. O RSF alegou ter derrubado uma aeronave militar da SAF e um veículo aéreo não
tripulado em Cartum Bahri. A RSF foi acusada de saques e ocupação de residências em Cartum, de
invadir o Hospital Al-Shuhada e matar um membro da equipe e de continuar limpeza étnica em
Geneina. A Unidade de Combate à Violência contra a Mulher informou ter registrado 88 casos de
agressão sexual em Geneina, Cartum e Nyala.[91] Em 13 de julho, a ONU anunciou a descoberta de
87 corpos, incluindo da etnia masalita, enterrados em uma vala comum em Darfur. De acordo com
o Escritório do Alto-comissário para os Direitos Humanos, os falecidos foram mortos pela RSF e
sua milícia aliada e enterrados em 20-21 de junho de 2023. O Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, exigiu uma "investigação rápida, completa e
independente".[92] A ONU alertou que o Sudão estava à beira de outra guerra civil total.[93] Em 22
de julho, foi relatado que 10 000 pessoas morreram desde o início do conflito apenas em Darfur
Ocidental.[8] O RSF e as milícias árabes teriam matado advogados, monitores de direitos humanos,
médicos e líderes tribais não árabes[94][95] e cometeram roubos e violência sexual de forma
indiscriminada.[96]

Em resposta à violência, o Reino Unido impôs sanções a empresas ligadas à SAF e RSF por seu
envolvimento no financiamento e fornecimento de armas, buscando coibir suas ações.[97] Apesar
dos esforços regionais de mediação e resolução,[98] o conflito persistiu e o boicote do SAF a uma
reunião crucial atrapalhou o processo de paz.[99]
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As divisões internas dentro das tribos sudanesas e da SAF complicaram ainda mais a situação, com
alguns prometendo seu apoio à RSF.[100][101][102] Notavelmente, o líder do RSF, Hemedti, fez seu
primeiro anúncio em vídeo desde abril, reiterando sua disposição de negociar se Burhan e o
restante da liderança do SAF fossem removidos do poder.[103]

Agosto

A RSF alegou que havia assumido o controle total sobre todos os Darfur Central.[104] O RSF lançou
um ataque contra a cidade de Kubum, em Darfur do Sul, numa batalha que durou até 6 de agosto e
deixou pelo menos vinte e quatro pessoas mortas. Outra cidade que viu combates e foi saqueada foi
Markondi.[105] O exército sudanês (SAF) tentou responder aos retrocessos recentes no campo de
batalha bombardeando o Palácio Republicano em Cartum, enquanto os rebeldes da RSF alegaram
que haviam repelido uma tentativa da SAF de quebrar um cerco ao complexo militar de
Yarmouk.[106] A RSF acusou a 16ª Divisão de Infantaria da SAF, baseada em Nyala, de saquear os
escritórios locais do Banco Central do Sudão em 21 de agosto.[107]

Em 28 de agosto, quatorze pessoas foram mortas num combate entre o exército e rebeldes na
cidade de El Obeid, com a luta só cedendo no dia seguinte.[108] No dia seguinte, a organização
SPLM-N (al-Hilu) atacou bases das forças armadas sudanesas em Dalami, na área de Cordofão do
Sul.[109]

Em 31 de agosto, a RSF afirmou ter matado centenas de soldados em um ataque a um campo das
Forças-Tarefa Especiais da SAF em El Merkhiyat no noroeste de Ondurmã. Os combates
continuaram a se intensificar por diversas cidades nas regiões oeste, sul e central do país.[108]

Setembro

Durante todo o mês de setembro, os ataques aéreos e os bombardeios indiscriminados da força


aérea sudanesa mataram pelo menos 20 civis, incluindo duas crianças, em Kalakla al-Qubba, no
estado de Cartum,[110] 32 in Ombada, Omdurman,[111] outros 51 mortes no mercado de Gouro na
cidade de Cartum,[112][113] cerca de 43 em um outro mercado na capital sudanesa,[114][115] mais 17
em Omdurman,[116] e 45 em Nyala.[117] Pessoas também foram mortas por bombardeios
indiscriminados feitos pelos rebeldes das Forças de Suporte Rápidas, incluindo pelo menos 104
pessoas que foram mortas em Cartum. Pelo menos 30 deles foram mortos no mercado de gado
Hilet Kouko, perto de Sharg El Nil,[118] enquanto dez pessoas morreram e outras 11 ficaram feridas
na área de Aljarafa, no norte de Omdurman.[119] Mais civis foram mortos durante confrontos entre
o exército e os rebeldes, com 25 pessoas mortas em Omdurman,[120] uma El-Odeya, Cordofão
Ocidental,[121] e 30 em El Fasher.[122] Em 19 de setembro, a ACNUR informou que pelo menos 1
200 crianças com menos de cinco anos morreram de sarampo e de fome em campos de refugiados
no estado do Nilo Branco entre maio e setembro de 2023. A OMS também afirmou que entre 70-
80% dos hospitais nas zonas afetadas pelo conflito estavam fora de serviço.[123]

Em outros lugares, combatentes do SPLM-N (al-Hilu) atacaram uma base do exército sudanês em
Kadugli,[124][125] enquanto seguidores do líder da tribo Beja, Dirar Ahmed Dirar, atacaram o
quartel-general dos portos das forças armadas sudanesas.[126] Os rebeldes da RSF atacaram então
as regiões de Gorni e Abu Suruj, em Darfur Ocidental, sequestrando dois prefeitos[127] e atacando o
mercado El Fasher[127] e o quartel-general do Comando Geral,[128] o Ministério da Justiça e
raptaram vários outros funcionários do governo central em Cartum.[129] O exército respondeu com
uma ofensiva contra posições do RSF em El-Obeid e retomaram o campo de Al-Hasahissa, em
Zalingei,[130] enquanto as Forças de Operações Especiais ucranianas teriam lançado um ataque de

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drones contra posições da RSF em Cartum.[5] Combatentes das Forças de Suporte Rápidas tiveram
de abandonar a cidade de Um Rawaba,[131] enquanto tropas do exército sudanês recuaram de
Tawila.[132]

Após a sua visita ao Egipto em agosto, o presidente Abdel Burhan visitou o Sudão do Sul,[133]
Qatar,[134] Eritreia,[135] Turquia,[136] e Uganda,[137] antes de partir para Nova Iorque como chefe
da delegação sudanesa à 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas,[138] onde instou a comunidade
internacional a declarar o RSF uma organização terrorista.[139] Em 6 de setembro, Burhan emitiu
um decreto constitucional ordenando a dissolução da RSF.[140] Em 14 de setembro, Hemedti
ameaçou formar um governo separado[141] e o vice de Burhan no Conselho de Soberania, Malik
Agar, anunciou que um novo governo interino seria inaugurado.[142]

Vítimas
Em meados de agosto de 2023, mais de 10 000 pessoas (entre combatentes e civis) haviam
morrido[7][143][8] e mais de 8 000 foram feridas,[143] segundo analistas. Em 12 de junho, o
Sindicato dos Médicos do Sudão disse que pelo menos 959 civis foram mortos e 4 750 outros
ficaram feridos.[144] Em 6 de maio, Save the Children UK disse que pelo menos 190 crianças foram
mortas no conflito.[145] Os médicos no local alertaram que os números declarados não incluem
todas as vítimas, pois as pessoas não puderam chegar aos hospitais devido a dificuldades de
movimento.[146] Um porta-voz do Crescente Vermelho Sudanês foi citado como tendo dito que o
número de vítimas "não era pequeno".[147] O número de refugiados internos e externos chegaram a
quase quatro milhões no final do semestre.[9]

Por localização

Vários relatórios sobre vítimas apareceram. Durante os confrontos em Al-Obeid e Cartum, pelo
menos três civis foram mortos e dezenas ficaram feridos.[148] Pelo menos vinte e cinco civis foram
mortos e 26 feridos durante os confrontos no norte de Darfur, e outros três civis foram mortos por
uma granada lançada por foguete, com uma mulher também ferida por uma bala.[149] Uma
declaração do Comitê de Médicos do Sudão disse que dois civis foram mortos no aeroporto de
Cartum e outro homem foi morto a tiros no estado de Kordofan do Norte.[150] Em Foro Baranga,
no oeste de Darfur, dezenas foram mortos e centenas ficaram feridos.[151] Em al-Fashir, três civis
foram mortos e 27 feridos em confrontos que atingiram a cidade vizinha de Kabkabiya.[152] Na
cidade de Nyala, no sul de Darfur, 5 civis foram mortos durante os confrontos em curso.[153]

Evacuação de cidadãos estrangeiros


O surto de violência levou os governos estrangeiros a monitorar a situação no Sudão e a avançar
para a evacuação e repatriação de seus cidadãos. Alguns países com um número significativo de
expatriados no Sudão incluem o Egito, que tem mais de 10 000 cidadãos no país,[154] e os Estados
Unidos, que têm mais de 16 000 cidadãos, a maioria dos quais são cidadãos duplos.[155] Os
esforços de extração foram dificultados pelos combates dentro da capital, Khartoum,
especialmente no aeroporto e seus arredores. Isso forçou evacuações a serem realizadas por
estradas através de Port Sudan, no Mar Vermelho, que fica a cerca de 650 km (400 milhas) a
nordeste de Khartoum.[156] A partir de Port Sudan, as pessoas foram transportadas por via aérea
ou marítima diretamente para seus países de origem ou para países terceiros. Outras evacuações
foram realizadas através de cruzamentos terrestres de fronteira ou por transporte aéreo de missões
diplomáticas e outros locais designados, com envolvimento direto dos militares de alguns países de

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origem. Alguns centros de trânsito usados durante a evacuação incluem o porto de Jeddah, na
Arábia Saudita, e Djibouti, que abriga bases militares dos Estados Unidos, China, Japão, França e
outros países europeus.[157]

Sanções

Estados Unidos

As repetidas violações dos acordos de cessar-fogo e outras atrocidades durante o conflito levaram o
Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a emitir uma ordem executiva em 4 de maio de 2023
autorizando sanções para aqueles considerados responsáveis por desestabilizar o Sudão, minar a
transição democrática e cometer abusos aos direitos humanos.[158][159] Em 1º de junho, o governo
dos Estados Unidos impôs suas primeiras sanções relacionadas ao conflito, direcionando duas
empresas associadas às Forças Armadas do Sudão (SAF) e outras duas ligadas às Forças de Suporte
Rápido (RSF). Também impôs restrições de visto contra indivíduos envolvidos na violência, mas
não divulgou nenhum nome.[160][161]

Reino Unido

Em 12 de julho, o Reino Unido anunciou sanções a empresas ligadas às Forças Armadas do Sudão
(SAF) e às Forças de Suporte Rápido (RSF) por fornecerem fundos e armas no conflito.[162][163]

Reações

Interna

Em 18 de abril, o ex-primeiro-ministro Abdalla Hamdok fez um apelo público a al-Burhan e


Hemedti para cessarem os combates.[164]

No mesmo dia, el-Wasig el-Bereir, do Partido Nacional Umma, estava em comunicação com as
Forças Armadas do Sudão (SAF) e as Forças de Suporte Rápido (RSF) para que parassem
imediatamente os combates,[165] enquanto el-Fateh Hussein dos comitês de resistência de Cartum
pediu o fim imediato dos combates, afirmando que os comitês de resistência há muito tempo
pediam que a SAF "voltasse aos quartéis" e que a RSF fosse dissolvida.[165]

Os comitês de resistência sudaneses coordenaram redes de apoio médico, escreveram mensagens


anti-guerra em paredes e incentivaram as comunidades locais a não se alinharem com a RSF ou a
SAF. Hamid Murtada, membro dos comitês de resistência, descreveu-os como tendo "um papel
importante em conscientizar suas bases eleitorais e apoiar iniciativas que encerrem imediatamente
a guerra".[166]

Em 22 e 23 de abril, protestos contra o conflito foram realizados por moradores em Cartum Bahri,
Arbaji e Damazin.[167]

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Em 25 de julho, após uma reunião no Cairo, quatro grupos políticos sudaneses, nomeadamente as
Forças para a Liberdade e a Mudança, as Forças do Movimento Nacional, as Forças do Acordo
Nacional e a Aliança das Forças Nacionais, pediram a Burhan que forme "um governo provisório" o
mais rápido possível para governar o país durante a guerra e promover o diálogo.[168]

Internacional

Em 19 de abril, missões diplomáticas no Sudão, incluindo as de Canadá, França, Alemanha, Itália,


Japão, Holanda, Noruega, Polônia, Coreia do Sul, Espanha, Suíça, Suécia, Reino Unido, Estados
Unidos e União Europeia, emitiram uma declaração conjunta pedindo às partes em conflito que
cumprissem suas obrigações sob o direito internacional, instando-as especificamente a "proteger
civis, diplomatas e atores humanitários", evitar escaladas adicionais e iniciar conversações para
"resolver questões pendentes".[169]

Muitos países condenaram a violência e pediram às partes em conflito que cessem os combates e
retomem a transição democrática,[170][171][172][173][174][175] enquanto Egito, Sudão do Sul e Israel se
ofereceram para mediar entre a SAF e a RSF.[176][177] Vários dos vizinhos do Sudão, incluindo
Chade, Egito e Sudão do Sul, fecharam suas fronteiras com o Sudão,[178][179][180] enquanto a
Eritreia afirmou que não estabeleceria campos de refugiados para aqueles que cruzam sua
fronteira do Sudão.[181]

Organizações internacionais também ecoaram as demandas pelo fim dos combates e a restauração
do governo civil.[176][182][183][184][185]

Referências
1. «Sudan's army chief says Haftar denies supporting RSF; no confirmation on Wagner Group's
involvement - Region - World» (https://english.ahram.org.eg/News/496267.aspx). Ahram
Online. Consultado em 5 de maio de 2023
2. https://amp.cnn.com/cnn/2023/04/20/africa/wagner-sudan-russia-libya-intl/index.html
3. Walsh, Declan; Koettl, Christoph; Schmitt, Eric (29 de setembro de 2023). «Talking Peace in
Sudan, the U.A.E. Secretly Fuels the Fight» (https://www.nytimes.com/2023/09/29/world/africa/
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