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GUIA BÁSICO

PATOLOGIA CLÍNICA
VETERINÁRIA

nard
eo
o.
@l

mv

Série hematológica
M. V. Leonardo Perdigão Soares
Caro Leitor,

É com muito entusiasmo que apresento a você este


ebook sobre hematologia veterinária. A hematologia é
uma ferramenta importante na prática clínica veterinária,
fornecendo informações valiosas sobre a saúde dos
animais.

A hematologia veterinária é uma área fundamental para o


diagnóstico e tratamento de diversas doenças que
acometem os animais. Compreender os processos que
envolvem a produção, transporte e função das células
sanguíneas é essencial para identificar e tratar doenças
como anemias, leucemias, distúrbios de coagulação,
entre outras.

Neste ebook, você encontrará uma abordagem completa


e atualizada sobre os principais aspectos da hematologia
veterinária, incluindo a fisiologia e patologia das células
sanguíneas, os métodos diagnósticos mais utilizados, as
principais doenças hematológicas em cães e gatos, entre
outros tópicos relevantes.

Espero que este material possa contribuir para o seu


aprimoramento profissional e para o bem-estar dos
animais atendidos por você. Desejo uma excelente
leitura!

Atenciosamente,
Mv. Leonardo Perdigão Soares

@leonardo.mv
Queridos (a) colaboradores,

Gostaria de expressar minha profunda gratidão por sua


ajuda inestimável na escrita do ebook. Seu
conhecimento, habilidade e dedicação foram
fundamentais para o sucesso desse projeto e estou
extremamente agradecido por ter contado com sua
colaboração.

Começarei agradecendo a mim mesmo pelo empenho e


coragem para começar e terminar um conteúdo para que
outras pessoas possam aprender com o meu
conhecimento.

A Rúbia que fez a correção ortográfica;


A Dani Silvano que passou a régua na qualidade;
A Glorete e Afonso (meus pais) pela dedicação e sempre
acreditar no seu filho.

Muito obrigado novamente por tudo o que você fez.


Com sincera gratidão, Leonardo Perdigão Soares.
AUTOR

Quem sou eu
Olá marujos, me chamo Leonardo, e sou
o comandante da página @leonardo.mv

Com o intuito de passar o meu


conhecimento e acelerar o aprendizado
de vocês eu desenvolvi este guia.

Sou médico veterinário formado em dezembro de 2021 (jovem né?),


porém com a determinação e coragem de um marinheiro em mar aberto.

O @leonardo.mv foi criado no inicio de 2022, com a intenção de publicar


um pouco da minha rotina laboratorial sabendo ser esta uma área com
poucos incentivos desde à faculdade.

Enfim, tenho 25 anos, adoro animais, adoro empreender e amo


desenvolver ideias mesmo que elas não deem certas. Tenho um
propósito claro em mente de que posso contribuir muito com vocês com
este material e com os futuros que virão.

Tudo o que você verá aqui não foi ideia da minha cabeça, e sim um
compilado da literatura acadêmica. Apenas uni os fatos para que faça
sentido para você.

Pera, as ideias e esquemas são coisas da minha cabeça ein

Apertem os cintos que daqui pra


frente guiarei um pouco dos seus
estudos.
M. V. Leonardo Perdigão Soares
CRMV - MG 25411
Sumário
Clicável
O porquê deste guia......................... 6
O que é o hemograma..................... 8
Coleta.................................................. 9
Composição sanguínea.................... 12
Alterações nas amostras.................. 13
Hemólise...................................... 13
Lipêmico.......................................14
Ictérico..........................................15
Comparações..................................... 16
Eritrograma........................................ 17
Índices hematimétricos..............18
Anemias.............................................. 21
Policitemias........................................ 28
Plaquetas............................................32
Proteínas plasmáticas.......................35
Leucócitos.......................................... 37
Hemostasia........................................ 52
BÔNUS................................................ 55
Referências bibliográficas................ 67

@leonardo.mv
6
O porquê deste guia
Aprendi patologia clínica somente após a faculdade e
estágios na área, a faculdade tem uma base fraca
para a patologia clínica. É um mercado promissor e
com ótima remuneração, porém falta profissionais
na área.

Reconheço as dificuldades que eu passei e de colegas


da profissão na hora de interpretar um hemograma,
e quero compartilhar com vocês, pelo menos o básico
do básico.

Como muitos pensam, laboratório não é lugar onde se


cria rato para experimentos. No lab. é onde toda
mágica acontece, por trás de exames simples e
baratos você pode conseguir solucionar problemas.

A clínica não é importante? agora imagina a clínica


somada ao que está acontecendo no interior do seu
paciente expresso em números que se bem
interpretados e assimilados você poderá solucionar
problemas.

@leonardo.mv

Este guia vai cair como uma luva na sua


rotina clínica/ laboratorial/ e estudos.
7

CUIDADO !

BONS
VOCÊ
ESTÁ
COM UMA
FERRAMENTA

ESTU
MUUUUITO
PODEROSA

DOS
@leonardo.mv
8
O que é o hemograma?

São números que expressam o que pode estar


ocorrendo no organismo do animal, tanto em
condições patológicas e fisiológicas, e esses números
retratam:

Quantidade de hemácias
Tamanho médio das hemácias = VCM
Teor de hemoglobina no sangue
Concentração média de hemoglobina = CHCM
Hematócrito (HCT)= Proporção entre
hemácias/plasma.
Plaquetas circulantes
Leucócitos totais

Eritrograma

Leucograma
Trombograma

@leonardo.mv
9
Coleta

Azul: utilizado para exames de coagulação, possui citrato de


sódio.

Vermelho: ativador de coágulo,siliconizado.

Amarelo: tem gel separador de cóagulo.

Verde: usado em hemograma de silvestres, possui heparina.

Roxo: usado em hemogramas, possui EDTA.

Cinza: teste de glicose e lactato, possui fluoreto de sódio


10
edta
TUBO DE 2 ML TUBO BABY

Volume ideal.

Plasma

Hemácias

Ideal para pequenos


animais, ou coletas
difíceis (felinos).

A principal causa de coágulo na rotina é devido a


erros clínicos:

Homogeneização errônea ou incompleta;


Coletar o sangue e demorar a passar para o
tubo EDTA;
Coletar na seringa e usar agulha para
transferir o sangue para o tudo EDTA;
Armazenamento inadequado.
Dentre outras...

@leonardo.mv
11
edta

Hemodiluição/Coletou o ideal/Excedeu.

A hemodiluição faz com que o predomínio


de anticoagulante diminua o VCM, aumento
do CHCM e diminuindo hematócrito,
interpretando uma falsa anemia.

Coletas excessivas irá causar


hemoconcentração, ou seja, não haverá
anticoagulante o suficiente para
impedir a coagulação/agregação
plaquetária.

@leonardo.mv
12
Composição sanguínea

💧Plasma: Substância amarelada e aquosa constituída por


proteínas, sais minerais e água.

🔥Leucócitos e plaquetas: Os leucócitos são os soldados de


plantão do organismo e as plaquetas responsáveis pela
coagulação sanguínea.

🩸Hemácias: Responsáveis pelo transporte do oxigênio.


13
Alterações nas amostras

Destruição da hemácia (rompimento)


HEMÓLISE com liberação da hemoglobina. Pode
acontecer tanto no plasma como no
soro. Altera os resultados bioquímicos
e hematológicos. Dependendo do grau
de hemólise (moderada para
acentuada) não realizar o teste
bioquímico.

CAUSAS DE HEMÓLISE:
Congelar ou agitar o sangue. Sangue em
temperatura ambiente ou elevadas por
muito tempo. Pressão ou transferência do
sangue da seringa para o tubo.

RESULTADOS DA HEMÓLISE
Diminuição do hematócrito (participação
das hemácias na amostra). Elevação do
CHCM (concentração de hemoglobina
corpuscular média) - hemoglobina que
está presente. diminuição da quantidade
de eritrócitos.
PARÂMETROS BIOQUÍMICOS
AST, potássio, colesterol, e proteínas totais são
falsamente elevados (como estão no interior das células,
quando rompe ficam livres). Já o cálcio, bilirrubina e FA
são falsamente diminuídos.
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Tem a coloração mais opaca,
LIPEMIA semelhante a "gordura". É o aumento do
conteúdo de lipídeos (triglicerídeos).
Causas: o animal não estava de jejum
ou doença endócrina (obesidade).
Quando tem lipemia, não é possível
realizar o teste em seguida, deve fazer
um tratamento ou esperar passar o
tempo de jejum.

EFEITOS DE LIPEMIA
Tendência a hemólise

PARÂMETROS BIOQUÍMICOS
Falsamente elevados: glicose,
albumina, cálcio, PPT. Falsamente
diminuídos: Sódio e potássio.
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Relacionado a doença. Caracterizada
ICTERÍCIA pelo acúmulo de bilirrubina ( pode ter
acúmulo de bilirrubina do soro ou nos
tecidos) - bilirrubinemia. Causas:
destruição de hemácias, doenças
hepáticas (fígado que capta a
bilirrubina não conjugada e conjuga),
obstruções pós hepáticas. Soro tem
icterícia acentuada (com icterícia não
adianta coletar o sangue no final do
dia).

EFEITOS DE ICTERÍCIA
aumento da concentração sérica de
bilirrubina, tem o soro com coloração
amarelada (não podendo confundir com
animais ruminantes, que possuem uma
coloração amarelada devido a
alimentação).

PARÂMETROS BIOQUÍMICOS:

Diminuem valores de creatinina (pode ocorrer do valor


ser zero, porém é um falso zero, já que está sendo
constantemente produzida), e ALT.
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cOMPARAÇÕES

PLASMA NORMAL

PLASMA LIPÊMICO

PLASMA HEMOLISADO

SORO HEMOLISADO

SORO LIPÊMICO

PLASMA LIPÊMICO

PLASMA ICTÉRICO
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Eritrograma

VGM
CHCM
Eritrócitos
Hemoglobina
Hematócrito

@leonardo.mv
18
ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS
Os índices hematimétricos são úteis para classificar o tipo de
anemia, porém não são capazes de determinar a causa
subjacente. Esses índices calculam o tamanho e a
concentração das hemácias. Vários fatores podem afetar os
índices, tais como icterícia, hemólise e lipemia. As referências
dos índices hematimétricos variam de acordo com a espécie
animal.
Através deste índice conseguimos avaliar o
volume de cada eritrócito. Encontrado nas
VCM ou literaturas como: VCM - volume corpuscular
VGM médio e VGM -volume globular médio
(correlaciona o tamanho das hemácias naquela
amostra).

Macrocíticas: tamanho maior (células precursoras são


maiores).

Normocítica : tamanho normal (em animais sadios


tudo bem, porém se só tem hemácias normocíticas em
animais anêmicos é necessário prestar atenção).

Microcítica: tamanho menor

Cálculo do VCM: hematócrito (Ht%) x 10


Número de eritrócitos
19
Informa a concentração de hemoglobina.
Encontrada nas literaturas como CHCM-
CHCM concentração de hemoglobina corpuscular
ou média ou CHGM - concentração de hemoglobina
globular média. Se no momento da coleta não
CHGM for colocado o volume de sangue correto no
tubo, pode alterar a concentração

Normocrômica.

Hipocrômica: falta de hemoglobina .

Hipercrômica: excesso de hemoglobina (não é


possível preencher a hemácia com mais hemoglobina)
desconfie.

Cálculo do CHCM: Hemoglobina(Hb) x 100


Hematócrito (Ht%)
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Hematócrito (HCT) - relação entre
HEMATÓCRITO hemácias/plasma.

Mais hemácias circulantes irá


concentrar o sangue, diminuindo a %
de plasma e aumentando o HCT
(Policitemias). Menos hemácias
circulantes aumentará a % de
plasma, diminuindo o HCT (Anemias).
Plasma

%
Hemácias

Cálculo do Ht = VCM x número de hemácias


10
21
ANEMIAS

A anemia é uma condição resultante de alguma doença


subjacente, como doença inflamatória ou renal, na qual
há uma deficiência de oxigênio nas células. Quando os
valores de concentração de hemoglobina e/ou
hematócrito e número de eritrócitos estão abaixo do valor
de referência, o animal é considerado anêmico. Para
determinar a causa da anemia, é necessário realizar uma
boa anamnese e avaliar o hemograma do animal.

Para classificar a anemia é necessário verificar a


resposta da medula óssea, avaliar os índices
hematimétricos e saber os mecanismos patofisiológicos
envolvidos.

vamos classificar?

@leonardo.mv
22
Significa que a médula está regenerando.
Policromatofilia/ reticulócitos, anisocitose,
REGENERATIVA macrocitose, hipocrômia e corpúsculo de
Howell-Jolly (restos de núcleos em
hemácia).

Policromasia

Reticulócito

Sem resposta medular o suficiente


NÃO REGENERATIVA para regeneração. Tem diminuição
da produção das hemácia. Não tem
resposta da medula óssea.
Normocrômica e Normocítica.
Reticulocitose/policromatofilia
ausente.

@leonardo.mv
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DIMINUIÇÃO DA ERITROPOIESE:

Pode ser por um efeito citotóxica na medula óssea (por


exemplo a quimioterapia, estrógeno - aplicação de vacina anti-
cio. Inflamação(liberação de citosinas), deficiência da
eritropoetina (estimula a produção de hemácias), infecção da
medula óssea (hemoparasita) e leucemias.

DEFEITOS NA ERITROPOIESE

Falta de ferro ( o organismo precisa para a produção de


hemácias). Defeitos na produção do grupo Heme e maturação
anormal.

DEMAIS CAUSAS DE ANEMIA AREGENERATIVA

Doenças crônicas ou inflamatória (retenção de ferro). Doença


renal crônica (eritropoetina), aplasia medular (medula não
produz nenhuma célula), deficiência hormonal (doenças
hormonais como hipotireoidismo ou hipoadrenocorticismo).
Deficiência nutricional (se não tem boa alimentação, não tem
condições de dar origem a novas células.

ANEMIA POR DOENÇA INFLAMATÓRIA

inflamação - resposta do organismo devido a uma doença.


Inflamação é a causa da anemia, a anemia é regenerativa, com
grau de classificação em moderada severidade e pode ser por
origem multifatorial.
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PATOGÊNESE
Pode ser por três fatores principais: redução do tempo de vida
dos eritrócitos, dificuldade em metabolizar o Fe (tem ferro porém
não consegue utilizar), falha na eritropoese na medula óssea,
medida pela eritropoetina.

DIMINUIÇÃO DA VIDA DOS ERITRÓCITOS

Em razão da causa imunológica, o processo inflamatório


aumenta a liberação de citocinas( interleucina 1, interleucina
2) que estimulam os macrófagos expandindo a retirada dos
eritrócitos na circulação , com isso, os eritrócitos ficam
envoltos por anticorpos, fazendo com que os macrófagos
identifiquem e iniciem a fagocitose.

FALHA NA ERITROPOIESE

Citocinas reduzem a formação de eritropoetina, pode ser


diagnosticado através de: contagem de reticulócitos (saber se
é regenerativa ou arregenerativa), ferro não é apontado como
um bom indicador, transferrina (transporta o ferro pelo corpo
e ferritina (armazenamento do ferro).

Em resumo, a anemia regenerativa é causada por perda


sanguínea ou hemólise (destruição de glóbulos vermelhos) e é
caracterizada pela presença de células jovens (reticulócitos)
na corrente sanguínea. Já a anemia arregenerativa é causada
por falha na produção de glóbulos vermelhos e é
caracterizada pela ausência de células jovens na corrente
sanguínea.
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ANEMIA
CARACTERÍSTICA ANEMIA REGENERATIVA
ARREGENERATIVA

Falha na produção
Perda sanguínea ou
Causa de glóbulos
hemólise
vermelhos

Contagem de
Elevada Baixa
reticulócitos

Tempo de vida
Normal ou
dos glóbulos Reduzido
aumentado
vermelhos

Variável, com presença de Pálida e uniforme,


Cor dos glóbulos
células jovens com ausência de
vermelhos
(reticulócitos) células jovens

Normocítica / hipocrômica
Normocítica / normocrômica
Microcítica / hipocrômica
Microcítica / normocrômica
Macrocítica / normocrômica
Macrocítica / hipocrômica

17% 45%
26
Exemplos

Normocítica/Normocrômica

Geralmente associadas a falha na produção medular. Existe


quantidade suficientes de hemácias e concentração de
hemoglobina, porém a medula pode não estar produzindo
hemácias suficientes. Associada as anemias não
regenerativas.

Macrocítica / normocrômica

Resposta medular, hemácias grandes (jovens), e com


quantidade de hemoglobina normal.
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Microcítica / hipocrômica

@leonardo.mv
Hemácias menores e com pequena quantidade de
hemoglobina circulando na corrente sanguínea. Relacionadas
com a perda da síntese de hemoglobina. Deficiência de ferro,
inflamações crônicas, hemorragias crônicas. Geralmente não
regenerativa

Macrocítica / hipocrômica

Significa que tem hemácias maiores do que seu tamanho


normal, indicando células imaturas circulando
(policromatófilos/reticulócitos), Geralmente é relatado
metarrubrícitos. pode ser indicio de regeneração.

Para se ter certeza da regeneração medular deve


solicitar a contagem de reticulócitos.
28
Policitemia
Valor de eritrócitos acima do valor de referência. É reflexo do
aumento do hematócrito ou dos níveis de concentração de
hemoglobina (excesso também é prejudicial).

59% 45%

Policitemia Normal

POLICITEMIA RELATIVA
Mais comum em animais com desidratação, doenças
associadas por grande perda de água (diarréia, vômito,
poliúria) podem gerar ligeiramente uma desidratação.
Comum também em animais após exercício físico, animais
ansiosos ou com medo e estresse. No exame é possível
observar alterações como: hematócrito e proteína plasmática
aumentados decorrente a uma hemoconcentração.

POLICITEMIA ABSOLUTA
Aumento do número de eritrócitos porém proteína plasmática
permanece igual. Pode ser classificada em primária ou
secundária.

@leonardo.mv
29
POLICITEMIA ABSOLUTA PRIMÁRIA
Conhecida também de Vera ou verdadeira, acontece devido a
uma desordem mieloproliferativa (medula entende que deve
produzir mais hemácias), tem uma produção “descontrolada“
de células eritróides, ocasionando um grande aumento da
massa de eritrócitos, contagem de leucócitos e de plaquetas.
No diagnóstico devemos descartar demais causas de
policitemia, o hematócrito normalmente fica entre 70 a 80%
depois da fluidoterapia concentração sérica de eritropoetina
normal. Existem complicações como: hiperviscosidade
(células tem dificuldade em passar pelos vasos ).

@leonardo.mv
30

TABELA MASTIGADA
POLICITEMIA
CARACTERÍSTICA POLICITEMIA SECUNDÁRIA
PRIMÁRIA

Distúrbio Resposta adaptativa,


Causa
medular secundária a algo

Contagem de células
Elevada Elevada
vermelhas

Concentração de
Elevada Variável
hemoglobina

Produção de Diminuída ou
Elevada ou normal
eritropoietina normal
31
Hematócrito >58%
Repetir o hematócrito

Hematócrito permanece elevado Hematócrito retorna ao normal

Policitemia relativa
Fluidoterapia (contração esplênica) pode
ter sido devido a um
estresse.
HT retorna ao normal

Policitemia
permanente Policitemia relativa
(hipovolemia)

Policitemia absoluta

PaO2 < 60mmHg =


hipoxemia - policitemia
absoluta secundária
Hemogasometria arterial -
determinar Pa -O2

Avaliação renal
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Plaquetas
São pequenos fragmentos celulares originados de uma célula
produzida pela medula óssea, o megacariócito. O processo de
formação do megacariócito pela medula óssea e
fragmentação em plaquetas leva em média 10 dias e é
controlado pelo hormônio trombopoietina (é produzida no
fígado, mas uma parcela é produzida nos rins).

A principal função das plaquetas é a formação do do tampão


plaquetário, as quais são essenciais para impedir grandes
sangramentos. Caso o valor de plaquetas esteja abaixo do
valor de referência, podem acontecer vários vazamentos
espontâneos de sangue em pequenos vasos. Tal função
plaquetária pode ser dividida em três etapas, sendo elas:
adesão, agregação e liberação. No momento da lesão, as
plaquetas são mobilizadas para o local da lesão, para evitar
um maior sangramento.

PLAQUETOSE/TROMBOCITOSE
É o nome que se dá quando se tem quantidades elevadas de
plaquetas na corrente sanguínea. Algumas causas:
Inflamações
Anemias regenerativas
Neoplasias
Infecções
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PLAQUETOPENIA/TROMBOCITOPENIA

É o nome que se dá quando se tem quantidades diminuídas de


plaquetas na corrente sanguínea. (sequestro/perda,
destruição/consumo ou redução na produção). Algumas
causas:
Drogas
Insuficiência Renal
Infecções/hemoparasitas
Inflamações
Neoplasias
Esplenomegalia
Nova coleta
Coletas errôneas, gerando coágulos/agregados
plaquetários. Interpretando uma falsa
trombocitopenia (aparelhos hematológicos não
contam corretamente plaquetas agregadas).

Hoje em dia contadores hematológicos mais sofisticados


permitem verificar tamanho plaquetário médio (MPV), que
quando baixo é irrelevante, porém quando aumentado pode
significar regeneração medular frente à trombocitopenias
(trombocitopenia regenerativa).

@leonardo.mv
34
TABELA MASTIGADA
CARACTERÍSTICA PLAQUETOSE PLAQUETOPENIA

Contagem de
Elevada Reduzida
plaquetas

Tempo de Normal ou
Prolongado
coagulação prolongado

Doenças
autoimunes,
Reação inflamatória,
infecções, anemia
Causas neoplasias, uso de
hemolítica,
medicamentos
intoxicação por
medicamentos

Gengivorragia, Gengivorragia,
petéquias, petéquias,
Sintomas equimoses, equimoses,
sangramento sangramento
gastrointestinal gastrointestinal
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PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
Proteínas plasmáticas são proteínas encontradas no plasma, e
possuem uma função essencial em todo o organismo. As
principais proteínas plasmáticas são a albumina, as globulinas
e o fibrinogênio.

Proteínas plasmáticas desempenham muitas funções, dentre


elas: manutenção da pressão osmótica e da viscosidade do
sangue, transporte de nutrientes, metabólitos, hormônios e
produtos de excreção, regulação do pH sanguíneo,
participação na coagulação sanguínea e imunidade
(imunoglobulinas).

ALBUMINA
Corresponde 40 a 60% das proteínas totais, nas suas funções
estão, controlar a pressão oncótica, ajuda na regulação do PH
sanguíneo é uma proteína carreadora. As alterações da
albumina são: hiperalbuminemia e hipoalbuminemia

HIPERALBUMINEMIA

A principal causa do aumento de albumina no sangue sérico, é


a desidratação

HIPORALBUMINEMIA

As principais causas da diminuição de albumina no sangue


sérico são: baixo consumo de proteínas, baixa produção pelo
fígado (caso o fígado não produza, é possível que tenha algum
problema, como intoxicação por plantas, hepatite viral ou
outros), perdas renais (lesão glomerular) em hemorragias
graves e síndrome da má absorção (consome proteínas mas o
corpo não consegue absorver).
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GLOBULINAS
A concentração de globulinas é feita pela diferença de
concentração entre a albumina e as proteínas totais.

FIBRINOGÊNIO
Está presente em pouca quantidade no sangue, com função
importante na coagulação sanguínea, sua precipitação
acontece em temperados entre 56 a 58°C. Níveis elevados de
fibrinogênio ocorre em processos inflamatórios, já a sua
diminuição acontece em insuficiência hepática e na
coagulação intravascular disseminada - CID (devido o
consumo excessivo dos fatores de coagulação).
37
leucócitos
Para interpretar um leucograma, precisamos ter alguns
conhecimentos sobre alguns pontos que podem
influenciar este exame. A contagem diferencial e total
dos leucócitos são extremamente úteis na avaliação
hematológica de resposta do hospedeiro perante
infecções bacterianas, e na análise de doenças como
leucemias.

Neutrófilo Monócito

Eosinófilo basófilo

Linfócito
38
CONTAGEM TOTAL DE LEUCÓCITOS
Essa contagem muda de acordo com a espécie e com a
idade do animal, no nascimento essa contagem é elevada
e vai decaindo aos poucos conforme chega à vida adulta.
A contagem é analisada pelo aumento dos leucócitos
(leucocitose) as quais são mais comuns, ou pela
diminuição (leucopenia) referem-se a um mau
prognóstico.

LEUCOCITOSE
Leucocitose como já foi falado é o aumento dos leucócitos
no sangue, ela pode ser de três tipos: fisiológica, reativa e
proliferativa.

LEUCOCITOSE FISIOLÓGICA
Acontece como uma resposta a adrenalina, é comum
em animais jovens e normalmente ocorre por
distúrbios físicos e emocionais (estresse agudo),
dura somente algumas horas. Dificilmente o valor de
eosinófilos e monócitos aumentam

LEUCOCITOSE REATIVA

Resposta à doença, pode ocorre com ou sem o desvio


à esquerda. Uma resposta estimulada por
corticosteróide ou até mesmo por adrenalina
(menos comum). É classificada com reativa quando
são vistos: leucocitose com desvio à esquerda,
hiperfibrinogenemia, inexistência de linfopenia ou
eosinopenia e monocitose (excesso no cão).
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LEUCOCITOSE PROLIFERATIVA
Proveniente de uma alteração neoplástica da célula
pluripotencial, suas formas mais usuais de
leucemias são: monocítica, linfocítica,
mielomonocítica e mielógenas, sendo as
eosinofílicas e basófilicas as mais raras.

LEUCOPENIA
Diminuição do número de leucócitos no sangue, acontece
através da neutropenia e linfopenia. A neutropenia é mais
comum em infecções bacterianas e a linfopenia em
infecções virais (por exemplo: Cinomose). As
neutropenias podem ser devido: baixa sobrevivência de
neutrófilos imaturos, baixa produção pela medula óssea,
produção ineficiente de neutrófilo e sequestração.

BAIXA SOBREVIVÊNCIA DE NEUTRÓFILOS IMATUROS


acontece quando tem uma grande necessidade
tecidual aguda e maciça que acaba rapidamente com
a reserva de neutrófilos no sangue. Essa grande
necessidade repetida, direciona a uma exaustão da
medula óssea (reserva) e ultrapassa a produção,
ocasionando um desvio à esquerda degenerativo,
onde tem mais neutrófilos imaturos do que maduros.

NEUTROPENIA POR SEQUESTRO


Ocorre em casos de choque anafilático e
endotoxemia, ocasionando um acelerado desvio
para o compartimento marginal.
40
PRODUÇÃO INEFICAZ
Não tem desvio à esquerda e o compartimento de
estoque na medula óssea mostra-se normal no
sangue.

BAIXA PRODUÇÃO PELA MEDULA ÓSSEA


Relacionada com a falência primária da medula
óssea. Dentre suas causas estão infecções e drogas.

NEUTRÓFILOS

NEUTROFILIA
Neutrofilia é caracterizado pelo aumento do número de
neutrófilos no sangue, dentre suas causas estão:
fisiológica (adrenalina devido a medo e excitação ou
glicocorticóides devido a traumas, stress ou
hiperadrenocorticismo), reativa (infecções locais ou
sistêmicas, necrose tecidual,doenças imuno-mediadas,
tumores e toxicidade por estrógeno) e proliferativa
(leucemias).

NEUTROFILIA INFLAMATÓRIA

Aumento dos neutrófilos circulantes devido a uma


resposta inflamatória, geralmente associada a
infecções bacterianas agudas, processos
inflamatórios crônicos ou necrose tecidual.
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NEUTROFILIA DE ESTRESSE
aumento dos neutrófilos circulantes devido ao
estresse, trauma, exercício ou outras causas não
inflamatórias. Os neutrófilos são liberados do pool
marginal para o compartimento circulante.

NEUTROFILIA TOXÊMICA
Aumento dos neutrófilos imaturos (bastonetes e
metamielócitos) circulantes devido a uma resposta
inflamatória aguda grave, geralmente associada a
sepse, piometra, necrose tecidual extensa, entre
outras condições. A presença de bastonetes e
metamielócitos na circulação é indicativa de
liberação precoce de neutrófilos da medula óssea.

NEUTROFILIA CÍCLICA
Aumento episódico dos neutrófilos circulantes, com
períodos de neutrofilia intercalados com períodos de
neutropenia. A causa é desconhecida em cães e
gatos, mas há evidências de que a neutrofilia cíclica
possa estar relacionada à infecção por parvovírus
canino.

NEUTROPENIA
Diminuição de neutrófilos no sangue. Dentre suas causas
estão: baixa produção (pode ser provocada devido a drogas,
químicos tóxicos, leucemia ou infecções agudas),
sobrevivência limitada (causada por infecção bacteriana
aguda, toxemia e septicemia) e granulopoiese ineficaz
aumentada (provocada por leucemia e vírus da leucemia
felina).
42
CORRELAÇÕES CELULARES

Neutrofilia e monocitose: A presença de um aumento no


número de monócitos no sangue pode indicar uma resposta
inflamatória crônica, o que pode levar a um aumento no
número de neutrófilos circulantes.

Neutrofilia e eosinofilia: A eosinofilia pode ser observada em


algumas doenças parasitárias, e a presença de neutrófilos
também pode indicar uma resposta inflamatória associada à
infecção parasitária.

Neutrofilia e basofilia: A basofilia é observada em algumas


condições alérgicas, e a presença de neutrófilos pode indicar
uma resposta inflamatória associada à alergia.

Neutrofilia e linfocitose: A presença de um aumento no


número de linfócitos pode indicar uma resposta imunológica a
uma infecção viral ou uma reação inflamatória crônica, o que
pode levar a um aumento no número de neutrófilos
circulantes.

Neutropenia e linfopenia: A presença de uma diminuição no


número de neutrófilos e linfócitos no sangue pode indicar uma
supressão da medula óssea devido a uma infecção viral,
quimioterapia ou outra causa.

Neutropenia e monocitose: A presença de um aumento no


número de monócitos no sangue pode indicar uma resposta
inflamatória crônica, o que pode levar à diminuição no
número de neutrófilos circulantes.
4322
Neutropenia e eosinopenia: A presença de uma diminuição no
número de eosinófilos no sangue pode ser observada em
algumas doenças inflamatórias crônicas e pode levar à
diminuição no número de neutrófilos circulantes.

Neutropenia e basofilia: A presença de um aumento no número


de basófilos no sangue pode ser observada em algumas
doenças mieloproliferativas e pode levar à diminuição no
número de neutrófilos circulantes.

Lembrando que essas correlações são apenas exemplos e


podem variar de acordo com o contexto clínico e laboratorial
de cada caso.
44
CORRELAÇÕES COM POSSÍVEIS SITUAÇÕES

Neutrofilia + desidratação: A desidratação pode causar um


aumento na concentração de proteínas no sangue, o que pode
levar a um desvio para a esquerda e um aumento nos
neutrófilos.

Neutrofilia + inflamação: Os neutrófilos são uma parte


importante da resposta inflamatória, e uma inflamação ativa
pode levar a um aumento nos níveis de neutrófilos no sangue.

Neutrofilia + infecção bacteriana: A presença de bactérias no


corpo pode estimular a produção de neutrófilos para
combater a infecção.

Neutrofilia + infecção fúngica: Infecções fúngicas também


podem levar a um aumento nos níveis de neutrófilos.

Neutrofilia + infecção viral: Enquanto os neutrófilos são


importantes na resposta imune, as infecções virais geralmente
resultam em um aumento nos níveis de linfócitos em vez de
neutrófilos.

Neutrofilia + neoplasia: Algumas neoplasias, como as de


células granulares, podem levar a um aumento nos níveis de
neutrófilos.

Neutrofilia + dor: A dor pode ser um sinal de inflamação, o que


pode levar a um aumento nos níveis de neutrófilos.

Neutrofilia + estresse: O estresse crônico pode levar a um


aumento nos níveis de cortisol, que pode afetar a produção de
células sanguíneas, incluindo os neutrófilos.
45
Neutrofilia + traumas: Traumas, como fraturas ou lesões
musculares, podem levar a uma resposta inflamatória
localizada e um aumento nos níveis de neutrófilos.

Neutrofilia + intoxicação: A exposição a toxinas ou substâncias


químicas pode levar a um aumento nos níveis de neutrófilos.

LINFÓCITOS

LINFOCITOSE
Aumento de linfócitos no sangue, dentre suas causas estão:
idade (animais jovens), infecção crônica (bacteriana,viral,
fúngica, protozoários ou presença de linfócitos reativos)
doença linfoproliferativa (linfoma, linfossarcoma ou leucemia
linfoide) ou ainda fisiológica (medo, excitação, esforço,
ansiedade, catecolaminas).

LINFOPENIA

Linfopenia é a diminuição do número de linfócitos no sangue,


algumas de suas causas podem ser: neoplasias, viral
(cinomose, dependendo da fase), infecção sistêmica aguda,
efeitos esteroides, atrofia linfoide e outros.
46
CORRELAÇÕES CELULARES

Linfocitose e neutrofilia: Pode ser observada em algumas


infecções crônicas, como a leishmaniose visceral canina, e
também em algumas doenças autoimunes, como a artrite
reumatoide felina.

Linfocitose e neutropenia: Pode ser observada em algumas


infecções virais, como a cinomose em cães e a panleucopenia
felina, além de algumas doenças autoimunes.

Linfopenia e neutrofilia: Pode ser observada em algumas


infecções bacterianas agudas, como a piodermite em cães, e
também em algumas doenças inflamatórias crônicas.

Linfopenia e neutropenia: Pode ser observada em algumas


infecções virais graves, como a parvovirose em cães e a
leucemia felina, além de algumas doenças
imunossupressoras.

Linfocitose e eosinofilia: Pode ser observada em algumas


doenças parasitárias, como a dirofilariose em cães e a
toxocaríase felina.

Linfopenia e eosinopenia: Pode ser observada em algumas


infecções virais graves, como a cinomose em cães e a
leucemia felina.

Linfocitose e basofilia: É pouco comum, mas pode ser


observada em algumas doenças alérgicas, como a dermatite
atópica em cães.
47
Linfopenia e basopenia: É pouco comum, mas pode ser
observada em algumas doenças alérgicas e inflamatórias.

Linfocitose e monocitose: Pode ser observada em algumas


infecções crônicas, como a leishmaniose visceral canina, e
também em algumas doenças autoimunes.

Linfopenia e monocitose: Pode ser observada em algumas


infecções bacterianas crônicas, como a osteomielite em cães, e
também em algumas doenças inflamatórias crônicas

Lembrando que essas correlações são apenas exemplos e


podem variar de acordo com o contexto clínico e laboratorial
de cada caso.

CORRELAÇÕES COM POSSÍVEIS SITUAÇÕES

Linfocitose + estresse: O estresse crônico pode levar a uma


diminuição na produção de cortisol, que pode afetar a
produção de células sanguíneas, incluindo os linfócitos.

Linfocitose + infecção viral: Os linfócitos são uma parte


importante da resposta imune a infecções virais, o que pode
levar a um aumento nos níveis de linfócitos.

Linfocitose + linfoma: Algumas neoplasias, como o linfoma,


podem levar a um aumento nos níveis de linfócitos, porém é
comum observar linfocitose em leucemias.

Linfocitose + alergias: As alergias podem levar a uma resposta


imune que envolve uma produção aumentada de linfócitos.
48
Linfocitose + infecção parasitária: Algumas infecções
parasitárias, como a leishmaniose, podem levar a um aumento
nos níveis de linfócitos.

EOSINÓFILOS

EOSINOFILIA

Aumento do número de eosinófilos no sangue, dentre suas


causas estão hipersensibilidades como quadros alérgicos
(dermatites, asma ou alergia a alimentos ou substâncias),
parasitismos (ectoparasitas, nematódeos, trematódeos,
migração de larvas, protozoários teciduais como dirofilária,
spirocerca e muitos outros), condições eosinofílicas
idiopáticas e leucemia.

EOSINOPENIA

Caracterizado pela diminuição do número de eosinófilos no


sangue, podendo ser causado por: estresse crônico
(glicocorticóides endógenos) estresse agudo
(adrenalina),inflamações e infecções, hiperadrenocorticismo
e administração de esteroides

A eosinofilia é frequentemente associada a processos


alérgicos e parasitários, enquanto a eosinopenia pode estar
relacionada a estresse, doenças crônicas, inflamação e uso
prolongado de corticoides.
49
CORRELAÇÕES CELULARES

Eosinofilia e linfocitose: Podem ocorrer em processos


alérgicos e parasitários.

Eosinofilia e monocitose: Podem ocorrer em processos


infecciosos crônicos.

Eosinopenia e neutrofilia: Podem ocorrer em casos de estresse


e resposta inflamatória.

Eosinopenia e linfopenia: Podem ocorrer em casos de doenças


crônicas e uso prolongado de corticoides.

Eosinofilia e basofilia: Podem ocorrer em casos de reações


alérgicas agudas.

Eosinopenia e basofilia: podem ocorrer em casos de


hipersensibilidade tardia e inflamação crônica.

Lembrando que essas correlações são apenas exemplos e


podem variar de acordo com o contexto clínico e laboratorial
de cada caso.

MONÓCITOS

MONOCITOSE
Monocitose é causada por inflamação crônica ou aguda,
infecções bacteriana, fúngicas ou protozoários, necrose
(hemólise, traumas, hemorragias ou neoplasias) estresse,
terapia com corticoides, leucemia monocítica e linfocítica.
50
CORRELAÇÕES CELULARES

Monocitose associada a neutrofilia: pode indicar uma infecção


bacteriana ou fúngica mais avançada.

Monocitose associada a linfocitose: pode indicar uma infecção


viral ou uma doença autoimune.

Monocitose associada a trombocitose: pode indicar


inflamação crônica, como ocorre em algumas doenças
inflamatórias intestinais.

Monocitose associada a trombocitopenia: pode indicar doença


inflamatória ou infecciosa crônica.

Monocitose associada a eosinopenia: pode indicar estresse ou


uma infecção aguda.

Monocitose associada a eosinofilia: pode indicar uma resposta


alérgica ou uma doença parasitária.

Lembrando que essas correlações são apenas exemplos e


podem variar de acordo com o contexto clínico e laboratorial
de cada caso.

LEUCOGRAMA DE ESTRESSE
NEUTROFILIA;
LINFOPENIA;
EOSINOPENIA;
MONOCITOSE.
*NEM SEMPRE TERÁ TODOS JUNTOS
51
TABELA MASTIGADA
CONTAGEM CONTAGEM POSSÍVEIS
TIPO DE
FUNÇÃO* NORMAL NORMAL CAUSAS DE
CÉLULA
(CÃES)** (GATOS)** DESVIO*

Infecções
Defesa
bacterianas,
contra 3.000 - 3.000 -
Neutrófilos inflamações,
infecções 11.500 /μL 10.000 /μL
neoplasias,
bacterianas
estresse

Defesa Infecções
contra virais,
infecções 1.000 - 1.500 - neoplasias,
Linfócitos
virais, 4.800 /μL 7.000 /μL doenças
bacterianas e autoimunes,
parasitárias estresse

Fagocitose
Infecções
de
100 - 840 / 100 - 800 / crônicas,
Monócitos microrganis
μL μL inflamações,
mos e restos
neoplasias
celulares

Defesa Alergias,
contra 100 - 1.800 100 - 1.500 infecções
Eosinófilos
parasitas e /μL /μL parasitárias,
alergias inflamações

Reações
Resposta alérgicas,
Menos de Menos de
Basófilos inflamatória infecções
100 /μL 100 /μL
e alérgica parasitárias,
inflamações
*Nem todas as funções/mecanismo de ação foram descritos
**Valores de referência podem variar de laboratório para laboratório
52
HEMOSTASIA
É um conjunto de ações fisiológicas que mantém o sangue
fluido e circulante nos vasos sanguíneos. Dentre suas funções
estão: manter o sangue liquido e circulante, destruir coágulos,
reparar lesões e formação de coagulo para conter
hemorragias. Tem a participação de alguns fatores como:
vasos sanguíneos, plaquetas, fatores de coagulação e fatores
fibrinolíticos. Pode dividir a hemostasia em primária,
secundária e terciária, porém os três processos estão inter-
relacionados.
Os testes mais comuns incluem o tempo de protrombina (TP),
o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) e o tempo
de trombina. O TP avalia a via extrínseca e comum da
coagulação, enquanto o TTPA avalia a via intrínseca e comum.
O tempo de trombina avalia a conversão de fibrinogênio em
fibrina.

COAGULOGRAMA

Conjunto de exames clínicos e laboratoriais que avaliam a


capacidade de formação de coágulo (via intrínseca,
extrínseca e comum).
Depende de uma colheita cuidadosa e anticoagulante correto e
na proporção certa. É preciso evitar o garroteamento
prolongado e constantes punções, pois podem contaminar a
amostra com substâncias teciduais e podem modificar os
exames com a formação de coágulos. Sangue precisa ser
fresco. Para os tempos de coagulação (TTPa e TP) é usados os
tubos com citrato de sódio (tampa azul) e para o tempo de
coagulação ativado, amostra sem anticoagulante.
53
TEMPO DE PROTROMBINA (TP)

O tempo de protrombina (TP) é um teste laboratorial que


avalia a função da via extrínseca e comum da coagulação
sanguínea. Ele mede o tempo que leva para o sangue coagular
após a adição de reagentes que iniciam a cascata de
coagulação.

O TP é frequentemente utilizado para monitorar terapias


anticoagulantes, como a administração de varfarina, pois o
tempo de coagulação prolongado indica uma maior
probabilidade de sangramento. Além disso, o TP pode ser
utilizado para avaliar a função hepática, uma vez que os
fatores de coagulação produzidos pelo fígado são importantes
para o processo de coagulação.

Valores prolongados podem indicar deficiência de fatores de


coagulação, doença hepática, uso de medicamentos
anticoagulantes ou distúrbios de coagulação hereditários. Já
valores diminuídos podem indicar uma hipercoagulabilidade
ou uso de medicamentos pró-coagulantes.

Valores de referência:
Cão: 6,4 a 7,4 segundos.
Gato: 7,0 a 11,5 segundos.
Equino: 9,5 a 11,5 segundos.
54
TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA (TTPA)

Teste de coagulação sanguínea utilizado para avaliar a via


intrínseca da coagulação. Ele mede o tempo necessário para
que o plasma sanguíneo coagule após a adição de uma
substância chamada de ativador do TTPA.

Em valores de TTPa prolongados, podem ser devido a


hemofílicos, deficiência dos valores XII, coagulação
instravascular disseminada (CID), venenos cumarínicos e
doença de von Willebrand (dependendo do grau de
severidade). O TTPa é o teste mais sensível e específico dos
fatores de coagulação.

Valores de referência:
Cão: 10 a 14 segundos.
Gato: 13 a 16 segundos.
Equino: 26 a 40 segundos.

Os valores de referência para TTPA (tempo de tromboplastina


parcial ativada) podem variar de acordo com o laboratório e a
metodologia utilizada.

É importante lembrar que esses valores podem variar de


acordo com a idade, sexo, raça e condições de saúde do
animal, e devem ser interpretados em conjunto com outros
parâmetros clínicos e laboratoriais.
55

ÔNUS
B
56
microscopia
NEUTRÓFILOS:
São células com núcleo segmentado, apenas quando
jovem não há segmentações. Dentre suas funções estão:
fagocitose e morte de microrganismos
EOSINÓFILOS:
Tem dois lóbulos e grânulos alaranjados e grosseiros no
citoplasma. Suas principais funções são: fagocitose e
atividade bactericida, injúria tecidual, ação parasiticida e
controle das respostas alérgicas e inflamatórias

LINFÓCITOS:
Possuem o núcleo arredondado com a cromatina
condensada, citoplasma escasso e levemente basofílico.
Linfócitos B e T possuem diferentes funções, entre elas
estão: imunidade humoral, imunidade celular, regulação
imune, atividade citotóxica, vigilância imune e secreção
de linfocinas.

MONÓCITO:
A forma do seu núcleo é muito variável. Dentre as suas
funções estão: ação fagocítica e microbicida, coagulação
e fibrinólise, regulação da inflamação e reparo tecidual,
regulação da hematopoiese, efeito citotóxico e remoção
fagocitária de debris e demais restos celulares.
BASÓFILO:
São raras no sangue e na medula óssea Participam de
processos alérgicos, por este motivo algumas vezes
acontecem basofilia e eosinofilia juntas, devido a
interação dessas células.
57
58
HEMÁCIAS

HEMÁCIAS

Hemácias em
Rouleaux
eritrocitário
59
ANISOCITOSE
Variação no tamanho das hemácias,
quanto mais grave a anemia, maior é
a ocorrência de anisocitose.

MACROCITOSE
Hemácias grandes normalmente
recém formadas.

MICROCITOSE
Hemácias menores.

POLICROMATOFILO
Hemácia sugestiva de reticulócito
visto pela coloração de panótico
rápido, para confirmação é
necessário corar com Azul Cresil
Brilhante. É a célula precursora da
célula eritróide, tem tamanho maior,
coloração alterada e indica
regeneração.
60
PLAQUETAS

plaqueta

Macroplaqueta
Plaqueta gigante

Agregados plaquetários em
franja de esfregaço sanguíneo
61

Maquinograma relatou trombocitopenia, porém após a


conferência em lâmina não havia agregados e nem
trombocitopenia.

Quando você receber no seu laudo "presença de agregados


plaquetários" lembre-se dessa imagem, porque é com isso que
o patologista se depara na lâmina, várias ou milhares de
plaquetas aderidas umas as outras, geralmente também
envolve leucócitos nessa confusão. Interpretando uma falsa
trombocitopenia e falsa leucopenia.
62
NEUTRÓFILOS

NEUTRÓFILOS

NEUTRÓFILOS

NEUTRÓFILOS
TÓXICOS
Granulações basofilicas

NEUTRÓFILO
BASTONETE OU
"DONUT"
Núcleo não contém
segmentações

NEUTRÓFILO
BASTONETE
63
EOSINÓFILOS

FELINO

EQUINO

CANINO

BOVINO

SUÍNO
64
LINFÓCITOS

LINFÓCITOS

LINFOCITOSE
Foi sugestivo de leucemia.
99% de linfócitos imaturos.

LINFÓCITO
Com núcleo convoluto

LINFÓCITO REATIVO
Citoplasma com intensa
basofilia e vacuolização.

LINFÓCITO NORMAL
65
MONÓCITOS
66
HEMOPARASITAS

ANAPLASMA
PLATYS

MICROFILÁRIA

HEPATOZOON

PIROPLASMAS

MÓRULA DE
EHRLICHIA

CORPÚSCULO DE
LENTZ
67
referências
Nelson, R.W.; Couto, C.G. Medicina interna de pequenos
animais. 4. ed. São Paulo: Manole, 2006.

Ettinger, S.J.; Feldman, E.C. Tratado de medicina interna


veterinária: doenças do cão e do gato. 6. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2005.

Thrall, M.A. Hematologia e bioquímica clínica veterinária.


São Paulo: Roca, 2007.

Harvey, J.W. Hematologia clínica de cães e gatos: uma


abordagem prática. São Paulo: Roca, 2015.

STOCKHAM,Steven. Fundamentos de patologia Clínica


veterinária. Guanabara Koogan, 2011. REAGAN,William.

Veterinary Hematologgy: Atlas of Common Domestic and


Non-domestic Species. Wiley-Blackwell.2019.

THRALL, Mary Anna. Hematologia e bioquímica veterinária.


Roca,2014
AUTOR
M. V. Leonardo Perdigão Soares

CRMV - MG 25411

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