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MJJ1T
LW TO§ SUPLEMENTO LITERÁRIO DE "A MANHA"
lmblie("to semanalmente, sob a orientação de K»m 7
\^m .^^^^^W' vjáir^^^SH IRFP'' "^Sffífll
^Bím
28/9/941
Mucio Leão (Da Academia Brasileira de Letras)
MACHADO
SUMARIO:
CE ASSIS PÁGINA 97:
Marliado de Assi*.
Machado de Assis e a clvili-
PAGINA 114:
Sombra e lu* na gloria de
Machado dc Assis, de Ribeiro
Há trinta e três anos, no dade. cie Tristáo da Cunha. Couto (da Academia Brasileira).
Itetralo de Marliado de Assis, O governo da República e
dia iF) deste mês, falecia, Mac liado de Assis.
por Sotero Cosme.
lia sua casa da rua Cosme PAGINA 98: PAGINA 115:
A dt. Machado de O menino do morro, de Huiq-
Velho, um homem estra- Assis, de propósitoJorge de Lima. berto de Campos.
-- Correspondência de escrito-
lilio, singular, misterioso e Assis Dois sonetos de Machado de
¦ Sjmhozíi e Círculo vicios». res. Carui de Machado de Assis
perturbador — o homem Opiniões sobre Machado de a João Ribeiro.
O operário Machado de
que usava o nome de Ma- PAGINA 99: Assis ...
Opiniões sobre Machado de
VI.im* visita, de Euclides
citado de Assis. Cunha. Assis.
Num belo e nobre dis- Um escritor sem raiscs, PAGINA lili;
Jos^ Lins dn Rego. Machado de Assis na apre-
curso, pronunciado cm nos l.r íicnie I.ntin, de Anatoie claçáo ao Manuel Bandeira. JfMCfMDO DE ASSIS
France. -- Machado de Assis na apre-
me da Academia de Letras, ciação cie Amadeu Amaral.
PAGINA 100: Na ocasião da morte de Ma-
Ruy Barbosa disse dele es* A Paixão de Jesus, de Macha-
chado dc Assis, de Consto-ncio
do do Assis.
ta palavra gloriosa: que Duas caricatura» de Machado Alvfs.
ele
Souza
"prosava
como Luiz de
e cantava como
d.j Assis.
nililiografia original de Ma-
(•liado dc Assis.
PAGINA 117:
A paixão de Jesus (continua-
ção da página 100).
MACHADO DE ASSIS íristio da Cunha
PÁGINA 118:
Luiz de Camões." Assís.
Opiniões sobre Machado de
PAGINA 101:
O desfecho, de Machado de
Assis (com ilustração tie Santa
Rosa i.
E A CIVILIDADE
Machado de Assis estudado A amizade de Joaquim Na-
jwr Wilhclm Giese (tradução de buco e Machado de Assis, de Ora- Machado de Assis, - cofno nha. logo sofreu da iniqul-
Autores e Livros dedi- .João Riheiro). ça Aranha. dade fatídica que distribue
A gloriosa companheira Machado de Assis e Carlos de é freqüente entre os mais
ca o seu número de hoje Laet. de Antônio J. Chediak. altos espíritos, tinha algu- os nascimentos, e dai veto
PAGINA 102:
a Machado de Assis. Em O chefe da Literatura Na-
PAGINA 11?: ma cousa de paradoxal, de a conhecer - inV 7'i<*j
') Machado de Assis moralista
nossas páginas encontra- cional, (\>; Luiz Murai,.. — Um apólogo. desconcertante, um apa- maior, a consagrada íhver-
Versos a Corlna. d*? Machado A Carolina, soneto de Ma rente contraste vivo entre a são social dos valores. Se
rão os leitores algumas das de Assis. Chado de Assis.
Machaoo de Assis na apre< pessoa e o artista. Neste aquela tem seu remédio vir-
produções mais belas do PAGINA 103:
A morte de Machado de Assht, ciarão de Amadeu Amaral tcon- sua existência tual na energia dos espiri-
particular
poeta, do contista, do ro- de Carlos de Laet. tintmcão da página 116). traz alguns aspectos exem- tos como o seu, que no mar
PAGINA 104: PÁGINA 120: humano sobem com força
mancista, do crítico e do Um capítulo de romance — Machado de Assis e Carlos de plares.
cronista. de Machado de Assis. Laet (continuação da página 118) Um deles é consolador tanto mais intensa quanto
A morte de Machado* de As- Machado de Assis, romancis- sobem de mais fundo, esta
Algumas são inéditas sís 'Continuação da página an- ta. Capitú — Olhos de ressaca lembrar, nestes dias presu-
terior''. PAGINA 121: mivelmente destinados a aguardará ainda muitos sé-
em livro, páginas que an- O grande pessimista, de Mu- culos o concerto do tempo.
PAGINA 105: cio Leão ver adotar os códigos de in-
damos escavando em ve- A iconografia de Machado Mundo interior, de Machado
de Assis, de Peregrino Júnior. civilidade, de fanatismo, de Como tantos outros, pou-
lhas coleções de jornais e Vma dedicatória de Castilho. tie Assis (com ilustração de San- violência. Quem o conheceu de medir o caminho desan-
ta Rosai.
PAGINA 108:
revistas cariocas. Conhecimento de Machado de PAGINA 122:
Algumas cartas de Machado
pessoalmente não terá es- dado desde quando o gran-
Assis, de Mario de Alencar. piir-rO1'-, n oi'51 se í*iverossímil de Frederico fazia assentar
Grande parte do suple- Saudades, de Julia Lopes de de Assis — Carta a Carolina —
I»uas cartas a Joaquim Nabuco. doçura social dum autor Voltaire entre os príncipes,
mento de hoje é dedicada à Almeida. Carta de Joaquim Nabuco i aia.ai'£0 entre todos. observando-lhes que estava
X* região das neves perpé- Machado
critica de Machado de As- de Assis. ali um dos seus pares, até
tuas. de Bnrbosa Lima Sobrinho. PAGINA 123: Analista cruel, que soube
sis. Nenhum escritor A PAGINA 107: Machado de Assis num dis-
buscar impiedosamente c quando um político padro-
nosso pais tem sido tão es- Machado de Assis, critico, curso de Alcindo Guanabara, nizado cuidava honesta-
Estátua de Machado expor implacavelmente um
de José Veríssimo. mente honrar um artista
tudado, e por ângulos tão .Artur Barreiros, de Machado Assis. nihilismo central nas cousas
de Assis. Menina e Moça, de Jtfachado humanas, soube também genial tendo-o como seu se-
diferentes, como esse. Nes- de Assis cretário.
PAGINA 108: PAGINA 124: cultivar cuidadosamente na
tas páginas reunimos o que Eça dc Queiroz e Machado de ..— Vidros quebrados — Um con- vida aquelas formas ama-
Assis, to de Machado rie Assis, não reco- Mas viu também as cou-
nos pareceu mais caracter veis e requintadas de bon- sas
Opiniões sobre Machado de lhido às Obras Completas. grandes. Pela enfermi-
ristico, entre quantos estu- Assis. Machado de Assis, de Montei- dade, que são a indulgência, dade e
Busto de Machado de Assis ro Lobato. pelo pensamento
dos ele suscitou à sua gera- a discreção, a cortezia.
na Academia Brasileira. .. — Un Vieux Pays, de Machado penetrou no mundo subter-
PAGINA 109: de Assis. râneo.
ção e à geração imediata' O gênio da nossa rafa, de PAGINA 125: A medida que a sua Ima-
mente posterior à sua. Da- João Ribeiro. Opiniões sobre Machado de gem se afasta no passado, Depois de tantos irmãos
Um capítulo dr romance. Assis. vai-se afirmando a um tem- da grande e dolorosa Ir-
mos também um grande (continuação da página 104). PAGINA 126:
Dnis retratos de Machado de O " Adeus" da Academia, de po graciosa e triste. Se quis mandade, atravessou as
lugar à geração atual - Assis, aos 20 e aos 40 anos de Rui Barbosa.
*dos Assento de Batismo, de Ma
cantar a moça Venus e a sombras palustres e frias,
netos e bisnetos do ro- iéade moça Flora, — e é certo que encontrou o desespero sem
PAGINA 110: chado de Assis.
mancista. Machado de Assis cronista: Um inédito de Machado de o fez bem, como fez bem voz, a solidão sem piedade,
Ofáloro dos burro*. Assis — Onze de Junho. tudo quanto empreendeu, a revolta sem ilusão.
— A morte piedosa, de Olavo Machado dc Assis e seus
Bilac amigos. Uma carta a Lúcio de — apezar destas páginas
Mendonça.
E como a tantos outros,
Cremos ter oferecido as- PAGINA 111: amáveis, e da sua civilidade a lição indiferente da vida
A ironoerrafla de Machado de PÁGINA 127:
A çlorificação de Machado de minuciosa, sempre atenta ensinou-lhe a sorrir. Sorriu
sim ao leitor brasileiro, um Assis (continuação da páeina
Assis, de Sousa Bandeira. aos usos burgueses e buro-
panorama geral da vida, da 103).
Uma creatura. de Machado Machado dc Assis, critico porque era necessário pro-
cráticos, foi essencialmente
obra e da individualidade de Assis. (Continuação da página 107*.
Opiniões sobre Machado de
piciar cá homens para que o
Sobre 9 pessimismo de Ma- dos espectadores peniten- deixassem subir. Sorriu
de Machado de Assis — chado de Assis, ü*e Viana Moog. -„tí-,.T. Assis. ciários que, a exemplo do talvez também da vaidade
A grafatacia '!•' Machado de PAG™A 128: Dante, tiveram de através- essencial desta ascenção, e
homenagem que deveria- Assis, de -Tower d'Erenz líelíquías de Machado de
mos ter-lhe prestado há PAGINA 112: Assis. sar o Inferno. O seu sorriso do esforço despendido Sor-
As remtniscências de um dos A mesa dc trabalho.
não é imitado, mas apren- riu mais
dois anos, por ocasião da maiores amiços de Machado de
A casa da rua Cosme Velho. por ver tanta a
Assis < lembranças de Bernardo de n. 4K.O (artigo 18).de Machado de dido. dor humana que reclama
passagem do centenário do Oliveira). enterro
O preço da serenidade sempre o mais fugaz sedati-
seu nascimento, e que en- Machado de Assis e Anatoie Assis.
O Carvalho de Tasso — Na>
France. pagou-o ele por vários mo- vo. E por fim sorriu sim-
tão não lhe prestamos por Um» fotosrafia de Machado I"™ a Graça Aranha dos, na moeda banal e na plesmente por compreen-
- c"rlos de Laet
esta razão essencial: por- de Atsls com os seus amigos. - l'm !""•?'» Assis. moeda preciosa, na socieda- der que a urbanidade é um
PAGINA 113* a —Machado de
Migalhas inéditas, de Tristáo Vm. taria df Nabuci a Ma de e no pensamento. dos aspectos da humani-
que ainda não existíamos
de Ataitle (da Academia BrasIM- chado de Assis (continuação da Vindo de origem meaqul- dade.
naquele momento... ra), página 122)
'¦ ¦¦¦'»¦'-¦¦ I--I'- ¦¦¦'¦-'¦ ' -•¦¦-¦I -¦¦¦- SS ¦ -' .W...'-»!IJ...J S^S.-TST.-s-r-IT! ,,.,..,„,,.,,,.,,,,,,..,..,,,,.-,,,„.. W.':ira<IIil^W.^mm'mt^"-
A PtíOPOSITO DE Jorge Je Do/5 sonefoí c/e /Wac/rac/o c/e /Uj/í Opiniões sobre
MACHADO DE ASSIS **» Machado de Assis
O que Nnbuco escreveu a José Veríssimo por ocasião da
SPINOZA De JOSE' DE ALENCAR
«Na carta em que lhe apresenta
morte rie Machado dc .Assis contem (entremeiado ao carinho
qoe sempre caracterizou a corres|Hin<lência entre os dois escri- Gosto de ver-te, grave e »3olHário, Castro Alves)
sSob o fumo de esquálida candeia, tembrei-wií iio senhor, em
(ores) uma espécie de reprimenda: "Seu artigo no "Jornal do nenhum concorrem os me$~
Comércio" está belíssimo mas esta frase cáusou-me arrqiio: Nsass mãos a ferramenta de operário, mos titulos. Para apresentar
imitsito, foi de falo um grego da melhor época. Rogo-lhe que tire E na casbeça a coruscante idéia. ao público fluminense o poe~
isso, quando reduzir os artigos a páginas permanentes". ta baiano, i necessário nuo sd
E enquanto o pensamento delineia ler toro de cidade na (mprcn-
Nabuco considerava Machado um cidadão branco, de fácil so da Corte, come haver nas-
identificação caiuásica, branco em vida, branquissimo depois de Uma filosofia, o pão diário cido -neste belo vale do Guana-
morto, indigno da ofensa involuntária do grande critico. Tinha A tua mão a labutar grangeia, bara que vinâa espera o sen
sido amigo intimo dc Machado: o seu pobre companheiro enver- E achas na independência o teu salário. cantor.
Sen melhor titulo, porém, è
gonliava se de suas origens raciais, preferindo a penumbra em outrn. o senhor foi o único rie
que vivia a qualquer esclarecimento que patenteasse à curiosida- .Soem cá fora agitações e lutas, nossos modernos escritores, que
dt» pública a pretendida vergonhosa pigmentaçãq. For isso, Ma- Sibile o bato assperrimo do inverno, se dedicou sinceramente à cul.
chndo sempre evitou toda tentativa de devassa" que os seus Tu trabalhas, tu spensas, e executas, tura dessa difícil ciência nue se
pon chama critica- Uma porção de
eos amigos pudessem fazer à história dc sua familia. A humil-
dade ile sua filiação de cerlo traria o mais surpreendente realce, Sóbrio, tranqüilo, desvelado e terno, talento que recebeu da nat-ure-
zit. em ven de aproveltã-lo em
se ele o confessasse, à glória que o escritor já linha em vida. A lei comum, e morres e transmutas crlaclies próprias teve a afine-
Recalcou o pitoresco destas origens coloridas com o sangue
que
0 suado labor no prêmio eterno. aacâo de aplicá-lo a formar o
nunca desejou expor como omato ao seu renome. "Machado de oosto e desenvolver a Htcratu.
Assis não tem história de família", escrevera uma vez Graça ra twiírfa-
Oo senhor, pois. do primeiro
Aranha. Ocultou por isso a biografia de uma infância
poderia ter concedido as melhores páginas de nossa literatura
referentes a um assunto que sob a pena de Mareei Prousi enche
que lhe
CIRCULO VICIOSO critico brasileiro, confio a firi-
lhante vocac/to Weriria. ove se
revelou com tanlo viaor.
efetivamente os seus dezesseis volumes. O homem extra tempo- Sela o Vlrailio ilo forem Dam-
ral do escritor francês não passa do menino da "madeleine Bailando nn ar, gemia inquieto vagalntne; te. conduea-o velo tnvlos ca-
"Quem me dera minhos por onde se vai ò rfe-
trempé*' no chá de lilia. mimado pela nwmèrc, que eu fosse aquela loura estrela, cfvcâo. á Indiferença e tinnt-
pela Françoisc t
pela avó. Que arde no eterno azul. como uma eterna velai" mente, A alórta, qm j^o r>s frtfn
Mas a estrela, filando a lua, com cinme; eireulait mirlmos da divina co-
Kstes seres querido? — avós, país, jjessoas de sua casa,
mediu do talento.
Mai-had» niatmi-as, afogou-as no esquecimento, Inverteu a fa-
çnnha ile Herodes: foi um inocente, uin tímido, «ma tríaiwja (e
"Pudesse eu copiar o transparente lume, *
Que, da grega coluna à gótica janela, sOc OLIVEIRA LIMA:
sempre o foi até ;'t morte) (]tie procurou destruir os adubos ca-
Contemplou, snspirosa, a fronte amada e bela!"
pazes -h complicar a sim ntniicíi realeza. Jamais escreveria um Era o tempo da "Revista Fra-
Mas a lua, filando o sol, com azedwnc:
romance mulato, com a experiência própria de suas origens, de slleira". mãe da Academia Bs-a-
sua psique, um depoimento romanceado à maneira dc René Ma- süeira e dirigida por José Veris-
"Mísera! tivesse eu aquela enorme, aquela slmo com critério e capacidade.
ran. Iodos os seus contemporâneos o consideravam uni rema- À tarde nos encont.rávamos* na
Claridade imortal, que roda a luz resume!''
Desconte da pura Hélade: "Eu pelo menos só vi nele o livraria Laemmer4. onde tam-
grego. Mas o sol, inclinando a rútila capela;
Não Seria chamado o Machado de mulato e penso que nada lhe bem vinha ler Rodrigo Otávio,
doem mais fio que essa síntese'', escrevia Kainico. secretário .da Presidência r-s-rn-
"Pesa-me esla brilhante auréola de nume...
Muitos pensavam que Machado pretendesse incarnar o ca Aranha, autor ainda vir<™"n
gre- Enfara-nie esta azul e desmedida uinbcla... mas conhecido eomo dl^cínnlo
fo no Parnasianismo de sua poesia: a maioria de seus críticos Por que não nasci eu um simples vagalume? talentoso cie ToMas Ra-relo,
c considerava também um inglês. Não sei que conceito tinham de Pedro Tavares e outros. Maeha-
om inglês, mas quase todos achavam que Machado possuía le- do constituía, naturalmente o
sentro da reunião com seu h-
gitinias afinidades dc caráter com esle povo tão bombardeado
'nos (.[.ms <Ie hoje. (relro aaguetar oue <1ava mais
(traça às sua» observações sem.
One antinomias, que formação teria Maria Leopoldina do Rio e de Londres, as damas da Baia e PTe delicadamente maliciosas,
| de Constanlinopla
exoressas como as suas i*á"!r-\«
, mãe de Machado ? Ele nunca talou deste ser querido, como de- um incêndio em Olinda, uma tempestade em Chicago, as cebolas escritas com nm hiimorf,wn tie
vera íalar mais abertamente a qualquer de seus íntimos. Nem do Egito, os juizes de Berlim, a paz dc Varsóvia, os Mistérios
Oiillate em aue havl». num ho-
de sua irmã nem cio pai. Aristncratizou-sse a seu mo<lo, não conto de Paris, o Carnaval de Vencya.. .'* A vida era esta amtrnidarie leio e<J frase que !tie era t.«.
Uic inglês ou eanio um grego, mas eomo mn puro intelectual Je desluihiana em qne um incêndio em Olinda t as cebolas do £"i- eulis' e em mie »« n-fl-i'- o --n
seu tempo, um homem amargo e desencantado <la cultura da (o ocupavam íi .«oheiário hoje reservado ao arrasünienro dc eroírito sfjve«so ao àw^i.*''***®,
»|*sK*a, <le certa literatura que lhe chegava às mãos ainda enfei- Varsóvia e à invasão de Paris. Não se conheciam traços da ironia ri» Swift isi
greves, nem flnldesr de rsjrosn de GaTet* *.'s«s
tada de gongorismo ç de a/lorrins. O homem ficou com o soi- revoluções sociais, nem reivindicações. Nâo liavia nenhum he coisas maiores eomo nas me-
J-iso fati}»ado, o olhar mareado atrás do pince-uez, enjnado, vei- roismo nem se conhecia nenhum militante sindicalistu miwicm nores essa ironia era ve'»»(*a,
dnde.iramente enjoado de seu século. F.ssc enfado, esse retrai- se preocupava com os problemas práticos de seu "metier" de poraue o seu oeísimism" *tíi,
•mento seu romo ttvJa a uni, ne«yn«i. rti^r.*-
proveio menos''da cultura voluntariamente adquirida ou trahalho, dc sua corporação, da reorganização ria cidade. Metn-
stn!*tf-rif*fiainenfe trans^mitida pelos seus ascendente?; do que desta ficavam-se tersos versos alexandrinos, cuidava-se de rimas tn Ri-me multo um <iie er». mie
e de nm (rramátlen mottoap.----»*-
indiferença, deste ai hei amei ito i>ectiliar ao homem de cultura chaves de ouro, procnravii-sar esconder o sentinicntalistrio rcitu- ^0 tlflrOH n«ra inf-^-nqr n *"sí>^-
colhida nos livros. Na verdade, tal cultura produz o homem nescente da escola literária santrrior. Efa preferível «w mulato so -rrnno de nue havia tt»-o>«»>.
irónícft, indefinido, "une telle culture nous enferme dans tiotte <i«c romântico. na Ffi.br.ci Allprcu. rins rp^in*
personrililé, elle aboutit à un isolement complct. II y a une amer Machado evadin-se «an toda a sua energia deste vergonho- Jel»as. ertiv s nr»llrla e o- «re-
vistas- "Oh! rti»>»H) e»»!.,.-.^,!
tume profonde. une tristesse que rien ne peut dissimuler dans so subietivismo. Podou
gestos e abjetivos. hanhi !-aisagens t Machado. eo-t> o jsçe-ci pr t,-*m
cette vie d'esthèle solitatre', escrevia o ano passado Ilenri Da- confidencias, tornou-se critico compondo sonetos ou romance?- r*fo. rme ivH-a »p»í\ n»,*»"^ *"or
vensorj em seus " Fondements d'unc culture chrétienne". Ptl Wp-it". "Iflti leão eó *-"i\
Adotou- uma atitude literária para norma c fim existencial.
Portanto, nada de característica mente mulato, grego ou in* 1n>nor^Ti*"Ía rinT**! **>« f-ti* r-c-'-»-
Kvadiu-se, pois, concient emente, do plano da sensibilidade
rftn oor an-iMas bin'?''^" ^ "*"r-
glês neste cxquisito Machado. Apenas um homem sem confli para o da inteligência ânri-gregaria. Poder-se-ia dizer eme mn V0M o nmfí^írfíy nn r\*n **- -; ¦ -
tos. A mesma moléstia que em Dostoiewsky aguçava a ânsia de artista, ao enveredar
por cie caminho, nunca é agitado pelas drt r*fTio^^fu. n^rf^n.Tip^o oí
i-insl-cismo, o interesse pelo destino humano, em Machado fa- grandes ventanias ^•hoc ** *""«n n *»»*»m ¦»- r^"*- '¦¦-
que fortificam o gênio, apenas é tomado de
íia-o parar no pórtico das pequenas vidas, dos casos domésticos, "petits frissons à fleur de
peau, plus iuteltectuels queniotiís".
dos dramas insignificantes e de rala psicologia. O ambiente não Era natural
que o grande Machado se entregasse de corpo «
*
lhe foi propicio. O Brasil de Pedro II decorria isento de Unnui- alma aos cavacos da Garnier. com os companheiros, sentados De MAGALHÃES DB AZE-
era RsSBDO:
tos: a libertação dos escravos e a república próxima não se agi frente à rtia, tratando de negócios de estilo e imaginsição
que
taram de nenhuma onda convulsiva. Pululava em redor do es- valem todas as canseiras deste mundo". Ser bom ( ainda um das
«ritor uma vida morna e burocrática. Nem sei se este homem Não há dúvida: o ambiente morno, a calmaria meios mais seauros de ser M^,
podre, o
medroso, se vivesse no ambiente de Dostoiewsky agüentaria desinteresse e Machado de Assis t »o6-e-
pelo coletivo t pelo universal que foram as escró- mente, essencialmente
uma deportação ou afrontaria o perigo com a impetuosidade do f„|as do seu tempo, não fosse bom.
¦russo, broa vez confessou permitiram (jue maior a obra deste Quando rim artís(« está »«'-
-leia
que, ao ver primeira vez José de "homem excepcional", a mais alia expressão d<> nosso gênio ti- soatmente abaiio do sev «"'>-
Alencar ficou cncolh do como o menino Heine vendo passai terário. a mais eminente figura da nossa literatura, no dizer de prfc eni/enha. o público ntttla
Aapoleao. hn um homem esquivo e misantrnpo a sen jeito, $«-, niais eminente crítico — o senhor tem a rer cam i*s>o. vorqve oh
•incapaz de freqüentar José Veríssimo. Troou-
porões revolucionários em que se cons- z*u pela primeira vez, cm sua plenitude, o romance de conflitos Tidos dele nao devem preiwli-
car o brilho de sua obra. Mn' a
pirasse conlra o regime, detestava a companhia dos pocessos interiores, on melhor, de hesitações interiores; e. por via das superioridade morai em eWsf-
como dos futeis, amando os cavacos incolores meramente litera causas assinaladas, sem ascese e sem brio com d snverityridaâe ii**-
profundidade, porem com
nos da Livrara Garnier. uma extensão surpreendente ao lado dc romântico* e natnraiis- tectuat forma um tão be'n c^x-
'Pouco
me dei com Macedo, (escrevia ele), com José de tas. E' mesmo do autor de "Fondements dum culture chie- innto. oue provnrin mau '«o1-
Alencar foi diferente; sentados os dois,.em frente à rua, quantas lienne"' uma revisão daquela espécie de interiorização sem ascese: ta. mesmo estético, quem n
»ezes tratamos daqueles negócios de arte e poesia, de estilo olkane com ináí^e^ca. K' tw,i
o intelectual não deve viver apenas corno um homem de sen exauisita harmonia oue tn- do
imaginação, que valem todas as canseiras deste mundo". tempo. I*V
preciso lutar com ns séculos antes e depois, para presidente da Academia P'i'i-
Ao ambiente de Machado não chegavam os clamores do» adquirir duração e se livrar das servidões leira o orgulho rf-7* *•*¦•¦.•? nw-
grandes e pequenas
salários retidos nem a lahuta dos trabalhadores impressionava os comuns a todas as gos. eiit*e os quais me honro úé
gerações. E* necessário ter força pira poder ser contado.
homens dc letras. A tragédia dns dias rie hoje não era conhecida realizar em si, cm torno dc si, iima atmosfera eni
-wto^ estetas daquele tempo nem fornecia aos que se vej» #
diários as terri- profundidade cn» todos os qusidrantes, e islo não é possivel sem De ALCIDES SMAYA
veis "manchetlcs" que transmitem ao homem contemporâneo uma nina cena tensão de alma, uma determinação, nem tímida, nem Raro e comolexo espirito <-¦»*
dialtólic-i ubiqüidade de fogo e de sangue. O testemunho do irônica, mas íeroz. ju> amarfíor do seu pefis1****""*»
"Kepifo, "Jc » ssschooenhau«r soutM Itear »
próprio escritor regista o marasmo: que me trariam Agora, cal* o convite: vous iovite à »i»re sou» uu ¦serena indulgéneia :lmiiha dv-
m diários? As mesmas noi!.>.« lo-ais c eaUimijeiras, os turto» clinut srode"..
,.„;„.„ ""¦"::»««' li v
de 'éa, Rodrigo Octavio, contenta- m;das pancadas na porta prin- carinho filial. Aconcitegou-a
tan/eras, não acreditaria que Realmente, na fase aguda—--«—
rios divergentes- De um ™°do cipal da entrada. Ábriram-na. depois por momentos rt/1
JJ«....*M«).. - fl j. ..**. nmnAn .-_ s 3 - l - -*- J. «*. m.AS..,.r»**fnt. ao peilo.
bOI tis
estivesse lão próximo o desen- sua moléstia, Machado de As- não se compreendia que Levantou-se e sem diser paia-
sis, se por acaso traia com um geral apareceu um desconhecido: um
lace de sua enfermidade. '""" Vda- <t«e tanto viveu as ou- adolesce„te delito 18 anos, no vra, saiu
Na sala de jantar, para onde gemido contração mais l»>.«.i.iirfi.
Mes- viva o sofrimento, apressava-se trás vidas, asshnilanda-se
/I..Í.I.I.I tf.saMSr.-C.». através
f»imit£*t
máximo.
w«
Perguntaram-lhe o
II i
A poria,l.
Josi Veríssimo m-
dizia o quarto do querido de análises sutilíssimasr para nô~ nome, declarara ser desnecessá- guntou-lhe o nome. Dtsse-lh».
tre, wt« grupo de senhoras — a pedir desculpas aos que o as-
apure las '™"/*'f7«™'- e ampliar, afor- fio dizê.i0: Hi„g„em ali t co- Mas ele deve ficar anônimo.
ontem meninas, que ele carre- sistiam, na ânsia e no atmro »"»™«rf»"¦' *» "»'"" '*'''""*' r?'°.sas- „hecia, não conhecia por sua Qualquer que seja o destino
nos braços carinhosos, hoje genlilíssimo de quem corrige
ytira „.,„ 1««. «•*» ™<a de lal de»\ vez ninguém; não conhecia desta criança, ela nunca mais
nobilissimàs mães de familia, um descuido ou involuntário «° mei° ie tamanlus /".««
— comentavam-lhe os lances destise Timbrava em sua pri- **"**" próprío dm0 ia CMp a nSo ser subirá tanlo na vida. Naquele
indiferença, no círculo limita- •;.„„,„„ dos ()OT.0J momento o seu coração bali-u
encantadores da vida e reliam- meira e última dissimulação: a pe/a que
lhe antigos f'" 'lissimulação da própria agonia, encantavam. Por isto, ao ler sozinho pela alma de uma na.
com o re- Um escritor da estatura de Ma- nos jornais da tarde que o es- cionalidade. Naquele meto se-
guardados nos álbuns aprieho- ara não nos maguar ehado de Assis si devera ex- critor 'se achava em estado gra- gundo — no meio-seguntio em
sós. As voící i/cro da sua dor. A sua infini-
as mátjttas apenas rebrilhavqm ta delicadeza de pensar,,, „„ sen- tinguir-se
de „.,.- ., dentro devissimo, umajran- tivera o pensamento de que ele estreitou o peilo mon-
de lágri- lir e de agir no trato vul- ie ' nobilitadora comoção na- visiti.l0. Relutara contra esla bundo ie Machado de Assis,
uos olhos marejados que
«onal. idéia, não tendo quem o apre- aquele menino foi o maior ho-
nuts e a placidez era comflela gar dos homens se exteriorizava
no recinto onde a saudade glô- numa timidez embaraçadora e Era pelo menos desanimador sentasse: mas não lograra ven- mem de sua lerra.
— a cidade inlei- cè-la. Que o. desculpassem por Ele saiu, e houve nastiltt um
rificava nina existência antes dá recatado relraimenlo, transfigu- tanto descaso
não lhe era dado ver pouco invadida de desalento,
morte. .No salão de ..visitas rava-se na fortaleza tranqüila e ra sem a vibração de um abalo, tanto. Se
viam-se alguns discípulos dedi- soberana. E genlilissimamente derivando imperturbavelmenle o enfermo, dessem-lhe. ao me- uma transfiguração,
certas de seu es- Nos fastigws de certos esla-
cados, também aparentemente bom durante a vida, ele se tor- na normalidade de sua existên- nos notícias morais, concretzain-se is
tranqüilos, na iminência de uma nova gentilmente heróico na cia complexa, quando faltavam lado. àos
morte poucos momentos para que se E o anônimo juvenil, vindo rezes as maiores idealizações.
catástrofe,...... nossos olhos passou a nw
.Era o contágio da própria Mas aquela placidez augusta cerrassem quarenta anos de li- da noite, foi conduzido ao quar- Pelos
incoiii e emo- despertava na sala principal, on- teratura gloriosa. do doente. Chegou. Nào pressão visita! da Posteridade...
serenidade paravel 'to
LE GENIE LATIN - i
José Lins Atí.ttole
Um escritor sem raízes do Rego rãtiae
fête de l"'Intiíleclualiti
En cette j,„í^íj,,v brcsilicnne" que fal le
Macnaao aede «assis
Assis ucars* sem-
ficará aem- sivel au
sivci espesso, «-
»*j«««.*í* »,«3jjvu«wt
ao volume, Machado de Assls-tlnha ura
Ássls tinha ura
Machado "gordo e. bonito" das -campainhas da L. Ires grande honneur de presider
*»/!>»••» savant
natre m-mh/ co, mmbtitrlotc le
pat, ,ole, te
pre á maígem de nossa copio- melhor, ao paror
sa literatura Nã,õ serviria de que fala o sr. Gilberto Frei- p. Ao primeiro toque ja estava docteur Rtchel, dont tout Ie monde connait la drottnre et la ge-
nunca de modelo, se se guises- re. Para Machado de Assis a pronto.a entregar tudo que não n;.rosit(- m nous dire les simpatlties qui unissenl le Brestl a lá
se tirar'uin retrato de" seu pò- Beleza não dependia de mais referissem os Mores e Aulet- Prmce. M d(. oliveira Lima, ministre dn Brésil à Bruxelles,
•vo. e mesmo ,da .elite de sua quilos de gordura-. Não ha em por isso a stta secura, os seus ' de inmittmte VAcadèmie brcsilicnne, nous enlretiendra, avec ml
¦enmba,r\„ie
sua obra este horrível gosto de -a-tmclos de linguagem, e aque- memore ae
eente No entanto há muito do ui- son
u^-mini*., dc ."*•«>">- compattiole,
«"J'* illustre Machado
1 •-•¦ — -' M°">>"°
Brasil em'sua obra, da boa so-. açougueiro para quem a baian- ie jeito, que é seu, de dar às art Vltm des
art bten }Viò apptaudi,
UK5 fois
ciedacle dos tempos do seguia ça io único senso de.avalla- frases uma impressão de qu.; ic de Assis, que le Brésil salue comme une des gloires les p.us pius
daquela vida sem ção- Pelo contrário, em nossas estiveram tomando forma nas hautes. '.-..,..
do império 'daquela
estréuitos 'vida .mansa e letras será o único a procurar 'Platão forminhas dos ... mes'res.
. . Vovr moi, Mcssieurs, je né crois pas qite ce sott trop cie*-
deliciosa de familia dos a "Beauté séche" de se não tivesse o gênio de
dre le seus de cette fête litlcraire qued'y votr la célébralion du
educados salões da Corte. Mas para as suas volúpias inteno- fundo
^"netra"
tão penetrar \T*l£
na
.... j.—... j„ o„-
humana o grave diretor da Se ginie iaii„ dans fes deuxs mondes. _
tudo isto é visto.por um inglês res. - - par htl ,qu &
cheio do senio da observação, As vezes fico a pensa, o cretana do Ministério da Via- ^„ çcnie ,„,,„,
Le ,;l„le patt-on le célebrer
latin, ,.., , asse:? Cesl
oue ficasse no Brasil pelo gostg quanto de sacrifício custara a ção não passaria alem de qual- Romme iut délibérc le sort de Vttnivers et conçttc la forme ttans
de observar. .- - Machado de Assisio íWaUso quer Antônio Feliciano de Cas- !es peuples sont encore conlenus. Notre setence est
-Fora o grave e triste escritor ^SftSt^^ .erVem pa- foldée sur la science greeque que Rome nous a transtnise
dás -Memórias Póstumas um ^Í1"e"™à»- dt
inteligência pura os ra mostrar que-apesar de muita Vhumanité doit au geme latin la tmssance ei la renatssance
homem de imaginação,'mas ae ^'Jiyfos criam em certos lu- gramática pode um homem [a civilisetion. Son sommeil de dix siècles-M.fitt la mor! dumoiulc.
imaginação no sentido arisro- ^es um Ugelr0 rançò de ci- ainda vir a ser. um-grande, esr Je relisais i,;er dans un livre de Ilenri Cochin, un
cratico desta Pal*"»\a"".'!f': nismo, e' as suas figuras se critor. .,-.., . „ ¦ rkit -;,ranqe dn vieil annaliste pontificai Slefmto Infessura, qus
"To
Zl.^£^^ S^Sén^rieTto do^ãre^reo^foro^ tltuTZslolr-á mon touULdginJ pas une meilleur,
em "que é tido. Assim se-
rilio ^^ Agripino. Grieco fantasmas põe nos Estados Unidos: nous rassemble to.
um Mustration du sentiment qui
rá Machado de Assis um ho- l£^üos de trav0 e Qe m?iiCia, escritor sem ráizes onde nas- Cétait le 18 avril 1845. Le bruit court dans Rome que des
me« * D« fatio e™ eer*as P?888^ B se em Machado nao M- . le long de la voie Ap-
for um escritor ™
n^n^umTsctitÕÍ
sendo como dé
Machado de Assis parece nao Ç?u. por cima de sua cabeça
dou
lombards,... ...la terre* »,„_, „» „„,, ^-.
en creusant
yiVa íorça' imaginativa; num aqueirása de corvo qúe encheu P*f«ne, on troiive un sarcophage rotnain porlant gra,
^^^mance? E* quando ò "Julia çesmots
•' co-
pais onde se procura_ descôhnr
eIisal5ta agudo se disfarça nas desombras tâo pesadas os dias vês dans le marbre blanc: pile de Claudms . Le couvér*
imaginação na opulêncla ¦" ver-'- , páginas,
r ° capí-.
quesãoos ... Põe, foi que, em sua ... insta-
de _...... ..... ([e souleve, on vil une vierge de quinze à seize ans, dot
bai de José de Aientai-
&Y^<C^ri™
^'S^aUTa esirever- tomassem dores pela gramatl- *£ * ^' ensecret; mais le peuple' rotnain'ne perdi, jamais le souvét^ • "
tJSL l LlúSl ae fmaltóe> cà" '¦''"¦' |™» naturev2a desorlen. it,h beauté af)/,?MÍ qui avail passe ttevant ses yeux.
s xgp^^do:de:«â, a ^^,S»^S.^e^ .h. '- *•?•. «* "
Uin nn Brasil ,„,,„„„_ ta nÃuito conceito firmado so- Vàilá Feternelle miracle du gênie latin. IIs'éveille eirmudaín
""i l
rz^X^ÍT?--"
deixou, a imagmajao -tovadir- cunaou.a de. um boa. porção de àfudou -em ^viaa interior-, 9- gente latin, je dis les peuples latins, je ne dis pas les races lati-
lhe todosos caotos de sua«.so- JinpUrez;as que.. fizeram. un>: vento «de lâmina, afiada que-*- nes, farce quer fidée de race ríèst dè' plus Souvent qú uiie.vision
bria instalação f-sPiri7,fln!3j' bemsein tamahnò -áò íhut Vi- a doença ..,....- de VorgueU et de 1'erreirr; et parce^que la avilisálion hellénique
*aí">l!i»a'1n,,P co' idroma
5? veuUtoTofe-: ,dé ^itaü;,» «,r A dDença flnde 9 !"eu T"1*" efrrmame, comme ta Jerusalém noirvelle', a vu veni de ttiutes
S;.BVy%'»^ ~ IS fSi^Ê uSc^arnoS elledesenfanls.u-ellen^ poln, portes dansján
t~» i luttivers.
que Barbey,com q.seu-glorioso tantas absUnènclas.que curan-; para-amortecer'a nossa exci-- setn. Et c'e-st sá' glotredt gagner
¦
orgulho de. Leppardo_ i-"y^-;-•'
° deiros impunham à cabeceira tagão tropiCaI: dos -sentidos". Le génie latin ráyonnc surle''monde.
Ko caso de Machado wr* f*u "-'•—
ronstan d0 Jeu .leito. - «a"« Em
- ««««v...— se -—
não —
Machado .«-». amorte- retces "dc
-de tfnébrcs
ttnéhres¦ voildraient
rotídraicití lè rcplongcr
retionàer dàns
dt. la tombe: il crée
fino freio de aço um am
lino constan-
M violaç5es d« Eça ceram os Síntidos.na penosa tous ,„ :ours *;,„ de ilberié, plus de science et plus de beauté.
te'?stad?Jf.Jf. i^jtS.m sangue nas laces
faces, en- Deus.
de!.™ní
de '.......
médrinteUsenü"'dos'.excessos, tornara Sangue
m^o,Kgee^precriv£ procura
píòcura .„_.__ et prepare une justice plus juste et des lois meilleures.
travaJ^ denote comunHé-
ate um pouco anaar cum u» ^.%^.£EZ^££2S£
r «j« ^tins des'deux mondei, soyons fiers
guto Ror.vezes, - p^. ^^ de dúvida e aesa. ritage. Mais saclrons le parlager avec Vumvers enlier; sachons
acinzentado pa^ a^sua^sen int(?)(lcaça0 classlca fora tento. O seu ceticismo não foi, qKe ia beauté anlique, Véternelle Hílêne, plus auguste, pias
os porem, daqueles de atitudes, ^ f dmlêvement en entévemenl, a pimr deslinèe de se don-
ÜüiSr»=mírp nourritúre" ali- aguda. Mas os gallclsmos
,'^^^^f^^S^ZVZZ »" á des ravisseurs étrangers, e, d'enfan,er dans toutes les
£ato^rremXácid?é dis, irecismos ^
solvente em temper«e^
d« i
^e^arafpu^m" de r^urXdTs™ Machado Os.sous tous les climats, de nouveaux Euphorton^ tousoisr,'
que a lógica das idéias se Wettoz
gSS
^ ^ ^^ ^^ um samm rf ^ héa^_
*°* »~
SrSdosí?0 T^$™mZ6™*^^™°* *»*' «m.'..o- ver, com um acentuado.»^
frutoa £!&7?ff3S?£í
da ™ nao_ se >Hr;
Dai, a sua secura de
flstas J- J- 5fí*Srlo Berte MrtotoTuíif livrd ri- grafia de sua vida espârlt.ial, de romance onde
ti^-^^V d.^^d. c^o^B*^^^ «cre, Um.os p^tofe*,.^ ;„..
de^^o-S<íoatr^^S^^
¦•.¦..„¦
SÊtmiâx'.: - ¦'-• -.,:: ..,..,'V,ÍÜ,JÍ ,....,..¦...;,:,;.;,.,-, .r.^^.:L^^^.^,.V:^hvi,.rr::-rV.:J^r__-:'rJ-^.'..rV.- ¦¦¦¦, r-:...: ¦¦_¦¦¦¦¦ ..r..;r^^-...S.^.r- ¦ . .- ..-¦<.¦ .:.,*iii.
-fflTW '!."*;«'"'»*—.¦.».".».'..'-.' e;*.v*.*'*" ..¦. ...-,¦. ...;. !¦•¦'¦ r-VT» «*e ¦¦¦:*! .*:!.ee»»*i.*«»''»**!:*i.'<.
Mas gue te não seauza o cântico das águas, O esplendor ia beleza i riio criador;
Não procures, Corina, o caminho do mar. Derrama a tudo a luz, derrama a tudo o amor.
Ne uoii-fu pa*,,
A. M
Mas vi. Se a que te cerca * anta festa ie maa,
Tu mie és beta e leia, tu gue tens por diadema Eu. tão longe de ti, sinto a dor mal sofrida
it dupla irradiação ia beleza e io amor, Povero «nlo core.' íceo una setmraáone ii pi»
neia mia mitgurata vital Da saudade que punge * do amor que iacera,
£ sabe» reunir, eomo o melhor poema, E palpita, e soluça, e sangra, e desespera.
Um desejo da terra e um toque do Senhor, Sglvio Pellico Sinto em torno de mim a muda natureza
Respirando, como eu, a saudade, a tristeza;
Tú, criação ieiiz de um dia ae pureza, A saudade do bem e a tristeza do mal;
Em gue a terra nào teve um so pecado, irmã Guarda estes versos gue escrevi chorando
Das visões gue sonnou no culto da beleza Como um alivio à minha soledade,
A musa de Petrarca e o pincel «le Rambrant; Como um dever do meu amor; e quando
Houver em ti um eco de saudade. Tristeza sem irmi, saudade sem Igual.
Beija estes versos que escrevi chorando. _ deste ermo que eu oou, alma desueníurada.
Tú que, como a ilusão, entre nevoas deslisa* Murmurar iunto a ti a estrofe imaculada
Aos versos do poeta um desvelado olhar. Do amor que não perdeu com a última esperança,
Gorina. ouve a canção aas amorosa* brisa», Vwco em meio Uas paixões vulgares.
Fui a teus pês queimar minhalma ansiosa*» Nem o intenso fervor, nem a intensa esperança.
Do poeta e da luz, das selvas e io amor.
Cumo se queima o óleo ant* os altares;
AS BRISAS Tive a paixão xnaomita e fogosa, Sabes se te eu amei. sabes se te amo ainda,
Umca em meio aas paixões vulgares. Do meu somitrio ceu alva estrela benvindat
Deu-nos a harpa eólia a excelsa melodia Como divaga a abelha inquieta e sequiosa
uue a folhagem desperta e torna alegre a flor, Cheio de amor, vasto de esperança.
Dei para ti os meus primeiros passos Do cálice do lírio ao cálice da rosa,
Mas gue vate esta voz, o musa da harmonia, Divaguei de alma em alma em busca deste amor;
Ao pe da tua voz, filha da harpa do amor? Minha ilusão tez/me, talvez, criança;
E eu pretendi dormir aos teus abraços» Cota ie mel iivino, era «Jiolna a /!<V
Cheio de amor, vasto de esperança. Que o devia conter. Eras tu.
Diz-nos tu como tiouveste as notas do teu cantot
Que alma de Serafim volteia aos lábios tens? Refugiado à sombra üo mistério
No deliria
Donde houveste o segredo e o poderoso encanto De te amar — olvidei as lutas e o roarítrio;
Pude cantar meu hino doloroso»
Que abre a ouvidos mortais a harmonia dos céus? £ o mundo ouviu o som aoce ou funéreo Eras tu. Eu sõ quis, numa ventura calma.
Sentir e ver o amor através de uma alma
Sem conhecer ;• coração ansioso De outras belezas vãs não valeu o esplendor,
Refugiado a sombra do mistério. A beleza eras tu: — tinhas a alma e o amor.
Eu sou a luz fecunda, alma da natureza; Mas eu gue posso contra a sorte esqutvat
Sou o vtvo alimento a viva criação. Vejo que em teus olhares de princesa Pelicano do amor, dilacerei meu peito,
Deus lançou-me no espaço. A minha realeza Transiuz uma alma ardente e compasstoa E com meu próprio sangue os filhos meus atesto;
Vai até aonde vai meu vivido dardo. Capaz de reanimar minha incerteza; Meus filhos: o iesefo, a quimera, a esperança;
Mas eu que posso contra a sorte esquiva? Por eles reparti minha alma. Na provança
Mas se derramo vida a Cibele fecunda, Ela não fragueou, antes surgiu mais forte;
Que sou eu ante a luz dos teus olhosT Melhor, Como um réu indefeso e abandonado. E' gue eu pus neste amor, neste último transporta
A tua é mais do céu, mais doce, mais profunda, Fatalidade, curvo-me ao teu gesto. Tudo o que viviftca « minha juventude;
Sê a vida vem de mim. tu dás a vida e o amor. E se a perseguição me tem cansado, O culto da verdade s o culto da virtude,
Embora, escutarei o teu aresto A venia do passado e a ambição do futuro
Como um réu indefeso e abandonado, O gue há de grande e belo. o que há de nobre e puro*
AS ÁGUAS Embora /u/as aos meus olhos tristes,
Minhalma irá saudosa, enamoraao. Deste profundo amor, doce e amada Corina,
Do nume da beleza o berço celebrado Acercar-se de ti li onde existes; Acorda-te a lembrança um éco de aflição?
Foi o mar. Venus oela entre espumas nasceu, Ouvirás minha lira apaixonada, Minha alma pena e chora a dor que a desatinai
Veio a idade de ferro, e o nume venerado Embora fujas, aos meus olhos tristes. Sente tua alma acaso a mesma comoção?
Do venerado altar baqueou; — pereceu.
¦Mas a beleza és tu. Como Venus tnartnha, Talvez um dia meu amor se extinga, Em vão! Contrário a amor è nulo o esforço huma\
Como fogo de Vesta mal cuidaao E' nulo o vasta espaço. * nulo o vasto oceano/
Tens a inefável graça e o inefável ardor.
Se paras, és um nume; andas, uma rainha, <}ue sem ter zelo da Veslai não vinga;
Na ausência e no silêncio condenaao. Vou, seauioso espirito.
E se quebras um olhar, és tudo isso e és amort
Talvez um dia meu amor se extingm, Cobrando novo alento,
Na asa veloz do vento
Chamam-te as águas, vem! tú irás sobre a vaga - Então nâo busques reavivar a chama. Correr de mar em mar,*
A vaga, a tua mie, gue te *bre os seus nus, Evoca apenas a lembrança casta Posso, fugindo ao cárcere,
Buscar adorações de uma plaga a outra plaga, üo fundo amor daquele que nio ama; Que à terra me tem preso.
E «im rejiões d» netioa is regues ia lus/ Esta consolação apenas basta; Em novo ardor aceso.
Então não busques reamver a chama. Voar, voar, voar!
AS 3BLVAS
Guarda estes versos gue escrevi choranao Então, se à hora languida
Como um alivio à minha soledade, Da tarde gue décima.
Vm silêncio de morte entrou «o seto à* selva*, do meu amor; e guando
íi nao pisa Diana este sagrado chio; ' Como umem dever
ti um éco de saudada,
Do arbusto da colina
Houver Beijando a folha e a flâ.,
Nem ji vem repousar no leito testas reinas Beija este* versos gue escrevi chorando. A brisa melancólica
Aguardando saudoso o autor e Endimião. Levar-te entre perfume*
VI Uns tímidos queixume*
Da grande caçadora a um solicito acena Ecos de mágua e dor;
Já não vem, nào açode o grupo jovial; O amor ttm «uas, mas eu também pod.
Nem o éco repete a flauta do Siteno, dá-las.
Após o grande ruüo a mudes lepulcraL Homero Então; se o arroto tímido
Que arrasta-se e murmura
Mas Diana aparece. A floresta palpita. Em vão! Contrário a amor é nulo o esforço humano: A' sombra da espessura
Uma seiva melhor circula mais veto*: E' nulo o vasto espaço, é nulo o vasto oceano. Dos verdes satgueirats,
£' «lida gue renasce, e* vida que se agita. Solta, do chão, abrindo as asas luminosas, Maniar-te entre os murmúrio*
A' Ias io teu olhar, ao som ia mm «05/ Minhalma se ergue e voa às regiões venturosas, Que solta nos seus giros,
Onde ao teu branio olhar, a formosa Corina. Uns como que suspiros
Reveste a natureza a purpura divina/ De amor, uns ternos ais;
p poerra Então, se no silêncio
Là. como guando volta a primavera em flor, Da noite adormecida,
Também eu, sonhador, jue »l correr meu* tia, Tudo sorri de luz, tudo sorri de amor; Senttres — mai dormida —
Na solene mudes da grande solidão, Ao influxo celeste e doce da beleza, Etn sonho ou em visão
E soltei, enterrando as minhas utopias. Pulsa, canta, irradia e vive a natureza; Vm beijo em tuas palpebras,
O último suspiro e a Ultima oraçio; Mais languida e mais bela a tarde pensattva Um nome aos teus ouvidos,
Desce io monte ao vale; e a tiiraçõo lascioa E ao som de uns ais partido'
Também eu junto a voz A voz da naturem, Pulsar teu coração;
e triunfal, Vai despertar a noiíe a melodia esíranfta
E sollando o «nea hino ardente Que falam entre si os oüios da montanha;
Beifarei ajoelhado as planías da beleza Da mágua gue consome
lue, — Iieall A flor tem mais per/ume ll notte mais poesia; O meu amor venceu;
E banharei minhalma em tua O mar tem novos sons e mais viva ardentta,
A onda enamorada arfa e beija aí areias. Nâo tremas: — é teu nome,
Ouvtste a natureza? AS súplicas e as magna* Nono sangue circula, ó terra, em tuas veja*! Sio fuias — gue sou eul —
Tua alma de mulher deve de palpitar;
——— ¦ ¦
'¦
¦ - - ¦¦-¦¦'""-'¦te
,,.,, ,, , II
UM CAPITULO DE ROMANCE
tfvm velho número da *Repú- — Que dificuldade? em bandos, andavam apanha- seus títulos bucólicos ou mito- Não obstante, encontram-
blica", de 1896, encontramos um
trabalho de"VmMachado de Assis, in- Espiei pela fresta da porta. dos sobre a nuca por um velho lógicos, a Campestre, a Sylphi- se ambições dessas.
titulado agregado (capitulo Minha mãe despegou o corpo pente de tartaruga. Às vezes, de, a Vcstal, e outras muitas Mas, José Dias, disse mi-
êe um livro inédito)", da cadeira, e aguardou a res- trazia touca. Lidava assim, com
Fizemos questão de reproduzir chamavam a gente moça às dan- nha mãe, tenho visto os peque-
essa página .pela curiosidade evi- posta. As outras pessoas que os sapatos de cordovão, rasos e sas que eram todas peregrinas, nos brincarem, não acho nada
Gente que ela constitue. Primeiro, estavam na saleta eram meu surdos, abaixo e acima, de um algumas recentes. A alta classe que faça desconfiar. Basta *
por se tratar de um capitulo dê tio, o coronel Cosme, irmão de lado para outro, vendo e guí-
um romance dado previamente ao tinha o Cassino Fluminense. idade, ele tem quinze anos, ela
publico. Será isso uma coisa extre- minha mãe, e uma prima, dona ando o serviço dos fâmulos. Ia Tal era o amor ao baile que os mal passa dos treze. Sâo dois
mamente rara, sabido como Ma»
chado de Assis evitava referir-se Justina, que ali vivia de favor. à missa, aos domingos, e a ai- médicos organizaram uma as- criançolas. Não se esqueça que
mesmo aos seus antigos mais in- A casa era na rua do Rezende, guma visita rara e de obriga- sociação particular deles, a que são companheiros de infância.
timos. acerca dos seus livros em um grande prédio de sete jane- ção. Guardava os vestidos de chamaram Cassino dos Medi- Quando a familia Fialho veio
preparo. Ias, vasto saguão, extensa chá- outro tempo, e as jóias que mm-
O segundo motivo porque tive- cos. Hoje, sc dansam, dansam para essa casa ao pé, live oca-
mos empenho em transcrever esse cara ao fundo. Era mui bem ca mais pôs, desde que enviu- avulsos. A ópera Italiana ti- síão de lhe fazer um favor, e
capítulo consiste em que com ele
fornecemos ao leitor a primeira [tintada e algumas salas a fres- vou. A vida, como a casa, era nha desde muito os seus anais; assim começaram as relações
versão dos capítulos III, co — alguns tetos lavrados. assim monótona e soturna. Pe-
mDom Casmurro'*, o que IVpermitirá
e V do no decênio anterior, mais de entre os pequenos. Pois eu hei
Meu pai, fazendeiro e deputado, Ias festas de junho consentiam- unia cantora entontecera a nos- de crer que se namorem? Você
um curioso estudo sobre o método
Ãe composição do romancista bra- já havia trocado a residência me um oratório. Nas noites de sa população maviosa e entusi- que diz, mano?
tileiro. de Cantagalo pela do Rio de festa nacional ou religiosa, nas asta; agora desfilava unia série Tio Cosmc respondeu com
Janeiro, quando veiu a falecer. três de São Sebastião, manda- de artistas mais ou menos cé- um — Ora! que, traduzido cm
UM AGREGADO Minha mãe, depois de viuva, só va pendurar luminárias. Tudo
duas' vezes tornou à fazenda, o mais constrastava com a vida
lebres, a Stoltz, o Tamberlick, vulgar, queria dizer: "São ima-
( (Capítulo de um livro o Mirate, a Charton, a La- ginações do José Dias. Ele an-
' preferia ficar naquela casa, on- externa. Grua. O próprio teatro dra- da sempre com a cabeça no ar.
inédito) de as lembranças do marido A vida externa era festiva, mático mesclava nos seus espe- Os pequenos divertem-se, cu
\,'aquele ano dc 1855, por eram menores" e eram recentes, intensa e variada. Tinham aca- táculos o canto e a dansa, árias divirto-me; onde está o ga-
uma tarde de dezembro, indo — perto da igreja onde ele to- bado as revoluções e duos, um passo a três, um mão?"
políticas.
en a entrar na saleta onde a ra enterrado, e cuidando de Crescia o luxo, abundava o di- Sim, acho que Josc Dias
passo a quatro, não raro um
minha família costumava pas- educar o seu único filho. nheiro, nasciam melhoramen- bailado inteiro. Já havia corri- está enganado, concluiu minha
sar a sesta, ouvi o meu nome e Tinha quarenta e dois anos tos. Tudo bailes c leatros. Um das de cavalos, um clube ape- mãe.
parei. minha mãe. Teimava em es- cronista de 1853 (se vos não nas, que chamava a flor da ci- Pode ser minha senhora;
Senhora d. Maria da conder os saldos da juventude, fiais em mim) dizia haver tre- dade. As corridas começavam mas não falei senão depois de
Glória, v. excia. persiste em por mais que a natureza qui- zentos e sessenta e cinco bai- às dez horas da manhã e finda- muito examinar. V. excia. c o
meter o nosso Bentinho no se- sesse presservá-la da ação do les por ano. Outro de 1854 es- vam à uma da tarde. Ia-se a digno sr. coronel estão dc boa,
minaria ? perguntou o nosso tempo. Vivia metida em um creve que do princípio ao fim elas por elas mesmas. A Euro- fé. Conheço o pai da pequena;
agregado José Dias. eterno vestido escuro, sem ador- do ano toda a gente ia ao es-
Dc certo. Por qne? pa mandava para cá as suas é um velhaco. A filha não é
nos, chalé dobrado cm triângu- petáculo. Salões particulares à modas, as suas artes e o seus menos velhaca, apesar de des-
Pode haver uma dificul- lo e atrouxado ao pescoço por porfia. Alem deles muitas so- clowns. Traquitanas e velhas miolada. Enfim, cumpro um
dade. um velho caniafeu. Os cabelos. ciedades coreográficas, com os seges cediam o passo ao coupé, dever amargo, um dever ama-
e os cavalos do Cabo entravam rissimo.
é muito nítida, muita vez é des- m-rcado. abios tnmieVv», blgod, se vai grad»a'™e"^n»'1H"d0«
nej» eé '«^o
beío rnrtJdo baixo
bato ee'vai
vai co perVerSo.
cÕ- escritor desdenhoso e Irônico,
botada e imprecisa, e é eviden- ralo. -nbelos cresnos. Mas a ex- as feições se yao atenuando, o que se com-
nariz e mais fino os lábios me- bn^ prazia
temente Incompleta e pobre, "ressão do olhar é menos de de-
e
^^^TVfig^ em ««fragmentar o uni-
Isso. de resto, é um traço co- s„flo e dureza, do mie de curlo- nos grossos, o prognatismo se moral, para analisá-lo e
táu da
esconde e disfarça por "bigode. ^ raws ecresoro como outro
^^8^b™^1'™» verso 1q
mi-m da sua própria biografia: s«dede. de me'ancoUa e talvez ^o
« e "f™* ™. s'onomia friamente., E> uma „.
pobre, incompleta, em grande i»m nouco - ouem sabe - de barba rala e do »^<to .f£™ae™ triste e cansada, pos-
desd»m. ne oróorlo de resto as ondas da cabeteira sao mais brem " »Wos e o n«e«o. fe
íarte desbotada, imprecisa, sereDa e„ nobre na
que serena na pare-
Sbscura e incaracteristica. Aliás, nos dá. não sem um crto travo amplas Os seus retratos dessa
de amargura, nessa época, no época denunciam ainda as In- sos. disfarçando a, projeção
^"*™*™* m3e3f£. ex {Continua na página 1111.
a mais grave lacuna da sua
n< ¦_;.»¦¦ .,,pl,,iu..i,i ,.i,i.. ¦ :i...;.. !im,,,i,.i. i .1.1,.... .,,.. ..,;..,...,.m.i..,...i.j..v,.,. .,
aWSy:.^^WSMr-l»pi»W»H.W»wv^J^ H..TO.M... w; ;..
rS=5SSS!S!t«^
descrente e amarga. As »«?«*
de" S ttr»vad«o<de S SiiJSK
melhores personagens parece que flutuam entre o ser
re; e pode-se dizer que muita
vez o foram com o nosso ami-
tos e o entusiasmo dos sentidos na ^™onCs°tante renovação da vida. os seus findam
constante "n"vJ*v»"J"
vencidos pela existência, que não perdoa go. O tempo dar-lhc-ia a com-
nao esquece acassado, nem as *™*<£V» ^ Braz Cubas, namorado
A inteligência«memória da politica. não a consegue pleta vitória; mas o mesmo
tem aquela das pancadas , que lanava ao eu ¦u^».
^ ^ aaanU lhe retorna, é depois de casada com outro; lempo o levou, depois ie longa
Quincas Borba. .nrna-se assim o "vieux pays" a própria idéia do emplastro é uma idéia póstuma. D. Casmur- e cruel enfermidade. Não leva*
A alma de r°to e ir o, eae
friof m» ^ ao termo da vida com a impressão de vitórias, mas de rã a nossa saudade nem a esli-
ro chega
de seu poema. Cedo o encontraremos triste, aeserw
^c„hand°n^n^'°lnatr^eaMd™
^ desfazem todaSj como M pegadas deixadas na
velho pais. ^:» ia a0 a.cance aas ondas infatigavels. E se um de seus heróis ma que lhe ievemos.
.„ j j-_ »„» nranrn • » nnlt» a cisma- _ Quincas Borba — se revela afirmativo e decidido, criador de
I.mnmta í aefes e ae Se oiasiemia»
bUsfêmiM» filcâfiaslompleta., Um havei» de pensar que^é louco, e que somente MACHADO PE ASSIS.
Um paU de oiaçoes ,„,. lss0 se tenha Ubertado das Indecisões. Como o velho
o beneficio da loucura. (Semana it 21-2-1885/
fase velho pais vê niuscer Braz Cubas e Quinca» Borba. sSraanio, ele no» vinha provar
anypiffipaiiiffKiwiiiijirori^iriir;!» , .li .|i,i..,n.i ...i.ii.h..^ .. ... n.. irar^-r-
'-'
D.mlnto, tf-s.iMt JBa\
I-AGINA IM — SUPLEMENTO LlimAHlO U'A MANHA
;s.7,7?üi?*ílí<U,.x..
DOMINO», M.I-IM1 SVFUMKNTO UTíaAMO »'A MANHA - WeJWAJM
^^^^^.
MOINA lit — «UPUiMRN-rO l.lfTllAaiO VA MANHA DOMINA». H-H-IMI' ¦"•^t.
MIGALHAS INÉDITAS
Foram de poela o* primeiros metros versos da "Marmota' Amaro, \t>,r exemplo, já está
TRISTÃO DE ATAIDE
insistência de amigos que en-
fila Academia Brasileira)
Em fins de 1893, no número
ensaios e os últimos lampejos a publicação do seu primeiro li- em germe nesses bosquejos su- tendeu reunir os seus p>einas 2 da rua Cosme Velho, poucas
«lo gênio de Machado de Assis: vro que conta: iis "Crisálidas" tis. que faziam prenunciar, em esparsos.
"Era minha intenção casas abaixo da de Machado fie
¦ ic 1864. Nele deixinl dt lailo "*o le-
Quando, nesse memorável dia pleno romantismo, os novos ru- :la-los nm dia". E reunia, então, Assis, fòr» transmitido
16 de janeiro de ÍX.VS, desferi- >s primeiros versos escritos coin mos da poesia brasileira. Ma- aos três livros anteriores, os j^ado da miséria humana" a
" '¦',
ra ele na Marntola", do seu pena de adolescente, ao fogo mais um carioca. K essa crean-
chailu <lt Assis (oi o grande ia- |M>emas que escrevera entre 187Ü
amigo e animador Paula l»nlo, dos primeiros arrebatamemos c,o de união poética entre o ro- e 1900 e a que flew o non»e mi- ça ia ser batisada no .dia 27 dc
*u inicio tio mais belo voo liie- tle autor, ao mesmo tempo lasci- "Ociden- '|nc
inanlismo e o |>arnasianisit»o. pessoal e impreciso de janeiro «le 1894, no (lia cm"casa
rarin *\r nossas letras,— era o vo t. sejilimental. Eram versos Ouando começou, a surgir a ge- tais". nessa mesma já velha
verso que recebia a -ua nascen- impregnados de romantismo, e** ração imrnasiana já encontrava, Nele se vinha refletir a figu- .uul" ia celebrar-se o easatnent©
\t aspiração literária P.ra um ntritos quem sabe sob a inspi- em seus livros publicados e nos ia definitiva do romântico ul- le uma jovem de 16 aitos —
"A
Piwma romântico, Palmei- ração desse caixeirinho inspira- )>ocmas que de raro em raro irapassado e do realista desilu- lulicta Peixoto da Silva, irniã
ia", escrito a (> de j;ineii'o, e as- do, que se consolava do balcão pro*lnzia, os delineamentos da dido, «pie envolvia os homens dc minha mãe, com um rajtaz ti*
Mnado apenas Assis, mai que comercial nas reuniões do es- nova poética, que estava conti- t as coisas no manto do sen ter- 21 — Alfredo Loureiro Ferreira
Indo faz crr.r serem dn próprio. critório tje Caetano Kilguei- ta ba muito nas entrelinhas e rivel desencanto. À musa, alta Chaves. O batisando figurara
"dou-
Versos dirigidos a uma ras: Casímiro de Abreu. 'Jue mesmo nas linhas desse evadidtt e serena, que alcançava enlão no próprio cortejo do casatmn-
zela" que lhe não fora fiel: teriam sido os versos do poeta do espiritualisnto romântico pa- a marca definitiva de sua ex- to, na matriz da íílória, no !-ar-
" Amei!. ,. mas neyra
paixão das " Primaveras" st livesse ra o cepticismo realista. pressão perfeita e inesquecível, í<o do Machado, sob o olhar es-
Perve.rtrn o coração vivido o que iria viver o seu l'ois esse cs v as ia n tento de es- em alguns poemas, como a jwníado da assistência. Ao che-
companheiro de conversas líri- "Mosca Azul",
Dessa imagem de candura! peranças que marca a passagem que iriam ficar yarem em casa, cujo jardim to-
Soíri então dor cruel eas. nesse Kio remoto e deser- <Ío romantismo ao realismo — è para sempre na memória dou ra todo iluminado a copinhos »Ie
Sorvi da desgraça o fei t<> "lc 1857, ann cm inie volta- que vai também marcar o ter- pósteros ~— refletia não mais as azeite, como nesse tempo ainda
St»i vi trafus <raiiiarKtira". ra «lo "exílio" n poeta dos ceiro e último período da/poê- |taixões do inicio ou as ale- se usava, e depois da refeição,
"Meus
Versos de amor. versos de oito anos'*, tiui maebadiana qi»e representa* grias descritivas da mat ur ida- ouviram os convidados uma me-
adolescente apaixonado nesse Só líi-us salte se a sua musa mos com as datas fie 1900 e dc e sim uma filosofia negra da nrninha de seis anos incomplc-
momento em que ;i mocidade ;->c não leria iainbe.ni, como a de }'J07, mas que começa bem antes vida, que ia exprimir nessa pá- tos, minha irmã Abiyail, recitar
"partidislas" tia "Poesias estas quadrinhas que Machado
dividia e.m Ca- Macahdo, sofrido as variações Ja publicação de suas gina genial, soberba, sombria e
saluni. ria Charlou mi tlu l.agniii do gosto suCõssivn. ( ompletas". solitária — *'No alto", que cot- de Assis escrevera, a pedido dc
cniiHi alguns anos antes st ba- "Pn- íjuando em PAIO o próprio responde na sua obra poét ica meu padrinho e especialmente
Cinco anos de()ois das
tiam. em jornalecos efêmeros
mu veras" e seis anos atiles das
Machai-lo preparou o volume dc ao látego desolado coni que íe- para essa solenidade*
os
"orsalisias" e "monianistas',
"Espumas -ua oi ira poética inlegrtil, con- chára. anos antes, o seu "Biaz
1'lutuantes", portanto
jarliilálios ilas anislas Orsal r em pleno romantismo, surgiam
ítssou que não íoi jqjenas |»r Cubas". Por ora sou pequenina
Mníani, 1855 foi o ;mo em qne "Crisálidas" Mas. quando e%i tamlxjw ereseef
essas tão difere»-
Tltallterg fer delirar as platéias ies, lão (K-ssoais, pm que os ur- lia «le vir uma menina
<W> Lírico; íoi o ano que viu o
primeiro trilho da listrada de
ferro Pedro II, como assislra
nmlfos da é|xica e o fervor ?!«
mu tcmpenimenlo arrebatado ¦«
NO ALTO Dizer o que vou dizer.
de Machado de Assis aparecia „«• se /ornou um dos primeiros momento de modo tpie passa que outros tdiMores
efêmero. As- ««"»•« '«»«« ""'"*" *« Miomandre". +
im francês, na tradução de um humanistas do seu tempo «* narram in- ternura hum «na ie magnas *
«dmiravel artista como é Fran- cuja existência ioda tocada pe- sim. pots. etc e medido, sem discreto reabsomidas. de meditação, tio- comparemos agoia os
-
dois
«•ls dc Miomandre*eve Por sua vez Ia ferida incurável de uma tt- fase. sem veemência:
reser- nia que era o fruto ie uma ex- prefácios, o qu? foi "iMica*. e
MiomarX a wrte de én-' mâZinvelcivel- nào /oi le- e matizado, f tambem
Sr»tnldTSm. ™do «m«wecLuva, um deri- -ado, familiar, modesto de domínios: permeia continua em todo, os om> (kNMttto..No de Pr an-
lho ao tempo primeiro se- naíl-r-o nara os grandes sonhos, uma miúda e quotidiana huma- da vid*>«*%**•. o da cultura como cs de Miomandre. o france. ne
i«tá7io to^rSixTdo Bra- Zub% no Jto Machado di «idade que agrada infinitamen- SSunr^H^tSSi"do "écufõ
"£%**!<> de •*«». W **> "h»™a
sil en. Paris - o animador do Assis í«»e o dom da Ironia, Ndo te. Ji falei dcMenmee quanto experimentado ele r0mani ••mil,
m romariw mais P»-nir
seu trabalho e revisor do texto esta ironia que wmba de fu- "humour*. ao estilo, de Sterne quanto ac, próprio sa- XIX um
..-..,..•,.„ s,Za«
Ainda „*:„
não ™,,i.„
muito r—
fa- j„
do, ™~
com »
a í..^»™j.^-.
fnconciíncía rfn
ío án*.
dei- "nii-mour*'. Acrescentemos Ju-
./u- Ma
Wa que
gue os homens suo traços feito . e o nome de Bnlsoç ine
traduzido. maus, e sobretudo nesçtosj vem à nena. No rio brasileiro
miliarisado com a linsrvia por- do. a ironia seca e curta io, fa- its Kcnard e Oeoraes Couríeh- os torna incapazes ie apro, que et-
*mDr*w>
pref.«clo que foi impresso
tuguesa, Francis de Miomandre Mdores de «spirtío. mo. nma ne Imiiiio mai, mocos que ele)
"cocMalV iwimi- lar as rara, ocasiões de felict- corre mundo com o volume do
«ão se abalançarla a empreen- ironia nutrida de ternura nu- « teremos o dade que este^ as nom cttsmitrro, a glória de Ma-
úer uma ti-aducão desta res- mana. de magnas reabsOrvidás toriolento.com um ressaibo&e ¦ ¦"•*" lias, ~" ele_
m_
•* os — -" "" ""—-¦•
^tido^tr Assis se redm ao Ta-
ponsabilidade se não fora a co- de medítaçáo. uma Ironia a»e amar-jor, picante.de brasileiro, perdoa, porque o» chado de "poder
eittraoi-dlnárlo era fruto da experiência con- que ê Machado Assis — conhece, poroue tem a perce- t.o de ele ser lido e sem-
íaboracão do
"Toda a América". Hnua: a ironia da mais alta Afrânio Peixoto d« Academia prdo fn/aínie-ntenfe Mcida tes- mre relido" (Ponson d» Terrail
poeta de m espécie de inocência profun- tambem é sempre ilrtoi: e a sua
CT^a.':teiZs "SS?«trato
?X r^rSJS S^lS o prefácio do dispHcente o daTTcenos resi^Jniina,.
bem que se esconde debaixo da» ^^j^™?
* .f compa ada a «m
írtlsta; e não e sempre na fl- „. Afrânio Peixoto. Depois de pobre Machado aparece •'f<
«ielid?dc à letra de cada frase umas trêfesas linhas a respel- apoueado na sua Imensa flíii- ações criminosas, fiada lhe es- <*-*«• soupeon J™ HÍ^?L,'
damertune^
¦ue está o maior mérito de um u» das traduções em geral, o r» humana e na sua imensa si- capa dos ridículos e dos saberia i»teo* un Pi-
ouant Por um nowo qu. a
trabalho assim, O que se qaer acadêmico brasileiro assim apre- unificação artística. Cada traço io homem: porem, não Afrã"<o pei»o"> i"« »•
* corresfwndéncla de espírito e senta Machado de Assts ae- ittil- contam uma Insinuação jeitosa, condena-los em nome ie dou- sr. '«
Insinuando qne s*» fcrat* de uma
de expressão Se o charme de verso que lê francês: Nio deixa de ser cruel, alem de trma alpuma. Seu tignostiàs- sem simules cac''i>ci"ria.
Machado é antes de tudo a sua "Machado de Assis i um dos superficial e leviano, que o sr. mo absoluto, completo,
maneira que esperar de um mais famosos escritores brasi- Atrãnto Peixoto escreva,"deter- por lima crueda. sem sequer uma RIBEIRO COUTO
tradutor que não tosse canaa ;«iro.«. V urbano, caseiro, ínti- a
exemnlo, que gfluueira teníaçáo. Mte i lambem eon-je- fD» Aead*nm Bt9?í'.r»M)
do mesmo charme na sua Hn- mo. pintor das ?nedioere« vidas mino" não a* a traie curta do nifo, como a sua bondade e a
(¦psa? cifadtnas: o aue lhe interesso mestre (tolice a que outros sua inteligência: a tal ponto
A edição francesa do Dom sdo os humildes que ele ama críticos respeitáveis teem dado que ficamos a perguntar, as ve-
Catmurro apareceu com duas porque esse "menos" ie huma- curso), como ate mesmo o ta- ses, je não seria aquilo a sua
notas de Introdução de Francis nidade lhe serve de pretesto manho dos capítulos e o nume- própria essência. Quando pe-
ipmoíaWKH
de Miomandre e íim prefacio do para observações malianas. que ro de pfl-rlnas dos próprios ro- iteframos fcem no pensamento
tr. Afr&nio Peixoto. Esses do- se aplicam ao homem cm a*, mances! (Esse método o erudl- de Maefcado de Assis, pensa-
eiinientos merecem, por sua ral. s" introspec/iro. Maltcin- to sr. Atrünlo Peixoto aplica mento tão impregnado de eme- "O culto dos grandes homens
•ee», tradução em portusuês. e so. Portanto, humorista, nio ieualment* a José MaMa de He- cdo que esta chega a con/»»-
« o que me empenhei em faser m„<(0 rude. i Sterne. d «drena, redia. para exolicar os sonetos dtr-se com aque'e numa umea uma virtude das cidades" —
para este número de AUTORES d Daudet. aliás sacrificando de
"Xas. Trophées"!'. .iNbsídncia mental, e para a disse, com estas palavrxs ou
t! LIVROS, com que o meu de- menos i imaginação que á ex- Enfim, o Mnclvdo de Assis qual em veritde seria preciso palavras parecidas, Machado
TOtado e querido Mucio leão pressdo. fido inventa nada: nos que o sr Afrânio Peixoto levou encotiírar-jc um nome, sim de Assis.
fal enriquecer t, bibliografia seus romances a vida toda p.ue. pela mão ao Injtltvto Interna- quando penetramos bem nesse O governo da República de-
eritlca cie Machado de Assis. quotidiana. Teria podido escre- cional de Coonçracão tnteiee- pensamento, lemos como qui monstrou que o culto daí
ner dezenas de volumes, como tual, e ao resto do mundo, é um terror, como se as dissolyi-
— grandes homens é uma virtude
ias de repente todas aparen- não só das cidades, mas das
A primeira nota de Francis fei Mareei Prmist. Porem, tt- nma espécie de tsrtamndo sem sem cias maravilhosas que nos ro. mesmas nacionalidades, no oti-
ie Miomandre é uma homena- nha um defeito físico: fieaue- Wefío. contando histórias — no4 achássemos em clallaar, em 19M. como oficia-
a Ronald de Carvalho ;a»a. Daí resulta a sua frase sabor, encafifndo d» .e encon- deiam
«em"Nota do cen-
do tradutor — Esta curta, cortada, na medida da trer numa roda Ilustre. coiilacío com o vácuo untver- luiou, as comemorações
tradução estava terminada, sua respiração: a frase curta O nior é a comparação com sal. íntão, rajâo maior para tenàrio do nosso máximo es-
suando sobreueio a morte por determina pequenos capítulos, Georires Courtnline. aquele no- admirar noquemelo o escritor tenlu critor.
acidente ie Ronald ie Cana- algumas veies repetições para pular humorista para nrovlso- podido, desta desta ewines A Academia Brasileira, casa
lho cujo auxilio e cujos conse- melhor exprimir uma tdtía re- rias l«iturns fer^vlárlas. er.- cêneta, falta unimmc de que Machado de Assis fundou
lhos me naniam sido tão pre- tieente, por vetes sugerida mais quanto o trem não rara numa apoio», construir seu mundo e que guarda religiosamente »
eiosos no decorrer do traba- do que explicada. «.«¦»« peone- estação onde h* jornais. ideal, com o seu cenário, sua memória daquele que já era,
tho. Sem esse amigo agora ie- nos capitulas determinam, •» sociedade, suas idéias. nos íins do século passado, pro-
Bntrelsnto. o prefacio "At esta a ironia, o fundo ie clamado • chefe da literatura
Mparecido eu talvez não tives- seu turno, livros não muito lon- que
te ousado empreender esta ver- gos. Proust devia ser. social- Francis de Miomandre escre- Machado de Assis. Sem dou- brasileira — a Academia mos-
tão e não a teria publicado se, mente, um conversador inexqo- vera nam esta mesma edição írinas nem teorias. Nadamundo, mau trou-se sensível ao ato do go-
iepois ie um minucioso exa- tavel. Quando as eonvenúm- do Dom Cftsmurro, é uma ma- o«e o conhecimento do verno. E, hoje, numa das pa-
me ele não a houvesse aprova- cias sociais, a doença, o obri- rsvilha de anudeza. de exatl- ao mesmo tempo /n/alli»el desencantado redes de seu salão de honra,
Oo'completamente Nio quero gavam a calar-se. voltava-se dão analítica, de probidade e e enternecido tam- próximo da mesa de trabalho
aue esta obra venha a público para a correspondência: o r«. de amor. Nenhum admirador bem, e completo. Qualquer coi do autor de Bnu Cobas, lemos,
tem diaer o gue deuo a Ronald calcado se expande nas cartas de Machado de Assis poderá ler so como a fusão ie Próspero e em bronae, a seguinte Inseri-
te Carvalho e a lembrança co- e. A /alfa de correspondf-nefa. táo comovidas Unhas sem tam- de 'Por Balmc. ção, alusiva aquele ato gover-
movida e fiel aue guardo ia em numerosos votiimes. 'lo- De bem se comover. Infelissmente, mim, ndo conheço em namental:
nossa curta colaboração. Poe. tempos em tempos te vêem ficaram inéditas, em França, bferatara nenhuma do século
ta ie uma sensibilidade sur- rescer romances em volumes exceto o fragmento aproveita- XIX — que é entretanto o si- MACHADO DE ASSIS
meeniente atenta a todos os inumeráveis- Honorê d'Vrfé. io na nota de Introdução. Mio- culo io romance — um roman-
frêmitos da natureza e ia viia Madeleine de Scudert, Ponson mande me havia mandado uma ce mais perfeito que "Dom Cas- Homenagem ole
interior espirito vasto e pode- du Terrail, Alexandre Dumas, cópia desse trabalho. Para que marro", alfój a obra-prima do reconhecimento
roso cujo ardor generosamente Mareei Proust, Knmain «oi- não se perca, pelo menos em ontor. E com que simplicidade,
que ar da
te inflama ao contacto de todas land. em épocas e em gêneros português, aqui dou a sua tra- que suprema elegância,
me obras vivas e belas, este ho- dit-ersos. se exprimiram num dução: de nio saber para onde vai! Academia Brasileira
"Mestiço, filho de um negro Essa fragmentação em peque-
mem ainda tão jovem, tinha longo ritmo, com uma longa ao *,
diante de si um tuturo maani- paciência. K isso ê tambem e ie uma lavadeira, Machado nos capítulos, processo /otiori-
«co. Nele, o Brasil perdeu uma verdadeiro para o leitor. Have- de Assis é certamente uma das to dot aue nada teem a dtóer. Presidente da República
força" rá sempre jatanetosos para di. almas mais aristocráticas gue com que misteriosa habilidade
Sr. Getúlio Varga»
A seiunda nota de Francis de *¦«. gue leram tudo Uso-.. Ma», jamais anfjurntn pelo chdo de Machado de Assis dela se Jerpe
Miomandre é em parte o fra- Machado ie Assis gaguejava, espinhos e de flores deste mun. para.tuaestabelecer a perspectiva
narração, para conden-
Pelo seguinte decreto n."
emento de um prafáclo que o remendo a ênfase, como Meri- do incompreenshet. Prova ãe da
tradutor preparara para Dom mêe, de guem wstaoa, empre- que a teoria de hereditarieâa- tar-the mais a trama! Idlgres- estas 1065, de 31 de janeiro de
Casmurro, mas que o Instituto gou o seu gênio em ser exato, de não ê senão um erro. Tot digressões, estas falsas 1939:
Internacional de Cooperação (José Maria de Heredia, que pobre: iepois, am pouco menos sfles, que temos de começo com
Intelectual não publicou, em tambem sofria it gagueira, não pobre: mas nio saiu nunca de uma simples satisfação tilosá- Art. I.* — O Governo
flrtude de Já haver pedido publicou senão uma obra pe- sua cidade, nem da sua médio- fica, ah! cem como percebemos, de Federal comemorará, no
«mas páginas de apresentação quena! um êxiguo volume ie so. eriiade. Muito tarde conheceu repente, paginas adiante,
A Hn- a seja como for, tinha seu sentido revelador ui« tdtia corrente ano. de modo con-
te Machado de Assis ao sr. netos, todos perfeitos). glória;
Tudo a- digno, o I." centenário do
Afrinlo Peixoto- «a« de Machado de Assis nun- um coração demasiado nobre e carnal significação!
'Machado de Assis — Joa- ca é excessiva. Ele gosta ie fa- para ambiciona-la. Qualquer so, e esse "humour" de mu as-
Maria Machado ie Assis lar na primeira pessoa porque que viesse a ser o seu destino, pectos, e esse estilo magistral nascimento de. Joaquim
mtm todos os sucos aa Hn- Maria Machado de Assi».
(1839-1908) era filho de um se conta a si próprio, sem exa- Machado de Assis lhe teria si- elixir e ieesse cxotlsmo de toques
operário negro e de uma mu- gero. minuciosamente, com pe- do superior. Porque, do ponto ona,
Vier do povo branca. Aos IS ouenas palavras precisas. Não de vista espiritual, onde sobre estava avaros, por Isso mesmo mais Art. 2." — O Ministério
para auxiliar sua mãe seguiu escola nenhuma: nem posto para considerar a Impressifos,, e.s«e exotismo tn
anos da Educação designará uma
tduvá aue era lavadeira fez-se romântico, nem naturalista, vida. a glória lhe teria pareci- voluntário que evoca toda uma
aprendi ie tioógrato. dedlcan- nem parnasiano. Era clássico, io igualmente preciosa e vã. paisagem com um simples co- comissão de sete membros,
rosário ie Uu. queira e - menos que o pro
to as nWttes ao estudo. Entrou impessoal, sem originalidaie um admirável Este príncipe encarnado prlo ma* - o «»*•»« para
organizar o plano das
Senols pari a administração ostensiva, e sua glória é ser li- soes. num burocrata, este fWj™/? "J1"» ".'Th.""^^ comemorações.
píWtoi.lue não abandonou se- do e sempre poder sê-lo, poi» "Capttu".
intenso aue se tornou um dos primei- de «Itoro ressaca ie "Capiti
ndo nos tílfimos anos da vida »•» «'>»' demasiado do seu tempo. "ttvro teesguecfijrt
inesquecível, pejado dei de Getúlio Vargas
ÂVtoildata"no rigoroso sentido provoca o tédio. O ar, a água, ro, humanUtas cuja existência to- humaniiMe, arejado te estou
ataMftm* tendo*** formado o pio, n*> teem cheiro ou gos- esse - homem tocada incurável tt- cismo, fraternal e distante, ll-
Gustavo Capanema
rnslnTÓmio
'SSSitT admMu uma cui- to açudo, que provocam o pra- da pela
inata - no sem dai*, fett, para «mr\ 193»."
ruoUcoi ttum lar ZmAát. mai nüo uma rUta ie uma timidez
tar%
mmmfí^^^^m^mimm^1'^^!!^^^' ¦:^ii'À'"\
M"1*'-'*¦-;¦ >> ¦" '!'7»**..'.;**;*:"''v.'i fiifU'f^.^fí'f ?¦¦
jp-fc DOMINGO, M-9-19,1
SUPLEMENTO LITERÁRIO D'A MANHA — PAGINA 119
0 MENINO DO MORRO -
Há vinte e cinco anos, pre- carioca, no período mais igno-
Humberto
de Campos
Correspondência e escritores
MACHADO DE ASSIS A JOÃO RIBEIRO
nha-sc para a escola, mas o seu
cisamente na data de hoje,fale- rado e, quiçá, mais venturoso
pensamento não está ainda, nas
cia no Rio de Janeiro, em uma da sua vida. E' o pequenote de "Americanas" ou no "DOM
quieta e sombreada casa do Cos- dez anos, com a-sua carinha es-
nie Velho, um ancião quc rece- cura e.pálida, com todos os e.s-
GASMUKRO". Está, inteiro,
em uns.niaracujás que viu, .nu
D fov j ?.*¦ »'
bera na pia. católica, e das le- íigmas da criança nobre. Pela
quintal <lo capitão Quintíliano,
Iras .profanas o nome de Joa- manhã, com o sol ainda embru-
quando espiou por cima da cer-
quim Maria Machado de Assis. lhado.nas nuvens do horizonte, ca, e em umas«*ro.as ínàriscadei-
Contava, ao morrer, quase se- sai ele da casinha triste de opc- ras quc vira rio quintal, e con-
tenta anos. Era mudo e cala- i ario modesto, a calça "dé risca- tra as qtiais cxperitncntara, Ilfilí.: -:;L^.<^K:;:Í i** -^:, ^iíllüs^^ l..-,?-, í*..L : p-1: #4:-^ *^.i|;- ;^ Lill
ido de figura, mulato de . san- dinlio. acima do joelho,'' os, ,pcs inutilmente, quatro vezes, a, ba- lll|;5f ;v;:;:ií-L;|;!i- ^;:-si.;-.;
clitiLLí^ ^:¦;;¦;-;* -'-:,:. - ; ..L||
gue, escuro dc pele, e usava uma ácscalços, a camisa aberta; no ladeira que fabricara- na vés-
barba curta e de tonalidade peito. Vai lá em baixo, na fuá,
perá. '*.*¦*.»¦ ... K#i-'L^ '.^í--ri
¦
porem, quattu ^UmM/ÊÊSS:^0ÊiWr¦¦'-¦¦'¦ L|il:'.;..-. ¦ rM-/. ir:,.¦.M?
confusa, que lhe dava uns ares còmjirar, jinra á mãe doente é Passam-s'c,
de antigo escrava brasileiro, ti- cansada, a liljrá, de ciirrie, e nin anos.,.P.Jillio t|c..liaria X-eor
lho do senhor e criado.,em casa pouco, de arroz .O pai, mádru-
poldina é agora, saeristão. da
de boa familia. -Eragago-de pador, se foi- jara o.traba- Lampadosa. Ainda * .mora :no
¦'tjocâi límpido tie espírito, ¦ e lho, darjá as últimas-: "áai fde '*^í'^: '''"• '"' '->
pinceladas niÒri*ò, hiâs hoje
'pai,
casa ari- . tí* *y*-~ *'í >
manso'(le coração. E tornara- ilo frònréspíciò de Urna casa, tes dò .porque é.pfecipo
.scjiçlp estudo e pelp trabalho, .para"as bandas de- .Botafogo, amaijl.ieçer ,lá. ,eni baixo... qa. igçç- 'ji ' ' "'.
.- c i.4vm&, belo - nome, e a glória Tendo dc: fazer: a viagsm a pé, fl>','i, l,'«/t*' .**!l
'Hiai*-pura,> e mais legítima- das saiu ainda com escuro. ,-E,' o ja, para ajudar &< missa: de pa-
dre Safmentó. "todas' O vinho* ficon
letras1 «'acionais." mcfriiio Joaquim Maria lá-se "pára-
ÁS evocar, todavia, esse 'atira; niórro'abaixo, assobiando,
fias galhètas, e ás
mehtag „éstü.o, prontas, aíiruma-
.. ,s4 ... Jp"£. . .., , <<< .«• *í t* ,•*¦.*-»-»*.
.grande roottQ de há um .quarto ç abaixándo-se, de vez em quan- daç .¦.euidadqsamentc.. po ga-vetãp
¦de século, o que me vem à do, afim. de apanhar uma
jiedra da sacristia. Mas o padre Sar- >.¦ •¦ '•"*..'- -.» /'« -.';,.
lembrança ou melhor; à imagi- <om rjue espante um lagarto ou mento quer quc ele abra aigre-
nação; não é o autor de algtt- ¦fnça Jt> *• ' il -
pontaria num passarinho... ja. é varra o estrado' do altar, *ssssiSíS:!M:::Sffl^^^^^ t. <v»v *•-»¦*.- "k*-**rrrrrx.
**
rnas obras inipereciveis da nos- Quem encontrar naquelas altü- todas as manhãs, por causa das ^ *'/i*««.
sa .língua; nem p primeiro pre- ras, e àquela hora, o filho de pulgas. E o menino ..Joaquim
'•/«... ./t:"'."' ' **:'
-sidente da Academia Brasileira Maria Leopoldina, dirá,
por Maria, não-tem a menor idéia, /kÍ>( Ji-ut ..„
de- Letras; nem o chefe de sec- acaso, que ele possa- -escrever, anda, do ritmo das "Falè-naS*-*
"Memorial'de Ay- "QuiiíCas Bòf* ':yHÍ..«v
ção do antigo Ministério da um dia, o C do enredo <lo '. ,^.
Viaijão, è Obras' Públicas; é u rês", ou ás "Memórias Póstú- b»'.. :,„. .:;...¦;. •* ..¦'•>^f.'.-r^,-
menino de 1&49, o filho de más -.de Braz .Cubas"?. ,'"¦- 'Maria Leopoldina -morreu, -<> ¦' ¦ <í ' , - ¦- - Sr
¦' mestre"' Francisco e dá Ma- Às n^ve horavlá vem ele, de Chico Pintor casou-se de novo. - "* «¦'•i ' * • -J i-t*** *.
ria -Leopoldinar .do niorra do; novo, para a rua' descendo •¦• o ÉS Joaquim Mártí é,
*agora, ^iv- <*> i
Livramento; o -sacrisiãb. db já- morro. Aonde'Vai, "câíctnha'què vém de aprendiz de tipogralo. Ao a>"á-
dre Silveira Sarmento na igreja roupa Mudada? A é anhecer, desce o: íúprrò,; e passa ii A;yÍÍ- • ^' {'^ -• **** •* *T ".'
da Eáhijiadpsa: ò-.'.aprendiz dc. mesma'. A çamísá. foi, porém, ainda-, na; - Lampadosa.- Hfio ,:
tipógtáfò e Yevisorj dá Impreu-- "itbstituida por -urna ; jiluzinha ajuda mais a" missa, mas"Aquele gosta •'¦:• "-.
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dc entrar no' téiiiplo. »**--.
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^olíscuro, dc. que sair." ifos. arrasta na ponta do \yè. vai .aquele clicirp de- velas que se
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poucos,- uma das individualída- para a escola, o filho de queimam,- enchem-lhe a -alma £ ky^ « ** Í-í "i. *¦¦*•
des mais-.fprteSj je mais. expres- Chico Pintor. E.leva debaixo "de ",*
de uma doçura esquisita, e-
sivas-da cultura brasileira,.-em Ao braço, apertando*», uma carícias o coração. Pensa nos x- ' ie., • .'**,
todos os-tempos.'
'-
caixa pequena c' suja dentro da cantos, mas ainda não pensou - f
O/'Mactiaíjò* dc Assis quc me tjüaí vai o tiyro.. prirtiáriò, .de "Ressurreição",, neiii se íeni-
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vem. aos,olhos., dé espírito neste folhas, amarrotadas, em quç.es- "Esaú e
bron; ainda-de Jaeob".
monwnto.é,-assim, o, do morro tá aprendendo .a.ler. Encamí- Depois; eníra-Hic pela vida a 1
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livraria;"dé Paula Britb. Nas-
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0 OPERÁRIO MACHADO DE ASSIS cem-lhe QS priijreifòíi ysrsoi, E
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.-'... .'¦' ¦¦ . - J •¦ ; i\ Joaquim ..Maria Machado :dé
-Assis, .aparecendo àkiz da His- '-Ú i
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jíjira iijjm,.p.or((iic deitou .dt ser ri,,P'^á«^B^iail#;:-?:i;S'Ml^^SP^R?s*^Í
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Maria Leopoldina,,.- o. -.sacristào -í»
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da batíipadosa,;o'aprcmliz mo- .:•¦¦¦ -^*,-'« ' ''
A PAIXÃO DE
nd apreciação de Amddeu A 11m lG,,cn
.r .1
JESUS CRISTO
pressão. Machado era perfeito senhor da sua lingua e do seu vltalizar, para an fazer entrar no dinamismo interior das re- (Continuação de página 100)
estilo. presentações.
Com as paisagens da sociedade, é a mesma coisa. Os per- predissera os dois atos, que um
Essa lingua era da melhor que por aqui se encontra, apu- pagou pelo suicídio e o outro pe-
rada. simpliticada, aescaroçada, reduzida a uma coisa ciara, sonagens de Machado nâo mergulham bem na atmosfera da ias lágrimas do arrependimen-
«o.rentia, maleavel, capaz de penetrar fludamente o espírito vida real, na atmosfera absurda e misteriosa da vida. São, sem to.
do leitor, por todos os poros. Algum ressaibo que tenha de cias- dúvida, fiéis. Todos copiados do natural. Todos arrancados, in-
teiros, â realidade. São fiéis, exatos, reais como peixes de ver- Talvez ambos pudessem ser
«.cismo, é tâo discreto e tâo bem afetçoado que nâo chega a dispensados, náo menos o pri-
arranhar. Nunca descal no pedantesco ou no pernóstico. Ma- dade, mas fóra da água. Falta-lhes a tal atmosfera de absurdo
e de mistério; são figuras, náo direi de uma só peça, mas de meiro qne o segundo, por mais
cnaoo tem mesmo a habilidade sutil de tirar um partido muito
três ou quatro peças, enfim dé um certo número de peças que que o grupo dos discípulos es-
próprio, com certo pico"outrossim", expressões que a lingua fa-
Jocoso, de "óbito", "todavia"... se podem contar e medir. Sáo bonecos; bonecos vivos, bonecos condesse o Mestre aos olhos doa
imitar enjettou, como de carne e osso, que nós todos conhecemos bem, de oe ter en- inimigos, Se assim fosse, o su-
O seu esl.o, esse ê uma maravilha de instrumentação. O es- contrado por ai no torvelinho das cidades, mas que Machado plicio seria igualmente certo,
crltor adaptou-o magistralmente a dupla função de todo estilo isolou das correntes imponderáveis que percorrem a atmosfera mas a tragédia divina nâo teria
— manifestar inteiramente o seu autor, fazendo-o sentir com da vida coletiva e vão modificando, diluindo, acidentando os aquela nota humana. Nem tudo
todo o relevo, toda a frescura, toda a energia ou toda a delica- caracteres, tornando-os contraditórios e fugitivos, dando-lhes é lealdade, nem tudo é resistiu-
deza dos seus movimentos emocionais, e constituir ao mesmo por vezes profundidades e irradiações inconclentes que, se os cia na mesma família.
tempo, pto ação reflexa, uma disciplina secreta com que o ar- consideramos isolados, eles não teem. A parte humana nasceu aln-
tlsta molda, ordena, e constrói o seu mundo Interior. O seu Os naturalistas Já concordaram em que, para bem conhecer da, não já naqueles que deviam
estilo e delicioso para os leitores, muito embora, as vezes, caia os animais, é preciso observá-los no meio natural em que eles amor a Jesus, se não nos que o
na monotonia daquela "gagueira" que se lhe tem notado: um vivem. Assim, o homem, fóra da Sociedade, não pode ser intel- perseguiam; tal foi esse pro-
estilo arrastante, insínuante. macio como uma rede. Discreto ramente colhido como ele é. Isolado, ainda é o homem, sem cesso de poucas horas. Jesus ou-
como um envoltório propositadamente reduzido ao mínimo, esse dúvida; não obstante, Já é "outra coisa". E* uma pequena peça viu s interrogatório dos seus
estilo não aumenta nem diminue o que o homem tem para dl- de um grande aparelho, pequena peça que se examina entre as atos religiosos e políticos. Era
ser Nunca o arrasta, nunca lhe dà uma vertigem, nunca o do- pontas dos dedos, uma colsinha simples e Inofensiva: mas essa acusado de querer destruir a lei
mina, como acontece com os oradores e com todos os que pare-
"inspiração", pequena peça essa colsinha simples pode ser, integrada nas de Moisés e não aceitar a do-
cem arrlscadamente confiar ã ao inconciente, o suas funções, algo de análogo ao bloquito de galena de um apa- minação romana, fazendo-se
trabalho de pensar por eles. Machado é plenamente senhor do relho de rádio, ou a uma das extremidades dotrlgêmlo no corpo Rei dos Judeus. "Mestre, deve-
seu instrumento; faz dele o que quer. Tudo quanto lança no pa- humano, ou ao humilde fragmento de cobre sem o qual não se mos pagar o imposto a César?"
pel e eminentemente refletido, meudamente ponderado. Esse es- verifica numa Instalação o mistério da corrente elétrica. tinham-lhe perguntado antes,
tilo é o seu melo natural de expressão, aperfeiçoado e apurado Para apanhar, porem, o homem na plenitude do seu papel para arrastá-lo a alguma pala-
por um esforço que se dissimula. Daí a impressão de facilidade, efetivo, vital, ou dar a ilusão de que se apanhou, é preciso ter vra de rebelião. A resposta
de comodidade, de fluência, que ele nos dá, ao mesmo tempo Imaginação; essa Imaginação da realidade, que precede as ve- (uma de tantas palavras que
.gue de precisão insuperável. rlflcações precisas do espirito científico. Machado não a tinha. passaram daqueles livros ás lin-
Mas o autor oe "Braz Cubas" não foi notável apenas pelo Não a tinha, de certo, por natureza, e não a tinha também por
"parti-pris" e guas dos homens) foi que era
estilo: fol-o também pe:o espirito. Pelo espírito, considerado por comodidade. Preferia pegar as suas figuras preciso dar a César o que era
na sua significação mais superficial — se bem que o "espirito" cá fóra e colocá-las em cima da sua mesa, para as examinar de César e a Deus o que era de
dele nunca fosse Inteiramente superficial — e considerado na à sua vontade e seu vagar. Era inevitável que as encontrasse di- Deus. Caifás e o Conselho aca-
•ua significação mais profunda e mais nobre. Espirituoso e es- minuidas e simplificadas, com os seus caracteresínhos bem acen- baram pela condenação; para o
piritual. Toda a sua obra esta banhada numa atmosfera de es- tuados. reduzidos a um certo número de "qualidades" clássicas crime político e para a pena de
piritualidade. Nada o Interessou no mundo como o homem, e e secas. morte era preciso Pilatos. Se-
no homem o seduzia exclusivamente o aspeto moral, sendo tudo Entretanto, essas figurinhas são Interessantes. Não nos dio gundo o sacerdote da lei, era
o mais acessório. E se nunca propugnou ou sequer insinuou toda a sua realidade interior e toda a realidade em que se mo- preciso que um homem morres-
uma doutrina, manteve em todo caso uma atitude permanente viam, mas dão-nos a que é possível apreender quando se isolam. se pelo povo.
e invariável, posto que discreta, de protesto e de perdão — pro- De resto, o processo é velho como a literatura, e Machado, no Pilatos foi ainda a nota hu-
testo de quem não se conforma, perdão de quem tudo com- Brasil, foi mais fiel e mais penetrante do que muitos outros. Além mana, e acaso mais humana
preende. de tudo, era bem seu direito reduzir o mundo e a vida às dl- que todas. Esse magistrado ro-
Machado não tinha grande imaginação, ou tinha medo ã mensões do seu temperamento e do seu gosto, ou, por outras mano, que, depois de interrogar
imaginação. Já se disse que a natureza nâo o comovia: não palavras, fixar o ângulo de visão que lhe convlnha. Ele via, a Cristo, não lhe acha delito ne-
irei a tanto, pois parece Imensamente Improvável que uma alma como criatura pensante, o homem considerado como criatura nhum; que, ainda querendo sal-
delicada e sensível possa conservar-se indiferente ao céu, ao pensante. Ou mal-pensante. Atitude intelectualista de um puro vá-lo da morte, pensa em sol-
Intelectual, a quem só Interessava a vida aparente, clara e ea- tá-lo pelo direito que lhe cabia
mar, as montanhas. Em todo caso, é notável a ausência de talogavel dos espíritos.
natureza nos seus livros. No mínimo, Isso deve indicar uma em tal ocasião, mas consulta ao
curiosa impotência para reter as Imagens recebidas, para as (Continuai ac página 119) povo, e ouve deste que' solte
Barrabás, e condene a Jesus;
que obedece ao clamor públi-
vando com igual sorriso Voltaire ou Calmo te quem sabe se lou- mentam a si mesmos, e uns aos outros como a sua maldade. co, e faz a única ressalva de la-
vando mais facilmente Calíno que Voltaire), concordando sem- "Chamo-me Natureza ou Pandora? Sou tua mãe e tua var as mãos inocentes de tal
pre, não discutindo nunca, pouco intimo com os Íntimos ate inimiga. Não te assustes, minha inimizade não mata; é sobre- sangue; esse homem não finge
com os seus próprios personagens a quem, desconfio, tratava tudo pela vida que se afirma. Vives; não quero outro flagelo" sequer a convicção. A conciên-
com certas ceremônias, não lhes confiando tudo quanto disses- Braz Cubas, que ouviu no seu delírio.estas palavras, tomou-as cia brada contra o crime que
sem e não dizendo deles todo o mal que pensavam. por verdades incontestáveis e tanto assim que as confirmou, na lhe querem impor, mas a tra-
Este. com efeito, i o Machado de Assis verdadeiro, o que seguinte fórmula que é o último tópico de suas memórias e o queza cede aos que lho pedem,
deva ficar, o que ficará. Se relembro o outro, o de 1894, que resumo de sua experiência: "Não tive filhos, não transmiti a e entrega o acusado à morte.
vergasta arlequins. com entusiasmo juvenil, é para dizer que nenhuma criatura o legado da nossa miséria".
A morte, fecho da Paixão,
tez bem o mestre em fechar-lhe a porta da coleção definitiva. Realmente a vida que ele "viveu, a que viveram quase todos termo de uma vida breve e
Tentar inclui-lo nessa obra serena e aristocrática eqüivale- os seus irmãos, Virgilia, Eugênia, DOM CASMURRO, justifica
encravar a praça pública em um pequenino salão cheia, foi cercada de todos os
ria a querer a observação que Machado de Assis põe na boca do Diabo: "a elementas que a podiam fazer
fidalgo. "O homem é uma errata pensante (disse Braz Cubas misantropia, pôde tomar aspecto de caridade; deixar a vida aos mais trágica. O riso deu as mãos
emendando a Pascal); cada estação é uma edição que corrige outros, para um mlsantropo, é realmente, abarrecê-los". *à ferocidade, e o açoite alter-
a anterior e que será corrigida também até à edição definitiva". Que os homens são merecedores desse aborrecimento, o ro- nou com a coroa de espinhos.
Machado de Assis "Derepudiou acertadamente aquela primeira mancista o mostrou insistentemente, apontando as suas figuri-
edição de si mesmo. si mesmo", não sei bem. Não será nhas leves e airosas, mesmo quando são grotescas, figurinhas a Fizeram do profeta um rei de
aquele Machado de Assis inverossímil também em Machado de que um luar de sonho adoça o desencanto da realidade; e que praça, com a púrpura aos om-
Assis inverídico? Não se pode honestamente atribuir à Índole, ele esculpiu meticulosamente, servindo-se da matéria prima bros e a vara na mão. Vieram
"relações sociais", refletia injúrias por atos e palavras,
ae um homem o que é puro efeito de admirável e duradoura que foi tomar â oficina dos grandes
o citado Braz Cubas para desculpar certas irregularidades de clássicos. agravação do suplício dado en-
Cotrim Não será esse critério uma explicação daquela e de Criando-as à Imagem do modelo que via através do seu
tre dois ladrões; irias ainda nos
outras ligeiras incoerências na obra do maravilhoso escritor? pessimismo, não podia dar-lhes asas de anjos. Dava-lhes pipa-
falta alguma cousa para com-
Como quer que seja ele reconheceu finalmente o seu en- rotes, porque a sua misantropia mais as desculpava que as mo- pletar a parte humana daquela
cano e fez a sua errata. Errata que algumas quereriam corrigir les tava. E a razão da desculpa era que as tinha a quase todas
cena última.
sem atender em que a contra-emenda nâo aperfeiçoaria, diml- por doidas...
"A loucura entra em todas as casas", afirmou um As mulheres vieram rodear o
nuiria o artista. dos seus doutores. Desse mal quase não escapou sequer um per- instrumento do suplício. Com
Machado de Assis afirmativo, Machado de Assis sem balbu- sonagem. outro animo que faltou alguma
elamentos de opinião, sem reticências, sem aquelas expressões vez aos homens, elas trouxeram
dubitatívas, sem os ou, os quem sabe ou não sei, os talvez (fra- Raros são os mais ou menos malucos. Maluco é Rubião. A a consolação e a paciência aos
quezas do homem, se quiserem, mas graças no seu estilo) não obra do romancista parece-nos que poderia, sem improprieda-
dc, ser representada em resumo por aquele hospício de Itaguai, pés do crucificado. Nenhum
seria mais o nosso Machado de Aseis, o que choramos e amare- egoísmo as conservou longe,
mos sempre. Seria Já outro, talvez o que surgiu há quarenta do famoso conto: O Alienado. Doidos, doidos, todos doidos. Mas
nenhum tremor as fez estreme-
anos, e certamente não valia o que morreu agora. porque a Machado de Assis repugnava a violência, o alarido, o cer de susto. A piedade era como
excesso, mesmo na loucura, todos os seus loucos são mansos
Quem espanque saltimbancos políticos, quem diga palavras alma nova incutida naqueles
azedas, ou proféticas, definidas e efêmeras sobre as nossas col- Quincas Borba, o pior de todos, não faz esgares, faz filosofia. corpos feitos para ela. Com os
sas, os nossos problemas, as nossas reformas, ah! sempre tere- As suas pedras mais desatinadas ele não as atirou — juntou-as
"Humanitismo". olhos nos derradeiros lampejos
mos de mais, para o nosso bem, ou para o nosso mal. para o edifício do seu de vida, que estavam a sair da-
O que ainda não tínhamos tido (salvo o esboço), logo apa- As outras criaturas que não teem filosofias e que parece te quele corpo, aguardavam que
gado, que foi Alvares de Azevedo e que não sei quando, nem se
"humorista, rem juizo, no melhor da festa denunciam por um volver de este fosse amortalhado e sepul-
teremos mais outra vez, é o tanto quanto o pode olhos, ou um gesto, por um farrapo de palavra a falha tado para lhe darem os balsa-
sér um homem da nossa raça, vivendo sob este nosso céu, tão interior. mos e os aromas.
franco, tão incompatível com o luar doentio de Meine, os corvos
filosóficos de Põe, a pesada névoa britânica de Sterne. Esta Os originais dessas estatuetas, aliás não copiadas, colheu- Tal foi a última nota huma-
névoa, que se derramou pelo coração e pelo espirito do criador os Machado de Assis em demorados anos, e na penosa ascenção na, docemente humana, que
de Qulncas Borba, dourou-a a graça de Xavier de Maistre, e de sua vida, que outros fazem em macio elevador de luxo, e què completou o drama da estreita
assim se tornou mais penetravel à atenção do nosso público, ele fez a pé, por escada desamoravel, degrau por degrau, não Jerusalém. Ela, e o mais que se
de terceiro ou quarto andar, mas desde a rua. passou entre a noite de um dia
geralmente alheio ao mistério de filosofias complicadas.
A de Machado de Assis não era tão rebuscada que não a Julgaríamos, ao primeiro, relance, que são reproduções In- e a tarde de outro completaram
pudéssemos enxergar sob o véu dc sua arte, e acompanhar no fieis. Mas um exame mais apurado verifica que, abstração feita o prefácio dos tempos. A dou-
vôo desconcertante de sua fantasia. Era accesslvel, e muito daquela maneira que define o gênio e dispensa assinatura de trina produzirá os seus efeitos,
acentuada, o que parece singular neste artista de meias tintas. escultor, elas traduzem na ondulação dos seus vestidos, nos a história será deduzida de uma
"Filosofia desigual, agora austera, logo brincalhona, coisa que sulcos de suas faces miúdas, no harmonioso mover dos seus pe- lei, superior ao conselho dos ho-
não ediflea nem destrói não inflama nem regela e é todavia quenlnos braços — almas que realmente viveram; e é essa mis- mens Quando nada houvesse
mais que passatempo e menos do que apostolado". teriosa colaboração de uma fantasia sem par e de uma obser- ou nenhuma fosse, a simples
São palavras de Braz Cubas. vação agudissima que assegura àqueles seres excecionais, a for- crise da Paixão era de sobra pa-
A luz dessa filosofia, mais para a Hgeireza do conto que tuna de não desaparecerem pelo corredor, escuro, por onde o seu ra dar uma comoção nova aos
para á pretensão do tratado, Machado de Assis viu a natureza criador viu sumir-se, atrás de um solene cortejo de personagens que lêem neste dia os evangells-
que atormenta o homem com a vida, e oa homens que se «tor- políticos — o porteiro do antigo Senado. tas.
-*
Upjj||,|||)i)|^illf.l4^.!!|l!iii'J'.'.lJ!. ...i"ii.H.U!,iiii. 1.1..,,.i|.. i .1.., . im...... i, . .ji ¦.,.,¦ .¦•¦"•• ,.4, .1 .:,-,¦'¦¦...,.,.-......¦¦, r.^^^r^^^
DMriai», M-t-lMt
SUPLEMENTO U1IMIIO D'A MANHA — PAGINA I»
a
ds
inquirir
encarar
- - se
a
a
questão,
fatalidade
fatal!,
com
é.
levar-me
ou não,
dema-
real'
Quis insistir que nada, mas
não achei lingua. Todo eu
^UdemdeSHomCde Mi projetada em festa dedicada era olhos e coração, um co-
Luta Guimarães Jr., por ocasião de sua chegada da Europa. Nela, Na- *
ração que desta vez ia sair,
Teixeira^et vazou
^^X%^^^o*Xra*«^,7^JT^ Em
apreciação a Poesias e P«ma, de Mucio
a Machado, trpografo: "Um dos nossos mais dis- com certeza, pela boca tora.
disociedade Ataques de um lado e desânimo de outro abafaram carinhosas palavras olhos da-
Méiarom«litimento de todos, mesmo dos desafetos, que, por sugestão tintos homens de letras foi tipógrafo, e nunca por rsto tentaram der- Não podia tirar os
-»« sumidades
.™ih^«, em „m que n,„> temt™, assento como respeitado mestre quela criatura de quatorze
resneltado mestre'
So decruS da reunião, barão de Paranápiacaba, se deram as mõos em -'»¦»-'- ribá-!o das
sinal de paz. Narrou-o Laet, em precioso folhetim. Sinal de mágua. (J. do C, 5-2-ÜJI8I. anos, alta, forte, e cheia,
recordou o sucesso, segundo se viu. apertada em um vestido de
Um caso curioso, narrado por Laet, em que entrou Machado, como
testemunha: "Acometido de um acesso oe indiscrição, como o que chita, meio desbotado
Os ca-
obrigou o barbeiro de Midas a deitar em um buraco a confidencia da belos grossos, feitos em duas
Entremos em 1887. Acabava de sair o Trepadeiras Selvagens, de regia deformidade, certo empregado de uma confeitaria da rua do
Bernardino Queiroz. Livro "muita d* versos. O prefaciador. Paranápiacaba. Ouvidor solicitou o comparecimento de três homens discretos e contou- franças, com as pontas atadas
s»cliara-os dedilhados com singeleza", e. o mais raro, impre-
- « uma à outra,
à moda do tem-
nados de sentimento — condição essencial da poesia. Eram os três o sr. Afonso Celso Júnior, Machado de Assis po, desciam-lhe pelas costas.
Artur Azevedo, que vinlia assinando, no Diário de Noticias, a secçSo otecuro autor destM linhas. claros e gran-
De nalanrjue, com o pseudônimo de Eloi, o- herói, tecendo corrida apre- O fato é curioso... Nada mais, nada menos do que Isto... Quase Morena, olhos
clacáõ ao livro, nfo se animou a contradlser o juízo do La Ftontaine na- todas as tardes, conhecido escritor ultraministeiialista compra, na tal des, nariz reto e comprido,
um oonselho ao sr. Queiroz. pedindo-*e que cul- suíço, fios de ovos, item embralrroslnho que
eional: mas adiantou consteitaria, queijo fina e o queixo
primeira composição do volu- amarra com fitinha cor de rosa. Aos que o Interrogam sobre o ende- tinha a boca
"A
«lasse mais um poucochinho da forma:
me começa por tunTquswlr» lntrtomente composta de versos agudos. CConlinuo página na 128) largo. As mãos, a despeito de
Oom» esta, outras imperfeições h»..." WT-l-*cW).
uomiMo. n-t-an
SUPLEMENTO' UTKRAMO D'A MANHA — PAGINA Ul
ravam a sabões
rudes, eram
curadas com amor; não chei-
finos nem
Parece que não.
Mas então quando fala?
Disse-me que hoje ou
constantes, enfiados neles, e a
isto atribuo que entrassem a
ficar crescidos, crescidos
MUNDO INTERIOR
águas de toucador, mas, com sombrios, com tal expressão
no
água do poço e sabão comum, amanhã pretende tocar que...
trazia-as sem mácula. assunto; não vae logo de pan- Retórica dos namorados,
codas, falará assim por alto e
* dá-me uma comparação exata
por longe, um toque. Depots, e poética para dizer o que fo-
OLHOS DE RESSACA entrará em matéria. Quer ram aqueles olhos de Capitú
Tudo era matéria às curió- primeiro ver se mamai tem a Não me açode imagem capaz
resolução feita.. .
sidades de Capitú. Caso hou- de dizer, sem quebra de dig- ^Dl I ^M -J^^B BmL^^BiIIIÍHÍII ^M \\\\m'' aa\\\\\\\\a\\\Ji\\\\\\
ve, porem, no qual nâo sei se Que tem, tem, inter- nidade do estilo, o que eles
aprendeu ou ensinou, ou se rompeu Capitú. E se não tosse foram e me fizeram. Olhos
fez ambas as cousas, como de ressaca? Vá, de ressaca.
preciso alguém para vencer
eu. E' o que contarei no ou- E' o que me dá idéia daquela
já, e de todo, não se lhe fa-
tro capítulo. Neste direi so- iaria. Eu feição nova. Traziam não sei
já nem sei se José
mente que, passados alguns Dias influir tanto; que fluido misterioso e enér-
poderá
dias do ajuste com o agrega- acho
que fará tudo, se,sentir gico, uma força que arrastava
do, fui ver a minha amiga;
que você realmente não quer para dentro, como a vaga que
eram dez horas da manhã. D. ser se retira da praia, nos dias de
padre, mas poderá olean-
Fortunato, esTava no ressoca. Para nâo ser arras Ouço que a natureza é uma lauda eterna
que çar...? Ele é atendido; se,
quintal, nem esperou que eu porem... E' um inferno isto! tado, agarrei-me às outras De pompa, de fulgor, de movimento e lida,
lhe perguntasse pela filha. Você teime com ele, Bentinho. partes vizinhas, às orelhas, Uma escala de luz, uma escala de vida
Está na sala, aos braços, aos cabelos espa- Do sol à ínfima luzerna.
pentean-
do o cabelo, disse-me; vá de- Teimo; hoje mesmo ele Ihsdos pelos hombros; mas
Ouço que a natureza — a natureza externa —
vagarzinho para lhe pregar ha de falar. tão depressa buscava as pupi-
Tem o olhar que namora, e o gesto que intimida,
um susto. Você jura? las, a onda que saia delas vi-
nha crescendo, cava e escura,
Feiticeira que ceva uma hidra de Lema
Fui devagor, mas ou o pé Juro! .Deixe os
ver Entre as flores da bela Armida.
ou o espelho traíu-me. Este ameaçando envolver-me, pu-
olhos, Capitú.
pode ser que não fosse; era xar-me e tragar-me. Quantos E, contudo, se fecho os olhos, e mergulho
um espelhinho de pataca Tinha-me lembrado a defi- minutos gastamos naquele jo- Dentro em mim, vejo à luz de outro sol, outro abismo,
(perdoae o barateza) com- nição que José Dias dera de- go? Só os relógios do céu te- Em qpe um mundo mais vasto, armado de outro orgulho^
"olhos rão marcado esse tempo infi-
prado a um mascate italiano, les, de cigana obliquà
A eternidade
Rola a vida imortal e o eterno cataclisma,
moldura tosca, argolinha de e dissimulada". Eu não sabia nitó e breve.
E, como o outro, guarda em seu âmbito enorme,
latão, pendente da parede, en- o que era oblíqua, mas dissi- tem as suas pêndulas; nem
Um segredo que atrai, que desafia — e dorme,
tre as duas janelas. Se não foi mulada sabia, e queria ver se por não acabar nunca deixa
ele, foi o pé. Um ou outro, podiam Chamar assim.
a verdade é que, apenas en- pitú deixou-se fitar e exami-
Ca- de querer saber a duração das
felicidades e dos suplícios. Há MACHADO DE ASSIS
trei na sala, pente, cabelos, nar. Só me perguntava o que de dobrar o gozo aos bem-
toda ela voou pelos ares, e só era, se nunca os vira; eu nada aventurados do céu, conhecer capou ao divino Dante; mas capaz de os pentear, se qui-
lhe ouvi esta pergunta; achei extraordinário; a cor e a soma dos tormentos que já eu não estou aqui para emen- sesse.
Ha alguma cousa? a doçura eram minhas conhe- terão padecido no inferno os dar poetas. Estou para con- Você?
Não ha nada, respondi; cidas. A demora da contem- inimigos; assim também a tar que, ao cabo de um tempo Eu mesmo.
vim ver você antes que o pa- plcção creio que lhe deu ou- quantidade das delícias que não marcado, agarrei-me de- Vai embaraçar-me
dre Cabral chegue para a li- tra idéia do meu intento; ima- terão g o s a d o no céu seus finitivamente aos cabelos de cabelo todo, isso sim.
Ção. Como passou a noite? ginou que era um pretexto desafetos aumentará as Capitú, mas então com as Se embaraçar, você de-
Eu bem. José Dias ain-
para mirá-los mais de perto, dores aos condenados do in- mãos, c disse-lhe — para di- sembaraça depois.
da não falou? com os meus olhos longos, ferno. Este outro suplício es- zer alguma cousa — que era — Vamos ver.
ffiiw- .rA;:~i-A.
„.¦.'--> .'-A ;../¦=*!<-¦. iLx-..ú*.*s.^L.<, ^^^^^J
•Wkll, M-t.lMl jjWfc
PAGINA 18» - SUPLEMENTO IIHiHAHIO P'A MANHA ^^.o,^ooojoi^¦—¦ —SiS
DE JOAQUIM NABuCO
ALGUMAS CARTAS DE MACHADO DE ASSIS CARTA «a»f;,'"".^.^ A /VlnV>.nAUU AoOlO
aACAROLINA
u™*".» ÍAasse são bens que a natureza espo- *«>, 1«« » """V-»» ue ^*"*»". Ut
•I de Março. às mãos che-as pelo teu ".ais que ae na uiu.tu •Londres,
seM ri( perten,.eí e„ focatitno <-> vensMiwo es... 8 de outubro il São sei porque o Quintino náo
Minha querida C. número de mulheres que sa- .estaurauo. bu, se ^"""m°u nw ;ç04.
A/„c/.ado. loi membro jumiatlor. Eu se-
Recebi ontem duas cartas beni amar e sentir. Como te tsranae suipe,uau.o aivei««
0«r«,Hí«(í <---r«..*«-. „ja «»o-
eomo as li, reli e beijei.' A „s mais: sofreste. fi' a minha autu*; nao e que a vioa em si carla soi)re „ Sentença, carta ver- tml„, qmKÍ_ _ nosso criador
mi-
ambição dizer íi. íi.a grande ul- me vaina muito. Keieve-me dlldeiramnte
nha tristesa converteu-se em primorosa .- unia fra (jraiide entusiasta do Qum-
lúbita alegria. Eu estava ma desanimada: "lecanta-te, uisísteiicia, e receba um aoiato
tão ^ w_(j fcrf ^ re((,rj a ^ (,H/ra(/a do gHm.
,/íiío por ter noticias tuas crê e ama; aqui está uma alma ainanUMimoao
que /f) w/_ „,„,,„„,> rasí„ de ser,
^ado a vida „orque
TcZT^mlleTen^tZ ^1™*'™*° de Assis", lao passado e viver preferia que cie adqu,
ts duas cartas, uma das quais Á responsabilidade de fazer das recordações. Por enquanto nK ,;,„/„ depois da fundação
devera ler vindo antes, mas te feuz é de certo meUndrcsa. U) — Nao loi possível encon- ^u um escrava da atualidade „„„„,;„ „ t,„lia antes de quase
que, sem dúvida, por causa do Mas eK aceitos com alegria, trar-se esta caria ae Joaquim f ^ rfjfl fl ^^ ^ ^ fundadores. A exclu-
Foi eleito Souza Ban- ^ 1 «, ' ""'
Z^tveTZ^ebTSs ^EJ^JSZ'"'" "T- f VTXr de olhar t™ *'i*"c„mo síru_*""„ do Ja l-crrena
/=
earfas min*ios. Uma -Jelan. a oiha ouerida: íamftcm e» íe- deira para a vasa de Man.m, para me mpedtr para mado
que foi escrita no sábado, levei- „]_0 pressentimentos acerca da júnior. de M»c"''" us tados, pura o passado t para de *ft(„|li;, Araújo, se vivesse, como e d
c no Domingo às t horas ao minha felicidade; mas que ê is- (Correspondência ii„iuro. Mas que vivacidade, ./g „ do Capislrano, que
correio, sem lembrar-me (per- ¦„ Hnão o imto receio tle aue-, do de Assis e Joaquun mou- .¦ : „. tíue doçura,
Ugeiri.a, i «uo
que aui_eram oSt o ¦_Quintino
,,,io quiseram,
toa-me) que ao domingo a bar- vSc }oi ainda comiletam.«te co, editada por Caca A.anua, que que
espirito, m0 m.|(JOIÍ, supoe-se que ie-
ea sai à.S horm da manhã. As ,..,,_.' pa8s. 149/50J. benevolência » do seu
quatro horas levei a outra car- obrigado pc-i /í.-r uue me SEGUNDA CARTA '" ia dizendo que beatiluitei I cmou> j,ca assentado que recui-
ta e ambas devem ter seguido nmniaste; dei-lhe dois beijos a~~janejr0 i ^e Agoa- pode cultivar u vesícula do )el ,„„ i>0<lemos declará-lo; não
tntem na barca da» duas ho- como se fosse em ti mesma. • *
' 4 sua jjiosofia social, em o,()i((,)„OJ confessar que o esque-
ras da tarde. Deste modoi não ^u que apesar de seca e sem «-a
'«r?ds!%zr^oma L %L7<de tlTZT * " Nabuco. romanCes, mus suas canas Hoí. Se, entretanto, ele st
rie se íroie disto X casa ha-de precisamos de todas estas pre- ro por saber a'^ ^eme ia- ^^ ^^ C(lr(/l0,s em [od_ vus podem esperar, ganham em
encontrar-se. porque empenha- cauções. Depois .. ienoU que- na. A r eaelaidade tm-taive z ma,o. .^ cll/r»f-«« '«depo,s por
cu.cava, ia iwta e ji(i|(,W(/() 0 ,„,„. ^^^
acítfwafão,
ZtZjrjmrrnTzz = £ irssrss =érti££r^ ;:cs„f.,,; a ^^ ^ ^r^t^r","
te nisto o men coração. Creio. Tiia. queimaremos o mundo, do que <•« r« <-»'™..-m
desagradou basta ,mr> e ela resp0ndeii-i«e: Cha- r«r serem de altjuim coleriii
< ser autorizado positivamente acima da, suas olarias fofa. e o livro nao «nal.
temos ãas „as ambições estéreis. Es. como ponlo mf_m ,,„„„ üory yossa Dor! Marmita nao esta representada
por ele. Ainda assim,
' » «^
«W AcaSl^-AcaSel ^ilo ,W..»r « ~^-
k\!,?r%r:èagT:0cn^.
'naturalmente StiXST ^ SL, *^i *«
V«""dteer
%,&?"
Ç"°
que
mia.
Já lá pnncipK /„ ^ jsWf *¦„ , *
temos m. W« ta »¦
*<¦ í"*" ">u'™»> as '' ™V C, "J
eu condescendo sempre confiao- IJ..-- .«Jj,/, J. UqphjJn lio Jj b*U;^?,'* c',rí° -Im ficam rwndíí» "V.. ?».'/'/«"- W*"*'-'
Por „„e nõo? So/res(e («nin 003501190 OC mdLlldilU UC ""' „™,,wadÔ"'«.rindoTt Ví„ # rfa /f/ro-íu a «as &<¦'« ''« ***¦»«'« individualidades Iam-
í
obedecida, yío te admires, t . '.„„•,,
(Da Corresponiencm ie Machaao pensavel reclamar para a nossa J' ,„m.,iilimte ,,ue ni-ile momento esta coleco-
BotSJSíxB ^^
__,-. „,,,(„ natural- é? tão do-
A mudança de PetrópoU. pa- Meu caro Nabuco. Realmente é triste ver-nos con- „,„-.,„ ,/„„„ Beatitude ou 1 «.«a fl w/(> rftf „„„„,„. £. ,,„<„„«
V. nota em oo- D()r ac<rríer, meu cara /*miflo, ,.
ra cá è uma necessidade: os Quando ia responder à sua siderados, como <: i!ann-i0, mas que ele
ares nio fazem bem ao F..e il caiu de » de Outubro, aqui S*™"/^, J meus sinceros agradecimentos ,; rf •„,,„ aJÍ,-,„ (/.
der- '^ ,'„¦
S"JÍ L:,rr;'í 1^_X£J£?Z£ ^nahveaz',.embafxadorSdon"S™ pelas bondades largamente „ JW„PHflt
Sêss^/nT^iaTtoA^mêdo Se-me* .'ISÜS. ouWa^é 17 de espirito. Um aiabraço pelas dis- ramldas em sua carta. Nao es- /;,f ^ „,.. c„w „ /a ,
tem ree« do e
ios trovões, tu que ainda nüo Novembro, a respeito desta ca- tinçoes que o nosso urasu in- lm cert0 de que ,u,o teríamos eHlmv a lork, fara a Atai.-
veiu sao para
estás bem brasileira, mas que tastrote. (1) A nova carta que perd;do hldo sn„ 0 esforço que ^ £. vndade que eie nenhtf
has-de ser espero em Deus. com palavras de animação, teiro. ,is ,.„/,>,,> „ deduzir a nos- ',,ij,,;.i,,.i. eom o Mar-
imha '"'"
Acnsas-mc de pouco confian- quaes poderiam ser ditas por Não é verdade que a nossa >¦« para .' rf *»a »Ji»idua« "««a
e verdade!- esquecesse V.; íalamos P^va ' \">' '"°™vrJ Uns lumor, mas a cadeira um-
te em tí? Tens enão tens ra- V, tão altas, cabaes gente reivinaicuao ^
de ler _ e a cadeira de
tão: confiante sou; mas se te ras. Ha só um ponto, meu sran- muita vez a seu respeito e re- vanecendo M/(j m(ja
Hão contei nada i por que não ae amigo; é que as lê e relê um cordamos dias passados. Se nao melhor parte para nos da divi- y„„„„,, t patrono Olaviano, t
valia a pena contar. A minha velho homem sem lorças, radi- lhe escrevem mais é porque a s-w jeila pe[0 Arbitro. Kão fo, desses dols „ Juceq»a-i'por seria o
história passada io coração, re. calmente enfermo. Farei o que vida agora é abrarvante, com as .mbaia.ia rf vencida jui uma . ... indicado
«">,caatt '<" elei
tume-se em dois capítulos: um obedecer ao precei- mudanças da cidade e afluência
puder para empatada, *. isio, isto quan- 1"frt'"""'
mesmos.
mmor. não correspondido; ou- to da amizade e da bondade, de estranhos. Tudo se prepara tart,da
tro correspondido. Do primei- Ainda uma vez, obrigado para a Exposição, que abre a 11. da » outro jogador era a ingia- Y(IJ ,„;„/,„, c(lri„s \, . acha-
ro nada tenho aue dizer; to ou- Indo á carta anterior, dir-lhe- A Acade.nia vae andando; la- íírr„} f por certo meia MÍana. ^ g compromisso que tomei pa-
tro não me queixo; fui eu o prl. hei que a inscrição para a Aca- zemos sessão aos sábados, nem f/._ %m dm,,nm. om%rd malJ ji.jire eleição do Assis Brasil,
meiro a rompê-lo. Não me acu- demia terminou a 30 de Novem- sempre e com poucos. A sua «" «"<""<>¦
...
\«« ¦
•»« »„ '"* .,ti "'"'''„'"-
„,. sera cimdiialo
tes por isto Ha situaçôe, que bro. e os candidato, sáo o Oso- idéia relativamente ao Jose
te náo sem solrimen- rio Duque-Bstrada, o Vicente de Carlos Rodrigues e boa. Falei £ a nova eleiçaoT Nao falo \a0 0 sera sem o seu concurso,
prolongam
to- Vma senhora de minha Carvalho e o Souza Bandeira, dela ao Graça e ao Veríssimo, rf(| f/flfj0 do futuro Presidente, \r. enlão decida por mim sem
mmhade obrigou-me com osseus (2) A candidatura do Jaceguai que concordam; mas o Graça , ^ pare(e u st tslar tr»- «reiuiso do Jacequa.. Em uma
conselhos a rasgar a página i.ão apareceu; tive mesmo oca- pensa que e melhor c°n™»;;*r '"""»» 7 "'¦;'mas ,«¦ ""<¦ mi-
desse romance sombrio; fi-lo siáo de ouvir a este que se nao primeiro o Jose Carlos, iwie-
HO, palavra y, . ¦'
elíiçSo do patavra, _, guarda. da
Bandeira es- ,,/,„ convencia literária, ausen
eom tor, mas sem remorso. Eis apresentaria. Quanto ao «uin- ce-lhe que ele pôde nao querer; m Acadêmico. O
tuio. tino, não falou a ninguém. A se quizer parece fácil. (21 Nao creveu-me e eu teria prazer em \, dn prelw como me acho.
A tua pergunta natural i et- sua. teoria das suRerioridades é ha vaga, mas quem sabe se não dgr_ii,e a „eu y
voto, mas o meu y. compreenderá agora por-
ta: Qual destes dois capítulos boa; cs nomes citados são di- a darei eu? (3). . aj .( quem v„ia e lardel ia„i0 em responder-
tra o ia Corina? Curiosa! era gr.os. eles é que parecem re- Releve-me estas idéias fune-
Lu pensei <.»'•' "•'. "« . escrever
primeiro. O que te afirmo é cuar Estou de acordo com o bres; sao próprias do estado e for mm ./""'?
Memona, e leniio
,
aue ios dois o mais amado foi que V. me escreve acerca de d» idade. Peço-lhe que apresen- ecguay d esla ves se apresenta- „„„ „,„„
seoundo. Assis Brasil, mas também este te os meus respeitos a Mme. rl0 /;/,, porem, achou mais fa- horror ho;e as Memórias, lis-
Mas nem o primeiro nem o não se apresentou. A eleição, Nabuco e a todos, e receba para (-l pmmr ]i„,„a\-lá tio que as ;0u nos últimos dias do Graça
teoundo se parecem nada com entre os inscritos, tem de ser si as saudades do velho amigo •
eH(0i,cr,ás do nosso re- Aranha conosco, for nwior
"^
^er^^^ZT^ * Machado de Assis" duto. Quais são essas baterias? qve seja o ^^^J";
VeTcTcL^ra^tet sal- xar, nao quisera prolongar a
amores mais forfs são os que si V., como guarda da conscien- (1) — A» Conferências sobre A do Garn.,er lhe daria uma
nascem simplesmente da neces- cia literária, por mais bisonho Camões. va rf> ... quantos tiros? Onde ansiedade de I oces Iodas ai de-
tiiade de amar. Assim i comi- que possa ser. Ha tempo pars (2) — José Carlos Rodrigues (St-g flJ 0„inlsf Eu nada set, pois dc uma separação de mais
~,ua não
go; mas. alem dessa, há uma receber as suas ordens e a se quis »Pres",*?r- . . mas se efe ior candidato, meu de cinco anos. Vai haver lagri-
'Jm«a\ 'ZZere. "Ss,
meu caro amigo. Te- set^bTo^meZo^n™ ab^u voto é dele pela razão que fui mas de alegria ai; eu esto,, «
ZZZfUSí no
vulgares que tenho conh'ciio. nho estado com o nosso Graça reamente a primeira vaga. O seu ,„ ,,„„„ lhe sugeri o ano pas- <- Ia. rrou.\e-o desconhecido et-
Espirito e coração como os teus Aranha, que trata de estabele- substituto foi Lafaiete Rodri- (adg . .
a ;,/,:;„ )/ tnd UIMa curta .piffs, restiluo-o glorioso, (1)
tão prendas raras; alma tio boa cer casa em Petrópolis, onde vai gues Pereira, que sob o pseudo- dj.endo que e\e „õ0 se perando q„r todos terão o uics-
t tão elevada, sensibilidade tão trabalhar oficial e literariamín- nimo de Lablenus o defendera apresentaria .„„„.•„_',,, contra o- %juim,no.
Quintino. icontinua na n
«.animao piwr» W>
meHnírosa, razão tão direta não te; ouW falar de outro livra dos ataques de Silvio Romero.
-.-.-, ^-row^^sw^ , " *" ¦-:- flui
| * ¦--¦----.-.- - - - -
'¦
,
M«««e. M-t-IMl
•UPLKMCMTO JMTUAUO D'A MANHA — PACINA lll
WüSSíSÊ
dar a Câmara dos srs. Deputa- restaurante da rua dos Latuei- cão tremenda do ll«o
dos, propondo que se amplie a ros, Quintino Bocayuva son- Branco, falando oitoprimeiro horas a fio
homenagem de voto de pesais dou-o sobre política, coisa de em defesa da missão de 1851
que consta da ata que se acaba que nunca haviam falado No A poiitica, propriamente não o
de ler e loi nela registrado, dia segu!nte, era convidado para impressionava: interessavam-
pela morte de Machado de As- trabalhar no Diário do Rio, que no a idéia o quadro e o ator
sis. designando a Câmara uma se fundava sob a direção de Sal- Mas a sua entrada na imprensa'
Comissão de .seu seio para re- danha Marinho, redigido por entre esses dois pólos - Sa'sia. "¦
presentarla nos funerais do Quintino. Era a idade de ouro da nha Marinho e Quintino Bo
ilustre pensador brasileiro. imprensa fluminense: Saldanha cajsuva — mostra bem o seu es Bjjf^BWM IÍK-sJ^M \VjÊk \m*rA - - j^a
Não é certamente excessiva Marinho, Quintino Bocayuva. pirito; e, depôs, toda a sus Obra
essa homenagem. O Brasil in- Bernardo Guimarães e Pedro revela-o um liberal.
telro orgulha-se de ter produ- Lu'z-- Era um panteista: adorava a
zido o grande espírito que se ° a- Rodrigues Peixoto — Natureza. AdoraVa e temia-a
acaba de extinguir (Muito bem) octaviano. Reside talvez nesse temor
e a Câmara é bem a represen- ° sr- ALCINDO GÜANABA- lhe causava o espetáculo quis da wW:e%uSJ&uWí \\\WÍáji* w^^Sm MfflB^B ^B *'*'{$
tante do Brasil inteiro. Acen- RA — Octaviano e outros .. Era forca Invencível da natureza,
tuando o seu respeito e a sua ° teraPO rtos prendes nomes e "rirz. causa indefinida da sua tlmt
veneração por essa entidade ti!,s grandes lutas. Sentia-se o
•singular no campo de ação em nimor dns á-juas que se avolu- No mesma força, confundia-
que se moveu, rirá a Câmara maram e vieram subni"reir o se nara ele o bem e o mal,
testemunho de que o pais vtne- Imnério. E' curioso ver em uma viiJa e a morte. Por isso. amava ^MnBkLfj^JVT-iei !
ia os que representam a su* al- crônica, página dulcissima de e temia a força universal
ta intelectualidade e rende o
devido preito de grat!dão aus "Sei de uma criatura Mr'* -..
que lhe encerram a cultura. antiga e formidável
Machado de Assis sintetiza com- Que a si mesma devora os membros e as entranhas ¦WY-'A< & ¦;¦-' * "ei'A' , -J
pleta e admiravelmente o nosso Com a sofreguidão da fome insaciável...
grau de cultura mental. E!e é Assis, colocada no Pequeno rrionoU,
o chefe superior e incontestado Estátua de Machado de
da nossa literatura. Direi mais: sede da Academia Brasileira -— —
ele parece a expressão única da
literatura brasileira, sob este as- Ama de igual amor o poluto e o impoluto,
pessto. da naciona'dade — pai- Começa e recomeça uma perpétua iiüa,
meira solitária no meio do oa-
sis! 'Muito bom).
Ninguém, como ele, afirmou,
na obra literária, a sua intíivi
E, sorrindo, obssiece ao divino estatuto,
Tu dirás que é a Morte, eu direi que e a Vida" MENINA E MOÇA
dualidade e a nossa naci-iili  Ernesto Cybraê
dade. Antes dele. contempora Era um afetivo. Esse Memu creto livro de amor, é o monu-
neamente com ele. GoncaWes ÍS?1 ?e APs'.livl'° aiuíla Pu" mento a memória da que lhe íoi
Dias e José de A'encar. de blicado este mês e que lhe pro- a companheira na morte. Nào Está naquela idade inquieta t duvidosa,
quem. aliás, ele mesmo dizia que longou a vida, como se só vi- sabia ele de melhor tarefa na
Que não c dia claro e é já o alvorecer;
encarnou, como ninguém, a al- vesse para acabá-lo, é um dis- vida, que essa de amar: Entre-aberto botão, entrr-fèchada rosa,
ma brasileira, falava do Brasil Utn pouco de menina e utn pouco dê mulher.
mas do Brasil que nós não co- -*£ amar e ser amado é, neste mundo,
nhecemog, de um Brasil me- As veees recatada, oulras estouvadinha, '
histórico, do Brasil dos «e'va- A tarefa melhor da nossa espécie,
sens romantizados e poetizados, Tão cheia de outras, que nào valem natia!... Casa ho mesmo gesto a loucura e o pudor;
Que é. para nós outros, quase Tem coisas de criança e modos dc mocinha,
um Brasil de ficção. O seu cam- Estuda h catecismo e lê versos dè amor,
po de atividade foi a sociedade Esse coração de ouro, esse nüo se pareça com nenhum ou-
em que vivemos. Não tinha ima- eap.mo de cristal desapareceu, tro, concenuanâo-se nele o püi- Umas vezes, valsando, o seio lhe palpita,
pina-são. ou não se servis dela: Rendo-lhe, neste momento,
,_,-¦_, um samento brasileiro , -para render V)e cansaço talvez, talvez de comoção.
falava como filosofo, como ano- Pie-to pessoal de estima, de ve- a homenagem de sua venera- Quando a boca vermelha ós lábios abre e agita,
tador. como crítico. neraçào e do respeito que sem- ção a mais alta expressão que
pre nutri por ele, desde qüe, e.e teve nesta terra! Empenhe- Nãot sei sc fiede um beijo ou ias uma oração.
Assim, a sua ação é dupa: ainda adolescente, o conheci; mo-nos para que o Brasil ates- Outras vices, beijando a boneca enfeitada,
mental e social. Por outra: a sofrendo como ele disse de si te nesta solene homenagem
sua atividade literária teve sem- em relação a Alencar, a admi- sua própria glória, o próprio Olha furtivamente o primo que sorri;
pr» reflexo na atividade -social. ração do menino Heine por Na- desvanecimemo de constituir E se corre parece, à brisa enamorada,
Ele#éra um calmo, um retraído, poleão. Releve-me a Câmara um meio capaz de permitir a Abrir asas de anjo e trancas de uma huri.
um tímido, e, não obstante, foi que de pessoal parece naver eclosão de um espírito, superior
ccnsideravel e intensa a sua in- nestas palavras. No fundo, esse sob tantas faces, como o de Ma Quando a sala atravessa, è raro que uão lance
flnencia sobre as classes cultas preito, não o rendo eu só; senão chado de Ass s! Os olhos para o cspclho;-e raro que ao deitar " •
da sociedade. De fato. ba>ta todos os que nesta terra teem D d _, è Nao teia, um quarto de hora, es folhas «de um romance
percorrer as obras que deixou, algum cultivo, e conhecem A1^earre ° ete inaugurava
para se sentir que'nenhum fe- arte e a amam. Machado dè Assis disse: -Con- Em que a dama conjugue o eterno verbo amar.
noroeno social se produziu sf»m Por isso mesmo, confio ^em que cjuincio o livro de Iracema, es-
que para ele o arfsta houvesse a Câmara renderá aos restos creveu Alencar estas palavras Tem na alcoz-acm ijue dorme, e descansa de dia,
cqntribuido, direta ou indireta- mortais de Machado de Asss meiancóiicas* "A can A cama da boneca ao pé do toucador;
ni»nte, ativa ou passivamente, a homenagem que dela solicir tíiva alnaa ,;o olho d0 Co«juèi- jandaia
Quando sonha, repete, em-santa companhia.
ná crônica ou no romance: ati- to. Não a.solic to por ele; mas mas não repetia ja o ma- Os livras do coléiiio c o nõmè_ de um doutor.
vãmente pela propaganda es- pelo país. Sei, pelos seus per- ro, viòso nome de Iracema. Tudf
boçada nos seus personagens: sonagens, o que ele pensava sobre a terra". "Senhcfres, Afeffra-se em om-iiula ns..e.ompassos^díi..oriiiieslra;
passivamente, pela crítica irôni- dessas homenagens posst-mor- passa cio livro hão podia E quando entra mim baile, é já dama do toin;
ca., que, Jhe era peculiar. Tinha tem, o qua ele pensava, da mor- aser filosofia outra, màs a é
?'
nm estib seu. própro, singuhr. te e do que ia para o cemité- posteridade C ompeiisa-llie a modistá os calados tia. mestra; ¦ ,
aquela jtndaia qué hão deixa o 'lem
tiríleo na nossa e, quiçá, em rio.-. "Teve ~ põe èlé na boca isoquero e respeito à-Gcsün, mas. adora a Dason,
»'Heias Jínttuas. Não sei se d-rei de um dos seus heróis, teve1 a que ao contrário da
emudecera novela re-
demais, dizendo que* tinha ou morte" vagarosa; a morte d? um que e rerstirá o nanome dalindv
pos luidados da vida o mas tristonho e actrbo
Que fizera,,...uma língua nova. vinho fftrado, que sái impuro pete trbnjara e dn seu imortal i""..-
Vara cia é o estudo, excetuando talvez ¦
oue novo ou, pelo menos insson- de uma garrafa para. entrar pu- ^f- ¦ /) lição de -sintaxe cm que'combina o verbo
fundivel. era o poríun^iès aue rificado na outra: a borra iria To love: mas sorrmdo ao professor tle inglês.
tratava. Era Vm irôrslco. t«; uma para o cemitério". Não vale a Senhores, confirmemos esta
ironia que não era, rem se nnre- pena indagar que cemitério, palavra. Nssm tudo passa sobre Quantas vezes, porem, fitando o olhar ao espaça,
cia. com resuirít rios fran?o?es Naquela crônic? de memórias a terra' A memória de Macha- larece acompanhar uma eterea visão;
nem o h""«oiir dos ing!es3ss de trinta anos pssüsados. fala- do de Assis não passará1 pe.-
uma ironia que suoerava a de va-nos ele de um perrona^em manecerá fiel e firme e bri- Quantas çriisando ao seio o delicado braço
St?íne ou de X-.vier de Mols- de cpssnca de ses1! nreta. ca!- Pirnte, honrnndo-nos e disfn- Comprime as pulsações do innweto coração!
tre e dir-se-la f'1'ia de Anatole cão e ir^ias de ses-a e ss-.neto de fuindo-nos e elevando-no:
,
France. se o pão houvera ore- fivela. Era um longo e infinito Corresoondamos a esse favor Ah! sc nesse momento alucinado, fores
ceíido. OriRinrl e único era um corredor escuro e desaparecia rendendo a esse grande es-*iri Cair-lhe aos pés, confiar-lhe uma esperança i>3,
flosofo. um comentador, um num cen-itério — que náo vrlia «o a homenatrem que o Brasl' Hás de vc-la zombar dos tens tristes amores,
rHt.ico e um anal-sta — ana'isti Rir da tua aivutura c contá-la à mama.
d"s coisas e dos homens, das corque "todos os cemitérios se
»'mas e dos costumes dos tndi- parecem!" rt*-n^os re*atpa'". E' que esta criatura, adorável, dvina,
viduos e do meio, das paixsjes Emnenhemo - nos. senhores. Senhores, nem todos os ceml- Aêtn se pode explicar, nem se pode entender;
fr—nrieg e dos pequenos vf-l"?. ror d»sm*sntlr e.-*'-» -ssereão no térios se parecem! Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
Não tinha o sarcasmo dlssol- mie lhe r-íTetta! Emoenhemo- Nem tudo passa sobre a ter
»ente, mu um doce e benérolo nos nara que o cemitério em ra! (Mu to bem. multo om Qutr-st ver a menina e encontra-se a mulher!
ceticismo. Era trai anotador. m»<- •*• v5-> r»">l«-« os r-rf<«s o orad» é vivamente cumpri
eomentando a situação, o* cos- mortais ile Machado de Assis uientado). MACHADO DE ASSIS
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r^-^r^;1 '¦'¦'¦¦.¦yi^rp:r;^:-". . ..•J.-^;i:a:;>v.;;.e-e,ev;e-,*-a^ ,.-.-.-e¦-,*-.¦¦•r..-.le-,i.r. v -..'¦
Domínio, a-l.lMI
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PAGINA 134 — SUPLEMENTO I.ITBWARIO D'A MANHA
li***
——
Domínio, ia-9-lMl
SUPLEMENTO LITERÁRIO D'A MANHA — PAGINA 125
"ADEUS"
O DA ACADEMIA - o* B*rb™ Um inédito de
Desianou-me a Academia Brasileira de Letras para vir tra. os anos, a medida que o rastro de luz penetrar, pelu futuro alem, Machado de Assis
ter ao amigo oue de nós aqui se despede, para lhe vir trazer, nas coda vez mais longe do seu loco.
mal próprias paZras, num gemido da sua lira. para lhe vir O que se apagaria talvez seo nao colhêssemos logo na me-
ONZE DE JUNHO
trazer o nosso
'¦coração de companheiros". mona dos presentes, dos que lhe cultivaram o afeto, dos que
Eu ouase não sei dizer mais, nem sei que mais se possa lhe seguiram os dias, dos que lhe escutaram o peito, dos que lhe
se
di-er auando as mãos que se apertavam no derradeiro encon- fecharam os olhos, è o sopro do suo »ída moral. Quando ele Quereis sentir a gran-
irõ se sermram desta para a outra parte da eternidade. Nunca lhe exalou pela última vez. os amigos que lh'o receberam como
eraui a voz sobre um túmulo, varecendo.me sempre que o si- ierradeiró anelilo contraíram a obrigação de o reter, como se deza? Relede esta palavra
lêncio era a linguagem de nos entendermos com o mistério dos referia na máxima intensidade de aspirações dos nossos pul- com que o forte almirante
mortos Só o irresistível de uma vocação como a dos que me mões o aroma de uma flor cujae deíe espécie se extinguisse para a
Impregnar a tradição, que deu conta da famosa bata-
chamaram para orgam destes adeuses me abriria a boca ao re- pé dar a sentir aos sobrei>it>eníes, "Não
deste jazigo, 'se em torno do qual, ao movimento das emoções não perece. . lha: fizemos tudo
sobrepõe o murmúrio io indizivel, a sensação de- Eu nao fui dos que o respiraram de perto. Mas ftomem do
vrimídas não sou estranho às influencias do ma! e do bem. quanto desejáramos, mas
uma existência cuja corrente se ouvisse cair de uma outra bacia, meu tempo,
no insondaDel do tempo, onde se formam io »eio das águas que lhe perpassam no ar. Numa época de lassiiao e vwlencta. fizemos tudo quanto po-
tem manchas as rochas ds cristal exploradas pela posteridade. hostUidade e fraqueza,necessita, de agressão e anarquia nas coisas e nas
Do oue a ela se reserva em surprezas. em maravilhas ie idiUu, a sociedade justamente, por se recobrar, it diamos". Toda grandeza
transparência e sonoridade e beleza na obra de Machado de mansidão e energia, de resistênciaas e conciliação. Sao as Dirtu. da ação palpita nessa sim-
Assis dilo-ão outros, hão de o dizer os seus confrades, já o está des da vontade e as do coração qúe salvam nesses transa,
di-endo a imprensa, e de esperar é que o diga, dias sem conta, Ora, dessas tendências que atraem para a estabilidade, a pacl- plicidade; essa palavra, que
icrreâor io seu nome, da lápide que vai tombar sobre seú corpo, licação e a disciplina, sobram exemplos no tipo desta fida, mal parece limitar-se, que se
«ias abrir a poria ao ingresso ia sua imagem na sagração dos extinta e ainda quente. to-
incontestados a admiração, a reminiscência, a mágoa sem cura Modelo foi de pureza, correção, temperança e doçura; na reparte irmãmente por
dos oue lhe sobrevivem. Eu, de mim, porem, não quisera falar família, que a unidade e devoção do seu amor converteram em dos, proclama nada menos
senão do seu coração '., e de"sua. alma. santuário; na carreira pública, onde se extremou pela fideliiaie a destruição do poder
. . _
Daqui, deste
,, -
abismar.se de ilus°X'"SPZ^r„9MrãTa . „__™~,. „„„ •„!,.„ e pela honra; no sentimento ia língua pátria, em que prosava que
«™° ™' <"« Souza e cantava como Luiz de Camões; na convi- naval inimigo; — ação de-
tram ao cerrar ie cada sePul"°'^^0^fJZtL!Xdl
,ua resplandecendo, na sua ,faseinação na> <™P«'«"«ã«*J *» do »™cia dos seus colegas, dos seus amigos, em que nunca deslisou cisiva, por uma tática de-
da modéstia, do recato, da tolerância, da gentileza. Era sua alma
teu voo. Muito ressumbra sempre da nossa df«f«^'™«ltJ^' um vaso de amenidadee melancolia. Mas a missão da sua exis. Casiva, que um ano depois,
do seu surto e na confmnça ias suas asas^ Asjx^awaiasma^ repartiáaComtudo, entre o ideal e a rotina, não se lhe cumpriu em outros mares, outro
alias do gemo mal se libram nos tange, da nossa atmosfera ie •
o mesmo ealix da morte, car-
toaas as partes envolvida e distanciada pelo infinito^ Para se amargura, atitude lhe não alterou a brandura áa tempera e a vencedor tinha de repetir,
não perder no incomensuravel deste, para se avizinhar a terra
do firmamento, para desassombrar a>™P™et™bf*"*ennl« Poderíamos gravar-lhe aqui. na lage ia sepultura, aquilo de para inscrever Lissa ao pé
more nao há nada como a bondade Quando ela como aqu, à
livro cristão: "Escreve, lê, canta, suspira, ora, sofre de Riachuelo.
se debruça ora de uma campa ainda aberta ,a se nao cuida c*ntrat s virilmente", se eu não temesse claudicar, alien-
que.lhe esteja a beira, de guarda, o mais matquisto dos nomes, ....<-
turando que as suas tributações conheceram o lenitivo da prece
.....> (O Globo, 11-6-1882.)
no sentimento grego, e os braços de si mesmo se levantam, se O instinto, não obstante, nõ-lo adivinha nas trevas iõ seu nau'
estendem, se abrem, para tomar entre si a visão querida,.qu? se frágiç, quando, na orfandade do lar .despedaçado, cessou de en-
aparta. contrar- a providência das suas alegrias edas suas penas, entre
a
Nâo ê o clássico dá lingua; não é o mestre áa frase; não é as caricias' da que tinha sido a meeira àa suá lida e do seu
árbitro áas letras: não é o filósofo do romance; não e o ma- Machado de Assis
gico áo conto; não é o joalheiro do verso, o exemplar, sem rival pensamento
Mestre e companheiro, disse eu que nos {amos .despedir.
entre os contemporâneos, da elegância e da graça, áo aticismo Mas ,jjsse mai A morte não extingue: transforma; não "morta
e da singeleza no conceber e no dizer; é o que soube viver"uma
de ser bom. Nascido como
in- ia. renova; „ã0 diuorcia! aproxima. Um dia supuseste
e
aniqui-
e seus amigos
tensamente da arte. sem deixar separada" a consorte dos teus sonhos e das tuas agonias; que
destas predestinações sem remédio ao sofriment»", a amargura te soubera "por um mundo inteiro no recanto" do.teu ninho, e, Lúcio de Men-
do seu quinhão nas expiações da nossa herança o não mergu. todavia, nunca ela te esteve mais presente no intimo áe ti Uma carta o
thou no pessimismo dos sombrios, dos mordazes, dos invejosos; mesm0 e na expressão do teu canto, no fundo do teu ser e na donça, não recolhida no vo-
dos revoltados. A dor lhe aflorava ligeiramente aos lábios, lhe face ias tuas acges. £Sses quatorze versos inimitáveis, em que "Correspondência",
'ocavá ao de leve a pena, lhe reçumai-a sem azedume das obras. <, enievg iios {eus discípulos resume o valor de toda uma lite- lume da
mim ceticismo, entremeio de timidez e tlesconfiaça, de inãul- -aiura< eram a aliança de ouro áo teu segundo noivado, um anel do escritor
géncia e receio, com os sens toques de malíciaas a dúvidas sorrirem, «t de outras núpeias, para a vida nova do teu renascimento é da
quando em quando, sem maldade, por entre e as tua glorificação, com a sócia sem nódoa dos teus anos de mo-
tristezas tio artista. A ironia mesma se desponta, se embebe cidade e madureza, da florescência e frutificação de tua alma. Rio, 2 de abril de 1901.
de suavidade no íntimo desse temperamento, cuja compleição., Para os eleitos do mundo áas idéias, a miséria está na de-
sem iesegualdades, sem espinhos, sem asperezas. refratária aos cadência, e não na morte. A nobreza de uma nos preserva das Meu querido Lúcio.
antagonismos e aos conflitos, dir-se-ia emersa das mãos áa pró- ruínas da outra. Quando eles atravessam essa passagem áoin-
que se lavra. visível, que os conduz à região da verdade sem mescla, então é Logo que recebi a sua caria,
pria'Harmonia, tal gual essas criações da Hélade.linhas
ram para a imortalidade num mármore cujas parecem ^ue entramos a sentir o começo do seu reino, o reino dos mortos jm-tttcaó Laemmcrt, onde achei
relevos dó ambiente e projeções do céu no meio do cenário que soSre os vims_ á. minha espera o exemplar tlãs
as Circunda. "Ainda quando -a tida mais não fosse'que a urna da saudade, "Horas do bom tempo.". Já o.
Deste lado moral da suá entidade, quem me dera saber ex. osãcrário da memória dos bons, isso bastava pari a reputarmos neces*
a gênero. titulo trazia a jrescura
prtnür nesle momento, o que eu desejaria. Das riquezas da sua um benefício celeste, e cobrirmos de reconhecimento
inspiração na lírica, dá sua mestria no estilo, da sua sagaciiaiè siãade qúe no-lã doou: Quando ela nos não-ê prodigaliza dádivas .'ária aos meut invernos. De-
na vtxologia do seu mimo na invenção, da suabonomíá nó como a ió teu espírito e a da tua poesia, que lhe ievêra vem ter sido bem bons tempos,
himorismo, do seu nacionalismo na originalidade, ia súa lha- mój dtitifdttr ia grandeza, a que te acercaste- primeiro io que esses, que você acordou em pa^
ne'« tato e gosto literário, darão testemunho perpétúamènte nós, mestre e companheiro. lépidas, com vida e von-
às seus escritos galeria áe obras primas, que não atesta menos Ao chegar da nossa hora, em vinio a de te seguirmos um gínas 'ade. E'. doce achar-se na con-
ãa nossa cultura, da independência, da vitalidade e ias ener- a um no caminho ie todos. levando.te d segurança da justiça
rias ver- Ia da vida passada algumas hor,
olas civili>adoras' da nossa raça io que uma exposição inteira da posteridade, teremòs-o consolo dehaver cultivado,
ie tesoiros do solo e produtos mecânicos io trabalho. Mas, nesta dadeiras belezas da tua vida, sua idéáXidade. sua sensibilidade, ias, tais que não esquecem, que
hora ie entrada ao ignoto, a esie contado quase direto, quase sua casttdade, sua humanidade, um argumento mais' ia d exis- onfc revivem
> fa:em reviver aas
tensivel com a incógnita'do problema supremo, renovádg com têneta e da infinidade dessa origem' iedo todas as graças, e a tua, com- oulros. Não M senão um re-
interrogações dá nossa ansiedade cada vez que um de nós de. potência de' quem devemos a criação universo
laparéce na torrente das gerações, não é ocasião dos cânticos panheiro e mestre, sobre cuja transfiguração na eternidade < lógio para elas, mas i preciso
saber,
Ae entusiasmo, dos hinos pela vitória nas porfias io talento, n* glória caiam as suas benção, eom as da pátria que te reclir ser bom relojoeiro para
A este não faltarão comemorações, cujo circulo se alargará com na ao seio.- dar corda i jas?-ta bater de no-
vo, eomo você jes.
Ao pé delas, vi os contos, reti
LIN VIEUX PAyS muitos e agradeço as sensações
de vária espécie, que me dei-
...juntamente choro e rio. utmm. ou alegres ou melancá-
-*£.. fZyrtyi (Camões)
Itcasoft dramáticas.
^ifé. Una destas, a do
"Raspe-
de", é ias mais vivas. E,das
n est un vteux pays, plein d'ombrè et de litmiète, melancólicas não sei se alguma, "Ai
Oü l'on rêve le jour, oü l'on pleure ie soíe; -. valerá mais ¦ que aquela.
sombra do rochedo", que r um
Ün pays de blaphème, autant que de prière.
litro em cui.o páginas:: a com-
..líé pour le doute et pour 1'espoir. paração da matfbã e. da tarde t.
¦; deliciosa, e a que.jormae ilá *
;rr'^^~^7a.7~7r.w.'«;^^í„^!^;«.;.,.^; i* dar mais verdadeiras.
On n'y voit-point'de fleurs sans un ver quê les ronge, IiYb7o "'Mãos*?";*
..„. «a £z.^—., #, —^.__ mL^c ,-np... á:.:'.z .;¦-!:. E~as a'"Ugrimã
Poiht dé mer saiis tempéte, oií.de ãoleilsans niüt; ."•;„
perdida" fé'o restaf Eis.ál boá
¦¦-¦ ™S-~* st. .....',*._...q^^í , .•**¦ Le bonheuç.y parait quelquefois
dahs un sbnge .'. prosa, com' emoção e sincçri-
^-;. s^~>...£ ,t, dade...' .''_./'
Entre les bras du sombre ennui.
A Academia agradece ò novo
, **i-a-.<a-^íí„^ií: livro ao seu fundador e cá o es-
L'ampur y va souvent, mais c'est tout un delire,
' pera para jazermos, algumas
¦?*
Un. désespoir sans fin, une enigme sans mot; . sessões, necessárias, .
Parfois il rit gaiment, mais de cet affretl rire Até breve, até o primeiro ai-
*%; *&&.* sanglot. moço da "Panelinha",
Qui n'est j)e'ut-être qu'un
Rst&ve esta lelra; nunca íoi
,; ^m^^Ki^ bonita: a idade a está faenilo
On va dans oe pays de mis^ea«t dívresse. execrável. Só ô coração se con-
Mais on le voit á peine, on en sont, on a peur; \" serva.
fotografia ie. porte: dm folha W. do -que livra «. f íe registre ie batismo Je 1'habite pourtant, j'y passe ma jeunesan... -r,.
se- encontrm o <u*e*to de < Amigo velho e admirador
. úa paróquia de Santa Rita, em
batumo do grande escritor . J Hólas! ce pays, c'e«t món coeur. (a). Machado deAffis,
-
m -w-a»- -" ¦•"¦¦"¦"(«ppf rt-Vftrtr-mf!"
*fc H -
¦r *,* li Ba ¦ ¦* ' ' -i-^^B^^fcf-iií^ - *' .a
íi. . iii«««nti~ ' ^íÉtfÈiC
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ri II fe
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KHSMiH P1
trabalho du escritor, Acha- :<? /toyt; rio >1 cadsníia Brás,leira, no salão de honra da institui-
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cão. Veem-se sobre ela o pinec-nez" e outras relíquias do autor de "Dom Casmnrro"