Você está na página 1de 14

O Barroco

O Barroco

Barroco
(final de século XVI e início do século
XVIII)

EXUBERÂNCIA
TEATRALIDADE
MOVIMENTO
MAJESTADE(grandeza)

Pietro da Cortona, A Divina Providência,


1633-39, abóbada (cobertura côncava)do salão
principal do Palácio Barberini, Roma.
O Barroco

O Barroco

▪ Arte de impressionantes oposições /antíteses .

▪ A beleza natural necessita de ser corrigida, complementada e sublimada


pelos primores e artifícios da arte.

▪ Representação do belo na figura humana, nas paisagens, nas criações


artísticas devida ao engenho dos homens.
O Barroco

O Barroco

▪ Léxico opulento (rico, faustoso) e raro e com recurso a hipérboles,


enumerações, alusões e metáforas.
▪ Cultivou, também, uma estética do feio e do grotesco, do horrível e do
macabro.

▪ Através do sarcasmo, da caricatura e da sátira, pode tornar mais


notórias, mas cómicas ou mais repulsivas, a imperfeição e a
disformidade existentes na natureza.
O Barroco

Interior da Igreja de São Roque,


Lisboa (séculos XVI-XVIII).
O Barroco

O Barroco

▪ Fuga à expressão singela e imediata, às estruturas formais simples e lineares.

▪ Literatura de fortes tensões vocabulares, de polivalências significativas, de


estruturas complexas e inéditas.

▪ A condição fundamental da beleza artística reside no artifício da arte


(formas complicadas e multivalentes).

▪ O Barroco exibe excesso, exuberância e dinamismo.


O Barroco

«Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não; não é isso o que vos digo. Vós virais
os olhos para os matos, e para o Sertão? Para cá, para cá; para a Cidade é que haveis
de olhar. Cuidais que só os Tapuias se comem uns aos outros; muito maior açougue é o
de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo
aquele andar, vedes aquele concorrer às praças, e cruzar as ruas; vedes aquele subir, e
descer as calçadas, vedes aquele entrar, e sair sem quietação, nem sossego? Pois tudo
aquilo é andarem buscando os homens como hão de comer, e como se hão de comer.»

Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes


O Barroco

Cultismo e concetismo são estéticas dominantes do Barroco.

Cultismo Concetismo

✓ Ornamentos retóricos e formais. ✓ Jogos de conceitos.

✓ Jogos de palavras, de imagens e ✓ “Agudeza”(intensidade) como prova


de construções. de engenho.

✓ Culto da forma. ✓ Culto das ideias.


O Barroco

Púlpito barroco na Igreja de S. Francisco,


Porto.
O Barroco

A Literatura

A Literatura, no Barroco, desenvolveu-se com diferentes finalidades.

▪ Função lúdica – em consequência de um clima repressivo a nível político


e religioso, a literatura torna-se “arte de diversão”, com predomínio da
forma sobre o conteúdo.

Abundância de jogos de palavras, de conceitos,


de metáforas, de sinestesias, etc.
O Barroco

▪ Função didática – surge uma prosa moralizadora e pedagógica (com Padre


António Vieira e outros).

▪ Oratória e arte de pregar.


O Barroco

Padre António Vieira

Foi o mais alto expoente do “estilo


engenhoso” do Barroco português.

Padre António Vieira convertendo os índios


do Brasil, c. 1841, gravura de C. Legrand.
O Barroco

Em Padre António Vieira encontramos:

✓ Propriedade(riqueza) vocabular, precisão, clareza, harmonia expressiva, sentido


de ritmo.

✓ Construção hábil e geométrica de frases e parágrafos.

✓ Verbos dinâmicos.

✓ Uso de metáforas, imagens, hipérboles e hipérbatos.

✓ Importância dada à palavra do ponto de vista fónico, morfológico, sintático e


semântico.

✓ Discurso figurativo (simbólico).


O Barroco

Nos Sermões, conseguia-se a persuasão


do auditório suscitando nele os
afetos e o deleite
perante o discurso que ouvia,

mediante malabarismos conceptuais e verbais.

Você também pode gostar