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Progressão Geométrica

I. Definição

 É uma sequência numérica, de ordenação lógica, onde cada terma, a partir do segundo, é obtido ao
multiplicar o termo imediatamente anterior a ele por uma constante denominada Razão e denotada por
𝑞.

Ex.:

∙2 ∙2

(2; 4; 8; 16; … ) → 𝑃. 𝐺. 𝑑𝑒 𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑞 = 2

∙2 ∙2

1 1
∙ ∙
3 3

1 1 1 1
(1; ; ; ; … ) → 𝑃. 𝐺. 𝑑𝑒 𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑞 =
3 9 27 3

1 1
∙ ∙
3 3

∙ (−5) ∙ (−5)

(5; −25; 125; −625; … ) → 𝑃. 𝐺. 𝑑𝑒 𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑞 = −5

∙ (−5) ∙ (−5)

II. Cálculo da Razão

𝑎
 Por decorrência da Definição: 𝑞 = 𝑎 𝑛 .
𝑛−1

Ex.1: Considerando a P.G. (−3; 12; −48; … ), determine sua razão 𝑞.

12 −48
𝑞 = −3 = −4 ou 𝑞= 12
= −4

Ex.2: Considerando a P.G. (3𝑥; 5𝑦 − 7; 9𝑧 + 33; 24𝑥), determine sua razão 𝑞.

Pela Definição, podemos verificar que de 3𝑥 para 5𝑦 − 7, multiplica-se por 𝑞. De 5𝑦 − 7 para 9𝑧 + 33


multiplica-se por 𝑞 novamente. E, por fim, de 9𝑧 + 33 para 24𝑥 multiplica-se outra vez por 𝑞. Dessa
forma, fica fácil perceber que:

3𝑥 ∙ 𝑞 ∙ 𝑞 ∙ 𝑞 = 24𝑥 ⇒ 𝑞 3 = 8 ⇒ 𝑞 = 2
III. Tipologia

 Finita: Possui quantidade limitada de termos.

 Infinita: Possui quantidade ilimitada de termos.

 Crescente: Acontece quando 𝑞 > 1 .

 Decrescente: Acontece quando 0 < 𝑞 < 1 .

 Constante: Acontece quando 𝑞 = 1 .

 Oscilante ou Alternada: Acontece quando 𝑞 < 0 .

Ex.’s:

(2; 4; 8; 16) → Finita e Crescente, pois 𝑞 = 2 > 1.

1 1 1 1 1
(1; ; ; ;…) → Infinita e Decrescente, pois 𝑞 = e 0 < < 1.
3 9 27 3 3

(7; 7; 7; 7; 7) → Finita e Constante, pois 𝑞 = 1.

1 1 1
(7; −1; 7 ; − 49 ; … ) → Infinita e Oscilante, pois 𝑞 = − 7 < 0.

IV. Termo Geral

 Vamos, a partir da definição, buscar um padrão para a obtenção de um termo qualquer de uma P.G.
conhecendo seu primeiro termo (𝑎1 ) e sua razão (𝑞).

𝑎1 = 𝑎1 ∙ 𝑞 0

𝑎2 = 𝑎1 ∙ 𝑞 = 𝑎1 ∙ 𝑞1

𝑎3 = 𝑎2 ∙ 𝑞 = 𝑎1 ∙ 𝑞 ∙ 𝑞 = 𝑎1 ∙ 𝑞 2

𝑎4 = 𝑎3 ∙ 𝑞 = 𝑎1 ∙ 𝑞 2 ∙ 𝑞 = 𝑎1 ∙ 𝑞 3

Ao perceber o padrão, podemos generalizar que:

𝑎𝑛 = 𝑎1 ∙ 𝑞 𝑛−1
Ex.1: Determine o oitavo termo da P.G. (3; 6; 12; 24; … ).

𝑎8 = 3 ∙ 28−1 ⇒ 𝑎8 = 3 ∙ 128 ⇒ 𝑎8 = 384

3 3
Ex.2: Um dos termos da P.G. (6; 3; 2 ; … ) vale 128. Determine sua posição.

3 1 𝑛−1 1 1 𝑛−1 1 8 1 𝑛−1


128
= 6 ∙ (2) ⇒ 256 = (2) ⇒ (2) = (2) ⇒8= 𝑛−1 ⇒𝑛 = 9

1
Ex.3: (EEAr) Se 𝑥 é o 8º elemento da P.G. (9; 3; 1; … ), então o valor de 𝑥 é:

1 1 8−1 1 1 1 1
a) 27. 𝑥
= 9 ∙ (3) ⇒ 𝑥
= 9 ∙ 2187 ⇒ 𝑥
= 243
b) 81.
c) 243. 𝑥 = 243
d) 729.
Letra 𝐶

V. Termo Central

 Dada uma P.G. finita de quantidade ímpar de termos, chamamos de Termo Central (𝑇𝐶 ) aquele que
divide a P.G. em dois grupos com igual quantidade de termos.

(𝑎1 ; 𝑎2 ; 𝑎3 ) → 𝑇𝐶 = 𝑎2
(𝑎1 ; 𝑎2 ; 𝑎3 ; 𝑎4 ; 𝑎5 ) → 𝑇𝐶 = 𝑎3
(𝑎1 ; 𝑎2 ; 𝑎3 ; 𝑎4 ; 𝑎5 ; 𝑎6 ; 𝑎7 ) → 𝑇𝐶 = 𝑎4

Ao observar o padrão, podemos achar a posição do Termo Central dada a quantidade finita e ímpar 𝑛
de seus termos. Teremos que: 𝑇𝐶 = 𝑎 𝑛+1 .
( )
2

Agora, observemos a P.G. (5; 10; 20; 40; 80). Note que 𝑇𝐶 = 20. Agora, note também que:

202 = 5 ∙ 80 = 10 ∙ 40

Em suma, O Termo Central ao quadrado é igual ao produto dos termos equidistantes a ele. De forma
genérica, teremos que:

(𝑇𝐶 )2 = 𝑎1 ∙ 𝑎𝑛 = 𝑎2 ∙ 𝑎𝑛−1 = 𝑎3 ∙ 𝑎𝑛−2 = ⋯

Alguns materiais costumam escrever que 𝑇𝐶 = √𝑎1 ∙ 𝑎𝑛 . Isso está


completamente errado! O motivo é que, em P.G.’s Oscilantes, se
o 𝑇𝐶 for negativo, evidentemente, ele não pode ser o resultado
de uma raiz quadrada. Não cometa esse erro!
Ex.1: Se (𝑥; 𝑥 + 9; 𝑥 + 45) é uma P.G., determine o valor de 𝑥.

(𝑥 + 9)2 = 𝑥 ∙ (𝑥 + 45) ⇒ 𝑥 2 + 18𝑥 + 81 = 𝑥 2 + 45𝑥 ⇒ 27𝑥 = 81 ⇒ 𝑥 = 3

Ex.2: (SELECON) A sequência (√3; √2; √𝑝; … ) é uma P.G.. O valor de 𝑝 é igual a:

2
a) 1. √2 = √3 ∙ √𝑝 ⇒ 2 = √3𝑝 ⇒ 3𝑝 = 4
4 4
b) 3
. 𝑝=3
3
c) 2
.
2
d) √3. Letra 𝐵

VI. Termo Geral Generalizado

 É outra forma de escrever o Termo Geral sem a dependência de possuir o primeiro termo. Sejam 𝑎𝑛 e
𝑎𝑝 dois termos da mesma P.G. de razão 𝑞, com 𝑛 > 𝑝. Então:

𝑎𝑛 = 𝑎𝑝 ∙ 𝑞 𝑛−𝑝

Ex.: (EEAr) Se, numa P.G. crescente, o quinto e o sétimo termo são, respectivamente, 24 e 216, então
o terceiro termo é:

a) 6. Usando a fórmula do Termo Geral Generalizado vamos descobrir a razão.


𝐶𝑜𝑚𝑜 𝑎 𝑃.𝐺.é 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒
b) 8. 𝑎7 = 𝑎5 ∙ 𝑞 7−5 ⇒ 216 = 24 ∙ 𝑞 2 ⇒ 𝑞 2 = 9 ⇒ 𝑞 = ±3 ⇒ 𝑞=3
8
c) . Agora, basta aplicar a referida fórmula outra vez para achar o 𝑎3 .
3
2 8
d) . 𝑎5 = 𝑎3 ∙ 𝑞 5−2 ⇒ 24 = 𝑎3 ∙ 32 ⇒ 24 = 9 ∙ 𝑎3 ⇒ 𝑎3 =
5 3

Letra 𝐶

OBS.: Outra forma de resolver essa questão seria perceber que, numa P.G. qualquer, o terceiro, o
quinto e o sétimo termo formam, nessa ordem, outra P.G.. Daí, bastaria aplicar o Termo Central.

576 8
(𝑎5 )2 = 𝑎3 ∙ 𝑎7 ⇒ 242 = 𝑎3 ∙ 216 ⇒ 𝑎3 = ⇒ 𝑎3 =
216 3

VII. Soma dos 𝒏 Primeiros Termos de uma P.G.

 Dada uma P.G. de primeiro termo 𝑎1 e razão 𝑞, a soma dos 𝑛 primeiros termos dessa sequência,
denotada por 𝑆𝑛 , satisfará:

𝑎1 ∙ (1 − 𝑞 𝑛 )
𝑆𝑛 =
1−𝑞

A demonstração para esse fato foge ao escopo da nossa aula. Abaixo traremos algumas aplicações.
Ex.1: Considerando a P.G. (2; 6; 18; … ), determine a soma de seus sete primeiros termos.

2 ∙ (1 − 37 ) 2 ∙ (−2186)
𝑆7 = ⇒ 𝑆7 = ⇒ 𝑆7 = 2186
1−3 −2

Ex.2: (IBFC) O valor da soma dos termos da P.G. finita (1; 5; … ; 78125) é:

a) 97656. Aqui não possuímos o 𝑛, logo, vamos usar o Termo Geral para encontra-lo.
b) 98342. 78125 = 1 ∙ 5𝑛−1 ⇒ 57 = 5𝑛−1 ⇒ 7 = 𝑛 − 1 ⇒ 𝑛 = 8
c) 88654. Agora, sabendo que 𝑛 = 8, podemos aplicar a fórmula da Soma dos Termos.
1∙(1−58 ) −390624
d) 99936. 𝑆8 = 1−5
⇒ 𝑆8 = −4
⇒ 𝑆8 = 97656
e) 83525. Letra 𝐴

VIII. Soma dos Infinitos Termos de Uma P.G.

 Para os casos onde a razão 𝑞 da P.G. satisfaz −𝟏 < 𝒒 < 𝟏, podemos garantir que a soma dos infinitos
termos dessa P.G., denotada por 𝑆∞ , é dada por:

𝑎1
𝑆∞ =
1−𝑞

A demonstração para esse fato foge ao escopo da nossa aula. Abaixo traremos algumas aplicações.

1 1
Ex.1: Considerando a P.G. (1; 4 ; 16 ; … ), determine a soma de seus infinitos termos.

1 1 4
𝑆∞ = ⇒ 𝑆∞ = ⇒ 𝑆∞ =
1 3 3
1−4 4

Ex.2: A soma dos infinitos termos de certa P.G. é 45. Se seu primeiro termo vale 30, determine 𝑞.

30 1
45 = ⇒ 45 − 45𝑞 = 30 ⇒ 15 = 45𝑞 ⇒ 𝑞 =
1−𝑞 3

9
Ex.3: (FGV) As raízes da equação ∑∞
𝑘=0 𝑥
2𝑘
= 8 tem soma igual a:

a) −3. Inicialmente, vamos verificar que o somatório supracitado equivale a:


9
b) −2. 𝑥0 + 𝑥2 + 𝑥4 + ⋯ = 8
c) −1. Note que trata-se da soma dos infinitos termos de uma P.G. de 𝑎1 = 𝑥 0 e 𝑞 = 𝑥 2 .
𝑥0 9 1 1
d) 0. 1−𝑥 2
= 8 ⇒ 8 = 9 − 9𝑥 2 ⇒ 9𝑥 2 = 1 ⇒ 𝑥 2 = 9 ⇒ 𝑥 = ± 3
e) 1. Assim, a soma das soluções, digamos 𝑆, será dada por:
1 1
𝑆 = 3 + (− 3) ⇒ 𝑆 = 0
Letra 𝐷
IX. Representação para P.G. de Três Termos

 Com intuito de facilitar o cálculo algébrico, é preferível que, ao tratar de uma P.G. qualquer de três
termos, utilizemos:

𝑥
( ; 𝑥 ; 𝑥𝑞)
𝑞

Ex.: O volume de um prisma reto-retângulo é 1728 𝑐𝑚3. Sabendo que seu comprimento, sua largura e
sua altura formam, nessa ordem, uma P.G., determine as dimensões desse sólido.

Aqui, temos uma P.G. de três termos (Comprimento, Largura, Altura). Se fizermos o Comprimento
𝑥
igual a 2, a Largura igual a 𝑥 e a Altura igual a 2𝑥, e aplicarmos a fórmula de volume do prima,
teremos:

𝑥
∙ 𝑥 ∙ 2𝑥 = 1728 ⇒ 𝑥 3 = 1728 ⇒ 𝑥 = 12
2

Assim, concluímos que o Comprimento mede 6 𝑐𝑚, a Largura mede 12 𝑐𝑚 e a altura mede 24 𝑐𝑚.

X. Produto dos 𝒏 Primeiros Termos de uma P.G.

 Dada uma P.G. de primeiro termo 𝑎1 e razão 𝑞, o produto dos 𝑛 primeiros termos dessa sequência,
denotada por 𝑃𝑛 , satisfará:

𝑛∙(𝑛−1)
( )
𝑃𝑛 = (𝑎1 )𝑛 ∙ 𝑞 2

A demonstração para esse fato utiliza, além de recorrência, conceitos de P.A.. Um bom exercício é
demonstrar essa fórmula, o que não faremos aqui. Abaixo teremos um exemplo de aplicação.

Ex.: Qual o produto dos seis primeiros termos da P.G. (2; 4; 8; … )?

6∙(6−1)
( )
𝑃6 = 26 ∙ 2 2 ⇒ 𝑃6 = 26 ∙ 215 ⇒ 𝑃6 = 221

“Mesmo antes de brilhar o sol que os


ilumina, antes de existir o ar que respiramos,
já o quadrado construído sobre a hipotenusa
era igual à soma dos quadrados construídos
sobre os catetos.”

- Malba Tahan

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