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Prezado Pastor:
A esta altura, gostaria de fazer uma breve aposentação de minha pessoa. Meu
nome é MELQUISEDEQUE ANTONIO DA SILVA. Sou aposentando pela Secretaria
de Segurança Pública do Estado de São Paulo e, concomitantemente, lecionei em
Escola de Ensino Superior, como também no ensino médio na Rede Pública
Estadual, Municipal e Particular. Do lado espiritual, posso afirmar-lhe que a
conversão a Cristo de minha família se deu na década de 1930. Portanto, sirvo a
Deus nessa instituição desde meu nascimento. Atualmente estou com 67 anos de
idade. Além de membro da CCB, há muito tempo exerço o ministério de ancião na
referida igreja, isto na cidade de Tatuí/SP, onde sempre estarei com as portas abertas
para recebê-lo. Acredito que a recíproca também seja verdadeira. Além de muitos
testemunhos edificantes que poderei compartilhar contigo, tenho também um grande
acervo de documentos, os quais estarão à disposição para análise sem ranço, sem
ódio, sem perseguição e/ou sem discriminação. Afinal, devemos, sobretudo, termos
como bandeira o belo ensino do apóstolo Paulo, registrado em 1 Cor 13:1-13, onde
aprendemos “a excelência do amor fraternal”.
Acredito que qualquer pessoa sensata tem esse ensinamento como uma postura de
equilíbrio, e que deveria nortear toda e qualquer conversa cristã. Mas, infelizmente,
isso é desprezado quando o assunto é CCB. Qual seria o real motivo de tanto ódio
que se emana contra essa igreja? Deus o sabe.
1ª INVERDADE: A CCB ENSINA QUE BÍBLIA FOI ESCRITA PARA QUE NÃO
SEJA LIDA, POIS A “LETRA DA BÍBLIA MATA” – (eventual mau uso de Cor.
3.6”). A CCB TEM DESPREZO PELAS ESCRITURAS SAGRADAS.
Foi exatamente isso que Vossa Senhoria afirmou aos seus ouvintes. Nada mais
falso, nada mais pueril, nada mais tosco. Ao contrário do que V.Sª afirmou, a CCB
incentiva a leitura da Bíblia, não tem desprezo a ela e não interpreta de forma errônea
o texto acima citado. Transcreverei alguns ensinamentos ministrados em Assembleia
Geral de Ensinamentos a esse respeito, os quais contrariam sua fala:
Não é somente no vídeo em análise que Vossa Senhoria feriu o pilar da “Reforma
Protestante” que ensina a “Sola Scriptura”. Numa outra postagem Vossa Senhoria
afirmou “com todas as letras” que a igreja verdadeira precisa estar alinhada não
somente pela Bíblia, mas também com a história e com a contemporaneidade
teológica. Nesse discurso, digamos nada afeto aos evangélicos em geral, chegou
até mesmo destacar que devemos ter como referência alguns teólogos da atualidade,
dentre os quais o presbiteriano Augustus Nicodemus. Esse teólogo destacado,
embora se apresente como um erudito, é contraditório com outros teólogos que
também são apontados como eruditos. As divergências ocorrem em diversos pontos
doutrinários, dentre os quais sobre doutrina calvinista, batismo infantil, batismo por
aspersão, cessacionismo, maçonaria, etc. Epa. Sr. Paulo Jr! A “Sola Scriptura” foi
para o espaço nessa sua fala? Francamente, ao se fazer um paralelo, sua tese se
alinha mais com a Igreja Católica, pois esta, reconhecidamente, segue uma linhagem
teológica extrabíblica, cujos pilares são a denominada Sagrada Tradição, Sagradas
Escrituras e o dito Sagrado Magistério. Certamente que esse não é o conceito pleno
da igreja reformada! Será que somos nós que desprezamos as Escrituras? Tenha
dó. Vamos ver, ainda, o que assevera a Confissão de fé Batista:
Diante do exposto, ainda sobre a falsa informação de que nossa irmandade não é
incentivada à leitura da Bíblia, tem-se a impressão de que Vossa Senhoria, como um
bom plagiador de inverdades alheias, repetiu erros grotescos ao atacar a CCB sobre
esse tema. Assim, visando coibir todos esses falsos oradores (um plagiando o outro),
a igreja, além dos já citados ensinamentos, apresentou outros nessa mesma direção.
Observe que isso ocorreu até mesmo antes de Vossa Senhoria aparecer na internet.
Apresento abaixo outras posições oficiais da igreja, que desmentem os boatos de
botequim ou de pessoas irresponsáveis e maldosas nos quais Vossa Senhoria se
fundamentou. Não se sabe se Vossa Senhoria assim o fez por descuido ou por dolo.
Seja como for, um pedido de perdão seria, no mínimo, um ato de nobreza espiritual
de sua parte. Confirma outras citações:
Vamos exemplificar:
USO CORRETO DO VERBO PODER: Eu, Melquisedeque, não posso fabricar uma
bomba atômica. Sim, eu não posso porque me falta capacidade e/ou conhecimento
necessário para tal. Por outro lado, o físico J. Robert Oppenheimer pôde fabricar
bombas atômicas em meados do século 20.
USO CORRETO DO VERBO DEVER: Nenhum homem, nem mesmo Oppenheimer,
deveria fabricar bombas atômicas.
Portanto, claro está como o sol do meio dia, “poder”, não é sinônimo de “dever”.
● “mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as fortes e
Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são,
para aniquilar as que são, para que nenhuma carne se glorie perante Ele” (1
Coríntios 1:27-29). Caro Pastor, desculpe-me, mas pela maneira forte,
arrogante que discursou, pelo seu exibicionismo, sua carne e o seu saber,
mesmo equivocado no assunto em tela, acabou sendo glorificado perante sua
plateia. Com isso, feriu-se outro pilar da Reforma Protestante: “Somente a Deus
Glória”. Prossigamos:
● “A minha palavra, e a minha pregação, não consistiu em palavras persuasivas
de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder, para que
a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”
(1 Coríntios 2:4-5). Esse texto, por si só, comprova de que lado está a verdade
na vida do crente.
● Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e
não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o
amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra
todas as coisas, ainda as profundezas de Deus” (1 Coríntios 2: 9-10). Note:
“Revelação e estudo” não são sinônimos. Revelação aplica-se quando há ação
do Espírito Santo, enquanto que estudo, aplica-se unicamente ao nosso
intelecto.
● “As coisas encobertas pertencem a Deus, porém as reveladas pertencem a
nós” (Deuteronômio 29.29). Embora o Sr. critique veemente a revelação do
Espírito Santo, pela Palavra de Deus é exatamente nesse poder que nós
devemos caminhar para que seja perfeitamente entendido do querer de Deus
em nossa vida.
Diante dos textos apontados e muito outros, sem dúvida alguma o entendimento
da Bíblia está fortemente ligado à revelação divina. Muitos homens simples, de pouco
saber humano, tem despontado como grandes heróis na fé e de grande saber
espiritual. Outros, intelectuais, até conhecedores da Bíblia, repudiam-na com seus
argumentos humanos. Alguns se dizem amantes da Bíblia, mas com seus estudos
meramente humanos, totalmente desprovido da revelação, pregam heresias
extremistas (ex. TJs). A ligação com Deus somente se faz na humildade, na
reverência, no desprendimento de nosso intelecto, no reconhecimento de nossa
pequenez diante do Criador. Portanto, “não podemos, não temos capacidade
própria” de ter um entendimento correto do sagrado sem a atuação do Espírito
Santo. Isso nada tem a ver com estudo da teologia moderna ministrada nos
seminários, pois tal disciplina está ligada mais ao conhecimento humano e filosófico,
do que na guia e direção vinda de Deus. A falta de uma intimidade com Deus é visível
nesses estudos. Alguns teólogos com quem mantive contato, não hesitou em dizer
que muitos entram crentes nos seminários, e de lá saem ateus. Inclusive, e não é
novidade para ninguém, que há teólogos ateus pregando por aí aos montes. Assim
o fazem por conveniência monetária e por fama. Tais intelectuais têm sábias palavras
em seus discursos, mas são vazios na intimidade com o Espírito Santo. Assim
caminha a igreja longe do verdadeiro professor, o Espirito Santo.
Portanto, com fundadas bases bíblicas, volto a repetir, que o ensino de coisas
divinas não se obtém em seminários teológicos (aliás no NT não há indicação de
nenhum seminário). Uma igreja cristã pode ser saudável mesmo dispensando esses
cursos, os quais, além de onerosos, não trazem crescimento espiritual algum aos
formandos. Outro pormenor a ser destacado, é que o saber espiritual nos é dado por
intermédio do Espírito Santo, mas segundo a medida da fé de cada um, como
também segundo seu querer, sempre visando o bem da obra de Cristo (Romanos
12.3; 1 Coríntios 12:1-11). Mais ainda, é gratuito: “Mas nós não recebemos o espírito
do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o
que nos é dado gratuitamente por Deus, as quais também falamos, não com palavras
de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as
coisas espirituais com a espirituais” (1 Coríntios 2:12-13).
Para encerrar este assunto, apresentarei três textos explicativos, elaborados pela
nossa irmandade:
I)
“O estudo é do lado humano, o revelar é de Deus.
II.
“Quem tem a *guia* do Espírito de Deus não tem escola ou professor melhor do
que o próprio Mestre iluminando a mente e explicando as coisas do Espírito de
Deus. Estou "matriculado" na mesma "escola" da igreja primitiva. Aliás... Nos
primeiros séculos do cristianismo havia seminário de teologia, escola teológica
ou até mesmo Escola Bíblica Dominical ou cursos por correspondência para os
membros das igrejas cristãs??? Claro que não. Eles não aprendiam de homem
algum, dependiam unicamente de Deus em suas leituras diárias nos seus próprios
lares. A "teologia" que conhecemos hoje em dia começou a surgir com os
chamados "Pais da Igreja", ali iniciou-se as especulações filosóficas que hoje é
um dos pilares da teologia - a filosofia. O que sei não aprendi de homem algum,
mas através da minha leitura particular com oração. Nenhum dos apóstolos
fundaram escola teológica. Nenhum dos apóstolos fundaram faculdade,
seminário teológico ou Escola Bíblica Dominical... Sabe por que? Porque todos
eles confiavam que o próprio Espírito Santo guiaria os membros das igrejas
dando luz e sabedoria em suas leituras devocionais nos próprios lares. Ser
guiado pelo Espírito de Deus é o cristão depositar sua fé na total dependência no
poder de Deus, isso exclui concorrência humana. É o poder sobrenatural de Deus
agindo no salvo. Sim, sinto-me guiado pelo Espírito de Deus fonte da sabedoria
e do conhecimento. Deus não fornece diploma a ninguém, a sabedoria humana é
quem fornece diploma ao homem.
(Texto do irmão Romário Neves)
III.
“Assim como nos tempos primitivos, nossos irmãos são livres para estudar.
E também como naquele tempo, Deus não faz acepção de pessoas para usar
no ministério da Palavra. Assim temos anciães estudados e temos também
anciães de pouco estudo, igualzinho aos tempos de Pedro e Paulo. Nunca
reprovamos o fato de alguém estudar, pois a Igreja também necessita deles
para administrar o patrimônio material da Congregação, para traduzir as
letras dos hinos e outros textos para outras nações etc.
Agora, quanto a nossa possibilidade de estudar a Bíblia nos moldes de um
estudo acadêmico, não usamos tal prática, diante de nossa pequenez em se
comparado com a Divindade a nós revelada nas Escrituras. Dizemos:
examinar, meditar ou ler as Escrituras, como ela se apresenta a nós. Aquele
que estuda um texto, lança sobre ele o seu entendimento, procurando dissecá-
lo. Não fazemos assim. Debaixo do Espírito Santo da Graça, a Palavra de
Deus se torna viva e reverente. Quando a examinamos, assim o fazemos para
dela receber a luz, sendo-nos revelada a vontade de Deus para as nossas
vidas. A Palavra de Deus é uma fonte inesgotável que jamais se pode dissecar.
Por isso, ela é sempre nova. Não existe lição passada, como também não
existem professores e alunos, mas apenas aprendizes de um único Mestre,
Nosso Senhor Jesus Cristo. O Verbo “estudar” não é aplicado na doutrina
bíblica senão para nos alertar que o “muito estudar é enfado da carne” (Ecl.
12:12), enquanto o examinar as Escrituras é desfruto do espírito. Os famosos
“estudos bíblicos” produziram a grande diversidade de Igrejas existentes,
com divergências enormes. Por outro lado, se todos tivessem a mente de
Cristo (I Co. 2:16), então viriam para um mesmo aprisco e se tornariam um
só rebanho para um único Pastor.
Observe o seguinte: Quando alguém lê um “estudo bíblico”, não está
examinando as Escrituras, mas apenas absorvendo a interpretação daquele
que o escreveu. Muitas pessoas passam a vida inteira lendo esses “estudos
bíblicos”, muitas vezes contraditórios entre si, perdendo tempo precioso de
desfrutar diretamente na Palavra de Deus, o verdadeiro alimento para nossas
almas e luz para os nossos caminhos. Por que beber água pelas mãos dos
outros, quando temos diante de nós a Fonte? A única que realmente sacia e
leva à vida eterna”.
Também há também muitos textos similares escritos por pessoas fora da CCB,
inclusive batistas, denominação que lhe dá suporte teológico. Assim o farei em outra
oportunidade se necessário for.
Ainda sobre esse assunto, tenho a declarar que esse bom costume dos homens
sentarem em lado oposto das mulheres, não é uma invencionice da CCB. Trata-se
de uma prática cristã primitiva que é citada, inclusive, em documentos antigos como
nas “Constituições Apostólicas”, prática essa vigente nas primeiras Igrejas Batistas
no mundo. A CCB apenas preservou esse bom costume. Acredito que Vossa
Senhoria não tinha conhecimento desses fatos históricos. Se tinha, foi omisso em
seu discurso. Portanto, seu discurso no vídeo em análise não pautou pela verdade.
AS CONTRADIÇÕES:
Assim, Pastor Paulo Júnior, com essas citações contraditórias, podemos entender os
motivos que o levaram a esse estado de confusão. Diante desse quadro, ao invés de
ficar raivoso contra a CCB por instruir corretamente povo a esse respeito, sem esse
vai-e-vem todo, acredito que seria mais produtivo e honesto aos olhos de Deus
ensinar a verdade ao povo. E a verdade você sabe qual é. Se não quiser usar a CCB
como referência (é um direito seu), use os textos já divulgados pela própria Igreja
Batista acima, desprezando-se as publicações contraditórias. O importante é que a
verdade seja proclamada, seja de uma forma ou de outra.
Mais estranho fica, quando o Sr. critica a CCB sobre o uso dessas palavras por
ocasião do batismo, mas desconhece que não estamos sozinhos nesse ponto de
vista. Dentre muitos, destaco o teólogo assembleiano Nels Lawence Olson, em sua
obra “O Batismo Bíblico da Trindade” (CPAD), que que escreveu o seguinte:
E agora, como fica Pr. Paulo Júnior? Se evocar o nome de Jesus Cristo é
rebaixá-lo, como você afirma na palestra, pergunto-lhe: a não evocação dessa porta,
desse intercessor, como você defende, seria uma espécie de exaltação de Jesus?
Claro está que sua fala beira à insensatez.
Com essa fala, Vossa Senhoria induz seus seguidores a crer numa inverdade
que também beira à insensatez, conforme já dito. Jamais rebaixamos a pessoa de
Cristo, ainda que você recorra à doutrina da “União Hipostática de Cristo”, doutrina
correta que defende que “Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, plenamente Deus e
plenamente homem” (Concílio de Calcedônia, em 451 d.C). Contrariando o que você
declara, é exatamente nessa doutrina que cremos. Vejamos as fontes:
Ao que parece, a Igreja Batista, com quem Vossa Senhoria tem plena
comunhão e lhe dá suporte teológico, já emitiu ensinamentos contra a “União
Hispostática de Cristo”. Assim, o chapéu deveria ser colocado na cabeça dessa
denominação, não da CCB. Confira:
✔ O TERMO “CONTÉM” nunca significou que parte de alguma coisa devesse ser
excluída. Pelo contrário, tem um sentido de abrangência total, de globalização.
Vamos a um exemplo prático: Temos em mãos os exemplares bíblicos, tanto
da SBB como da JUERP, dentre outras editoras, onde lemos nas contracapas
das edições a seguinte informação: “A BÍBLIA SAGRADA CONTENDO O
VELHO E O NOVO TESTAMENTO”. Esse exemplo denota que termo em
análise tem um sentido de englobar. É uma totalidade sem exclusão de coisa
alguma.