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2023

15 APOSTAS DE
REDAÇÃO PARA O
ENEM 2023

#MESALVANOENEM
SUMÁRIO:

Links da proposta............................................................................................................................................................ 03

01. Envelhecimento saudável: a importância de garantir o bem-estar da população


idosa no Brasil.................................................................................................................................................................... 05

02. A importância do censo demográfico para a criação de políticas públicas


no Brasil.................................................................................................................................................................................. 07

03. O trabalho em condições análogas à escravidão no Brasil contemporâneo.................. 09

04. O aumento da violência nas escolas brasileirasras........................................................................... 11

05. Desafios da doação de órgãos no Brasil................................................................................................... 13

06. Cyberbullying: o assédio entre crianças e adolescentes nas redes sociais...................... 15

07. O aumento da população em situação de rua no Brasil.............................................................. 17

08. O combate à homofobia no Brasil............................................................................................................... 17


09. A superlotação do sistema penitenciário brasileiro......................................................................... 21

10. Inadimplência: o acúmulo de dívidas entre os cidadãos brasileiros..................................... 23

11. Amazônia em perigo: a necessidade de preservar a maior floresta tropical


do mundo.............................................................................................................................................................................. 25

12. Desafios para a formação educacional de jovens e adultos no Brasil................................... 27

13. A persistência do preconceito linguístico no Brasil........................................................................... 27

14. A crise do transporte público no Brasil....................................................................................................... 31

15. Os maus-tratos contra crianças e adolescentes no Brasil............................................................. 34


15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023 15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023

LINKS DAS PROPOSTAS:

PROPOSTA LINK

https://www.mesalva.com/enem-e-vestibulares/simula-
Envelhecimento saudável: a importância de
dos/3-simuladao-enem-2023/proposta-de-redacao-3-simu-
garantir o bem-estar da população idosa no Brasil
lado-2023

A importância do censo demográfico para https://www.mesalva.com/app/texto/54UABM8bEQNder-


a criação de políticas públicas no Brasil N4a6LzfdEc

https://www.mesalva.com/app/texto/te-
O trabalho em condições análogas à escravidão
ma-44-de-2023-80062?contexto=&modulo=redp-propostas-
no Brasil contemporâneo
-de-redacao

https://www.mesalva.com/app/texto/DGVQQpV7BS-
O aumento da violência nas escolas brasileiras dKkwnb8PCfrP62?contexto=&modulo=redp-propostas-de-re-
dacao-399

https://www.mesalva.com/app/texto/UjYLjMUkwddqAuy-
Desafios da doação de órgãos no Brasil j7YWGWsAn?contexto=&modulo=redp-propost
as-de-redacao-399

https://www.mesalva.com/enem-e-vestibulares/simula-
Cyberbullying: o assédio entre crianças e
dos/2-simuladao-enem-2023/proposta-de-redacao-2-simu-
adolescentes nas redes sociais
lado-2023

O aumento da população em situação https://www.mesalva.com/app/texto/niv01-proposta-de-re-


de rua no Brasil dacao-nivelamento-de-linguagens-7987

https://www.mesalva.com/app/texto/dzorUCHMLexNh-
O combate à homofobia no Brasil 8gJt2MXAokb?contexto=%7B%7Bcontext%7D%7D&modu-
lo=redp-propostas-de-redacao-399

https://www.mesalva.com/app/texto/K8x3GmkMqkPqRp8T-
A superlotação do sistema penitenciário
TwXYLVE3?contexto={{context}}&modulo=redp-propostas-
brasileiro
-de-redacao-399

Inadimplência: o acúmulo de dívidas entre https://www.mesalva.com/enem-e-vestibulares/redacao/


os cidadãos brasileiros redp-propostas-de-redacao/tema-21-de-20232

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PROPOSTA LINK

https://www.mesalva.com/enem-e-vestibulares/simula-
Amazônia em perigo: a necessidade de
dos/1-simuladao-enem-2023/proposta-de-redacao-1-simu-
preservar a maior floresta tropical do mundo
lado-2023

Desafios para a formação educacional de https://www.mesalva.com/app/texto/ytVqFASMUuCssbL-


jovens e adultos no Brasil sa8M2UAs7

A persistência do preconceito linguístico https://www.mesalva.com/app/texto/npr90-formas-de-com-


no Brasil bater-o-preconceito-linguistico-no-brasil-66476

https://www.mesalva.com/app/texto/hYqPBHUSohcoXCBiu-
A crise do transporte público no Brasil 3fvHQpf?contexto={{context}}&modulo=redp-propostas-de-
-redacao-399

https://www.mesalva.com/app/texto/te-
Os maus-tratos contra crianças e adolescen-
ma-43-de-2022-80062?contexto=&modulo=redp-propostas-
tes no Brasil
-de-redacao

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1. ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL: A IMPORTÂNCIA DE GA-


RANTIR O BEM-ESTAR DA POPULAÇÃO IDOSA NO BRASIL

TEXTO I

O Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde define o envelhecimento saudável como o processo de


desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar em idade avançada.
Infelizmente, embora seja assumido muitas vezes que o aumento da longevidade está sendo acompa-
nhado por um período prolongado de boa saúde, existem poucas evidências sugerindo que os adultos
maiores de hoje apresentam uma saúde melhor do que os seus pais tinham com a mesma idade.

No entanto, a saúde precária não precisa dominar a idade mais avançada. A maioria dos problemas
de saúde enfrentados por pessoas mais velhas são associados a condições crônicas, principalmen-
te doenças não transmissíveis. Muitas delas podem ser prevenidas ou retardadas envolvendo-se em
comportamentos saudáveis. Outros problemas de saúde podem ser controlados de maneira eficaz,
principalmente se forem detectados cedo o suficiente. E, mesmo para as pessoas com declínios na
capacidade, os ambientes de apoio podem garantir que elas vivam vidas dignas e com crescimento
pessoal contínuo. Entretanto, o mundo está muito longe desses ideais.

Disponível em: https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2015/10/OMS-ENVELHECIMENTO-2015-port.pdf .


Acesso em: 15 maio 2023 (adaptado).

TEXTO II

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 142 milhões de idosos em todo o mundo
não conseguem atender às suas necessidades básicas – ou seja, dentro de seu ambiente, eles não
podem se vestir sozinhos, pagar e pegar suas próprias medicações ou administrar seu próprio dinhei-
ro, contas ou finanças. Por conta disso, é essencial que os governos e a sociedade civil trabalhem na
obtenção de mais dados sobre esta população, avaliem programas e novas tecnologias que possam
ajudar a otimizar a capacidade funcional dos idosos.

Disponível em: https://sbgg.org.br/decada-de-envelhecimento-saudavel-relatorio-de-base-da-oms/ .


Acesso em: 15 maio 2023 (adaptado).

TEXTO III

A população está envelhecendo. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em julho de 2022, apontam que 14,7% dos 212,7 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais. Há
10 anos, em 2012, os idosos representavam 11,3% do total. Em números, eram 22,3 milhões de pessoas
e, hoje, são 31,2 milhões.

O IBGE confirma que o país segue a tendência mundial de envelhecimento populacional. Assim, projeta-
-se que, em 2060, um em cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos de idade. De acordo com o Censo
de 2010, a população de pessoas idosas é a que mais cresce a nível nacional.

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Os direitos dos idosos estão garantidos na Constituição Federal. “Família, sociedade e Estado têm o
dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”, atesta o artigo 230.

Disponível em: https://portal.al.go.leg.br/noticias/127547/pelo-envelhecimento-saudavel .


Acesso em: 15 maio 2023 (adaptado).

TEXTO IV

Disponível em:https://www.paho.org/pt/documentos/infografico-areas-acao-da-decada-do-envelhecimento-saudavel-2020-2030 .
Acesso em: 16 maio 2023.

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2. A IMPORTÂNCIA DO CENSO DEMOGRÁFICO PARA


A CRIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL

TEXTO I

Censo é um tipo de pesquisa para levantamento de dados em que todos os indivíduos de uma popula-
ção-alvo são entrevistados. Censo Demográfico, por exemplo, investiga características demográficas,
sociais e econômicas de toda população brasileira que vive em domicílios particulares permanentes.
Em 2021, o questionário censitário, de 26 perguntas definidas pela Comissão Consultiva do Censo, foi
aplicado a residentes de 71 milhões de domicílios, abrangendo cerca de 210 milhões de brasileiros
espalhados pelo país. Tais perguntas englobam características dos moradores e domicílios, incluindo
temas como natalidade, fecundidade, mortalidade e migração da população, além de acesso a água e
saneamento básico nos domicílios.

Além das 26 questões do questionário censitário, estão previstas mais 50 questões para o questioná-
rio da amostra. O questionário da amostra é aplicado em apenas 10% dos domicílios brasileiros, mas
garante estimativas confiáveis para toda a população.

Disponível em: https://www.politize.com.br/censo-demografico/ Acesso em: 21 nov. 2022 (adaptado).

TEXTO II

Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, após as visitas de recenseadores em aproximadamente 20% das


moradias da cidade, o índice de recusa já é considerado alto: em torno de 3%.

Segundo informações do coordenador do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia


e Estatística (IBGE), Área de Uberaba, Marshal de Almeida da Silva Marangoni, neste ano a resistência
dos moradores está maior do que o levantamento de dados de censos de anos anteriores.
“Esse alto índice de recusa está relacionado a muitas fake news que têm circulado em grupos de What-
sApp de bairros de que as pessoas podem perder o benefício social, além da questão do aumento do
medo das pessoas com relação aos crimes”, considerou.

Conforme Marangoni, além disso, diariamente, ele tem recebido relatos de recenseadores de Uberaba
que estão sendo recebidos de forma hostil e sofrendo agressões verbais. “Teve um caso de uma pes-
soa que ameaçou acertar uma mangueira de água em um de nossos recenseadores. Esse tipo de rea-
ção atrapalha muito, pois desestimula os recenseadores, já que eles ganham por produção”, lamentou.

Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2022/08/24/interna_gerais,1388765/censo-2022-recenseadores-enfrentam-alto-indi-


ce-de-recusa-e-ate-agressoes.shtml
Acesso em: 21 nov. 2022.

TEXTO III

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O Brasil seria diferente do que é hoje se não fossem as informações produzidas pelo IBGE e por outras
instituições do Sistema Estatístico Nacional. Com todas as iniquidades sociais que ainda persistem
no país, o quadro seria seguramente pior caso não houvesse informações estatísticas levantadas há
mais de 80 anos ou quase 150 anos, se forem considerados os esforços de realização do primeiro
Censo Demográfico em 1872, no final do Império. Não há como não reconhecer que parte das con-
quistas republicanas de universalização da educação básica, do acesso à água, redução da pobreza,
promoção do desenvolvimento regional, ampliação da cobertura do emprego formal e da previdência
pelo vasto território brasileiro devem-se à disponibilidade de informação estatística de boa qualidade e
cobertura levantada pelo IBGE e outras instituições como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais, os departamentos de estatísticas e pesquisas dos Ministérios e órgãos subnacionais de
planejamento e estatística.

Jannuzzi, P.M. A importância da informação estatística para as políticas sociais no Brasil. R. bras. Est. Pop. 2018; Belo Horizonte. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbepop/a/77qbqWdQWx3b5gg7wLVmtsF/?lang=pt&format=pdf Acesso em: 21 nov. 2022.

TEXTO IV

Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/pecas-de-divulgacao/pecas-de-divulgacao.html


Acesso em: 21 nov. 2022.

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3. O TRABALHO EM CONDIÇÕES ANÁLOGAS À ESCRAVIDÃO


NO BRASIL CONTEMPORÂNEO

TEXTO I

O artigo 149 do Código Penal Brasileiro traz a definição jurídica do que é trabalho análogo à escravidão:
“É caracterizado pela submissão de alguém a trabalhos forçados ou a jornadas exaustivas, quer sujei-
tando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em
razão de dívida contraída com o empregador ou seu preposto.”

Disponível em: https://g1.globo.com/trabalho-e-carreira/noticia/2023/02/28/o-que-e-trabalho-analogo-a-escravidao-segundo-a-lei-brasileira.ghtml


(Adaptado) Acesso em: 23 mai. 2023

TEXTO II

Escravidão e trabalho análogo à escravidão são a mesma coisa?


Não. A escravidão que tornava pessoas propriedades de outras foi abolida em 1888 no Brasil. Segundo
o auditor-fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) Henrique Mandagará, o traba-
lho análogo não significa exatamente a mesma coisa.

“No passado, a gente tinha a possibilidade de um ser humano ter a posse de outro. Isso foi abolido em
1888. Só que isso não quer dizer que a liberdade e a dignidade do trabalhador parou de ser violada de
alguma forma. Isso que caracteriza a escravidão moderna”, explica.

Disponível em: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2023/03/15/o-que-e-trabalho-analogo-a-escravidao.ghtml (Adaptado)


Acesso em: 23 mai. 2023

TEXTO III

Em 2023, no estado de São Paulo, ocorreu um caso de vítimas de trabalho análogo à escravidão que
ainda sob investigação. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), 32 trabalhadores da cadeia
de produção de cana-de-açúcar foram localizados nessa condição.

O resgate aconteceu a partir de uma operação conjunta, do MPT, Defensoria Pública da União (DPU) e
Polícia Rodoviária Federal. As vítimas foram recrutadas por dois homens, conhecidos como “gatos”.
A acomodação dos trabalhadores foi feita em casas e um cômodo comercial, onde antes funcionava
um açougue, que apresentava “péssimas condições de higiene e conforto”, conforme detalha o MPT.
“Nos alojamentos havia colchões velhos, forros rasgados, fogões e geladeiras velhos, banheiros em
condições precárias de higiene e instalações elétricas expostas”, complementa o órgão.

Os “gatos” cobraram R$ 320 de cada trabalhador, para transportá-los até o alojamento, de forma clan-
destina. As vítimas relataram que não tinham como custear a própria alimentação e que dependiam

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deles para comprar produtos em um mercado. Os débitos no estabelecimento tornaram-se mais um


fator a prejudicar os trabalhadores.

Em virtude de chuvas, as vítimas permaneceram nove dias sem trabalhar e, com isso, sem receber
nenhum pagamento.

Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2023-03/em-2023-523-vitimas-de-trabalho-analogo-escravidao-foram-


-resgatadas (Adaptado) Acesso em: 23 mai. 2023

TEXTO IV

Dados da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete) sobre trabalhadores


resgatados de situações análogas à escravidão até o ano de 2021.

Disponível em: https://www.ultimahoraonline.com.br/noticia/em-pleno-2022-idosa-e-resgatada-apos-72-anos-de-trabalho-analogo-a-escravidao


Acesso em: 23 mai. 2023

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4. O AUMENTO DA VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS

TEXTO I

A violência está presente no ambiente escolar, manifestando-se de diversas formas. Essa violência é,
muitas vezes, uma reprodução de violências do mundo social, baseadas em preconceitos contra mino-
rias sociais.

Portanto, violência escolar corresponde ao uso da força e/ou agressividade dentro do contexto/am-
biente escolar e pode se manifestar entre todos os atores sociais da comunidade escolar: estudantes,
professores, coordenadores, responsáveis e demais funcionários.

As consequências dessas ações têm efeitos em todos os envolvidos: tanto nas vítimas quanto nos
autores. Os resultados vistos são: depressão, suicídios, distúrbios comportamentais, prejuízo às ativi-
dades em sala de aula e abandono escolar.

Disponível em https://www.politize.com.br/violencia-escolar/
Acesso em 16 mai 2023.

TEXTO II

Em oito meses – de setembro de 2022 a abril de 2023 –, o Brasil acompanhou cinco casos de extrema
violência em escolas da rede pública e privada, em diferentes estados da federação. Em quatro dos
cinco episódios – Barreiras (BA), Sobral (CE), Aracruz (ES) e São Paulo (SP) –, os autores dos crimes
tinham perfil semelhante: adolescentes entre 13 e 16 anos, do sexo masculino, alunos ou ex-alunos das
escolas atacadas.

A onda de violência não é uma novidade, mas está crescendo. Um levantamento feito pelo jornal ameri-
cano Washington Post apontou 380 casos nos Estados Unidos, desde o atentado da escola de Colum-
bine no estado do Kansas, em 1999. Foram 46 casos só em 2022, o recorde do período. No Brasil, um
estudo liderado pelo professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Daniel Cara,
envolvendo um grupo de 11 pesquisadoras, revelou que a onda de ataques começou no início dos anos
2000, totalizando 16 casos – sendo que quatro deles ocorreram em 2022.

A despeito do contexto em si problemático, múltiplos fatores acrescentam camadas de complexidade


ao fenômeno. A saúde mental de adolescentes e jovens é um exemplo. A questão, que já vinha demons-
trando sinais de alerta nos últimos anos, agravou-se ainda mais no pós-pandemia. O caso ocorrido em
uma escola de Recife – em que houve uma crise coletiva de ansiedade entre estudantes– é um exem-
plo da piora desse quadro.

Disponível em https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2023/05/15/Viol%C3%AAncia-nas-escolas-se-o-afeto-%C3%A9-causa-tamb%C3%A9m-%-
C3%A9-solu%C3%A7%C3%A3o Acesso em 16 mai 2023.

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TEXTO III

Governos estaduais divulgaram, na última semana, protocolos de ações para combater ameaças à
comunidade escolar.

Em geral, a partir das características e estruturas de cada unidade federativa, foi proposto que as secreta-
rias atuem de forma integrada também com os órgãos de inteligência. As alternativas incluem, por exem-
plo, ampliação do policiamento escolar, telefones para denúncia e até medidas como o “botão do pânico”.

Por outro lado, professores chamam a atenção para o fato de que é necessário aperfeiçoar medidas
protetivas, e que as secretarias atuem em rede.

Disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2023-04/violencia-nas-escolas-estados-definem-protocolos-de-combate
Acesso em 16 mai 2023.

TEXTO IV

Os dados apresentados foram retirados do “Diagnóstico Participativo da Violência nas Escolas”, rea-
lizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e pelo Ministério da Educação em 2015.

Disponível em https://www.oabes.org.br/noticias/violencia-no-ambito-escolar-uma-causa-de-direitos-humanos-561922.html
Acesso em 16 mai 2023.

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5. DESAFIOS DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS NO BRASIL

TEXTO I

A doação de órgãos é um ato por meio do qual podem ser retirados órgãos ou tecidos de uma pessoa
viva ou falecida (doadores) para serem utilizados no tratamento de outras pessoas (receptores), com a
finalidade de restabelecer as funções de um órgão ou tecido doente. A doação é um ato muito impor-
tante, pois pode salvar vidas.

De um doador é possível obter vários órgãos e tecidos para realização do transplante. Podem ser do-
ados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e ten-
dões. Com isso, inúmeras pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos e tecidos provenientes de
um mesmo doador.

Disponível em https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/snt
Acesso em 22 mai 2023 (adaptado).

TEXTO II

O Brasil é o segundo país do mundo que mais realiza transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2021, foram feitos cerca de 23,5 mil procedimentos. Desse
total, cerca de 4,8 mil foram transplantes de rim, 2 mil de fígado, 334 de coração e 84 de pulmão, entre
outros. O país tem mais de 600 hospitais de transplantes autorizados.

No país, a doação de órgãos e tecidos acontece somente após a autorização familiar. Os órgãos doa-
dos vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em uma lista de espera
única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo
exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante, pela rede pública
de saúde.

A recusa familiar é o principal motivo que impede a doação de órgãos no Brasil, de acordo com uma
pesquisa conduzida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo a Associação Brasilei-
ra de Transplante de Órgãos (ABTO), 43% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus parentes
após morte encefálica comprovada em 2021. Atualmente, mais de 59 mil pessoas estão na fila espe-
rando por um órgão. Em 2022, mais de 45% das famílias não concordaram com a doação.

Disponível em https://www.cnnbrasil.com.br/saude/brasil-e-o-2o-no-mundo-em-transplantes-saude-lanca-campanha-de-incentivo/
Acesso em 22 mai 2023.

TEXTO III

Pela primeira vez desde 1998, a fila de transplante de órgãos no Brasil passa de 50 mil pessoas. O dado
é da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. E a maioria espera por um rim: 29.690 pacientes.

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Depois vem córnea, fígado, coração e pulmão. O levantamento é feito desde 1998. Os médicos dizem
que a fila aumentou por causa da pandemia.

“Os programas tiveram que deslocar profissionais da saúde para o cuidado dos pacientes com Covid
e esse retorno ainda não aconteceu. Nós precisamos reestruturar toda a capacidade de doação de
órgãos do país e também precisamos reestruturar toda a capacidade de transplantar”, diz o presidente
da ABTO, Gustavo Fernandes Ferreira.

Disponível em https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/03/02/fila-de-transplante-de-orgaos-passa-de-50-mil-pessoas-pela-primeira-vez-

-no-brasil.ghtml Acesso em 22 mai 2023.

TEXTO IV

Disponível em https://www.gov.br/ebserh/pt-br/comunicacao/noticias/acoes-de-conscientizacao-sobre-doacao-de-orgaos-e-tecidos-sao-realiza-
das-na-rede-ebserh Acesso em 22 mai 2023.

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6. CYBERBULLYING: O ASSÉDIO ENTRE CRIANÇAS E ADOLES-


CENTES NAS REDES SOCIAIS

TEXTO I

Cyberbullying é o bullying realizado por meio das tecnologias digitais. Pode ocorrer nas mídias sociais,
plataformas de mensagens, plataformas de jogos e celulares. É o comportamento repetido, com intuito
de assustar, enfurecer ou envergonhar aqueles que são vítimas. Exemplos incluem:
- espalhar mentiras ou compartilhar fotos constrangedoras de alguém nas mídias sociais;
- enviar mensagens ou ameaças que humilham pelas plataformas de mensagens;
- se passar por outra pessoa e enviar mensagens maldosas aos outros em seu nome.

Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/cyberbullying-o-que-eh-e-como-para-lo. Acesso em: 28 nov. 2022.

TEXTO II

Você sabia que o cyberbullying pode ser denunciado e os agressores punidos quando provado ato in-
fracional? Mas a maioria dos casos pode ser solucionado de forma mais simples, com a mediação dos
conflitos ou com a remoção do conteúdo que prejudica alguém. As principais redes sociais já possuem
ferramentas para denúncia e remoção de conteúdos que se enquadram nessa categoria. É simples e
fácil, veja o passo a passo no Facebook, Instagram, YouTube e Twitter.

Quando não há possibilidade de identificar o agressor e/ou não há espaço para resolver de forma me-
diada e preventiva, o caso pode ser comunicado ao Conselho Tutelar, ao Ministério Público ou à delega-
cia de polícia quando houver atos infracionais, como agressão moral ou física.

Disponível em: https://new.safernet.org.br/content/estou-enfrentando-um-problema-de-cyberbullying-devo-denunciar Acesso em: 28 nov. 2022.

TEXTO III

As chamadas cyberagressões abrangem violências praticadas nas redes, conhecidas como cyber-
bullying (bullying online), shaming (humilhação pública), sexting (exposição íntima), cyberstalker (per-
seguição online), cyberassédio, discurso de ódio, linchamento virtual (famosa cultura do cancelamento)
e tantos outros ataques capazes de destruir a sanidade mental e afetar a capacidade de sociabilização
de qualquer indivíduo, principalmente os que estão em fase de desenvolvimento.

“Nós e nossos jovens nos relacionamos com tudo isso ao mesmo tempo e podemos tanto ser autores
quanto vítimas dessas agressões”, disse Telma Vinha, doutora em educação e coordenadora do grupo
de estudos na Unicamp Ética, diversidade e democracia na escola pública. Para quem agride, com
exceção do cyberbullying (no qual os agressores têm a explícita intenção nisso), muitas vezes não há
nem consciência por parte do reprodutor. Segundo Vinha, apenas o símbolo (geralmente em forma de
meme), é observado e não há uma reflexão do usuário sobre o que está por trás da pessoa que está
sendo exposta, que ela tem uma vida e que tem sentimentos.

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Já para a vítima, as consequências são catastróficas. Pessoas deixam de frequentar a escola abando-
nando os estudos, não conseguem trabalhar, tentam suicídio e, num caso de sexting, por exemplo, a
própria família, por vezes, não acolhe e reforça a rejeição que já vem de um público bastante ampliado.

Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2021/05/14/curriculo-escolar-cyberbullying/ Acesso em: 28 nov. 2022.

TEXTO IV

Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2022/06/preocupacao-com-bullying-cresce-no-pais-e-combate-e-insuficiente-diz-pesqui-


sa.ghtml Acesso em: 28 nov. 2022.

16
15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023 15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023

7. O AUMENTO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO


DE RUA NO BRASIL

TEXTO I

Pessoas em situação de rua são indivíduos que passam as noites dormindo nas ruas, nas praças, em-
baixo de viadutos e pontes. Além desses espaços, eles também fazem uso de locais degradados, como
prédios e casas abandonados e carcaças de veículos, que têm pouca ou nenhuma higiene.

Essas pessoas que vêm de diferentes vivências e que estão nessa situação pelas mais variadas razões.
Há fatores, porém, que os unem como: a falta de uma moradia fixa, de um lugar para dormir temporária
ou permanentemente, e vínculos familiares que foram interrompidos ou fragilizados.

Disponível em https://www.adamantina.sp.leg.br/institucional/noticias/entenda-a-diferenca-entre-pessoas-em-situacao-de-rua-trecheros-e-mora-
dores-de-rua Acesso em: 22 jan 2022 (adaptado).

TEXTO II

Um levantamento feito por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais aponta que a popu-
lação em situação de rua cresceu no Brasil, em 2022.

De janeiro a maio de 2022, mais de 26 mil novas pessoas foram registradas como em situação de rua,
no CadÚnico, o cadastro do governo federal que dá acesso a benefícios sociais. Essa população saltou
de 158.191 em dezembro de 2021 para 184.638 durante o primeiro semestre de 2022.

Disponível em https://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2022/06/09/aumenta-o-numero-de-pessoas-em-situacao-de-rua-no-brasil-diz-pesquisa.
ghtml Acesso em: 22 nov 2022 (adaptado).

TEXTO III

Confira os principais indicadores da população em situação de rua no Brasil:


68% se declaram negras, 31% brancas e 1% indígenas e amarelas
87% do sexo masculino e 13% feminino
93% em condições de extrema pobreza e pobreza
84% recebem Auxílio Brasil (Bolsa Família)
87% com idade entre 18 e 59 anos, 3% crianças/adolescentes (0 a 17 anos) e 10% acima de 60 anos
15% apresentam alguma deficiência
47% têm o ensino fundamental incompleto, 14% ensino fundamental completo, 16% ensino médio com-
pleto e 9% incompleto, 11% não têm “instrução” (não sabem ler e escrever) e 2% ensino superior incom-
pleto ou completo

Disponível em https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/populacao-em-situacao-de-rua-no-brasil-cresce-16-de-dezembro-a-maio-diz-pesquisa/
Acesso em: 22 Nov 2022.

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15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023 15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023

TEXTO IV

Disponível em https://sbsrj.org.br/moradores-de-rua-brasil/ Acesso em: 22 Nov 2022.


Disponível em https://piaui.folha.uol.com.br/diploma-acesso-e-retrocesso/ Acesso em 20 jul 2022.

8. O COMBATE À HOMOFOBIA NO BRASIL

TEXTO I

Originalmente, o termo homofobia refere-se apenas à violência e hostilidade contra homossexuais,


que são as lésbicas e os gays. Mas, a utilização do termo se popularizou e, hoje, é considerado por
muitos uma forma correta de definir o ato de ódio a outros grupos, como afirmou Maria Berenice Dias,
Presidente da Comissão da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB: “Homofobia é o ato ou
manifestação de ódio ou rejeição a homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais”.
Desde 2019, a homofobia é criminalizada no Brasil. A determinação está atrelada à Lei de Racismo
(7716/89), que hoje prevê crimes de discriminação ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e proce-
dência nacional”. A prática da lei contempla atos de “discriminação por orientação sexual e identidade

18
15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023 15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023

de gênero”. Por isso, ainda que usado o termo de homofobia para definir essa lei, todas as outras pes-
soas LGBTQIA+ são contempladas.

Disponível em https://www.fundobrasil.org.br/blog/a-lgbtfobia-no-brasil-os-numeros-a-violencia-e-a-criminalizacao/ Acesso em 15 Mai 2023.


(adaptado)

TEXTO II

O cantor Lulu Santos fez uma cobrança ao governo. Durante a apresentação da cantora Makem na se-
mifinal do “The Voice Brasil”, realizada na noite de 27/12/2022, o artista pediu ao ministro da Justiça a
criação de uma secretaria LGBTI+.

“Eu queria lembrar ao ministro da justiça que o nosso país segue sendo o que mais mata pessoas
LGBTQIA+. E que talvez nesse novo Ministério da Justiça coubesse uma secretaria para cuidar desse
assunto”, declarou Lulu Santos, que também afirmou que a violência contra a população LGBTIQIA+
“envergonha a alma dos brasileiros”.

Disponível em https://revistaforum.com.br/lgbt/2022/12/28/lulu-santos-pede-que-novo-governo-federal-crie-uma-secretaria-lgbt-ministros-de-lula-
-respondem-129352.html Acesso em 15 mai 2023. (adaptado)

TEXTO III

Discriminar alguém no Brasil por causa da identidade de gênero ou orientação sexual é crime no Brasil
desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a lei contra o racismo também pode
ser aplicada contra a homofobia. E, a partir desse marco, o Jornal Hoje vem acompanhando o número
de casos de homofobia registrados em delegacias.

De acordo com dados obtidos de todos os estados e também do Distrito Federal, com base na Lei de
Acesso à Informação, no primeiro ano após o julgamento do STF, de junho de 2019 a junho de 2020,
foram 161 casos de homofobia registrados em todo o país. Esse número passou para 135 no segundo
ano e, no terceiro, fechou em 600 casos.

Para o presidente do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero, Paulo Iotti, o número
de registros, apesar de ter aumentado, ainda não reflete a realidade.

“Certamente há uma subnotificação de dados, por pessoas que, às vezes, nem sabem que a homofobia
foi reconhecida como um crime. E, por outro lado, há vários problemas das delegacias, que também às
vezes não entendem como tipificar o crime homofobia”, falou Iotti, que é doutor em direito constitucio-
nal e defendeu no STF a criminalização da homofobia.

Disponível em https://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2022/12/26/crimes-de-homofobia-sobem-no-brasil-e-vitimas-relatam-dificuldade-de-regis-
trar-ocorrencia-em-delegacias.ghtml Acesso em 15 Mai 2023 (adaptado).

19
15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023 15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023

TEXTO IV

Disponível em https://observatoriog.bol.uol.com.br/destaque/segundo-levantamento-brasil-registra-207-mortes-de-lgbt-entre-janeiro-e-agosto-
-de-2021 Acesso em 15 mai 2023.

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15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023 15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023

9. A SUPERLOTAÇÃO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO

TEXTO I

Entre 2011 e 2021 havia, em média, cerca de 66% mais presos do que vagas existentes com pico de
quase duas pessoas por vaga em 2015. No mesmo período, o número de pessoas presas por 100 mil
habitantes subiu 20,3%. Mesmo com número insuficiente de vagas, o país apresenta tendência de pren-
der cada vez mais.

Apontada como solução possível, a construção de vagas é onerosa e sobrecarrega ainda mais o cus-
teio do sistema prisional para os governos estaduais e distrital. A fatia crescente de orçamento para
manter prisões poderia ser aplicada em saúde, educação, moradia e outras políticas de cidadania com
o objetivo de não deixar ninguém para trás, segundo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das
Nações Unidas.

Disponível em https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2022/03/folder-central-regulacao-vagas.pdf Acesso em 22 mai 2023.

TEXTO II

O Brasil tem 341.037 mandados de prisão em aberto. Desse total, 25.587 pessoas estão foragidas
e 315.450 são procuradas, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O número
é quase o dobro do déficit de vagas do sistema prisional calculado pelo Departamento Penitenciário
Nacional (Depen), atualmente em 191.799. Além dessa situação, o Banco Nacional de Monitoramento
de Prisões (BNMP) mostra que 812 mil pessoas estão privadas de liberdade atualmente no país, sendo
que menos da metade, 326 mil (40%), têm decisão definitiva sobre a pena.

Outros 293 mil são presos provisórios, 188 mil cumprem pena em execução provisória (aguardando
o julgamento de recursos) e 1,7 mil cumprem prisão civil (quando não há o pagamento de pensão
alimentícia, por exemplo). A superlotação de presídios é apontada como uma das falhas do sistema
penitenciário e é considerada um agravante para fugas e crises, como as que acontecem no Rio Grande
do Norte desde as últimas semanas.

Disponível em https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/pol%C3%ADcia/com-crise-e-pres%C3%ADdios-superlotados-brasil-tem-
-341-mil-mandados-de-pris%C3%A3o-em-aberto-1.1006847 Acesso em 22 mai 2023.

TEXTO III

A superlotação e as péssimas condições dos presídios brasileiros são as raízes para o surgimento de
facções criminosas no país, afirma a doutora em sociologia Camila Nunes Dias, professora da Univer-
sidade Federal do ABC Paulista, uma das autoras do livro A Guerra A ascensão do PCC e o Mundo do
Crime no Brasil.

Para a especialista, o poder dessas organizações só diminuirá quando o Poder Público enfrentar direta-

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mente o problema nas prisões brasileiras. Segundo Dias, “não apenas se apostar apenas na repressão
a eles com polícia, com regime duro, com armas, bombas. Isso não vai ter nenhum tipo de avanço”.
“Enquanto as prisões continuarem sendo celeiros de grupos criminais, a gente não vai resolver o pro-
blema. Vai se apagar o incêndio e daqui um ano ou seis meses, a gente vai estar falando de novo do
assunto porque uma nova crise está acontecendo e é assim, cíclico”, argumentou.

Disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2023-03/superlotacao-e-pessimas-condicoes-em-presidios-sao-base-de-faccoes
Acesso em 22 mai 2023.

TEXTO IV

Disponível em https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2021/05/17/populacao-carceraria-diminui-mas-brasil-ainda-registra-superlota-
cao-nos-presidios-em-meio-a-pandemia.ghtml Acesso em 22 mai 2023.

22
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10. INADIMPLÊNCIA: O ACÚMULO DE DÍVIDAS ENTRE


OS CIDADÃOS BRASILEIROS

TEXTO I

Em poucas palavras, inadimplência é o termo usado para se referir às dívidas que não são quitadas den-
tro do prazo. Ou seja, inadimplente é aquele que, por algum motivo, não conseguiu pagar suas contas
antes da data do vencimento, descumprindo, assim, alguma obrigação financeira.

Apesar de parecer algo simples, a inadimplência pode causar sérios transtornos — desde a interrupção
do serviço que está com as contas atrasadas até ter o CPF colocado em listas de restrição de crédito
(o famoso “nome sujo”). Quando isso acontece, surgem novas barreiras para obter crédito e comprar
algo parcelado, por exemplo.

A verdade é que se tornar uma pessoa inadimplente e ter dificuldades de lidar com o orçamento ainda
é a realidade de muitos brasileiros. Por isso, entender melhor esse cenário e saber como não cair nele
é imprescindível para evitar alguns transtornos.

Disponível em: https://blog.euemdia.com.br/o-que-e-inadimplencia/ Acesso em: 29 nov. 2022 (adaptado).

TEXTO II

Novo recorde: inadimplência no Brasil atinge 67,9 milhões de pessoas em 2022.

Com alta de 0,5% no número de inadimplentes, segundo o Serasa, país tem o maior volume de brasilei-
ros nessa situação desde 2016.

Mais uma vez, pelo oitavo mês seguido, subiu o número total de inadimplentes no Brasil. Em agosto,
a alta foi de 0,5% em relação ao mês anterior, somando 67.976.241 de brasileiros nessa situação, de
acordo com dados mensais do Serasa.

De acordo com o levantamento, o número de endividados poderia ser ainda maior, não fosse o aumento de
22% na negociação de dívidas no período. Ou seja, mesmo sem recursos, o brasileiro ainda zela pelo nome.
“Como os brasileiros estão com o orçamento mensal apertado, a negociação de dívidas com parcela-
mento foi uma solução buscada para aumentar o número de regularização de débitos, o que de fato
ocorreu”, complementa, em nota, comenta Aline Maciel, Gerente de Serasa Limpa Nome.

Disponível em: https://valorinveste.globo.com/objetivo/organize-as-contas/noticia/2022/09/27/novo-recorde-inadimplencia-no-brasil-atinge-


-679-milhoes-de-pessoas.ghtml Acesso em: 29 nov. 2022 (adaptado).

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TEXTO III

Educação financeira: número de jovens inadimplentes no Brasil é preocupante

O número de jovens inadimplentes vem crescendo constantemente no Brasil. Dados do Serviço de Pro-
teção ao Crédito (SPC) revelam que 19% dos brasileiros entre 18 e 24 anos estão endividados. Mas por
que isso acontece e de que forma seria possível reverter essa realidade?

O especialista em finanças Alex Salomão diz o seguinte sobre o assunto:


“Acredito que seja uma junção de fatores - na qual falta de conhecimento financeiro e também a falta de
inteligência emocional para lidar com o dinheiro são os principais. Posso destacar também que hoje o
jovem quer “tudo agora, sem pensar” - e, então, esse impulso de querer o prazer imediato sem ter o cer-
to conhecimento sobre educação financeira faz com que o jovem brasileiro fique endividado.” explica.
De acordo com o especialista, o uso constante de redes sociais com vários estímulos ao longo do dia
também pode influenciar esses jovens a fazer gastos desnecessários.

Outro fator é que a educação financeira nas escolas é praticamente inexistente, então o jovem acaba
não tendo um planejamento financeiro. Eles não têm os conhecimentos de finanças básicas, e, por isso,
acabam entrando em dívidas.

Disponível em: https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2022/11/18/educacao-financeira-numero-de-jovens-inadiplentes-no-brasil-e-pre-


ocupante.ghtml Acesso em: 29 nov. 2022 (adaptado).

TEXTO IV

Disponível em: https://jeonline.com.br/noticia/15929/as-dividas-da-black-friday Acesso em: 29 nov. 2022.

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11. AMAZÔNIA EM PERIGO: A NECESSIDADE DE PRESERVAR


A MAIOR FLORESTA TROPICAL DO MUNDO

TEXTO I

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. Ocupa cerca de 600 milhões de hectares, cobrindo
nove países, sendo mais da metade no território brasileiro. Em território nacional, constitui a Amazônia
Legal, que inclui os estados do Pará, Amazonas, Roraima, Amapá, Rondônia, Acre e parte dos estados
do Maranhão, Mato Grosso e Tocantins.

É na região amazônica que se encontra a maior bacia hidrográfica do mundo, tendo como principal
rio o Amazonas, o maior rio do mundo em extensão e volume de água. Outros rios grandes, médios e
pequenos atravessam essa região. Estima-se que cerca de 20% das águas doces do planeta circulam
na bacia Amazônica.

Disponível em: https://www.infoescola.com/biomas/floresta-amazonica/. Acesso em: 28 nov. 2022 (adaptado).

TEXTO II

Os perigos globais da degradação da Amazônia


Em algumas partes das terras baixas amazônicas, em apenas um grama de terra convivem mais de
1.000 espécies de fungos. Em apenas 10.000 metros quadrados de floresta tropical existem mais tipos
de árvores do que em toda a Europa. E nas águas que percorrem a imensa bacia hidrográfica habitam
uma em cada 10 espécies de peixes de água doce do mundo, mais da metade delas são endêmicas.
Ainda hoje, grande parte de seu território permanece inexplorado. Na Amazônia, uma nova espécie é
descrita à ciência a cada dois dias. Aos pés dos Andes e até o Atlântico, há cerca de 10 milhões de
anos, a região é o laboratório de biodiversidade do planeta. Além disso, esse ecossistema gigantesco,
capaz de gerar sua própria chuva, influencia o clima global e é um de nossos últimos freios de emergên-
cia diante das mudanças climáticas.

Mesmo assim, observamos sua destruição com indiferença. “A Amazônia é o refrigerador do planeta,
seu ar condicionado. Se a destruirmos, teremos consequências globais. Não temos consciência de
que todos fazem parte de um mesmo planeta. Tudo está interligado de modo que não conseguimos
entender”, explica Encarni Montoya, pesquisadora de Geociências Barcelona (GEO3BCN-CSIC) e uma
das integrantes do Painel Científico pela Amazônia, formado por mais de 200 especialistas.

Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/categorias/616071-os-perigos-globais-da-degradacao-da-amazonia. Acesso em: 28 nov. 2022 (adaptado).

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TEXTO III

Entre as principais causas do desmatamento da Amazônia, podem-se destacar a impunidade a crimes


ambientais, retrocessos em políticas ambientais, atividade pecuária, projetos de extração de madeira,
mineração, estímulo à grilagem de terras públicas e a retomada de grandes obras. Foram 55 milhões
de hectares derrubados entre 1990 e 2010, mais do que o dobro da Indonésia, o segundo colocado.
Segundo o relatório da RAISG (Rede de Informações Socioambientais Georreferenciadas da Amazônia),
a agropecuária é a causa de 84% do desmatamento da Amazônia. Cerca de 20% da floresta original já
foi colocada abaixo sem que benefícios significativos para os brasileiros e para o desenvolvimento da
região fossem gerados. Pelo contrário, os prejuízos são vários. A poluição gerada pelas queimadas, por
exemplo, causa mortes, aumento de casos de doenças respiratórias e alterações no clima regional, que
podem pôr em risco a produtividade no campo.

Disponível em: https://www.ecycle.com.br/desmatamento-da-amazonia/. Acesso em: 28 nov. 2022.

TEXTO IV

Amazônia: 2022 tem a pior marca da série histórica de alertas de desmate do Inpe (Instituto de Pes-
quisas Espaciais).

O índice se refere ao período de janeiro até outubro de 2022.

Disponível em: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2022/10/28/amazonia-2022-ja-tem-pior-marca-da-serie-historica-de-alertas-de-des-


mate-do-inpe.ghtml. Acesso em: 28 nov. 2022.

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12. DESAFIOS PARA A FORMAÇÃO EDUCACIONAL DE


JOVENS E ADULTOS NO BRASIL

TEXTO I

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é a modalidade de ensino destinada a garantir os direitos educa-
tivos dessa numerosa população com 15 anos ou mais que não teve acesso ou interrompeu os estudos
antes de concluir a Educação Básica. Conforme assinala a escritora Marta Kohl de Oliveira, no texto
“Jovens e Adultos como Sujeitos de Conhecimento e Aprendizagem” (1999), a modalidade não é defi-
nida propriamente pelo recorte etário ou geracional, e sim pela condição de exclusão socioeconômica,
cultural e educacional da parcela da população que constitui seu público-alvo.

As necessidades e condições de aprendizagem singulares desses jovens e adultos são reconhecidas


pela legislação, que prevê a oferta regular de ensino noturno, a contextualização do currículo e das
metodologias, e uma organização flexível, observado o princípio da aceleração de estudos e a possibi-
lidade de certificação por meio de exames.

Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/114/os-desafios-para-garantir-a-educacao-de-jovens-e-adultos Acesso em: 24 nov. 2022


(adaptado).

TEXTO II

A Educação de Jovens e Adultos (EJA), única maneira de recuperar a escolarização daqueles que tive-
ram que sair da escola na infância e na adolescência, passou de 3,5 milhões de matrículas em 2018
para 2,9 milhões em 2021, de acordo com o Censo Escolar. A modalidade perdeu mais de meio milhão
de estudantes, e muito disso se deve ao corte de verbas: em 2020 e 2021, a EJA recebeu os menores
investimentos governamentais desde o início do século XXI

— A EJA não pode ser um anexo, mas uma política pública efetiva no país. Para aprender, não tem
idade — avalia Lourival José Martins Filho, professor da Universidade do Estado de Santa Catarina e
presidente da Associação Brasileira de Alfabetização.

Disponível em: https://www.apufsc.org.br/2022/02/11/apos-tres-anos-de-queda-brusca-de-investimento-eja-perde-meio-milhao-de-estudantes-


-na-gestao-bolsonaro/ Acesso em: 24 nov. 2022 (adaptado)

TEXTO III

“Tive que sair da escola para sustentar a minha família”, conta Ademildo Teixeira. A última vez que ele
pisou em uma sala de aula foi aos 14 e só retornou 43 anos depois, aos 57, graças ao apoio que teve
das filhas, ambas professoras, para que voltasse a estudar.

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O que atraiu Ademildo de volta foi seu amor pelas palavras e a vontade de publicar um livro de poesias,
bem como uma maior estabilidade financeira. Ao final deste ano, Ademildo concluirá o Ensino Médio na
EJA do Instituto Federal de Goiás (IFG) e prestará vestibular para o curso de Letras.

Na EJA, é fundamental trabalhar levando em consideração a história de vida dos alunos, por meio de
muito diálogo e autonomia. “Temos que trabalhar com projetos, autoavaliação, trabalhos em grupo, por-
que provas não fazem muito sentido. Além disso, muitos vêm com trauma da avaliação, porque era o
momento em que repetiam de ano”, lembra Eva Chow, coordenadora de projetos do Centro Paula Souza.
Dona Eda Luiz, gestora do Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA) Campo Limpo,
também deixa sua recomendação:

“Essas pessoas buscam a escola para pertencer a um mundo que cobra muito, mas não oferece opor-
tunidades iguais. Então a escola tem que oferecer isso, além de respeito, escuta atenta, reconhecimen-
to de diferentes culturas, protagonismo, aprendizagem significativa e construção coletiva dos conheci-
mentos”, diz.

Disponível em: https://educacaointegral.org.br/reportagens/os-desafios-da-eja-para-incluir-quem-a-escola-abandonou/ Acesso em: 29 nov. 2022


(Adaptado)

TEXTO IV

Disponível em: https://porvir.org/no-pais-de-paulo-freire-eja-tem-corte-de-investiento-e-pouca-visibilidade/ Acesso em: 24 nov. 2022

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13. A PERSISTÊNCIA DO PRECONCEITO LINGUÍSTICO


NO BRASIL

TEXTO I

Preconceito Linguístico - Marcos Bagno

O preconceito, seja ele de que natureza for, é uma crença pessoal, uma postura individual diante do
outro. Qualquer pessoa pode achar que um modo de falar é mais bonito, mais feio, mais elegante, mais
rude do que outro. No entanto, quando essa postura se transforma em atitude, ela se torna discrimi-
nação e esta tem de ser alvo de denúncia e de combate. No caso da língua, é imprescindível que toda
cidadã e todo cidadão que frequenta a escola (pública ou privada) receba uma educação linguística crí-
tica e bem informada, na qual se mostre que todos os seres humanos são dotados das mesmíssimas
capacidades cognitivas e que todas as línguas e variedades linguísticas são instrumentos perfeitos
para dar conta de expressar e construir a experiência humana neste mundo.

Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=p6jX69l6pSoC&printsec=copyright#v=onepage&q&f=false Acesso em: 30 nov. 2022.

TEXTO II

Causas e tipos de preconceito linguístico


Preconceito socioeconômico:
Entre todas as causas, talvez seja a mais comum e a que traz consequências mais graves. Isso se deve
ao fato de membros das classes mais pobres, pelo acesso limitado à educação e cultura, geralmente,
dominarem apenas as variedades linguísticas mais informais e de menor prestígio.

Preconceito regional:
Junto ao socioeconômico, é uma das principais causas do preconceito linguístico. São comuns casos
de indivíduos que ocupam as regiões mais ricas do país manifestarem algum tipo de aversão ao sota-
que ou aos regionalismos típicos de áreas mais pobres.

Preconceito cultural:
No Brasil, há uma forte aversão por parte da elite intelectual à cultura de massa e às variedades lin-
guísticas por ela usadas. Isso fica evidente, por exemplo, na música, ao passo que, por muito tempo, o
sertanejo, o samba e o rap foram segregados no cenário cultural por serem oriundos de classes menos
favorecidas e/ou usarem linguagens informais (gírias, linguagem “caipira”, expressões regionais, etc.)

Racismo:
Infelizmente, no Brasil, elementos da cultura negra ainda são segregados por uma parcela da popula-
ção. Isso se reflete na linguagem, por exemplo, no significado de palavras de origem africana, como
“macumba”, que, no Brasil, é ligada a satanismo ou feitiçaria, mas, na verdade, é um instrumento de
percussão usado em cerimônias religiosas de origem africana.

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Homofobia:
É comum que gírias ou expressões sejam rotuladas como específicas da comunidade LGBT e, con-
sequentemente, repudiadas por aqueles que possuem aversão a esse grupo social. Basta se lembrar
da polêmica em torno de uma questão da prova do Enem de 2018 que versava sobre o pajubá (dialeto
criado pela comunidade LGBT).

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/portugues/preconceito-linguistico.htm Acesso em: 30 nov. 2022 (adaptado).

TEXTO III

“Como é que a gente fala?”, artigo escrito pela professora Carolina Lobrigato

Em minha prática pedagógica, sempre associei variação linguística à identidade, ao pertencimento, à


autoestima, à autoaceitação dos estudantes; por isso, abordá-la em sala de aula é aproximar-se dos
educandos e conhecê-los, valorizando a riqueza linguística que trazem, não desperdiçando esse mate-
rial extremamente relevante. Trata-se de uma oportunidade de responder aos questionamentos neces-
sários, mas que sempre vêm cheios de desmotivação “Ah … pra que eu tenho que aprender isso?”. É o
momento de se esclarecer a importância da comunicação, de enfatizar que um dos objetivos das aulas
de Língua Portuguesa é torná-los capazes de se comunicarem em diferentes situações, de acordo com
seu interlocutor – tanto oralmente como por escrito – , desde uma conversa informal com o colega a
um discurso de formatura, de uma mensagem de texto para o namorado ao envio de uma petição. É a
ocasião de explicar-lhes que, para que desenvolvam todas as habilidades de comunicação, é na escola
que terão acesso à norma padrão, e também é da escola que devem partir as reflexões e a conscientiza-
ção de que não se pode menosprezar nenhuma variação, pois todos os falares devem ser respeitados.

Disponível em: https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/como-e-que-a-gente-fala/ Acesso em: 10 nov. 2022 (adaptado).

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15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023 15 APOSTAS DE REDAÇÃO PARA O ENEM 2023

TEXTO IV

Disponível em: https://variasantos.wordpress.com/2015/11/05/charge-chico-benta-e-a-variacao-linguistica/ Acesso em: 10 dez. 2022.

14. A CRISE DO TRANSPORTE PÚBLICO NO BRASIL

TEXTO I

Conforme a Constituição Federal, em seu inciso V, artigo 30, os meios de transporte público são aque-
les gerenciados, primariamente, pelo poder público municipal ou por empresas privadas por meio do
regime de concessão ou de permissão. Como exemplos desse tipo de meio de transporte, é possível
mencionar metrô, ônibus e trem.

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É assegurado pela Constituição Federal de 1988, no seu 6.º artigo, que o transporte é um direito social.
A Carta Magna ainda dispõe de orientações quanto à administração desse serviço:
Art. 30. Compete aos Municípios:
V — organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos
de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

Disponível em https://summitmobilidade.estadao.com.br/compartilhando-o-caminho/transporte-publico-e-coletivo-existe-diferenca-entre-eles/
Acesso em 16 mai 2023.

TEXTO II

O transporte público está previsto no rol de direitos sociais da Constituição Federal, ou seja, é dever do
Estado garanti-lo, com qualidade, universalidade e continuidade. Contudo, a mobilidade, que deveria ser
um instrumento de conexão e aprofundamento da democracia, é hoje uma barreira social.

As pessoas se locomovem menos do que gostariam ou estão imóveis, por conta do alto custo e da
baixa qualidade do serviço. Com isso, são impedidas de ter acesso a direitos básicos - como educação,
saúde, trabalho e lazer - e aos espaços da cidade. Essa situação contribui para a exclusão socioespa-
cial e aprofundamento das desigualdades.

Ao mesmo tempo, o preço alto e a má qualidade expulsam os usuários do sistema, isso num contexto
de urgência climática em que deveríamos atrair mais passageiros para o transporte público e desincen-
tivar o uso do carro.

Disponível em https://pp.nexojornal.com.br/ponto-de-vista/2022/A-crise-do-transporte-p%C3%BAblico-no-Brasil-tem-solu%C3%A7%C3%A3o
Acesso em 16 mai 2023.

TEXTO III

Estudo encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) sugere serem necessários R$ 295
bilhões em investimentos, até 2042, na infraestrutura de mobilidade urbana das 15 principais regiões
metropolitanas do país.

Intitulado Mobilidade Urbana no Brasil: Marco Institucional e Propostas de Modernização, o estudo lista
também uma série de recomendações visando a ampliação e a modernização dos atuais sistemas de
mobilidade urbana.

Dos R$ 295 bilhões calculados pelo levantamento, R$ 271 bilhões teriam como destino a expansão
de linhas de metrô, o que possibilitaria “mais que dobrar” a extensão da malha atual. A ampliação das
estruturas de rede de trens seria destino de R$ 15 bilhões, e outros R$ 9 bilhões seriam investidos em
sistema de transporte rápido por ônibus.

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Segundo o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, o país “subinveste e subfinan-


cia o transporte coletivo”, além de privilegiar e subsidiar o transporte individual motorizado, “inclusive
na precificação dos combustíveis fósseis utilizados por automóveis e veículos individuais”.

Para chegar em “um nível de excelência”, as regiões metropolitanas brasileiras precisam superar a falta de
financiamento – fator apontado como “o maior gargalo para a expansão dos transportes urbanos no Brasil”.

Disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-05/brasil-precisa-investir-r-295-bilhoes-em-mobilidade-urbana-ate-2042 Aces-


so em 16 mai 2022.

TEXTO IV

Disponível em https://piaui.folha.uol.com.br/vida-que-se-perde-no-transporte-publico/ Acesso em 16 mai 2022.

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15. OS MAUS-TRATOS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES


NO BRASIL

TEXTO I

Negligência, violência física, sexual e emocional são formas de violações de direitos às quais crianças
e adolescentes são constantemente submetidos. “Nós podemos reunir essas quatro dimensões na
definição de maus-tratos – práticas de cuidado consideradas impróprias pela cultura, sempre dentro
de determinado período histórico e de determinada sociedade”, explica Niva Campos, psicóloga e su-
pervisora da Seção de Atendimento à Situação de Risco da Vara da Infância e da Juventude do Distrito
Federal (SEASIR/VIJ-DF).

Disponível em: https://www.tjdft.jus.br/informacoes/infancia-e-juventude/noticias-e-destaques/2021/maio/entenda-as-dimensoes-dos-maus-tra-


tos-contra-criancas . Acesso em: 22 maio 2023.

TEXTO II

Em abril de 1989, uma mulher moradora do estado da Virgínia, sul dos Estados Unidos, amarrou um
laço de cor azul à antena de seu carro com o objetivo de provocar um questionamento entre os mora-
dores locais. Bonnie W. Finney, após saber que os seus dois netos tinham sido vítimas de maus-tratos
até a morte por parte dos pais, tomou esta iniciativa como uma forma de amenizar a dor da perda. As
crianças apresentavam marcas de violência e manchas negras pelo corpo. O laço azul tornou-se um
símbolo de alerta na luta contra os maus-tratos a crianças e adolescentes.

Abril é o mês de combate e prevenção aos maus-tratos contra crianças e adolescentes. Em 25 de abril
é celebrado o dia internacional da luta pela erradicação desta forma de violência que atinge meninos e
meninas em todo o mundo.

Disponível em: https://www.fadc.org.br/noticias/abril-e-o-mes-de-combate-aos-maus-tratos-contra-criancas-e-adolescentes . Acesso em: 22 maio 2023.

TEXTO III

O Brasil registra 673 casos de violência contra crianças de até 6 anos por dia ou 28 a cada hora, e 84%
dessas agressões têm pais, padrastos, madrastas ou avós como suspeitos, segundo dados da Ouvi-
doria Nacional de Direitos Humanos, analisados em estudo produzido pelo comitê científico do Núcleo
Ciência pela Infância (NCPI).

Ainda segundo o estudo, crianças até 13 anos representam a maior parte das vítimas de estupro no
Brasil (61,3% do total de casos), segundo dados do Anuário Brasileiros de Segurança Pública. E a maior
parte das crianças vítimas de morte violenta intencional são meninos (59%) e crianças negras de am-
bos os gêneros (66%).

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cw8d5xl8p4eo . Acesso em: 22 maio 2023.

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TEXTO IV

Disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/violencia-infantil/. Acesso em: 23 maio 2023.

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www.mesalva.com
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