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DE POLÍTICAS PÚBLICAS
DE EDUCAÇÃO INFANTIL:
repercussões da matrícula obrigatória
na pré-escola em municípios do Rio Grande do Sul
Ariete Brusius
Camila Daniel
Maria Luiza Rodrigues Flores
ORGANIZADORAS
MONITORAMENTO
DE POLÍTICAS PÚBLICAS
DE EDUCAÇÃO INFANTIL:
repercussões da matrícula obrigatória
na pré-escola em municípios do Rio Grande do Sul
Ariete Brusius
Camila Daniel
Maria Luiza Rodrigues Flores
ORGANIZADORAS
Faculdade de Educação
Diretora: Liliane Ferrari Giordani
Vice-Diretora: Aline Lemos da Cunha Della Libera
180 p.
CDU 373.2
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – N.º de estabelecimentos escolares com matrículas na
educação infantil (Alvorada, 2010-2019)....................................................... 29
Figura 2 – Evolução de matrículas na creche e na pré-escola, por
dependência administrativa (Alvorada, 2010-2019)........................................ 30
Figura 3 – Alunos, taxa de atendimento bruta na educação infantil,
posição e vagas a criar (Alvorada, 2010-2012).............................................. 31
Figura 4 – Alunos, taxa de atendimento por idade, posição e vagas a criar
(Alvorada, 2013-2019)................................................................................. 32
Figura 5 – População infantil, alunos, taxa de atendimento por idade e
vagas a criar (Alvorada, 2010-2019)............................................................. 33
Figura 6 – N.º de estabelecimentos escolares com matrículas na
educação infantil (Canoas, 2010-2019)........................................................ 38
Figura 7 – Evolução de matrículas na creche e na pré-escola, por
dependência administrativa (Canoas, 2010-2019)......................................... 39
Figura 8 – Alunos, taxa de atendimento bruta na educação infantil,
posição e vagas a criar (Canoas, 2010-2012)............................................... 41
Figura 9 – Alunos, taxa de atendimento por idade, posição e vagas a criar
(Canoas, 2013-2019).................................................................................. 42
Figura 10 – População infantil, alunos, taxa de atendimento por idade e
vagas a criar (Canoas, 2010-2019)............................................................... 43
Figura 11 – N.º de estabelecimentos escolares com matrículas na
educação infantil (Gravataí, 2010-2019)....................................................... 48
Figura 12 – Evolução de matrículas na creche e na pré-escola, por
dependência administrativa (Gravataí, 2010-2019)........................................ 49
Figura 13 – Alunos, taxa de atendimento bruta na educação infantil,
posição e vagas a criar (Gravataí, 2010-2012)............................................... 51
Figura 14 – Alunos, taxa de atendimento por idade, posição e vagas a
criar (Gravataí, 2013-2019).......................................................................... 52
Figura 15 – População infantil, alunos, taxa de atendimento por idade e
vagas a criar (Gravataí, 2010-2019).............................................................. 53
Figura 16 – N.º de estabelecimentos escolares com matrículas na
educação infantil (Novo Hamburgo, 2010-2019)............................................ 60
Figura 17 – Evolução de matrículas na creche e na pré-escola, por
dependência administrativa (Novo Hamburgo, 2010-2019)............................. 61
v
Sumário
vi
Sumário
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Representatividade da rede pública municipal no total de
matrículas de pré-escola por tipologia de escola (2019)............................... 119
Gráfico 2 – Evolução da taxa de atendimento em creche nos municípios
da amostra (2010-2018)........................................................................... 130
Gráfico 3 – Evolução da taxa de atendimento na pré-escola nos
municípios da amostra (2010-2018)........................................................... 132
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Número de Matrículas por Segmento (creche) e por
Dependência Administrativa (2010; 2019).................................................. 101
Tabela 2 – Número de Matrículas por Segmento (pré-escola) e por
Dependência Administrativa (2010; 2019).................................................. 105
Tabela 3 – Evolução de matrículas na pré-escola para a dependência
administrativa municipal por tipologia de escola (2010-2019)...................... 115
Tabela 4 – Evolução de matrículas de pré-escola por duração da jornada
(parcial ou integral), na dependência administrativa municipal (2010-2019)... 120
Tabela 5 – Evolução da duração da jornada na pré-escola para a
dependência administrativa municipal (2011-2019)..................................... 122
Tabela 6 – Evolução da taxa de atendimento em creche nos municípios
da amostra – % (2010-2018)..................................................................... 129
Tabela 7 – Evolução da taxa de atendimento na pré-escola em municípios
da amostra – % (2010-2018)..................................................................... 131
Tabela 8 – Variação média (p.p.) da taxa de atendimento em creche e
pré-escola – nos municípios da amostra (2010-2018).................................. 133
vii
Sumário
viii
Sumário
MP – Ministério Público
NH – Novo Hamburgo
POA – Porto Alegre
PNE – Plano Nacional de Educação
PME – Plano Municipal de Educação
PMEI – Programa Municipal de Educação Infantil de Porto Alegre
PMPA – Prefeitura Municipal de Porto Alegre
PEE – Plano Estadual de Educação
PIB – Produto Interno Bruto
PME – Plano Municipal de Educação
p.p. – Pontos percentuais
Proinfância – Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de
Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil
RS – Rio Grande do Sul
RMPA – Região Metropolitana de Porto Alegre
SL – São Leopoldo
SEB – Secretaria da Educação Básica
SEDEP – Serviço de Expansão Descentralizada do Ensino Primário (NH)
SEREEI – Setor de Regularização dos Estabelecimentos de Educação
Infantil de Porto Alegre
SMED – Secretaria Municipal de Educação
SMSSS – Secretaria Municipal de Saúde e Serviço Social de Porto Alegre
TCE-RS – Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul
UFPR – Universidade Federal do Paraná
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
ix
Prefácio
1
BEISIEGEL, Celso de Rui. A Reforma e a qualidade do ensino. In: BEISIEGEL, Celso de Rui. A qua-
lidade do ensino na escola pública. Brasília: Líber Livro, 2006.
Prefácio
das cidades e, ainda, entre as crianças pobres e ricas, brancas e negras e em função
de suas idade: quanto menor a criança, menor o acesso à escola.
Sob a coordenação da Professora Doutora Maria Luiza Rodrigues Flores, a
Malu, o Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Políticas Públicas de Educação Infantil
(GEPPPEI), da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (Faced-UFRGS) desenvolveu a presente pesquisa, entre os anos de 2012 e
2018, por meio de monitoramento das taxas de atendimento da Educação Infan-
til e da análise das estratégias utilizadas pelo poder público municipal para dar
conta da obrigatoriedade da pré-escola e sua consequente universalização.
Os resultados evidenciados pelo estudo denotam implicações para a garantia
do acesso à Educação Infantil e, de modo mais amplo, para assegurar o direito à
uma educação pública e de qualidade para as crianças pequenas.
Ao criar turmas de pré-escola em estabelecimentos escolares que antes só aten-
diam ao Ensino Fundamental, os municípios deixam de atender às especificida-
des da Educação Infantil, na medida em que esta etapa educacional demanda
infraestrutura física, materiais pedagógicos e organização espaço-temporal dife-
renciados em relação às demais etapas da educação básica.
Também a ampliação de parcerias entre o poder público e instituições privadas
para dar conta do atendimento, na maioria das vezes, tem como consequência
uma educação de menor qualidade – como já assinalado por diversos estudos.2
Tais instituições, em linhas gerais, são as que menos investem na formação dos
professores/as, que oferecem condições mais precárias de atendimento e pouco se
apropriam das recomendações e concepções de Educação Infantil presentes em
normativas e documentos que norteiam a etapa, no Brasil.
A diminuição da jornada em creches e pré-escolas com o objetivo de acolher a
demanda foi outra evidência encontrada pelo estudo nos municípios analisados.
Tal ação incide diretamente sobre a qualidade da educação infantil ofertada para
as crianças, em especial, para aquelas em situação de maior vulnerabilidade so-
cial. E ainda, caminha na contramão do que prevê o PNE 2014-2024 e do que es-
tabelecem as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI):
o estímulo ao atendimento em tempo integral para todas as crianças.
Ao buscar implementar o estabelecido pelas normativas referentes à obriga-
toriedade de matrícula entre os quatro e os 17 anos, os municípios tendem a
cuidar mais da pré-escola em detrimento da creche, o que resulta na diminuição
de vagas neste segmento e, por consequência, no não atendimento às famílias
que optam ou necessitam colocar seus filhos na Educação Infantil, desde bebês.
De outro lado, ainda que a oferta dessa etapa educacional seja prioritariamente
dos municípios, é certo que os demais entes da federação precisam assumir sua
parcela de responsabilidade com a Educação Infantil, materializando o regime de
Ver: CAMPOS et al. (2010); PACÍFICO (2010); SUSIN (2010); BASSI (2011); CORREIA (2013); CRA-
2
11
Prefácio
12
Apresentação
14
Apresentação
15
Apresentação
Documentos produzidos pelo TCE-RS sobre a oferta de educação infantil no RS. Disponível em:
3
16
Apresentação
Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001. This study was financed in part
by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Finance
Code 001.
17
Apresentação
Faced/UFRGS.
18
Alguns pressupostos da
Pesquisa
do direito à educação das crianças de zero a seis anos e com a interação de alguns
fatores, tais como:
[...] o reconhecimento dos direitos sociais das crianças; os avanços dos estudos
e pesquisas, que, embora orientadas por diferentes perspectivas epistemológicas,
convergem na importância atribuída à educação nessa fase da vida; e os movimen-
tos sociais, em especial o de mulheres e da classe trabalhadora, que, necessitando
inserir-se nas atividades laborais, reivindicam junto ao Estado a oferta pública de
vagas em instituições de educação infantil (CAMPOS, Roselane, 2011, p. 217).
20
Maria Luiza Rodrigues Flores
[....] ainda que o avanço nesse atendimento tenha sido expressivo, constatou-se
um déficit de cobertura superior a 600 mil crianças de 4 e 5 anos. Os mais excluí-
dos são os sujeitos provenientes do estrato dos 25% mais pobres da população, de
raça/cor preta e residentes em áreas rurais, sobretudo nas regiões Norte e Centro-
-Oeste (ESTEVES, 2017, p. 102).
21
Alguns pressupostos da Pesquisa
22
Maria Luiza Rodrigues Flores
23
Alguns pressupostos da Pesquisa
24
PARTE 1
Análise de dados municipais
acerca da cobertura da
educação infantil
7
A primeira parte do texto apresentado nesta seção foi elaborada entre 2012 e 2018, durante o
período de desenvolvimento da Pesquisa Monitoramento de Políticas Públicas para a
Educação Infantil no Rio Grande do Sul: estudo sobre a implementação da Emenda
Constitucional 59/09 – obrigatoriedade de matrícula na pré-escola, com a contribuição
dos/as integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Política Pública de Educação Infantil
(GEPPPEI), constando trechos com conteúdo semelhante em relatórios e outras produções deste
coletivo. A nominata destes/as integrantes se encontra no Apêndice A desta obra. Para a elaboração
deste livro, continuamos nosso processo de pesquisa em grupo, realizando discussões e escritas co-
letivas de cada seção da Parte 1 e incluímos dados novos, atualizados a partir da última Radiografia
da Educação Infantil (TCE-RS, 2021) e de outras fontes.
Ver dados sobre população estimada pelo IBGE para 2021. Disponível em: https://cidades.ibge.
8
tração, variando entre 0 (Igualdade absoluta) e 1 (Desigualdade absoluta). Fonte: TCE-RS (2021b).
Mariane Vieira Gonçalves
27
1.1 Município de Alvorada
para 4ª série ou 5º ano; 3,9 para a 8ª série ou 9º ano; e de 3,0 para a 3ª série do
ensino médio. As metas projetadas para 2019 eram de 5,8, 4,7 e 3,0, respectiva-
mente (INEP, 2020).13 Observa-se, nesse caso, que o município alcançou apenas
a meta do ensino médio. No final dos anos 90, Virgínio (2000) chama a atenção
que, à época, já eram altos os índices de repetência e evasão, contribuindo para o
fracasso escolar e agravando as dificuldades do município.
Em 1999, a Câmara Municipal de Alvorada criou o Programa Municipal de
Educação Infantil, por meio da Lei Municipal nº 1.004, de 02 de agosto de 1999.
E, em 2012, determina através da Lei nº 2.511/12 normas para criação da Creche
Municipal no âmbito do município. Com o Programa Federal Pró-infância, até o
ano de 2012, foram cadastradas cinco creches, com previsão de construção nos
seguintes bairros: 11 de Abril, Jardim Algarve, Umbu, Jardim Alvorada e Salomé
(UFRGS, 2016, p. 23). Segundo Papi (2009), os municípios com menos recursos
próprios precisam ser beneficiados com as políticas públicas coordenadas e fi-
nanciadas pela instância federal; nesse sentido, para Alvorada, o conveniamento
com o FNDE para construção de novas unidades vinculadas ao Programa Federal
Pró-infância torna-se uma política pública essencial.
13
Fonte: INEP. Disponível em: http://ideb.inep.gov.br. Acesso em: 08 abr. 2022.
28
Mariane Vieira Gonçalves
29
1.1 Município de Alvorada
fia de Alvorada (TCE-RS, 2021b, p. 6), com base nos dados do Censo Escolar para
a série histórica 2010-2019:
30
Mariane Vieira Gonçalves
sentados. A terceira tabela (Figura nº 5), por sua vez, apresenta a série histórica
completa, de 2010 a 2019, com base na Estimativa Populacional do DEE/SEPLAG/
RS (2018).14
Em função disso, apresentaremos cada uma das tabelas citadas em separado, a
seguir. Quanto aos dados em relação à evolução do número de dematrículas em
creche e pré-escola, taxa de atendimento bruta na educação infantil, posição e
vagas a criar no Município de Alvorada, observemos a Figura 3, extraída da Radio-
grafia de Alvorada (TCE-RS, 2021b, p. 6) com dados da estimativa populacional
do DATASUS para o ano de 2012:
A partir dos dados da Figura 3, fica evidenciado que houve redução na taxa
de atendimento bruta na creche, no período analisado, passando de 5,79%, em
2010, para 5,07% em 2012, ano em que o município necessitava criar 5.361 vagas
para a creche no final desta série histórica.
Referente à taxa de atendimento bruta na pré-escola, houve aumento, passan-
do de 11,12%, em 2010, e chegando a 18,70%, em 2012, quando o município
necessitava criar 4.883 vagas para esta subetapa, ocupando a posição estadual de
495ª em taxa de atendimento para toda a educação infantil. Até o ano final da
análise apresentada na Figura 3, percebe-se que os percentuais tanto para a creche
como para a pré-escola estavam abaixo do previsto no PNE 2001-2011.
Os dados em relação à evolução do número de matrículas em creche e pré-es-
cola, taxa de atendimento por idade, posição e vagas a criar, são apresentados na
Figura 4, extraída da Radiografia de Alvorada (TCE-RS, 2021, p. 7), considerando
dados da Estimativa Populacional do DATASUS para o período de 2013-2019:
O estudo de Flores; Bonneau e Brusius (2020) aborda esta questão da inconsistência de fontes
14
31
1.1 Município de Alvorada
FIGURA 4 – Alunos, taxa de atendimento por idade, posição e vagas a criar (Alvorada,
2013-2019)
A trajetória das políticas de educação infantil mostrou que Alvorada realizou ofer-
ta de vagas a partir da parceria entre o setor público e o privado por meio de con-
veniamentos e da criação de turmas de pré-escola nas escolas municipais de ensino
fundamental. Porém, estes movimentos foram insuficientes para gerar oferta da
educação infantil na direção da universalização da pré-escola, como exigem as leis
vigentes (FLORES; GONÇALVES, 2017, p. 257).
32
Mariane Vieira Gonçalves
FIGURA 5 – População infantil, alunos, taxa de atendimento por idade e vagas a criar
(Alvorada, 2010-2019)
para o ano de 2018, neste estudo, para fins de análise da taxa de atendimento e das vagas a criar
de acordo com o PNE, optamos por considerar apenas os dados correspondentes ao ano de 2018,
último ano de nossa Pesquisa.
33
1.1 Município de Alvorada
Mesmo não havendo atualização da Estimativa Populacional, cabe destacar que segundo os da-
16
dos presentes nas colunas referentes a alunos na tabela acima indicada, o município de Alvorada
aumentou a oferta de vagas na creche em 78 matrículas e na Pré-escola, em 480, considerados os
dados do censo escolar de 2019.
34
1.2
Município de Canoas17
A primeira parte do texto apresentado nesta seção foi elaborada entre 2012 e 2018, durante
17
tração, variando entre 0 (Igualdade absoluta) e 1 (Desigualdade absoluta). Fonte: TCE-RS (2021c).
1.2 Município de Canoas
36
Denise Madeira de Castro e Silva
com meta projetada de 3,5 para o ano de 2021 (INEP, 2021).24 Observa-se que o
município apenas supera a meta para o ensino médio.
As creches do município tiveram sua fundação na década de 1980 e faziam
parte da Secretaria da Saúde e Assistência Social, tendo como órgão responsável
o Centro do Bem-Estar do Menor (CEBEM). A partir de 1999, a oferta do atendi-
mento às crianças passou à Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto,
atendendo a nova Ldben, nº 9.394/96 (BRASIL, 1996). No ano 2000, as 27 creches
municipais passaram a ser designadas como Escolas Municipais de Educação In-
fantil (EMEIs), segundo Bonneau (2016).
Com a criação das EMEIs, várias mudanças de cunho pedagógico foram obser-
vadas, como a construção dos projetos pedagógicos, o incentivo para a partici-
pação das famílias e, ainda, a forma de avaliação das crianças por intermédio de
pareceres sobre o seu desenvolvimento. No ano de 2005, houve a criação do cargo
de professor de educação infantil. A Lei nº 4.598/2001 estabeleceu o ingresso de
“crianças carentes” nas EMEIs de Canoas, estabelecendo o mês de outubro para
a abertura de edital, de acordo com as vagas disponíveis, sendo que o preenchi-
mento das vagas se dava por sorteio público (BONNEAU, 2016).
De acordo com Bonneau (2016), muitas crianças de zero a cinco anos ficavam
de fora do acesso às vagas disponibilizadas pela Secretaria de Educação. A partir
de 2011, a oferta de educação infantil no município se dá unicamente em duas
dependências administrativas: municipal ou privada. No grupo que compõe as
instituições privadas, encontram-se aquelas tipificadas como filantrópicas, con-
fessionais, privadas particulares e conveniadas.
24
Fonte: INEP. Disponível em: http://ideb.inep.gov.br. Acesso em: 21 fev. 2022.
37
1.2 Município de Canoas
38
Denise Madeira de Castro e Silva
39
1.2 Município de Canoas
O estudo de Flores; Bonneau; Brusius (2020) aborda esta questão da inconsistência de fontes
25
40
Denise Madeira de Castro e Silva
41
1.2 Município de Canoas
FIGURA 9 – Alunos, taxa de atendimento por idade, posição e vagas a criar (Canoas, 2013-
2019)
42
Denise Madeira de Castro e Silva
destaca que esta inclusão das crianças de quatro e cinco anos não pode significar
a diminuição de direitos a outros públicos, como é o caso da creche, única faixa
etária da educação básica que ficou de fora da compulsoriedade escolar. No caso
de Canoas, podemos destacar que houve maior ampliação da oferta de atendi-
mento para a faixa etária de pré-escola em relação à creche no período analisado.
A Figura 10, a seguir, apresenta a terceira tabela organizada pelo TCE-RS
(2021c, p. 7) com base nos censos escolares, para o período entre 2013 e 2019,
utilizando a informação sobre a população infantil pelos agrupamentos etários de
zero a três anos e de quatro e cinco anos, com base na Estimativa Populacional do
DEE/SEPLAG, atualizada para o ano de 2018:
FIGURA 10 – População infantil, alunos, taxa de atendimento por idade e vagas a criar
(Canoas, 2010-2019)
para o ano de 2018, neste estudo, para fins de análise da taxa de atendimento e das vagas a criar
de acordo com o PNE, optamos por considerar apenas os dados correspondentes ao ano de 2018,
sendo este, também, o último ano da Pesquisa aqui apresentada.
43
1.2 Município de Canoas
Mesmo não havendo atualização da Estimativa Populacional, cabe destacar, a fim de evidenciar
27
a evolução do número de matrículas que, segundo os dados apresentados nas colunas referentes a
alunos na tabela do TCE-RS aqui em questão (Figura 10), na linha correspondente ao ano de 2019,
o município de Canoas aumentou o número de matrículas na creche em 590, enquanto na pré-es-
cola, houve aumento de 88 matrículas, considerados os dados do censo escolar para aquele ano.
44
1.3
Município de Gravataí28
A primeira parte do texto apresentado nesta seção foi elaborada entre 2012 e 2018, durante o
28
tração, variando entre 0 (Igualdade absoluta) e 1 (Desigualdade absoluta). Fonte: TCE-RS (2021d).
1.3 Município de Gravataí
quanto mais próximo de 1, mais alto seria o desenvolvimento humano de um município. O IDHM
brasileiro segue as mesmas três dimensões do IDH global – saúde/longevidade, educação e renda.
Disponível em: http://atlasbrasil.org.br/acervo/atlas. Acesso em: 06 fev. 2022.
Fonte: IBGE Cidades. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/Gravataí/panorama.
33
46
Denise Madeira de Castro e Silva
com meta projetada de 3,5 para o ano de 2021 (INEP, 2021)35, evidenciando-se
que houve alcance da meta projetada apenas em relação ao ensino médio.
Em relação ao atendimento às crianças de até seis anos, em pesquisa realiza-
da sobre a educação infantil, Oliveira (2014) afirma que Gravataí, desde os anos
1980, buscou garantir a oferta de vagas para o atendimento das crianças desta fai-
xa etária por intermédio de conveniamentos com a iniciativa privada. Assim, até
o ano de 2013, o atendimento das crianças de zero a cinco anos se dava priorita-
riamente nas chamadas Escolas Comunitárias de Educação Infantil (ECEI). Para o
alcance da ampliação do atendimento da educação infantil, o município buscou
financiamento com o Governo Federal, para receber recursos do Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) vinculados ao Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC II), realizando convênios para a construção de novas esco-
las do Programa Proinfância (OLIVEIRA, 2014).
Em relação às condições de trabalho das coordenadoras pedagógicas que atua-
vam nas instituições conveniadas, Oliveira (2014) destacou tendência à terceiriza-
ção, salário abaixo do piso nacional, alta rotatividade, precarização com desvalo-
rização da atividade e falta de formação continuada a essas profissionais, que são
as responsáveis pela organização do trabalho cotidiano nas escolas de educação
infantil. Brusius, Flores e Silva (2020) afirmaram que:
35
Fonte: INEP. Disponível em: http://ideb.inep.gov.br. Acesso em: 09 fev. 2022.
47
1.3 Município de Gravataí
48
Denise Madeira de Castro e Silva
49
1.3 Município de Gravataí
para o caso de Gravataí que, neste grupo, de acordo com dados do LDE/UFPR
(2021), encontram-se lançadas as matrículas advindas de vagas de convênios esta-
belecidos com um conjunto de instituições privadas e não exclusivamente àque-
las referentes às instituições privadas particulares.
Em relação à creche, na dependência administrativa municipal, a série histó-
rica inicia em 2010 com 267, chegando, em 2019, a 619, revelando um significa-
tivo aumento de matrículas. Já na dependência administrativa privada, temos os
valores de 417 e 1.574, respectivamente, no início e no fim da série histórica ana-
lisada, indicando também um considerável aumento de matrículas neste setor.
Percebemos que o aumento no número de matrículas na creche foi impulsionada
pelo setor privado de educação.
No que tange às matrículas totais da pré-escola, houve aumento mais signi-
ficativo do que o ocorrido na creche, partindo de 2.475 matrículas, em 2010, e
chegando a 5.680, em 2019. Observa-se que, a partir de 2011, as matrículas em
instituições estaduais deixam de existir, sendo o aumento havido alavancado pe-
las instituições municipais e privadas.
Em relação à pré-escola, na dependência administrativa municipal, a série
histórica inicia, em 2010, com 1.174 matrículas, chegando, em 2019, a 3.236,
revelando um significativo aumento. Já na dependência administrativa privada,
temos os valores de 1.217 e 2.444, respectivamente, no início e no fim da série
histórica, indicando, também, um considerável aumento de matrículas neste se-
tor. Evidencia-se que o aumento no número de matrículas na pré-escola foi im-
pulsionado tanto pelas matrículas na rede municipal como no setor privado de
educação, com maior expressão para o primeiro deles.
Brusius, Flores e Silva (2020) já observavam em estudo anterior a redução ou
suspensão de matrículas na pré-escola na Rede Estadual de Ensino do RS, alertan-
do para o fato de que:
50
Denise Madeira de Castro e Silva
infantil, com base no Censo do IBGE (2010); a segunda, apresenta taxa de aten-
dimento por idade, com base no DATASUS (2012); e a terceira apresenta a taxa de
atendimento por idade com base na Estimativa Populacional do DEE/SEPLAG/RS,
revisada para 2018.36
Em função desses aspectos, que se desdobram em diferentes resultados, apre-
sentaremos, a seguir, cada uma das tabelas citadas tratando seus dados em separa-
do. A Figura 13 apresenta dados sobre alunos com base no Censo Escolar, taxa de
atendimento bruta na educação infantil com base na Estimativa Populacional do
DATASUS (2012), posição e vagas a criar para os anos entre 2010 e 2012, conside-
rando como indicador a Meta 1 do PNE (2001-2010):
O estudo de Flores, Bonneau e Brusius (2020) aborda tematiza sobre os desafios para a realização
36
de pesquisas longitudinais relativas ao acesso à educação infantil, uma vez que as fontes de dados
não se mantêm ao longo da série histórica, o que dificulta o próprio monitoramento das metas
educacionais de acesso, equidade e qualidade.
51
1.3 Município de Gravataí
FIGURA 14 – Alunos, taxa de atendimento por idade, posição e vagas a criar (Gravataí,
2013-2019)
A partir dos dados da Figura 14, fica evidenciado que, no período analisado,
em relação à taxa de atendimento por idade, para a população de zero a três
anos, houve um aumento, passando de 9,34%, em 2013, para 16,92% em 2019,
quando o município necessitava criar 4.552 vagas para a faixa etária. Destacamos
aqui o baixo percentual de atendimento para as crianças de zero a três anos, não
atingindo a meta prevista de atendimento de, no mínimo, 50% para esta faixa
etária e, ainda, concluindo a série histórica com menos matrículas do que o nú-
mero apresentado, em 2018 e, portanto, apresentando uma taxa de atendimento
também inferior.
Observa-se que mesmo com a manutenção da população estimada para a idade
em patamares de 2012, ao final do período, havia um percentual de atendimento
abaixo de 20% para as crianças de zero a três anos, com reduzida probabilidade de
alcance da meta prevista para esta faixa etária, até 2024, como determina o atual
PNE 2014-2024.
No que tange à taxa de atendimento por idade na pré-escola, houve aumento
mais significativo do que o ocorrido na creche, passando de 40,00%, em 2013, a
77,29%, em 2019, quando o município necessitava criar 1.642 vagas para alcan-
çar a meta do PNE 2014-2024, ano em que ocupava a posição estadual de 459ª em
termos de taxa de atendimento para toda a educação infantil.
Ao longo da série histórica, observa-se uma pequena melhora na posição esta-
dual, em função da diminuição constante do número de vagas a criar, com maior
destaque para a pré-escola. Cabe observar que, apesar dos avanços apresentados,
até o último ano da série histórica aqui analisada, este município não havia uni-
versalizado a pré-escola, tal como previsto nas legislações em vigor, cujo prazo
limite era o ano de 2016 como determinou o PNE.
A Figura 15, a seguir, apresenta a terceira tabela organizada pelo TCE-RS
(2021d, p. 7), com base nos censos escolares, para o período entre 2013 e 2019,
utilizando a informação sobre a população infantil pelos agrupamentos etários de
52
Denise Madeira de Castro e Silva
zero a três anos e de quatro e cinco anos, com base na Estimativa Populacional do
DEE/SEPLAG, atualizada para o ano de 201837:
FIGURA 15 – População infantil, alunos, taxa de atendimento por idade e vagas a criar
(Gravataí, 2010-2019)
para o ano de 2018, neste estudo, para fins de análise da taxa de atendimento e das vagas a criar
de acordo com o PNE, optamos por considerar apenas os dados correspondentes ao ano de 2018,
sendo este, também, o último ano da Pesquisa aqui apresentada.
53
1.3 Município de Gravataí
Cabe destacar que, segundo os dados do Censo Escolar presentes nas colunas referentes a alu-
38
nos na Figura 15, na linha correspondente ao ano de 2019, o Município de Gravataí ainda teria
diminuído o número de matrículas para crianças de até três anos, enquanto, para a faixa de quatro
e cinco anos, houve aumento de 305 matrículas.
54
1.4
Município de Novo
Hamburgo39
Ariete Brusius
A primeira parte do texto apresentado nesta seção foi elaborada entre 2012 e 2018, durante
39
https://portalnovo.tce.rs.gov.br/repo/misc/estudos_pesquisas/educacao_infantil/2021/4313409.
pdf. Acesso em: 20 dez. 2021.
O Coeficiente de Gini mede o grau de concentração da renda: quanto mais alto, maior a concen-
42
tração, variando entre 0 (Igualdade absoluta) a 1 (Desigualdade absoluta). Fonte: TCE-RS (2021e).
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é um número que varia entre 0 e 1 e
43
56
Ariete Brusius
Escola e igreja surgiram em conjunto, lado a lado, nas áreas coloniais. O fato de
significativa parcela de imigrantes ser protestante teve profundas implicações cul-
turais, pois os ideais da Reforma que penetraram nas regiões coloniais concebiam
a educação como um direito inalienável dos seres humanos (NOVO HAMBURGO,
2015, p. 8-9).
br/a/rs/n/novo-hamburgo/lei-ordinaria/2015/282/2823/lei-ordinaria-n-2823-2015-aprova-e-insti-
tui-o-plano-municipal-de-educacao-e-da-outras-providencias. Acesso em: 20 fev. 2022.
Fonte: IBGE Cidades. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/novo-hamburgo/pano-
45
57
1.4 Município de Novo Hamburgo
3,36% %46, apresentando uma redução em relação ao ano 2000, quando esta taxa
estava em 5,01% (DEE/SEPLAG-RS, 2021).
O índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) observado na rede
pública de Novo Hamburgo, em 2019, foi abaixo da meta indicada para todos
os anos/séries: 6,2, para a 4ª série ou 5º ano, enquanto a meta projetada era de
6,3; para a 8ª série ou 9º ano, o resultado foi 4,5, para uma meta projetada de 5,3;
enquanto, para a 3ª série do Ensino Médio, o IDEB observado foi 4,5, com meta
projetada de 4,7 para o ano de 2021 (INEP, 2021).47
De acordo com o LDE/UFPR48, e com base nos dados censitários do INEP de
2020, Novo Hamburgo possuía 115 escolas que atendiam à Educação Infantil,
registrando 10.128 vagas para crianças de zero a cinco anos49 em 84 escolas muni-
cipais, sendo 37 Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI) e 47 Escolas Mu-
nicipais de Ensino Fundamental (EMEF). Segundo sítio da Prefeitura Municipal,
no ano de 2021, o Conselho Municipal de Educação (CME) exarou indicação50
atualizando a nomenclatura das escolas de ensino fundamental que atendem
também à educação infantil para Escolas Municipais de Educação Básica (EMEB).
O município conta também com 30 escolas de educação infantil da rede priva-
da que atendem crianças de zero a cinco anos de idade.
Segundo o “1º relatório de avaliação do Plano Municipal de Educação de Novo
Hamburgo”, elaborado pelo Fórum Municipal de Educação de NH que analisa os
anos de 2016 a 2017 (FME/NH, 2021)51, o município atende toda a demanda ma-
nifesta na pré-escola, uma vez que não há registro de crianças excedentes ou em
Fonte: DEE Dados, com base nos dados do Censo do IBGE. Disponível em: http://deedados.pla-
46
completar até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula, nos termos da Lei e das nor-
mas nacionais vigentes, portanto, as crianças que completarem 6 (seis) anos após essa data devem
ser matriculadas na Educação Infantil, na etapa da pré-escola.
50
Indicação CME/NH N.º 04 de 21/10/2021, que orienta o Sistema Municipal de Ensino sobre a
atualização da nomenclatura correta das escolas. Disponível em: https://novohamburgo.rs.gov.br/
sites/pmnh/files/conselho_doc/2021/Indica%C3%A7%C3%A3o%20CME%2004_2021%20-%20
Nomenclatura%20das%20Escolas.pdf. Acesso em: 02 fev. 2022.
51
1º Relatório de avaliação do Plano Municipal de Educação de NH – PME/NH anos 2016 – 2017.
Disponível em: file:///C:/Users/Ariete/Downloads/1%C2%BA%20Relat%C3%B3rio%20de%20Ava-
lia%C3%A7%C3%A3o%20PMENH%20(1).pdf. Acesso em: 20 fev. 2022.
58
Ariete Brusius
lista de espera por uma vaga na pré-escola das escolas municipais ou das escolas
privadas, no período avaliado.52
Contudo, cabe destacar, que a inexistência da chamada “lista de espera” não se constitui em
52
prova final relativa ao atendimento universal à faixa etária pré-escolar; outros mecanismos indi-
cados nas estratégias do PNE, tais como a busca ativa escolar, precisariam ser utilizados para uma
afirmação mais fidedigna nesse sentido.
59
1.4 Município de Novo Hamburgo
60
Ariete Brusius
61
1.4 Município de Novo Hamburgo
O estudo de Flores, Bonneau, Seixas e Brusius (2020) aborda esta questão da inconsistência de
53
fontes ao tematizar sobre os desafios para a realização de pesquisas longitudinais relativas ao acesso
à Educação Infantil, uma vez que as fontes de dados não se mantêm constantes ao longo da série
histórica, o que dificulta o próprio monitoramento das metas educacionais em termos de acesso,
equidade e qualidade.
62
Ariete Brusius
A partir dos dados da Figura 18, entre 2010 e 2012, fica evidenciado um au-
mento no número de matrículas na creche, mas na pré-escola, ao contrário, veri-
fica-se uma diminuição do número de alunos, em 2011, seguido de um aumento
em 2012. Quanto ao número de vagas a criar com vistas ao alcance da meta do
PNE vigente à época, foram registradas na creche, 3.803 vagas a criar em 2012,
sendo a taxa de atendimento no período de 16,12%, em 2010, 16,81%, em 2011
e 17,80% em 2012.
Referente à taxa de atendimento na pré-escola, houve aumento um pouco
mais significativo do que o ocorrido na creche, passando de 67,22%, em 2010 e
chegando a 70,60%, em 2012. Assim, o Município necessitava criar 1.773 vagas
em 2012 para a pré-escola a fim de atender a meta do PNE 2001-2010. Em relação
a posição quanto à taxa de atendimento para toda a educação infantil, Novo
Hamburgo, em 2010, ocupava a 303ª posição estadual.
Até o ano final da análise proposta pela Figura 18, verifica-se que os percentu-
ais, tanto para a creche como para a pré-escola estavam abaixo do previsto no PNE
2001-2011. Os municípios, de acordo com Daniel et al. (2018), foram aumentando
de forma mais acelerada a oferta de vagas, sobretudo para a pré-escola, quando se
aproximava o teto do prazo para o cumprimento de sua universalização.
A Figura 19, a seguir, apresenta uma tabela organizada pelo TCE-RS com
base nos censos escolares, utilizando a informação sobre a população infantil
pelos agrupamentos etários de zero a três anos e de quatro e cinco anos, com
base na Estimativa Populacional do DATASUS de 2012, para o período entre
2013 e 2019:
FIGURA 19 – Alunos, taxa de atendimento por idade, posição e vagas a criar (Novo
Hamburgo, 2013-2019)
A partir dos dados da Figura 19, que se constituem a partir da população esti-
mada pelo DATASUS, em 2012, a qual foi mantida até o final da série histórica,
ficam evidenciados de forma praticamente ininterrupta o aumento da taxa de
atendimento por idade para zero a três anos, no período entre 2013 e 2019, pas-
sando de 24,28%, em 2013, para 38,13%, em 2019. Com base nestes dados, o
63
1.4 Município de Novo Hamburgo
Município de NH necessitava criar 1.402 vagas, em 2019, para este grupo etário.
Destacamos aqui o baixo percentual de atendimento para as crianças de zero a
três anos, e a reduzida probabilidade de alcance da meta para esta faixa etária, que
é de 50%, no mínimo, até 2024, como determina o atual PNE 2014-2024, manti-
da a variação percentual observada no período.
Quanto à taxa de atendimento por idade para quatro e cinco anos, houve
aumento mais significativo do que o ocorrido no segmento zero a três, pas-
sando de 68,57%, em 2013, para 94,59%, em 2019. Assim, o município neces-
sitava criar 326 vagas em 2019 para a pré-escola, último ano da série histórica
aqui apresentada, precisando aumentar a taxa de atendimento em 5,41% para
alcançar a universalização da pré-escola. De acordo com a tabela em análise, a
posição estadual do município em termos de taxa de atendimento para toda a
educação infantil melhorou na série histórica, passando da 308ª posição para a
288ª em 2019.
No Diagnóstico da Educação Municipal – RS (TCE-RS, 2021e), identificamos
que Novo Hamburgo está posicionado como o 12º município do Estado do RS
com o maior número de vagas a serem criadas, dentre os 15 mais distantes do
alcance do percentual de atendimento a 50% das crianças de zero a três anos,
como prevê o PNE 2014-2024. São 1.514 vagas faltantes para o alcance de 50%
de atendimento para uma população estimada de 11.810 de crianças de zero a
três anos (RS, TCE-RS, 2021e, p. 19-20). Bortolini, Flores e Fraga (2017), escla-
recem que há um desestímulo à ampliação da oferta de vagas para as crianças
da creche, devido à falta de recursos próprios para o atendimento a essa faixa
etária em alguns municípios e à pressão para a efetivação da obrigatoriedade da
pré-escola.
A Figura 20, a seguir, apresenta a terceira tabela organizada pelo TCE-RS com
base nos censos escolares, para o período entre 2010 e 2019, utilizando a infor-
mação sobre a população infantil pelos agrupamentos etários de zero a três anos
e de quatro e cinco anos, agora, com base na Estimativa Populacional do DEE/
SEPLAG-RS, revisada para o ano de 201854:
para o ano de 2018, neste estudo, para fins de análise da taxa de atendimento e das vagas a criar
de acordo com o PNE, optamos por explorar apenas os dados correspondentes ao ano de 2018.
Reafirmamos, mais uma vez, a dificuldade existente para a realização de pesquisas longitudinais
acerca do atendimento à educação infantil, desde uma mesma fonte, quando se considera os dados
populacionais.
64
Ariete Brusius
FIGURA 20 – População infantil, alunos, taxa de atendimento por idade e vagas a criar
(Novo Hamburgo, 2010-2019)
Mesmo não havendo atualização da Estimativa Populacional para 2019, cabe destacar, a fim de
55
evidenciar a evolução do número de matrículas que, segundo os dados do censo escolar para aquele
ano, apresentados nas colunas referentes a alunos na tabela do TCE-RS aqui em questão (Figura
25), na linha correspondente ao ano de 2019, o município de NH teria aumentado em quase 500 o
número de matrículas na creche, enquanto na pré-escola, o aumento não chegou a 200 matrículas,
a mais, em relação ao ano anterior.
65
1.4 Município de Novo Hamburgo
-se-ia em 90,62%, tendo avançado 27,6 p.p. em oito anos, constatando-se que,
até aquele ano, Novo Hamburgo, embora houvesse realizado uma ampliação im-
portante do atendimento, não havia, ainda, alcançado o cumprimento da meta
nacional de universalizar o acesso à pré-escola, ratificada no próprio Plano Mu-
nicipal de Educação (PME), instituído pela Lei nº 2823, de 24 de junho de 2015.
Colocando em relação os percentuais de atendimento para a creche e para
a pré-escola na série histórica apresentada na Figura 20, podemos verificar que
houve maior avanço no percentual relativo à pré-escola em relação à creche, uma
das possíveis consequências da obrigatoriedade da matrícula pré-escolar, já apon-
tadas na literatura, tema que será analisado mais adiante neste livro (CAMPOS,
2010; FLORES; SANTOS; KLEMANN, 2010). De acordo com a projeção do TCE-RS,
a taxa de atendimento para a educação infantil de NH consta como estando em
50,88 no ano de 2018, com variação pequena em relação aos anos anteriores, o
que reforça a necessidade de maior investimento para a ampliação do atendimen-
to às crianças da creche.
66
1.5
Município de Porto Alegre56
A primeira parte do texto apresentado nesta seção foi elaborada entre 2012 e 2018, durante o perí-
56
O Coeficiente de Gini mede o grau de concentração da renda: quanto mais alto, maior a concen-
59
tração, variando entre 0 (Igualdade absoluta) e 1 (Desigualdade absoluta). Fonte: TCE-RS (2021f).
O IDHM é um número que varia entre 0 (zero) e 1(um). Quanto mais próximo de 1(um), maior
60
seria o desenvolvimento humano de um município. O IDHM brasileiro segue as mesmas três di-
mensões do IDH global – longevidade, educação e renda. Disponível em: http://atlasbrasil.org.br/
acervo/atlas. Acesso em: 20 maio 2022.
Fonte: IBGE Cidades. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/porto-alegre/panora-
61
68
Camila Daniel e Maria Luiza Rodrigues Flores
do Ensino Médio, o IDEB observado foi de 3,8, com meta projetada de 4,0 para o
ano de 2021 (INEP, 2021)63, apresentando, portanto, todos os indicadores abaixo
da meta indicada.
Em relação ao atendimento às crianças de até seis anos, já no início do sécu-
lo passado, monitores da então Secretaria Municipal de Saúde e Serviço Social
(SMSSS) realizavam atividades de recreação dirigidas a crianças pequenas nas pra-
ças da cidade. Na década de 40, a Prefeitura inicia a criação de Jardins de Infância
em algumas praças da cidade, com uma proposta inspirada em Fröebel, atenden-
do a crianças de 4 a 6 anos, em meio período. Na década de 60, são abertas turmas
de Jardim nas, então chamadas, escolas primárias municipais. Acompanhando
o crescimento demográfico na periferia da cidade e o crescente movimento de
entrada das mulheres no mercado de trabalho, na década de 80, a Prefeitura Mu-
nicipal constrói creches ligadas administrativamente à SMSSS (FLORES, 2007).
Em 1991, foi criado o Programa Municipal de Educação Infantil de Porto Ale-
gre (PMEI), transferindo a administração das sete creches existentes para a Secre-
taria Municipal de Educação (SMED), passando estas a serem designadas como
Escolas Municipais Infantis (EMEIs), com indicação de equipe diretiva e nomea-
ção de professoras concursadas que assumiram a coordenação das atividades pe-
dagógicas em todos os grupos etários, desde os berçários (FLORES, 2007).
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu como competência municipal
prioritária a oferta de educação para crianças de zero a seis anos e, em 1996,
com a aprovação da Lei nº 9.394/96 (Ldben), o atendimento à educação infantil
foi reconhecido como primeira etapa da educação básica. No que tange a este
atendimento, a partir de 1998, a SMED/POA, assumindo a responsabilidade de
administradora do Sistema Municipal de Ensino, passa a orientar, supervisionar
e fiscalizar todas as instituições integrantes do Sistema, quais sejam, as públicas
municipais e as privadas que atendem exclusivamente a esta faixa etária. O Setor
de Regularização dos Estabelecimentos de Educação Infantil (SEREEI) foi criado
no ano de 2001, com a função de orientar a abertura e a regularização das institui-
ções, acolher e encaminhar denúncias e articular e elaborar políticas para a área
(FLORES, 2007).
De acordo com o site institucional, a SMED/POA oferece vagas para as crian-
ças de até cinco anos na rede própria em escolas infantis (EMEIs), em jardins de
praça e em escolas que eram exclusivamente de ensino fundamental, as quais,
ao longo dos últimos anos, passaram a ofertar turmas da faixa etária de qua-
tro e cinco anos. Além das vagas próprias, o município mantém parcerias com
instituições privadas (comunitárias, beneficentes, confessionais e particulares).
De acordo com informações no site da mantenedora (s/d), a Rede Municipal
de Ensino de Porto Alegre contaria, com 35 Escolas Municipais de Educação
Infantil (atendimento em tempo integral), sete Escolas Municipais de Educação
63
Fonte: INEP. Disponível em: http://ideb.inep.gov.br. Acesso em: 20 maio 2022.
69
1.5 Município de Porto Alegre
70
Camila Daniel e Maria Luiza Rodrigues Flores
Neste município existe uma unidade de educação infantil federal, vinculada à Universidade Fe-
64
72
Camila Daniel e Maria Luiza Rodrigues Flores
A partir dos dados da Figura 23, entre 2010 e 2012, ficam evidenciados aumen-
tos progressivos tanto no número de alunos da creche quanto da pré-escola. Na
mesma direção, cresceram no período as taxas de atendimento tanto nas subeta-
pas creche e pré-escola quanto da educação infantil, em termos gerais. Quanto ao
número de vagas a criar com vistas ao alcance da meta do PNE vigente à época,
são registradas 12.451 vagas a serem criadas na creche em 2010, número que caiu
para 9.494 em 2012. O mesmo movimento se observa na demanda para criação
de vagas na pré-escola: em 2010, havia a necessidade de 10.592 vagas nessa sube-
tapa, número que cai para 8.677 em 2012. Faz-se necessário destacar que os cres-
cimentos observados, apesar de constantes, são pouco expressivos, considerando-
se o prazo para o atingimento da meta de universalização da pré-escola, colocado
para 2016.
A Figura 24, a seguir, apresenta uma tabela organizada pelo TCE-RS com
base nos censos escolares, utilizando a informação sobre a população infantil
pelos agrupamentos etários zero a três anos e quatro e cinco anos, com base
na Estimativa Populacional do DATASUS de 2012, para o período entre 2013
e 2019:
O estudo de Flores, Bonneau, Seixas e Brusius (2020) aborda a questão da inconsistência de fon-
65
tes ao tematizar sobre os desafios para a realização de pesquisas longitudinais relativas ao acesso à
Educação Infantil, uma vez que os dados não se mantêm ao longo da série histórica com a mesma
configuração, o que dificulta o próprio monitoramento das metas educacionais em termos de aces-
so, equidade e qualidade.
73
1.5 Município de Porto Alegre
FIGURA 24 – Alunos, taxa de atendimento por idade, posição e vagas a criar (Porto Alegre,
2013-2019)
74
Camila Daniel e Maria Luiza Rodrigues Flores
FIGURA 25 – População infantil, alunos, taxa de atendimento por idade e vagas a criar
(Porto Alegre, 2010-2019)
para o ano de 2018, neste estudo, para fins de análise da taxa de atendimento e das vagas a criar
de acordo com o PNE, optamos por considerar apenas os dados correspondentes ao ano de 2018,
sendo este, também, o último ano da Pesquisa aqui apresentada.
75
1.5 Município de Porto Alegre
Observa-se que, considerada a Estimativa Populacional do DATASUS de 2012, POA teria alcan-
67
çado 83,58% de atendimento, em 2019, para a faixa etária de quatro a cinco anos, enquanto,
se tomarmos em conta a Estimativa Populacional do DEE/SEPLAG-RS, este percentual estaria, no
mesmo ano, em 72,10%. Reafirmamos, mais uma vez, a dificuldade existente para a realização de
pesquisas longitudinais acerca do atendimento à educação infantil, desde uma mesma fonte, quan-
do se considera os dados populacionais, afetando análises relativas a monitoramento e avaliação de
políticas (FLORES; BONNEAU; SEIXAS; BRUSIUS, 2020).
76
Camila Daniel e Maria Luiza Rodrigues Flores
77
1.6
Município de São Leopoldo68
Ariete Brusius
A primeira parte do texto apresentado nesta seção foi elaborada entre 2012 e 2018, durante
68
tração, variando entre 0 (Igualdade absoluta) e 1 (Desigualdade absoluta). Fonte: TCE-RS (2021g).
Ariete Brusius
79
1.6 Município de São Leopoldo
80
Ariete Brusius
Jesus Menino, com uma proposta voltada à preparação para o ensino fundamen-
tal (LIMA, 2008).
Segundo Lima (2008), em 1999, aconteceu o primeiro concurso público para
professoras de educação infantil e, em 2000, estas profissionais concursadas in-
gressaram nas então chamadas creches municipais que, na época, estavam sendo
adaptadas para se tornarem escolas municipais de educação infantil. Até então,
nas creches havia somente o cargo de monitoras, para o qual era exigido o pri-
meiro grau completo, além de “gostar de crianças”. A partir de 2004, as creches
foram transferidas do Gabinete da Primeira-dama para a Secretaria de educação.
Em 2005, ocorreram as primeiras eleições para escolha das equipes diretivas das
EMEIs. Até o ano de 2007, havia somente sete escolas de educação infantil, quan-
do foi, então, inaugurada a oitava EMEI (LIMA, 2008).
Atualmente, a SMED/SL oferece vagas para as crianças de até cinco anos na
rede própria em escolas municipais de educação infantil (EMEIs) e em escolas que
antes eram exclusivamente de ensino fundamental e que, ao longo dos últimos
anos, passaram a ofertar turmas da faixa etária entre quatro e cinco anos, além de
realizar parcerias com a rede privada em inúmeras escolas.
81
1.6 Município de São Leopoldo
82
Ariete Brusius
O estudo de Flores, Bonneau, Brusius e Seixas (2020) aborda esta questão ao tematizar sobre os
76
desafios para a realização de pesquisas longitudinais relativas ao acesso à Educação, uma vez que as
fontes de dados não se mantêm ao longo da série histórica, o que dificulta o próprio monitoramen-
to das metas educacionais de acesso, equidade e qualidade.
83
1.6 Município de São Leopoldo
mento bruta na educação infantil, posição e vagas a criar para os anos entre 2010
e 2012, com base na estimativa do DATASUS de 2012:
FIGURA 29 – Alunos, taxa de atendimento por idade, posição e vagas a criar (São
Leopoldo, 2013-2019)
84
Ariete Brusius
A partir dos dados da Figura 29, fica evidenciado, em relação à taxa de atendi-
mento para a idade de zero a três anos (taxa líquida), que, no período de 2013 a
2019, houve um aumento, passando de 24,77%, em 2013, para 33,51%, em 2019,
quando o município necessitava criar 1.930 vagas para este grupo etário. É pre-
ciso chamar a atenção para o fato de que esta taxa de atendimento foi calculada
com base na estimativa populacional do DATASUS para o ano de 2012, congelada
até o final da série histórica. Observa-se que mesmo mantido este dado de 2012,
havia um baixo percentual de atendimento naquele ano para as crianças de zero a
três anos, com reduzida probabilidade de alcance da meta prevista para esta faixa
etária, que é de, no mínimo, 50%, até 2024.
Quanto à taxa de atendimento por idade na pré-escola, houve um aumento
mais significativo do que o ocorrido na creche, passando de 63,23%, em 2013,
e chegando em 94,03%, em 2019, quando o município necessitaria criar, ainda,
348 vagas para alcançar a meta do PNE 2014-2024, ano em que ocupava a posi-
ção estadual 319ª no que se refere à taxa de atendimento da educação infantil.
Observamos que até o último ano de análise aqui apresentada, o município pre-
cisaria aumentar sua taxa de atendimento em 5,97% para a universalização da
pré-escola.
Quando colocamos em relação as taxas de atendimento à creche e à pré-escola,
observa-se em SL uma diferença significativa na evolução deste indicador para os
dois grupos etários, corroborando para aquilo que Bortolini, Flores e Fraga (2017)
denunciaram quanto à existência de um estímulo maior à ampliação da oferta de
vagas para a pré-escola provocado pela obrigatoriedade de universalização. Um
dos aspectos que as autoras apontam para o baixo crescimento da expansão do
atendimento na creche, é a falta de destinação de recursos adequados no Fundeb,
para a cobertura dos investimentos necessários ao atendimento para essa faixa
etária.
Em outro estudo elaborado pelo TCE-RS, denominado Diagnóstico da Edu-
cação Municipal – RS, identificamos que São Leopoldo está posicionado como o
10º município do Estado do RS dentre os 15 mais distantes do alcance de 50% da
oferta para crianças de zero a três anos, como prevê o PNE 2014-2024 (TCE-RS,
2021g).
A Figura 30, a seguir, apresenta a terceira tabela organizada pelo TCE-RS com
base nos censos escolares, para o período entre 2010 e 2019, utilizando a infor-
mação sobre a população infantil pelos agrupamentos etários de zero a três anos
e de quatro e cinco anos, agora, com base na Estimativa Populacional do DEE/
SEPLAG-RS, revisada para o ano de 201877:
para o ano de 2018, neste estudo, para fins de análise da taxa de atendimento e das vagas a criar
de acordo com o PNE, optamos por considerar apenas os dados correspondentes ao ano de 2018,
sendo este, também, o último ano de nossa Pesquisa.
85
1.6 Município de São Leopoldo
FIGURA 30 – População infantil, alunos, taxa de atendimento por idade e vagas a criar
(São Leopoldo, 2010-2019):
[...] chamou a atenção para a inobservância por parte dos gestores municipais no
que se refere à efetivação do direito educacional para as crianças de até três anos,
afirmando a existência de uma discriminação em relação a este grupo etário no
que se refere ao acesso à educação e destacando que, quando desagregamos os
dados por idade, fica ainda mais evidente esta desigualdade, pois, quanto menor a
criança, menos atendimento existe (FLORES; BRUSIUS, 2015, p. 9).
86
Ariete Brusius
to para esta faixa etária era de 3.715 matrículas, ficando a taxa de atendimento
em 31,09%, faltando ainda 18,91% para atingir a meta de 50% de atendimento,
ou seja, seria necessário a criação de 2.261 vagas. Para a faixa etária de quatro e
cinco anos, considerando que a população em 2018 era de 6.148 crianças para
um total de 5.179 matrículas para esta faixa etária, temos uma taxa de atendi-
mento de 84,24%, faltando 15,76% para atingir a meta que é de 100%, ou seja, é
necessário a criação de 969 vagas.78
Assim, os dados evidenciam que, embora em São Leopoldo tenha havido uma
ampliação importante do atendimento, em ambas as etapas, o investimento maior
se apresenta no crescimento de matrículas na pré-escola e, mesmo assim, em 2018,
este município não havia, ainda, alcançado o cumprimento da meta nacional de
universalizar o acesso à pré-escola, ratificada em seu próprio Plano Municipal de
Educação (PME), instituído pela Lei Nº 8.291, de 24 de junho de 2015.
Flores, Silva e Brusius (2021) consideram que os documentos produzidos pelo
TCE-RS possuem relevância social e podem contribuir, também, para induzir que
os municípios à promoção de políticas visando ao alcance das metas do PNE:
78
Mesmo não havendo atualização da Estimativa Populacional para 2019, cabe destacar, a fim de
evidenciar a evolução do número de matrículas que, segundo os dados apresentados nas colunas
referentes a alunos na tabela do TCE-RS aqui em questão (Figura 30), o município de São Leopoldo
aumentou a oferta de vagas na creche em 208 novas matrículas e na pré-escola, em 299 novas ma-
trículas, considerados os dados do Censo Escolar de 2019.
87
1.7
Município de Viamão79
A primeira parte do texto apresentado nesta seção foi elaborada entre 2012 e 2018, durante
79
tração, variando entre 0 (Igualdade absoluta) e 1 (Desigualdade absoluta). Fonte: TCE-RS (2021h).
Mariane Vieira Gonçalves
89
1.7 Município de Viamão
84
Desse valor total, 1.130 são alunos são pertencentes ao perímetro Rural.
Fonte: DEE Dados, com base nos dados do Censo do IBGE. Disponível em: http://deedados.pla-
85
90
Mariane Vieira Gonçalves
91
1.7 Município de Viamão
92
Mariane Vieira Gonçalves
A partir dos dados da Figura 33, fica evidenciado, em relação à taxa de aten-
dimento bruta na educação infantil que, no período analisado, quanto à creche,
houve redução desta, passando de 4,74%, em 2010, para 4,50% em 2012, quando
o município necessitava criar 6.026 vagas para essa subetapa. Referente à taxa
de atendimento bruta na pré-escola, houve aumento, passando de 28,94%, em
2010, a 31,31%, em 2012, quando o município necessitava criar 4.806 vagas e
ocupava a posição estadual de 488ª em relação à taxa de atendimento para toda
a educação infantil.
Até o final da análise proposta pela Figura 33, percebe-se que os percentuais
tanto para a creche como para a pré-escola estavam muito abaixo do previsto no
PNE 2001-2011, o qual determinava o atendimento a, no mínimo 50% da popu-
lação em idade de creche e a 80% daquela em idade de pré-escola.
Quanto aos dados relativos à evolução no número de alunos em creche e pré-
-escola, taxa de atendimento por idade na educação infantil, posição e vagas a
87
O estudo de Flores, Bonneau, Brusius e Seixas (2020) ao tematizar sobre os desafios para a rea-
lização de pesquisas longitudinais relativas ao acesso à Educação Infantil, aborda a questão da
inconsistência de fontes, uma vez que muitas destas não se mantêm ao longo da série histórica, o
que dificulta o próprio monitoramento das metas educacionais de acesso, equidade e qualidade.
93
1.7 Município de Viamão
FIGURA 34 – Alunos, taxa de atendimento por idade, posição e vagas a criar (Viamão,
2013-2019)
A partir dos dados da Figura 34, fica evidenciado em relação à taxa de aten-
dimento por idade na creche que, no período analisado, houve leve aumento,
passando de 4,92%, em 2013, para 6,96%, em 2019, quando o município necessi-
tava criar 5.699 vagas. Destacamos aqui o baixo percentual de atendimento para
as crianças de zero a três anos, prospectando o não atingindo a meta prevista de
50% para esta faixa etária até 2024.
Quanto à taxa de atendimento por idade na pré-escola, houve aumento mais
expressivo do que o ocorrido na creche, passando de 32,92%, em 2013, e che-
gando a 76,07%, em 2019, quando o município necessitava criar 1.674 vagas
para a pré-escola, ocupando a posição estadual de 486ª em taxa de atendimento
para toda a educação infantil (30,85%), devido, principalmente ao baixo per-
centual de atendimento na creche. Embora o município tenha realizado um
movimento maior ao criar vagas para a etapa pré-escola, este não foi suficiente
para atingir o objetivo da universalização até o último ano de análise do estudo
aqui proposto.
A Figura 35, a seguir, apresenta a terceira tabela organizada pelo TCE-RS com
base nos censos escolares, para o período entre 2010 e 2019, utilizando a infor-
mação sobre a população infantil pelos agrupamentos etários de zero a três anos
e de quatro e cinco anos, com base na Estimativa Populacional do DEE/SEPLAG,
atualizada para o ano de 2018:
94
Mariane Vieira Gonçalves
FIGURA 35 – População infantil, alunos, taxa de atendimento por idade e vagas a criar
(Viamão, 2010-2019)
para o ano de 2018, neste estudo, para fins de análise da taxa de atendimento e das vagas a criar
de acordo com o PNE, optamos por considerar apenas os dados correspondentes ao ano de 2018,
último ano de nossa Pesquisa.
95
1.7 Município de Viamão
ano 2024, apesar destas metas constarem no PME do município, aprovado pela
Lei Nº 4.365/15.89
Para o caso deste município, a diferença observada no período analisado em
relação à evolução do atendimento à creche e à pré-escola evidencia a opção da
gestão municipal por investir na universalização para a faixa etária obrigatória,
à custa do acesso à educação para as crianças de até três anos. Este cenário foi
sinalizado em 2010, logo após a aprovação da EC 59/09, com forte preocupação
por parte de ativistas e estudiosos (FLORES; SANTOS; KLEMANN, 2010; CAM-
POS, 2010). Historicamente, na trajetória brasileira, são as crianças de até três e,
dentre estes, os bebês mais novos que tem seus direitos negados, em uma socieda-
de adultocêntrica, que pouco valoriza os primeiros anos da vida humana, como
denunciaram Rosemberg e Artes (2012) e Rosemberg (2014), em vários estudos
sobre o tema.
Nesta parte, apresentamos dados para cada um dos sete municípios da amos-
tra em relação à cobertura do atendimento à educação infantil, a partir dos da-
dos produzidos pelo TCE-RS, para o período de 2010 a 2019, considerando o
percentual de atendimento para o ano de 2018, haja vista ser este o último ano
de revisão da Estimativa Populacional produzida pelo DEE/SEPLAG/RS. Confor-
me evidenciado pelos dados, nenhum dos municípios acompanhados realizou a
universalização da pré-escola até 2016 e todos ainda se encontram distantes do
percentual determinado como mínimo para a creche, de 50% de atendimento, o
qual deve ser alcançado até 2024.
Mesmo não havendo atualização da Estimativa Populacional, achamos relevante destacar os da-
89
dos referentes a matrículas, considerando o Censo Escolar de 2019. Segundo os dados presentes
nas colunas referentes a alunos na tabela acima indicada (TCE-RS, 2021h), de 2018 para 2019, o
Município de Viamão reduziu 81 matrículas na creche e 221 matrículas na pré-escola.
96
PARTE 2
Obrigatoriedade da
pré-escola em municípios
gaúchos: o que os dados
apontam sobre a qualidade
2.1
Dependência administrativa
das matrículas
99
2.1 Dependência administrativa das matrículas
[...] subsídios a instituições privadas com fins lucrativos; o uso do termo ‘concessão’
para normatizar a relação entre o poder público e a instituição parceira, e a forma
per capita de repasse. [...] atualmente vem se ampliando e fortalecendo uma efetiva
política educacional municipal de atendimento da Educação Infantil via convenia-
mento com instituições privadas, lucrativas ou não (BORGHI, 2018, p. 20).
100
Denise Madeira de Castro e Silva e Mariane vieira Gonçalves
Federal 0 0 0 0 0 0 0 0 51 21 0 0 0 0
Estadual 0 0 10 0 0 0 0 0 166 150 0 0 0 0
Municipal 0 95 1.227 1.937 267 619 1.212 3.446 2.165 2.113 473 799 251 236
Privada
convenia-
da sem 673 311 459 1.285 406 659 250 131 8.236 10.434 754 934 280 115
fins lucra-
tivos
Privada
convenia-
da com 0 10 223 292 0 46 42 0 255 3 203 991 0 48
fins lucra-
tivos
Privada
não con-
veniada 0 127 44 154 11 82 0 133 626 615 89 95 0 21
sem fins
lucrativos
Privada
não con-
veniada 0 10 114 659 0 787 363 772 7.407 9.730 415 959 93 401
com fins
lucrativos
Total 673 553 2.077 4.327 684 2.193 1.867 4.482 18.906 23.066 1.934 3.778 624 821
A Tabela 1 apresenta dados que possuem como fonte o Laboratório de Dados Educacionais
90
(UFPR, 2022), extraídos de forma individual, ou seja, por município na série histórica 2010; 2019
pesquisada. Posteriormente, construímos uma nova tabela, priorizando os anos inicial e final da
série histórica, reunindo os sete municípios em ordem alfabética e apresentando os dados por
subetapa, creche e pré-escola.
101
2.1 Dependência administrativa das matrículas
privada conveniada sem fins lucrativos reduziu a oferta, mas ainda responde pelo
maior número de matrículas. Por outro lado, em 2019, houve registro de oferta
por outras dependências administrativas que não apresentavam matrículas em
2010: municipal, privada conveniada com fins lucrativos, privada não convenia-
da sem fins lucrativos e privada não conveniada com fins lucrativos.
No Município de Canoas, ao analisarmos o total de matrículas na subetapa
creche, verificamos crescimento comparativo nos anos analisados. Em números
absolutos, no ano de 2010, a rede municipal é a que apresenta o maior número
de matrículas, 1.227, respondendo por 59% do total, seguida da privada conve-
niada sem fins lucrativos com 459 e da privada conveniada com fins lucrativos
com 223 registros. Em números absolutos, no ano de 2019, a rede municipal é
a que apresenta o maior número de matrículas, 1.937, respondendo por 45% do
total, seguida da privada conveniada sem fins lucrativos, com 1.285 e da privada
não conveniada com fins lucrativos, com 659 registros. Quando comparamos o
número de matrículas nos anos analisados, vemos que o maior percentual se deu
na dependência privada não conveniada com fins lucrativos, onde houve um
crescimento significativo de 478%, seguida da privada conveniada sem fins lucra-
tivos, com um aumento de 180%, contra um índice de 58% na rede municipal.
No Município de Gravataí, ao analisarmos o total de matrículas na subetapa
creche, verificamos crescimento comparativo nos anos analisados. Em números
absolutos, no ano de 2010, a dependência privada conveniada sem fins lucrativos
é a que apresenta o maior número de matrículas, 406, respondendo por 59% do
total, seguida da rede municipal com 267 matrículas e da privada não conveniada
sem fins lucrativos, com 11 registros. Em números absolutos, no ano de 2019,
a dependência privada não conveniada com fins lucrativos é a que apresenta o
maior número de matrículas, 787, respondendo por 36% do total, seguida da
privada conveniada sem fins lucrativos com 659 e da rede municipal, com 619
registros. Quando comparamos o número de matrículas nos anos analisados, ve-
mos que o maior percentual se deu na dependência privada não conveniada com
fins lucrativos, onde houve um crescimento significativo de 645%, seguida da
rede municipal com um aumento de 132%, e um índice de 62% na dependência
privada conveniada sem fins lucrativos.
No Município de Novo Hamburgo, ao analisarmos o total de matrículas na
subetapa creche, verificamos crescimento comparativo nos anos analisados. Em
números absolutos, no ano de 2010, a rede municipal é a que apresenta o maior
número de matrículas, 1.212, respondendo por 65% do total, seguida da priva-
da não conveniada com fins lucrativos com 363 e da privada conveniada sem
fins lucrativos, com 250 registros. Em números absolutos, considerando o ano de
2019, a rede municipal é a que apresenta o maior número de matrículas, 3.446,
respondendo por 77% do total, seguida da privada não conveniada com fins lu-
crativos com 772, e da privada não conveniada sem fins lucrativos com 133 regis-
tros. Quando comparamos o número de matrículas nos anos analisados, vemos
102
Denise Madeira de Castro e Silva e Mariane vieira Gonçalves
103
2.1 Dependência administrativa das matrículas
104
TABELA 2 – Número de Matrículas por Segmento (pré-escola) e por Dependência Administrativa (2010; 2019)91
Federal 0 0 0 0 0 0 0 0 69 0 0 0 0 0
Municipal 0 1.916 1.509 4.009 1.174 3.236 3.645 4.644 3.577 5.702 1.489 3.551 1.085 4.232
Privada conveniada
615 477 798 1.546 895 1.247 367 0 7.514 10.001 921 460 515 199
sem fins lucrativos
Privada conveniada
0 20 347 394 7 32 64 0 240 28 146 572 0 26
com fins lucrativos
Privada não con-
veniada sem fins 0 275 379 384 215 450 0 373 1.815 1.507 198 117 40 197
lucrativos
Privada não con-
veniada com fins 34 272 138 897 100 715 259 714 5.223 10.269 329 936 236 678
lucrativos
Total 699 2.960 3.185 7.230 2.475 5.680 4.338 5.731 21.584 27.769 3.083 5.636 2.039 5.386
91
A Tabela 2 apresenta dados que possuem como fonte o Laboratório de Dados Educacionais (UFPR, 2022), extraídos de forma individual, ou seja, por
município na série histórica 2010; 2019 pesquisada. Posteriormente, construímos uma nova tabela, priorizando os anos inicial e final da série históri-
105
Denise Madeira de Castro e Silva e Mariane vieira Gonçalves
ca, reunindo os sete municípios em ordem alfabética e apresentando os dados por subetapa, creche e pré-escola.
2.1 Dependência administrativa das matrículas
106
Denise Madeira de Castro e Silva e Mariane vieira Gonçalves
107
2.1 Dependência administrativa das matrículas
108
Denise Madeira de Castro e Silva e Mariane vieira Gonçalves
109
2.1 Dependência administrativa das matrículas
110
Denise Madeira de Castro e Silva e Mariane vieira Gonçalves
ta, também, uma cisão entre as duas subetapas da educação infantil, a creche e
a pré-escola, como destacamos em trabalho anterior, ao defender a unidade da
etapa (SILVA; FLORES, 2019):
De acordo com a Ldben, a divisão entre esses dois segmentos é apenas etária para
vislumbrar as especificidades das dinâmicas de cuidado e educação de cada um
deles. Porém, o trabalho pedagógico deve vincular-se a um projeto que contemple
a etapa toda no sentido de continuidade e não de ruptura (SILVA; FLORES, 2019,
p. 130).
111
2.1 Dependência administrativa das matrículas
112
2.2
Alocação de turmas de
pré-escola e jornada de
atendimento
A Pesquisa da qual se origina este artigo foi desenvolvida entre os anos de 2012 e 2018; portanto,
92
estendemos um ano a mais de levantamento de dados para a escrita atual, utilizando dados dispo-
níveis no LDE/UFPR, que nos permitiram avançar até 2019, buscando evidenciar tendências em
um ciclo histórico mais longo.
114
Ariete Brusius e Camila Daniel
MUNICÍ-
T.E.93 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
PIO
EMEI 0 0 0 0 0 0 104 226 319 570
EMEF 28 22 339 374 380 424 949 998 1276 1345
ALVORA-
EMEB 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
DA
EMEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 28 22 339 374 380 424 1053 1224 1595 1915
EMEI 1490 1260 1319 1265 1354 2113 2991 2960 3240 3988
EMEF 104 247 78 36 44 39 23 90 47 16
CANOAS EMEB 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
EMEE 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 1595 1510 1397 1301 1398 2152 3014 3050 3287 4004
EMEI 279 305 281 244 263 278 286 322 334 351
EMEF 728 796 842 1009 1235 1308 1995 2277 2592 2805
GRAVATAÍ EMEM 21 0 20 22 22 11 58 40 55 71
EMEE 17 6 4 9 3 6 5 8 8 0
Total 1045 1107 1147 1284 1523 1603 2344 2647 2989 3227
EMEI 1318 1332 1194 1121 855 877 953 781 541 567
EMEF 2340 2205 2243 2115 2881 2928 3376 3747 4004 4077
NH EMEB 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
EMEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 3658 3537 3437 3236 3736 3805 4329 4528 4545 4644
EMEI 2365 2296 2303 2264 2077 2130 2868 3034 3022 3003
EMEF 1190 1206 1293 1261 1529 1723 2401 2530 2524 2477
93
T.E.: Tipologia de Escola.
115
2.2 Alocação de turmas de pré-escola e jornada de atendimento
MUNICÍ-
T.E.93 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
PIO
EMEI 770 900 921 863 895 1458 1793 1223 1242 1231
EMEF 701 806 718 740 696 771 1896 1588 1861 2316
SLEO EMEB 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
EMEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 1471 1706 1639 1603 1591 2229 3689 2811 3103 3547
EMEI 656 729 607 559 627 598 820 998 985 940
EMEF 407 612 753 926 1047 1129 2728 3216 3439 3294
VIAMÃO EMEB 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
EMEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 1063 1341 1360 1485 1674 1727 3548 4214 4424 4234
Para obtermos os dados da matrícula na pré-escola por tipologia de escola, utilizamos fórmulas
94
de texto do Excel, agrupando os termos referentes a cada tipologia (Exemplo: FUND, INF, ESPE-
CIAL, EMEI, EMEF).
116
Ariete Brusius e Camila Daniel
Neste caso, cabe informar que o Município de Porto Alegre possui duas escolas designadas como
95
de Ensino Médio, as quais, ao longo de anos recentes, passaram a oferta matrículas desde a educa-
ção infantil, abarcando toda a Educação Básica.
117
2.2 Alocação de turmas de pré-escola e jornada de atendimento
118
Ariete Brusius e Camila Daniel
0,4% 2% 0,2%
100% 2%
2%
90%
80%
43% EMEE
70% 65%
70% EMEM
60% 78%
87% 88% EMEB
50% 99,6%
40% EMEF
30% EMEI
53%
20% 35%
30%
10% 22%
11% 12%
0%
ALVORADA CANOAS GRAVATAÍ NH POA SLEO VIAMÃO
119
2.2 Alocação de turmas de pré-escola e jornada de atendimento
MUNICÍ- DURAÇÃO DA
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
PIO JORNADA
Parcial 0 0 322 350 354 416 1048 1227 1595 1916
ALVO-
Integral 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RADA
Total 0 0 322 350 354 416 1048 1227 1595 1916
Parcial 354 107 113 0 40 739 1684 1362 1423 1513
CANOAS Integral 1155 1206 1229 707 1370 1439 1319 1711 1875 2496
Total 1509 1313 1342 707 1410 2178 3003 3073 3298 4009
Parcial 875 815 850 1018 1251 1324 2049 2323 2651 2873
GRAVA-
Integral 299 296 300 255 325 356 312 348 381 363
TAÍ
Total 1174 1111 1150 1273 1576 1680 2361 2671 3032 3236
Parcial 3645 3542 3431 3212 3739 3809 4334 4524 4545 4644
NH Integral 0 0 0 22 0 0 0 0 0 0
Total 3645 3542 3431 3234 3739 3809 4334 4524 4545 4644
Parcial 1664 1672 1691 1515 1725 1920 2608 2780 2806 2790
POA Integral 1913 1857 1918 2065 1952 2024 2919 3086 3025 2912
Total 3577 3529 3609 3580 3677 3944 5527 5866 5831 5702
120
Ariete Brusius e Camila Daniel
MUNICÍ- DURAÇÃO DA
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
PIO JORNADA
Parcial 1064 1104 1138 1103 1002 2186 3606 1521 1323 2341
SLEO Integral 425 539 496 504 580 40 86 1288 1779 1210
Total 1489 1643 1634 1607 1582 2226 3692 2809 3102 3551
Parcial 1076 1312 1364 1479 1665 1728 3537 4214 4444 4210
VIAMÃO Integral 9 0 0 0 0 0 20 0 0 22
Total 1085 1312 1364 1479 1665 1728 3557 4214 4444 4232
A partir dos dados da tabela acima, podemos constatar que, nos municípios de
Alvorada, Novo Hamburgo e Viamão há somente jornada em tempo parcial, no
período considerado. É curioso observar que, no caso de Viamão, há registro de
matrículas em jornada integral nos anos de 2010, 2016 e 2019, e em Novo Ham-
burgo no ano de 2013, mas são descontinuadas nos anos seguintes.
Nos municípios de Canoas, Gravataí, Porto Alegre e São Leopoldo, por sua vez,
houve ampliação da oferta tanto na jornada parcial quanto na integral. Destaca-
mos positivamente o caso de Porto Alegre que conseguiu ampliar as matrículas
em tempo integral, fechando a série histórica com mais matrículas integrais do
que parciais.
Em Canoas, são observadas oscilações ao longo do período, mas é possível
notar que as matrículas em tempo parcial começam a crescer de forma mais sig-
nificativa a partir de 2015. Em termos percentuais, o crescimento maior se dá nas
matrículas em tempo parcial, com um aumento de 77%, comparado aos 54% de
crescimento nas matrículas em tempo integral. O Município de Gravataí, tam-
bém ampliou de forma mais relevante as matrículas de jornada parcial, com um
aumento de 70%, apresentando apenas 18% do atendimento como matrículas de
tempo integral.
São Leopoldo, por sua vez, apresenta um movimento curioso: até 2016, havia
um movimento de redução importante nas matrículas em tempo integral, ten-
dência que se reverte em 2016.96 Em 2017, foram registradas 1.288 matrículas em
tempo integral. Em trabalho anterior (DANIEL; FLORES, 2018) já atentamos para a
redução da jornada em seis dos sete municípios de nossa Pesquisa, analisando a sé-
rie histórica entre 2013-2016, dando especial ênfase para o caso de São Leopoldo.
Uma possível explicação para o retomo da oferta da educação em tempo integral às crianças
96
da pré-escola foi a intervenção do Ministério Público que representou uma centena de famílias
que buscaram por este direito. Disponível em: https://www.jornalvs.com.br/_conteudo/2016/06/
noticias/regiao/356665-turno-integral-nao-e-mais-obrigatorio-nas-escolas-de-sao-leopoldo.html.
Acesso em: 20 jan. 2022.
121
2.2 Alocação de turmas de pré-escola e jornada de atendimento
MUNICÍPIO/
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
ANO
ALVORADA 0 04:00 04:00 04:00 04:00 04:00 03:57 04:00 04:00
CANOAS 11:22 11:20 12:00 09:20 07:58 06:33 07:05 07:16 07:44
GRAVATAÍ 06:08 06:05 05:36 05:39 05:42 05:05 05:04 05:02 04:54
NH 04:01 04:01 04:03 04:00 04:01 04:00 04:01 04:00 04:01
POA 08:21 08:18 08:32 08:10 08:05 08:07 07:57 07:54 07:54
SLEO 06:47 06:38 06:42 06:52 05:06 05:08 07:17 07:44 06:07
VIAMÃO 04:00 04:00 04:00 03:58 04:00 04:02 04:01 04:00 04:02
Fonte: Radiografias dos municípios de Alvorada (TCE-RS, 2021b), Canoas (TCE-RS, 2021c),
Gravataí (TCE-RS, 2021d), Novo Hamburgo (TCE-RS, 2021e), Porto Alegre (TCE-RS, 2021f),
São Leopoldo (TCE-RS, 2021g) e Viamão (TCE-RS, 2021h). Elaborado pelas autoras.
122
Ariete Brusius e Camila Daniel
Esta Meta possui nove estratégias direcionadas para a educação básica como
um todo, não especificando conteúdo para a educação infantil; porém, para ve-
rificação do alcance da Meta 6, os municípios costumam somar todas as escolas
que oferecem o tempo integral, buscando atingir o percentual de 50% delas e,
ainda, somam todas as crianças e estudantes do município que frequentam a
escola dentro desta modalidade, buscando atingir 25% do total de matrículas em
jornada integral. No período analisado, verificamos que o aumento da oferta na
pré-escola em tempo integral ocorreu de forma pouca significativa, o que nos leva
a acreditar que a educação infantil não contribuirá tanto na efetivação da Meta 6,
como já ocorreu em períodos anteriores.
Ao analisarmos os PMEs dos sete municípios, verificamos que todos replica-
ram o conteúdo da Meta 6 nos seus planos, acrescentando algumas estratégias,
conforme nosso levantamento: Alvorada e Porto Alegre, adicionaram duas estra-
tégias; Canoas, Gravataí, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Viamão, adicionaram
três estratégias.
Com relação à meta 1 do PNE, específica para a educação infantil, identifica-
mos uma estratégia que propõe: “1.17) estimular o acesso à educação infantil em
tempo integral, para todas as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, conforme esta-
belecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil” (BRASIL,
2014). Ao analisarmos os Planos Municipais de Educação dos sete municípios,
verificamos que seis destes também apresentaram na Meta 1, uma estratégia de
ampliação da oferta da jornada de tempo integral, com exceção de Porto Alegre
e Viamão.
Também salientamos que dos sete municípios, apenas um, Novo Hamburgo,
fez referência à implementação da jornada de tempo integral para as escolas de
educação básica que atendem turmas de educação infantil: “1.8. Garantir, por
meio de ações da SMED/NH, a educação integral para crianças da Educação In-
fantil, cujas turmas funcionem nas escolas de Ensino Fundamental, com adequa-
ção da infraestrutura.” (NOVO HAMBURGO, 2015, p. 69). Como este município
mantém a oferta de pré-escola somente em escolas de EF em jornada de tempo
parcial, esta inclusão pode ser indício do reconhecimento do direito das crianças
à jornada integral e à infraestrutura adequada, como ocorre para o grupo etário
da creche alocado nas EMEIs. Em estudos anteriores, já havíamos apontado para
o risco que a obrigatoriedade de matrícula na pré-escola traria para a efetivação
do direito a uma vaga com qualidade:
123
2.2 Alocação de turmas de pré-escola e jornada de atendimento
124
Ariete Brusius e Camila Daniel
125
2.3
Evolução da creche em
relação à pré-escola
127
2.3 Evolução da creche em relação à pré-escola
fosse incluída na lei (NASCIMENTO, 2019). Mesmo com essa inclusão, estudos
apontam que, ao longo da vigência daquele Fundeb, até 2020, a remuneração per
capta para as matrículas desta etapa nunca alcançou um valor correspondente
ao investimento necessário para sua oferta, em consequência, desestimulando a
necessária expansão (BASSI, 2011).
Quando da aprovação da EC 59/09, pessoas e entidades já haviam manifestado
preocupação com eventuais repercussões da obrigatoriedade de matrícula escolar
na pré-escola para a evolução do percentual de atendimento à creche. Analisando
a insuficiência de vagas para crianças de até três anos, Rosemberg (2014) alertou
ser este um fator de manutenção da pobreza, uma vez que dificulta a inserção
laboral das mulheres, demanda alocação de recursos das próprias famílias de ma-
neira isolada para financiar alguma forma de atendimento e, também, pode pre-
judicar a frequência à escola de outras crianças, especialmente das meninas de
mais idade.
Os dados do Relatório de Monitoramento do 3º ciclo do PNE, baseados na Pes-
quisa Nacional por amostra de domicílio, evidenciam as desigualdades no acesso,
estando a média do país em 40% de atendimento à creche (INEP, 2020). No caso
do Brasil, o atendimento existe, ainda, é desigual, sobretudo, ao analisarmos ní-
vel de renda, raça/cor e área de localidade, sendo a diferença no acesso à creche,
entre os 20% mais pobres e os 20% mais ricos, de 24,8 p.p., o mesmo patamar de
2006, havendo, em nível nacional, 26,2% de atendimento aos mais pobres, bem
abaixo da média de atendimento aos mais ricos, 51%, segundo dados da Pnad-c/
IBGE para o período entre 2016-2018 (INEP, 2020). Estes dados justificam o apro-
fundamento realizado em nossa Pesquisa, pois desigualdade tão marcante, sem
dúvida, repercute em negação do direito educacional para significativo contin-
gente da população em idade de creche.
A seguir, apresentamos a Tabela 6 com dados da evolução da taxa de atendi-
mento na creche para o conjunto de municípios da amostra, extraídos das sete
radiografias municipais produzidas pelo TCE-RS para a educação infantil (TCE-RS,
2021b; 2021c; 2021d; 2021e; 2021f; 2021g; 2021h), recortando o período 2010-
201897:
Nesta seção, para as análises baseadas na taxa de atendimento, optamos por utilizar os dados re-
97
128
Maria Luiza Rodrigues Flores
MUNICIPÍO
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
/ANO
ALVORADA 5,1% 4,78% 5,16% 4,43% 4,65% 4,04% 4,35% 4,29% 4,59%
CANOAS 12,64% 13,8% 14,08% 14,23% 15,14% 16,54% 17,08% 17,41% 17,85%
GRAVATAÍ 5,09% 7,19% 7,44% 9,05% 9,63% 9,96% 10,09% 14,53% 16,67%
NH 15,83% 16,46% 17,59% 22,93% 27,12% 26,85% 26,5% 28,98% 31,77%
SLEO 16,82% 20,26% 23,89% 24,51% 25,04% 27,94% 30,18% 30,28% 31,09%
POA 29,87% 31,19% 33,58% 34,17% 34,68% 35,44% 34,51% 33,75% 34,68%
VIAMÃO 4,77% 5,63% 5,01% 4,86% 5,92% 5,97% 5,04% 5,77% 7,89%
Fonte: Radiografias da Educação Infantil (TCE-RS, 2021b; 2021c; 2021d; 2021e; 2021f;
2021g; 2021h). Elaborado pela autora.
129
2.3 Evolução da creche em relação à pré-escola
35
30
25
20
15
10
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Fonte: Dados das Radiografias da Educação Infantil (TCE-RS, 2021b; 2021c; 2021d; 2021e;
2021f; 2021g; 2021h). Elaborado pela autora.
130
Maria Luiza Rodrigues Flores
MUNICÍPIO/
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
ANO
ALVORADA 12,44 12,24 18,72 18,89 20,09 18,62 26,96 28,58 35,58
CANOAS 34,03 34,49 37,18 36,97 39,52 46,95 58,92 58,51 60,04
GRAVATAÍ 31,4 34,61 37,82 40,03 44,12 46,86 57,46 65,54 73,41
NH 63,02 63,42 67,98 69,37 76,98 78,92 86,7 89,63 90,62
SLEO 47,07 55,18 59,87 61,82 61,96 94,83 68,67 81,45 84,24
POA 61,85 64,62 67,91 68,77 70,75 68,8 68,37 68,53 70,74
VIAMÃO 26,22 31,18 31,96 33,9 39,25 41,48 69,94 79,81 82,89
Fonte: Dados das Radiografias da Educação Infantil (TCE-RS, 2021b; 2021c; 2021d; 2021e;
2021f; 2021g; 2021h). Elaborado pela autora.
Há uma diferença entre porcentagem e ponto percentual; aqui, optamos por utilizar como indi-
98
cador a “variação em p.p.”, sendo estes pontos percentuais utilizados para denominar a diferença
entre duas percentagens em um dado período, permitindo comparar diferenças ou alterações entre
percentagens.
131
2.3 Evolução da creche em relação à pré-escola
Gravataí (31,4%) e Canoas (34,03); seguidos por São Leopoldo (47,07), Porto Ale-
gre (61,85) e Novo Hamburgo (63,02), os dois últimos com taxas acima de 60%.
Em função do prazo limite para a universalização da pré-escola e da curva
crescente observada, cabe destacar os percentuais apresentados no ano de 2016,
sendo possível, então, subgrupar este conjunto de municípios da seguinte forma:
em ordem crescente da taxa de atendimento, o primeiro município permanece
sendo Alvorada, com 26,96% de atendimento à faixa etária, isolado dos demais.
Na sequência, surgem os municípios de Canoas (58,92) e Gravataí (57,46%), com
percentuais bastante próximos. Um terceiro grupo apresenta percentuais acima
de 60% de atendimento, sendo eles, Porto Alegre (68,37), São Leopoldo (68,67) e
Viamão (69,94%). Novo Hamburgo manteve o percentual de atendimento mais
elevado ao longo da série, alcançando, em 2016, a marca de 86,7% de atendimen-
to ao público-alvo da pré-escola.
Visando contribuir para a visualização dos agrupamentos possíveis e das ten-
dências apresentadas pelo grupo de municípios, apresentamos, a seguir, o Gráfico
3, que mostra a evolução da taxa de atendimento, no período 2010-2018:
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Fonte: Dados das Radiografias da Educação Infantil (TCE-RS, 2021b; 2021c; 2021d; 2021e;
2021f; 2021g; 2021h). Elaborado pela autora.
132
Maria Luiza Rodrigues Flores
CRECHE
MUNICÍPIO PRÉ-ESCOLA (P.P.)
(P.P.)
ALVORADA –0,06 2,89
CANOAS 0,65 3,25
GRAVATAÍ 1,44 5,25
NH 1,99 3,45
POA 0,60 1,11
SLEO 1,78 4,64
VIAMÃO 0,39 7,08
Fonte: Elaborado pela autora com cálculo de p.p. a partir das taxas de atendimento das
Radiografias da Educação Infantil Municipal (TCE-RS, 2021b; 2021c; 2021d; 2021e;
2021f; 2021g; 2021h).
133
2.3 Evolução da creche em relação à pré-escola
questão das obras paralisadas e a ausência de atendimento na zona rural. Disponível em: https://
gauchazh.clicrbs.com.br/porto-alegre/noticia/2019/11/apos-dois-anos-parada-obra-de-creche-e-re-
tomada-em-viamao-ck3je9gb200w801ll568397n5.html. Acesso em: 10 abr. 2022. Disponível em:
https://gauchazh.clicrbs.com.br/porto-alegre/noticia/2019/11/falta-de-vagas-em-creches-preocu-
pa-pais-em-viamao-ck33gry3m028v01phme3iad43.html. Acesso em: 10 abr. 2022.
134
Maria Luiza Rodrigues Flores
135
2.3 Evolução da creche em relação à pré-escola
De acordo com os dados do INEP, com base na Pnad de 2019, a taxa de atendimento no ensino
100
de atendimento na pré-escola com redução da carga horária, em 2015, o que pode explicar o recuo
no percentual de atendimento observado de 2015 para 2016. No ano de 2016, o município volta a
ofertar matrículas em tempo integral na pré-escola, caindo o percentual de atendimento. Ver seção
2.2 deste livro, Brusius e Daniel.
136
Maria Luiza Rodrigues Flores
etapa (TCE-RS, 2021i), sendo diretamente afetados pela alta demanda por atendi-
mento ao subgrupo creche.
Com base em nossas análises, entendemos ser possível afirmar, utilizando a
variação média da taxa de atendimento no período apresentada em p.p. como
um indicador em relação à priorização ou não do atendimento à subetapa creche
que, mesmo tendo havido expansão das matrículas nos sete municípios da amos-
tra no período, há evidências para estabelecimento de relação entre a evolução da
taxa de atendimento na creche e na pré-escola para este grupo, evidenciando-se
um maior investimento na expansão da pré-escola, tendo, portanto, havido re-
percussão da obrigatoriedade da pré-escola sobre o desempenho da creche.
A seguir, nas Considerações Finais, sintetizamos nossas análises em relação à
evolução das matrículas para a educação infantil, no período abarcado por nossa
investigação para o conjunto de municípios da amostra.
137
Algumas considerações a
partir da pesquisa
As organizadoras
139
Algumas considerações a partir da pesquisa
140
As organizadoras
141
Algumas considerações a partir da pesquisa
As organizadoras
142
Referências
144
Referências
145
Referências
146
Referências
147
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lei-ordinaria/2007/616/6159/lei-ordinaria-n-6159-2007-cria-e-organiza-o-sistema-mu-
156
Referências
157
Referências
158
Referências
159
Referências
160
Sobre as autoras
Ariete Brusius
Mestra em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),
licenciada em Língua Portuguesa (UNISINOS), com especialização em Conselhos
Escolares. Integrante do GEPPPEI (Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Políticas Pú-
blicas de Educação Infantil) da Faced/UFRGS, do Comitê Diretivo do Movimento
Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (CD/MIEIB), do Colegiado do Fórum
Gaúcho de Educação Infantil (FGEI) e do Fórum Permanente de Educação Infantil
de Novo Hamburgo (FORPEI/NH). É professora aposentada da rede municipal de
Novo Hamburgo/RS onde atuou na educação infantil e nas séries iniciais e finais
do ensino fundamental e como coordenadora pedagógica. Na SMED/NH atuou
nos setores de alfabetização, de matrículas e de regularização e coordenou a equi-
pe de educação infantil entre os anos de 2009 a 2013. Foi conselheira do CME e
do FUNDEB e professora da escola Municipal de Arte.
Camila Daniel
Mestranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFR-
GS) e licenciada em Pedagogia pela mesma universidade. Foi bolsista de Iniciação
Científica vinculada ao GEPPPEI (Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Políticas
Públicas de Educação Infantil) da Faced/UFRGS entre 2017 e 2019. Atualmente
é professora de Língua Inglesa na Educação Infantil em uma escola privada de
Porto Alegre.
162
Sobre as autoras
163
APÊNDICE A
ORIENTANDA
Adriana Flério Esteves Pinto 2015-2016 ACADÊMICA UFRGS
ESPECIALIZAÇÃO
Legenda: IC – Iniciação Científica POA – Porto Alegre REE – Rede Estadual de Ensino
RME – Rede Municipal de Ensino UERGS – Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
165
APÊNDICE B
2010
FLORES, Maria Luiza Rodrigues; SANTOS, Marlene Oliveira dos;
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acesso à Educação Infantil. In: SANCHES, C. E. et al. Insumos
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para ampliação do acesso cional Pelo Direito à Educação, 2010.
à Educação Infantil
2013
FLORES, Maria Luiza Rodrigues; SUSIN, Maria Otília Kroeff. Ex-
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Obrigatoriedade da Matrícu- SOARES, Gisele Rodrigues; FLORES, Maria Luiza R. Obrigatorie-
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da Emenda Constitucional FICA UFRGS, 15., 2013. Porto Alegre. Anais [...]. Porto Alegre:
59/09 UFRGS, 2013.
Repercussões da obriga- FLORES, Maria Luiza Rodrigues; SOARES Gisele Rodrigues. Re-
toriedade da matrícula na percussões da Obrigatoriedade da Matrícula na Pré-Escola para a
Pré-escola para a oferta da Oferta de Educação Infantil. In: EDUCAÇÃO INFANTIL EM DEBATE
educação infantil FURG, 2013. Rio Grande Anais [...]. Rio Grande: FURG, 2013.
2014
SOARES, Gisele Rodrigues; FLORES, Maria Luiza R. Obrigatorie-
dade de matrícula na pré-escola: repercussões para a oferta de
Obrigatoriedade de matrí- Educação Infantil no Rio Grande do Sul. In: SALÃO DE INICIAÇÃO
cula na pré-escola: reper- CIENTÍFICA UFRGS, 16., 2014. Porto Alegre. Anais [...]. Porto Ale-
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APÊNDICE B
2015
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13.005/2014. Criança e Adolescente – Revista Digital Multidis-
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tes ao processo de pes-
quisa Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/
137431/Resumo_42813.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso
em: 06 abr. 2022.
168
APÊNDICE B
169
APÊNDICE B
170
APÊNDICE B
171
APÊNDICE B
172
APÊNDICE B
2018
DANIEL, Camila; FLORES, Maria Luiza R. Parcialização da jornada
como estratégia de expansão da pré-escola em municípios gaú-
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173
APÊNDICE B
174
APÊNDICE B
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59356. Acesso em: 06 abr. 2022.
2021
BRUSIUS, Ariete; SILVA, Denise Madeira de Castro; FLORES, Maria
Luiza Rodrigues. Pré-escola obrigatória no Rio Grande do Sul: De-
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Pré-escola obrigatória no (org.). Educação Infantil: uma visão multidisciplinar. Porto Alegre:
Rio Grande do Sul: desafios TCE-RS, 2021. p. 100-126.
à garantia do direito
Disponível em: https://www.ufrgs.br/einaroda/wp-content/uplo-
ads/2016/08/E-book_educacao_infantil-TCE-RS.pdf. Acesso em:
03 jan. 2022.
FLORES, Maria Luiza R.; BONNEAU, Cátia Soares; GONÇALVES,
Desigualdades no acesso Mariane V. Desigualdades no acesso à creche em municípios do
à creche em municípios do Rio Grande do Sul. Resumo. In: SEMINÁRIO DE GRUPOS DE PES-
Rio Grande do Sul QUISA SOBRE CRIANÇAS E INFÂNCIAS: PESQUISA, DIREITOS HU-
MANOS E JUSTIÇA SOCIAL, 7., Natal: UFRN, 2021.
176
Desde sua criação, em 2012, o
Grupo de Estudos e Pesquisa sobre
Políticas Públicas de Educação Infan-
til (GEPPPEI), vem se dedicando
a temáticas relacionadas às polí-
ticas e às práticas de educação infan-
til. Vinculado ao Programa de Exten-
são Universitária Educação Infantil
na Roda, o Grupo é aberto à comu-
nidade, sendo composto por docen-
tes do ensino superior e da educação
básica, por acadêmicas/os da UFRGS
e por profissionais de áreas afins.
Pesquisas do GEPPPEI:
Editoração e impressão:
Gráfica da UFRGS
Rua Ramiro Barcelos, 2500
Porto Alegre/RS
(51) 3308-5083
grafica@ufrgs.br
www.ufrgs.br/graficaufrgs