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Um pouco sobre TEA – Transtorno do Espectro Autista.

As primeiras informações que foram publicadas a respeito do autismo foram


feitas pelo psiquiatra Leo Kanner em 1943. A principio o transtorno foi nomeado
de “distúrbio autístico do contato afetivo”, tempo depois esse nome foi
substituído para “autismo infantil precoce” (Kanner, 1944). Os conceitos sobre o
autismo foram se modificando ao longo do tempo por meio de pesquisas
cientificas que identificaram diferentes etiologias, graus de severidade e
características especificas ou não usuais. A etiologia ainda é desconhecida,
porém, a orientação atual é considera-la “uma síndrome de origem multicausal
envolvendo fatores genéticos, neurológicos e sociais da criança”. O TEA se
caracteriza pelo comprometimento severo e invasivo em três áreas do
desenvolvimento: “habilidades de interação social recíproca, habilidades de
comunicação e presença de comportamentos, interesses e atividades
estereotipadas.”

TEA - Impacto na vida do indivíduo e seus familiares.


O autismo pode interferir nas habilidades comportamentais, cognitivas,
comunicativas e sociais, impactando o processo de desenvolvimento infantil.
Em casos de crianças com autismo a comunicação e interação social são as
áreas mais afetadas em seu desenvolvimento. As crianças não demonstram
reação quando são chamadas pelo nome, não cumprimentam, não se
despedem e não demonstram interesse em interagir com as pessoas ao seu
redor, por exemplo. As mesmas possuem dificuldades em ver as coisas pela
perspectiva de outras pessoas, “podem não entender e ter dificuldade em
entender o comportamento dos outros e isso ser razão de ansiedade para as
crianças.” Essas habilidades sociais são muito importantes, e essas
dificuldades podem afetar também no desenvolvimento da criança. Com isso
ela pode ter dificuldade para interpretar as emoções das outras pessoas,
quando estão tristes ou chateadas, por exemplo. Dificuldades em manter a
atenção, organização, gerenciamento de tempo, memória e controle emocional
são outras características do TEA, essas dificuldades também afetam o
aprendizado e desenvolvimento da criança assim como a dificuldade em
enxergar um quadro mais amplo. É por isso que as mesmas se perdem em
detalhes e apresentarem dificuldades ao reunir informações e ver a situação
como um todo.
Estudos comprovam a existência de estresse em famílias que possuem um
membro com diagnóstico de autismo. Quando a família recebe o diagnóstico
tudo se torna novo e as mudanças no dia a dia podem se tornar um fator
estressante para todos da família afetando assim a rotina e as relações entre
os seus membros. O diagnóstico inesperado faz com que a família recorra a
adaptações a fim de suprir as necessidades da criança. No inicio o impacto é
tão grande que “compromete a aceitação da criança entre os demais familiares
e na relação conjugal entre os pais, sendo necessário um período longo para
que a família retorne ao equilíbrio e inicie o processo de enfrentamento”. Essas
adaptações e a negociação de novos papéis ficam mais fáceis para a família
quando esta aceita a criança e começa a participar do processo do cuidado
com a mesma.

Referências

PINTO, Rayssa Naftaly Muniz et al. Autismo infantil: impacto do diagnóstico e


repercussões nas relações familiares. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 37,
2016.
SCHMIDT, Carlo; BOSA, Cleonice. A investigação do impacto do autismo na
família: revisão crítica da literatura e proposta de um novo modelo. Interação
em Psicologia, v. 7, n. 2, 2003.
https://institutoneurosaber.com.br/qual-o-impacto-do-autismo-no-
desenvolvimento-infantil

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