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PRINCÍPIOS

GERAIS DOS
PREPAROS
CAVITÁRIOS
Augusto Alexandre TAVARES NETO
Matheus correia gomes VIANA
Prof. Dr. Claudio Heliomar Vicente da SILVA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO


DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
UFPE // 2020

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1- EM QUE CONSISTE O PREPARO CAVITÁRIO?

Do ponto de vista terapêutico, consiste na remoção biomecânica do tecido cariado da estrutura

dentária, conferindo forma adequada para receber o material restaurador, mantendo a vitalidade pulpar

e respeitando a relação biológica com os tecidos periodontais.

O preparo cavitário é uma cavidade terapêutica, confeccionado a partir de um cavidadade

patológica (originada por atividade microbiana).

2- O QUE DEVEMOS CONSIDERAR DURANTE A REALIZAÇÃO DE UM


PREPARO CAVITÁRIO?

A - Preservar as áreas de suporte do remanescente dental (cúspides e cristas marginais).

B - emover totalmente o tecido infectado e deixar paredes suportadas por dentina sadia ou

materiais restauradores de igual função (fig. 1.1).

Figura 1.1. Aspecto clínico inicial (cavidade patológica)/ aspecto clínico após remoção do tecido cariado (cavidade

terapêutica).

Fonte: BUSATO, A. Dentística: filosofia, conceitos e prática clínica. 2005.

3 – QUE PRINCÍPIOS DEVEM SER SEGUIDOS NA CONFECÇÃO DOS


PREPAROS CAVITÁRIOS?

A - Forma de contorno: define a área a ser incluída no preparo cavitário.

B- Forma de resistência: característica dada a cavidade para que as estruturas remanescentes

e a restauração resistam as forças mastigatórias.

C - Forma de retenção: torna a cavidade capaz de reter a restauração, evitando o seu

deslocamento.
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D - Forma de conveniência: possibilita instrumentação adequada do preparo e a inserção do

material restaurador.

E - Remoção da dentina cariada remanescente

F - Acabamento das paredes de esmalte.

G - Limpeza da cavidade.

3.A - FORMA DE CONTORNO:


Deve limitar-se a remoção do tecido cariado, mas pode englobar desgastes que viabilizem uma

melhor forma de conveniência e/ou potencializem a resistência do conjunto dente/restauração.

Assim, podemos destacar que todo esmalte sem suporte dentinário deve ser removido ou apoiado

sobre material adesivo (resina composta ou cimento ionomérico) (fig.1.2); e ângulo cavossuperficial

deve estar em áreas que possibilite o acabamento das bordas da restauração.

Figura 1.2. Remoção dos prismas de esmalte sem suporte.

Fonte: BARATIERI, L. – Odontologia Restauradora: Fundamentos & Técnicas. 2010.

3.B - FORMA DE RESISTÊNCIA:


É baseada em princípios mecânicos par evitar fratura do remanescente dentário e da

restauração mediante às forças mastigatórias.

Conceitos de Black para restaurações convencionais de amálgama:

Paredes circundantes da caixa oclusal, paralelas entre si e perpendiculares a parede

pulpar.

Paredes pulpar e gengival planas, paralelas entre si e perpendiculares ao eixo

longitudinal do dente.

Dentes com grau de inclinação das vertentes e cúspides acentuado: confeccionam-

se paredes circundantes convergentes para a oclusal. (fig 1.3)

Ângulo cavossuperficial para preparos em amalgama: 90°.


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Figura 1.3. Manutenção da parede pulpar paralela ao plano oclusal.

Fonte: BARATIERI, L. – Odontologia Restauradora: Fundamentos & Técnicas. 2010.

3.C - FORMA DE RETENÇÃO:

Evita deslocamento da restauração por forças mastigatórias, tração por alimentos e diferenças

de coeficiente térmico.

Tipos:

Retenção por atrito.

Mecânicas adicionais: sulcos, canaletas e pinos (fig 1.4).

Figura 1.4. Retenções mecânicas adicionais.

Fonte: MONDELI, J. Procedimentos Pré-Clínicos. 1998.

Algumas cavidades são autorretentivas quando apresentam profundidade igual ou maior que

a largura vestíbulo-lingual. (caso não cumpra os requisitos, faz-se retenção mecânica adicional) (fig.

1.5)
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Figura 1.5. cavidade autorretentiva.

Fonte: BARATIERI, L. – Odontologia Restauradora: Fundamentos & Técnicas. 2010.

3.D - FORMA DE CONVENIÊNCIA:


Compreende todo e qualquer procedimento que permita a perfeita inserção do material

restaurador e finalização da restauração. Depende das propriedades do material restaurador, dos

métodos empregados na confecção da restauração e da localização e extensão da lesão. Artifícios e

técnica podem ser utilizados para facilitar o procedimento (isolamento do campo operatório,

afastadores, sistemas de matrizes).

3.E - REMOÇÃO DA DENTINA CARIADA REMANESCENTE:


Consiste na remoção do tecido dentinário cariado. Pode promover depressões irregularidades

nas paredes de fundo da cavidade, que devem ser preenchidas com uma base protetora adequada para

nivelamento.

3.F - ACABAMENTO DA PAREDE DE ESMALTE:


Permite a remoção das irregularidades e prismas de esmalte sem suporte; melhora adaptação

do material restaurador e diminui a chance de infiltração. Pode ser feito com uso de recortadores,

brocas multilaminadas, discos e pontas diamantadas.

3.G - LIMPEZA DA CAVIDADE:


Antes de ser restaurada, a cavidade precisa estar limpa e seca. Para isso, é necessária

descontaminação da cavidade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BARATIERI, L.; JÚNIOR, S. Odontologia Restauradora: fundamentos a técnicas. 1 Volume. Editora

Santos, São Paulo, 2010.

BUSATO, A. Dentística: filosofia, conceitos e prática clínica. 2005.

MONDELLI, J. et al. Dentística: procedimentos pré-clínicos. [S.l: s.n.], 1998.

MONDELLI, J. et al – Fundamentos de dentística operatória.

São Paulo, 2008.

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