DISCIPLINA: PROCEDIMENTOS QUALI-QUANTITATIVOS APLICADOS À ANÁLISE ALUNA: MARIA EDUARDA ALMEIDA RODRIGUES
SÍNTESE
O texto explora a complexa experiência da modernidade, que é uma série de
vivências compartilhadas por pessoas em todo o mundo. A modernidade é caracterizada por uma dualidade fundamental, onde coexistem promessas de aventura, crescimento e transformação, ao lado da constante ameaça de destruição e mudança. O autor destaca três fases distintas da modernidade, cada uma com suas características próprias: Fase dos séculos XVI a XVIII: Durante esse período, as pessoas estavam apenas começando a experimentar a vida moderna. A modernidade ainda era um conceito em formação, e as pessoas tentavam encontrar maneiras de descrever e compreender essa nova realidade. Não havia uma compreensão sólida da comunidade moderna, e as linhas entre o antigo e o novo eram turvas. Fase do final do século XVIII: O início dessa fase é marcado pela Revolução Francesa e outros movimentos revolucionários. Surgiu um público moderno que compartilhava um sentimento de viver em tempos revolucionários, onde as estruturas sociais tradicionais estavam sendo desafiadas e transformadas. Essa fase foi caracterizada por agitações sociais, políticas e individuais, à medida que a modernidade se manifestava de maneira intensa. Fase do século XX em diante: Nesta fase, a modernização se espalha pelo mundo. A cultura do modernismo floresce, especialmente nas artes e no pensamento. No entanto, o público moderno se divide em grupos, cada um seguindo vários caminhos fragmentados e falando "idiomas" diferentes. A nitidez da modernidade é reduzida, e sua capacidade de dar sentido à vida das pessoas diminui. O autor também examina as perspectivas de Karl Marx e Friedrich Nietzsche sobre a modernidade. Karl Marx via a modernidade como um turbilhão de forças industriais e científicas que transformaram a sociedade, mas também causaram contradições esmagadoras. Marx acreditava que os trabalhadores deveriam governar essas forças progressivas para superar as contradições e transformar a sociedade de maneira significativa. Já Friedrich Nietzsche explorou a erosão dos valores tradicionais na modernidade e a emergência de um vazio de valores. Nietzsche viu a modernidade como uma era de autolibertação, na qual os indivíduos poderiam criar novos valores em meio à incerteza. O século XX testemunhou várias formas de modernismo, desde os futuristas italianos até o modernismo tecnocrático. No entanto, o autor argumenta que muitos críticos modernos, incluindo Weber, não compreenderam plenamente a modernidade e as suas potencialidades humanas. Ao contrário, pensadores do século XIX, como Marx e Nietzsche, acreditavam na capacidade do indivíduo moderno de moldar o mundo. O autor também explora como as perspectivas modernistas do século XIX influenciaram a compreensão da modernidade. Essas ideias foram reaplicadas nos anos 60, especialmente pelo ensaio "O homem unidimensional" de Herbert Marcuse. Esse ensaio argumentou que a modernidade levou à abolição das lutas de classes e conflitos psicológicos, resultando em uma vida "totalmente administrada". Essas visões influenciaram a Nova Esquerda e geraram diferentes formas de modernismo: afirmativo, negativo e ausente. O modernismo pop dos anos 60 buscou integrar várias atividades humanas, escapando das visões puramente positivas ou negativas da modernidade. No entanto, nas décadas seguintes, as perspectivas críticas diminuíram em favor do estruturalismo e do pós-modernismo, o que enfraqueceu o engajamento público e a crítica social. O autor defende reviver o dinamismo modernista do século XIX como uma maneira de renovar a compreensão da modernidade no século XXI, enfatizando a importância de se reconectar com as raízes modernas para enfrentar os desafios futuros.
Referência: BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar . Editora Companhia das Letras, 2007.