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ATIVIDADE 4
São Carlos - SP
Junho de 2023
I - Conceitualização da AIA
Um impacto ambiental é classificado a partir das mudanças nos padrões de qualidade que se
verificam ao compará-las à baseline (linha de base que apresenta como o meio se comportaria sem
interferência). Assim, é válido ressaltar os seguintes conceitos: resposta, alterações sofridas pelo meio;
pressão, a ação exercida ao meio; estado, como o meio se encontra.
Os atributos ambientais a serem considerados nesta AIA são descritos na tabela abaixo.
II.1 Projeto
O município de São Carlos conta com uma disposição de 130 toneladas de resíduos
sólidos domiciliares em média por dia. Deste modo possui cinco setores de coleta, nos dois
distritos pertencentes ao município, além da coleta de recicláveis, realizadas por três
cooperativas, que atualmente, abrange cerca de 60% da área urbana, recolhendo mensalmente
uma média 70 toneladas, o que equivale a aproximadamente 2.700 kg/dia.
Com isso, a fim de melhor atender as necessidades do município, a implantação do
aterro sanitário contará com a disposição de resíduos sólidos exclusivamente de origem
domiciliar, classificados como II - A (não inertes), gerados na sede do município e nos
distritos de Santa Eudóxia e Água Vermelha.
De acordo com estudo realizado por Frésca,et al (2008), na tabela abaixo temos a
comparação da composição dos resíduos sólidos domiciliares gerados pelo município de são
carlos nos anos de 1989 e 2005. Com isso conseguimos estimar uma média da composição
dos resíduos que serão enviados ao aterro sanitário e a identificação das principais medidas
mitigadoras a serem implementadas.
Tabela 2. Comparação entre a composição gravimétrica, em peso, dos resíduos sólidos domiciliares em
1989 e 2005.
Para este projeto, utiliza-se a técnica de patamares sobrepostos, visto que necessita de
menor área quando comparada com outras técnicas. Patamares são utilizados para manter a
estabilidade dos taludes do aterro, para a colocação de drenagem de águas pluviais, para a
colocação de redes de drenos de biogás, e para o trânsito de veículos e máquinas na
manutenção futura dos taludes.
A movimentação de terra será realizada a fim de permitir a obtenção de material de
cobertura, para a cobertura diária e o selamento do aterro. Sendo levado em consideração,
aspectos geológicos da área e o volume necessário, para se estabelecer as dimensões dos
patamares.
Etapas:
- Drenagem subsuperficial
1. Construção de canais
2. Conduzida para um ponto distante
3. No Aterro Sanitário serão previstas canaletas de concreto (tipo
“meia-cana”, com diâmetro de 60 cm) ao redor de todos os patamares.
● Energia elétrica
Para o fornecimento de energia elétrica, deverá ser instalado, no local, um
posto de transformação com capacidade para pelo menos 300 kVA, além de toda a
malha de iluminação interna da área do empreendimento.
● Estrutura de recepção
Guarita, sala de pesagem de resíduos, sanitários.
● Sistema de arruamento
Pistas duplas, pavimentadas, nas vias principais internas que darão acesso
interno ao aterro, separadas por canteiro central com guias rebaixadas e gramadas que
servirão como áreas de infiltração. Os estacionamentos também deverão ser
pavimentados com piso permeável e dotados de estruturas drenantes para auxiliar na
infiltração. Os canteiros centrais, rotatórias e estacionamentos serão arborizados e
ajardinados.
● Prédio administrativo
Sala de recepção, sala de gerência, sala de técnicos e demais funcionários, sala
de reunião, sanitários e copa.
● Auditório
Próprio para palestras.
● Operacionais
Sistema de almoxarifado/vestiário, um abrigo coberto para a guarda de
máquinas, um barracão que servirá de abrigo à oficina, borracharia e garagem para o
abrigo de veículos, utilizados na operação do aterro, estrutura para a lavagem desses
veículos e máquinas, com dimensões e equipamentos adequados para essa atividade.
Demais galpões cobertos, para a estocagem de matérias de uso diário na operação do
aterro (areia, britas, cimento etc), deverão integrar a infra-estrutura do novo aterro,
além, de outros equipamentos que se fizerem necessários, em função do grau de
atividades relacionadas com o tratamento e deposição final dos resíduos.
● Demandas funcionais
Um refeitório e um quiosque coberto também deverão integrar a infraestrutura
do aterro. Finalmente, uma sala devidamente preparada para a recepção e
armazenamento temporário de resíduos de serviços de saúde, dotada de equipamentos
para a coleta e cloração das águas de lavagem do local.
● Galpão de pneus
Para a recepção de pneus
Abaixo pode ser visualizado um esboço do aterro, contendo as suas instalações.
Pode se evidenciar por meio do reconhecimento das curva nível, que na parte mais
baixa do aterro será implementado as lagoas de armazenamento do chorume. Para deste modo
otimizar a rede de drenagem que terá uma base fixa, com o preenchimento do aterro de baixo
para cima, utilizando a área da melhor forma e gerando menos gastos e manutenção. Na
imagem abaixo podemos ver a base da rede de drenagem e a lagoa de chorume.
Figura 5 - Rede de drenagem e lagoa de chorume
ADA - (Área diretamente afetada) Área que sofrerá intervenção direta do empreendimento.
Classificada como a área que receberá os resíduos, ou seja toda a área onde o aterro será
instalado.
AII - (Área de Influência Indireta ) Ocorrência de impactos indiretos, que incidem sobre os
componentes do meio.
AID Delimitada pela área do Delimitada pela área do Delimitada pela área do
empreendimento, bem como empreendimento, bem como empreendimento, bem como
pela topografia, hidrologia e pela topografia, hidrologia e pela topografia, hidrologia e
tipo de solo. tipo de solo. 5 km tipo de solo.
AII Delimitada pela soma de dos Delimitada pela soma de dos Delimitada pela soma de dos
impactos indiretos gerados pelo impactos indiretos gerados impactos indiretos gerados
aterro com raio de 5 km pelo aterro de 5 km pelo aterro com raio de 5 km e
o município.
Fonte: Autores
Características do aterro
Área do 56,5 ha
empreendimento
Altura do aterro 80 ? m
Camadas 9 n° de camadas
Déficit de solo 0 m³
Área de empréstimo 0 ha
Supressão de vegetação ha
nativa
Desapropriação/reassen 0 ha
tamento
3. 1. 1 Seleção de impactos
3. 1. 1. 1 Impactos considerados
● Impermeabilização do solo
● Modificação da drenagem
Tabela 5 - Emissões relativas de CO2 do transporte urbano - matriz modal de emissões CO2
Os veículos pesados, como é o caso dos caminhões de coleta, são responsáveis por
1,26 kgCO²/km, como demonstrado na tabela.
Além disso, tem-se também a geração de materiais particulados. De acordo com
estudo realizado no entorno da Estação São Carlos, nas Avenidas São Carlos e Alexandrina,
obteve-se os seguintes resultados:
Tabela 6 - Emissões de material particulado no Entorno da Estação São Carlos
Tomando estes dados como base, tem-se que no total os veículos movidos a diesel
(pesados, ex:caminhão) geram no total 0,12 t/ano de material particulado.
● Compactação do solo
De acordo com a linha de base, tem-se uma região de declividade mediana (inferior a
8%), relevo suavemente ondulado, próximo ao Vale do Ribeirão do Monjolinho.
Predominância de solos do tipo latossolos, situados sobre basaltos da formação Serra Geral.
Não se verificam processos erosivos intensos. Segundo Estanislau (1999), que realizou estudo
sobre a compactação de latossolos, à medida que a densidade do solo diminui, a umidade
gravimétrica aumenta, por conta da baixa compressibilidade da água que ocupa a maioria dos
poros. Nota-se, também, que os latossolos são geralmente profundos, argilosos e pouco
férteis. Assim, a compactação do solo na região pode ser considerada um impacto de ordem
primário, de baixa magnitude e baixa importância local. Esta compactação pode gerar
impactos como redução de poros, redução na taxa de infiltração de água e redução de
infiltração de oxigênio, tornando o solo menos nutrido e menos permeável. No entanto, dada
a àrea que será compactada e as características do solo na região, que já apresentam pouca
permeabilidade, não se verifica compactação muito intensa.
3. 1. 1. 2 Impactos desconsiderados
● Perda de biodiversidade
Figura 10. Localização do aterro e usos e ocupação do solo (esquerda) e a legenda do mapa
(direita).
● Erosões
● Percolação de Líquidos
● Escoamento superficial
Figura 11. Distância das lagoas de estabilização ao curso d’água mais próximo
Por fim, no caso de que os rejeitos consigam chegar ao curso d’água, vencendo
as barreiras naturais da pequena mata ciliar em torno do rio, considerando o baixo
escoamento do rejeito líquido tratado no aterro, o volume que se mistura com a água
do riacho é mínimo e constante (devido ao escoamento superficial viscoso), fazendo
com que a alteração da concentração de oxigênio dissolvido (OD) nas águas seja
problemática no ponto de contato da mistura, uma vez que o percolado possui 0 mg/L
de OD, e o curso d’água tenha em torno de 7 mg/L. Contudo, pelo fato de o volume
ser baixo de rejeito, a autodepuração do córrego é elevada e, em curtas distâncias,
condições próximas ao original são observadas.
● Emissão de gases
Figura 13. Concentrações de dióxido de carbono e metano no ar ambiente do aterro sanitário de Seropédica -
estudo realizado pela UERJ.
Figura 14. Cálculo de dispersão de plumas atmosféricas - cálculo de concentração do SO2 utilizando o modelo
de Screen
● Impermeabilização do solo
● Modificação da drenagem
O fluxo de veículos que vão para o aterro varia de acordo com os horários de
funcionamento e com a quantidade de rejeito coletada pelos caminhões. A obtenção desses
dados pode ser obtida através dos dados de logística do aterro. Esses dados podem indicar
quantos caminhões e carros utilizam as vias de transporte do empreendimento.
3. 3 Medidas Mitigadoras
● Impermeabilização do solo
● Modificação da drenagem
Fonte: Os Autores
● Erosões
● Impermeabilização do solo
● Escoamento superficial
● Emissão de gases
● Compactação do solo
Estudos de impacto ambiental/ Relatório de impacto ambiental do novo aterro sanitário - 2009 -
Prefeitura de São Carlos - acesso em julho de 2023
Disponível em:
http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/meio-ambiente/155943-estudo-de-impacto-ambiental-relato
rio-de-impacto-ambiental-do-novo-aterro-sanitario.html
"Caminhões e ônibus respondem por metade da poluição do ar em São Paulo". Disponível em:
<https://agencia.fapesp.br/caminhoes-e-onibus-respondem-por-metade-da-poluicao-do-ar-em-sao-paul
o/28239/#:~:text=Ag%C3%AAncia%20FAPESP%20%E2%80%93%20Um%20novo%20estudo>.
Acesso em: 15 jul. 2023.
Trevisan1, Diego P.et al. “Avaliação de vulnerabilidade Ambiental de são carlos - SP “. Universidade
federal de São carlos - UFSCar. disponível em :
https://www.observasanca.ufscar.br/avaliacao-da-vulnerabilidade-ambiental-de-sao-carlos-sp/
Borba, Priscila F.S. et al. “Emissão de gases do efeito estufa de um aterro sanitário no rio de janeiro”.
UERJ – Rio de Janeiro (RJ), 2018. disponível
em:https://www.scielo.br/j/esa/a/xVZsksRyQVYm6VSKkKMwPgc/?format=pdf&lang=pt
CARVALHO, Carlos Henrique Ribeiro de. “Emissões relativas de poluentes do transporte motorizado
de passageiros nos grandes centros urbanos brasileiros”. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada,
Brasília, 2011. Disponível em: https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/1578/1/td_1606.pdf