A questão dos povos indígenas no Brasil, sem dúvida é o calcanhar de Aquiles
da nossa história, ao lado, é claro, da questão do negro e da escravidão. O
colonizador sempre será o vilão dessa narrativa e a auto condenação que isso traz é indefectível. Mas, no tocante a população indígena é bem mais delicada, levando tal fato a nível exponenciais, porém, silenciosos. Por um simples motivo, o colonizador Europeu era o intruso, ele invadiu e maculou todo um modo de vida para fazer valer os interesses dos governantes. O Europeu veio com o intuíto, velado ou não, de catequizar o índio. Educá-lo na fé cristã, e erradicar o paganismo. Uma espécie de cruzada tropical. Mas o que ocorreu paralelo a isso, foi bem diferente. O choque cultural entre os Portugueses e os grupos indígenas, não chegaram nem perto de serem relações salutares. Tais grupos, no entanto, não estavam aqui à disposição dos europeus nem com eles colaboraram por ingenuidade ou tolice. Suas relações de aliança ou hostilidade com os estrangeiros faziam-se também de acordo com seus próprios objetivos e interesses ligados, à dinâmica de suas organizações sociais. Assim é que enquanto alguns colaboraram, outros mantiveram-se hostis. Para ambos, no entanto, a chegada dos europeus na América inaugurou uma época de holocausto, com altíssima mortalidade e prejuízos incalculáveis, com epidemias, escravizações em massa, intensificação de guerras intertribais, trabalhos forçados, desestruturação social, etc… Carregados de idéias preconceituosas e sem entender direito a língua, o comportamento e as formas de organização social e cultural dos povos indígenas, os portugueses cometeram vários equívocos ao descrevê-los. A imensa variedade de povos com línguas e culturas diversas foram, em geral, reduzidos drasticamente. Atualmente o cenário não é diferente, senão pior. Os indígenas vivem espremidos em sua terras demarcadas que são constantemente invadidas por grileiros e principalmente garimpeiros que sob o signo da barbárie, agem de forma impune. Roubando, matando, estuprando e em muitos casos viciando as populações indígenas com drogas e álcool. Contam com a conivência das autoridades, quase sempre corruptas, e os órgãos fiscalizadores que sofrem um completo desmantelamento de suas operações governo após governo. Ao meu ver, as forças nacionais é que deveriam patrulhar essas reservas e coibir toda a ação de garimpo clandestino em terras indígenas. Possuimos uma enorme força militar e que é pouco usada efetivamente. Leis mais rígidas para a proteção e preservação tanto de terras quanto da cultura indígenas, seriam algumas providencias que senão, podem corrigir um erro secular, ao menos garantir um presente digno e uma esperança de futuro para o povo indígena. Escolha uma comunidade indígena que resida em seu Estado e organize uma catalogação dos seguintes dados: a) nome da nação indígena (etnia); Cariri – ETNIA: TAPUIAS
b) língua e/ou dialetos falados.
Línguas: yathê, xukuru, pankararu, proká, xokó, natu Dialetos: o Dzubukuá, o Kipeá, o Camamu (ou Kariri) e o Sapuyá,
c) número de habitantes de acordo com dados estatísticos;
Atualmente são 110 pessoas que formam 34 famílias, habitando a aldeia.
d) região que estão localizados dentro do Estado (nome da reserva e/ou
aldeia); Os Cariri moram em Queima da Nova, No Sul do Piauí, distante 552 km da capital, Teresina.
As atividades artesanais, baseia-se principalmente na confecção de jarros e vasos feitos de uma espécie de argila e jarros feitos pequenos pedaços de madeira atados com uma espécie de cipó bastante resistente e cordas. f) aspectos culturais mais importantes (arte, pinturas corporais, plumagens); A pintura usa sempre tons fortes de vermelho e preto para os homens e traços finos e delicados para as mulheres. As plumagens também são mais espeças para os homens e menos chamativas para as mulheres. g) rituais religiosos;
Além de casamentos, funerais e iniciações, o principal ritual religioso dos
Cariris é o Varakidram o destaque para o uso das cabaças furadas representando figuras antropomorfas e o uso do fumo. Tinha como objetivo trazer sorte e afastar os maus espíritos. h) envolvimento do poder público; A comunidade Serra Grande dos índios Cariri, em Queimada Nova, distante a 552 km de Teresina, se tornou em agosto de 2020 o primeiro povoado indígena com território demarcado oficialmente no Piauí. De acordo com Instituto de Terras do Piauí (Interpi), o reconhecimento é o início de uma reparação histórica dedicada à importância da presença dos povos indígenas no estado.
A demarcação foi oficializada depois que o governador Wellington Dias (PT)
sancionou a Lei 7.389, publicada no Diário Oficial do Estado do Piauí, no dia 27 de agosto.