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Série Cartilhas Pedagógicas - vol.

2
Candomblé

Camila de Souza Gouveia


Casa Leiria Gisele Kliemann
Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida
Universidade Federal do Paraná
Área de Ação: Amazônia e Povos Tradicionais / Diálogo Inter-religioso / educação para as relações
Étnico-raciais.

Universidade Federal do Paraná - UFPR Província dos Jesuítas do Brasil


Reitor: Ricardo Marcelo Fonseca Pe. Provincial Mieczyslaw Smyda, S. J.
Vice-reitora: Graciela Inês Bolzón de Muniz Secretário para Promoção da Justiça Socioambiental
Setor Litoral da Província dos Jesuítas do Brasil e Diretor do OLMA
Diretora: Elisiane Tiepolo Pe. José Ivo Follmann, S. J.
Vice-diretor: Lourival de Moraes Fidelis Observatório Nacional de Justiça Socioambiental
Curso de Licenciatura em Artes Luciano Mendes de Almeida – OLMA
Coordenadora: Débora Regina Opolski Diretor: Pe. José Ivo Follmann, S. J.
Vice-coordenadora: Giselly Brasil Secretário Executivo: Dr. Luiz Felipe B. Lacerda
Programa de Extensão Núcleo de Arte e Educação Centro Cultural de Brasília – CCB
Coordenação: Gisele Kliemann e Giselly Brasil Diretor do CCB e Superior do Núcleo Apostólico
GILDA - Grupo Interdisciplinar em Linguagem, Brasília: Pe. Antonio Tabosa Gomes, S. J.
Diferença e Subjetivação www.olma.org.br
CNPQ - Linha de Pesquisa - Linguagem, Diferença e
Práticas Educacionais
Camila de Souza Gouveia
Gisele Kliemann

Candomblé
Série Cartilhas Pedagógicas – vol. 2

Casa Leiria
São Leopoldo - RS
2021
Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida
Universidade Federal do Paraná

© Direitos reservados Design e diagramação:


Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Gisele Kliemann
Luciano Mendes de Almeida - OLMA e Criação e concepção:
Universidade Federal do Paraná - UFPR Camila Gouveia
Gisele Kliemann
Ilustrações:
Orixás - Camila Gouveia
Ficha catalográfica Simbologia - Nicole Elis Porto
Fotografia:
Carla Ruschmann
Luiz Eduardo Geara
Colaboração:
Suellen Regina Inouhe
Edição e publicação:
Casa Leiria

É proibida a reprodução total ou parcial deste trabalho,


por qualquer meio, sem a permissão escrita do Observa-
tório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Men-
des de Almeida, da Universidade Federal do Paraná e
Bibliotecária: Carla Inês Costa dos Santos – CRB: 10/973 dos coordenadores do Projeto.
SUMÁRIO

6 SOBRE AS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS


8 CANDOMBLÉ
9 OS ORIXÁS
11 O TERREIRO
12 O JOGO DE BÚZIOS (MERINDILOGUN) E OS EBÓS
13 A INICIAÇÃO E O APRENDIZADO
15 OFERENDAS
16 AS ERVAS
17 SÍMBOLOS DOS ORIXÁS
20 FESTIVIDADES
21 A DANÇA
22 A MÚSICA
23 ENCERRAMENTO
41 PALAVRAS CRUZADAS DO CANDOMBLÉ
42 LABIRINTO DOS ELEMENTOS
43 REFERÊNCIAS
SOBRE AS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

O que chamamos de “religiões de matriz africana”, ou “afro-


-brasileiras”, são cultos criados em território brasileiro por es-
cravos africanos.
Como cultos, desenvolveram-se na escuridão das senzalas,
nos mocambos e nos quilombos, e com o tempo, foram se
misturando à cultura dos brancos cristãos, dos mulatos, dos
índios, dos cafuzos (descendentes de negros e índios) e até
dos africanos de cultura muçulmana que também foram es-
cravizados, acabando por constituir parte do legado cultural
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

do povo brasileiro.
Originárias da fusão entre as diversas crenças religiosas dos
povos africanos, como meio de expressar sua fé e preservar
sua cultura, idiomas e tradições, são conhecidas como: Can-
domblé, Umbanda, Xambá, Batuque, Omolokô, Tambor de
Mina, Cabula, entre outros, com características diferentes de-
pendendo da região brasileira em que se instalou seu povo
de origem.

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Apesar da riqueza artística e cultural, do respeito à natureza e a todas as formas de energia,
cultuadas nas religiões de matriz africana, elas vêm sendo demonizadas e desrespeitadas ao
longo do tempo.
O desconhecimento e marginalização, derivados do histórico processo de escravidão no
Brasil, acabaram por proibir e condenar os cultos religiosos de matriz africana e suas práticas,
causando discriminação, desrespeito, racismo e intolerância.
Com o objetivo de informar, desmistificar e construir conhecimento, apresentamos o Can-
domblé, seus Orixás e informações básicas sobre essa religião.
Nosso intuito é que, a partir daqui,
o leitor perceba diferentemente a
cultura religiosa de matriz africana,
esperando que mais e mais pessoas
ajudem a erradicar o preconceito, a
discriminação e o desrespeito.
Todas as informações aqui expos-
tas provêm da experiência religiosa,
conhecimento empírico e registros
escritos sobre o tema indicados na
bibliografia.

CANDOMBLÉ
Milah Gouveia e Gisele Kliemann

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CANDOMBLÉ

O Candomblé é uma religião brasileira


de matriz africana.
Foi criado no Brasil com adaptações e
adequações dos rituais praticados na
África, porém utilizando-se das condi-
ções e elementos disponíveis no con-
texto brasileiro.
É codificado e dividido pelo nome de
nações: Ketu, Gêge, Angola e Efon e
suas derivações. Basicamente, as na-
ções de Candomblé cultuam divinda-
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des africanas, sendo algumas delas:


Orixás, Voduns, Inkices. É necessário
um maior aprofundamento na religião
para compreender a diferença entre
as divindades. Popularmente, todas as divindades são chamadas de Orixás ou “santos”, cos-
tume proveniente do sincretismo religioso, que cria as expressões como “pai de santo”, “mãe
de santo”, “filho de santo”, entre outras.
No Candomblé, o Deus supremo é chamado de Olorun, Nzambi ou Olodumare. Representa
o todo, é a natureza completa, que se divide em diversas divindades, responsáveis pelas di-
ferentes energias da natureza.

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OS ORIXÁS

ORIXÁ = termo do dialeto africano nagô/yorubá, que vem da junção da palavra ori = cabe-
ça e da palavra axé = força, também pode ser traduzido como “Poder da Cabeça”.
O Orixá é, então, a “força da cabeça”, de cada pessoa. É uma percepção humanizada da
energia pura da natureza se fazendo presente na vida de cada ser humano.
Para o Candomblé, todo Orixá é visto como uma divindade, um ser superior, que viveu entre
os seres humanos, na maioria dos casos, como reis e rainhas, com poderes mágicos que os
diferenciavam dos outros, louvados e adorados com reverências e sacrifícios, sendo, portan-
to, considerados ancestrais divinizados após sua morte.
Cada adepto do Candomblé possui a proteção de um determinado grupo de Orixás. O Ori-
xá de maior expressão na regência da vida da pessoa é chamado carinhosamente de Pai
ou Mãe.
O Merindilogun - Jogo de Búzios - é o oráculo responsável por definir os Orixás de cada pes-
soa. Este oráculo é exclusivo para sacerdotes e sacerdotisas de Candomblé.
Os Orixás são guardiões das forças e energias da natureza. São enviados por Olorum para

CANDOMBLÉ
a preservarem e protegerem. A conscientização ambiental é um dos principais dogmas do
Candomblé.

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Cada Orixá possui características próprias, elementos, domínios e cores, bem como dias es-
pecíficos de culto, que conferem a ele sua singularidade.
Cada um é guardião de uma parte específica da natureza e suas manifestações – florestas,
pedreiras, rios, mares, campinas, tempestades, chuvas, pôr do sol, fases da lua.
No Candomblé, essas divindades se personificam em forma humana e se manifestam nos
corpos de seus adeptos, onde são recebidas com indumentárias específicas, celebradas
com sacrifícios e oferendas diversas e se expressam em festividade, através de danças e
cantos.

VOCÊ SABIA?
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

Que várias palavras do vocabulário brasileiro derivam da cultura do Candomblé?


EXEMPLOS: Babá, bagunça, bugiganga, cachaça, cafuné, dengo, fofoca etc.
CITE PALAVRAS QUE VOCÊ SABE QUE SÃO USADAS EM NOSSO VOCABULÁRIO E POSSUEM
ORIGEM NA LINGUAGEM YORUBÁ:
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O TERREIRO
Os templos de Candomblé possuem várias denominações - Terreiro, Ilê, Roça, Abassá, Casa
de Axé. Possuem um salão principal, chamado de “barracão” e os “quartos de santo”, onde
são guardadas as representações litúrgicas e objetos de devoção.
Cada terreiro se constitui como uma família, formada pelos membros, identificados como
pais, mães, filhos, com respeito hierárquico como fundamento principal, tratamento de
reverência e respeito pela idade e tempo de religião de cada um, e à ancestralidade e
antepassados.
A ramificação religiosa se dá através das “Casas Matrizes”,
as mais antigas casas de Candomblé, chamadas “Raiz”,
que em sua maioria se encontram na Bahia.
Dessas casas são provenientes os sacerdotes e sacerdotisas
que disseminaram a religião por todo o Brasil, abrindo novas
casas e dando continuidade à religião.
O Terreiro é o espaço de aprendizado e convivência. É onde
os praticantes aprendem a valorizar o saber religioso, a mi-
tologia, a conhecer e respeitar os ritos sagrados. Seus rituais
internos são chamados de “funções” e não são abertos ao
público.

CANDOMBLÉ
Esses conhecimentos são hierarquicamente disseminados
pelo Babalorixá (pai de santo) ou pela Yalorixá (mãe de
santo).

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O JOGO DE BÚZIOS (MERINDILOGUN) E OS EBÓS

Todas as determinações, desígnios e


orientações do Candomblé passam
pelo Jogo de Búzios. É através deste
oráculo que os sacerdotes e sacerdoti-
sas se comunicam com os Orixás, para
definir ações, rituais, procedimentos. É,
portanto, o primeiro acesso ao Candom-
blé, sua porta de entrada. Também é a
forma de atendimento a quem busca
ajuda para seus assuntos ou problemas
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pessoais, mesmo sem a intenção de se


tornar adepto, pois através dos búzios é
dada a orientação espiritual. A pessoa
que é atendida no Candomblé é cha-
mada de “Consulente”.

Uma das orientações mais comuns do jogo de búzios é o Ebó. O Ebó é um ritual que pode ser
realizado para qualquer pessoa, conforme sua necessidade - saúde, financeiro, profissional.
É composto por diversos itens que se alteram conforme a finalidade, mas, na maior parte, são
realizados com o uso de alimentos específicos.

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A INICIAÇÃO E O APRENDIZADO

O Candomblé é uma religião iniciática. Aquele que de-


seja fazer parte deve passar por rituais específicos, pre-
senciar e participar de algumas atividades, para co-
nhecer, se acostumar com a religião, sua filosofia e seus
costumes, até que se defina sua iniciação.
O aprendizado no Candomblé se dá exclusivamente
pela vivência, participação em seus rituais, e pelos ensi-
namentos passados pelos mais velhos.
A iniciação é chamada de “Feitura” e é um rito de pas-
sagem, mais como um renascimento, no qual o iniciado
estabelece uma relação direta com o seu Orixá. A partir
dela, o adepto passa a receber o transe com a energia
do seu Orixá, o que é chamado popularmente de “virar
no santo”.
O iniciado é chamado de Yawô, ou Muzenza, depen-

CANDOMBLÉ
dendo da nação. Este termo significa “esposa do orixá”
ou ainda “portador do segredo”.

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A “feitura” exige renovação e fortalecimento da conexão com o Orixá de tempos em tem-
pos, o que é chamado de “obrigação”. As obrigações ocorrem ao completar um ano, no-
vamente com três anos, encerrando o ciclo aos sete anos, que representa a “maioridade”.
Na maioridade, a pessoa passa a ser chamada de Egbomy - irmã (o) mais velha (o), caso
esteja previsto em seu destino ou se apresente capacitado para este fim, recebe seus direi-
tos do sacerdócio e, neste caso, se torna Babalorixá ou Yálorixá. Estas denominações são as
mais populares, porém o sacerdócio tem outras denominações além destas.
Nos rituais internos do Candomblé, os adeptos possuem funções predefinidas, chamadas de
cargos. Dentre os cargos de maior importância, encontram–se os Ogans (masculino) e as
Ekedjys (feminino), adeptos que não passam pelo transe, mas desempenham diversas fun-
ções essenciais para o funcionamento da liturgia.
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VOCÊ SABIA?
Que na iniciação de Candomblé é raspada a cabeça do iniciado? É chamado de “Ka-
tula” e simboliza o nascimento, o recomeço da vida. O cabelo representa a força e é a
única parte do corpo que continua crescendo mesmo após a morte! Raspar o cabelo
representa o maior sacrifício do candomblecista ao oferecê-lo ao seu Orixá.

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OFERENDAS
Toda oferenda é considerada oferta de energia para ser revertida em benefício de quem a
oferta.
A cozinha do terreiro é um dos espaços mais sagrados do candomblé e todas as oferendas
remontam à tradição alimentar trazida dos tempos de escravidão. Os alimentos, para os Ori-
xás, eram o que os ancestrais e antepassados tinham acesso e permanecem como tradição
do Candomblé até os dias atuais.
Dentre eles, destacam-se o sacrifício de animais, e o preparo de algumas de suas carnes,
além de grãos e frutas. Flores e velas também fazem parte das oferendas.

VOCÊ SABIA?
Que, apesar da discriminação e do preconceito,
os animais sacrificados no Candomblé são intei-
ramente aproveitados? Cada animal é consa-
grado com máximo respeito: o sangue é ofereci-
do em forma de energia vital para fortalecer os
adeptos espiritualmente; o couro é utilizado nos
atabaques, enquanto as penas são aproveitadas

CANDOMBLÉ
em indumentárias; a carne serve de alimento a
todos os membros da comunidade.

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AS ERVAS
Um provérbio original do Candomblé é: “Kosi
Ewè, Kosi Orixá”, que significa “Quem não
entende as Ervas, não entende Orixá”.
As ervas são de suma importância no can-
domblé e são utilizadas em todos os rituais,
em forma de banhos, chás, fundamentos,
oferendas, decoração.
Cada folha possui propriedades únicas e
cada Orixá possui suas plantas e folhas es-
pecíficas. Com as ervas, os candomblecis-
tas preparam banhos, defumações, chás
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

para diversas finalidades, como calmantes,


atrativos de toda espécie, e tratamento de
doenças, agindo em todas as áreas, como
por exemplo: saúde, amor, dinheiro, melhora
emocional, psicológica.

VOCÊ SABIA?
Que muito antes dos tratamentos fitoterápicos e homeopáticos, os adeptos do Can-
domblé já possuíam conhecimento sobre o uso de cada erva? Existe uma reza especí-
fica para despertar o poder de cada erva chamada de “Sassanha”.

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SÍMBOLOS DOS ORIXÁS
Cada Orixá possui um (ou mais de um) símbolo ou ferramenta de poder. Estes símbolos po-
dem ser de metais diversos, de palha e de sementes, enfeitadas com búzios e miçangas.

EXU OGUM OSSÃE ODÉ OBALUAIÊ


”Ogó”: símbolo “Aladà”: símbolo “Avivi”: símbolo “Ofá”: símbolo da “Xaxará”: símbolo
da fertilidade e de poder e vitória da fauna e flora. caça e da pesca da espiritualidade
virilidade. Repre- nas guerras. Representação de Representação de e ancestralidade.
sentação do falo Representação de haste com várias arco e flecha. Representação de
masculino. facão forjado em pontas e pássaro “Arokerê”: símbolo feixe de nervuras
ferro. pousado sobre a de nobreza. de palmeira com
lança central. Representação de búzios e sementes.

CANDOMBLÉ
chicote de rabo Tem finalidade de
de cavalo. eliminar energias
negativas.

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OXUMARÊ NANÃ IROKO XANGÔ YANSÃ OBÁ
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

“Dan”: símbolo “Ibirí”: símbolo “Àkábà”: sím- “Oxê”: símbolo “Eruexim”: sím- “Abò”: símbolo
do conheci- da sabedoria bolo da ascen- da justiça. bolo do poder da fidelidade e
mento infinito. anciã. ção e evolu- Representação sobre as almas. resiliência.
Representação Representa- ção espiritual. de machado Representação Representação
de cobra furta ção de cetro Representação de duas de chicote de de escudo de
cor. de palha da de grelha ou lâminas. couro com cobre
costa ornado escada que rabo de búfalo.
com búzios e conduz ao
sementes re- Orun (céu).
presentando a
ligação entre a
vida e a morte.

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YEWÁ OXUM LOGUN-EDÉ YEMANJÁ OXAGUIAN OXALUFÃ
“Igbá àdó “Abebè”: sím- “Iwọn ipele”: “Abebè”: sím- “Owó odó”: “Opaxorò”:
kalabá”: símbo- bolo da beleza símbolo do bolo do amor símbolo da símbolo da li-
lo da feminili- e da riqueza. equilíbrio. materno. realeza e da gação entre os
dade e virgin- Representação Representação Representação alimentação. mundos.
dade. de espelho de de balança de de espelho Representação Representação
Representação ouro. ouro. prateado com de mão de pi- de cajado com
de cabaça finalidade de lão de prata. três pratos, sim-
com tiras de afastar os ini- bolizando as
ráfia. migos dos seus três dimensões.

CANDOMBLÉ
filhos.

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FESTIVIDADES

Cada ritual no Candomblé é celebrado em uma festividade pública, que se assemelha a


uma apresentação artística, chamada de Xirê ou Kizomba.
A apresentação acontece no salão principal do terreiro, para a qual são convidados sa-
cerdotes e membros de outras casas de axé, comunidade local, simpatizantes, familiares
dos membros, que em sua maioria participam como espectadores.
Nessa festividade, ao som dos atabaques, os membros dançam em roda, organizados
numa fila iniciada pelo sacerdote ou sacerdotisa, seguindo por ordem de tempo de religião
ou função de cada membro, do mais velho até o mais novo, encontrando o mais velho
com o mais novo quando se fecha o círculo, simbolizando a humildade e a equidade do
Candomblé.
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

Nesta roda, todos dançam juntos em louvor aos Orixás, havendo uma sequência de can-
tigas de reverência para cada Orixá. A roda gira em sentido anti-horário, simbolizando o
retorno à Mãe África, um retorno aos seus ancestrais.
São realizados cantos e danças em sua maior parte cantados em língua africana (yorubá,
nagô, bantu) e, em momentos específicos da festividade, os Orixás se manifestam através
do transe em seus adeptos.

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A DANÇA

As divindades manifestadas são levadas ao cha-


mado Roncó (quarto de obrigações), onde são
vestidas, paramentadas e ornamentadas com
suas indumentárias, adornos e objetos específi-
cos, e retornam ao salão para confraternizar por
meio de suas danças.
A dança representativa realizada pelos Orixás é
chamada de Run .
Nestas danças cada Orixá representa seus atri-
butos.
Todo Orixá em transe dança a maior parte do
tempo de olhos fechados. Esta tradição simboli-
za a confiança entre o adepto e seu Orixá.
Sempre que um Orixá dança, é acompanhado
por uma Ekedjy, que fica responsável por dar
direção com seu Adjá (espécie de sino ou cho-
calho, instrumento de poder dentro do Can-

CANDOMBLÉ
domblé, usado também para invocação das
divindades).

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A MÚSICA

Os instrumentos musicais utilizados no Candomblé são


os atabaques e o agogô. Toda musicalidade do can-
domblé é baseada na percussão.
Os atabaques são sempre na ordem de três, do maior
para o menor, cujos nomes são Run, Runpi, Lé. O con-
junto dos atabaques que forma a orquestra do can-
domblé é chamado de Ilú ou Ingoma.
O Agogô usado no Candomblé é de uma boca e tam-
bém é chamado de Gan. Os responsáveis pela percus-
são e canto nas liturgias e festividades são os Ogans.
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

São diversos os tipos de toques e danças para os Ori-


xás, onde percussão, música e dança recebem a
mesma denominação e, para cada tipo de toque dos
atabaques, existe uma coreografia específica, como
por exemplo: Aguerê, Bravun, Ijexá, Muzenza, entre
outros.
O Canto é realizado no esquema de pergunta e res-
posta, onde os Ogans “puxam” uma estrofe e em se-
guida todos repetem ou cantam uma segunda estrofe
como resposta.

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ENCERRAMENTO

Após a dança, os Orixás que se manifestaram se despedem e são levados de volta ao Ron-
có onde os adeptos são despertados do transe. Retoma-se o Xirê onde todos dançam jun-
tos para Oxalá. Finaliza-se o ritual cantando e dançando da mesma forma que no início,
simbolizando que o terreiro permanece aberto para todos, independente de festividade.
Quando a festividade é comemorativa de algum dos membros, após a finalização do Xirê,
o mesmo é trazido ao público para cumprimentos da família e amigos.
A festividade é encerrada com um jantar de confraternização em que todos os presentes
irão comungar do alimento oferecido.
Muitas são as divindades cultuadas no Candomblé; no entanto, os Orixás, cujo culto é mais
expressivo, são dezessete, com derivações e formas diferenciadas de culto de casa para
casa, sendo eles: Exu, Ogum, Ossãe, Odé, Obaluaiê, Nanã, Oxumarê, Xangô, Oyá, Obá,
Yewá, Oxum, Logun-Edé, Yemanjá, Iroko, Oxalá (que se subdivide em Oxalufã e Oxaguian).

Vamos conhecê-los?

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EXU
(ESÙ / NPAMBO NGILA / LEGBÁ / BARA / LEGBARAVODUN)

Exu significa “esfera”. Ele é o protetor da esfera terrestre. É


o Orixá da comunicação, guardião de todas as coisas hu-
manas, dos sentimentos e emoções. É o mais humano dos
Orixás, senhor do princípio e da transformação.
No Candomblé, Exu é o primeiro a ser cultuado, é o men-
sageiro entre os humanos e os Orixás. Está ligado à fecun-
didade, sexualidade, virilidade, humanidade e seus ele-
mentos são a terra e o fogo.
Um dos maiores equívocos relacionados com Exu é a as-
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

sociação à figura do diabo cristão; porém, no Candomblé


não existe essa crença, não existe diabo ou demônio.

Laroié!

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OGUM
(ÒGÚN / ROXI MOKUMBE / INKOSSI)

Ogum é o Orixá das lutas, batalhas e guerras reais ou sim-


bólicas, que ocorrem ao redor do mundo e no dia a dia
de cada ser humano. Ogum é a força criativa do ser hu-
mano, é a necessidade do trabalho, da descoberta, e é
a potência da conquista.
Ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço, é o pai
da metalurgia e da tecnologia, protetor de todos os se-
res que trabalham com metal ou ferro. Sendo assim, está
ligado à guerra, progresso, conquista.
Temível guerreiro, Ogum conquistou respeito por ser es-
tratégico e devastador. Tem como elementos a terra (flo-
restas e estradas) e o fogo.

Ògún ieé!!

CANDOMBLÉ
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OSSÃE
(ÒSANYÌN / OSSAIM / OSSANHA / AGUÉ / KATENDE)

Ossãe é o Senhor das Folhas e Plantas. É o responsável por


cada erva e é ele quem designa as ervas específicas de
cada Orixá.
Cada Orixá possui suas próprias folhas, mas só Ossãe co-
nhece os seus segredos, só ele sabe as palavras (ofó) que
despertam o seu poder, a sua força.
Ossãe desempenha uma função fundamental no Can-
domblé, visto que, sem a sua presença, nenhuma cerimô-
nia pode realizar-se, pois ele detém o axé que desperta o
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

poder do “sangue” verde das folhas.


Está ligado à medicina e à liturgia através das folhas, e
seus elementos são a floresta e as plantas selvagens.

Ewé ó! Ewassá!

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OXÓSSI
(ODÉ / OSÓÒSÍ / KABILA)

Oxóssi é o Deus Caçador, Senhor da Floresta e de todos


os seres que nela habitam; Orixá da fartura e da riqueza.
Ele cumpre um papel civilizador importante, pois, como
caçador, representa a busca do homem por mecanismos
que lhe possibilitem sobressair-se e impor a sua marca no
mundo desconhecido.
A colheita e a caça são formas primitivas de busca de
alimento, representação da essência da existência hu-
mana: a luta pela sobrevivência. Oxóssi representa o do-
mínio da cultura sobre a natureza.
Está relacionado à caça, agricultura, alimentação e far-
tura e seus elementos são a terra (florestas e campos cul-
tiváveis) e o ar (liberdade).

Òké Aro!!! Arolé!

CANDOMBLÉ
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OBALUAIÊ - OMOLU
(OBÀLUÁYÊ / OMOLU / OLUAYÊ / SAKPATA / XAPANÃ /
KAVIUNGO)
As palavras Obaluaiê e Omolu significam, respectivamen-
te, “Senhor da vida na Terra” e “Senhor da Luz”. Omolu é o
grande “Rei Sol”, o responsável por toda a vida no plane-
ta. É a própria personificação da terra, tanto a que pisa-
mos quanto o planeta em si.
Omolu é considerado também o “Senhor da Cura e da
Doença”, o médico dos pobres, pois muito antes da ciên-
cia, era a ele que se recorria para a cura das enfermida-
des do corpo e da alma. Tem como domínios as doenças
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

e a cura, a saúde, a vida e a morte. Seus elementos são a


terra e o fogo do interior da terra.

Atotoò!!!

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OXUMARÊ
(ÒSÙMÀRÈ / DAN / ANGOLO / NKISI HONGOLO / NKISI
ANGOROMÉIA / BESSÉM)
Oxumarê é o Orixá do movimento, do ciclo, do infinito, da
transmutação. Representa o movimento da Terra, dos as-
tros, a transformação do dia em noite, as estações do ano,
a continuidade, as questões que permeiam o material e o
espiritual.
É representado pelo arco-íris que liga o céu a terra e pela
grande serpente engolindo o próprio rabo, garantindo a
unidade e a renovação do universo.
Oxumarê sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no
corpo) e imortal (no espírito).
Por sua inteligência e astúcia indescritível, Oxumarê conhe-
ce todos os poderes dos outros Orixás, sendo também reco-
nhecido como o Orixá do conhecimento e da sabedoria.

Arò Boboi!!!

CANDOMBLÉ
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NANÃ
(NÀNÀ BURUKU / NANÃ BULUKU / NANÃ BURU /
ANAMBURUKU / GANGAZUMBA / NZUMBARANDA)
Nanã representa a memória ancestral do nosso povo: é
a mãe antiga (Iyá Agbà) por excelência, a anciã, “vovó”
entre os Orixás.
Junto com Oxalá fez parte da criação, sendo responsável
por dar forma ao homem e todos os seres viventes da ter-
ra.
Nanã é o nascimento, o início e o fim. Entender Nanã é
entender o destino, a vida e a trajetória do homem sobre
a terra.
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

Seu domínio está ligado à vida e à morte, à saúde e à


maternidade e seus elementos são a terra, a água, a
lama e o lodo.

Salubá! Obiwá!

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IROKO
(LOKO / TEMPO / KIDEMBO / ORIXÁ OKÔ)

Iroko é um dos Orixás mais antigos. Acredita-se que foi a


primeira árvore plantada na Terra, a maior e mais sagrada
árvore do mundo.
Ele representa o tempo, a ordem cronológica de passado,
presente e futuro, assim como o clima e as estações do
ano. Sua representação no Brasil é a Gameleira Branca.
Segundo as lendas, seria a árvore por onde os Orixás des-
cem do Orun (céu) ao Ayê (Terra). Está ligado à natureza,
aos animais, à ancestralidade e integra todos os elemen-
tos da natureza.

Irôko Issó! Eró! Irôko Kissilé!

CANDOMBLÉ
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XANGÔ
(SÀNGÓ / SHANGÓ / NZAZI LUANGO)

Xangô é rei entre todos os reis. É o símbolo da soberania,


do poder e da virtude.
Ele é a expressão da autoridade e domina o mais perigoso
de todos os elementos da natureza: o fogo.
O poder mágico de Xangô reside no trovão: o fogo que
corta o céu e arrasa a terra, trazendo a transformação.
No Candomblé, Xangô é o representante da justiça. É o
Orixá que rege a ética e a boa conduta, o defensor e o
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

inquisidor, aquele que luta pelo bem e pelo correto. Seus


elementos são o fogo (grandes chamas, raios) e as forma-
ções rochosas.

Kawó Kabiesilé!!

32
YANSÃ
(OYÁ / YÁNSÀN / ÌYÁMESÀN / MATAMBA /
BAMBURUCEMA)
Yansã é o poder da união de elementos contraditórios,
pois nasce da água e do fogo. A tempestade é a ma-
nifestação de Yansã, rainha dos raios, das ventanias, dos
temporais.
Guerreira por vocação, Yansã é a personificação da bus-
ca feminina por igualdade. Grande lutadora, vencedora
de guerras, sem distinção por ser mulher.
Possui ligação com Ikú (a Morte), é responsável pelo enca-
minhamento dos Eguns (Almas) para que sigam seu des-
tino e não perturbem os viventes. Mãe que protege seus
filhos como leoa.
Seus elementos são o ar em movimento, o vento, o fogo.

Epahey!

CANDOMBLÉ
33
OBÁ
(IYÒBÁ / MINA LUANGO)

Obá é um Orixá ligado à água, guerreira e masculinizada


pela sua história na Terra. É a grande protetora do poder
feminino, do corpo que gera novas vidas.
Por desafiar as capacidades masculinas, Obá representa o
temperamento forte e resistente que existe dentro de toda
mulher. É a personificação da luta feminina pelos seus di-
reitos, pelo respeito, pela independência. É a demonstra-
ção da natureza de que não há sexo forte ou frágil, e sim
igualdade entre ambos.
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

Seus domínios são o sucesso profissional e a superação e


seus elementos são o fogo e as águas revoltas.

Obà Siré!

34
EWÁ
(IYEWÁ / ÌYÁ WA / YEWÁ)

Ewá é o Orixá da pureza. Seu maior atributo é a vidên-


cia. Tudo que é inexplorado conta com a sua proteção: a
mata virgem, as moças virgens, os rios e lagos onde não se
pode nadar ou navegar.
É a divindade dos estados da água - de líquido para ga-
soso, até mesmo para sólido. Ewá é o desabrochar da flor,
a lagarta que se transforma em borboleta, a nuvem que
se desmancha em chuva, o baile da natureza se transfor-
mando interminavelmente.
Está ligada à beleza, à vidência (sensibilidade, sexto senti-
do), criatividade, bom caráter e seus elementos são o pôr
do sol e a mata virgem.

Ri Ro Ewá!

CANDOMBLÉ
35
OXUM
(ÒSÚN / OSHUN / DANDALUNDA / KISSIMBI)

Oxum é a rainha de todas as riquezas, senhora do ouro e


da fertilidade, mãe por excelência. É detentora do poder
da água doce, de todos os rios e cachoeiras.
Vaidosa, é a dona da fecundidade das mulheres, a perso-
nificação do amor, da paixão, da energia dos sentimentos
humanos.
Oxum também está ligada à riqueza, à fecundidade, à
gestação e à maternidade e seu elemento é a água doce
(rios, cachoeiras, nascentes, lagoas).
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

Òóré Yéyé ó!

36
LOGUN-EDÉ
(LOGUNEDÉ / LÒGUNEDÉ / LOGUM / AVEREQUETE /
ÒLÓGUNÈDÉ / TERE-KOMPENSO / KONGOBILA)
Logun-Edé é o “príncipe herdeiro” entre os Orixás. É consi-
derado o Orixá mais jovem do culto.
Andrógeno, possui em si a dualidade que transcende o
feminino e o masculino. Divindade relacionada à magia
da vida, ao amor, à doçura, aos sentimentos fraternos, à
alegria de viver.
Logun-Éde é o maior dos feiticeiros, pois conhece os en-
cantos da felicidade e da vida plena.
Seus domínios são a riqueza, a fartura e a beleza e seus ele-
mentos a terra (floresta) e a água (de rios e cachoeiras).

Logun ô akofá! Eru awá! Loci Loci Logun!

CANDOMBLÉ
37
YEMANJÁ
(YEMONJÀ / YEMOJÁ / YEMAYA / KIANDÁ / KAIAIA)

Yemanjá é a “Grande Mãe”, mãe de toda a humanidade,


considerada a “Senhora das Cabeças”, a mãe que não
faz distinção dos seus filhos. Apesar de no Brasil Yemanjá
ser cultuada nas águas salgadas, a sua origem é no rio
que corre para o mar.
Como a vida inicia na água (útero) e o corpo de todos
os seres é composto de água, Yemanjá vê todos os seres
como seus “filhos peixes”.
É ela quem governa o pensamento humano e as relações.
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

Está ligada à maternidade (educação) e à saúde mental,


psicológica.
Seus elementos são as fases da lua, o encontro das águas,
mares e marés.

Erù-Iyá! Odó-Iyá!

38
OXAGUIÃ
(OXAGUIAN / OSOGIYAN/ OXALÁ/ OSÁLÀ/ OSAGIYAN /
LEMBARENGANGA / AJAGUNÃ)
O conhecido como Ajagunã, ou simplesmente Oxalá, é o
conflito que antecede a paz, a própria revolução xaguiã,
também que dá início às mudanças.
Orixá do progresso e da cultura, da efervescência da
vida, da discussão, da guerra e do avanço, da estraté-
gia, da inteligência, do branco, do claro, do positivo e do
masculino.
É considerado o Oxalá mais jovem, aquele que carrega a
espada e o pilão, e por isso conhecido como “comedor de
inhame pilado”, alimento que representa a prosperidade.
Está ligado ao poder transformador, progresso, cultura e
seus elementos são o ar e a água.

Epi epi, babá! Nixeuê Babá!

CANDOMBLÉ
39
OXALUFÃ
(OXOLUFAN/ OXALÁ/ ÒRISANLÁ/ ÒSALUFÓN/ LEMBÁ DILÊ /
NKASSUTÉLEMBÁ)
Orixalá (Òrìsanlà), Senhor do Branco, soberano entre todos
os Orixás. Seu nome deu origem à palavra Oxalá, pela qual
o grande Deus-Pai passou a ser conhecido no Brasil.
Foi o primeiro Orixá concebido por Olodumare (Deus Supre-
mo) e encarregado de criar não só o universo, como todos
os seres, todas as coisas que existiriam no mundo. Oxalá é
o responsável pelo “sopro da vida”, e por isto é ligado ao
elemento ar. É o detentor do poder procriador masculino,
ligado à criação, vida e morte.
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

EpaBàbá!

40
PALAVRAS CRUZADAS DO CANDOMBLÉ

CANDOMBLÉ
41
LABIRINTO DOS ELEMENTOS
LEVE O ORIXÁ ATÉ SEU ELEMENTO DA NATUREZA
SÉRIE CARTILHAS PEDAGÓGICAS – VOL. 2

42
REFERÊNCIAS
ALVES, Míriam Cristiane; ALVES, Alcione Correa (orgs.). Epistemologias e metodologias ne-
gras, descoloniais e antirracistas. 1. ed. Porto Alegre: Rede UNIDA, 2020. (Série Pensamento
Negro Descolonial).
BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil. São Paulo: Pioneira, 1975.
CAMARGO, Ana Flávia Girotto de; SCORSOLINI-COMIN, Fabio; SANTOS, Manoel Antônio
dos. A feitura do santo: percursos desenvolvimentais de médiuns em iniciação no can-
domblé. Belo Horizonte, Psicologia & Sociedade, n. 30, 2018. Epub.
GOMES, Nilma Lino. Cultura negra e educação. Revista Brasileira de Educação, n. 23, p. 75-
85, 2005.
NOGUEIRA, Sindnei. Ori: autoconhecimento e vida em harmonia. ILÊ ARÁ – Instituto Livre de
Estudos Avançados em Religiosidades Afro-brasileiras, 2019.
PRANDI, Reginaldo. Herdeiras de Axé. São Paulo: Hucitec, 1997.
ROCHA, Agenor Miranda. Oferendas. Rio de Janeiro: Imprimatur, 1998.
SOUZA, Julianna Rosa. A Dramaturgia da Dança dos Orixás: Entrevista com Augusto Omolú.
Urdimento, v. 1, n. 24, p. 237-246, julho 2015.
VERGER, Pierre Fatumbi. Lendas africanas dos Orixás. 4. ed. Salvador: Corrupio, 1997.

CANDOMBLÉ
43
CASA LEIRIA
Rua do Parque, 470
São Leopoldo-RS Brasil
Telefone: (51)3509-2196
casaleiria@casaleiria.com.br
O Observatório Nacional de Justiça Socioambiental – OLMA é um núcleo organi-
zador de instituições e iniciativas em rede focadas em temáticas comuns ligadas
à “promoção da justiça socioambiental da rede jesuíta”.
Criado pela Província dos Jesuítas do Brasil – BRA para observar em profundi-
dade as grandes questões emergentes da realidade conflitiva e contraditória, em
vários âmbitos e territórios, se propõe a desenvolver ações de documentação,
sistematização, reflexão, formação e articulação de forma a colocar em sinergia
todo o potencial acumulado na Rede Jesuíta, buscando, sobretudo, uma interlo-
cução contínua com os diversos atores dentro e fora da Igreja.

Casa Leiria

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