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Mierda Bonita é a oportunidade de ver o que não se mostra.

Por Diana Delgado-Ureña

Pablo Gisbert nasce em Valencia (Espanha) em 1982. Depois de passar pela


faculdade de filosofía, estuda dramaturgia em Madrid. Desde 2005 colabora
como dramaturgo coma companhia de dança La Veronal. Em 2010 funda
com Tanya Beyeler a companhia El Conde de Torrefiel, um projeto cênico
que busca levar para a cena a realidade contemporânea transitando entre
artes visuais, corpo e a palavra.

Mierda bonita é a publicação de todos os textos que Pablo Gisbert escreveu


para as montagens de sua companhia. É uma prosa que desvenda um
pensamento crítico com o sistema e a ordem estabelecidos. Examina, sem
perder o sentido de humor, questões incômodas, como a relação entre a vida
pública e a privada, as perversões que acumulamos, os corpos, o autoengano
como forma de subsistência e a inevitável brecha entre o que pensamos e o
que dizemos. Se traça assim uma poética que entende o teatro e a literatura
como laboratórios para pensar a realidade e os paradoxos sangrantes de
nossos sistemas democráticos na era do capitalismo cognitivo.

Os textos de Pablo Gisbert com sua natureza fragmentária e desencarnada


são minúsculos espelhos que nos deixam ver por um instante mais além da
hipocrisia dos discuros massivos da publicidade e dos meios que
vampirizam qualquer manifestação dissidente com o que se supõe que
debemos ser e sentir hoje. Mierda Bonita é a oportunidade de ver o que não
se mostra.

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