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SPOILER DA PROVA

PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS


PROVA DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

DIA 1

LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:

1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 45


relativas à área de Linguagens e suas Tecnologias e de 46 a 90 Ciências Humanas.

2. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma
responde corretamente à questão.

ATENÇÃO: aproveite este CADERNO DE QUESTÕES para testar seus conhecimentos


e simule a experiência do ENEM.

3. Separe um tempo onde você possa se dedicar 100% para responder as questões.

4. Reserve um local confortável e livre de interrupções.

5. Todas as questões possuem resolução em vídeo que podem ser acessadas clicando
em cima do número da questão.

6. O segundo caderno do simulado será disponibilizado no dia 23/10/2023.

7. O material é totalmente gratuito.

8. Os nossos professores são especialistas no ENEM.

Bons estudos!
LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS

LINGUAGENS, CÓDIGOS Questão 03


E SUAS TECNOLOGIAS What is it about Serena that inspires such vitriol? Is it
that she dominates in a sport that was once considered
Questões de 01 a 05 (opção inglês) to be for the upper crust at country clubs? One would
think that Althea Gibson and Arthur Ashe had put that
Questão 01
idea to rest decades ago. Is it that she is considered too
aggressive on the court? John McEnroe and Boris Becker
seem to take the prize for that. Is it because she wins
too much? To hate someone merely because he or she
is great only speaks to one’s own insecurity. To attempt
to and fault with someone because you cannot figure out
how or why they win so often only shows that you have
already lost. Or is it that she is unapologetically black?
A #CarefreeBlackGirl who speaks her mind, supports her
people, and whose only real opponent is herself.
Disponível em: https://theundefeated.com. Acesso em: 28 dez. 2018.

O texto, que discorre sobre Serena Williams, uma das


mais bem-sucedidas atletas do tênis, tem o objetivo de
A relatar a evolução do tênis nas últimas décadas.
B apresentar uma campanha de incentivo a atletas
negras.
C classificar o tênis como um esporte altamente
competitivo.
Esse infográfico, composto de textos verbais e não D examinar as razões das frequentes críticas que a
verbais, tem por finalidade atleta recebe.
A demonstrar como a indústria da moda agrava a E condenar a agressividade da atleta durante as
poluição. partidas de tênis.
B abordar o crescimento da produção de roupas nas Questão 04
últimas décadas.
C expor como a indústria da moda depende da indústria
petrolífera.
D apresentar o efeito do aumento da poluição na
confecção de roupas.
E evidenciar o investimento da indústria da moda em
novos mercados.

Questão 02
How little we know of what there is to know. I wish
that I were going to live a long time instead of going to
die today because I have learned much about life in these
four days; more, I think than in all other time. I’d like to
be an old man to really know. I wonder if you keep on
learning or if there is only a certain amount each man can
understand. I thought I knew so many things that I know
nothing of. I wish there was more time.
HEMINGWAY, E. For Whom the Bells Toll. Madison, Wisconsin: Demco Media, 1995.
Tendo em vista a abrangência do inglês no contexto
global, a falha na comunicação evidenciada nesse diálogo
Nessa passagem de um clássico de Ernest Hemingway, é gerada pelo fato de que os interlocutores
o narrador A usam variedades distintas da língua inglesa.
A reclama de seu envelhecimento. B cometem erros no emprego da língua inglesa.
B manifesta seu contentamento. C têm dificuldade para aprender a língua inglesa.
C lamenta sua condição. D adotam estruturas inadequadas da língua inglesa.
D exibe sua sabedoria. E resistem a mudanças sofridas pela língua inglesa.
E anseia por sua partida.

Este caderno de questões não corresponde a prova oficial do ENEM 2023. O material foi produzido
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com o intuito de preparar jovens brasileiros para o exame nacional do ensino médio de 2023.
LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS

Questão 05
April 22, 2012
The Power of Pictures
by Vickie An
In February, the group took a photography field trip to
Haiti’s La Visite national park. A student holds up a lizard
as her classmates snap away.
It’s said that a picture is worth a thousand words.
Conservation photographer Robin Moore believes this.
He especially believes that the stories photographs can
tell about the environment can inspire people to care for
the earth. “It doesn’t matter what language you speak or
what culture you come from, because a photo can speak
to everyone,” Moore says.
That’s the idea behind Frame of Mind. Moore cofounded
the organization last year with environmental educator
Deanna Del Vecchio and fellow nature photographer Neil
Ever Osborne. The group is on a mission to help young
people around the world connect with nature through
photography workshops.
In August 2011, Frame of Mind hosted its very first
workshop with 20 youth journalists in Jacmel, Haiti. The
workshop was held in partnership with Conservation
International and Panos Caribbean. Each student was
given a digital camera to use for the week and was taught
how to use it. During the session, the kids learned about
the local environment and how it relates to their lives.
AN, V. Disponível em: www.timeforkids.com.Acesso em: 1 maio 2012 (adaptado).

Reconhecendo o potencial da fotografia como uma


linguagem universal, a organização mencionada
intenciona levar
A as gerações mais jovens a reconhecerem diferentes
línguas e culturas.
B os jovens a compreenderem melhor a relação entre o
meio ambiente e suas vidas.
C os estudantes haitianos a conhecerem seus parques
nacionais.
D os jornalistas locais a buscarem parcerias com
organizações não governamentais.
E os alunos de jornalismo do Haiti a usarem câmeras
digitais em pesquisas.

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E SUAS TECNOLOGIAS

LINGUAGENS, CÓDIGOS Los mercados gobiernan. Yo no los voté.


E SUAS TECNOLOGIAS Ellos toman decisiones por nosotros, sin nosotros.

Questões de 01 a 05 (opção espanhol) Se alquila esclavo económico.


Estoy buscando mis derechos. ¿Alguien los ha visto?
Questão 01 Si no nos dejan soñar, no los dejaremos dormir
¿Qué es la X Solidaria? GALEANO, E. Los hijos de los dias. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2012.

La X Solidaria es una equis que ayuda a las personas Ao elencar algumas frases proferidas durante protestos
más vulnerables. Podrás marcarla cuando hagas la na Espanha, o enunciador transcreve, de forma direta, as
declaración de la renta. Es la casilla que se denomina reivindicações dos manifestantes para
“Fines Sociales”. Nosotros preferimos llamarla X Solidaria: A provocá-los de forma velada.
• porque al marcarla haces que se destine un 0,7% B dar voz ao movimento popular.
de tus impuestos a programas sociales que realizan las
ONG. C fomentar o engajamento do leitor.
• porque se benefician los colectivos más D favorecer o diálogo entre governo e sociedade.
desfavorecidos, sin ningún coste económico para ti. E instaurar dúvidas sobre a legitimidade da causa.
• porque NO marcarla es tomar una actitud pasiva, y
dejar que sea el Estado quien decida el destino de esa Questão 03
parte de tus impuestos. El día en que lo iban a matar, Santiago Nasar se
• porque marcándola te conviertes en contribuyente levantó a las 5:30 de la mañana para esperar el buque
activo solidario. en que llegaba el obispo. Había soñado que atravesaba
un bosque de higuerones donde caía una llovizna tierna,
Disponível em: http://xsolidaria.org. Acesso em: 20 fev. 2012 (adaptado).
y por un instante fue feliz en el sueño, pero al despertar
As ações solidárias contribuem para o enfrentamento se sintió por completo salpicado de cagada de pájaros.
de problemas sociais. No texto, a ação solidária ocorre “Siempre soñaba con árboles”, me dijo Plácida Linero, su
quando o contribuinte madre, evocando 27 años después los pormenores de
A delega ao governo o destino de seus impostos. aquel lunes ingrato. “La semana anterior había soñado
que iba solo en un avión de papel de estaño que volaba
B escolhe projetos que terão isenção de impostos. sin tropezar por entre los almendros”, me dijo. Tenía una
C destina parte de seus impostos para custeio de reputación muy bien ganada de intérprete certera de los
programas sociais. sueños ajenos, siempre que se los contaran en ayunas,
pero no había advertido ningún augurio aciago en esos
D determina a criação de impostos para implantação de
dos sueños de su hijo, ni en los otros sueños con árboles
projetos sociais.
que él le había contado en las mañanas que precedieron
E seleciona programas para beneficiar cidadãos a su muerte.
vulneráveis socialmente. MARQUEZ, G. G. Crónica de una muerte anunciada.
Disponível em: http://biblio3.url.edu.gt. Acesso em: 2 jan. 2015.
Questão 02
Na introdução do romance, o narrador resgata lembranças
Mayo de Plácida Linero relacionadas a seu filho Santiago Nasar.
15 Nessa introdução, o uso da expressão augurio aciago
remete ao(à)
Que mañana no sea otro nombre de hoy A relação mística que se estabelece entre Plácida e seu
En el año 2011, miles de jóvenes, despojados de sus filho Santiago.
casas y de sus empleos, ocuparon las plazas y las calles B destino trágico de Santiago, que Plácida foi incapaz
de varias ciudades de España. de prever nos sonhos.
Y la indignación se difundió. La buena salud resultó C descompasso entre a felicidade de Santiago nos
más contagiosa que las pestes, y las voces de los sonhos e seu azar na realidade.
indignados atravesaron las fronteras dibujadas en los
mapas. Así resonaron en el mundo: D crença de Plácida na importância da interpretação
dos sonhos para mudar o futuro.
Nos dijeron “¡a la puta calle!”, y aquí estamos.
E presença recorrente de elementos sombrios que se
Apaga la tele y enciende la calle. revelam nos sonhos de Santiago.
La llaman crisis, pero es estafa.
No falta dinero: sobran ladrones.

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Questão 04 Questão 05

¿Cómo gestionar la diversidad lingüística en el aula? Revolución en la arquitectura china


El aprendizaje de idiomas es una de las demandas Levantar rascacielos en 19 días
de la sociedad en la escuela: los alumnos tienen que Un rascacielos de 57 pisos no llama la atención en la
finalizar la escolarización con un buen conocimiento, China del siglo XXI. Salvo que se haya construido en 19
por lo menos, de las tres lenguas curriculares: catalán, días, claro. Y eso es precisamente lo que ha conseguido
castellano e inglés (o francés, portugués…). Broad Sustainable Building (BSB), una empresa dedicada
La metodología que promueve el aprendizaje integrado a la fabricación de purificadores de aire y de equipos de
de idiomas en la escuela tiene en cuenta las relaciones aire acondicionado para grandes infraestructuras que
entre las diferentes lenguas: la mejor enseñanza de una ahora se ha empeñado en liderar una revolución con
lengua incide en la mejora de todas las demás. Se trata su propio modelo de arquitectura modular prefabricada.
de educar en y para la diversidad lingüística y cultural. Como subraya su presidente, Zhang Yue, es una fórmula
económica, ecológica segura, y limpia. Ese último
Por eso, la V Jornada de Buenas Prácticas de Gestión término, además, lo utiliza tanto para referirse al polvo
del Multilingüismo, que se celebrará en Barcelona, debatirá que se produce en la construcción como a los gruesos
sobre la gestión del multilingüismo en el aula. El objetivo sobres que suelen circular por debajo de las mesas en
es difundir propuestas para el aprendizaje integrado de adjudicaciones y permisos varios. “Quiero que nuestros
idiomas y presentar experiencias prácticas de gestión de edificios alumbren una nueva era en la arquitectura,
la diversidad lingüística presente en las aulas. y que se conviertan en símbolo de la lucha contra la
Disponível em: www10.gencat.cat. Acesso em: 15 set. 2010 (adaptado). contaminación y el cambio climático, que es la mayor
amenaza a la que se enfrenta la humanidad”, sentencia.
Na região da Catalunha, Espanha, convivem duas línguas
oficiais: o catalão e o espanhol. Além dessas, ensinam-se “Es como montar un Lego. Apenas hay subcontratación,
outras línguas nas escolas. De acordo com o texto, para lo cual ayuda a mantener un costo bajo y un control
administrar a variedade linguística nas aulas, é necessário de calidad estricto, y nos permite eliminar también la
corrupción inherente al sector”, explica la vicepresidenta de
A ampliar o número de línguas ofertadas para enriquecer
BSB y responsable del mercado internacional, Jiang Yan.
o conteúdo.
Disponível em: http://tecnologia.elpais.com. Acesso em: 23 jun. 2015 (adaptado).
B divulgar o estudo de diferentes idiomas e culturas
para atrair os estudantes. No texto, alguns dos benefícios de se utilizar estruturas
pré-moldadas na construção de altos edifícios estão
C privilegiar o estudo de línguas maternas para valorizar
expressos por meio da palavra limpia. Essa expressão
os aspectos regionais.
indica que, além de produzir menos resíduos, o uso desse
D explorar as relações entre as línguas estudadas para tipo de estrutura
promover a diversidade.
A reduz o contingente de mão de obra.
E debater as práticas sobre multilinguismo para formar
B inibe a corrupção na construção civil.
melhor os professores de línguas.
C facilita o controle da qualidade da obra.
D apresenta um modelo arquitetônico conciso.
E otimiza os custos da construção de edifícios

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LINGUAGENS, CÓDIGOS Que na sua cabeça tudo logo se perdeu


E SUAS TECNOLOGIAS Me faz lembrar onde estamos
Digitalmente perdidos
Questões de 06 a 45
Me faz lembrar nosso rumo
Questão 06 Liquidamente entretidos [...]
O povo indígena Wajãpi utiliza o Kusiwa —
reconhecido como bem imaterial da humanidade em Lá fora um vendaval (aqui na)
2003 — como repertório codificado de padrões gráficos Caverna digital
que decora e colore o corpo e os objetos. Para além de
Ficamos inventando histórias
enfeitar, Kusiwa aparece como “arte”, “marca”, “pintura” e
“desenho”. Esses grafismos ultrapassam a noção estética Uma ilusão perfeita do que era pra ser
e alcançam a cosmologia e as crenças religiosas. Olho que tudo vê
ALMEIDA, C. S.; CARDOSO, P. B. Arte coussiouar, perspectivas históricas de Ela ele você
alteridade e reconhecimento. Espaço Ameríndio, n. 1, jan.-jul. 2021.
SCALENE. Magnitite. São Paulo: Red Bull Studios, 2017 (fragmento).
O povo Wajãpi, que vive na Serra do Tumucumaque,
entre Amapá, Pará e Guiana Francesa, vivencia práticas Na comparação entre os dois textos, constata-se que a
culturais que crítica comum a ambos refere-se ao(à)

A perdem significado quando desprovidas de elementos A aversão ao controverso.


gráficos. B incompreensão entre as pessoas.
B revelam uma concepção de arte para além de funções C esvaziamento das relações sociais.
estéticas. D distanciamento sistemático da realidade.
C funcionam como elementos de representação E incredulidade frente aos acontecimentos.
figurativa de seu mundo.
D padronizam uma mesma identidade gráfica entre Questão 08
diferentes povos indígenas. Conseguindo, porém, escapar à vigilância dos interessados,
E primam pela utilização dos grafismos como e depois de curtir uma noite, a mais escura de sua vida, numa
contraposição ao mundo imaginário. espécie de jaula com grades de ferro, Amaro, que só temia
regressar à “fazenda”, voltar ao seio da escravidão, estremeceu
Questão 07 diante de um rio muito largo e muito calmo, onde havia barcos
TEXTO I vogando em todos os sentidos, à vela, outros deitando fumaça,
e lá cima, beirando a água, um morro alto, em ponta, varando
O homem atual está sacrificando conhecimentos as nuvens, como ele nunca tinha visto...
profundos de qualidade em prol de informações cada vez
mais reduzidas, o que dá uma imagem incompleta do [...] todo o conjunto da paisagem comunicava-lhe
mundo em que cremos viver. Por isso as numerosas notícias uma sensação tão forte de liberdade e vida, que até
de hoje serão esquecidas amanhã, uma vez que serão lhe vinha vontade de chorar, mas chorar francamente,
substituídas por outras numerosas notícias. Quanto mais abertamente, na presença dos outros, como se estivesse
informações tem uma sociedade, um acúmulo excessivo, enlouquecendo... Aquele magnífico cenário gravara-se-lhe
menos memória guardamos, o que diminui sua profundidade na retina para toda a existência; nunca mais o havia de
histórica, e, por conseguinte, também a capacidade que se esquecer, oh! Nunca mais! Ele, o escravo, “o negro fugido”,
tem para conduzi-la com as nossas próprias mãos. sentia-se verdadeiramente homem, igual aos outros
homens, feliz de o ser, grande como a natureza, em toda
Disponível em: www.revistaesfinge.com.br. Acesso em: 13 out. 2021 (adaptado).
a pujança viril da sua mocidade, e tinha pena, muita pena
TEXTO II dos que ficavam na “fazenda” trabalhando, sem ganhar
dinheiro, desde a madrugadinha té... sabe Deus!
Esc (Caverna digital)
CAMINHA, A. Bom Crioulo. São Paulo: Martin Claret, 2008.
O que Maria vê
Seu João não vê A situação descrita no fragmento aproxima-o dos padrões
estéticos do Naturalismo em função da
Dentro de cada universo
A fragilidade emocional atribuída ao indivíduo oprimido.
Cada um enxerga e sente
Com seu cada qual B influência da paisagem sobre a capacidade de resiliência.
C impossibilidade de superação dos traumas da escravidão.
O que Francisco diz D correlação de causalidade entre força física e origem
Bia num entendeu étnica.
Já tinha visto tanta coisa E condição moral do indivíduo vinculada aos papéis de
gênero.

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Questão 09 A reforça a necessidade de a atividade física ser


orientada por um professor de educação física.
Bondade fazia jus ao apelido. Não tinha pouso certo.
Morava em lugar algum, a não ser no coração de todos. B considera a saúde de forma multifatorial, ou seja,
resultante da interferência de diversos fatores.
— Para que ter pouso certo? — dizia ele. — Homem
devia ser que nem passarinho, ter asas para voar. Já C estabelece relação de causa-efeito entre atividade
rodei. Já vivi favela e mais favela, já vivi debaixo de física e saúde, desconsiderando os condicionantes
pontes, viadutos... Já vivi matos e cidades. Já vaguei, sociais.
vaguei... Muito tempo estou por aqui nesta favela. Aqui é D destaca a importância da atividade física como lazer
grande como uma cidade. Há tanto barraco para entrar, para a sociedade brasileira.
tanta gente para se gostar!
E estabelece relações entre a prática de atividade física
O tempo ia passando, Bondade ficando ali. Comia em e a prevenção de doenças como a aids e a hepatite.
casa de um, bebia em casa de outro. Era amigo comum
de dois ou mais inimigos. Não era traidor nem mediador Questão 11
também. Quando chegava à casa de um, por mais que
indagassem, por mais que futricassem, Bondade não abria Harmonia do equilíbrio!
a boca. Desconversava, conversava, e a intriga morria Cega dinâmica embaraçada entre linhas
logo. Vivia intensamente cada lugar em que chegava.
De força magnética!
Cada casa, cada pessoa, cada miséria e grandeza a seu
tempo certo, no seu exato momento. Em hélices seguindo e refletindo: dança de elétrons
EVARISTO, C. Becos da memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2018. [e prótons
No texto, o apelido dado ao personagem incorpora valores Matéria-máter do mundo.
humanos relativos à sua Poeira do sol, poeira do som, poeira de luz
A generosidade em relação às demandas da comunidade Poeira!
onde vive.
Poeira da memória, da memória dos homens
B capacidade de desprendimento material e benevolência
afetiva. Que irá se perder um dia no universo

C experiência em ignorar as provocações de seus — Cada átomo possui um número infinito de partículas
inimigos. — Cada partícula um número infinito de partículas
D coragem em assumir uma vida de solidão e privações. — Cada partícula de partícula um número...
E incapacidade de expressar emoções e sentimentos.

Questão 10
2 Campo mésico Etc. Etc.
Saúde aprova implantação de 82 academias
em praças públicas na PB Poeira de ausências e lembranças: poeira do
Setenta e oito municípios paraibanos deverão receber [tempo-matéria.
82 unidades das Academias da Saúde, que são espaços
apropriados para a prática de atividades físicas. Os corpúsculo
É desse pó luminoso, manto luzente de
equipamentos são montados ao ar livre, e a população crepúsculo
tem orientação gratuita sobre o uso dos aparelhos para Que são feitas as ondas e as partículas
se exercitar. A implantação das academias faz parte de Num torvelinho de moídos corpos simples:
um plano de ações estratégicas para o enfrentamento
das doenças crônicas não transmissíveis, cuja meta é — Farinha de energias finíssimas e raras —
reduzir as mortes prematuras em 2% ao ano. O objetivo Selênio, Rubídio, Colúmbio, Germânio,
é alcançar melhorias em indicadores relacionados ao Samário, Rutênio, Paládio, Lutécio.
tabagismo, ao álcool, ao sedentarismo, à alimentação
inadequada e à obesidade. CARDOZO, J. Poemas selecionados. Recife: Bagaço, 1996 (fragmento).

Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 11 nov. 2011 (adaptado). O fragmento remete a uma composição poética inspirada
no Futurismo das vanguardas modernistas, pois
No texto, a atividade física é associada à prevenção de
doenças crônicas, à redução da mortalidade e à promoção A propõe a ruptura com a racionalidade.
da saúde. A partir de uma perspectiva ampliada e crítica B configura um lirismo ausente de emotividade.
sobre o conceito de saúde, interpretada como resultado
C extrai do repertório científico estética expressiva.
de múltiplos fatores, o texto
D sugere uma literatura a serviço da indústria emergente.
E revela o desencanto do eu lírico ante o contexto de
guerra.

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Questão 12 A harpa congolesa representada na fotografia é um


instrumento musical que faz parte de tradições africanas.
TEXTO I
Sua classificação acústica tem correspondência com o
A berimbau, já que ambos produzem som por meio de
corda vibrante.
B agogô, uma vez que a matriz africana é comum aos
dois instrumentos.
C atabaque, levando em conta a pele esticada que
cobre o corpo do instrumento.
D reco-reco, considerando-se a madeira como elemento
de base para sua construção.
E xilofone, em função de ser encontrado em diversas
TOHAKU, H. Floresta de pinheiros. Nanquim sobre papel, 1,56 m x 3,47 m. Museu Nacional
culturas de miscigenação africana.
de Tóquio, Japão, 1595. Disponível em: https://medium.com. Acesso em: 19 jun. 2019.
Questão 14
TEXTO II
TEXTO I
Arte japonesa
Para que seja caracterizada como bullying, e não
O zen (chán, em chinês) enfatiza a autoconfiança
como uma agressão ocasional, a ação praticada e
e a meditação, rejeitando os estudos tradicionais das
sofrida pela vítima deve responder a alguns critérios: a
escrituras budistas e a realização de complicados rituais.
agressividade (física, verbal, social) e a intencionalidade
O zen foi introduzido no Japão no século XIII por monges
do ato, ou seja, o desejo de causar dor e constrangimento;
japoneses que viajaram à China a fim de estudar as mais
a frequência da agressão, uma vez que o bullying é um
recentes doutrinas. A simplicidade e a autodisciplina
ato repetitivo; e a desigualdade na relação de poder,
rígida ensinadas pelos mestres zen atraíram a classe
manifestada pela diferença de força física ou social entre
dos samurais (guerreiros), e muitos templos zen foram
o agressor e a vítima.
construídos no Japão entre os séculos XIII e XV.
ABDALLA, S. Bullying na escola: uma ameaça que não é brincadeira.
ARICHI, M. In: FARTHING, S. (Ed.). Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado). Disponível em: www.gazetadopovo.com.br. Acesso em: 9 ago. 2017 (adaptado)  

A obra Floresta de pinheiros, do artista Hasegawa Tohaku, TEXTO II


expressa influências do zen-budismo ao
A apresentar uma cena completa ao espectador.
B criar uma atmosfera propícia à contemplação.
C transmitir os valores de um ideal guerreiro.
D desafiar os paradigmas estéticos vigentes.
E mimetizar espaços de culto religioso.

Questão 13

NANQUIM. Disponível em: http://nanquim.com.br. Acesso em: 9 ago. 2017.

De acordo com as características apresentadas nos textos,


depreende-se que o bullying nas aulas de educação física
escolar tem sido resultante das
A atitudes constantes de desrespeito à diversidade nas
práticas corporais.
B lesões provocadas durante jogos de contato por
estudantes agressivos.
C disputas entre os alunos para ocuparem posições de
destaque nas equipes.
D assimetrias entre meninos e meninas durante a
vivência das atividades propostas.
Harpa construída entre os séculos XIX e XX na atual. República Democrática do Congo, E práticas de inclusão de alunos com menos habilidade
em Mangbetu. CLARKE, C. The Art of Africa: a resource for educators. New York: The
Metropolitan Museum of Art, 2006 (adaptado)
motora nos jogos coletivos.

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Questão 15 Ao descrever a história e os exemplos de utilização da


hashtag, o texto evidencia que
A a incorporação desse recurso expressivo pela sociedade
impossibilita a manutenção de seu uso original.
B a incorporação desse recurso expressivo pela
sociedade o flexibilizou e o potencializou.
C a incorporação pela sociedade caracterizou esse
recurso expressivo de forma definitiva.
D esse recurso expressivo se tornou o principal meio de
mobilização social pela internet.
E esse recurso expressivo precisou de uma década
para ganhar notabilidade social.

Questão 17
TEXTO I
A introdução de transgênicos na natureza expõe nossa
Disponível em: http://jconlineinteratividade.ne10.uol.com.br. Acesso em: 17 set. 2015. biodiversidade a sérios riscos, como a perda ou alteração
do patrimônio genético de nossas plantas e sementes e
Ao relacionar o problema da seca à inclusão digital, essa
o aumento dramático no uso de agrotóxicos. Além disso,
charge faz uma crítica a respeito da
ela torna a agricultura e os agricultores reféns de poucas
A dificuldade na distribuição de computadores nas empresas que detêm a tecnologia e põe em risco a saúde
áreas rurais. de agricultores e consumidores. O Greenpeace defende
B capacidade das tecnologias em aproximar realidades um modelo de agricultura baseado na biodiversidade
distantes. agrícola e que não se utilize de produtos tóxicos, por
entender que só assim teremos agricultura para sempre.
C possibilidade de uso do computador como solução de
Disponível em: www.greenpeace.org. Acesso em: 20 maio 2013.
problemas sociais.
D ausência de políticas públicas para o acesso da TEXTO II
população a computadores. Os alimentos geneticamente modificados disponíveis
E escolha das prioridades no atendimento às reais no mercado internacional não representam um risco à
necessidades da população. saúde maior do que o apresentado por alimentos obtidos
através de técnicas tradicionais de cruzamento agrícola.
Questão 16 Essa é a posição de entidades como a Organização
Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações
10 anos de “hashtag”: a ferramenta que mobiliza a Unidas para Alimentação e para Agricultura (FAO), o
internet Comissariado Europeu para Pesquisa, Inovação e Ciência
A “hashtag”, ícone das redes sociais, celebrou em 2017 e várias das principais academias de ciência do mundo.A
seus primeiros 10 anos de uso no acompanhamento dos OMS diz que até hoje não foi encontrado nenhum caso de
grandes eventos mundiais com um efeito de mobilização e efeito sobre a saúde, resultante do consumo de alimento
expressão de emoção e humor. A palavra-chave precedida geneticamente modificado (GM) “entre a população dos
pelo símbolo do jogo da velha foi popularizada pelo países em que eles foram aprovados”.
Twitter antes de ser incorporada por outras redes sociais. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 20 maio 2013.
A invenção foi de Chris Messina, designer americano
especialista em redes sociais. Em 23 de agosto de 2007, Os textos tratam de uma temática bastante discutida na
o usuário intensivo do Twitter propôs em um tuíte usar atualidade. No que se refere às posições defendidas, os
o jogo da velha para reagrupar mensagens sobre um dois textos
mesmo assunto. Ele lançou, então, a primeira “hashtag” A revelam preocupações quanto ao cultivo de alimentos
#barcamp sobre oficinas participativas dedicadas à geneticamente modificados.
inovação na web. O compartilhamento das palavras-
B destacam os riscos à saúde causados por alimentos
chaves – que já são citadas 125 milhões de vezes por
geneticamente modificados.
dia no mundo – já serviu de trampolim para mobilizações
em massa. Alguns slogans que tiveram grande efeito C divergem sobre a segurança do consumo de alimentos
mobilizador foram o #BlackLivesMatter (Vidas negras geneticamente modificados.
importam), após a morte de vários cidadãos americanos D alertam para a necessidade de mais estudos sobre
negros pela polícia, e #OccupyWallStreet (Ocupem Wall sementes modificadas geneticamente.
Street), referente ao movimento que acampou no coração
de Manhattan para denunciar os abusos do capitalismo. E discordam quanto à validade de pesquisas sobre a
produção de alimentos geneticamente modificados.
AFP. Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).

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Questão 18 Questão 19
As cores Prezada senhorita,
Maria Alice abandonou o livro onde seus dedos longos Tenho a honra de comunicar a V. S. que resolvi, de
liam uma história de amor. Em seu pequeno mundo de acordo com o que foi conversado com seu ilustre progenitor,
volumes, de cheiros, de sons, todas aquelas palavras o tabelião juramentado Francisco Guedes, estabelecido
eram a perpétua renovação dos mistérios em cujo seio à Rua da Praia, número 632, dar por encerrados
sua imaginação se perdia. [...] Como seria cor e o que nossos entendimentos de noivado. Como passei a ser o
seria? [...]. Era, com certeza, a nota marcante de todas contabilista-chefe dos Armazéns Penalva, conceituada
as coisas para aqueles cujos olhos viam, aquelesolhos firma desta praça, não me restará, em face dos novos e
que tantas vezes palpara com inveja calada e que se pesados encargos, tempo útil para os deveres conjugais.
fechavam, quando os tocava, sensíveis como pássaros Outrossim, participo que vou continuar trabalhando
assustados, palpitantes de vida, sob seusdedos trêmulos, no varejo da mancebia, como vinha fazendo desde que
que diziam ser claros. Que seria o claro, afinal? Algo que me formei em contabilidade em 17 de maio de 1932,
aprendera, de há muito, ser igual ao branco. [...] em solenidade presidida pelo Exmo. Sr. Presidente do
E agora Maria Alice voltava outra vez ao Instituto. E Estado e outras autoridades civis e militares, bem assim
ao grande amigo que lá conhecera. [...]. Lembrava-se da como representantes da Associação dos Varejistas e da
ternura daquela voz, da beleza daquela voz. De como Sociedade Cultural e Recreativa José de Alencar.
se adivinhavam entre dezenas de outros e suas mãos Sem mais, creia-me de V. S. patrício e admirador,
se encontravam. De como as palavras de amor tinham
irrompido e suas bocas se encontrado... De como um dia Sabugosa de Castro
seus pais haviam surgido inesperadamente no Instituto e CARVALHO, J. C. Amor de contabilista. In: Porque Lulu Bergatim não atravessou o Rubicon.
a haviam levado à sala do diretor e se haviam queixado Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.

da falta de vigilância e moralidade no estabelecimento. E A exploração da variação linguística é um elemento que


de como, no momento em que a retiravam e quando ela pode provocar situações cômicas. Nesse texto, o tom de
disse que pretendia se despedir de um amigo pelo qual humor decorre da incompatibilidade entre
tinha grande afeição e com quem se queria casar, o pai
exclamara, horrorizado: A o objetivo de informar e a escolha do gênero textual.
— Você não tem juízo, criatura? Casar-se com um B a linguagem empregada e os papéis sociais dos
mulato? Nunca! interlocutores.
Mulato era cor. Estava longe aquele dia. Estava longe C o emprego de expressões antigas e a temática
o Instituto, ao qual não saberia voltar, do qual nunca mais desenvolvida no texto.
tivera notícia, e do qual somente restara o privilégio de D as formas de tratamento utilizadas e as exigências
caminhar sozinha pelo reino dos livros, tão parecido com estruturais da carta.
a vida dos outros, tão cheio de cores... E o rigor quanto aos aspectos formais do texto e a
LESSA, O. Seleta de Orígenes Lessa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. profissão do remetente.
No texto, a condição da personagem e os desdobramentos
Questão 20
da narrativa conduzem o leitor a compreender o(a)
A percepção das cores como metáfora da discriminação A identificação simbólica que existe na cultura
racial. esportiva pode ser um fator determinante nas ações
potencialmente agressivas dos espectadores e
B privação da visão como elemento definidor das torcedores de futebol. Essa identificação em indivíduos
relações humanas. que não têm uma identidade própria pode levá-los a não
C contraste entre as representações do amor de perceber os limites entre a sua vida e a sua equipe, ou
diferentes gerações. entre a sua vida e a vida de um ídolo (jogador), e, dessa
forma, passar a viver suas emoções basicamente por
D prevalência das diferenças sociais sobre a liberdade
meio de acontecimentos esportivos, do sucesso e da
das relações afetivas.
derrota de seu clube predileto. Alguns dos torcedores
E embate entre a ingenuidade juvenil e a manutenção organizados dedicam a vida à sua torcida. Vivem para
de tradições familiares. ela e, por ela, chegam a perder qualquer outra referência,
pois é essa experiência compensatória que lhes dá
identidade. A probabilidade de um indivíduo se tornar
um torcedor fanático está diretamente relacionada com a
construção da sua identidade. Por isso, é imprescindível
o desenvolvimento de relações e valores próprios que o
ajudarão a delinear o limite entre ele e a sua equipe, ou
entre ele e um jogador de futebol.
REIS, H. H. B. Futebol e violência. Campinas: Armazém do Ipê;
Autores Associados, 2006 (adaptado).

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Partindo da discussão sobre as relações entre o torcedor Questão 22


e seu clube, observa-se que o fanatismo futebolístico
As montanhas correm agora, lá fora, umas atrás das
A deriva da falta de referências para a construção de outras, hostis e espectrais, desertas de vontades novas
valores morais em crise na sociedade. que as humanizem, esquecidas já dos antigos homens
B está relacionado à fragilidade identitária, o que lendários que as povoaram e dominaram.
dificulta a dissociação entre sua vida e a de seu clube Carregam nos seus dorsos poderosos as pequenas
ou ídolo. cidades decadentes, como uma doença aviltante e
C perde sustentação naqueles torcedores organizados tenaz, que se aninhou para sempre em suas dobras. Não
que não conseguem separar as esferas pública e podendo matá-las de todo ou arrancá-las de si e vencer,
privada. elas resignam-se e as ocultam com sua vegetação escura
e densa, que lhes serve de coberta, e resguardam o seu
D decorre do estabelecimento de uma identidade sonho imperial de ferro e ouro.
própria do indivíduo, forjada pela tutela do clube e de
seus ídolos. PENNA, C. Fronteira. Rio de Janeiro: Artium, 2001.

E é restrito às torcidas jovens, que corrompem a As soluções de linguagem encontradas pelo narrador
identidade individual de seus torcedores em favor projetam uma perspectiva lírica da paisagem contemplada.
da identidade coletiva. Essa projeção alinha-se ao poético na medida em que
A explora a identidade entre o homem e a natureza.
Questão 21
B reveste o inanimado de vitalidade e ressentimento.
Você vende uma casa, depois de ter morado nela
C congela no tempo a prosperidade de antigas cidades.
durante anos; você a conhece necessariamente melhor
do que qualquer comprador possível. Mas a justiça é, D destaca a estética das formas e das cores da paisagem.
então, informar o eventual comprador acerca de qualquer E captura o sentido da ruína causada pela extração
defeito, aparente ou não, que possa existir nela, e mesmo, mineral.
embora a lei não obrigue a tanto, acerca de algum
problema com a vizinhança. E, sem dúvida, nem todos Questão 23
nós fazemos isso, nem sempre, nem completamente.
De vez em quando, nas redes sociais, a gente se
Mas quem não vê que seria justo fazê-lo e que pega compartilhando notícias falsas, fotos modificadas,
somos injustos não o fazendo? A lei pode ordenar essa boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria
informação ou ignorar o problema, conforme os casos; é falsa. E, pior ainda, se é uma matéria falsa que não
mas a justiça sempre manda fazê-lo. foi criada por motivos humorísticos ou literários (sim,
Dir-se-á que seria difícil, com tais exigências, ou considero o “jornalismo ficcional” uma interessante forma
pouco vantajoso, vender casas... Pode ser. Mas onde se de literatura), mas para prejudicar a imagem de algum
viu a justiça ser fácil ou vantajosa? Só o é para quem a partido ou de algum político, não importa de que posição
recebe ou dela se beneficia, e melhor para ele; mas só é ou tendência. Inventa-se uma arbitrariedade ou falcatrua,
uma virtude em quem a pratica ou a faz. joga-se nas redes sociais e aguarda-se o resultado.
Devemos então renunciar nosso próprio interesse? Nesse caso, a multiplicação da notícia falsa (que está
Claro que não. Mas devemos submetê-lo à justiça, e não sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como
o contrário. Senão? Senão, contente-se com ser rico e injúria, calúnia ou difamação) se dá em várias direções.
não tente ainda por cima ser justo. Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro
COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno tratado das grandes virtudes.
checar as fontes, ir aos links originais.
São Paulo: Martins Fontes, 1995.
TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br.
Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado).
No processo de convencimento do leitor, o autor desse
texto defende a ideia de que O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias
on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos
A o interesse do outro deve se sobrepor ao interesse
pode ter como consequência a
pessoal.
A displicência natural das pessoas que navegam pela
B a atividade comercial lucrativa é incompatível com a
internet.
justiça.
B desconstrução das relações entre jornalismo e
C a criação de leis se pauta por princípios de justiça.
literatura.
D o impulso para a justiça é inerente ao homem.
C impossibilidade de identificação da origem dos textos.
E a prática da justiça pressupõe o bem comum.
D disseminação de ações criminosas na internet.
E obtenção de maior popularidade nas redes.

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Questão 24 Questão 26
19-11-1959 A porca e os sete leitões
Eu a conheci da primeira vez em que estive aqui. É um mito que está desaparecendo, pouca gente
Parece-me que é esquizofrênica, caso crônico, doente há o conhece. É provável que a geração infantil atual o
mais de vinte anos — não estou bem certa. Foi transferida desconheça. (Em nossa infância em Botucatu, ouvimos
para a Colônia Juliano Moreira e nunca mais a vi. [...] falar que aparecia atrás da igreja de São Benedito no
À tarde, quando ia lá, pedia-lhe para cantar a ária da largo do Rosário.) Aparece atrás das igrejas antigas. Não
Bohème, “Valsa da Musetta”. Dona Georgiana, recortada faz mal a ninguém, pode-se correr para apanhá-la com
no meio do pátio, cantava — e era de doer o coração. As seus bacorinhos que não se conseguirá. Desaparecem
dementes, descalças e rasgadas, paravam em surpresa, do lugar costumeiro da aparição, a qual só se dá à noite,
rindo bonito em silêncio, os rostos transformados. Outras, depois de terem “cumprido a sina”.
sentadas no chão úmido, avançavam as faces inundadas
Em São Luís do Paraitinga, informaram que se a gente
de presença — elas que eram tão distantes. Os rostos
atirar contra a porca, o tiro não acerta. Ninguém é dono
fulgiam por instantes, irisados e indestrutíveis. Me deixava
dela e por muitos anos apareceu atrás da igreja de Nossa
imóvel, as lágrimas cegando-me. Dona Georgiana cantava:
Senhora das Mercês, na cidade onde nasceu Oswaldo Cruz.
cheia de graça, os olhos azuis sorrindo, aquele passado
tão presente, ela que fora, ela que era, se elevando na ARAÚJO, A. M. Folclore nacional I: festas, bailados, mitos e lendas.
São Paulo: Martins Fontes, 2004.
limpidez das notas, minhas lágrimas descendo caladas,
o pátio de mulheres existindo em dor e beleza. A beleza Os mitos são importantes para a cultura porque, entre
terrífica que Puccini não alcançou: uma mulher descalça, outras funções, auxiliam na composição do imaginário de
suja, gasta, louca, e as notas saindo-lhe em tragicidade um povo por meio da linguagem. Esse texto contribui com
difícil e bela demais — para existir fora de um hospício. o patrimônio cultural brasileiro porque
CANÇADO, M. L. Hospício é Deus. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. A preserva uma história da tradição oral.
O diário da autora, como interna de hospital psiquiátrico, B confirma a veracidade dos fatos narrados.
configura um registro singular, fundamentado por uma C identifica a origem de uma história popular.
percepção que
D apresenta as diferentes visões sobre a aparição.
A atenua a realidade do sofrimento por meio da música.
E reforça a necessidade de registro das narrativas folclóricas.
B redimensiona a essência humana tocada pela sensibilidade.
C evidencia os efeitos dos maus-tratos sobre a imagem Questão 27
feminina. É através da linguagem que uma sociedade se
D transfigura o cotidiano da internação pelo poder de comunica e retrata o conhecimento e entendimento
se emocionar. de si própria e do mundo que a cerca. É na linguagem
E aponta para a recuperação da saúde mental graças à que se refletem a identificação e a diferenciação de
atividade artística. cada comunidade e também a inserção do indivíduo em
diferentes agrupamentos, estratos sociais, faixas etárias,
Questão 25 gêneros, graus de escolaridade. A fala tem, assim, um
caráter emblemático, que indica se o falante é brasileiro
ou português, francês ou italiano, alemão ou holandês,
americano ou inglês, e, mais ainda, sendo brasileiro, se
é nordestino, sulista ou carioca. A linguagem também
oferece pistas que permitem dizer se o locutor é homem
ou mulher, se é jovem ou idoso, se tem curso primário,
universitário ou se é iletrado. E, por ser um parâmetro
VERISSIMO, L. F. As cobras em: se Deus existe que eu seja atingido por um raio. que permite classificar o indivíduo de acordo com sua
Porto Alegre: L&PM, 2000. nacionalidade e naturalidade, sua condição econômica ou
No que diz respeito ao uso de recursos expressivos em social e seu grau de instrução, é frequentemente usado
diferentes linguagens, o cartum produz humor brincando para discriminar e estigmatizar o falante.
com a LEITE, Y.; CALLOU, D. Como falam os brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

A caracterização da linguagem utilizada em uma esfera Nesse texto acadêmico, as autoras fazem uso da linguagem
de comunicação específica. formal para
B deterioração do conhecimento científico na sociedade A estabelecer proximidade com o leitor.
contemporânea. B atingir pessoas de vários níveis sociais.
C impossibilidade de duas cobras conversarem sobre C atender às características do público leitor.
o universo.
D caracterizar os diferentes falares brasileiros.
D dificuldade inerente aos textos produzidos por cientistas.
E atrair leitores de outras áreas do conhecimento.
E complexidade da reflexão presente no diálogo.

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Questão 28 No poema, os elementos presentes do campo de


percepção do eu lírico evocam um realinhamento de
Entre as tentativas de encontrar o melhor ângulo para
significados, uma vez que
retirar o terneiro, meu irmão, o guri e seu pai tentavam
convencer Jaqueline de que a morte da vaca não seria A emerge a consciência do humano como matéria de
uma grande perda: “não é a mesma coisa que perder um descarte.
pai, um avô, que a gente lembra para o resto da vida, fica B reside na eventualidade do acaso a condição do
lá no cemitério”, “bicho é bicho”. Jefferson, o guri, repetia indivíduo.
tudo que o pai dizia, mas já afastado, pois havia sido
corrido pela mãe. C ocorre uma inversão de papéis entre o dono e seu
cão.
Jaqueline repete: “pra mim não tem diferença!
Os bichos estão tudo na volta. Eles sabem quando eu D se instaura um ambiente de caos no mosaico urbano.
chego, me conhecem, sabem o meu cheiro. Sou eu que E se atribui aos rejeitos uma valorização imprevista.
dou comida. Não tem diferença nenhuma!”. O pai tenta
concordar sem afrontar os caras, dizendo que as pessoas Questão 30
desenvolvem valor de estima pelos animais.
Uma língua, múltiplos falares
KOSBY, M. F. Mugido (ou diário de uma doula). Rio de Janeiro: Garupa, 2017.
Desde suas origens, o Brasil tem uma língua dividida
No fragmento, as reações à perda de um animal refletem em falares diversos. Mesmo antes da chegada dos
concepções fortalecidas pela portugueses, o território brasileiro já era multilíngue. Havia
A sensibilidade adquirida com a lida no campo. cerca de 1,2 mil línguas faladas pelos povos indígenas.
O português trazido pelo colonizador tampouco era uma
B banalização da morte em função de sua recorrência. língua homogênea, havia variações dependendo da
C expectativa do sofrimento na visão do destino região de Portugal de onde ele vinha. Há de se considerar
humano. também que a chegada de falantes de português
acontece em diferentes etapas, em momentos históricos
D certeza da efemeridade da vida como fator de
específicos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, temos
pessimismo.
primeiramente o encontro linguístico de portugueses com
E empatia gerada pela interseção entre o homem e seu índios e, além dos negros da África, vieram italianos,
ambiente. japoneses, alemães, árabes, todos com suas línguas.
“Todo este processo vai produzindo diversidades
Questão 29 linguísticas que caracterizam falares diferentes”, afirma
esse cão que me segue um linguista da Unicamp. Daí que na mesma São Paulo
é minha família, minha pode-se encontrar modos de falar distintos como o de
vida ele tem frio mas não late nem pede Adoniran Barbosa, que eternizou em suas composições
ele sabe que o que eu tenho o sotaque típico de um filho de imigrantes italianos, ou
divido com ele, o que eu não tenho o chamado erre retroflexo, aquele erre dobrado que,
também divido com ele junto com a letra i, resulta naquele jeito de falar “cairne” e
ele é meu irmão “poirta” característico do interior de São Paulo.
ele é que é meu dono MARIUZZO, P. Disponível em: www.labjor.unicamp.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

A partir desse breve histórico da língua portuguesa no


bicho se é por destino sina ou sorte
Brasil, um dos elementos de identidade nacional, entende-
só faltando saber se bicho decente
se que a diversidade linguística é resultado da
bicho de casa, bicho de carro, bicho
no trânsito, se bicho sem norte na fila A imposição da língua do colonizador sobre as línguas
se bicho no mangue, se bicho na brecha indígenas.
se bicho na mira, se bicho no sangue B interação entre os falantes de línguas e culturas
diferentes.
catar papel é profissão, catar papel
revela o segredo das coisas, tem C sobreposição das línguas europeias sobre as
muita coisa sendo jogada fora africanas e indígenas.
muita pessoa sendo jogada fora D heterogeneidade da língua trazida pelo colonizador.
OLIVEIRA, V. L. O músculo amargo do mundo. São Paulo: Escrituras, 2014. E preservação dos sotaques característicos dos imigrantes.

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Questão 31 Segundo o fragmento, para Paulo Freire, os textos devem


exercer, em alguma medida, a função conativa, porque a
Para que serve a tecnologia
atividade de escrita, notadamente, possibilita
Computador
A levar o leitor a realizar ações.
“Com os computadores e a internet, mudei muito. A
B expressar sentimentos do autor.
Lian de hoje é totalmente diferente daquela de antes da
informática. Me abriu portas e, além de tudo, fui aceita C despertar a atenção do leitor.
por pessoas que achava que não iriam me aceitar. Com D falar da própria linguagem.
a internet, viajei o mundo. Fui até Portugal e à África. Eu
nem sabia que lá a realidade era tão forte. Perto deles, E repassar informações.
estamos até muito bem.” – Tânia “Lian” Silva, 26, índia
Questão 33
pankararu.
TV Gaetaninho
“Eu gosto muito de televisão. Assisto às novelas, Ali na Rua do Oriente a ralé quando muito andava de
me divirto muito. Mas, ao mesmo tempo, sei que aquilo bonde. De automóvel ou de carro só mesmo em dia de
tudo que passa lá não é verdade. É tudo uma ilusão.” enterro. De enterro ou de casamento. Por isso mesmo o
– Valentina Maria Vieira dos Santos, 89, índia fulni-ô da sonho de Gaetaninho era de realização muito difícil. Um
aldeia Xixi a cla. sonho. [...]
MP3 Player – Traga a bola! Gaetaninho saiu correndo.
“Cuido do meu tocador de MP3 como se fosse um Antes de alcançar a bola um bonde o pegou. Pegou
tesouro. É um pen drive simples, mas é muito especial e matou.
para mim. Nele ouço músicas indígenas e bandas da No bonde vinha o pai do Gaetaninho.
própria aldeia. Ele vive emprestado porque acaba sendo
A gurizada assustada espalhou a notícia na noite.
a diversão da aldeia inteira. Uso até para exibir uns vídeos
que baixo da internet. Basta colocar no aparelho de DVD – Sabe o Gaetaninho?
com entrada USB que tenho.” – Jailton Pankararu, 23, – Que é que tem?
índio pankararu.
– Amassou o bonde!
Disponível em: www2.uol.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012.
A vizinhança limpou com benzina suas roupas
Os depoimentos apresentados no texto retratam o domingueiras.
modo como diferentes gerações indígenas relatam
suas experiências com os artefatos tecnológicos. Os Às dezesseis horas do dia seguinte saiu um enterro
comentários revelam da Rua do Oriente e Gaetaninho não ia na boleia de
nenhum dos carros do acompanhamento. Ia no da frente
A uma preferência pela possibilidade de uso do dentro de um caixão fechado com flores pobres por cima.
computador. Vestia a roupa marinheira, tinha as ligas, mas não levava
B um elogio à utilidade da tecnologia no cotidiano a palhetinha.
indígena. Quem na boleia de um dos carros do cortejo mirim
C uma crítica à própria identidade antes da inclusão exibia soberbo terno vermelho que feria a vista da gente
digital. era o Beppino.
D o gosto pela ilusão em telenovelas transmitidas na MACHADO, A. A. Brás, Bexiga e Barra Funda: notícias de São Paulo.
Belo Horizonte; Rio de Janeiro: Vila Rica, 1994.
TV.
Situada no contexto da modernização da cidade de São
E o desejo de possuir um aparelho importado.
Paulo na década de 1920, a narrativa utiliza recursos
Questão 32 expressivos inovadores, como
A o registro informal da linguagem e o emprego de
“Escrever não é uma questão apenas de satisfação
frases curtas.
pessoal”, disse o filósofo e educador pernambucano Paulo
Freire, na abertura de suas Cartas a Cristina, revelando B o apelo ao modelo cinematográfico com base em
a importância do hábito ritualizado da escrita para o imagens desconexas.
desenvolvimento de suas ideias, para a concretização C a representação de elementos urbanos e a prevalência
de sua missão e disseminação de seus pontos de do discurso direto.
vista. Freire destaca especial importância à escrita pelo
desejo de “convencer outras pessoas”, de transmitir D a encenação crua da morte em contraponto ao tom
seus pensamentos e de engajar aqueles que o leem na respeitoso do discurso.
realização de seus sonhos. E a percepção irônica da vida assinalada pelo uso
KNAPP, L. Linha fina. Comunicação Empresarial, n. 88, out. 2013.
reiterado de exclamações.

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Questão 34 TEXTO II
O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é No verão de 1954, o artista Robert Rauschenberg
você, Não sou daqui, Anda à procura de comida, Sim, (n.1925) criou o termo combine para se referir a suas
há quatro dias que não comemos, E como sabe que são novas obras que possuíam aspectos tanto da pintura
quatro dias, É um cálculo, Está sozinha, Estou com o meu como da escultura.
marido e uns companheiros, Quantos são, Ao todo, sete; Em 1958, Cama foi selecionada para ser incluída em
Se estão a pensar em ficar conosco, tirem daí o sentido, uma exposição de jovens artistas americanos e italianos
já somos muitos, Só estamos de passagem, Donde vêm, no Festival dos dois Mundos em Spoleto, na Itália. Os
Estivemos internados desde que a cegueira começou, Ah, responsáveis pelo festival, entretanto, se recusaram a
sim, a quarentena, não serviu de nada. Porque diz isso, expor a obra e a removeram para um depósito.
Deixaram-nos sair, Houve um incêndio e nesse momento
percebemos que os soldados que nos vigiavam tinham Embora o mundo da arte debatesse a inovação de
desaparecido, E saíram, Sim, Os vossos soldados devem se pendurar uma cama numa parede, Rauschenberg
ter sido dos últimos a cegar, toda a gente está cega, Toda considerava sua obra “um dos quadros mais acolhedores
a gente, a cidade toda, o país. que já pintei, mas sempre tive medo de que alguém
quisesse se enfiar nela”.
SARAMAGO, J. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia. das Letras. 1995.
DEMPSEY, A. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopédico da arte moderna.
A revela uma incompatibilidade entre o sistema de São Paulo: Cosac e Naify, 2003.

pontuação convencional e a produção do gênero A obra de Rauschenberg chocou o público na época em


romance. que foi feita, e recebeu forte influência de um movimento
B provoca uma leitura equivocada das frases artístico que se caracterizava pela
interrogativas e prejudica a verossimilhança. A dissolução das tonalidades e dos contornos,
C singulariza o estilo do autor e auxilia na representação revelando uma produção rápida.
do ambiente caótico. B exploração insólita de elementos do cotidiano,
D representa uma exceção às regras do sistema de dialogando com os ready-mades.
pontuação canônica. C repetição exaustiva de elementos visuais, levando à
E colabora para a construção da identidade do narrador simplificação máxima da composição.
pouco escolarizado. D incorporação das transformações tecnológicas,
valorizando o dinamismo da vida moderna.
Questão 35
E geometrização das formas, diluindo os detalhes sem
TEXTO I se preocupar com a fidelidade ao real.

Questão 36
TEXTO I

GOELDI, O. Sem título. Bico de pena, 29,4 x 24 cm. Coleção Ary Ferreira Macedo, circa 1940.
Disponível em: https://revistacontemporartes.blogspot.com.br. Acesso em: 10 dez. 2012

TEXTO II
Na sua produção, Goeldi buscou refletir seu caminho
pessoal e político, sua melancolia e paixão sobre os intensos
aspectos mais latentes em sua obra, como: cidades, peixes,
urubus, caveiras, abandono, solidão, drama e medo.
RAUSCHENBERG, R. Cama. Óleo e lápis em travesseiro, colcha e folha em suporte de
madeira. 191,1 x 80 x 20,3 cm. Museu de Arte Moderna de Nova York, 1995. Disponível em: ZULIETTI, L. F. Goeldi: da melancolia ao inevitável. Revista de Arte, Mídia e Política.
www.moma.org. Acesso em: 8 jun. 2017. Acesso em: 24 abr. 2017 (adaptado).

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O gravador Oswaldo Goeldi recebeu influências de um Questão 37


movimento artístico europeu do início do século XX, que
TEXTO I
apresenta as características reveladas nos traços da obra
de A língua ticuna é o idioma mais falado entre os
indígenas brasileiros. De acordo com o pesquisador
A
Aryon Rodri gues, há 40 mil índios que falam o idioma.
A maioria mora ao longo do Rio Solimões, no Alto
Amazonas. É a maior nação indígena do Brasil, sendo
também encontrada no Peru e na Colômbia. Os ticunas
falam uma língua considerada isolada, que não mantém
semelhança com nenhuma outra língua indígena e
apresenta complexidades em sua fonologia e sintaxe. Sua
característica principal é o uso de diferentes alturas na voz.
O uso intensivo da língua não chega a ser ameaçado
pela proximidade de cidades ou mesmo pela convivência
com falantes de outras línguas no interior da própria área
ticuna: nas aldeias, esses outros falantes são minoritários
B e acabam por se submeter à realidade ticuna, razão pela
qual, talvez, não representem uma ameaça linguística.
Língua Portuguesa, n. 52, fev. 2010 (adaptado).

TEXTO II
Riqueza da língua
“O inglês está destinado a ser uma língua mundial em
sentido mais amplo do que o latim foi na era passada e
o francês é na presente”, dizia o presidente americano
C John Adams no século XVIII. A profecia se cumpriu: o
inglês é hoje a língua franca da globalização. No extremo
oposto da economia linguística mundial, estão as línguas
de pequenas comunidades declinantes. Calcula-se que
hoje se falem de 6.000 a 7.000 línguas no mundo todo.
Quase metade delas deve desaparecer nos próximos 100
anos. A última edição do Ethnologue – o mais abrangente
estudo sobre as línguas mundiais –, de 2005, listava 516
línguas em risco de extinção.
D Veja, n. 36, set. 2007 (adaptado).

Os textos tratam de línguas de culturas completamente


diferentes, cujas realidades se aproximam em função
do(a)
A semelhança no modo de expansão.
B preferência de uso na modalidade falada.
C modo de organização das regras sintéticas.
D predomínio em relação às outras línguas de contato.
E fato de motivarem o desaparecimento de línguas
minoritárias.

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Questão 38 A letra da canção apresenta uma realidade social quanto


à distribuição distinta dos espaços de lazer que
Nuances
A retrata a ausência de opções de lazer para a população
Euforia: alegria barulhenta. Felicidade: alegria silenciosa.
de baixa renda, por falta de espaço adequado.
Gravar: quando o ator é de televisão. Filmar: quando
B ressalta a irrelevância das opções de lazer para
ele quer deixar claro que não é de televisão.
diferentes classes sociais, que o acessam à sua
Grávida: em qualquer ocasião. Gestante: em filas e maneira.
assentos preferenciais.
C expressa o desinteresse das classes sociais menos
Guardar: na gaveta. Salvar: no computador. Salvaguardar: favorecidas economicamente pelas atividades de lazer.
no Exército.
D implica condições desiguais de acesso ao lazer, pela
Menta: no sorvete, na bala ou no xarope. Hortelã: na falta de infraestrutura e investimentos em equipamentos.
horta ou no suco de abacaxi.
E aponta para o predomínio do lazer contemplativo, nas
Peça: quando você vai assistir. Espetáculo: quando classes favorecidas economicamente; e do prático,
você está em cartaz com ele. nas menos favorecidas.
DUVIVIER, G. Folha de S. Paulo, 24 mar. 2014 (adaptado).
Questão 40
O texto trata da diferença de sentido entre vocábulos muito
próximos. Essa diferença é apresentada considerando-se Uma noite em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil.
a(s) Editora Planeta, 296 páginas.
A alternâncias na sonoridade. Mas foi um noite, aquela noite de sábado 21 de outubro
de 1967, que parou o nosso país. Parou pra ver a finalíssima
B adequação às situações de uso. do III Festival da Record, quando um jovem de 24 anos
C marcação flexional das palavras. chamado Eduardo Lobo, o Edu Lobo, saiu carregado do
Teatro Paramount em São Paulo depois de ganhar o prêmio
D grafia na norma-padrão da língua.
máximo do festival com Ponteio, que cantou acompanhado
E categorias gramaticais das palavras. da charmosa e iniciante Marília Medalha.
Questão 39 Foi naquele noite que Chico Buarque entoou sua
Roda viva ao lado do MPB-4 de Magro, o arranjador.
Fim de semana no parque Que Caetano Veloso brilhou cantando Alegria, alegria
Olha o meu povo nas favelas e vai perceber com a plateia ao com das guitarras dos Beat Boys, que
Gilberto Gil apresentou a tropicalista Domingo no parque
Daqui eu vejo uma caranga do ano com os Mutantes.
Toda equipada e o tiozinho guiando Aquela noite que acabou virando filme, em 2010, nas
Com seus filhos ao lado estão indo ao parque mãos de Renato Terra e Ricardo Calil, agora virou livro. O
Eufóricos brinquedos eletrônicos livro que está sendo lançado agora é a história daquela
noite, ampliada e em estado que no jargão jornalístico
Automaticamente eu imagino chamamos de matéria bruta. Quem viu o filme vai se
A molecada lá da área como é que tá deliciar com as histórias – e algumas fofocas – que cada
um tem para contar, agora sem os contes necessários
Provavelmente correndo pra lá e pra cá que um filme exige. E quem não viu o filme tem diante de
Jogando bola descalços nas ruas de terra si um livro de histórias, pensando bem, de História.
É, brincam do jeito que dá VILLAS, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acessado em: 18 jun. 2014 (adaptado)

[…] Considerando os elementos constitutivos dos gêneros


Olha só aquele clube, que da hora textuais circulantes na sociedade, nesse fragmento de
resenha predominam
Olha aquela quadra, olha aquele campo, olha
A caracterização de personalidades do contexto musical
Olha quanta gente brasileiro dos anos 1960.
Tem sorveteria, cinema, piscina quente B questões polêmicas direcionadas à produção musical
[…] brasileira nos anos 1960.
Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo C relatos de experiências de artistas sobre os festivais
de música de 1967.
Pra molecada frequentar nenhum incentivo
D explicação sobre o quadro cultural do Brasil durante
O investimento no lazer é muito escasso
a década de 1960.
O centro comunitário é um fracasso
E opinião a respeito de uma obra sobre cena musical
RACIONAIS MCs. Racionais MCs. São Paulo: Zimbabwue, 1994 (fragmento) de 1967.

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Questão 41 Considerando-se os contextos de uso de “Todas chora”,


essa expressão é um exemplo de variante linguística
De acordo com alguns estudos, uma inovação do
português brasileiro é o R caipira, às vezes tão intenso A típica de pessoas despreocupadas em seguir as
que parece valer por dois ou três, como em porrrta ou regras de escrita.
carrrne. B usada como recurso para atrair a atenção de
Associar o R caipira apenas ao interior paulista é uma interlocutores e consumidores.
imprecisão geográfica e histórica, embora o R tenha sido C transposta de situações de interação típicas de
uma das marcas do estilo matuto do ator Mazzaropi em ambientes rurais do interior do Brasil.
32 filmes. Seguindo as rotas dos bandeirantes paulistas
em busca de ouro, os linguistas encontraram o R D incompatível com ambientes frequentados por
supostamente típico de São Paulo em cidades de Minas usuários da norma-padrão da língua.
Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste E condenável em produtos voltados para uma clientela
de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, formando um exigente e interessada em novidades.
modo de falar similar ao português do século XVIII.
Questão 43
Quem tiver paciência e ouvido apurado poderá
encontrar também na região central do Brasil o S chiado, Estória de um gibi da Turma da Mônica,
uma característica típica do falar carioca que veio com intitulada Brincadeira de menino
os portugueses em 1808 e era um sinal de prestígio por
Mônica, conhecida personagem de Maurício de Sousa,
representar o falar da Corte.
passa na casa da sua melhor amiga, Magali, para convidá-
A história da língua portuguesa no Brasil está la para brincar. A mãe da Magali diz que a menina está com
revelando as características preservadas do português, gripe e precisa de repouso, e por isso não vai poder sair de
como a troca do L pelo R, resultando em pranta em vez casa. Mônica sai triste e pensativa, quando cruza com o
de planta. Camões registrou essa troca em Os Lusíadas Cebolinha e convida-o para brincar com ela de “casinha”.
— lá está um frautas no lugar de flautas —, e o cantor e Ele se recusa e diz: “— Homem não blinca de casinha”,
compositor paulista Adoniran Barbosa a deixou registrada e Mônica retruca: “— Ah, Cebolinha! Que preconceito!”.
em frases como “frechada do teu olhar”, do samba Tiro Cebolinha responde: “— Pleconceito uma ova! Casinha
ao Álvaro. é coisa de menina! Vou te mostlar o que é blincadeila de
FIORAVANTI, C. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 11 dez. 2017. menino!”. Enquanto ele sai de cena, Mônica fica debaixo
de uma árvore brincando sozinha e Cebolinha faz várias
Com base na afirmação de que “associar o R caipira aparições com brinquedos e brincadeiras supostamente
apenas ao interior paulista é uma imprecisão geográfica e só de meninos: aparece “voando” num skate, mas cai na
histórica”, o texto propõe uma discussão sobre a(s) frente dela. Depois aparece numa bicicleta, mas bate numa
A relevância da fala de prestígio na época da Corte pedra e cai. Aparece de patins, tropeça e cai. Reaparece
portuguesa. chutando uma bola, mas a bola bate na árvore e volta
acertando sua cabeça. Desanimado e desistindo das
B inovação do português brasileiro sem equivalente em
“suas” brincadeiras, Cebolinha aparece no último quadro,
Portugal.
ao lado da Mônica, brincando de “casinha”.
C razões históricas do preconceito sobre a fala regional OLIVEIRA, A. B.; PERIM, G. L. (Org.). Fundamentos pedagógicos para o programa
no Brasil. Segundo Tempo. Brasília: Ministério do Esporte, 2008 (adaptado).

D importância do estudo, da preservação e do respeito Refletindo sobre as relações de gênero nas brincadeiras
à língua falada no Brasil. infantis, a estória mostra que
E variedade de uso da língua, característica da literatura A meninos podem se envolver com os mesmos
e da música brasileiras. brinquedos e brincadeiras que meninas.
Questão 42 B meninas são mais frágeis e por isso devem se
envolver em brincadeiras mais passivas.
C meninos são mais habilidosos do que meninas e por
isso se envolvem em atividades diferentes.
D meninas tendem a reproduzir mais os estereótipos
de gênero em suas práticas corporais do que os
meninos.
E meninos e meninas devem se envolver em atividades
distintas, como, respectivamente, o futebol e a
“casinha”.

O Globo, 12 fev. 2012 (adaptado).

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Questão 44 Analisando a estrutura composicional do texto, percebe-


se que ele se insere na esfera
Como ocorrem os eclipses solares?
A institucional, pois propõe regras de conduta para
Quando a Lua passa exatamente entre a Terra e o
alcançar a sustentabilidade da vida na Terra.
Sol, o astro que ilumina nosso planeta some por alguns
minutos. O espetáculo só ocorre durante a lua nova e B pessoal, pois manifesta subjetividade diante da
apenas nas ocasiões em que a sombra projetada pelo injustiça social e econômica dos povos da Terra.
satélite atinge algum ponto da superfície do planeta. C publicitária, porque conclama a sociedade para
Aliás, é o tamanho dessa sombra que vai determinar se participar de ações relacionadas à preservação
o desaparecimento do astro será total, parcial ou anular. ambiental.
Geralmente, ocorrem ao menos dois eclipses solares por
ano. Um eclipse solar é uma excelente oportunidade para D científica, pois relata fatos concretos sobre a real
estudar melhor o Sol. situação do meio ambiente em diferentes pontos do
planeta.
Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 21 ago. 2017 (adaptado).
E jornalística, pois apresenta títulos e subtítulos para
Nesse texto, a palavra “aliás” cumpre a função de organizar as informações sobre a relação do homem
A promover uma conclusão de ideias valendo-se das com o planeta.
informações da frase anterior.
B indicar uma mudança de assunto e de foco no tema
desenvolvido.
C conectar a informação da frase anterior com a da
posterior.
D conferir um caráter mais coloquial à reportagem.
E salientar a negação expressa na frase posterior.

Questão 45
A carta da Terra
PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da
Terra, numa época em que a humanidade deve escolher
o seu futuro. Para seguir adiante, devemos reconhecer
que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas
e formas de vida, somos uma família humana e uma
comunidade terrestre com um destino comum. Para
chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos
da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns com
os outros, com a grande comunidade da vida e com as
futuras gerações.
PRINCÍPIOS
I. Respeitar e cuidar da comunidade da vida.
II. Proteger e restaurar a integridade ecológica.
III. Promover a justiça social e econômica.
IV. Fortalecer a democracia, a não violência e a paz.
O CAMINHO ADIANTE
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar
de uma nova reverência face à vida e pelo compromisso
firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da
luta pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.
Disponível em: www.mma.gov.br. Acesso em: 3 dez. 2017 (adaptado).

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CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS

CIÊNCIAS HUMANAS E Sobre a flexibilidade, o ponto de vista apresentado no


texto tem como fundamento uma
SUAS TECNOLOGIAS
A concepção culturalista das adaptações promovidas
Questão 46 na contemporaneidade.
Ao longo da história, os movimentos sociais são B compreensão funcionalista do desenvolvimento
produtores de novos valores e objetivos, criando novas tecnológico no trabalho.
normas para organizar a vida social. Os movimentos C interpretação determinista dos modelos organizacionais
sociais exercem o contrapoder construindo-se mediante capitalistas.
um processo de comunicação autônoma, livre do controle
dos que detêm o poder institucional. D reflexão marxista da transformação do trabalhador
em especialista.
CASTELLS, M. Redes da indignação e esperança.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2013 (adaptado). E percepção positivista da dinâmica do consumo
O contrapoder indicado no texto se expressa na segmentado em nichos.

A adoção de éticas horizontais. Questão 49


B rejeição de dissidências morais.
C negação de estratégias coletivas.
D promoção de descrenças axiológicas.
E incorporação de convenções estatais.

Questão 47
Há quinze anos, a média de cana cortada era de seis
toneladas por trabalhador por dia. Hoje, os trabalhadores
cortam dez toneladas. Intensificou-se o ritmo da jornada
de trabalho para que o trabalhador seja competitivo. A
referência dele passou a ser a máquina. As usinas, para
terem um trabalhador com esse perfil, não podem tratar-
Ihes como os migrantes de antigamente. Ele precisa
de uma comida especial. Então, melhorou o padrão de
alimentação. Precisa de descanso especial, por isso os
alojamentos foram melhorados.
O paradoxo no mundo do trabalho. Disponivel em: http:l/amaivos.uol.com.br. A charge, publicada em 1907, concorda com a ação do
Acesso em: 19 maio 2013 (adaptado). Estado ao considerar, preconceituosamente, determinada
Na perspectiva apresentada no texto, as melhorias das ocupação do espaço urbano como um
condições de vida do trabalhador são explicadas pelo(a) A risco à saúde e à moral pública.
A distribuição equitativa de terras. B foco de instabilidade e agitação política.
B incremento da oferta de emprego. C perigo à segurança e à unidade nacional.
C demanda de elevada qualificação. D abrigo de escravos e condenados foragidos.
D exigência crescente de produtividade. E reduto de intolerância e perseguição religiosa.
E aperfeiçoamento do marco normativo.
Questão 50
Questão 48 Pensar o corpo como algo produzido pela cultura
O mundo da produção material e do trabalho na é, simultaneamente, um desafio e uma necessidade.
contemporaneidade é cada vez mais marcado pela Um desafio porque rompe, de certa forma, com o olhar
especialização flexível, isto é, pela assimilação da naturalista sobre o qual muitas vezes o corpo é observado,
tecnologia da informação à atividade produtiva e explicado, classificado e tratado. Uma necessidade
pela adaptação da força de trabalho a essas novas porque, ao desnaturalizá-lo, revela, sobretudo, que o
circunstâncias. A flexibilidade possibilita a satisfação das corpo é histórico. Isto é, mais do que um dado natural cuja
demandas de grupos de consumidores cada vez mais materialidade nos presentifica no mundo, o corpo é uma
diferenciados no mercado de massa. A reorganização construção sobre a qual são conferidas diferentes marcas
produtiva do capitalismo permite diversificar produtos em diferentes tempos, espaços, conjunturas econômicas,
para nichos de mercado cada vez mais específicos. grupos sociais e étnicos.
LOURO, G. L.; FELIPE, J.; GOELLNER, S. V. (Org.). Corpo, gênero e sexualidade:
FRIDMAN, L. C. Vertigens pós-modernas: configurações institucionais contemporâneas.
um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes, 2013 (adaptado).
Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000 (adaptado).

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A que valor da contemporaneidade o entendimento sobre TEXTO II


o corpo expresso no texto é correlato?
Carregamento do Pau da Bandeira de
A Individualidade. Santo Antônio de Barbalha
B Fraternidade.
C Diversidade.
D Igualdade.
E Liberdade.

Questão 51
O povo alimentava-se de peixe fresco, pegado
diariamente pelos múltiplos e engenhosos processos
recebidos dos indígenas, ou salgado, como o pirarucu,
a tainha e o peixe-boi; de tartaruga, mais abundante à CARDOSO, A. I. D.; SILVA. J. F. Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha:
intervenção cultural na natureza mediada pela fé. In: SOARES, I. M.; SILVA, I. B. M. (Org.).
medida que se caminhava para o oeste, ou porque assim Sentidos de devoção: festa e carregamento em Barbalha. Fortalezaz Iphan, 2013.
estivesse distribuída originariamente, ou por se não ter
adiantado tanto por aquelas bandas a obra de devastação. Reunindo natureza e cultura, a festividade descrita no
texto e presente na imagem associa o patrimônio religioso
ABREU, C. Capítulos de história colonial.
Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisa Social, 2009 (adaptado).
aos(às):

De acordo com o texto, durante a ocupação da Amazônia A Biomas degradados.


no século XVIII, a dieta alimentar dos moradores de B Explorações agrícolas.
povoados dependia da C Ecossistemas intocados.
A criação de gado bovino. D Condições geoambientais.
B utilização de técnicas nativas. E Circunstâncias climáticas.
C introdução do transporte fluvial.
Questão 53
D extração de produtos florestais.
E exploração do trabalho escravo. A velha potência de morte em que se simbolizava o
poder soberano é agora, cuidadosamente, recoberta pela
Questão 52 administração dos corpos. Aparecimento, também, nos
terrenos das práticas políticas e observações econômicas,
TEXTO I dos problemas de natalidade, longevidade, saúde pública,
A “Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio”, habitação e migração.
de Barbalha (CE), constitui-se de elementos históricos FOUCAULT, M. História da sexualidade I: a vontade de saber.
que congregam cultura e natureza. Trata-se de uma Rio de Janeiro: Graal, 1988 (adaptado).

manifestação de cultura popular, expressa em décadas O texto aponta para a emergência, a partir de meados
de tradição, por meio da devoção ao santo padroeiro e ao do século XIX, de um novo tipo de gestão da sociedade
simbolismo da árvore, cujo caule é conduzido nos ombros ocidental, centrado na
dos devotos e hasteado em frente à matriz do santo,
abrindo os festejos do padroeiro da cidade. A ordenação calculista das vidas.
O significado dos rituais do “Pau da Bandeira” se B exposição ostensiva das punições.
expressa na tradução da fé, como objeto sagrado e C distribuição igualitária das riquezas.
indispensável à realização da festa. O conhecimento D supressão estratégica das fronteiras.
das áreas de florestas que subsidiam o caule que serve
de mastro para o carregamento e hasteamento da E espacialização controlada das classes.
bandeira de Santo Antônio de Barbalha é de fundamental
importância para elaboração de políticas que objetivem a Questão 54
sustentabilidade da natureza e da tradição. A riqueza que fez de Manaus uma cidade cosmopolita
Disponivel em: https-l/barbalha.ce.govbr. Acesso em: 15 out. 2021. foi gerada por uma árvore da floresta, a seringueira. No final
do século XIX, a borracha, flexível e à prova-d’água, causou
furor em um mundo em plena expansão industrial, mas
acostumado a lidar apenas com madeira e ferro. O látex,
suco que emana da seringueira e é a matriz da borracha,
respondia em 1920 por um quarto de todas as exportações
brasileiras e saía da Amazônia em barcos a vapor direto para
a Europa e os Estados Unidos, onde fábricas produziam de
espartilho a mola para porta e zepelins.
National Geographic, n. 143, fev. 2012 (adaptado).

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A atividade econômica mencionada no texto propiciou De acordo com a análise do texto, tanto nos países centrais
ao Brasil e à Europa desempenhar, respectivamente, os quanto nos periféricos, os movimentos ambientalistas
papéis de tiveram como origem o(a)
A instrutor de mão de obra estrangeira — formador de A crescimento e aprofundamento de mecanismos de
profissionais especializados. cooperação científica.
B fornecedor de produtos manufaturados — distribuidor B ampliação e radicalização dos movimentos socialistas
da produção artesanal. internacionais.
C renovador de técnicas extrativistas — despachador C polarização e cisão do modelo geopolítico de
de insumos industriais. dominação.
D provedor de matéria-prima — produtor de inovação D expansão e exaustão do padrão socioeconômico
tecnológica. vigente.
E criador de trocas comerciais — inventor de câmbios E enfrentamento e resolução dos problemas fundiários.
mercantis.
Questão 57
Questão 55
Cargos nas áreas de educação, saúde, arte, mídia,
A imagem ou modelo, ou seja, toda construção da gestão, negócios e finanças são os que têm maior
realidade, é um instrumento de poder e isso desde as probabilidade de sobreviver aos avanços da tecnologia,
origens do homem. Uma imagem, um guia de ação, que aponta estudo da Universidade de Oxford. A crescente
tomou as mais diversas formas. Até fizemos da imagem informatização, porém, continuará a eliminar profissões,
um objeto em si e adquirimos, com o tempo, o hábito de principalmente aquelas que não exigem habilidades
agir mais sobre as imagens, simulacros dos objetos, do criativas, sociais e percepção espacial mais sofisticada.
que sobre os próprios objetos. Poderíamos imaginar o SCHREIBER, M. Conheça as profissões “mais ameaçadas” pela tecnologia.
estudo dos sistemas de representação em ligação com Disponível em. wwwbbe.com Acesso em. 11 dez. 2018 (adaptado).
as classes que detinham o poder ao longo da história.
A análise do mundo do trabalho, conforme apresentada
RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática. 1994 (adaptado). no texto, assume um caráter determinista por restringir a
A cartografia moderna, na perspectiva descrita no texto, áreas específicas a utilização de qual característica?
passou a representar a Terra dando ênfase aos(às) A Segurança previdenciária.
A crescimento e aprofundamento de mecanismos de B Capacidade inventiva.
cooperação científica. C Estabilidade funcional.
B ampliação e radicalização dos movimentos socialistas D Atividade qualificada.
internacionais.
E Formalidade laboral.
C polarização e cisão do modelo geopolítico de dominação.
D expansão e exaustão do padrão socioeconômico vigente. Questão 58
E enfrentamento e resolução dos problemas fundiários. TEXTO I
Uma estranha loucura apossa-se das classes
Questão 56
operárias das nações onde impera a civilização capitalista.
Uma nova modalidade de conservação surgiu da Esta loucura é o amor pelo trabalho, a paixão moribunda
associação entre movimentos sociais que lutam pelo pelo trabalho, levada até o esgotamento das forças vitais
direito de acesso à terra e aos recursos naturais por do indivíduo e sua prole.
camponeses, pescadores, ribeirinhos, povos da floresta e LAFARGUE, P. O direito à preguiça. São Paulo: Huctec, 2000.
de setores do ambientalismo do Terceiro Mundo para os
quais a crise ambiental está profundamente associada à TEXTO II
crise do modelo de desenvolvimento, à miséria crescente Vivemos numa época em que as pessoas são tão
e à degradação ambiental. O ambientalismo nos países trabalhadoras que ficam estúpidas.
do Norte surge com a rejeição do industrialismo e dos
WILDE, O. apud MASI, D. O futuro do trabalho.
seus valores consumistas. Muito raramente incluem o Rio de Janeiro:“José Olympio; Brasília: UnB, 199.
problema da pobreza e, principalmente, a má distribuição
de renda. De acordo com os textos, a reflexão sobre o mundo do
trabalho no século XIX aponta para o conceito sociológico de
Nesse sentido, parte considerável do ambientalismo
dos anos 1960 e 1970, nos países industrializados, A alienação.
nasceu com a opulência das nações ricas. B higienismo.
DIEGUES, A C. O mito da natureza intocada. C passividade.
São Paulo: Huctec; 'Nupaus- USPICEC, 2008 (adaptado).
D emancipação.
E mercantilização.

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Questão 59 A 11 horas.
B 12 horas.
C 19 horas.
D 20 horas.
E 21 horas.

Questão 61
Uma privatização do espaço maior do que aquela
proporcionada pelo quarto evidencia-se cada vez mais
nos séculos XVII e XVIII. Como as ruelles [espaço entre a
cama e a parede], as alcovas são espaços além do leito,
longe da porta que dá acesso à sala (ou à antecâmara,
nas casas da elite). Thomas Jefferson, tecnólogo do estilo
século XVIII, mandou construir uma parede em torno de
sua cama a fim de fechar completamente o pequeno
cômodo além do leito — cômodo no qual só ele podia
entrar, descendo da cama do lado da ruelle.
RANUM, O. Os refúgios da intimidade. In: CHARTIER, R. (Org.). História da vida privada: da
Renascença ao Século das Luzes. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).

A partir do século XVII, a história da casa, que foi


se modificando para atender aos novos hábitos dos
indivíduos, provocou o(a)
Disponível em: http:/operamundi.uol.com.br. Acesso em: 28 ago. 2014 (adaptado)
A ampliação dos recintos.
B iluminação dos corredores.
As imagens representam fases de um conflito geopolítico
no qual as forças envolvidas buscam C desvalorização da cozinha.
A garantir a posse territorial. D embelezamento dos jardins.
B promover a conversão religiosa. E especialização dos aposentos.
C explorar as reservas petrolíferas. Questão 62
D controlar os sítios arqueológicos.
Produto do fim da Guerra Fria, a Convenção sobre
E monopolizar o comércio marítimo. a Proibição das Armas Químicas (CPAQ) marcou um
momento novo das relações internacionais no campo da
Questão 60 segurança. Aberta para assinaturas em Paris, em janeiro
de 1993, após cerca de duas décadas de negociações
Fuso horário civil na Conferência do Desarmamento em Genebra, a CPAQ
entrou em vigor em abril de 1997. Ao abrir a I Conferência
dos Estados-Partes na CPAQ, em Haia, o secretário-
geral da ONU, Kofi Annan, descreveu o evento como um
“momentoso ato de paz”. Disse: “O que vocês fizeram
com sua livre vontade foi anunciar a essa e a todas as
futuras gerações que as armas químicas são instrumentos
que nenhum Estado com algum respeito por si mesmo e
nenhum povo com algum senso de dignidade usaria em
conflitos domésticos ou internacionais”.
BUSTANI, J. M. A Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas: trajetória futura.
Parcerias Estratégicas, n. 9, out. 2000.

O que a convenção representou para o cenário geopolítico


mundial?
ATLAS GEOGRÁFICO. Rio de Janeiro, 1986. Disponível em www.ibge.gov.br.
A Esgotamento dos pactos bélicos multilaterais.
Acesso em 16 ago. 2014. (adaptado).
B Restrição aos complexos industriais militares.
A partida final da Copa do Mundo de 2014 aconteceu no C Enfraquecimento de blocos políticos regionais.
dia 13 de julho, às 16 horas, na cidade do Rio de Janeiro.
Considerando o horário de verão em Berlim, de 1 hora, D Cerceamento às agências de inteligência estatal.
os telespectadores alemães assistiram ao apito inicial do E Desestabilização das empresas produtoras de munições.
juiz às

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Questão 63 Questão 66
Uma ação tomada por alguns países que pode Tal como foi concebido, o desenvolvimento da Amazônia
funcionar é proporcionar bolsas de estudo e empréstimos pressupunha o desmatamento. Muitas forças foram envolvidas
para aqueles que querem estudar em centros e constituíram uma teia de múltiplos interesses: as instituições
universitários fora do país, com a contrapartida de que, financeiras internacionais, a tecnocracia militar e civil, as elites
após a conclusão da faculdade, essas pessoas possam regionais e nacionais, as corporações transnacionais, os
pagar ao governo voltando e trabalhando no país de madeireiros, os colonos sem terra e os garimpeiros.
origem. Desburocratizar o exercício de certas profissões SANTOS, L. G. Politizar as novas tecnologias: o impacto sociotécnico da
e incentivar centros de excelência também pode ajudar. informação digital e genética. São Paulo: Editora 34, 2003 (adaptado).

MALI, T. Disponível em: www.ufjf.br. Acesso em: 10 out. 2015 (adaptado). O modo de exploração descrito opõe-se a um modelo de
As medidas governamentais descritas buscam conter a desenvolvimento que
ocorrência do seguinte processo demográfico: A gera empregos formais.
A transferência de refugiados. B possibilita lucros imediatos.
B deslocamento sazonal. C maximiza atividades de extração.
C movimento pendular. D reitera a dependência econômica.
D fuga de cérebros. E promove a conservação de recursos.
E fluxo de retorno.
Questão 67
Questão 64 O progresso
Quando se trata de competência nas construções e Eu queria não ver todo o verde da terra morrendo
nas artes, os atenienses acreditam que poucos sejam E das águas dos rios os peixes desaparecendo
capazes de dar conselhos. Quando, ao contrário, se trata
Eu queria gritar que esse tal de ouro negro
de uma deliberação política, toleram que qualquer um
fale, de outro modo não existiria a cidade. Não passa de um negro veneno
BOBBIO, N. Teoria geral da política. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 (adaptado). E sabemos que por tudo isso vivemos bem menos.
ROBERTO CARLOS; ERASMO CARLOS. Roberto Carlos. Rio de Janeiro: CBS, 1976 (fragmento).
De acordo com o texto, a atuação política dos cidadãos
atenienses na Antiguidade Clássica tinha como caracte- O trecho da letra da canção avalia o uso de combustíveis
rística fundamental o(a) fósseis com base em sua potencial contribuição para
A dedicação altruísta em ações coletivas. aumentar o(a)
B participação direta em fóruns decisórios. A base da pirâmide etária.
C ativismo humanista em debates públicos. B alcance da fronteira de recursos.
D discurso formalista em espaços acadêmicos. C degradação da qualidade de vida.
E representação igualitária em instâncias parlamentares. D sustentabilidade da matriz energética.
E exploração do trabalho humano.
Questão 65
Questão 68
Embora os centros de decisão permaneçam fortemente
centralizados nas cidades mundiais, as atividades produtivas A recente crise generalizada que se instalou na
podem ser desconcentradas, desde que haja conexões primeira república negra do mundo não pode ser entendida
fáceis entre as unidades produtivas e os centros de gestão e de forma pontual e simplória. É necessário compreender
exista a disponibilidade de trabalho qualificado e uma base sua história, marcada por intervenções, regimes ditatoriais,
técnica adequada às operações industriais. corrupção e desastres ambientais, originando a atual
(EGLER, C. A. G. Questão regional e a gestão do território no Brasil. realidade socioeconômica e política do Haiti.
In: CASTRO, I. E.; CORRÊA, R. L.; GOMES, P. C. C. (Org.).
MORAES, I. A.; ANDRADE, C. A. A.; MATTOS, B. R. B.
Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.)
A imigração haitiana para o Brasil: causas e desafios. Conjuntura Austral, n. 20, 2013.

A mudança nas atividades produtivas a que o texto faz No contexto atual, os problemas enfrentados pelo Haiti
referência é motivada pelo seguinte fator: resultaram em um expressivo fluxo migratório em direção
A definição volátil das taxas aduaneiras e cambiais. ao Brasil devido ao seguinte fato:
B prestação regulada de serviços bancários e financeiros. A melhores condições de vida.
C controle estrito do planejamento familiar e fluxo populacional. B tratamento legal diferenciado.
D renovação constante das normas jurídicas e marcos C garantia de empregos formais.
contratuais. D equivalência de costumes culturais.
E oferta suficiente de infraestruturas logísticas e serviços E auxílio para qualificação profissional.
especializados.

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Questão 69 Questão 71
A expedição que alcançava a foz do Rio Mucuri Nas décadas de 1860 e 1870, as escolas criadas ou
era liderada por Teófilo Benedito Ottoni (1807-1869), recriadas, em geral, previam a presença de meninas, mas
empresário e político mineiro, que lá pretendia abrir um se atrapalhavam na hora de colocar a ideia em prática.
porto para ligar Minas ao mar. A localidade de Filadélfia Na província do Rio de Janeiro, várias tentativas foram
era a materialização desse sonho. O nome escolhido era, feitas e todas malsucedidas: colocar rapazes e moças em
ao mesmo tempo, uma homenagem à cidade símbolo dias alternados e, em 1874, em prédios separados. Para
da independência dos Estados Unidos e um manifesto complicar, na Assembleia, um grupo de deputados se
de adesão a ideais igualitários. Essa filosofia também manifestava contrário ao desperdício de verbas para uma
transparecia na relação com os índios, com os quais o instituição “desnecessária”, e a sociedade reagia contra a
político mineiro procurou negociar a ocupação do território ideia de coeducação.
em troca do respeito ao que hoje chamaríamos de reserva. VILLELA, H. O. S. O mestre-escola e a professora. In: LOPES, E. M. T.; FARIA FILHO, L.
M.; VEIGA, C. G. (Org.). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2003
ARAÚJO, V. L. Uma utopia republicana.
(adaptado).
Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 67, abr. 2011 (adaptado).

Um elemento que caracterizou, no âmbito da sociedade As dificuldades retratadas estavam associadas ao


monárquica, o projeto inovador abordado no texto foi seguinte aspecto daquele contexto histórico:
A introduzir o protestantismo como mecanismo de A formação enciclopédica dos currículos.
integração social. B restrição do papel da mulher à esfera privada.
B ampliar a cidadania para integrar os grupos C precariedade de recursos na educação formal.
autóctones da região. D vinculação da mão de obra feminina às áreas rurais.
C aceitar os aborígenes como mão de obra do E oferta reduzida de profissionais do magistério público.
empreendimento.
D reconhecer os nativos para discutir a forma de Questão 72
ocupação do terreno.
O justo e o bem são complementares no sentido de
E incorporar a doutrina liberal como fundamento das que uma concepção política deve apoiar-se em diferentes
relações citadinas. ideias do bem. Na teoria da justiça como equidade, essa
condição se expressa pela prioridade do justo. Sob sua
Questão 70 forma geral, esta quer dizer que as ideias aceitáveis do
A antiga Cidade Livre foi idealizada por Bernardo bem devem respeitar os limites da concepção política de
Sayão, em 1956, para ser um centro comercial e justiça e nela desempenhar um certo papel.
recreativo para os trabalhadores de Brasília. Ganhou RAWLS, J. Justiça e democracia. São Paulo: Martins Fontes, 2000 (adaptado).
esse nome porque lá era permitido não só residir
Segundo Rawls, a concepção de justiça legisla sobre
como também negociar, com isenção de tributação. A
ideias do bem, de forma que
perspectiva era de que a cidade desaparecesse com a
inauguração de Brasília. Com isso, os lotes não foram A as ações individuais são definidas como
vendidos, mas emprestados em forma de comodato efeitos determinados por fatores naturais ou
àqueles interessados em estabelecer residência ou constrangimentos sociais.
comércio. A partir de 1960, os contratos de comodato B o estudo da origem e da história dos valores morais
foram cancelados e os comerciantes, transferidos para a concluem a inexistência de noções absolutas de bem
Asa Norte. Os terrenos desocupados foram invadidos por e mal.
famílias de baixa renda. Em 1961, o governo, pressionado
pelo movimento popular, cria oficialmente a cidade com o C o próprio estatuto do homem como centro do
nome de Núcleo Bandeirante. mundo é abalado, marcando o relativismo da época
contemporânea.
CARDOSO, H. H. P. Narrativas de um candango em Brasília.
Revista Brasileira de História, n. 47, 2004 (adaptado). D as intenções e bens particulares que cada indivíduo
almeja alcançar são regulados na sociedade por
Essa dinâmica expõe uma forma de desigualdade social
princípios equilibrados.
comum nas cidades brasileiras associada à dificuldade de
ter acesso E o homem é compreendido como determinado e livre
ao mesmo tempo, já que a liberdade limita-se a um
A às áreas com lazer gratuito.
conjunto de condições objetivas.
B ao mercado imobiliário formal.
C ao transporte público eficiente.
D aos reservatórios com água potável.
E ao emprego com carteira assinada.

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Questão 73 Questão 75

Disponível em: http://une.org.br. Acesso em: 30 jul. 2015 (adaptado)

Considerando o funcionamento do regime democrático, o


episódio retratado na imagem está associado ao(à)
A legalidade dos partidos políticos.
B valorização das políticas afirmativas.
BRASIL, IBGE. Regiões de influência de cidade, 2007.
C esgotamento do movimento sindical. Rio de janeiro: IBGE, 2008. (adaptado).

D legitimidade da mobilização popular. O critério que rege a hierarquia urbana é a


E emergência das organizações não governamentais. A existência de distritos industriais de grande porte.
Questão 74 B importância histórica dos centros urbanos tradicionais.
Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, C centralidade exercida por algumas cidades em
quando o homem sentiu a necessidade de criar em si relação às demais.
uma memória; os mais horrendos sacrifícios e penhores, D proximidade em relação ao litoral das principais
as mais repugnantes mutilações (as castrações, por cidades brasileiras.
exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem E presença de sedes de multinacionais potencializando
naquele instinto que divisou na dor o mais poderoso a conexão global.
auxiliar da memória.
NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999. Questão 76
O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição Quanto aos campos de batalha, os nomes de ilhas
humana e a elaboração de um mecanismo distintivo entre melanésias e assentamentos nos desertos norte-africanos,
homens e animais, marcado pelo(a) na Birmânia e nas Filipinas tornaram-se tão conhecidos
A racionalidade científica. dos leitores de jornais e radiouvintes quanto os nomes
de batalhas no Ártico e no Cáucaso, na Normandia, em
B determinismo biológico. Stalingrado e em Kursk. A Segunda Guerra Mundial foi
C degradação da natureza. uma aula de geografia.
D domínio da contingência. HOBSBAWM, E. Era dos extremos – o breve século XX: 1914-1991.
São Paulo: Cia. das Letras, 1997 (adaptado).
E consciência da existência.
Um dos principais acontecimentos do século XX, a
segunda grande guerra (1939-1945) foi interpretada no
texto como uma aula de geografia porque
A teve-se ciência de lugares outrora ignorados.
B foram modificadas fronteiras e relações interestatais.
C utilizaram mapas estratégicos os exércitos nela
envolvidos.
D tratou-se de um acontecimento que afetou a economia
global.
E tornou o continente europeu o centro das relações
internacionais.

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Questão 77 Questão 78
O processo de modernização da agricultura brasileira
resultou em profundas modificações nas relações sociais, no
mundo do trabalho e da produção. Mas a modernização teve
também como consequência, num modelo social perverso
como o nosso, a permanência da concentração da terra, o
êxodo rural, aumentou o processo de assalariamento para
o homem rural, concentrou capitais e gerou um processo de
industrialização da agricultura, direcionada para atender às
demandas do capital nacional e internacional.
MENEZES NETO, A. J. Educação, sindicalismo e novas tecnologias nos
processos sociais agrários. Disponível em: www.senac.br. Acesso em: 10 fev. 2014.

Nesse contexto, o processo apresentado revela contradições


no espaço agrário brasileiro decorrentes da expansão da
A produção familiar.
B reforma fundiária.
C lavoura comercial.
D pastagem extensiva.
E segurança alimentar.

Questão 79
Muitos países se caracterizam por terem populações
Disponível em: http://atlasescolar.ibge.gov.br. Acesso em: 2 out. 2015 (adaptado).
multiétnicas. Com frequência, evoluíram desse modo ao lon-
go de séculos. Outras sociedades se tornaram multiétnicas
mais rapidamente, como resultado de políticas incentivando
a migração, ou por conta de legados coloniais e imperiais.
GIDDENS. A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado).

Do ponto de vista do funcionamento das democracias


contemporâneas, o modelo de sociedade descrito
demanda, simultaneamente,
A defesa do patriotismo e rejeição ao hibridismo.
B universalização de direitos e respeito à diversidade.
C segregação do território e estímulo ao autogoverno.
D políticas de compensação e homogeneização do idioma.
E padronização da cultura e repressão aos particularismos.

Questão 80
Vive-se a Revolução Verde. Trata-se da disseminação de
novas práticas, permitindo um vasto aumento na produção. O
modelo baseia-se na intensiva utilização de sementes melho-
radas (particularmente das híbridas), assim como no uso sis-
temático de insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos),
no recurso à irrigação e na mecanização do trabalho.
Disponível em: http://imgms.almanaque.abril.com.br. Acesso em: 2 out. 2015 DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma história da vida rural no Brasil.
Rio de Janeiro: Ediouro, 2006 (adaptado).
No planejamento das ações governamentais, a segunda
forma de regionalização apresenta a vantagem de No Brasil, uma desvantagem para o pequeno produtor
provocada pela expansão do modelo agrícola descrito é a
A respeitar a divisão político-administrativa.
A estagnação da atividade agroindustrial.
B reconhecer as desigualdades sociais.
B diminuição da lavoura monocultora.
C considerar as identidades culturais.
C restrição do controle de pragas.
D valorizar a dinâmica econômica.
D elevação do custo de cultivo.
E incorporar os critérios naturais.
E redução do emprego formal.

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Questão 81 Tendo como referência os condicionantes históricos do


entreguerras, as medidas governamentais descritas
Procuramos demonstrar que o desenvolvimento
objetivavam
pode ser visto como um processo de expansão das
liberdades reais que as pessoas desfrutam. O enfoque A flexibilizar as regras do mercado financeiro.
nas liberdades humanas contrasta com visões mais B fortalecer o sistema de tributação regressiva.
restritas de desenvolvimento, como as que identificam
desenvolvimento com crescimento do Produto Nacional C introduzir os dispositivos de contenção creditícia.
Bruto, ou industrialização. O crescimento do PNB pode D racionalizar os custos da automação industrial mediante
ser muito importante como um meio de expandir as negociação sindical.
liberdades. Mas as liberdades dependem também de E recompor os mecanismos de acumulação econômica
outros determinantes, como os serviços de educação e por meio da intervenção estatal.
saúde e os direitos civis.
SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. Questão 84
A concepção de desenvolvimento proposta no texto
fundamenta-se no vínculo entre
A incremento da indústria e atuação no mercado
financeiro.
B criação de programas assistencialistas e controle de
preços.
C elevação da renda média e arrecadação de impostos.
D garantia da cidadania e ascensão econômica.
E ajuste de políticas econômicas e incentivos fiscais.

Questão 82
A primeira Guerra do Golfo, genuinamente apoiada
pelas Nações Unidas e pela comunidade internacional,
assim como a reação imediata ao Onze de Setembro,
demonstravam a força da posição dos Estados Unidos na
era pós-soviética.
HOBSBAWM, E. Globalização, democracia e terrorismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2007.

Um aspecto que explica a força dos Estados Unidos


apontada pelo texto, reside no(a)
A poder de suas bases militares espalhadas ao redor
do mundo.
B alinhamento geopolítico da Rússia em relação aos
EUA.
C política de expansionismo territorial exercida sobre
Cuba.
D aliança estratégica com países produtores de petróleo
como Kuwait e Irã.
DAVID, J-L. A coroação de Napoleão (detalhe). Óleo sobre tela, 621 x 979 cm. Louvre,
E incorporação da China à organização do tratado do França, 1807. Disponível em: http://theweddingtiara.com. Acesso em: 8 abr. 2015.
Atlântico norte (Otan).
O gesto representado no quadro simboliza uma diferença
Questão 83 entre o império napoleônico e a monarquia absolutista,
por
O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o
A reduzir a autoridade do clero.
custo de produção e o preço, entre a cidade e o campo,
entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar B instaurar a censura da imprensa.
o mercado interno – o único que é importante – pelo C controlar a organização judiciária.
controle de preços e da produção, pela revalorização
dos salários e do poder aquisitivo das massas, isto é, D suspender as pensões da nobreza.
dos lavradores e operários, e pela regulamentação das E desrespeitar a propriedade privada.
condições de emprego.
CROUZET, M. Os Estados perante a crise, In: História geral das civilizações.
São Paulo: Difel, 1977 (adaptado).

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Questão 85 O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres


da oratória que defendiam a(o)
Constantinopla, aquela cidade vasta e esplêndida,
com toda a sua riqueza, sua ativa população de A ideia do bem, demonstrado na mente com base na
mercadores e artesãos, seus cortesãos em seus teoria da reminiscência.
mantos civis e as grandes damas ricamente vestidas e B relativismo, evidenciado na convencionalidade das
adornadas, com seus séquitos de eunucos e escravos, instituições políticas.
despertaram nos cruzados um grande desdém, mesclado
a um desconfortável sentimento de inferioridade. C ética, aprimorada pela educação de cada indivíduo
com base na virtude.
RUNCIMAN, S. A Primeira Cruzada e a fundação do Reino de Jerusalém.
Rio de Janeiro: Imago, 2003 (adaptado). D ciência, comprovada empiricamente por meio de
A reação dos europeus quando defrontados com essa conceitos universais.
cidade ocorreu em função das diferenças entre Oriente e E religião, revelada pelos mandamentos das leis divinas.
Ocidente quanto aos(às)
Questão 88
A modos de organização e participação política.
B níveis de disciplina e poderio bélico do exército. Somada à produção voltada para o mercado interno
está a expansão das culturas de exportação, via de regra
C representações e práticas de devoção politeístas. financiadas com incentivos fiscais oriundos das políticas
D dinâmicas econômicas e culturais da vida urbana. territoriais do Estado. Combinando mercado interno
e externo, o Estado atuou no sentido de incrementar a
E formas de individualização e desenvolvimento pessoal. produção, principalmente de grãos.
Questão 86 OLIVEIRA, A. U. Agricultura brasileira: transformações recentes. In: ROSS, J. L. S.
Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008 (adaptado).
O conceito de democracia, no pensamento de Habermas,
A atuação do Estado brasileiro na atividade descrita
é construído a partir de uma dimensão procedimental,
ocasionou mudanças socioespaciais marcadas pela
calcada no discurso e na deliberação. A legitimidade
democrática exige que o processo de tomada de decisões A contenção do fluxo migratório.
políticas ocorra a partir de uma ampla discussão pública, B alteração da estrutura fundiária.
para somente então decidir. Assim, o caráter deliberativo
corresponde a um processo coletivo de ponderação e C priorização do abastecimento local.
análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão. D reconfiguração da fronteira agrícola.
VITALE. D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia deliberativa. E concentração da produção sustentável.
Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado).

O conceito de democracia proposto por Jürgen Habermas Questão 89


pode favorecer processos de inclusão social. De acordo
com o texto, é uma condição para que isso aconteça o(a)
A participação direta periódica do cidadão.
B debate livre e racional entre cidadãos e Estado.
C interlocução entre os poderes governamentais.
D eleição de lideranças políticas com mandatos temporários.
E controle do poder político por cidadãos mais esclarecidos.

Questão 87
Os sofistas inventam a educação em ambiente
artificial, o que se tornará uma das características de nossa
civilização. Eles são os profissionais do ensino, antes de
tudo pedagogos, ainda que seja necessário reconhecer
a notável originalidade de um Protágoras, de um Górgias
ou de um Antifonte, por exemplo. Por um salário, eles
ensinavam a seus alunos receitas que lhes permitiam Disponível em: www.unric.org. Acesso em: 9 ago. 2013.
persuadir os ouvintes, defender, com a mesma habilidade,
o pró e o contra, conforme o entendimento de cada um. A ONU faz referência a uma projeção cartográfica em seu
logotipo.
HADOT, P. O que é a filosofia antiga? São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado).

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CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS

A figura que ilustra o modelo dessa projeção é:


A C E

B D

Questão 90
Maior que os espaços metropolitanos tradicionais, incorporando áreas menores em vizinhança e formando uma
aglomeração em escala mais ampla, concentra o principal das atividades produtivas significativas em diversos setores
(cadeias da indústria, investimentos estrangeiros diretos, operações de negócios internacionais, trabalhadores migrantes,
fluxos monetários etc.). O conjunto da economia global passa a ser um arquipélago delas, constituindo os nós da malha
econômica.
IBGE. Gestão do território. Rio de Janeiro: IBGE, 2014 (adaptado).

A configuração geográfica descrita no texto é definida pelo conceito de


A meio técnico.
B cidade-região.
C zona de transição.
D polo de tecnologia.
E paisagem urbana.

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GABARITO DO SPOILER
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LINGUAGENS, CÓDIGOS CIÊNCIAS HUMANAS


E SUAS TECNOLOGIAS E SUAS TECNOLOGIAS

GABARITO QUESTÃO GABARITO


QUESTÃO
ESPANHOL INGLÊS 46 A
47 D
1 C A
48 B
2 B C
49 A
3 B D
50 C
4 D A
51 B
5 B B
52 D
6 B
53 A
7 D
54 D
8 B
55 B
9 B
56 D
10 C
57 B
11 C
58 A
12 B
59 A
13 A
60 E
14 A
61 E
15 E
62 B
16 B
63 D
17 C
64 B
18 A
65 E
19 B
66 E
20 B
67 C
21 E
68 A
22 B
69 D
23 D
70 B
24 B
71 B
25 A
72 D
26 A
73 D
27 C
74 E
28 E
75 C
29 A
76 A
30 B
77 A
31 B
78 C
32 A
79 B
33 A
80 D
34 C
81 D
35 B
82 A
36 A
83 E
37 D
84 A
38 B
85 D
39 D
86 B
40 E
87 B
41 D
88 D
42 B
89 A
43 A
90 B
44 C
45 A

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