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• Guia informativo •

para o Desenvolvimento da Rotina


Pedagógica nas Escolas Municipais
de Tempo Integral (ETIs)
Guia informativo para o desenvolvimento
da rotina pedagógica nas escolas
municipais de tempo integral (ETIs)

Fortaleza-CE
2023
Ficha Técnica
Prefeito Municipal de Fortaleza
José Sarto Nogueira Moreira

Vice-Prefeito
José Élcio Batista

Secretária Municipal da Educação de Fortaleza


Antonia Dalila Saldanha de Freitas

Secretário Adjunto da Educação de Fortaleza


Jefferson de Queiroz Maia

Secretária Executiva da Educação de Fortaleza


Fernanda Gabriela Castelar Pinheiro Maia

Assessora Técnica da Governança


Marisa Botão de Aquino

Coordenador do Ensino Fundamental


Osvaldo Melo Negreiros Filho

Célula de Educação de Tempo Integral


Francisco Gildázio Rodrigues da Silva
Adriana Cláudia Moreira Tavares
Ana Márcia Maia Gadelha de Andrade

Equipe Técnica da Célula de Educação de Tempo Integral


Gledson Bezerra Magalhães
José Lucas Passos da Costa
Leo Natanael de Jesus Araújo
Pauline Barreto Teixeira
Willy Sulivan Saraiva de Carvalho
Sumário
Apresentação ....................................................................................................................... 7
1. Introdução ........................................................................................................................ 8
2. Modelo pedagógico e modelo de gestão ................................................................................. 10
2.1. Modelo pedagógico ......................................................................................................... 10
2.2. Modelo de gestão ........................................................................................................... 10
2.2.1. Princípios da Tecnologia de Gestão Educacional (TGE) .......................................................... 11
2.2.2. Conceitos da TGE ......................................................................................................... 11
3. Eixos formativos do estudante .............................................................................................. 13
3.1. Formação acadêmica de excelência ..................................................................................... 13
3.2. Formação para a vida ...................................................................................................... 13
3.3. Formação para o desenvolvimento das competências do século XXI .......................................... 13
4. Princípios educativos e premissas das ETIs .............................................................................. 14
4.1. Princípios educativos ........................................................................................................ 14
4.1.1. Educação interdimensional .............................................................................................. 14
4.1.2. Educação para valores .................................................................................................. 15
4.1.3. Pedagogia da presença .................................................................................................. 15
4.1.4. Os quatro pilares da educação ........................................................................................ 16
4.1.5. Protagonismo .............................................................................................................. 16
4.1.6. Experimentação ........................................................................................................... 16
4.1.7. Ludicidade .................................................................................................................. 16
4.2. Premissas ..................................................................................................................... 17
4.2.1. Protagonismo .............................................................................................................. 17
4.2.2. Uma nova perspectiva de educação e de educador ............................................................ 17
4.2.3. Corresponsabilidade .................................................................................................... 17
4.2.4. Excelência em gestão .................................................................................................... 17
4.2.5. Replicabilidade ............................................................................................................ 17
5. Instrumentos e rotinas para operacionalização dos modelos pedagógico e de gestão das ETIs ............... 18
5.1. Plano de ação da escola ................................................................................................... 18
5.2. Programa de ação .......................................................................................................... 18
5.3. Guias de aprendizagem ................................................................................................... 18
5.4. Reuniões de fluxo e alinhamento ........................................................................................ 21
5.5. Agenda bimestral ........................................................................................................... 21
5.6. Rotina e tempo pedagógico .............................................................................................. 21
6. Organização do mapa curricular das ETIs anos iniciais ............................................................. 23
6.1. Estrutura do mapa curricular ............................................................................................ 30
6.2. Componentes curriculares da parte diversificada - anos iniciais ............................................. 30
6.2.1. Eletivas ..................................................................................................................... 30
6.2.2. Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação(TDIC) - robótica, blog, jornal escolar e rádio
escolar .............................................................................................................................. 34
6.2.3. Aprendizagem orientada .............................................................................................. 34
6.2.4. Letramento científico ................................................................................................... 34
6.2.5. Língua inglesa ............................................................................................................ 35
6.2.6. Língua Brasileira de Sinais (Libras) .................................................................................. 36
6.2.7. Educação em direitos humanos ...................................................................................... 36
6.2.8. Educação ambiental .................................................................................................... 36
7. Organização do mapa curricular das ETIs - anos finais .............................................................. 38
7.1. Estrutura da mapa curricular ............................................................................................. 41
7.2. Componentes curriculares da parte diversificada e atividades complementares - anos finais …....… 41
7.2.1. Parte diversificada ....................................................................................................... 42
7.2.1.1. Disciplinas eletivas ..................................................................................................... 42
7.2.1.2. Práticas experimentais .............................................................................................. 46
7.2.2. Atividades complementares .......................................................................................... 46
7.2.2.1. Aprendizagem orientada ............................................................................................ 46
7.2.2.2. Introdução à metodologia da pesquisa científica (IMPC)/pensamento científico (PC) ............... 46
7.2.2.3. Protagonismo .......................................................................................................... 47
7.2.2.4. Projeto de Vida (PV) .................................................................................................. 47
7.2.2.5. Formação Cidadã (FC) ............................................................................................... 47
7.2.2.6. Estudo Orientado (EO) .............................................................................................. 48
8. As práticas pedagógicas e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ........................................ 49
9. Planejamento pedagógico e formação continuada ................................................................... 51
9.1. Planejamento ................................................................................................................. 51
9.2. Formação continuada para professores e coordenadores pedagógicos ...................................... 52
9.2.1. Formação continuada para professores ............................................................................ 52
9.2.1.1. Formação nos polos .................................................................................................... 52
9.2.1.2. Formação no contexto da escola .................................................................................. 53
9.2.2. Formação continuada para coordenadores pedagógicos ..................................................... 54
10. Espaços de protagonismo na escola ..................................................................................... 55
10.1. Clube de protagonismo ................................................................................................... 55
10.2. Monitoria .................................................................................................................... 57
10.3. Líderes de turma ........................................................................................................... 58
10.4. Grêmios estudantis ....................................................................................................... 58
11. Acolhimento: uma prática educativa de sensibilização na rotina escolar ...................................... 60
11.1. Acolhimento diário ......................................................................................................... 60
11.2. Acolhimento da equipe escolar ......................................................................................... 60
11.3. Acolhimento inicial dos novos estudantes ............................................................................ 60
11.4. Acolhimento dos pais e responsáveis ................................................................................. 60
12. Espaços escolares: cenários de práticas educativas diversas ..................................................... 61
13. Equipe de profissionais das ETIs .......................................................................................... 63
Referências ......................................................................................................................... 64
Apresentação
A Secretaria Municipal da Educação (SME), por meio da Coordenadoria de Ensino
Fundamental (COEF) / Célula de Educação em Tempo Integral (CETI), apresenta o Guia
Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas Escolas Municipais de
Tempo Integral (ETIs).
Este guia é direcionado às equipes escolares das unidades de tempo integral de
Fortaleza. Visa auxiliar o desenvolvimento da rotina pedagógica nas referidas escolas,
através da apresentação de informações gerais sobre o funcionamento das ETIs, como
o modelo pedagógico e de gestão com seus princípios, premissas e instrumentos de
operacionalização.
O documento pretende auxiliar as ETIs quanto à organização da rotina pedagógica
a ser desenvolvida durante o ano, com a perspectiva de formar estudantes que sejam
capazes de fazer escolhas, atuando de maneira autônoma (respeitando os próprios
valores, crenças e conhecimentos), solidária (atuando como agente ativo na solução
de problemas) e competente (sendo capaz de aprender a aprender) sobre os contextos,
desafios e possibilidades advindas do novo século.
As escolas de tempo integral de Fortaleza se fundamentam em pressupostos
teóricos que compreendem o ser humano em sua integralidade – cognição, natureza,
sentimento e relacionamentos –, ou seja, em uma perspectiva que discute não só a
ampliação do tempo na escola, mas a concepção da educação interdimensional na
formação do estudante e na nova concepção de educador das ETIs.
O conhecimento, estudo e utilização deste guia busca favorecer o desenvolvimento
de uma aprendizagem significativa, com planejamento de atividades pedagógicas que
visem potencializar a formação integral do estudante, bem como fortalecer a prática
docente.
O Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs
de Fortaleza está de acordo com os documentos legais que regem a educação de
tempo integral nacional, estadual e municipal, como a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB - 1996), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC - 2018),
o Documento Curricular Referencial do Ceará (DCRC - 2019) e o Plano Municipal de
Educação (PME - 2015).

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 7


1. Introdução
As Escolas Municipais de Tempo Integral (ETI) são a efetivação de uma política de ampliação da
jornada escolar que visa promover a qualidade do ensino aos estudantes da rede pública municipal de
Fortaleza - CE. Em 2013, iniciam-se às ações de cooperação para criar as primeiras ETI, conforme a Lei nº
10.371, de 24 de junho de 2015,
A SME, em parceria com o Instituto de CoResponsabilidade pela Educação (ICE) e Instituto Natura,
inicia o processo para implantação da política de educação integral em seis escolas de Ensino
Fundamental, anos finais, adaptando suas estruturas física e organizacional, contemplando cada
Distrito de Educação, com base em indicadores como: alto nível de vulnerabilidade socioeconômico
da localidade, que geram indicadores de violência (FORTALEZA, 2015, p.33).

Inicialmente, as ETI atenderam os Anos Finais (6° ao 9º ano) do Ensino Fundamental e, em 2016,
ampliaram a oferta para os estudantes dos Anos Iniciais (1º ao 5º ano) do Ensino Fundamental.
A Rede Municipal de Ensino de Fortaleza possui, atualmente, 31 Escolas Municipais de Tempo Integral
em funcionamento, sendo: 04 ETI com oferta para o Ensino Fundamental - Anos Iniciais; e 27 ETI com a
oferta para Ensino Fundamental - Anos Finais, com perspectiva de mais 5 unidades escolares funcionando
em 2023. Atualmente, a rede atende um quantitativo aproximado de 11.8041 estudantes matriculados, de
acordo com dados do Sistema de Gerenciamento Educacional (SGE)2. A Secretaria Municipal da Educação
de Fortaleza tem como meta a ampliação para 50 unidades escolares ofertando a educação de tempo
integral até o final de 2024.
A concepção de Educação adotada nas Escolas Municipais de Tempo Integral é a de formação integral
do educando, que compreende o ser humano em sua integralidade – cognição, natureza, sentimento e
relacionamentos–, ou seja, na perspectiva de uma Educação Interdimensional na formação da criança e
do adolescente. Tal concepção está prevista e assegurada na Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988),
na Constituição Estadual de 1989 (CEARÁ, 1989), no Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Nº 8.069,
de 13 de julho de 1990 (BRASIL, 1990), na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996), no Plano Nacional de Educação, Lei 13.005/14 (BRASIL, 2014), no
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação e Valorização dos Profissionais da Educação, Lei Nº
11.494/07 (BRASIL, 2007), e na Resolução CNE/CEB Nº 7/10 (BRASIL, 2010).
A Secretaria Municipal da Educação (SME) criou, para o acompanhamento do modelo pedagógico das
ETI, a Célula de Educação em Tempo Integral (CETI), vinculada à Coordenadoria de Ensino Fundamental
(COEF). São atribuições da CETI junto às ETI:
• Acompanhar a execução do modelo pedagógico e das ações pedagógicas;
• Realizar formações continuadas da Parte Diversificada e das Atividades Complementares do
currículo;
• Analisar os objetivos, as metas e as estratégias do Plano de Ação e o desdobramento dos Programas
de Ação da equipe escolar de cada ETI;
• Acompanhar a Agenda Bimestral de cada ETI;
• Verificar como estão ocorrendo as reuniões de fluxo (com a gestão, docentes e lideranças discentes);
• Observar, no Ensino Fundamental - Anos Iniciais, a integração entre a Base Nacional Comum e Parte
Diversificada, no que diz respeito ao trabalho do professor para o desenvolvimento da aprendizagem dos
estudantes. Para isso, são observadas as condições de planejamento e a realização das aulas de: Eletivas,
TDIC (Robótica, Blog, Jornal escolar e Rádio escolar), Aprendizagem Orientada, Letramento Científico,
Educação Ambiental, Educação em Direitos Humanos, LIBRAS e Língua Inglesa;

1 Disponível em: https://sge.sme.fortaleza.ce.gov.br/sge/login.jsf. Data do acesso: 19/10/2022.


2 O SGE é um dos sistemas de informação e gerenciamento da Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza.

8 Secretaria Municipal da Educação (SME)


• Observar, no Ensino Fundamental - Anos Finais, a integração entre a Base Nacional Comum, a
Parte Diversificada e as Atividades Complementares, no que diz respeito ao trabalho do professor para o
desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes. Para isso, são observadas as condições de planejamento
e a realização das aulas de: Disciplinas Eletivas, Práticas Experimentais (PEX), Projeto de Vida (PV),
Protagonismo, Introdução à Metodologia da Pesquisa Científica (IMPC) / Pensamento Científico (PC), Estudo
Orientado (EO) e Formação Cidadã (FC);
• Verificar o desenvolvimento das práticas e espaços de protagonismo estudantil (Clubes de
Protagonismo, Conselho de Líderes/Atuação dos Líderes, Grêmio e Monitoria Acadêmica e de Apoio);
• Acompanhar o desenvolvimento das Disciplinas Eletivas, a eficácia das aulas de Aprendizagem
Orientada (AO) e os processos de elaboração e utilização dos Guias de Aprendizagem;
• Elaborar guias informativos para o auxílio do desenvolvimento do trabalho pedagógico nas ETI,
no que diz respeito às rotinas, à Parte Diversificada, às Atividades Complementares do currículo e ao
acolhimento para as novas ETI;
• Produzir material estruturado para o desenvolvimento das práticas educativas na Parte
Diversificada e nas Atividades Complementares, abrangendo os componentes curriculares: Projeto de Vida
(PV), Protagonismo, Introdução à Metodologia da Pesquisa Científica (IMPC)/Pensamento Científico (PC),
Formação Cidadã (FC) e Estudo Orientado (EO);
• Realizar acompanhamentos pedagógicos sistemáticos;
• Identificar as necessidades e as peculiaridades de cada escola através de acompanhamentos
pedagógicos sistemáticos e visualização do Drive.

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2. Modelo pedagógico e modelo de gestão
O Modelo Pedagógico e o Modelo de Gestão são um conjunto interdependente de ações educativas
que propõem inovações quanto a: conteúdo, método e gestão. Essas inovações buscam assegurar que as
aprendizagens adquiridas na escola possibilitem o desenvolvimento de múltiplas capacidades cognitivas e
socioemocionais e agreguem valor às dimensões da vida pessoal, social e profissional futura do jovem ao
concluir o Ensino Fundamental.
Esses dois modelos interdependentes constituem a estrutura de funcionamento da ETI e se alimentam
mutuamente através dos seus conceitos, princípios e mecanismos operacionais. Em conjunto, são um
organismo que torna possível transformar o plano estratégico da escola em ação efetiva e cotidiana.
O Modelo de Gestão, por meio da Tecnologia de Gestão Educacional (TGE), é a base na qual o Modelo
Pedagógico se alicerça para gerar o trabalho que transformará a “intenção educativa” em “ação efetiva”.
O Modelo Pedagógico é o sistema que opera um currículo integrado entre as diretrizes e os parâmetros
nacionais e/ou locais e as inovações concebidas para as ETI.

2.1 Modelo pedagógico


O Modelo Pedagógico traz elementos necessários para apoiar o estudante na elaboração do seu
projeto de vida, essência do Modelo e no qual reside toda a centralidade do currículo desenvolvido. Esse
Modelo foi concebido para responder à formação do jovem no século XXI, a fim de que, ao final da Educação
Básica, ele reúna as condições para executar o seu projeto de vida, idealizado e gestado ao longo dos
Ensinos Fundamental e Médio.
O Modelo Pedagógico das ETI de Fortaleza é fundamentado em sete Princípios Educativos, a saber:
o Protagonismo; os Quatro Pilares da Educação; a Pedagogia da Presença; a Educação Interdimensional
(Anos Iniciais e Anos Finais); a Educação para Valores (Anos Finais); Experimentação; e Ludicidade (Anos
Iniciais). Os Princípios Educativos e as Premissas3 são o ponto de partida para a materialização da prática
pedagógica, tanto através do currículo, como das estratégias definidas para a sua operacionalização. A
materialização do currículo se realiza por meio de procedimentos teórico-metodológicos que favorecem
a vivência de atividades dinâmicas, contextualizadas e significativas, nos diversos campos das ciências,
das artes, das linguagens e da cultura corporal. Através do currículo ocorre a articulação entre o mundo
acadêmico, as práticas sociais e a realização dos projetos de vida dos estudantes. Para tanto, o Modelo
apresenta inovações pedagógicas (Parte Diversificada e Atividades Complementares) que, integradas
ao desenvolvimento da Base Nacional Comum, favorecem o pleno desenvolvimento do estudante. A
estruturação da Parte Diversificada do currículo leva sempre em consideração a identidade local ilustrada
em cada sistema educacional e as Atividades Complementares, que visam à educação interdimensional,
considera as dimensões pessoal, social e profissional dos estudantes.
Como estratégias definidas para a operacionalização do Modelo Pedagógico, tem-se a ampliação
do tempo de permanência de toda a comunidade escolar: equipes de gestão, professores, corpo técnico-
administrativo e os estudantes. Essa ampliação é um mecanismo para viabilizar o projeto escolar fundado
nos dois modelos (Pedagógico e de Gestão).

2.2 Modelo de gestão


As Escolas Municipais de Tempo Integral em Fortaleza apresentam como modelo de gestão a Tecnologia
de Gestão Educacional (TGE), que é definida como a arte de integrar tecnologias específicas e educar
pessoas. Educar pessoas significa criar ambientes onde todos se sintam estimulados a aprender e colocar
em prática seus conhecimentos, buscando gerar resultados de desempenho dos educandos, dos educadores
e dos gestores.

3 Ambos serão tratados detalhadamente no capítulo 4 deste documento.

10 Secretaria Municipal da Educação (SME)


A TGE é implantada tanto no processo de gestão, como na execução da proposta pedagógica, estando
presente na agenda dos estudantes para a elaboração dos seus projetos de vida, na construção e revisão
do Plano de Ação da ETI, dos Programas de Ação da equipe escolar e dos Guias de Aprendizagem, e nas
estratégias didáticas de gestão de sala de aula. Estudantes, educadores e gestores se utilizam da mesma
linguagem e dos mesmos instrumentos para planejar, projetar metas, organizar suas atividades e avaliar
os resultados obtidos. A TGE é a base na qual o Modelo Pedagógico se alicerça para gerar movimento e
trabalho, que transforma intenções em ações com intencionalidade pedagógica.
A TGE prima pela qualidade na realização das ações de ensino, de aprendizagem e de administração
com o foco em gerenciar o cumprimento do Projeto Político Pedagógico (PPP) e do Plano de Ação da Escola,
a fim de oferecer uma educação de excelência para a sociedade, buscando contemplar a Missão, Visão e
Valores da Escola Municipal de Tempo Integral de Fortaleza.
No que se refere à Tecnologia de Gestão Educacional (TGE), o Modelo de Gestão adotado nas ETI
orienta que as escolas devem promover:
• A organização da Agenda Bimestral, em conformidade com o calendário letivo da SME;
• A realização das reuniões de fluxo com a equipe escolar (com grupos específicos e reunião geral);
• A realização dos Ciclos de Melhoria Contínua – PDCA;
• A elaboração e a revisão dos instrumentais de operacionalização da TGE: Plano de Ação e Programas
de Ação;
• A elaboração e socialização dos Guias de Aprendizagem.

2.2.1 Princípios da TGE


Apresenta-se, a seguir, os três princípios que regem a Tecnologia de Gestão Educacional:
• Ciclo virtuoso - Evidencia as relações existentes entre gestão pública, escola/estudante, comunidade
e investidores sociais, e como estas se retroalimentam via um sistema de comunicação pautado na confiança
e na parceria. O gestor deve ter a comunicação como foco, de forma clara, objetiva e respeitosa;
• Pedagogia da Presença - O gestor é um educador que dedica tempo, presença, experiência e
exemplo;
• Educação pelo Trabalho - A formação continuada da equipe em suas tecnologias e partilha do
conhecimento exerce uma influência construtiva e intencional na formação das pessoas. É através da
Educação pelo Trabalho que a transmissão de conhecimentos, valores, princípios, atitudes, competência e
habilidades, acontece no dia a dia do exercício de suas atividades.

2.2.2 Conceitos na TGE


Objetivando a compreensão plena da base da Tecnologia de Gestão Educacional, apresentamos, a
seguir, os três conceitos que a fundamentam: Descentralização; Delegação Planejada; e Ciclo de Melhoria
Contínua (PDCA).
• Descentralização - Significa tornar as decisões, e suas respectivas consequências, mais próximas de
quem executa o trabalho. A busca pelos resultados é responsabilidade de todos e somatória da contribuição
individual e pessoal. Tal ação, demanda do gestor autoconhecimento e envolvimento com os membros da
equipe;
• Delegação Planejada - A delegação planejada complementa a descentralização na formação de
novos líderes em serviço. Gradualmente dirigida e exercitada, pode propiciar a execução de tarefas com
graus crescentes de complexidade, pautadas nas potencialidades de cada um;

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 11


• Ciclo de Melhoria Contínua (PDCA4) - Trata-se de uma metodologia interativa, que tem como objetivo
melhorar os processos de forma contínua e considera as fases:
I. Planejar (Plan) - Deve-se desenvolver, com base nas diretrizes e políticas educacionais, um plano
relacionado a uma necessidade da escola: resolver uma dificuldade, realizar um evento, participar de um
concurso acadêmico, entre outras. A partir disso, a escola deve considerar três fases fundamentais: A
primeira é o estabelecimento dos objetivos do ciclo; A segunda é a escolha do caminho para que estes
objetivos sejam atingidos; e A terceira é a definição do método que deverá ser utilizado para isso. Deve-se
também montar a equipe, escolhendo os profissionais responsáveis pelas etapas dos processos;
II. Executar (Do) - Esta etapa do ciclo deve ser acompanhada bem de perto para que, em nenhum
momento, haja desvio do que foi planejado. Nessa etapa, será colocado em prática o que foi planejado pela
equipe escolar;
III. Avaliar (Check) - O terceiro passo é a análise e/ou verificação dos resultados alcançados e dos
dados coletados. Esta etapa tanto pode se desenvolver quando o plano é elaborado – quando se verifica
se o trabalho está sendo feito da forma devida – quanto após a execução, quando são feitas as análises
estatísticas dos dados e a verificação de todos os itens. O principal objetivo desta fase é: Acompanhar,
verificar, avaliar e corrigir possíveis desvios e refletir sobre a prática e a intencionalidade pedagógica das
ações realizadas;
IV. Ajustar (Act) - Nesta fase, são efetuadas as ações corretivas com base no que foi verificado.
Ou seja, deve-se corrigir as falhas encontradas na fase anterior. Então, após realizada a investigação das
causas destas falhas (ou desvios) no processo, deve-se agir para solucioná-las. Esse é o momento para
revisar e ajustar as estratégias, metas e planos (por meio dos instrumentos de operacionalização da TGE),
aprimorando e qualificando as ações/atividades escolares.
Para a execução da TGE, tudo começa com o planejamento, momento em que se deve focar na
parte estratégica, levantando informações e analisando-as. Depois, executa-se o que foi planejado. O que
foi executado deve, então, ser verificado: é o momento em que as ações são avaliadas e cuja avaliação
implicará em uma ação ou um ajuste, de forma a corrigir os problemas e as divergências encontradas.

4 Sigla em inglês que significa: P - Plan; D - Do; C - Check; e A - Act.

12 Secretaria Municipal da Educação (SME)


3. Eixos formativos do estudante
Os Modelos Pedagógico e de Gestão se efetivam na medida em que a escola provê três eixos formativos
essenciais e considera o estudante e suas circunstâncias como sendo o alvo a partir do qual e para o qual
o projeto escolar se constrói e se estabelece. Esse projeto se realiza sob a forma das relações, do currículo,
das práticas pedagógicas e da gestão.
Os três eixos são: Formação Acadêmica de Excelência; Formação para a Vida; e Formação para o
Desenvolvimento das Competências do Século XXI. Eles demandam inovações em conteúdo, método e
gestão na ETI.
São inovações em conteúdo da ação educativa (daquilo que se ensina e daquilo que se aprende), do
método do processo do ensino e da aprendizagem (sobre como aprender e como ensinar) e da gestão dos
processos da escola (como o uso do espaço, do tempo, das relações entre as pessoas e do uso de todos os
recursos físicos, técnicos e materiais disponíveis). Essas inovações proporcionam a consolidação de um novo
jeito de ver, sentir e cuidar da educação.

3.1 Formação acadêmica de excelência


Uma formação acadêmica de excelência é a que se realiza por meio de práticas eficazes de ensino
e aprendizagem e de processos que possibilitam a verificação, o acompanhamento e a potencialização
da aprendizagem. O objetivo é assegurar o pleno domínio de um conjunto de aprendizagens essenciais
previstas no currículo do Ensino Fundamental. Trata-se de viabilizar que o que foi previsto aconteça,
com qualidade, no tempo de suas respectivas etapas de ensino, possibilitando o desenvolvimento e a
aprendizagem dos estudantes, de modo que eles identifiquem e busquem superar seus limites (não se
frustrem e não desacreditem), explorando e ampliando suas possibilidades.

3.2 Formação para a vida


O eixo Formação para a vida trata da aquisição, do fortalecimento e da consolidação de valores
e ideais, bem como da capacidade de fazer escolhas de estilos de vida saudáveis, sustentáveis e éticos.
Esse eixo fortalece as condições para que o estudante reconheça o seu valor e se conheça mais e melhor,
percebendo como suas ações e experiências configuram sua vida e sua trajetória. Ele possibilita que o
aluno identifique seus interesses e suas necessidades, bem como os caminhos necessários para superar as
dificuldades na busca da realização de seus sonhos.

3.3 Formação para o desenvolvimento das competências do século XXI


Para alcançar êxito na formação do estudante, faz-se necessário potencializar habilidades e
competências que lhes possibilitem a formação de uma postura crítica e ativa na sociedade. A escola deve
promover aprendizagens que tornem os estudantes capazes de resolver conflitos com criatividade; de
viver de forma ética e de desenvolver a empatia e a equidade; e que consigam enfrentar os desafios
do século XXI.
Enfrentar os desafios do século XXI requer um esforço para cultivar o reconhecimento da importância
de se cumprir com as responsabilidades pessoais e sociais nos diversos contextos (escolar, familiar,
comunitário), escalas (maior ou menor) e prazo (curto, médio ou longo).

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 13


4. Princípios educativos e premissas das escolas municipais de tempo integral
(ETIs)
As Escolas Municipais de Tempo Integral de Fortaleza estão fundamentadas em uma Proposta
Pedagógica diferenciada, cujos Princípios Educativos e Premissas contribuem para a formação integral de
crianças e adolescentes. Os Princípios Educativos e as Premissas são fundamentais dentro dos processos
pedagógicos e de gestão nas ETI. Eles nortearão as práticas, as ações, os projetos, as rotinas e tudo o que
for produzido e oportunizado ao estudante para que ocorra a educação interdimensional em sua plenitude.
O conjunto de Princípios Educativos e Premissas presente no Modelo Pedagógico se une às inovações
em componentes fundamentais da escola e do currículo, tais como:
• A jornada escolar ampliada por meio de um currículo integrado e uma matriz diversificada (Base
Nacional Comum e Parte Diversificada para Anos Iniciais e Base Nacional Comum, Parte Diversificada e
Atividades Complementares para Anos Finais);
• Para os Anos Iniciais - Ensino Fundamental, são facilitados espaços e tempos para que os estudantes
vivenciem atividades que estimulem a investigação e que lhes possibilitem tornar-se, também, responsáveis
por sua vida acadêmica, estimulando-os a aprender a estudar e incentivando-os a buscarem informações
e conhecimentos;
• Para os Anos Finais - Ensino Fundamental, os estudantes são estimulados a pensar e a sistematizar
suas perspectivas para o futuro por meio da construção e realização de seus projetos de vida5;
• A formação de estudantes autônomos, solidários e competentes, visando desenvolver potencialidades
pessoais e sociais por meio de práticas e vivências – na escola e na comunidade.

4.1 Princípios educativos


A Escola Municipal de Tempo Integral de Fortaleza adota a proposta de assumir um novo
redimensionamento da educação como instrumento de formação do estudante, preparando-o para as
vivências sociais e científicas demandadas pela contemporaneidade. Para tanto, reportamo-nos aos
Princípios Educativos que fundamentam a proposta pedagógica das Escolas Municipais de Tempo Integral
de Fortaleza, que são aportes para a formação dos sujeitos desse novo modelo de educação: Educação
Interdimensional (COSTA, 2008), Educação para Valores (COSTA, 2008), Pedagogia da Presença (COSTA,
2001), Quatro Pilares da Educação (DELORS, 1998), Protagonismo (COSTA, 1999), Experimentação e
Ludicidade.

4.1.1 Educação interdimensional


A proposta de Educação Integral advoga por uma Educação Interdimensional, que compreende o
homem em sua integralidade e busca, em meio à crise ontológica vivenciada pela sociedade contemporânea,
“uma integração equilibrada das diversas dimensões do humano” (COSTA, 2008, p. 25). Na Educação
Interdimensional, os projetos pedagógicos abrem espaços para “o desenvolvimento das outras dimensões
do ser humano acolhendo, valorizando e dignificando aspectos como sensibilidade, a corporeidade,
transcendentalidade, a criatividade, a subjetividade, a efetividade, a sociabilidade, a efetividade e
a convivência” (COSTA, 2008, p. 21), compreendendo que a Educação Integral do homem é realizada
no entremeio das relações sociais. A convivência em comunidade é fundamental para a formação de
indivíduos autônomos, solidários e competentes, “para que possam gerenciar conflitos com discernimento
e responsabilidade, trabalhando potencialidades, como a memória, o raciocínio, o sentido estético, as
capacidades físicas e a aptidão para comunicar-se” (ICE, 2010, p. 31).

5 Plano construído pelo estudante ao longo do seu Ensino Fundamental - Anos Finais e que terá o objetivo de reunir suas perspectivas de maneira planejada e
intencional.

14 Secretaria Municipal da Educação (SME)


A Educação Interdimensional procura articular os fins e os meios da ação educativa, visando tornar
real esta expectativa com base numa visão do homem, do mundo e do conhecimento consistente com as
exigências dos novos tempos. Em vez de privilegiar apenas a dimensão do logos (racionalidade), a Educação
Interdimensional valoriza o eros (corporeidade), o pathos (sentimentalidade) e o mytho (espiritualidade).
A Educação Interdimensional implica para o professor mudanças profundas de conteúdo, método
e gestão. Mudanças de conteúdo (o que ensinar), mudanças de método (como ensinar) e mudanças de
gestão (como conduzir o processo de ensino e aprendizagem). Ela traz para o estudante uma nova postura
diante de si mesmo e de sua circunstância baseada na ética de amor, zelo e respeito pela vida em todas
as suas manifestações, o que se traduz em quatro cuidados básicos: autocuidado (cuidar de si mesmo),
altercuidado (cuidar do outro), ecocuidado (cuidar do ambiente em que vive) e transcuidado (cuidar dos
significados, sentidos e valores que presidem a sua existência). A Educação Interdimensional é, por isso
mesmo, uma educação para valores.
O papel da escola comprometida com a Educação Interdimensional é, não apenas a transmissão
de saberes, mas impulsionar o reconhecimento do ser humano como um todo, atuando no equilíbrio das
dimensões que o constituem. Haja visto que, com exceção das dimensões que compreendem o logos, as
outras dimensões parecem passar despercebidas nos sistemas escolares. A proposta interdimensional dedica
especial atenção à visão integral dos sujeitos, já que essas dimensões são postas como estruturadoras do
ser humano.

4.1.2 Educação para valores


Esse Princípio Educativo volta-se para o amadurecimento do educando como pessoa, visando formar
o estudante como fonte de iniciativa (ação), liberdade (opção) e compromisso (responsabilidade), de modo
a prepará-lo para o exercício da autonomia (MAGALHÃES, 2008).
O valor, para Antônio Carlos Gomes da Costa, é uma significação positiva dada a algo que direciona
na tomada de decisões conscientes e responsáveis (COSTA, 2008). Os valores têm valia nas nossas vidas,
“[...] quando pesam na balança de nossas decisões, quando orientam nossas atitudes ou nossa conduta em
uma direção e não em outra” (COSTA, 2008, p. 29-30). Deste modo, o professor é um modelo na vivência de
valores, proporcionando aos estudantes oportunidades educativas para que eles possam vivenciar certas
situações e efetivar os valores outrora constituídos, sobretudo pela percepção do exemplo do professor
como modelo de vivência de valores.

4.1.3 Pedagogia da presença


A Pedagogia da Presença é o:
Princípio Educativo presente nas ações de toda a Equipe Escolar por meio de atitudes participativas
e afirmativas, ultrapassando as fronteiras da sala de aula. Se materializa por intermédio do
estabelecimento de vínculos de consideração, afeto e reciprocidade entre os estudantes e os
educadores. É o fundamento da relação entre quem educa e quem é educado e traduz a capacidade
do educador de se fazer presente na vida do educando, satisfazendo, assim, uma necessidade vital
do processo de formação humana (ICE, 2019, p. 26).

Costa (2001) descreve que a postura da presença do educador não é um dom nato, mas pode ser
aprendido e ultrapassa o mero cumprimento de uma tarefa funcional.
O “ser presença” na vida de uma criança e/ou adolescente é aprendido no convívio do trabalho
educativo, familiar e social, estende as fronteiras da educação quando expande o foco do educador para
perceber o educando em sua integralidade.
Faz-se necessário que a Equipe Escolar tenha sensibilidade para perceber os potenciais dos estudantes,
incentivando-os a desenvolverem sua autonomia e contribuindo positivamente para a construção de seu
projeto de vida.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 15


4.1.4 Os quatro pilares da educação
São as 4 aprendizagens fundamentais que focalizam conhecimento (Aprender a Conhecer e Aprender
a Fazer) e formação do ser (Aprender a Conviver e Aprender a Ser). A proposta pedagógica segue esses
princípios como parte dos fundamentos norteadores do seu modelo e os explicitamos melhor abaixo:
• Aprender a conhecer - Esse pilar envolve o ato de compreender, descobrir e/ou construir o
conhecimento. Mais do que adquirir saberes, os estudantes devem ter interesse real pelo conhecimento. É
importante incentivar que os estudantes desenvolvam o autoconhecimento e o senso crítico, o despertar da
curiosidade intelectual;
• Aprender a fazer - É a competência que torna a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a
trabalhar em equipe. Este pilar permite que os estudantes desenvolvam habilidades, como: fazer escolhas,
pensar criticamente e solucionar problemas;
• Aprender a conviver - Esse pilar se fundamenta na percepção das interdependências - realizar
projetos comuns, respeitar as diferenças e preparar-se para gerenciar conflitos - no respeito pelos valores
do pluralismo, da compreensão mútua e da paz;
• Aprender a ser - O objetivo deste pilar é estimular que todos possam descobrir quem são, com a
possibilidade de pensar de forma autônoma, responsável e crítica. E, assim, desenvolver seu próprio juízo
de valor, com decisões baseadas no conhecimento adquirido e permeado pelas suas crenças, valores e
opiniões.

4.1.5 Protagonismo
Nesse Princípio Educativo, o estudante é o centro do processo educativo e o sujeito de sua própria
história, sendo protagonista do seu projeto de vida e de sua comunidade.
A Escola Municipal de Tempo Integral de Fortaleza se propõe a fortalecer a compreensão do sujeito como
agente de transformação corresponsável por seu contexto social. Nessa perspectiva, o modelo pedagógico
destaca o Protagonismo como Princípio Educativo, como Premissa e como Componente Curricular no Mapa
Curricular da ETI.
Como Princípio Educativo,
orienta as práticas e vivências como meio para apoiar a formação do educando autônomo, solidário
e competente. Nas práticas e vivências em Protagonismo, o educando é o objeto principal (a quem se
pretende atingir com a ação) e, ao mesmo tempo, o sujeito da própria ação (aquele que a realiza) que
se dá através de uma atuação criativa, construtiva e solidária junto às pessoas no mundo adulto na
solução de problemas reais na escola, na comunidade e na vida social mais ampla (ICE, 2019, p. 29).

4.1.6 Experimentação
O conceito refere-se a ampliação do processo de ensino e aprendizagem por meio de experiências
práticas. Envolve pesquisa-ação, invenções, criações, resolução de desafios, dentre outros aspectos que
colocam os alunos para idealizarem e arquitetarem projetos com suas próprias mãos, de forma crítica e
criativa. Visa auxiliar o estudante na construção de uma postura ativa e independente diante dos desafios
da sociedade, preparando-se para intervir no mundo de forma autônoma, solidária e competente.
É essencial que as ETI proporcionem experiências aos estudantes, que integrem os saberes teóricos
e práticos, pautados e refletidos na realidade do mundo. Vivenciar o mundo no espaço escolar permite à
criança o desenvolvimento de capacidades que a levará a fazer escolhas baseadas na ciência.

4.1.7 Ludicidade
Princípio Educativo que visa trabalhar o aspecto lúdico, permitindo ao estudante vivenciar papéis
sociais, tomar decisões, conhecer seus limites e potencialidades, descobrir gostos e preferências, compreensão
do funcionamento do mundo e demonstrar e vivenciar emoções.

16 Secretaria Municipal da Educação (SME)


O lúdico contribui com o desenvolvimento dos mais variados aspectos, desde o afetivo-emocional
ao motor, cognitivo e corporal. Através da ludicidade, o estudante vive e reconhece a sua realidade. É um
Princípio que visa facilitar, através do elemento lúdico, a interação do estudante com o ambiente escolar
e o processo de ensino e de aprendizagem, permitindo que ele o vivencie de uma maneira mais dinâmica.

4.2 Premissas
São o ponto de partida da Tecnologia de Gestão Educacional (TGE). No Plano de Ação, são marcos
que representam os Princípios básicos aos quais se conectam objetivos, prioridades, metas e estratégias.
As cinco premissas das Escolas Municipais de Tempo Integral são: Protagonismo, Uma nova perspectiva de
Educação e de Educador, Corresponsabilidade, Excelência em Gestão e Replicabilidade.

4.2.1 Protagonismo
O Protagonismo além de uma Premissa, é um Princípio Educativo e um Componente Curricular que
contribui para o desenvolvimento da autonomia, da solidariedade e para a ampliação das competências dos
estudantes, para a formação do educando como agente de transformação de sua vida e de sua comunidade.
Na Escola Municipal de Tempo Integral, essa Premissa é um eixo agregador de amplas possibilidades
de aprendizagem, sendo uma estratégia para que o estudante se perceba como protagonista no seu
processo de formação integral.

4.2.2 Uma nova perspectiva de educação e de educador


Uma nova perspectiva de Educação e de Educador, Premissa que visa uma nova perspectiva de
Educação e de Educador, é um processo permanente de aperfeiçoamento profissional, comprometido com
o autodesenvolvimento na carreira e com o papel de educador.
Segundo essa Premissa, a formação do educador é abordada sob duas perspectivas: a primeira busca
o aperfeiçoamento da formação do educador nas bases, nos conceitos e nas práticas do Modelo Pedagógico
da Escola Municipal de Tempo Integral; a segunda se dedica à formação do educador no âmbito do Currículo.
Portanto, trata-se de fortalecer a formação docente no que se refere aos objetos do conhecimento do
Currículo (Base Nacional Comum, Parte Diversificada e Atividades Complementares) trabalhados na sua
prática profissional.

4.2.3 Corresponsabilidade
A Corresponsabilidade tem como fundamento a responsabilidade partilhada entre escola, família,
comunidade local e parceiros intersetoriais, por meio da definição de papéis dos atores socioeducativos
envolvidos no processo, como determinante para a efetivação do sucesso do projeto de vida do educando.
Essa Premissa expressa a parceria entre todos aqueles que devem somar esforços e compartilhar
responsabilidades para favorecer o sucesso do projeto escolar.

4.2.4 Excelência em gestão


É uma Premissa que define o foco da escola quanto aos objetivos e resultados pactuados, utilizando-
se dos instrumentos de gestão e fortalecida pela Pedagogia da Presença e pela formação em serviço. Prima
pela qualidade na realização das ações de ensino, de aprendizagem e de administração, com o foco em
gerenciar o cumprimento do Projeto Político Pedagógico e do Plano de Ação da Escola.

4.2.5 Replicabilidade
A Premissa Replicabilidade visa à transferência das metodologias eficazes e passíveis de replicação
entre as Escolas Municipais de Tempo Integral, assim como entre as demais escolas da Rede. Dessa maneira,
essa Premissa proporciona trocas de experiências que permitem às Equipes Escolares aprender umas com
as outras, aprimorando a sua prática pedagógica a serviço de uma educação de qualidade.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 17


5. INSTRUMENTOS E ROTINAS PARA OPERACIONALIZAÇÃO DOS MODELOS
PEDAGÓGICO E DE GESTÃO DAS ETI
Os instrumentos e rotinas do Modelo Pedagógico e do Modelo de Gestão dizem respeito a um conjunto
de procedimentos e instrumentais que dão condições para o desenvolvimento da TGE. Esta é implantada
tanto no processo de gestão, como na execução da proposta pedagógica, estando presente na elaboração
dos projetos de vida dos estudantes, na construção e revisão do Plano de Ação da Escola, dos Programas
de Ação, dos Guias de Aprendizagem e nas estratégias didáticas de gestão de sala de aula.
Estudantes, educadores e gestores se utilizam dos instrumentos e das rotinas para planejar, projetar
metas, organizar suas atividades e avaliar os resultados obtidos, a saber: Agenda Bimestral, Reuniões de
Fluxo e Alinhamento, Plano de Ação, Programa de Ação, Guia de Aprendizagem.

5.1 Plano de ação da escola


É o instrumento de caráter estratégico da Escola que norteia a equipe escolar na busca de resultados
comuns. A construção desse documento é facilitada pelo Diretor, que coordena as atividades, integra os
resultados e sintetiza os encaminhamentos. É no Plano de Ação que se estabelece as prioridades e as
estratégias em consonância com os indicadores de processos e de resultados. Neste sentido, no Plano de
Ação, os objetivos, as metas, os indicadores e as estratégias devem estar em consonância com a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). Elaborar o Plano de Ação é estruturar caminhos para diminuir o hiato
entre: o Que Somos e o Que Devemos Ser.

5.2 Programa de ação


De caráter executivo, o Programa de Ação trata da operacionalização, dos meios e processos que
darão corpo às diretrizes traçadas. É um veículo para o exercício da delegação gradual e planejada. Diretor,
Coordenador Pedagógico, Coordenador Financeiro, Professores Coordenadores de Área, Articulador
de Aprendizagem6 e demais professores elaboram seus Programas de Ação, detalhando ações a serem
desenvolvidas durante o ano e em conformidade com o Plano de Ação da Escola.

5.3 Guias de aprendizagem


O Guia de Aprendizagem é um recurso metodológico que se destina a orientar processos de
planejamento e acompanhamento pedagógico de maneira objetiva em três âmbitos distintos:
• Junto ao professor, para o planejamento e desenvolvimento das atividades pedagógicas do
componente curricular que ministra;
• Com o estudante, para apoiar o desenvolvimento da capacidade de autorregulação da sua
aprendizagem, pois fornece informações sobre os componentes curriculares (objetivos, atividades didáticas,
fontes de consulta etc.) que eles necessitarão para criar os seus próprios mecanismos de planejamento de
estudos;
• No suporte às famílias, para complementar os mecanismos de comunicação de que a escola já
dispõe e apoiá-las no acompanhamento de ensino/aprendizagem dos estudantes.
Por meio dos Guias de Aprendizagem, os estudantes são estimulados no desenvolvimento de habilidades
relativas à: Competência Pessoal (Aprender a Ser), como a autorregulação7, a corresponsabilidade, a
responsabilidade pessoal etc; Competência Cognitiva (Aprender a Conhecer), como o didatismo e o
autodidatismo; Competência Social (Aprender a Conviver), como as atividades de didática cooperativa,
entre outras.

6 Para as ETI de Anos Iniciais.


7 Autorregulação é o “controle independente que o ser humano apresenta em conformidade com as expectativas estabelecidas por ele próprio, pelo outro ou pelo
contexto mais amplo da sociedade. É uma das habilidades da Competência Pessoal” (ICE, 2019, p.11).

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Os Guias de Aprendizagem são elaborados, por cada professor, no início de cada período (etapa)
para cada componente curricular da Base Nacional Comum. Os instrumentais são estruturados nos
planejamentos e devem ser validados pelos Professores Coordenadores de Área (PCA) ou Articuladores de
Aprendizagem, sendo acompanhados pela Coordenação Pedagógica e executados pelos professores.
Enquanto documentos operacionais e norteadores, devem ser claros, objetivos, simples e práticos, com
linguagem acessível aos estudantes, já que orientam objetivamente o processo de ensino e de aprendizagem
de cada componente curricular da Base Nacional Comum.
O Guia de Aprendizagem indica as atividades de docência, as atividades de grupo e os estudos
individuais. Aponta os conteúdos e as atividades da etapa, as fontes de referência e de pesquisa e sugere
as atividades complementares, temas contemporâneos e os valores a serem abordados no período. Nessa
perspectiva, o Guia de Aprendizagem é:
• Orientação objetiva do processo de ensino e aprendizagem de cada componente curricular;
• Instrumento que apresenta atividades de docência, atividades de grupo e estudos individuais;
• Pensado de maneira a considerar as necessidades, os interesses e os propósitos dos estudantes;
• Indicação das fontes de referência e pesquisa destinadas aos estudantes;
• Indicação das Atividades Complementares, Temas Contemporâneos e os Valores a serem trabalhados
no período (etapa).
O modelo de Guia de Aprendizagem adotado nas Escolas Municipais de Tempo Integral aponta
para uma nova forma de planejar, por competências e habilidades, proposta pela Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018) e reafirmada pelo Documento Curricular Referencial do Ceará (DCRC)
(CEARÁ, 2019), além de propiciar uma relação estreita e direta com o desenvolvimento das competências
preconizadas nos Princípios Educativos adotados nas ETI.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 19


A Figura 01 apresenta o modelo de Guia de Aprendizagem para os Anos Iniciais e Anos Finais.

Figura 01- Modelo de Guia de Aprendizagem das Escolas Municipais de Tempo Integral de Fortaleza
FONTE: Elaboração própria.

20 Secretaria Municipal da Educação (SME)


5.4 Reuniões de fluxo e alinhamento
As reuniões de fluxo visam a descentralização das ações e estratégias de gestão, propiciando a
corresponsabilidade entre a equipe escolar e possibilitando aos gestores o planejamento e a organização
das ações da escola por meio da comunicação efetiva e eficaz, com foco no cumprimento das atribuições e
no desenvolvimento das responsabilidades de cada profissional.
As reuniões de fluxos e alinhamento das ações estão divididas em:
• Reuniões de alinhamento com Coordenação Financeira-administrativa (CAF) e seus profissionais de
apoio (Serviços gerais, manipuladoras de alimentos, portaria, entre outros);
• Reuniões com Secretário/a e os profissionais de apoio para alinhamento das demandas previstas;
• Reunião de fluxo com Coordenação pedagógica e Professores Coordenadores de Área (PCA) ou
Articuladores de Aprendizagem (ETI Anos Iniciais): com foco no alinhamento das ações pedagógicas previstas
no Plano de Ação da Escola e nos Programas de Ação, bem como para o planejamento de formações em
contexto, análise de rendimentos, monitoramento de avaliações educacionais, intervenções pedagógicas e
demandas previstas;
• Reuniões pedagógicas com os docentes: realizada com foco no planejamento das aulas, estratégias
de ensino e aprendizagem, discussões curriculares, elaboração de projetos e realização de momentos de
PDCA;
• Reuniões de fluxo do(a) Diretor(a) e/ou Coordenação Pedagógica com as lideranças discentes
(Líderes e Grêmio): com foco na escuta ativa, no alinhamento das ações pedagógicas previstas e nas
eventuais demandas da unidade escolar;
• Reuniões de fluxo do(a) Diretor(a) e/ou Coordenação Pedagógica com os Monitores de Apoio: com
foco na orientação e na formação sobre as atividades a serem desenvolvidas no espaço escolar.
Sugere-se que todas as reuniões de fluxo ocorram, ao menos, semanalmente, observando as
peculiaridades de cada escola, com exceção da reunião de fluxo com os discentes, que sugere-se a
periodicidade quinzenal.
As reuniões de fluxo são momentos, dentro da rotina estabelecida para as ETI, em que podem ser
discutidas, planejadas e analisadas as ações previstas nos instrumentos de operacionalização da Tecnologia
de Gestão Educacional (TGE) - Plano de Ação, Programas de Ação e Guias de Aprendizagem. É um momento
institucionalizado em que a equipe escolar pode debater e refletir sobre sua prática, com foco na excelência
de gestão e em uma nova perspectiva de educação e de educadores. As reuniões de fluxo propiciam que
a delegação planejada ocorra de forma eficaz e descentralizada, permitindo que a equipe escolar planeje,
organize, realize e avalie todas as ações previstas, atuando de forma colaborativa e responsável.

5.5 Agenda bimestral


A Agenda Bimestral é utilizada no apoio para a realização do planejamento e da execução das
atividades na organização escolar. É alimentada pelas atividades e ações da SME partindo do calendário
letivo da Rede Municipal de Ensino de Fortaleza e também pelas atividades e ações específicas da escola,
sobretudo aquelas que dizem respeito aos calendários das Avaliações Internas e Externas, das ações
para Nivelamento, do Plano de Ação, dos Programas de Ação, das atividades e/ou componentes da Parte
Diversificada, das Atividades Complementares, dentre outras ações pedagógicas.

5.6 Rotina e tempo pedagógico


Uma das características para o desenvolvimento do Modelo Pedagógico e de Gestão das ETI é o
horário integral dos estudantes na escola (Quadro 01).
O turno da manhã compreende os horários de 7h30min às 11h30min, com um intervalo indo de
9h20min às 9h40min. O intervalo entre os turnos ocorre das 11h30min às 13h. Neste intervalo, acontecem

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 21


os Clubes de Protagonismo, com duração de 1h, ocorrendo das 12h às 13h. O turno da tarde compreende
os horários das 13h às 17h, com o intervalo ocorrendo das 14h50min às 15h10min. As aulas ocorrem até às
16h ou 17h, dependendo de como está organizado o horário do dia. No turno da tarde também ocorrem as
Reuniões de Fluxo com os docentes no horário de 16h às 17h.
Quadro 01 - Organização do tempo pedagógico nas Escolas Municipais de Tempo Integral

Anos iniciais Anos finais

Organização do tempo
pedagógico nas Escolas 7h30min às 8h25min
Municipais de Tempo Integral 7h30min às 8h25min
8h25min às 9h20min
* Nesse intervalo os alunos 8h25min às 9h20min
almoçam e desenvolvem as
Intervalo
atividades dos Clubes de Intervalo
Protagonismo. 9h20min às 9h40min
9h20min às 9h40min

** É destinado para 9h40min às 10h35min


9h40min às 10h35min
planejamento, estudo e reuniões 10h35 às 11h30 min
10h35 às 11h30 min
de fluxo.
Intervalo
Intervalo
*** Nas ETI de Anos Finais há *11h30 min às 13h
dois dias com aulas no 8º tempo *11h30 min às 13h
e os demais dias são destinados
13h às 13h55min
para planejamento, estudo, 13h às 13h55min
reuniões de fluxo e Clubes de 13h55min às 14h50min
13h55min às 14h50min
Protagonismo. Contudo, caso
haja algum programa para o Intervalo
Intervalo
fortalecimento da aprendizagem 14h50min às 15h10min
do estudante, esse poderá 14h50min às 15h10min
ocorrer no 8º tempo dos três dias
15h10min às 16h
restantes da semana. 15h10min às 16h
**16h às 17h
**16h às 17h
***

Fonte: SME, 2023.

22 Secretaria Municipal da Educação (SME)


6. Organização do mapa curricular das ETIs anos iniciais
As ETI Anos Iniciais apresentam uma jornada escolar ampliada o que possibilita uma maior oferta de
componentes curriculares. Estes estão divididos em componentes da Base Nacional Comum e componentes
da Parte Diversificada.
A organização curricular pauta-se nas dimensões da ciência, da tecnologia, da cultura e da formação
pessoal como eixos integralizadores dos diferentes conhecimentos, de forma contextualizada e na perspectiva
da interdisciplinaridade. O currículo nas Escolas Municipais de Tempo Integral de Fortaleza, respeitadas
as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, compreende os componentes curriculares estabelecidos nos
Mapas Curriculares específicos para os Anos Iniciais e Anos Finais do Ensino Fundamental.
Os Mapas Curriculares das ETI Anos Iniciais - Ensino Fundamental compreendem os componentes
curriculares da Base Nacional Comum Curricular e da Parte Diversificada. Os Mapas Curriculares dos Anos
Iniciais apresentam uma carga horária de 35 horas/aula semanal e mil e quatrocentas horas/aula anual de
efetivas atividades pedagógicas.
Os componentes da Parte Diversificada são: Eletiva, Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação
(TDIC) e Aprendizagem Orientada, comuns a todas as ETI Anos Iniciais - Ensino Fundamental, e Letramento
Científico, Língua Inglesa, Educação Ambiental, Educação em Direitos Humanos e Língua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) nas ETI que possuem as especificidades para cada um desses componentes. Portanto, além
da Parte Diversificada comum a todas a ETI, também há componentes da Parte Diversificada que são
específicos de cada ETI e seguem as peculiaridades das mesmas, como localização geográfica, público e
características regionais, culturais, sociais e econômicas.
Segue abaixo os Mapas Curriculares das ETI Anos Iniciais - Ensino Fundamental que se diferenciam
em seus componentes curriculares (Quadros 2, 3 e 4).

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 23


Quadro 02 - Mapa Curricular das escolas que atendem o componente curricular Letramento
Científico e Língua Inglesa

MAPA CURRICULAR PARA O ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS INICIAIS - 1º AO 5º ANO


ESCOLA MUNICIPAL DE TEMPO INTEGRAL - ETI
Para escolas que atendem o Componente Curricular Letramento Científico

CARGA HORÁRIA SEMANAL E ANUAL

COMPONENTES
CURRICULARES 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

B
S A S A S A S A S A
A
S
E Língua
11 440 11 440 8 320 8 320 8 320
Portuguesa
N
A Arte 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80
C
I
O Educação Física 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80
N
A
L História 1 40 1 40 2 80 2 80 2 80

C
O Geografia 1 40 1 40 2 80 2 80 2 80
M
U
M Ciências 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80

Matemática 6 240 6 240 6 240 6 240 6 240

Ensino
2 80 2 80 2 80 2 80 2 80
Religioso*

TOTAL CARGA HORÁRIA 27/ 1080/ 27/ 1080/ 26/ 1040/ 26/ 1040/ 26/ 1040/
BASE NACIONAL COMUM 25 1000 25 1000 24 960 24 960 24 960

24 Secretaria Municipal da Educação (SME)


ELETIVA** 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80

TDIC (Robótica,
Blog, Jornal
0 0 0 0 1 40 1 40 1 40
PARTE DIVERSIFICADA DAS ETI

escolar e Rádio
escolar)
APRENDIZAGEM
ORIENTADA
(Língua 4 160 4 160 4 160 4 160 4 160
Portuguesa e
Matemática)

LETRAMENTO
2 80 2 80 2 80 2 80 2 80
CIENTÍFICO

LÍNGUA INGLESA 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80

TOTAL CARGA HORÁRIA


8/ 320/ 8/ 320/ 9/ 360/ 9/ 360/ 9/ 360/
PARTE DIVERSIFICADA 10 400 10 400 11 440 11 440 11 440
DAS ETI

TOTAL CARGA HORÁRIA 35 1400 35 1400 35 1400 35 1400 35 1400

PARTE DIVERSIFICADA***

1º 2º 3º 4º 5º
PROGRAMA
S A S A S A S A S A

ATENDIMENTO
EDUCACIONAL 1 40 1 40 1 40 1 40 1 40
ESPECIALIZADO***
FONTE: SME.
LEGENDA: S – SEMANAL / A - ANUAL;
* Conforme a Lei nº 9.394/1996, artigo 33, e a Resolução nº 7/2010/CNE, que assegura ao estudante matrícula
facultativa no Ensino Religioso;
** O estudante que não faz opção pelo Ensino Religioso passa a ter as 2 (duas) horas acrescidas na carga horária da
Parte Diversificada;
*** O Atendimento Educacional Especializado (1h/a) será ofertado exclusivamente nas unidades de ensino que
possuem Sala de Recurso Multifuncional, para os alunos que são público do programa.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 25


Quadro 03 - Mapa Curricular das escolas que atendem o Componente Curricular Educação Ambiental e
Língua Inglesa

Mapa curricular para o Ensino Fundamental - Anos iniciais - 1º ao 5º ano


Escola Municipal de Tempo Integral - ETI
Para escolas que atendem o Componente Curricular Educação Ambiental e Língua Inglesa

CARGA HORÁRIA SEMANAL E ANUAL

COMPONENTES
CURRICULARES 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

B
S A S A S A S A S A
A
S
E Língua
11 440 11 440 8 320 8 320 8 320
Portuguesa
N
A Arte 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80
C
I
O Educação Física 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80
N
A
L História 1 40 1 40 2 80 2 80 2 80

C
O Geografia 1 40 1 40 2 80 2 80 2 80
M
U
M Ciências 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80

Matemática 6 240 6 240 6 240 6 240 6 240

Ensino
2 80 2 80 2 80 2 80 2 80
Religioso*

TOTAL CARGA HORÁRIA 27/ 1080/ 27/ 1080/ 26/ 1040/ 26/ 1040/ 26/ 1040/
BASE NACIONAL COMUM 25 1000 25 1000 24 960 24 960 24 960

26 Secretaria Municipal da Educação (SME)


ELETIVA** 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80

TDIC (Robótica,
Blog, Jornal
0 0 0 0 1 40 1 40 1 40
PARTE DIVERSIFICADA DAS ETI

escolar e Rádio
escolar)
APRENDIZAGEM
ORIENTADA
(Língua 4 160 4 160 4 160 4 160 4 160
Portuguesa e
Matemática)

EDUCAÇÃO
2 80 2 80 2 80 2 80 2 80
AMBIENTAL

LÍNGUA INGLESA 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80

TOTAL CARGA HORÁRIA


8/ 320/ 8/ 320/ 9/ 360/ 9/ 360/ 9/ 360/
PARTE DIVERSIFICADA 10 400 10 400 11 440 11 440 11 440
DAS ETI

TOTAL CARGA HORÁRIA 35 1400 35 1400 35 1400 35 1400 35 1400

PARTE DIVERSIFICADA***

1º 2º 3º 4º 5º
PROGRAMA
S A S A S A S A S A

ATENDIMENTO
EDUCACIONAL 1 40 1 40 1 40 1 40 1 40
ESPECIALIZADO***
FONTE: SME.
LEGENDA: S – SEMANAL / A - ANUAL;
* Conforme a Lei nº 9.394/1996, artigo 33, e a Resolução nº 7/2010/CNE, que assegura ao estudante matrícula
facultativa no Ensino Religioso;
** O estudante que não faz opção pelo Ensino Religioso passa a ter as 2 (duas) horas acrescidas na carga horária da
Parte Diversificada;
*** O Atendimento Educacional Especializado (1h/a) será ofertado exclusivamente nas unidades de ensino que
possuem Sala de Recurso Multifuncional, para os alunos que são público do programa.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 27


Quadro 04 - Mapa Curricular das escolas que atendem os Componentes Curriculares LIBRAS e Educação
em Direitos Humanos

MAPA CURRICULAR PARA O ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS INICIAIS - 1º AO 5º ANO


ESCOLA MUNICIPAL DE TEMPO INTEGRAL - ETI
Para escolas que atendem os Componentes Curriculares LIBRAS e Educação em Direitos Humanos

CARGA HORÁRIA SEMANAL E ANUAL

COMPONENTES
CURRICULARES 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

B
S A S A S A S A S A
A
S
E Língua
11 440 11 440 8 320 8 320 8 320
Portuguesa
N
A Arte 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80
C
I
O Educação Física 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80
N
A
L História 1 40 1 40 2 80 2 80 2 80

C
O Geografia 1 40 1 40 2 80 2 80 2 80
M
U
M Ciências 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80

Matemática 6 240 6 240 6 240 6 240 6 240

Ensino
2 80 2 80 2 80 2 80 2 80
Religioso*

TOTAL CARGA HORÁRIA 27/ 1080/ 27/ 1080/ 26/ 1040/ 26/ 1040/ 26/ 1040/
BASE NACIONAL COMUM 25 1000 25 1000 24 960 24 960 24 960

28 Secretaria Municipal da Educação (SME)


ELETIVA** 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80

TDIC (Robótica,
Blog, Jornal
0 0 0 0 1 40 1 40 1 40
PARTE DIVERSIFICADA DAS ETI

escolar e Rádio
escolar)
APRENDIZAGEM
ORIENTADA
(Língua 4 160 4 160 4 160 4 160 4 160
Portuguesa e
Matemática)
EDUCAÇÃO
EM DIREITOS 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80
HUMANOS

LIBRAS 2 80 2 80 2 80 2 80 2 80

TOTAL CARGA HORÁRIA


8/ 320/ 8/ 320/ 9/ 360/ 9/ 360/ 9/ 360/
PARTE DIVERSIFICADA
10 400 10 400 11 440 11 440 11 440
DAS ETI

TOTAL CARGA HORÁRIA 35 1400 35 1400 35 1400 35 1400 35 1400

PARTE DIVERSIFICADA***

1º 2º 3º 4º 5º
PROGRAMA
S A S A S A S A S A

ATENDIMENTO
EDUCACIONAL 1 40 1 40 1 40 1 40 1 40
ESPECIALIZADO***

FONTE: SME.
LEGENDA: S – SEMANAL / A - ANUAL;
* Conforme a Lei nº 9.394/1996, artigo 33, e a Resolução nº 7/2010/CNE, que assegura ao estudante matrícula
facultativa no Ensino Religioso;
** O estudante que não faz opção pelo Ensino Religioso passa a ter as 2 (duas) horas acrescidas na carga horária da
Parte Diversificada;
*** O Atendimento Educacional Especializado (1h/a) será ofertado exclusivamente nas unidades de ensino que
possuem Sala de Recurso Multifuncional, para os alunos que são público do programa.
Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 29
6.1 Estrutura do mapa curricular
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), caput do art. 26:
Os currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio devem ter base nacional
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por
uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e dos educandos8.

Desse modo, é na perspectiva do marco legal que o Mapa Curricular das Escolas Municipais de Tempo
Integral de Fortaleza se organiza para ampliar e oferecer possibilidades de novas aprendizagens, contribuindo
para formar um estudante solidário, autonômo e competente e romper com a cultura conteudista da
pedagogia tradicional ainda presente em muitas das escolas do sistema nacional da educação brasileira.
A proposta curricular das Escolas Municipais de Tempo Integral está em consonância com as Diretrizes
Curriculares Nacionais (2013, p. 113) quando afirma que: “A base nacional comum e a parte diversificada
do currículo do Ensino Fundamental constituem um todo integrado e não podem ser consideradas como dois
blocos distintos”.
A Escola Municipal de Tempo Integral desenvolve suas práticas pedagógicas, conforme o art. 33, da
Lei no 9.394/96, e a Resolução n° 7/2010/CNE, que fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental de nove (9) anos, inciso V, do Art. 15 §6°, que define a Disciplina de Ensino Religioso como
parte integrante da formação básica do cidadão e constitui componente curricular dos horários normais das
escolas públicas de Ensino Fundamental, assegura o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil e
a matrícula facultativa ao aluno. Portanto, assegurando que seja respeitada a matrícula facultativa e que
o aluno não sofra redução de carga horária caso não faça opção pelo Ensino Religioso, ele deverá optar
por Disciplinas Eletivas ofertadas semestralmente e que correspondem a mesma carga horária do referido
componente curricular.
6.2 Componentes curriculares da parte diversificada - anos iniciais
Os componentes curriculares da Parte Diversificada envolvem os conteúdos complementares escolhidos
pelos sistemas de ensino e pelos estabelecimentos escolares, integrados à Base Nacional Comum e de
acordo com as características regionais, culturais, sociais e econômicas. As ETI dos Anos Iniciais possuem os
seguintes componentes curriculares: Disciplinas Eletivas, Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação
(TDIC), Aprendizagem Orientada, Língua Inglesa, Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), Educação em Direitos
Humanos, Letramento Científico e Educação Ambiental. Estes estão detalhados nos subtópicos a seguir.

6.2.1 Eletivas
São disciplinas temáticas oferecidas semestralmente para consolidação dos objetos de conhecimento
trabalhados nos componentes curriculares. A Eletiva é um caminho de diversificação das experiências
escolares, que tem por objetivo aprofundar, enriquecer e ampliar os estudos relativos a todas as áreas do
conhecimento, instigando o estudante a descobrir o prazer da busca pelo conhecimento, bem como saber
aplicá-lo em sua vida.
Essas disciplinas possibilitam ao educando o enriquecimento de seu repertório, o desenvolvimento de
projetos de acordo com seus interesses e que agreguem conhecimentos e experiências de valor ao seu projeto
de vida. Na construção da proposta das Eletivas para as ETI Anos Iniciais, deve-se levar em conta que:
As características dessa faixa etária demandam um trabalho no ambiente escolar que se organize
em torno dos interesses manifestos pelas crianças, de suas vivências mais imediatas para que, com
base nessas vivências, elas possam, progressivamente, ampliar essa compreensão, o que se dá pela
mobilização de operações cognitivas cada vez mais complexas e pela sensibilidade para apreender o
mundo, expressar-se sobre ele e nele atuar (BRASIL, 2018, p. 58-59).

8 BRASIL. Lei 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.

30 Secretaria Municipal da Educação (SME)


Considerando que nos Anos Iniciais o foco do currículo deve ser em atividades que desenvolvam
aprendizagens significativas e que se faz necessário intensificar o trabalho com as disciplinas de Língua
Portuguesa (leitura e escrita) e Matemática, as eletivas devem priorizar projetos que privilegiem as ações
pedagógicas nesses componentes curriculares. As demais disciplinas devem ser abordadas de forma
interdisciplinar. Recomenda-se a metodologia de projetos como uma estratégia didática que pode ser
utilizada. Outra recomendação a ser destacada é com relação ao título da disciplina, que deve ser atraente
e provocar a curiosidade e interesse do estudante em querer conhecer mais sobre o tema abordado, sem se
distanciar e sem distorcer o foco a ser atingido.
No início de cada semestre do ano letivo, deve ser proposto um repertório de disciplinas eletivas
que, posteriormente, em data prevista no calendário escolar, deverá ser apresentado aos estudantes em
forma de Feirão.
No desenvolvimento das Disciplinas Eletivas, merecem destaque três grandes momentos: o
planejamento do repertório de eletivas pelo coletivo de professores, a divulgação e a escolha da disciplina
(Feirão das Eletivas no início de cada semestre) e a culminância.
Na construção das Eletivas, devem ser priorizadas a busca de unidade entre as ações desenvolvidas
e a coerência com os princípios norteadores da Escola Municipal de Tempo Integral. A seguir, detalhamos
alguns pontos da organização dessas disciplinas:
• O planejamento das Eletivas: As Eletivas são ministradas semanalmente, em duas horas de aulas
sequenciadas, sendo de livre escolha dos estudantes, mas com caráter obrigatório. São oferecidas a
cada semestre a partir de um “cardápio” de temas sugeridos pelos professores. As temáticas podem ser
sugeridas a partir de temas alinhados às necessidades de aprendizagem dos estudantes, sobretudo aquelas
identificadas nas avaliações diagnósticas realizadas no início do ano letivo.
No momento do Encontro Pedagógico e nas reuniões de fluxo, os professores iniciam as suas discussões
em torno das áreas/temas/objetos de conhecimento a serem explorados, das metodologias utilizadas, dos
recursos didáticos requeridos etc.
As aulas devem estimular o desejo de aprender através da abordagem de temas pertencentes ao
contexto real, permitindo o aprender-fazendo, o pensar, o querer saber e o descobrir. Além de propiciar o
enriquecimento do repertório de vivências culturais, artísticas, esportivas, científicas, estéticas, linguísticas
etc. A abordagem interdisciplinar irá proporcionar a ampliação do repertório sociocultural dos estudantes,
propiciando a construção do conhecimento através da articulação entre as diferentes áreas do conhecimento.
Nas ETI Anos Iniciais, serão lotados dois professores conforme as especificidades e necessidades de
cada unidade escolar. Para cada Eletiva, deverão ser lotados dois profissionais de componentes curriculares
distintos, que irão estruturar as ementas e planejar as aulas em parceria. As Eletivas, como já mencionado,
serão ministradas semanalmente, com a duração de 2 horas, sendo que cada professor deverá ser lotado
em, no máximo, duas eletivas, totalizando 1h/a em cada ciclo.
No aspecto metodológico, deverão ser planejadas práticas e vivências que permitam o alinhamento
entre teoria e prática pedagógica. Para o final de cada semestre, deve ser planejado um produto final,
a Culminância, que expresse a síntese da Eletiva. As Eletivas devem ter títulos atraentes, de forma que
chame a atenção do estudante, provoque a curiosidade em torno da temática e desperte o desejo de
conhecer sobre o tema que está sendo proposto. No entanto, deve haver intencionalidade pedagógica na
construção da temática;
• Como se organizam as Eletivas na escola? As Eletivas são estruturadas a partir de situações
didáticas diversificadas, tendo como foco principal o fortalecimento e a consolidação da aprendizagem.
São estruturadas alinhando a Parte Diversificada do Currículo e a Base Nacional Comum, gerando
enriquecimento, ampliação de repertório, diversificação, desdobramento de objetos de conhecimento e
oportunizando aos educandos uma aprendizagem significativa. As turmas são organizadas em ciclos, sendo
o Ciclo I referente aos 1º e 2º ano, e o Ciclo II referente ao 3º, 4º e 5º ano.
Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 31
Após a definição das temáticas a serem abordadas no semestre, inicia-se a fase de divulgação
para a comunidade escolar, que consiste em elaborar e expor o “Cardápio” das Eletivas em um local de
ampla visibilidade na escola. Posteriormente, será realizado o Feirão das Eletivas, conforme o calendário
estabelecido pela escola. Nesse evento, os professores apresentam suas propostas, com os objetos de
conhecimento e os objetivos da disciplina. Após as apresentações, é o momento das inscrições, em que
cada ETI planeja o formato de acordo com sua realidade, mas sempre priorizando que o estudante tenha a
oportunidade de escolher a Eletiva com a qual mais se identifica.
As Eletivas são componentes previstos no Mapa Curricular e se submetem aos regimentos legais. As
aulas deverão ser planejadas pelas duplas de professores e acompanhadas pela Coordenação Pedagógica.
A frequência dos estudantes deve ser registrada e acompanhada para efeito da participação do estudante
nas ações e atividades planejadas e executadas.
A avaliação das Eletivas se dará por meio da participação do estudante nos processos de planejamento,
execução e avaliação das atividades; no envolvimento pessoal e disposição em contribuir com o grupo; no
domínio dos objetos de conhecimento; e na aplicação do que aprendeu nas situações práticas vivenciadas
em seu cotidiano;
• A Culminância das Eletivas: Ao final de cada semestre, a escola deverá organizar o momento da
Culminância das Eletivas. O momento destinado à Culminância deverá ser compartilhado com toda a
comunidade escolar por meio da síntese das produções realizadas nas aulas e que podem ser apresentadas
através de relatórios de pesquisa, experiências científicas, jornais, dramatizações, musicais, desenhos,
produções de vídeos, entre outras atividades. Deverá ser propiciado aos estudantes a oportunidade de falar
e/ou apresentar materiais sobre o que aprenderam durante as aulas, as bases acadêmicas que construíram,
as habilidades e competências que desenvolveram e os valores que foram fortalecidos e consolidados;
• O papel do Educador e sua atuação: O papel do professor nas Eletivas é desafiar, instigar e estimular
os estudantes. Assim, planejar a aula significa buscar formas criativas e estimulantes, articulando teoria
e prática para alcançar a aprendizagem significativa. Através das Eletivas, o Educador pode trabalhar
temáticas de estudo que dialogam com os resultados pactuados pela equipe escolar através do Plano de
Ação da ETI.
O desenvolvimento das Eletivas oportuniza aos docentes um espaço de práticas pedagógicas
interdisciplinares, estimulando à ampliação de ideias, experimentação, além de permitir que o docente
explore sua liberdade metodológica através da inovação de sua prática pedagógica;
• A estruturação das ementas9 das Eletivas (Figura 02) deve explicitar as seguintes informações:
• Justificativa - Explicação dos motivos para ofertar a Eletiva. É importante que seja feita uma
contextualização pedagógica dessa motivação;
• Objetivos - Finalidade da proposta. Geral: O objetivo geral deve descrever de modo claro e sucinto
uma meta a ser atingida. Específicos: Detalhamento/desdobramento do objetivo geral;
• Objeto de conhecimento - Detalhamento de conhecimentos, habilidades e atividades, ordenados em
uma sequência lógica e didática, que possibilite o alcance dos objetivos preestabelecidos nos processos de
ensino e aprendizagem;
• Metodologia - Conjunto de métodos e técnicas aplicadas para um determinado fim. Deve ser
apresentado de forma clara e objetiva aos estudantes;
• Recursos didáticos - Componentes do ambiente de aprendizagem usados com a finalidade de
estimular o estudante;
• Avaliação - Um processo contínuo de aprendizagem no qual deve-se manter a interação entre
professores e estudantes;

9 É uma descrição discursiva que resume o objeto de conhecimento conceitual/procedimental de um componente curricular.

32 Secretaria Municipal da Educação (SME)


• Culminância - É o produto final, a apresentação/socialização dos resultados alcançados para toda a escola;
• Referências bibliográficas - Referencial pesquisado e utilizado por professores e estudantes no
desenvolvimento das ações/atividades.
Observações:
1. É recomendável que os professores realizem os registros das atividades planejadas e executadas
por meio da adoção de um Diário de Classe específico para as Eletivas;
2. Casos excepcionais serão orientados e alinhados com a Célula de Educação de Tempo Integral -
Escolas Municipais de Tempo Integral e o Distrito de Educação correspondente à unidade escolar.

Figura 02 - Modelo de Ementa do Componente Curricular Eletiva

Fonte: SME.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 33


6.2.2 TDIC (Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação) – robótica, blog, jornal escolar e rádio
escolar
O uso das TDIC nas Escolas Municipais de Fortaleza está pautado em uma concepção de informática
educativa que concebe as mídias como meio e não como fim, articulando o desenvolvimento dos componentes
curriculares com interdisciplinaridade em todas as áreas do conhecimento, mas com foco nas aprendizagens
nas áreas de Matemática e Língua Portuguesa.
A BNCC reconhece a importância da Cultura Digital e seu impacto nas relações sociais e no processo
de construção do conhecimento no mundo contemporâneo, estabelecendo para a Competência Geral 5:
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e
autoria na vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2018, p.9).
Na ETI Anos Iniciais - Ensino Fundamental, os conteúdos curriculares são auxiliados pela dinamicidade
das TDIC, contribuindo para uma aprendizagem prazerosa e significativa. As TDIC, ao serem usadas
como ferramentas colaborativas na construção do conhecimento, ajudam a desconstruir os tradicionais
paradigmas educacionais nos quais a aprendizagem se dá pela memorização e produção individual do
conhecimento. Esse fazer pedagógico, nas TDIC, potencializa saberes individuais e coletivos, forma um ser
humano aberto à liberdade de pensamento e expressão, e contribui na formação do educando no âmbito
da arte, da cultura e da formação cidadã.

6.2.3 Aprendizagem Orientada (AO)


É a oportunidade para que o estudante receba a orientação para estudar, realizar atividades escolares,
utilizar-se das variadas técnicas de leitura, análise e manipulação de dados e de informações. Viabiliza-se
o momento de organização dos estudantes, de forma autônoma, em grupos de estudo, desenvolvendo as
competências necessárias para sua aprendizagem.
O Professor deve mediar o momento de Aprendizagem Orientada, dando suporte e auxiliando os
estudantes em eventuais dúvidas em sala de aula. Deve estimular os estudantes a: querer estudar (ter
uma atitude positiva para o estudo); poder estudar (ter aptidões como intelectual, vontade, hábitos de
estudo, condições pessoais, familiares); saber estudar (dominar técnicas, utilizar estratégias que favoreçam
a aprendizagem).

6.2.4 Letramento Científico


O Letramento Científico tem como proposta o acesso à diversidade de conhecimentos científicos
produzidos ao longo da história – por meio, por exemplo, da leitura, compreensão e interpretação de
artigos e textos científicos – e também aos principais processos, práticas e procedimentos da investigação
científica. Permite aos estudantes: compreender, interpretar e formular ideias científicas em uma variedade
de contextos, inclusive os cotidianos; desenvolver a capacidade de fazer uso social daquilo que se aprende,
ou seja, de gerar um movimento de intervenção que modifique o meio em que a criança ou o jovem vive.
Assim, o Letramento Científico prioriza o ensino pautado em competências e habilidades que
possibilitam ao estudante pensar sob uma perspectiva científica, com a compreensão de conceitos científicos
e a capacidade de aplicá-los. Um estudante letrado cientificamente utiliza o conhecimento científico em sua
vivência diária, em seu convívio social, nas diversas situações cotidianas, de forma ampla e significativa.
Nas aulas, o estudante deve se sentir instigado e estimulado à curiosidade, à pesquisa e à busca de
respostas para muitas questões que permeiam seu cotidiano, levando-o a refletir e a transformar o meio
onde vive. Os saberes devem ser contextualizados com a vida prática e com o dia a dia dos estudantes.

34 Secretaria Municipal da Educação (SME)


Neste contexto, a escola deve oportunizar aos estudantes situações que valorizem o desenvolvimento
de habilidades que promovam o Pensamento Científico: observar, investigar, analisar, propor hipóteses,
testar explicações, entre outras. O professor deve atuar junto ao estudante, articulando o conhecimento e
ação com o saber escolar.

6.2.5 Língua Inglesa


Embora, nas últimas décadas, o ensino de línguas estrangeiras no Brasil tenha sido objeto de orientações
oficiais por parte de autoridades governamentais, no que concerne ao ensino destas na Educação Infantil e
nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, tal legislação é, ainda, inexistente.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) determina, em seu artigo 26, Capítulo II,
Seção I, parágrafo 5°, a obrigatoriedade da inclusão da disciplina de língua estrangeira moderna na parte
diversificada do currículo escolar a partir da quinta série, atualmente 6º ano do Ensino Fundamental: “Na
parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo
menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das
possibilidades da instituição” (BRASIL, 1996).
Aprender a língua inglesa propicia a criação de novas formas de engajamento e participação dos
alunos em um mundo social cada vez mais globalizado e plural, em que as fronteiras entre países
e interesses pessoais, locais, regionais, nacionais e transnacionais estão cada vez mais difusas e
contraditórias. Assim, o estudo da língua inglesa pode possibilitar a todos o acesso aos saberes
linguísticos necessários para engajamento e participação, contribuindo para o agenciamento crítico
dos estudantes e para o exercício da cidadania ativa, além de ampliar as possibilidades de interação e
mobilidade, abrindo novos percursos de construção de conhecimentos e de continuidade nos estudos.
É esse caráter formativo que inscreve a aprendizagem de inglês em uma perspectiva de educação
linguística, consciente e crítica, na qual as dimensões pedagógicas e políticas estão intrinsecamente
ligadas (BRASIL, 2018, p. 241).

Tendo como fundamentação teórica a abordagem sociointeracionista, a partir dos estudos de Vygotsky
(1984; 2000), o ensino-aprendizagem de língua estrangeira nas ETI deve corroborar o princípio de que o
desenvolvimento humano ocorre por meio de uma interação entre o indivíduo e o meio (mundo físico e social
e suas dimensões cultural e interpessoal). Nesse sentido, é preciso envolver o estudante em um contexto
rico de vivência na língua estrangeira, favorecendo a percepção de que a Língua Inglesa faz parte do
cotidiano e se faz presente em propagandas, outdoors, internet, menus, jogos eletrônicos e muitos outros
contextos. Cabe ao professor, portanto, criar o máximo de oportunidades para que a língua esteja presente
também no cotidiano escolar.
A Língua Inglesa nas ETI Anos Iniciais está inclusa no processo de desenvolvimento integral do
educando, visto que o uso de uma língua é uma prática cultural que permite o contraste entre a cultura
vivida pelo educando e outras culturas associadas à língua que está aprendendo.
A aprendizagem da língua estrangeira torna-se significativa ao contemplar os seguintes aspectos:
• Conhecimentos novos e ancorados nos conhecimentos já vivenciados;
• Apresentação de conceitos reais, e não os abstratos, pautados na realidade e no contexto social dos
educandos;
• Utilização da ludicidade como forma de desenvolver nos educandos o gosto pela língua inglesa;
• Introdução do vocabulário básico articulando as estruturas essenciais da língua a partir de palavras
relacionadas à sua realidade;
• Desenvolvimento das habilidades orais e escritas em que favoreçam a compreensão de outros
mundos e outras culturas.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 35


6.2.6 Língua Brasileira de Sinais (Libras)
A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é compreendida pelo Decreto 10.436/2002 como forma de
comunicação e expressão da comunidade surda do Brasil, em que o sistema linguístico é de natureza visual-
motora e possui estrutura gramatical própria. A LIBRAS é objeto de estudo e estímulo desde a Educação
Infantil ao Ensino Fundamental, em que, além de permear diálogos de convivência, requer um estudo
planejado de suas propriedades, por esse motivo, está estruturada com carga horária específica semanal
para o estudo sistematizado.

6.2.7 Educação em Direitos Humanos


Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que adota o conceito mais amplo, “Direitos
humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade,
etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição” (ONU, 1948), ou seja, são direitos que todos têm pela
importância de existir, como o direito à vida, à família, à alimentação, à educação, ao trabalho, à liberdade,
à educação, à religião, à orientação sexual e ao meio ambiente sadio, entre outros.
A disciplina de Educação em Direitos Humanos deve proporcionar práticas pedagógicas que
desenvolvam, além dos conteúdos, a formação do caráter e da personalidade do estudante para que este
possa assumir suas responsabilidades como cidadão voltado para os reais compromissos sociais.
De acordo com as Diretrizes Nacionais da Educação em Direitos Humanos (DNEDH), são seis os
princípios que regem a Educação em Direitos Humanos (EDH): Dignidade humana; Democracia na educação
e no ensino; Valorização das diversidades; Transformação social; Interdisciplinaridade; e Sustentabilidade
(BRASIL, 2012).
A implementação da EDH no currículo leva em consideração as experiências de vida dos estudantes,
contribuindo para que eles conheçam seus direitos e seus deveres como cidadãos conscientes de suas
responsabilidades na defesa e na promoção dos Direitos Humanos, reconhecendo que o bem coletivo vem
em primeiro lugar.
As ações educativas devem partir da realidade do estudante, identificando os problemas e modificando
atitudes e valores com foco na resolução das situações de conflitos que possam violar os direitos humanos.
A escola deve formar cidadãos solidários, comprometidos com a vida, com o respeito ao próximo e,
principalmente, com a aceitação das diferenças.

6.2.8 Educação Ambiental


A lei nº 6.938, de 1981, denominada Política Nacional do Meio Ambiente, em seu art. 3º, I, conceituou
meio ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981). A partir dessa
definição, a Lei 9.795, de 1999, denominada de Política Nacional de Educação Ambiental, em seus artigos
1 e 2, capítulo 1, entende educação ambiental como:
os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (art.1).

A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo


estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em
caráter formal e não-formal (art. 2).

Em conformidade com as leis supracitadas, as ações devem ser facilitadas dentro e fora da escola,
estimulando os alunos a desenvolver uma visão de mundo de forma crítica. Devem ser instigados a analisar
e a participar da resolução dos problemas ambientais do seu cotidiano e da coletividade, possibilitando sua
atuação como agentes ativos nas questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável.

36 Secretaria Municipal da Educação (SME)


Este componente da Parte Diversificada do currículo vem proporcionar práticas pedagógicas que
desenvolvam valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
preservação do meio ambiente e promoção do bem comum através de atividades interdisciplinares que
fomentam a investigação, a curiosidade e o aprofundamento científico dos conteúdos voltados para as
questões ambientais. Portanto, o componente Educação Ambiental é fundamental para a reflexão de um
modelo de sociedade mais sustentável e para a construção de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores
sociais voltados para a preservação ambiental. Ele objetiva: A compreensão dos conceitos relacionados
ao meio ambiente, sustentabilidade, preservação e conservação; A formação de cidadãos conscientes e
críticos, fortalecendo práticas cidadãs; Trabalhar com a inter-relação entre o ser humano e o meio ambiente,
desenvolvendo um espírito cooperativo e comprometido com o futuro do planeta.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 37


7. Organização do mapa curricular das ETIs anos finais
A organização curricular fundamenta-se nas dimensões da ciência, da tecnologia, da cultura e da
formação pessoal como eixos integralizadores dos diferentes conhecimentos, de forma contextualizada e
na perspectiva da interdisciplinaridade. O currículo nas ETI de Fortaleza, respeitadas as Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, compreende os componentes curriculares estabelecidos nos Mapas Curriculares
específicos para os Anos Finais do Ensino Fundamental.
Os Mapas Curriculares implantados nas ETI Anos Finais do Ensino Fundamental compreendem os
componentes curriculares da Base Nacional Comum, Parte Diversificada e Atividades Complementares.
Apresentam uma carga horária de 37 horas/aula semanal, com mil quatrocentas e oitenta horas/aula
anual de efetivas atividades pedagógicas.
O Mapa Curricular das ETI (Quadro 05) apresenta uma base comum a todas as escolas e segue
as diretrizes da BNCC e do DCRC. A Base Nacional Comum é constituída pelos seguintes componentes
curriculares: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Educação Física, Arte, Matemática, Ciências, História,
Geografia e Ensino Religioso.
A Parte Diversificada do currículo apresenta inovações desafiadoras, pois traz, no seu conteúdo,
diferentes metodologias e possui componentes curriculares inseridos na Parte Diversificada e nas Atividades
Complementares. São eles: Disciplinas Eletivas, Práticas Experimentais, Aprendizagem Orientada,
Introdução à Metodologia da Pesquisa Científica/Pensamento Científico, Protagonismo, Projeto de Vida,
Formação Cidadã e Estudo Orientado (Quadro 05).
A proposta da inserção desses componentes curriculares visa tornar o estudante também responsável
por sua vida acadêmica e, consequentemente, favorece o resultado das aprendizagens em todo o seu
percurso, desenvolvendo a autonomia, a solidariedade e a ampliação de suas competências. Espera-se que
esse resultado venha a influir diretamente na transformação de sua vida e de sua comunidade.

38 Secretaria Municipal da Educação (SME)


Quadro 05 - Mapa Curricular das ETI Anos Finais

Mapa curricular para o Ensino Fundamental - Anos finais - 6º ao 9º ano


Escolas Municipais de Tempo Integral - ETI

CARGA HORÁRIA SEMANAL E ANUAL


COMPONENTES
6º 7º 8º 9º
CURRICULARES
B
A S A S A S A S A
S
E
Língua Portuguesa 6 240 6 240 6 240 6 240
N
A Língua Inglesa 3 120 3 120 3 120 3 120
C
I Educação Física 2 80 2 80 2 80 2 80
O
N
A Arte 1 40 1 40 1 40 1 40
L
Matemática 6 240 6 240 7 280 7 280
C
O Ciências 3 120 3 120 2 80 2 80
M
U
História 3 120 3 120 3 120 3 120
M

Geografia 3 120 3 120 3 120 3 120

Ensino Religioso* 2 80 2 80 2 80 2 80

TOTAL CARGA HORÁRIA


29 1160 29 1160 29 1160 29 1160
BASE NACIONAL COMUM

Disciplinas Eletivas 2 80 2 80 2 80 2 80

Práticas
1 40 1 40 1 40 1 40
Experimentais**

TOTAL CARGA HORÁRIA


3 120 3 120 3 120 3 120
PARTE DIVERSIFICADA DAS ETI

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Aprendizagem Orientada 2 80 2 80 1 40 1 40

Introdução à Metodologia
da Pesquisa Científica / 0 0 0 0 1 40 1 40
ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Pensamento Científico

Protagonismo 1 40 1 40 1 40 1 40

Projeto de Vida 2 80 2 80 2 80 2 80

Formação Cidadã 1 40 1 40 1 40 1 40

Estudo Orientado 1 40 1 40 1 40 1 40

TOTAL CARGA HORÁRIA


7 280 7 280 7 280 7 280
ATIVIDADES COMPLEMENTARES

TOTAL CARGA HORÁRIA 37 1480 37 1480 37 1480 37 1480

PARTE DIVERSIFICADA***

6º 7º 8º 9º
PROGRAMA
S A S A S A S A

ATENDIMENTO EDUCACIONAL
1 40 1 40 1 40 1 40
ESPECIALIZADO***

FONTE: SME.
LEGENDA: S – SEMANAL / A - ANUAL;
* Conforme a Lei 9394/96, em seu Art. 33, e a Resolução nº 7/2010/CNE, que assegurem ao estudante matrícula
facultativa no Ensino Religioso, aquele que faz opção pelo Ensino Religioso passa a ter duas (2) horas acrescidas na
carga horária do Núcleo Comum; os demais equiparam a carga horária com Disciplinas Eletivas componentes das
Atividades Complementares;
** Práticas Experimentais nos 6º e 7º anos com Laboratório de Matemática e 8º e 9º anos com Laboratório de
Ciências;
*** O Atendimento Educacional Especializado (1h/a) será ofertado exclusivamente nas unidades de ensino que
possuem Sala de Recurso Multifuncional, para os alunos que são público do programa.

40 Secretaria Municipal da Educação (SME)


7.1 Estrutura do mapa curricular
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), o caput do art. 26 determina que:
Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser
complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada,
exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela
(BRASIL, 1996).

Desse modo, é na perspectiva do marco legal que o Mapa Curricular das Escolas Municipais de
Tempo Integral se estrutura para ampliar e oferecer possibilidades de novas aprendizagens, desafiando
o estudante a romper com a cultura conteudista da pedagogia tradicional ainda presente nas escolas do
sistema nacional da educação brasileira.
Partindo da premissa precípua da escola, que é garantir o pleno desenvolvimento do educando
trabalhando todas as suas potencialidades, habilidades e competências, a organização curricular vai além,
para trabalhar com as Atividades Complementares, disponibilizando oportunidades aos estudantes de
serem sujeitos de suas próprias trajetórias com componentes curriculares como Protagonismo e Projeto de
Vida.
A proposta curricular das Escolas Municipais de Tempo Integral está em consonância com o no Artigo
26 da LDB, que determina que:
os currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio devem ter base nacional
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por
uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e dos educandos (BRASIL, 1996).

Assim, “a base nacional comum e a parte diversificada do currículo do Ensino Fundamental constituem
um todo integrado e não podem ser consideradas como dois blocos distintos” (BRASIL, 2013).
A Escola Municipal de Tempo Integral de Fortaleza desenvolve suas práticas pedagógicas conforme
o art. 33, da Lei no 9.394/96, e a Resolução n° 7/2010/CNE, que fixa Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Ensino Fundamental de nove (9) anos, inciso V, do Art. 15 §6º, que define a Disciplina de Ensino
Religioso como parte integrante da formação básica do cidadão e constitui componente curricular dos
horários normais das escolas públicas de Ensino Fundamental, assegura o respeito à diversidade cultural
e religiosa do Brasil e a matrícula facultativa ao aluno. Portanto, para assegurar que seja respeitada a
matrícula facultativa e que o aluno não sofra redução de carga horária caso não faça opção pelo Ensino
Religioso, ele deverá optar por Disciplinas Eletivas ofertadas semestralmente e que correspondem a mesma
carga horária do referido componente curricular.

7.2 Componentes curriculares da parte diversificada e atividades complementares - anos finais


O Mapa Curricular das Escolas Municipais de Tempo Integral traz um diferencial pedagógico na Parte
Diversificada. Essa proposta representa o impacto da mudança de um novo modelo de Educação na vida
de nossos estudantes. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), a Base Nacional Comum
e a Parte Diversificada devem ser trabalhadas de maneira integrada.
Os conteúdos curriculares que compõem a parte diversificada do currículo serão definidos pelos
sistemas de ensino e pelas escolas, de modo a complementar e enriquecer o currículo, assegurando a
contextualização dos conhecimentos escolares diante das diferentes realidades (BRASIL, 2013, p. 113).

O Currículo das ETI Anos Finais se estrutura em três conjuntos de componentes curriculares, são eles:
Base Curricular Comum, Parte Diversificada e Atividades Complementares.
As Atividades Complementares correspondem à parte diversificada do currículo, e visam acrescentar
à formação dos alunos o estudo de temas que contribuam para o seu melhor desempenho como cidadão,
tanto no campo pessoal como profissional.

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7.2.1 Parte diversificada
A Parte Diversificada do Currículo nas ETI Anos Finais compreende as Disciplinas Eletivas e Práticas
Experimentais.

7.2.1.1 Disciplinas eletivas


As Disciplinas Eletivas são disciplinas temáticas oferecidas semestralmente, propostas pelos
professores para consolidação dos objetos de conhecimento trabalhados nos componentes curriculares,
objetivando diversificar, aprofundar e enriquecer conteúdos e temas abordados.
Através da sua oferta, objetiva-se que o estudante aprofunde conceitos e teorias, diversifique e amplie
o seu repertório de conhecimentos e descubra o prazer de seguir em busca dos conhecimentos ao longo da
vida. Nesta perspectiva, as Disciplinas Eletivas possibilitam aos educadores e educandos a abordagem de
conceitos e teorias em diferentes linguagens: plástica, verbal, matemática, gráfica e corporal. O que, por
sua vez, contribui para que os estudantes desenvolvam a capacidade de expressar e comunicar ideias, a
habilidade de interpretar e usufruir das produções culturais.
Objetivando uma melhor compreensão do que são as Disciplinas Eletivas e como elas se organizam,
detalhamos, a seguir, alguns pontos relacionados a essas disciplinas:
• O planejamento das Eletivas: As Disciplinas Eletivas são ministradas semanalmente, em duas horas
de aulas sequenciadas, sendo de livre escolha dos estudantes, mas com caráter obrigatório. São oferecidas
a cada semestre a partir de um “Cardápio” de Eletivas proposto pelos professores. As temáticas podem ser
sugeridas a partir de temas alinhados às necessidades de aprendizagem dos estudantes, sobretudo aquelas
identificadas nas avaliações diagnósticas realizadas no início do ano letivo. As aulas devem estimular o
desejo de aprender através da abordagem de temas pertencentes ao contexto real, permitindo o aprender-
fazendo, o pensar, o querer saber e o descobrir. Além de propiciar o enriquecimento do repertório de
vivências culturais, artísticas, esportivas, científicas, estéticas, linguísticas etc. No momento do Encontro
Pedagógico e nas reuniões de fluxo, os professores iniciam as suas discussões em torno das áreas/temas/
objetos de conhecimento a serem explorados, das metodologias utilizadas, dos recursos didáticos requeridos,
entre outros.
Para cada disciplina Eletiva, deverão ser lotados dois profissionais de componentes curriculares
distintos, que irão estruturar as ementas e planejar as aulas em parceria. As Eletivas serão ministradas
semanalmente, com a duração de 2 h/a. A dupla de professores deve estabelecer um revezamento na
realização da Eletiva, de forma tal que cada um assuma 1 h/a por semana dentre as 2 h/a semanais.
Cada professor deverá ser lotado em, no máximo, duas eletivas, totalizando uma eletiva (1h/a) em cada
ciclo. As turmas são organizadas em dois ciclos. O Ciclo I corresponde aos 6º e 7º anos, enquanto o Ciclo II
corresponde aos 8º e 9º anos.
No aspecto metodológico, deverão ser planejadas práticas e vivências que permitam o alinhamento
entre teoria e prática pedagógica. Para o final de cada semestre, deve ser planejado um produto final que
expresse a síntese da Eletiva. As Eletivas devem ter títulos atraentes, de forma que chamem a atenção do
estudante, provoquem a curiosidade em torno da temática e despertem o desejo de conhecer sobre o tema
que está sendo proposto. No entanto, deve haver intencionalidade pedagógica na construção da temática.
As Disciplinas Eletivas enquanto Metodologia de Êxito devem possibilitar ao educando:
• A ampliação, diversificação e/ou aprofundamento de conceitos, procedimentos ou temáticas de um
componente curricular ou área de conhecimento que não são garantidas no espaço cotidiano;
• O exercício da escolha e participação, de acordo com os seus interesses e necessidades de
aprendizagem, como sujeitos ativos em todo o processo;
• O contato com novos conhecimentos, novos desafios, múltiplas linguagens, considerando a
importância do enriquecimento das vivências na escola para o pleno processo de construção e consolidação
de sua identidade cultural e social;
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•Como se organizam as Disciplinas Eletivas na escola? As Disciplinas Eletivas são estruturadas a
partir de situações didáticas diversificadas, tendo como foco principal o fortalecimento e a consolidação
da aprendizagem. São estruturadas alinhando a Parte Diversificada do Currículo e a Base Nacional
Comum, gerando enriquecimento, ampliação de repertório, diversificação, desdobramento de objetos de
conhecimento e oportunizando aos educandos uma aprendizagem significativa.
A organização das temáticas deve contemplar todas as áreas do conhecimento definidas no currículo
escolar, ou seja, as propostas devem ser articuladas com os demais componentes curriculares de modo
a enriquecer os processos de ensino e aprendizagem. As Eletivas são componentes previstos no Mapa
Curricular e se submetem aos regimentos legais. As aulas deverão ser planejadas pelas duplas de professores
e acompanhadas pela coordenação pedagógica. A frequência dos estudantes deve ser registrada e
acompanhada para efeito da participação do estudante nas ações e atividades planejadas e executadas.
Após a definição das temáticas a serem abordadas no semestre, inicia-se a fase de divulgação para
a comunidade escolar, que consiste em expor o “Cardápio” de Eletivas em um local de ampla visibilidade
na escola e a apresentação das propostas pelos professores no momento do Feirão das Eletivas, conforme
calendário estabelecido pela escola. É no momento do Feirão das Eletivas que os professores apresentam
os objetos de conhecimento e os objetivos propostos.
Após a definição das temáticas a serem abordadas no semestre, inicia-se a fase de divulgação
para a comunidade escolar, que consiste em elaborar e expor o “Cardápio” das Eletivas em um local de
ampla visibilidade na escola. Posteriormente, será realizado o Feirão das Eletivas, conforme o calendário
estabelecido pela escola. Nesse evento, os professores apresentam suas propostas, com os objetos de
conhecimento e os objetivos da disciplina. Após as apresentações, é o momento das inscrições, em que
cada ETI planeja o formato de acordo com sua realidade, mas sempre priorizando que o estudante tenha a
oportunidade de escolher a Eletiva com a qual mais se identifica.
A avaliação das Disciplinas Eletivas se dará por meio da qualidade da participação do estudante nos
processos de planejamento, execução e avaliação das atividades, no envolvimento pessoal e disposição
em contribuir com o grupo, no domínio dos objetos de conhecimento e na aplicação do que aprendeu nas
situações práticas vivenciadas em seu cotidiano;
• A Culminância das Eletivas: Ao final de cada semestre, a escola deverá organizar o momento da
Culminância das Eletivas. O momento destinado à Culminância deverá ser compartilhado com toda a
comunidade escolar por meio da síntese das produções realizadas nas aulas e que podem ser apresentadas
através de relatórios de pesquisa, experiências científicas, jornais, dramatizações, musicais, desenhos,
produções de vídeos, entre outras atividades. Deverá ser propiciado aos estudantes a oportunidade de falar
e/ou apresentar materiais sobre o que aprenderam durante as aulas, as bases acadêmicas que construíram,
as habilidades e competências que desenvolveram e os valores que foram fortalecidos e consolidados;
• O papel do Educador e sua atuação: O papel do professor nas aulas de Eletivas é desafiar, instigar e
estimular os estudantes. Assim, planejar a aula significa buscar formas criativas e estimulantes, articulando
teoria e prática para alcançar a aprendizagem significativa. Através das Disciplinas Eletivas, o Educador
pode trabalhar temáticas de estudo que dialogam com os resultados pactuados pela equipe escolar através
do Plano de Ação da ETI.
O desenvolvimento das Eletivas oportuniza aos docentes um espaço de práticas pedagógicas
interdisciplinares, estimulando à ampliação de ideias, experimentação, além de permitir que o docente
explore sua liberdade metodológica através da inovação de sua prática pedagógica.
A cada semestre, o processo de estruturação das Disciplinas Eletivas se repete. No entanto, os
estudantes devem optar por Eletivas diferentes das que vivenciaram na etapa anterior, mesmo que algumas
delas sejam oferecidas novamente;

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• Apresentamos abaixo a organização das Ementas (Figura 03) e as informações que devem constar
neste instrumento:
• Justificativa - Explicação dos motivos para ofertar a Eletiva. É importante que seja feita uma
contextualização pedagógica dessa motivação;
• Objetivos - Finalidade da proposta. Geral: O objetivo geral deve descrever de modo claro e sucinto
uma meta a ser atingida. Específicos: Detalhamento/desdobramento do objetivo geral;
• Objeto de conhecimento - Detalhamento de conhecimentos, habilidades e atividades, ordenados em
uma sequência lógica e didática, que possibilite o alcance dos objetivos preestabelecidos nos processos de
ensino e aprendizagem;
• Metodologia - Conjunto de métodos e técnicas aplicadas para um determinado fim. Deve ser
apresentado de forma clara e objetiva aos estudantes;
• Recursos didáticos - Componentes do ambiente de aprendizagem usados com a finalidade de
estimular o estudante;
• Avaliação - Um processo contínuo de aprendizagem no qual deve-se manter a interação entre
professores e estudantes;
• Culminância - É o produto final, a apresentação/socialização dos resultados alcançados para toda
a escola;
• Referências bibliográficas - Referencial pesquisado e utilizado por professores e estudantes no
desenvolvimento das ações/atividades.
Observações:
1.É recomendável que os professores realizem os registros das atividades planejadas e executadas
por meio da adoção de um diário específico para as Eletivas;
2.Casos excepcionais serão orientados e alinhados com a Célula de Educação de Tempo Integral.
Na figura abaixo, vemos como está estruturado o Modelo de Ementa do Componente Curricular
Eletiva:

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Figura 03 - Modelo de Ementa do Componente Curricular Eletiva

Fonte: SME.

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7.2.1.2 Práticas experimentais (PEX)
As Práticas Experimentais (PEX) possibilitam o contato físico e a aplicação prática dos conceitos que
são abordados em sala. No ensino de ciências e matemática, por exemplo, o contato com experimentos é
muito importante, uma vez que ele possibilita que os alunos absorvam melhor os conceitos e teorias que
foram tratados durante a aula teórica.
Dessa forma, a experimentação funciona como meio para estudar e compreender as teorias, fixando
melhor os conceitos, além de aprofundar os conhecimentos sobre determinado assunto. Ela estimula a
curiosidade e o interesse dos estudantes, permitindo que se envolvam em investigações científicas, ampliem
a capacidade de resolver problemas, compreendam conceitos básicos e desenvolvam habilidades.
A PEX dialoga diretamente com os Princípios Educativos das ETI. Objetivam o aprofundamento dos
conteúdos de Ciências e Matemática associados às demais disciplinas de maneira interdisciplinar. Assim,
possuem atividades que permitem a experimentação prática dos objetos de conhecimento da BNCC, sendo
desenvolvidas nos Laboratórios Experimentais das ETI (Laboratório de Ciências – Biologia/Química e
Laboratório de Física/Matemática).

7.2.2 Atividades complementares


As Atividades Complementares nas ETI Anos Finais compreende as seguintes Disciplinas: Aprendizagem
Orientada (AO), Introdução à Metodologia da Pesquisa Científica (IMPC) / Pensamento Científico(PC),
Protagonismo, Projeto de Vida (PV), Formação Cidadã (FC) e Estudo Orientado (EO).

7.2.2.1 Aprendizagem Orientada (AO)


Oportuniza ao estudante receber orientações para realizar suas atividades, para utilizar-se das
variadas técnicas de leitura, de análise e de manipulação de dados e de informações. O professor tem
sua parcela de contribuição em estimular os estudantes a: querer estudar (ter uma atitude positiva para
o estudo); poder estudar (ter aptidões como intelectual, vontade, hábitos de estudo, condições pessoais,
familiares); saber estudar (dominar técnicas e utilizar estratégias que favoreçam a aprendizagem). A ETI
deve oferecer condições de tempo, de ambiente e de recursos, a fim de que o aluno possa estudar e realizar
suas atividades de forma autônoma, solidária e competente.

7.2.2.2 Introdução à Metodologia da Pesquisa Científica (IMPC) / Pensamento Científico (PC)


O componente curricular Introdução à Metodologia da Pesquisa Científica/Pensamento Científico
é uma ferramenta importante para a superação do senso comum, proporciona uma reflexão científica
acerca do mundo e da sociedade. A proposta deste Componente Curricular é proporcionar ao estudante o
desenvolvimento de competências pessoais, sociais, produtivas e cognitivas que instiguem o educando a ter
novas ideias e formular conhecimento junto à comunidade.
Iniciativa, curiosidade e compromisso com estudo contínuo são algumas das competências desenvolvidas.
Essas competências são trabalhadas através de temas geradores que advêm da importância de estabelecer
um ponto inicial para o processo de construção da descoberta e da formulação do conhecimento.
Os temas que permeiam esse componente passam pelo Conhecimento, Método, Pesquisa e Projeto.
Estes temas auxiliam o aumento do repertório dos estudantes, proporcionam o desenvolvimento de
habilidades e competências que tornam os alunos aptos à pesquisa e igualmente os estimulam na busca
pela formulação do conhecimento de modo crítico e coletivo.
O Pensamento Científico é um tema transdisciplinar que está presente na ETI como Atividade
Complementar, tendo horário e sistematização de conteúdos específicos para sua execução. Assim sendo,
o componente curricular Introdução à Metodologia da Pesquisa Científica (IMPC) / Pensamento Científico
(PC) pode ser ministrado por professores de qualquer componente curricular, não se restringindo a nenhum
componente específico.

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Ressaltamos a importância das pesquisas de cunho científico no que concerne ao desenvolvimento
de habilidades, como investigação, análise e interpretação de dados que favorecem, significativamente,
a formação dos estudantes, bem como possibilita uma melhor apropriação dos saberes constituídos
coletivamente. A organização desse componente está em conformidade com o que traz o Documento
Curricular Referencial do Ceará (DCRC) na segunda competência geral:
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a
investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas,
elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas)
com base nos conhecimentos das diferentes áreas (CEARÁ, 2018. p. 65).

7.2.2.3 Protagonismo
O Componente Curricular Protagonismo é o alicerce para o desenvolvimento integral dos estudantes,
pois trabalha em todas as suas dimensões. As aulas são planejadas e ministradas sob quatro eixos:
I) Competência Pessoal: possibilita o encontro do estudante consigo mesmo, levando-o a reconhecer
seus valores e a saber gerir suas próprias emoções, habilidades e limitações de acordo com seu projeto de
vida;
II) Competência Social: aborda questões referentes ao convívio em grupo e compromisso com o
coletivo, provendo aos estudantes condições para compreender e operar em seu entorno social de forma
mais responsável, atuando como fonte de iniciativa, liberdade e compromisso;
III) Competência Cognitiva: busca proporcionar ao estudante maneiras de potencializar sua
aprendizagem, o desenvolvimento de suas capacidades de comunicação com o mundo como pessoa e
como cidadão, o que constitui maneiras de aprender a conhecer e aprender a aprender, como requisitos
essenciais para se beneficiar das oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida;
IV) Competência Produtiva: põe em ação o que o estudante sabe e é capaz de fazer. Através da
participação autêntica na escola e em outros espaços em que atua no exercício pleno de sua autonomia,
autodeterminação e autoconfiança para conceber intervenções sociais.
Com isso, pretende-se que o estudante atue como autor e como ator de suas decisões, conduzindo-o
a um conjunto de ações que culminará na construção do seu projeto de vida.

7.2.2.4 Projeto de Vida (PV)


O componente Projeto de Vida tem como eixo a educação para a vida e para os valores humanos.
Permite ao estudante construir seu projeto de vida com o objetivo de reunir suas intenções e expectativas
presentes e futuras de maneira planejada e documentada, configurando-se como um elemento fundamental
para a continuidade de seus estudos e realização de seus sonhos (ICE, 2015).
Esse componente curricular viabiliza educadores com princípios, com metodologias e com técnicas
capazes de desenvolver com os estudantes um conjunto de competências pessoais e sociais, preparando-os
para melhor corresponder e enfrentar as exigências do mundo contemporâneo.

7.2.2.5 Formação Cidadã (FC)


A Formação Cidadã é uma área curricular transversal, não disciplinar, que oportuniza a troca de
experiências entre alunos e professores, promovendo o desenvolvimento da autoestima, de regras de
convivência e de respeito mútuo. A Formação Cidadã se configura como o espaço de fomento à promoção
de atividades relevantes, com foco na formação de cidadãos responsáveis, críticos, ativos, intervenientes e
capazes de protagonizar a transformação de suas próprias perspectivas de vida e da realidade social que
os cerca. Trata-se de um trabalho fundamentado nos quatro pilares da educação: aprender a aprender,
aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 47


Sugere-se que, nas aulas de Formação Cidadã, sejam trabalhadas temáticas envolvendo as dimensões
escolar, humana, cultural, religiosa, social, ambiental e política, as quais devem convergir para a resolução
dos problemas que afetam o desempenho dos alunos e da turma. Os encontros estimulam os estudantes
a cooperar, expressar seus sentimentos e opiniões, partilhar preocupações e confrontar ideias, criando
oportunidades para que eles reflitam sobre suas próprias necessidades e aspirações. Essas estratégias
permitem aos alunos construir um maior vínculo com a escola, levando-os a desenvolver habilidades e
competências que fortalecem o envolvimento com os estudos e que contribuem na elaboração e conquista
de seus projetos de vida.

7.2.2.6 Estudo Orientado (EO)


O Estudo Orientado visa promover a apropriação, pelos estudantes, de métodos de estudo, de
trabalho e de organização, assim como o desenvolvimento de atitudes e capacidades que favoreçam uma
crescente autonomia na realização das suas próprias aprendizagens.
Tem como principal característica o desenvolvimento de técnicas, estratégias e procedimentos que
orientem e apoiem os estudantes em suas práticas de estudo, uma vez que aprender a estudar é condição
fundamental para o desenvolvimento da autonomia e das habilidades e competências previstas pelo
Currículo.
Trata-se de desenvolver a capacidade de aprender a aprender. O Estudo Orientado deve centrar a
sua ação no desenvolvimento de competências transversais, uma vez que são aquelas que representam, de
forma mais significativa, a estruturação do conhecimento de forma a abranger todas as áreas disciplinares
do currículo. Neste componente é necessário ter em conta a interação e a cooperação de todos os professores/
alunos e, se possível, da família e/ou de outros membros da comunidade educativa.

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8. As práticas pedagógicas e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) se apoia em dois fundamentos pedagógicos que integram
o modelo pedagógico da ETI: o compromisso com a educação integral e o foco no desenvolvimento de
competências (BRASIL, 2018, p.13). Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na
BNCC (BRASIL, 2018) devem ocorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências
gerais que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
Competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades
(práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho (BNCC, 2018, p.8). Pode-se classificar
as competências a serem desenvolvidas junto aos estudantes em: Cognitivas, Emocionais, Sociais e Éticas.
As competências cognitivas referem-se às habilidades de entender ideias e aplicá-las no mundo.
Envolvem tanto a capacidade motora das crianças e adolescentes quanto as suas percepções da realidade. O
exercício da curiosidade para entender problemas e apresentar soluções, assim como a capacidade de escutar
para conduzir tarefas e o planejamento em várias etapas, são competências cognitivas. Há uma gama de
atividades que podem ser usadas com as crianças para trabalhar esse tipo de competência na escola, como
o uso de jogos (xadrez, por exemplo), que estimulam o raciocínio lógico e estimulam a criatividade. Tem-se
a necessidade de explorar as competências cognitivas para além das provas e avaliações tradicionais, uma
vez que os estudantes podem pensar em como poderiam mudar suas realidades.
As competências emocionais se referem às maneiras de lidar, reconhecer e nomear sentimentos e
emoções. Cada pessoa tem uma forma diferente de entender e reagir emocionalmente: uma pode paralisar
em determinadas situações de medo, por exemplo, enquanto outras conseguem enfrentar situações
semelhantes. As respostas que o corpo dá para as emoções nem sempre são previsíveis para uma pessoa. Por
isso, é muito importante saber reconhecê-las e entender como elas influenciam o próprio comportamento.
Esse exercício de autoconhecimento pode começar desde a infância, tanto na família quanto no ambiente
escolar.
As competências sociais referem-se à habilidade de conhecer, compreender e manejar regras sociais,
funções e rotinas, além de saber reagir ao estado emocional do outro de uma maneira emocionalmente
saudável, o que pode ser chamado de empatia. A escola pode trabalhar as competências sociais de
diferentes maneiras, desde simples normas na sala de aula, como pedir para ir ao banheiro e organizar a
estante de livros ao retirar um, até normas mais amplas, como ter um tempo de tolerância para voltar à
sala após o intervalo e organizar filas para pegar lanches.
As competências éticas estão estritamente relacionadas às competências sociais, pois elas convidam
os estudantes a refletir sobre as variadas maneiras de respeitar os colegas e suas diferenças em várias
situações da vida. A participação em sala de aula e a compreensão das normas de boa convivência são
bons exemplos.
As Dez Competências Gerais preconizadas pela BNCC (BRASIL, 2018, p.9) visam a formação de
cidadãos com a capacidade de resolver problemas, trabalhar em equipe, argumentar, defender seu ponto
de vista com criticidade e empatia, como pode ser observado a seguir:
• Conhecimento: Utilização e valorização dos conhecimentos construídos sobre o mundo social, físico
e cultural;
• Pensamento científico, crítico e criativo: Exercício de curiosidade intelectual e uso de abordagem
própria das ciências a fim de elaborar hipóteses;
• Repertório cultural: Desenvolvimento de senso estético, visando valorizar e reconhecer as várias
manifestações culturais e artísticas;
• Comunicação: Utilização de conhecimento das linguagens artística, multimodal, científica,
matemática, digital e tecnológica;

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 49


• Cultura digital: Utilização de Tecnologias Digitais de Informação e de Comunicação de forma
significativa, crítica, reflexiva e ética;
• Trabalho e projeto de vida: Compreensão das relações do mundo do trabalho e tomadas de
decisões alinhadas ao projeto de vida profissional, pessoal e social;
• Argumentação: Estímulo à argumentação com base em informações e fatos confiáveis para
negociar, formular e defender pontos de vista e ideias;
• Autocuidado e autoconhecimento: Reconhecimento das próprias emoções e das emoções do outro
para cuidar da saúde física e mental e manter relações saudáveis;
• Empatia e cooperação: Exercício de diálogo, empatia, cooperação e resolução de conflitos, fazendo-
se respeitar e promover o respeito ao outro;
• Responsabilidade e cidadania: Estímulo à ação pessoal e coletiva com responsabilidade, autonomia,
resiliência, flexibilidade e determinação.
Quanto ao desenvolvimento do currículo nas ETI, buscamos adequar as práticas pedagógicas às
orientações dos documentos norteadores, de forma que:
“Os currículos devem adequar as proposições da BNCC à realidade local, considerando a autonomia
dos sistemas ou das redes de ensino e das instituições escolares, como também o contexto e as
características dos alunos” (BRASIL, 2018, p. 16).

Como estratégia de ensino para viabilizar o desenvolvimento do currículo e criar momentos em que os
alunos vivenciem e desenvolvam as competências, sugere-se ao professor adotar Metodologias Ativas, visto
que essas têm por objetivo incentivar os estudantes a aprenderem de forma autônoma e participativa por
meio de problemas e situações reais, realizando tarefas que os estimulem a pensar além, a terem iniciativa,
a debaterem, tornando-se responsáveis pela construção de conhecimento (MORAN, 2019; SOARES, 2021).
As Metodologias Ativas proporcionam multi-direções metodológicas de ensino e aprendizagem, tendo
como principal característica colocar o aluno como protagonista do processo de aprendizagem, levando o
estudante a “fazer” e “pensar no que faz”. O aluno motivado tem autonomia na busca pelo conhecimento,
desenvolve empatia, controle emocional, trabalho em equipe e proatividade. Assim, a aprendizagem ativa
ocorre quando o aprendiz interage com o assunto em estudo e é estimulado a construir o conhecimento ao
invés de recebê-lo passivamente.
Segundo Moran (2019), o processo de ensino-aprendizagem exige hoje muito mais flexibilidade
no espaço-tempo, da equipe e da pessoa, e menos conteúdos fixos, solicitando processos mais abertos
de pesquisa, de comunicação e de interação. As escolas que mostram novos caminhos estão mudando
para modelos mais centrados em aprender ativamente com problemas reais, desafios relevantes, jogos,
atividades e leituras, valores fundamentais, combinando tempos individuais e tempos coletivos.
Diante de tais premissas, faz-se necessária a reflexão acerca das ações pactuadas pela gestão e
professores no Plano de Ação da Escola e as práticas pedagógicas adotadas pelos professores. A formação
integral dos estudantes por meio da Excelência Acadêmica, dos Quatro Pilares da Educação Interdimensional
e do Protagonismo exigem da equipe escolar mudanças no processo de ensino e de aprendizagem.

50 Secretaria Municipal da Educação (SME)


9. Planejamento pedagógico e formação continuada
O Planejamento Pedagógico e a Formação Continuada são práticas importantes para a construção
do processo de ensino e aprendizagem. Eles devem fazer parte da rotina pedagógica da escola, tendo sua
importância reconhecida pela gestão e pelos docentes. A seguir, tratamos de cada uma dessas práticas de
forma mais detalhada com o objetivo de fortalecer seu conceito e relevância para a obtenção da Educação
de Excelência nas ETI.

9.1 Planejamento Pedagógico


O Planejamento Pedagógico é o momento destinado às ações diretamente ligadas à prática docente e
ao processo de ensino e aprendizagem. Para que o Planejamento seja um período produtivo e eficaz para o
professor, é necessário que ocorra com regularidade, que seja dedicado a ele o tempo que lhe foi destinado,
o acompanhamento do PCA/Articulador de Aprendizagem e/ou Coordenador Pedagógico.
Estão entre as atividades desenvolvidas no Planejamento Pedagógico: planejamento de aula, registro
das observações acerca da aprendizagem dos estudantes, elaboração de relatórios, preenchimento de
Diários de Classe, estudo, participação nas reuniões de fluxo e nas formações.
Abaixo, no quadro 6, pode-se visualizar como o Planejamento Pedagógico das Escolas Municipais de
Tempo Integral está organizado:

Escolas Municipais de Tempo Integral

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

3° ano maior 1° ao 3° ano menor


Anos 1° ano maior 2° ano maior carga horária 5° ano maior carga horária
Iniciais carga horária carga horária 4° ano maior carga horária 4° e 5° anos menor
carga horária carga horária

Arte Ensino Religioso


Anos Ciências Geografia
Língua Geografia -
Finais Matemática História
Portuguesa História

FONTE: SME.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 51


9.2 Formação continuada para professores e coordenadores pedagógicos

9.2.1 Formação continuada para professores


As aprendizagens essenciais, previstas na BNCC-Educação Básica, a serem garantidas aos estudantes,
para o alcance do seu pleno desenvolvimento, requerem o estabelecimento das pertinentes competências
profissionais dos professores. Diante disso, o processo formativo direcionado aos docentes das ETI se orienta
pelas resoluções do Conselho Nacional de Educação (Resolução CNE/CP n°2, de 20 de dezembro de 201910,
e Resolução CNE/CP n°1, de 27 de outubro de 202011) que estabelecem “que a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) deve contribuir para a articulação e a coordenação das políticas e ações educacionais
em relação à formação de professores12”.
Todavia, já em 2014, a Secretaria Municipal da Educação, através da Portaria n°204/201413,
estabeleceu diretrizes para a realização de formação continuada para os profissionais da Rede Municipal de
Ensino de Fortaleza como forma de garantir o aperfeiçoamento e a valorização profissional dos servidores
e a melhoria da qualidade da educação municipal.
Alinhada às diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação, a Prefeitura de Fortaleza
elaborou, em 2023, as Orientações Gerais para o Desenvolvimento do Trabalho Pedagógico do Ensino
Fundamental, que dispõem, em seu bojo, sobre a Formação Continuada para Professores:
A formação continuada para professores da Base Nacional Comum, da Parte Diversificada e das
Atividades Complementares é um processo permanente de aprimoramento dos saberes necessários à
atividade docente. Realizada após a formação inicial, ela tem como objetivos: apresentar ao profissional da
educação as concepções educacionais adotadas pela Rede Municipal de Educação de Fortaleza, promover
um diálogo sobre as práticas de ensino e aprendizagem e favorecer trocas de experiências entre os pares14.
A formação continuada para professores ofertada pela rede acontece em dois momentos: Formação
nos polos e Formação no contexto da escola.

9.2.1.1 Formação nos polos


É o momento em que os professores compartilham saberes com professores do mesmo ano/série
ou com professores do mesmo componente curricular, lotados em escolas diferentes. Os professores da
rede são acompanhados por um formador que media, ao longo do ano, o processo formativo. Para a
concretização dos encontros em polo, a equipe de formação da Célula de Educação em Tempo Integral (CETI/
SME) planeja, organiza e conduz os encontros formativos referentes à Parte Diversificada e às Atividades
Complementares com os professores das ETI. Importante recordar que esses mesmos professores também
participam do processo formativo que contempla a Base Nacional Comum, que é elaborado, planejado e
conduzido pelos formadores da Célula de Formação de Professores (CEFOP/SME). As formações utilizam
como eixo norteador a integração entre teoria e prática, a partir de metodologias ativas e do constante
diálogo com o contexto do cotidiano escolar, buscando a integração entre as competências cognitivas e
socioemocionais e visando o desenvolvimento global do aluno.

10 A Resolução CNE/CP n°2, de 20 de dezembro de 2019 define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação
Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). In: https://normativasconselhos.mec.gov.
br/normativa/view/CNE_RES_CNECPN22019.pdf Acesso em: 30 de novembro de 2022.
11 A Resolução CNE/CP n°1 de 27 de dezembro de 2020 dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Continuada de Professores da
Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica (BNC-Formação Continuada). In: http://
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=164841-rcp001-20&category_slug=outubro-2020-pdf&Itemid=30192 Acesso em: 30
de novembro de 2022.
12 O § 1º do art. 5º das Resoluções CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017 e CNE/CP nº 4, de 17 de dezembro de 2018, entre outras disposições, estabelece
que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deve contribuir para a articulação e a coordenação das políticas e ações educacionais em relação à formação
de professores.
13 PORTARIA Nº 204/2014 – SME. In: Diário Oficial do Município de Fortaleza (DOM-FOR) de 3 de julho de 2014. P.22.
14 FORTALEZA. Secretaria Municipal de Educação. Orientações Gerais para o Desenvolvimento do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental. Fortaleza, 2023.

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Abaixo, no quadro 7, vemos que o desenvolvimento das formações em polo é organizado de forma
que o encontro formativo se realize no mesmo dia de Planejamento do professor:

Quadro 07 - Processo Formativo dos Docentes das Escolas Municipais de Tempo Integral

Escolas Municipais de Tempo Integral

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

3° ano maior 1° ao 3° ano menor


Anos 1° ano maior 2° ano maior carga horária 5° ano maior carga horária
Iniciais carga horária carga horária 4° ano maior carga horária 4° e 5° anos menor
carga horária carga horária

Arte Ensino Religioso


Anos Ciências Geografia
Língua Geografia -
Finais Matemática História
Portuguesa História

FONTE: SME.
Como se vê no quadro acima, todos os professores lotados na Parte Diversificada e nas Atividades
Complementares das ETI estão contemplados, indicando que o dia do planejamento do docente é o mesmo
dia em que ele participará do encontro formativo. Dessa forma, na segunda-feira, que é o planejamento
dos professores de Língua Portuguesa e Arte, aqueles que estejam lotados em Introdução à Metodologia
Científica/Pensamento Científico e/ou Protagonismo e/ou Projeto de Vida e/ou Formação Cidadã e/ou
Estudo Orientado participarão da formação correspondente ao componente que ministram. Nos demais
dias (terça, quarta e quinta-feira), ocorre da mesma forma: os professores participarão das formações
dos componentes anteriormente citados de acordo com o dia do Planejamento do seu componente da Base
Nacional Comum.

9.2.1.2 Formação no contexto da escola


Além de ocorrer nos polos de formação, a Formação Continuada também se realiza em contexto,
no locus da escola, mediada pelos Coordenadores Pedagógicos/Supervisores. Essa dimensão do processo
formativo consolida o intercâmbio de experiências entre pares lotados na mesma unidade escolar e
corrobora com a função do Coordenador Pedagógico/Supervisor Escolar como agente articulador, formador
e transformador. A Formação em Contexto não se trata de uma ação a mais para a escola executar,
mas deve ser compreendida enquanto dimensão processual da vida escolar, fomentando as tomadas de
decisões e o agir no dia a dia da prática escolar. Para a efetiva materialização dessa dimensão formativa,
o Coordenador Pedagógico/Supervisor acompanha os professores da escola, solicitando ajuda na definição
de temas, sugerindo discussões e encaminhamentos para as demandas tanto docentes, quanto de toda
a equipe escolar. Os encontros podem ocorrer mediante reuniões, encontros pedagógicos, seminários,
eventos internos, planejamento conjunto de aulas e atividades, acompanhamento de sala de aula, projetos
interdisciplinares, entre outros.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 53


9.2.2 Formação continuada para coordenadores pedagógicos
O Coordenador Pedagógico desempenha, dessa forma, um papel fundamental para o processo
formativo dentro da escola. Além de ser o protagonista do processo formativo em contexto, constitui-se em
agente responsável pelas demandas formativas do corpo docente e da comunidade escolar. O Coordenador
atua como elo entre a escola e a família, entre os professores e seus diferentes projetos. É fundamental para
construir ambientes e práticas educativas ricas e geradoras de aprendizagens para todos que convivem na
escola. O trabalho do Coordenador é fazer com que a equipe de professores seja colaborativa, as crianças
aprendam e as famílias participem do projeto educativo da escola15.
Diante disso, compreende-se a importância de se promover uma formação continuada para
Coordenadores Pedagógicos enquanto espaço de desenvolvimento de estudos, discussões e troca de
experiências ao longo do ano. Nesse sentido, essa Formação Continuada visa contemplar ações que abordem
conhecimentos sobre: a área pedagógica, o papel e a função do Coordenador Pedagógico, o ensino, a
aprendizagem, as avaliações internas e externas (diagnóstico e análise de resultados), a diversidade de
possibilidades de metodologias e estratégias, além dos materiais estruturados da Rede para que este
profissional realize sua prática em consonância com os objetivos da escola e com as especificidades de cada
área à luz do que orienta a Rede.
Ressalta-se a relevância da Formação Continuada para o Coordenador Pedagógico, considerando
que o papel deste profissional é o de formador e, a partir do trabalho articulado à instituição de ensino,
transforma o conhecimento que dissemina e potencializa no cotidiano educativo, a construção e a
reconstrução de saberes e fazeres pedagógicos. Devido à importância da formação deste profissional, que
orienta pedagogicamente toda a unidade escolar, há a necessidade de uma extensão maior de tempo da
formação que as demais formações e um conteúdo que envolva tanto a gestão escolar como as orientações
para os componentes curriculares.
Os Coordenadores Pedagógicos também participam de dois processos formativos: a formação que
contempla a Base Nacional Comum, ofertada pela Célula de Formação de Professores (CEFOP/SME) e a
formação que contempla a Parte Diversificada, Atividades Complementares e o Modelo Pedagógico das ETI,
ofertada pela Célula de Educação em Tempo Integral (CETI/SME).

15 ZURAWSKI, Maria Paula. O Coordenador Pedagógico Como Formador: Três Aspectos Para Considerar. In: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/150/o-
coordenador-pedagogico-como-formador Acesso em: 01 de dezembro de 2022.

54 Secretaria Municipal da Educação (SME)


10. Espaços de protagonismo na escola
Para que o protagonismo floresça, a escola deve criar espaços adequados ao seu desenvolvimento,
tornando-se locus de práticas protagonistas. As ETI possuem quatro espaços extra-aula onde os estudantes
podem exercer o protagonismo, são eles: os Clubes de Protagonismo, as Monitorias, os Líderes de Turma e o
Grêmio Estudantil. Estes espaços são verdadeiros “laboratórios” de protagonismo, nos quais os discentes,
diante de situações da vida real, podem fazer suas avaliações e expor seus posicionamentos.

10.1 Clube de Protagonismo


O Clube de Protagonismo é um espaço destinado ao estudante no qual, através de sua experiência, ele
poderá desenvolver diversas habilidades e competências, como: a autonomia, a organização, a capacidade
de trabalhar em equipe e tomar decisões etc. Os Clubes são organizados para atender áreas de interesse
dos alunos e, a partir delas, seus integrantes devem desenvolver atividades que proporcionem trocas de
informações, de experiências relacionadas ou não à vida escolar.
Os Clubes devem atuar de modo a colaborar com o sucesso da escola na formação do estudante
protagonista pois, a partir da vivência no Clube, o estudante desenvolverá e exercitará um conjunto de
habilidades essenciais para a sua formação nos âmbitos da sua vida pessoal, social e produtiva. São
exemplos de Clube de Protagonismo os Clubes de: Redes Sociais, Jornal, Rádio, Desenho, Dança, Teatro,
Música, Qualidade de Vida, Preservação do Meio Ambiente, Games.
Ao estudante devem ser oferecidos espaços para as suas aprendizagens e, especialmente, para
aquelas que possibilitem a ele envolver-se em atividades direcionadas a empreender, ele próprio, a
realização das suas potencialidades pessoais e sociais, atuando como fonte de iniciativa (porque atuará
e não será expectador de sua aprendizagem), de liberdade (porque exercitará a capacidade de analisar,
avaliar e decidir) e de compromisso (porque assumirá as responsabilidades sobre aquilo que decide).
O Clube de Protagonismo é responsabilidade do grupo de estudantes, mas deve ser estimulado
por todos da escola e facilitado pela Coordenação Pedagógica e pelo professor do componente curricular
Protagonismo durante as aulas.
Segue abaixo questões que orientam a condução da criação e organização dos Clubes de Protagonismo:
1. O que são os Clubes de Protagonismo? O Clube de Protagonismo é um espaço destinado ao
estudante no qual, através da sua experiência, ele poderá desenvolver diversas competências e habilidades,
como por exemplo, a autonomia, a capacidade de trabalhar em equipe e de tomar decisões, a auto-
organização e muitas outras. Importante lembrar que o Clube de Protagonismo não é o espaço para fazer
tudo o que se quer, de qualquer jeito e a qualquer hora;
2. Como começar o Clube de Protagonismo? Para começar o Clube é importante que o aluno
conheça o projeto de sua escola e saiba o que quer e gosta de fazer. Com o Clube, o aluno poderá unir o que
gosta de fazer com algo que possa ser compartilhado com outras pessoas na sua escola. O próximo passo
é chamar alunos que tenham interesses em comum, para que juntos possam identificar e refletir sobre as
possibilidades que o Clube tem para realizar dentro (quiçá fora) do ambiente escolar;
3. Como organizar o Clube de Protagonismo? O Clube de Protagonismo é idealizado e desenvolvido
pelos alunos. É muito importante que todos que estão no Clube saibam o que cabe a cada um fazer,
visto que ele deve ser o conjunto de muitas forças. As divisões das funções podem ser feitas a partir das
especialidades de cada aluno, com o intuito de agilizar as atividades e torná-las mais divertidas. Sugere-
se uma configuração inicial para o Clube constituída de Presidente, Vice-Presidente; Secretário e demais
membros;
4. Como estruturar o Clube de Protagonismo? Estruturar o Clube é fazer com que todos os seus
membros trabalhem em busca da transformação de metas comuns em resultados para todos. A estruturação
segue princípios básicos:

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 55


Hand-point-right 1° As necessidades da equipe: A divisão das tarefas acontece de maneira que todos trabalhem
naquilo que possuem mais habilidades;
Hand-point-right 2° As demandas de trabalho do Clube: A equipe tem que ser proporcional ao tamanho do trabalho.
Não adianta contar com mais pessoas do que realmente a necessidade indica;
Hand-point-right 3° O nível de comunicação: É sempre importante lembrar que manter o grupo articulado depende
da criação de mecanismos de comunicação eficazes e claras;
Hand-point-right 4° Fazendo a engrenagem girar: Para garantir uma rotina de trabalho que funcione, é necessário
alguns instrumentos de acompanhamento e avaliação para verificar se as atividades estão se
encaminhando de acordo como foi planejado;
5. Como a escola e os professores devem apoiar? A Equipe Escolar tem papel fundamental no
desenvolvimento dos Clubes de Protagonismo, pois os estudantes necessitam de orientação, estímulo,
apreciação, compreensão e, acima de tudo, colaboração de adultos na organização e atividades dos
mesmos. Não é fazer pelo estudante, mas instruí-lo e educá-lo para aprender a aprender, aprender a
fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Todos podem contribuir na construção do protagonismo dos
estudantes através do incentivo das práticas e vivências dos Clubes, entre outros elementos proporcionados
no cotidiano escolar.
Os alunos, após terem passado pelas etapas anteriores, ou seja, depois de ter convidado os seus
colegas para criar um Clube, de ter definido o objetivo do Clube, de ter organizado as equipes de trabalho
e suas funções e de ter definido o seu plano de ação (ver pergunta 8) passarão para a próxima etapa.
O próximo passo é identificar como os profissionais da educação da escola podem apoiar o Clube.
Para isso, os alunos deverão, primeiramente, comunicar a todos quais são as ideias do Clube e quem
participa dele. Isso pode ser feito através da apresentação do Projeto do Clube para a Direção da Escola.
Destaca-se que estabelecer uma comunicação forte com a Direção da Escola, com os professores e com
os demais profissionais da escola oferece legitimidade ao trabalho da equipe e permite que sempre que
for preciso a equipe tenha apoio. Os professores, assim como os outros profissionais da educação, não
têm a obrigatoriedade de estar conduzindo e monitorando um Clube de Protagonismo, todavia, podem
apadrinhar algum Clube caso desejem;
6. Por que estabelecer um Contrato de Convivência? É nele que estarão presentes as regras que,
se cumpridas, garantirão que todos se relacionem bem em torno do trabalho a ser realizado. Os alunos
devem estar atentos aos seus direitos e aos seus deveres e deixar as intenções e ações claras evitará uma
série de problemas. O Contrato de Convivência deve ser construído pelos alunos participantes, podendo ser
orientado nas aulas de Protagonismo;
7. Qual a função do Projeto do Clube de Protagonismo? É o Projeto que orientará o Clube. Para
elaborar o Projeto é importante ser o mais claro possível, pois isso ajuda na hora de saber o que é ou não
interesse e responsabilidade do seu Clube. Segue abaixo as etapas para a construção do Projeto:
a) Nome: o nome do Clube de Protagonismo;
b) Justificativa: é a explicação das motivações para fazer o Clube;
c) Objetivos: o que se planeja alcançar com o Clube;
d) Local/dia/hora: é onde, quando e em que horário ocorrerão as atividades do Clube;
e) Apadrinhamento: caso o Clube possua alguém da comunidade escolar que irá apadrinhar o Clube,
deverá identificar no projeto;
f) Materiais: são os materiais necessários para a realização das atividades;
g) Quantidade de integrantes: é o número de participantes do Clube;
h) Culminância: é onde cada Clube apresenta um produto ou facilita um processo vinculado ao tema
do clube.

56 Secretaria Municipal da Educação (SME)


10.2 Monitoria
É um projeto desenvolvido no âmbito escolar para construir uma cultura de cooperação dentro da
Escola através de mudanças de atitudes, construção de conhecimento mútuo e melhorando as relações
humanas.
São trabalhados, de maneira cooperativa, os conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais,
desenvolvendo, dessa forma, no estudante-monitor, a responsabilidade consigo e com o outro e,
principalmente, aprendendo tanto a conviver, como a respeitar e aprender com o próximo. O objetivo da
monitoria é promover a aprendizagem através de uma estratégia de colaboração do monitor com os outros
estudantes para fortalecer e aprimorar os processos de aprendizagem.
A escolha dos monitores segue a orientação de cada unidade escolar. Assim, cada ETI elabora os
critérios de seleção e os tipos de monitoria. A monitoria pode ser de Apoio e Acadêmica.
A Monitoria de Apoio é facilitada e supervisionada pelo Diretor e pelo Coordenador Pedagógico,
que avaliam em quais situações e momentos da rotina escolar poderia existir monitoria. Dessa forma,
podem existir diferentes tipos de monitoria de apoio como: Monitoria de Acolhimento, Monitoria do Almoço,
Monitoria do Intervalo, Monitoria de Turma, Monitoria da Quadra Esportiva, dentre outras.
A Monitoria Acadêmica é facilitada e supervisionada pelo professor de cada componente curricular
da Base Nacional Comum, da Parte Diversificada e das Atividades Complementares. Portanto, cada
componente curricular pode ter seu monitor, quando acordado entre o professor do componente e o núcleo
gestor. Também pode existir monitoria acadêmica nos Clubes de Protagonismo, quando o Clube está
associado a algum componente curricular.
Na Monitoria Acadêmica, o papel do professor é fundamental para um bom andamento da Monitoria,
sendo atribuições do professor:
• Ser um mediador do processo de ensino e aprendizagem;
• Organizar e dirigir situações de aprendizagem;
• Administrar a progressão das aprendizagens;
• Envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho como monitor;
• Estimular o trabalhar em equipe;
• Reunir-se com os monitores com frequência para ajustes das atividades e avaliar os procedimentos
e os resultados;
• Promover momentos de estudos dos textos e temas, trabalhando os valores de cada um como
cidadão, os conteúdos do bimestre e as habilidades que deverão ser desenvolvidas;
• Organizar momentos de autoavaliação e heteroavaliação das atuações na monitoria.
Os estudantes poderão desenvolver a Monitoria Acadêmica, para qualquer componente curricular
da Base Nacional Comum, da Parte Diversificada e das Atividades Complementares; e nos Clubes de
Protagonismo.
Espera-se que a Monitoria Acadêmica contribua para os seguintes pontos:
• Desenvolver no estudante o interesse pelo seu próprio processo de aprendizagem e o do seu colega,
aumentando a sua autoestima e valorizando-se como sujeito protagonista de sua história e do seu grupo;
• Desenvolver as competências socioemocionais e as habilidades sociais;
• Promover uma convivência que estimule a interação entre todos os componentes do grupo e entre
os grupos;
• Contribuir para a formação de estudantes autônomos, solidários e competentes.
Além da Monitoria de Apoio e Acadêmica, existe o Programa de Monitoria Bolsa Nota 10, que atende
aos componentes curriculares Língua Portuguesa e Matemática, e beneficia o monitor com uma bolsa
remunerada. Para mais informações sobre esse Programa, consultar a Lei N° 11.158, de 03 de setembro de

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 57


2021, a Portaria Nº 0403/2021-SME, de 15 de outubro de 2021, o Decreto Nº 15.153, de 18 de outubro de
2021, e a Portaria Nº 0085/2022-SME, de 07 de Março de 2022.

10.3 Líderes de turma


O Líder de Turma é o estudante indicado e eleito pelos colegas para representá-los, tendo o importante
papel de colaborar de maneira corresponsável na formação e no desenvolvimento dele próprio e dos demais
colegas por meio da vivência da liderança. Assim, compete ao líder:
• Integrar a turma;
• Sondar as dificuldades e buscar suas superações;
• Participar das reuniões solicitadas pela Gestão e fazer o devido repasse das informações;
• Orientar e acompanhar o Planejamento e a execução das diversas atividades da turma;
• Organização dos processos (Ex.: a fila do lanche);
• Facilitar o contato e a relação entre estudantes, professores e gestão;
• Falar e responder em nome da turma, buscando sempre o bem-estar coletivo;
• Se reunir com a turma e apresentar suas demandas à comunidade escolar;
• Participar dos encontros dos Conselhos de líderes.
Sobre a escolha do Líder de Turma:
• O líder não pode ser escolhido através de indicações do Professor/Gestão;
• Durante as aulas de Formação Cidadã e alinhado com o Núcleo Gestor, o professor do componente
curricular deve facilitar a votação e escolha do Líder e deverá apresentar a proposta de liderança para a
turma, dizendo quais são as atividades do Líder. Em seguida, pedir para que os que desejam ser líderes de
turma apresentem suas propostas para o grupo;
• Dar tempo para que os candidatos elaborem suas propostas;
• Fazer a eleição dos líderes através de votação ou outra estratégia democrática de eleição (aclamação,
por exemplo).
Sobre o papel da Gestão:
• Alinhar com a equipe da escola o Planejamento do programa Líderes de Turma para garantir as
atividades durante o ano;
• Reunir-se com todos os professores para conversar sobre projeto, candidaturas, eleição, clarear as
necessidades e forma de atuação dos futuros líderes dentro e fora da escola;
• Realizar um momento dos professores com as turmas sobre o tema liderança, para oferecer ao aluno
o material que favoreça a aprendizagem, inspire e expanda conhecimentos (palestras, textos, vídeos);
• Articular e favorecer aos candidatos a líderes meios de divulgar e apresentar as suas propostas;
• Abrir espaço para a eleição nas turmas;
• Treinar as novas lideranças durante o primeiro mês, em contraturno, de forma que os eleitos recebam
suporte para exercer suas atividades aprendendo sobre: perfil da sua turma, atribuições de um Líder De
Turma, habilidades de liderança, ferramentas de apoio para a liderança;
• Criar um cronograma quinzenal do Diretor com os Líderes de Turma para acompanhamento.
10.4 Grêmios Estudantis
Os Grêmios Estudantis são espaços de discussões, de organização estudantil e deliberações das
demandas da escola sob o olhar do estudante. Os Grêmios Estudantis estão fundamentados na Lei
Complementar 169, cap VI, de 12 de setembro de 2014. Conforme essa lei:

58 Secretaria Municipal da Educação (SME)


Art. 37. Aos estudantes das Escolas Públicas da Rede Municipal de Ensino de Fortaleza fica assegurada
a organização de grêmios estudantis como entidades autônomas representativas dos interesses dos
estudantes, com finalidades educacionais, culturais, cívicas, desportivas e sociais.
Art. 38. As instituições educacionais devem estimular e favorecer a implementação e o fortalecimento
de grêmios estudantis, como forma de desenvolvimento da cidadania, da autonomia dos estudantes
e da participação estudantil na gestão escolar.
Art. 39. A organização, o funcionamento e as atividades dos grêmios serão estabelecidos nos seus
Estatutos, aprovados em Assembleia Geral do corpo discente de cada estabelecimento de ensino,
convocada para este fim.
Art. 40. A aprovação do Estatuto e a escolha dos dirigentes e dos representantes do grêmio estudantil
serão realizadas pelo voto direto e secreto de cada estudante, observando-se, no que couber, as
normas da legislação eleitoral.

Os Grêmios Estudantis serão compostos por três instâncias deliberativas, com as atribuições de:
• Participar da Assembleia Geral dos Estudantes, que será formada por todos os estudantes
regularmente matriculados na escola;
• Participar do Conselho de Representantes de Turmas (CRT), que será formado por três representantes
de cada turma da escola, Líder, vice-líder e secretário;
• Compor a Diretoria do Grêmio, formada por presidente, vice-presidente, secretário e membros, com
composição mínima de 9 (nove) membros.
Para criar um Grêmio Estudantil, os Líderes de Turmas do Ensino fundamental, de 6º a 9º ano, divulgam
a ideia do Grêmio na escola, elaboram o estatuto, convocam a Assembleia Geral e formam a Comissão
Pró-Grêmio. Em seguida, a Comissão Pró-Grêmio convoca todos os alunos da escola para participarem da
Assembleia Geral. Nesta reunião, define-se a composição da Diretoria de Grêmio Estudantil (que deve ser
composta por alunos que fazem parte do Conselho de Representação de Turma), o período de campanha
das chapas, a data das eleições e aprova-se o Estatuto do Grêmio. Nesse momento, também se definem os
membros da Comissão Eleitoral.
A Assembleia Geral é a reunião de todos os alunos da escola para discutir e aprovar propostas do
Grêmio. É o órgão máximo de decisão do Grêmio Estudantil. Para garantir que a decisão da Assembleia
Geral seja representativa, pelo menos 10% dos alunos matriculados na escola deverão estar presentes na
reunião, do contrário, convoca-se outra Assembleia Geral. A Assembleia Geral precisa ser registrada em Ata.
Sugere-se que a diretoria do Grêmio seja composta pelo Presidente, Vice-presidente, 1° Secretário, 2°
Secretário, Diretor Social, Diretor de Esporte, Diretor de Cultura e Artes, Diretor de Comunicação, Diretor
de Saúde e Meio Ambiente. Todavia, sua composição pode mudar de acordo com o que for aprovado em
Assembleia.
Para a eleição do Grêmio Estudantil, a comissão eleitoral deverá ser formada por um grupo de dois
representantes de cada chapa, representantes de classes, professor mediador ou coordenador da escola. A
comissão eleitoral é responsável por todo o processo eleitoral. Devem fazer cédulas com nomes das chapas,
providenciar a urna, contar os votos e divulgar os resultados. Para tanto, devem se organizar as seguintes
etapas: 1º passo - Os líderes formam as chapas que concorrerão na eleição e apresentam suas ideias e
propostas para o ano de gestão no Grêmio Estudantil. A Comissão Eleitoral promove debates entre as
chapas, abertos a todos os alunos; 2º passo - A Comissão Eleitoral organiza a eleição (o voto é secreto). A
contagem é feita pelos Representantes de Classe, acompanhados de dois representantes de cada chapa e,
eventualmente, do Diretor da escola e do professor mediador; 3º passo - Comissão Pró-Grêmio envia uma
cópia da Ata de Eleição e do Estatuto para a Direção Escolar e organiza a cerimônia de posse da diretoria
do Grêmio.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 59


11. Acolhimento: uma prática educativa de sensibilização na rotina escolar
No âmbito escolar, o Acolhimento é uma ação pedagógica que favorece a integração de estudantes, de
professores, gestores, pais e funcionários. Criar espaços de acolhimento na escola pode auxiliar estudantes
e corpo docente a lidar com emoções e sentimentos de maneira mais livre e sadia.
O acolhimento na escola é um pilar para a construção de uma relação de parceria entre família e
escola e deve constituir-se como elemento fundamental na rotina do trabalho pedagógico em diferentes
espaços e tempos da escola. Nas ETI, existem quatro modalidades de acolhimento, são elas: Acolhimento
Diário; Acolhimento da Equipe Escolar; Acolhimento Inicial dos Novos Estudantes; e Acolhimento dos Pais e
Responsáveis.
11.1 Acolhimento Diário
O Acolhimento Diário é uma Prática Educativa que é executada diariamente junto aos estudantes de
todas as turmas. Ele é realizado como oportunidade para comunicar aos estudantes que são bem-vindos
para aquele dia na escola (e para todos os outros, obviamente), e o fazem através da troca de pequenos
gestos, porém fundamentais: o sorriso que acolhe, o bom dia autêntico (e não meramente o cumprimento de
uma cordialidade) e a percepção sobre como os estudantes chegam para iniciar as atividades, entre outros.

11.2 Acolhimento da Equipe Escolar


O Acolhimento da Equipe Escolar é uma Prática Educativa de sensibilização da Equipe Escolar frente
aos desafios de ver, sentir e cuidar dos estudantes a partir de novas referências conceituais e práticas.
Acontece na abertura do ano letivo, no primeiro ano de funcionamento da escola, durante um dia, e é
executada pelos Jovens Protagonistas por meio de programação específica e também ocorre no início dos
anos letivos subsequentes, nessa oportunidade, realizada pela Gestão.

11.3 Acolhimento Inicial dos Novos Estudantes


O Acolhimento Inicial dos Novos Estudantes é uma Prática Educativa de apresentação do Projeto
Escolar aos novos estudantes e de que maneira a escola e sua equipe se colocam à disposição da construção
do seu projeto de vida. É também uma estratégia de mobilização em torno dos sonhos dos estudantes,
matéria-prima do Projeto de Vida. Acontece na abertura do ano letivo, a cada ano em que ingressam novas
turmas. Tem duração variável, a depender da etapa de ensino e é executado pelos Jovens Protagonistas
Acolhedores por meio de programação específica. Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, seu foco é
facilitar e apoiar o estudante no processo de reconhecimento e adaptação ao cotidiano escolar no importante
início da sua trajetória formativa.
O Acolhimento Inicial propicia o desenvolvimento de estudantes protagonistas integrados em todas
as atividades propostas, contribuindo para a instalação de um clima escolar harmonioso e de trocas de
experiências. É destinado aos estudantes que estão ingressando na escola, sendo planejado e executado
por alunos e/ou egressos dessa mesma escola. Através dessa ação, os alunos acolhedores vivenciam
algumas práticas de protagonismo.
O Acolhimento Inicial é considerado o “marco zero” do Projeto de Vida. É uma metodologia por meio da
qual são apresentadas aos novos estudantes as muitas formas pelas quais a escola se colocará à disposição
da construção do seu projeto de vida. Esse momento tem como foco de todas as ações o acolhimento aos
estudantes e seus sonhos/projetos de vida, assegurando a valorização e o respeito a todas as formas de
expressão dos estudantes sobre seus sonhos.

11.4 Acolhimento dos pais e responsáveis


Prática Educativa de sensibilização e orientação aos Pais e Responsáveis em torno dos mecanismos
de apoio e acompanhamento do projeto de vida dos seus filhos. Acontece na abertura do ano letivo no
primeiro ano de funcionamento da escola, durante 2 horas, e é executada pelos Jovens Protagonistas e/ou
Gestão por meio de programação específica.

60 Secretaria Municipal da Educação (SME)


12. Espaços escolares: cenários de práticas educativas diversas
Acreditamos que todos os espaços da escola podem ser utilizados para ministrar aulas. O espaço
escolar como um todo pode ser visto como um ambiente educativo. Assim sendo, elencamos os espaços
de uso comum pertencentes à escola16 e que podem ser cenário de práticas educativas protagonizadas por
professores, alunos e demais sujeitos que possam contribuir com o projeto de vida dos nossos estudantes. O
uso desses espaços, com as mais diversas finalidades, vai proporcionar um sentimento maior de pertencimento
e de apropriação por parte dos alunos. Segue a lista dos espaços escolares identificados por nós:
• Ateliê: O espaço tem como objetivo tornar-se um ambiente propício à criação artística e
desenvolvimento das potencialidades dos indivíduos que transitam diariamente na escola. Está alicerçado
na ação prática de edificar e gerenciar as atividades tanto quanto compreender os diálogos possíveis com
os frequentadores da escola. É um ambiente para estimular a vontade de criar e onde se pode experimentar,
manipular e produzir um ou mais tipos de arte;
• Auditório: O Auditório é um espaço com amplo potencial para práticas educativas interdisciplinares,
pois acomoda mais de uma turma por vez, o que possibilita a junção de turmas diferentes, com professores
de disciplinas distintas, mas com planejamento em comum. Ademais, esse ambiente pode ser utilizado para
palestras, reuniões, apresentações de dança, teatro, exibição de filmes, dentre outros;
• Biblioteca: A Biblioteca desempenha um papel relevante no processo de formação dos estudantes e
deve estar integrada ao conjunto de ações das práticas pedagógicas. Este espaço deve ser uma referência
para a promoção da leitura, como também para a aquisição e a construção do conhecimento através da
realização de pesquisas escolares, melhoria da capacidade de escrita, da argumentação, da diversificação
do vocabulário e de outras competências essenciais para a formação humana e acadêmica do jovem.
Como ambiente de formação, a Biblioteca deve ser fonte de experiência e de conhecimento, de
exercício da cidadania e de formação para toda a vida da comunidade escolar: educadores, estudantes e
suas famílias;
• Brinquedoteca: O principal objetivo desse espaço é possibilitar a evolução mental, psicológica,
social e física do estudante por meio do lúdico. Nesse espaço, são desenvolvidas brincadeiras e jogos que
estimulem o raciocínio lógico, a coordenação motora e a criatividade das crianças. Assim como vivências
que permitam aos estudantes a prática de valores como a partilha, a cooperação e o diálogo;
• Laboratório de Ciências: O Laboratório de Ciências deve ser visto, potencialmente, mais que como
um recurso didático. Ele é, em essência, um espaço de ressignificação da experiência. As práticas nele
desenvolvidas devem permitir ao estudante uma ampliação do grau de compreensão do mundo que o cerca
e do seu cotidiano, dando-lhe suporte conceitual e procedimental para enxergar o seu entorno e encontrar
explicações. Esse ambiente é uma ferramenta a mais para desenvolver o letramento científico dos alunos;
• Laboratório de Informática: O Laboratório de Informática é um espaço de vital importância para
que o estudante seja um atuante construtor do próprio conhecimento, exercendo a sua autonomia na busca
por aprendizagem, bem como sob orientação do professor. Nesse ambiente, podem ser realizadas as mais
diversas práticas educativas, tanto da base comum, como da parte diversificada;
• Laboratório de Matemática: O Laboratório de Matemática é um espaço potencial para realizar
práticas educativas que estimulem os estudantes a adquirir conhecimentos matemáticos fundamentais,
bem como reconhecer a presença cotidiana da Matemática em suas vidas. Além disso, é também nesse
ambiente que os estudantes vão aliar a prática à teoria, descobrindo que a ciência se faz em todas as áreas;
• Pátio: O Pátio é cenário da interação entre alunos, professores, gestão, funcionários e comunidade
escolar como um todo. Contudo, ele não é só um espaço para brincadeiras, conversas ou passagem, é,
também, um ambiente para desenvolver práticas educativas. Além de proporcionar a interação entre os

16 Consideramos, nessa seção, todos os ambientes que podem integrar a estrutura escolar. Posto isso, estamos cientes de que cada unidade escolar irá
desenvolver suas práticas educativas conforme sua realidade e os espaços de que dispõe.

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sujeitos que fazem parte da escola, o Pátio pode ser o ambiente em que se desenvolve uma aula de leitura,
uma roda de conversa, uma aula de campo, uma aula de medidas e formas geométricas, dentre outras;
• Quadra Poliesportiva: A Quadra Poliesportiva é, em um primeiro momento, vista como um espaço
reservado para as aulas de Educação Física. Essa visão não está equivocada, porém, esse ambiente não se
restringe a um componente. A Quadra Poliesportiva pode ser o espaço para as acolhidas diárias, gincanas
e eventos escolares, aulas de todos os demais componentes, desde que pensados e previamente planejados
para esse ambiente;
• Refeitório: O Refeitório é um espaço que, geralmente, é ocupado por um curto período e que fica
ocioso por muito tempo. No entanto, considerando que todos os espaços da escola devem ser pedagógicos,
esse é um ambiente que pode, seguramente, ser palco de práticas educativas de todos os componentes
curriculares, sejam eles da Base Nacional Comum, Parte Diversificada ou Atividades Complementares.
Nesse espaço, podem ser realizadas aulas, apresentações, trabalhos em grupo, pesquisa, dentre outros;
• Sala de aula: A Sala de Aula é o espaço no qual acontece, na maioria das vezes, a interação
entre o professor e os alunos. O mais importante a se destacar sobre esse ambiente é a sua flexibilidade:
de organização (fileiras, círculo, células etc.); de uso (aulas, reuniões, exposições etc.); de decoração
(trabalhos produzidos pelos alunos, informes, mapa de sala, contrato de convivência etc.). Posto isso, o que
se quer enfatizar é que um espaço com usos e organização já estabelecidos em um senso comum, pode ser
ressignificado pelos sujeitos que nela atuam, principalmente, alunos e professores;
• Sala de Inovação: A Sala de Inovação é um espaço pensado para potencializar a realização de
práticas educativas inovadoras, utilizando as Tecnologias Digitais de Informação e de Comunicação (TDICs).
Dentre as possibilidades ofertadas por esse ambiente, temos a aproximação do processo de ensino ao
cotidiano dos alunos, que, em sua maioria, convivem com as TDICs fora do ambiente escolar. A Sala de
Inovação promove, ainda, o conhecimento de usos mais efetivos das tecnologias, tais como: metodologias
diferenciadas de pesquisa, aprendizagem, produção de conhecimento e interação. Esse será mais um
espaço de inclusão dos estudantes, inserindo-lhes, de forma mediada, na sociedade tecnológica, que é uma
tendência crescente atualmente;
• Sala de Recursos Multifuncionais: A Sala de Recursos Multifuncionais tem o objetivo de potencializar
o processo de ensino e aprendizagem dos alunos com deficiência ou com altas habilidades. Esse espaço visa
promover condições de acesso, aquisição de conhecimento e participação no ensino regular dos alunos
atendidos nesse espaço. Importante destacar que não é um local para reforço e não substitui as atividades
regulares desenvolvidas pelos demais professores, mas sim um espaço a mais para promover a real inclusão
dos estudantes nele atendidos.

62 Secretaria Municipal da Educação (SME)


13. Equipe de profissionais das ETIs
A proposta de trabalho da Secretaria Municipal da Educação de Fortaleza (SME), na perspectiva de
garantir educação em tempo integral traz, no seu quadro funcional, profissionais que têm por objetivo
apoiar os trabalhos, dando suporte gerencial e pedagógico. Esses profissionais funcionam como elementos
facilitadores de apoio ou assessoramento. Seus integrantes são educadores, sobretudo pelo exemplo que
devem representar perante a comunidade; são parceiros, porque estão comprometidos com a proposta de
educação em tempo integral da SME e do projeto escolar, sendo corresponsáveis, pois seu papel proverá os
meios necessários para que a atividade fim alcance os resultados a serem compartilhados por todos.
As atribuições das funções e cargos na ETI seguem a Lei Municipal 169 de 2014, a qual, dentre outras
providências, dispõe sobre a gestão democrática e participativa da Rede Pública Municipal de Ensino de
Fortaleza.
Os cargos existentes nas Escolas Municipais de Tempo Integral são:
• Diretor(a) Escolar;
• Coordenador(a) Pedagógico(a);
• Coordenador(a) Administrativo Financeiro (CAF);
• Secretário(a) Escolar;
• Apoio Administrativo;
• Articulador(a) de Aprendizagem;
• Professor(a) Coordenador(a) de Área;
• Professor(a) Multidisciplinar;
• Profissional da Biblioteca;
• Suporte Pedagógico;
• Assistente de Laboratório;
• Assistente da Sala de Inovação.

Guia Informativo para o Desenvolvimento da Rotina Pedagógica nas ETIs de Fortaleza 63


Referências
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66 Secretaria Municipal da Educação (SME)

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