Você está na página 1de 23

2016 Manual de Orientações – Máquinas Elétricas e Acionamentos - Transformadores

MANUAL DE
INSTRUÇÕES
MÁQUINAS ELÉTRICAS E ACIONAMENTOS-
TRANSFORMADORES
Situação Desafiadora – Desmontagem, Enrolamento e
Montagem de transformador monofásico

Serviço Nacional de aprendizagem industrial


NSE - DR-SP
17/03/2016
1
Manual de Orientações – Máquinas Elétricas e Acionamentos - Transformadores

© 2016. SENAI – Departamento Regional de São Paulo

Este manual foi elaborado sob a coordenação do Núcleo de Supervisão Educacional,


com a participação dos seguintes CFPs: 1.06, 1.12, 1.18, 1.22, no intuito de auxiliar os
docentes durante o desenvolvimento do Curso: CAI -Eletricista de Manutenção
Eletroeletrônica e CAI - Eletricista Industrial.

Equipe responsável:

Elaboração - 2016 Demetrius Santos CFP-1.22


Manoel Francisco Pansani CFP-1.22
Tarciano Carlos Pereira CFP-1.12

Revisão - 2016 Marcio Cerqueira Carneiro CFP-1.06


Rogério Rossi de Almeida CFP-1.06
Celso Luiz Sais CFP-1.12

Supervisão - 2016 Anderson de Moraes amoraes@sp.senai.br


Antonio Marcos Costa antonio.costa@sp.senai.br
Antonio Carlos Pontieri apontieri@sp.senai.br
Marcos Cesar Paulino mpaulino@sp.senai.br

SENAI
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Regional São Paulo

Diretoria Técnica
Núcleo de Supervisão Educacional

2
Manual de Orientações – Máquinas Elétricas e Acionamentos - Transformadores

Sumário

A – DESCRIÇÃO

B - RECURSOS FÍSICOS E MATERIAIS


B1- RELAÇÃO DE FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS
B2- RELAÇÃO DE MATERIAIS E INSUMOS
B3 - SEGURANÇA

C – ORIENTAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL


C1 – DESCRIÇÃO DE OPERAÇÕES E ATIVIDADES

1. Desmontagem do núcleo do transformador;


2. Desenrolar bobina do transformador;
3. Cálculo para pequenos transformadores;
4. Enrolar bobina do transformador;
5. Montagem do transformador;

D – DICAS E DIFICULDADES

E– APÊNDICES

3
Manual de Orientações – Máquinas Elétricas e Acionamentos - Transformadores

A – DESCRIÇÃO

Esse manual é parte de um processo para tornar uniforme o desenvolvimento das


capacidades propostas para o Curso de Aprendizagem Industrial, atendendo ao
exposto no Plano de Curso e nas diretrizes da Metodologia SENAI de Formação
Profissional (MSEP).

Tem a função de nortear os procedimentos para a realização da prática profissional em


máquinas elétricas estáticas aplicadas à unidade curricular Máquinas Elétricas e
Acionamentos, cujo objetivo é proporcionar a aquisição de capacidades técnicas
relativas às características construtivas, funcionais e conexões de transformadores,
bem como, o desenvolvimento de capacidades sociais, organizativas e metodológicas
adequadas a diferentes situações profissionais, observando os critérios de segurança,
saúde e meio ambiente.

Sendo assim, o aluno realizará uma Situação Desafiadora Formativa (SDF), que
consiste na desmontagem, bobinagem e montagem de um transformador monofásico,
para compreender as características construtivas de máquinas elétricas estacionárias,
desenvolver habilidades psicomotoras e cognitivas. Durante esse processo, o
docente, por meio de conhecimentos teóricos e práticos, orienta, acompanha e
avalia o aluno na realização da desmontagem, bobinagem e montagem do
transformador, com vistas ao desenvolvimento das capacidades técnicas,
sociais, organizativas e metodológicas.

Tempo previsto: 20 aulas

Situações Curso
Desafiadoras Técnico Aprendizagem Industrial
(cargas horárias dada em aulas) 2º Semestre 2º Semestre 3º Semestre
Enrolar de Trafo ---- 20 ----
Ensaiar Trafo 32 32 ----
Ensaiar Sistema de Partida 128 108 20
Operações Mecânicas 40 ---- 40
Montar Painel 1 60 ---- 60
Montar Painel 2 ---- ---- 24

4
Manual de Orientações – Máquinas Elétricas e Acionamentos - Transformadores

B – RECURSOS FÍSICOS E MATERIAIS

Considerando uma turma de 16 alunos faz-se necessária a seguinte lista.

B1- RELAÇÃO DE FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS

Qtd. Descrição
8 Alicate universal 8”
8 Alicate de bico meia cana 6”
8 Alicate de corte diagonal 6”
8 Chave de fenda com haste isolada 3 x 100 mm (1/8” x 4”)
8 Chave de fenda com haste isolada 5 x 100 mm (3/16” x 4”)
8 Chave de fenda com haste isolada 6 x 150 mm (1/4” x 6”)
8 Chaves de fenda cruzada com haste isolada 3 x 100 mm
8 Chaves de fenda cruzada com haste isolada 5 x 100 mm
8 Chaves de fenda cruzada com haste isolada 6 x 150 mm
8 Ferro de solda - tipo machadinha
8 Bobinadeira manual
X Macete de borracha
X Chaves tipo canhão
X Chaves fixas ou combinadas

B2 – RELAÇÃO DE MATERIAIS E INSUMOS

Qtd. Descrição
8 Transformador monofásico 110/220V – 12/24V – xx VA
X Fio magnético
X Papel isolante
X Espaguete termo retrátil
X Fita isolante

B3 – SEGURANÇA

 Óculos de segurança,
 Calçado de segurança;
 Luva com Poliuretano (PU) ou pigmentada.

5
Manual de Orientações – Máquinas Elétricas e Acionamentos - Transformadores

C – ORIENTAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

O docente deverá realizar o seu planejamento utilizando-se as Situação Desafiadoras


Formativa e Somativa para compor as Situações de Aprendizagem (SAP), podendo
adequá-las em função da regionalidade de cada unidade escolar.

Segundo o disposto na MSEP, a SAP deverá ser contextualizada com situações do


mercado de trabalho e os alunos deverão ter acesso a seleção de capacidades e
conhecimentos relacionados na SAP e a tabela de critérios de avaliação. Dessa forma,
ficará claro para docente e aluno de que forma se dará a avaliação desse processo.

Durante a realização da SDF, o docente deve orientar o aluno enfatizando os pontos


chaves de cada passo, mediá-lo e acompanhá-lo a fim de corrigir falhas de
entendimento, auxiliar nas dificuldades e aplicar recuperação imediata sempre que
necessário. Nesse momento, é interessante que sejam criadas condições para que o
aluno se auto-avalie.

6
Manual de Orientações – Máquinas Elétricas e Acionamentos - Transformadores

C1 – DESCRIÇÃO DE OPERAÇÕES E ATIVIDADES

Durante o processo de desenvolvimento da SDF, o docente chama os alunos para


refletir sobre uma situação real de trabalho na qual se deve seguir uma sequência de
operações que culminarão na identificação, conexões, montagem e funcionamento de
máquinas elétricas estacionárias.

A MSEP prevê a mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes na busca da


competência profissional. Isto posto, é interessante que a SDF ocorra em etapas, ou
seja, a realização dos passos do processo deve permitir ao aluno, logo após um
conjunto de conhecimentos, fazer uso na aula prática de modo a construir o seu
aprendizado e o atingimento das capacidades técnicas, sociais, organizativas e
metodológicas.

Assim sendo, o procedimento para enrolamento do transformador foi dividido em


passos:

1. Desmontagem do núcleo do transformador;


2. Desenrolar bobina transformador;
3. Exemplo para cálculo de pequenos transformadores;
4. Enrolar bobinas do transformador;
5. Montagem do transformador.

7
Manual de Orientações – Máquinas Elétricas e Acionamentos - Transformadores

1. Desmontagem do núcleo do transformador

Esta etapa consiste em desmontar o núcleo do transformador, utilizando as


ferramentas e procedimentos adequados.

Nota 1:

É interessante que os alunos comecem a se familiarizar com ferramentas como chaves


fixas, combinadas, tipo canhão e outras, portanto, é importante que o docente
oportunize aos alunos o uso desse ferramental, utilizando-se de técnicas e segurança
adequada.

2. Desenrolar bobina do transformador

Desenrole a bobina e complete as seguintes anotações

 Número de espiras;

 Número de camadas e números de espiras por camada;

 Material empregado na isolação,

 Bitola do fio.

Nota 2:

As bobinas devem ser desenroladas e o fio recolhido em local adequado, pois pode ser
reutilizado.

3. Cálculo para pequenos transformadores

O cálculo para pequenos transformadores podem ser feitos a partir de dois dados
diferentes. A primeira possibilidade é partindo de uma potência requerida, ou seja,
dada uma carga com potência conhecida, devemos dimensionar o transformador para
aquela carga. Uma outra possibilidade é partir de um transformador já construído,
iremos refazer o enrolamento original e determinar a potência deste transformador.

8
Manual de Orientações – Máquinas Elétricas e Acionamentos - Transformadores

Nota 3:

O objetivo deste passo é somente que o aluno tenha uma “idéia” de como esse
processo se dá, e não torna-lo um projetista de transformadores, neste momento
estamos buscando desenvolver os raciocínio lógico a organização e ainda levando o
mesmo a compreender as relações entre enrolamentos primário e secundário.

4. Enrolar bobina do transformador

Você irá enrolar a bobina do transformador, iniciando pelo enrolamento primário, de


acordo com os dados obtidos durante sua desmontagem ou por meio dos cálculos
teóricos.

Nota 4:
Neste momento e imprescindível desenvolver no aluno a capacidade de concentração
e cuidado no manuseio dos fios magnéticos, assim como a forma com que desenvolve
habilidades manuais.

5. Montagem do transformador

Esta etapa consiste em montar o núcleo do transformador junto as bobinas, utilizando


as ferramentas e procedimentos adequados.

9
Manual de Orientações – Máquinas Elétricas e Acionamentos - Transformadores

2. CRONOGRAMA

Aulas Capacidades Conhecimentos Prática

1. Identificar características das


máquinas elétricas e suas
conexões, conforme
Conhecimentos
especificações técnicas;
Desmontar, rebobinar e
SDF 20 aulas

 Transformadores: montar Trafo monofásico.


20 aulas

1. Capacidade de organização
 Monofásico: ANEXO 1 – procedimentos
2. Demonstrar consciência para desmontagem,
 Características;
prevencionista em relação à bobinagem e montagem de
 Tipos:
saúde e segurança no transformadores
 Ligações;
trabalho e meio ambiente
 Especificação.
3. Demonstrar raciocínio lógico

10
Manual de Orientações – Máquinas Elétricas e Acionamentos - Transformadores

D. DICAS E DIFICULDADES

1. É imprescindível que o docente aborde os conceitos teóricos sobre transformadores


antes de iniciar a prática recomendada (desmontar e enrolar transformadores).

2. O docente deve orientar os alunos quanto aos riscos físicos ao manusear as chapas
metálicas do núcleo do transformador.

3. Fica a critério do docente se o transformador a ser enrolado terá as mesmas


características do que foi desmontado ou se realizará os cálculos para um novo
projeto.

4. O transformador utilizado neste Manual está vinculado ao Manual de Orientação de


Ensaios.

5. O exemplo de Dimensionamento de Transformador Monofásico deste manual foram


utilizados transformadores com dois primários e dois secundários, porém a unidade
escolar que possuir um transformador com configurações diferentes deverá adaptar
os seus recursos aos ensaios previstos.

6. Recomenda-se a utilização de um suporte isolante fixo ao transformador para


colocação dos bornes de ligação.

11
Manual de Orientações – Máquinas Elétricas e Acionamentos - Transformadores

E – APÊNDICES

Ordem de Serviço da Situação Desafiadora Formativa (SDF) - OS Nº01_BOB_SDF

Tabela AWG x Densidade de corrente

Procedimento para bobinagem do trafo monofásico

12
Maq Serv Av. Central, Nº 1215

Transformadores São Paulo – SP

ORDEM DE SERVIÇO Nº: 01_BOB_SDF

CLIENTE:

ENDEREÇO: Nº COMPLEMENTO:

BAIRRO: CIDADE: ESTADO:

TELEFONE RES.: ( ) TELEFONE CEL.: ( ) E-MAIL:

PONTO DE REFERÊNCIA:

RESPONSÁVEL NO LOCAL:

INDUSTRIAL INSTALAÇÃO NOVA


TIPO DE TIPO DE
PREDIAL MANUTENÇÃO
INSTALAÇÃO SERVIÇO
ELETRÔNICA REFORMA / RETROFITING

DESCRIÇÃO DO SERVIÇO

Realizar o bobinagem do transformador monofásico.

AUTORIZAÇÃO

AUTORIZO O SR. (A), ,PROFISSIONAL, IDENTIFICADO PELO CRACHÁ E UNIFORME


DA EMPRESA, A ASSUMIR SUAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS CONFORME ESTA ORDEM DE SERVIÇO.

OBSERVAÇÕES

PERÍODO AUTORIZADO PARA A REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

INÍCIO: __/__/____ TÉRMINO PREVISTO: __/__/____ HORÁRIO DE TRABALHO: DAS __H__MIN às __H__MIN

NOME: _____________________________________________________________________________

EXECUTANTE NOME:

ASSINATURA: DATA DO TÉRMINO:

NOME:
VALIDAÇÃO
ASSINATURA DATA: __/__/____
TABELA AWG X DENSIDADES DE CORRENTE

Bitola Resistência Correntes admissíveis para as densidades


Diâmetro Seção
do fio em Ω/Km
em mm em mm2 1A/mm2 2A/mm2 3Amm2 4A/mm2 5A/mm2
AWG no a 20ºC
8 3,21 8,37 2,07 8,37 16,74 25,11 33,48 41,85
9 2,91 6,63 2,59 6,63 13,26 19,89 26,52 33,15
10 2,59 5,26 3,27 5,26 10,52 16,78 21,04 26,30

11 2,30 4,17 4,15 4,17 8,34 12,51 16,08 20,85


12 2,05 3,31 5,22 3,31 6,62 9,93 13,24 16,55
13 1,83 2,62 6,56 2,62 5,24 7,86 10,48 13,10

14 1,63 2,08 8,26 2,08 4,16 6,24 8,32 10,40


15 1,45 1,65 10,40 1,65 3,30 4,95 6,60 8,25
16 1,29 1,31 13,20 1,31 2,62 3,93 5,24 6,55

17 1,15 1,04 16,60 1,04 2,08 3,12 4,16 5,20


18 1,02 0,82 21,10 0,82 1,64 2,46 3,28 4,10
19 0,91 0,653 26,50 0,653 1,306 1,959 2,612 3,265

20 0,81 0,518 33,50 0,518 1,036 1,554 2,072 2,590


21 0,72 0,410 42,30 0,410 0,820 1,230 1,640 2,050
22 0,64 0,326 53,60 0,326 0,652 0,978 1,250 1,630

23 0,57 0,2552 57,60 0,2552 0,5104 0,7656 1,0208 1,2760


24 0,51 0,2043 84,40 0,2043 0,4086 0,6129 0,8172 1,0215
25 0,45 0,1590 108,40 0,1509 0,3180 0,4770 0,6360 0,7950

26 0,40 0,1256 137,0 0,1256 0,2512 0,3768 0,5024 0,6280


27 0,36 0,1018 169,0 0,1018 0,2036 0,3054 0,4072 0,5090
28 0,32 0,0804 214,0 0,0804 0,1608 0,2412 0,3216 0,4020

29 0,29 0,0660 261,0 0,0660 0,1320 0,1980 0,2640 0,3300


30 0,25 0,0491 351,0 0,0491 0,0982 0,1473 0,1964 0,2455
31 0,23 0,0415 415,0 0,0415 0,0830 0,1245 0,1660 0,2075

32 0,20 0,0314 549,0 0,0314 0,0628 0,0942 0,1256 0,1570


33 0,18 0,0254 679,0 0,0254 0,0508 0,0762 0,1016 0,1270
34 0,16 0,0201 858,0 0,0201 0,0402 0,0603 0,0804 0,1005

35 0,14 0,0154 1119,0 0,0154 0,0308 0,0462 0,0616 0,0770


36 0,13 0,0132 1306,0 0,0132 0,0261 0,0396 0,0528 0,0660
37 0,11 0,0095 1815,0 0,0095 0,0190 0,0285 0,0380 0,0475

38 0,10 0,0078 2210,0 0,0078 0,0156 0,0234 0,0312 0,0390


39 0,09 0,0063 2737,0 0,0063 0,0126 0,0189 0,0252 0,0315
40 0,08 0,0050 3448,0 0,0050 0,0150 0,0150 0,0200 0,0250
PROCEDIMENTOS PARA DESMONTAGEM, BOBINAGEM E MONTAGEM
DE TRANSFORMADORES

1. Desmontagem do núcleo do transformador

Esta etapa consiste em desmontar o núcleo do transformador utilizando as


ferramentas e procedimentos adequados.

a. Para desmontar o núcleo laminado solte os parafusos de fixação das


cantoneiras que envolvem o núcleo usando a chave apropriada.

b. Remova as cantoneiras e os calços.

Fig.1: Retirada das cantoneiras do transformador

c. Remova os calços que ficam entre a bobina e o núcleo.

d. Retire as lâminas, alternadamente, usando alicate. Limpe e guarde-as.

Fig.2: Retirada das chapas do núcleo


2. Desenrolar bobina do transformador

a. Desenrole a bobina anotando as seguintes informações:

 Número de espiras;

 Número de camadas e números de espiras por camada;

 Material empregado na isolação,

 Bitola do fio.

Fig.3: Desmontagem da bobina do transformador

3. Cálculo para pequenos transformadores

Os cálculos para pequenos transformadores podem ser feitos a partir de dois


dados diferentes. A primeira possibilidade é partindo de uma potência
requerida, ou seja, dada uma carga com potência conhecida, devemos
dimensionar o transformador para aquela carga. Uma outra possibilidade é
partir de um transformador já construído, iremos refazer o enrolamento original
e determinar a potência deste transformador.

Para determinar as características de um transformador, você precisa de ter


em mãos alguns dados preliminares:

 Potência do enrolamento secundário (PS), este é o primeiro parâmetro que


devemos obter, ou seja, devemos saber a potência da carga que será
alimentada por nosso transformador;

 Tensão no primário (VP), a tensão de alimentação do nosso transformador;


 A frequência da rede (f), a frequência da rede de alimentação do
transformador;

 Densidade de Fluxo ou Indução Magnética (BMáx), que é a propriedade


magnética das chapas de ferro-silício que você dispõe para preencher o
núcleo do transformador, dada em Gauss.

 Tensão no secundário (VS), a tensão de saída do transformador.

 Tabela de fios magnéticos (Anexo 1).

 Área do núcleo (A). Em caso de transformadores já existentes é a área da


forma onde será enrolada as bobinas.

3.1 Roteiros de cálculos


Dada a potência, dimensionar o transformador:

a. Em primeiro lugar, devemos determinar a potência no primário,


considerando a potência do secundário mais 10% de perdas no
transformador:
.
( PS 10 )
PP = PS +
100

b. Vamos agora determinar a área do núcleo, utilizando uma fórmula


empírica:

AL = PS

c. Determinar do número de espiras do enrolamento primário:

VP . 108
NP =
4,44 . Bmáx. . A . f

Onde:
NP = número de espiras no primário
VP = tensão no primário
BMáx = permeabilidade magnética das chapas de ferro-silício (em Gauss)
A = área do núcleo, calculada acima
f = frequência da rede de alimentação do transformador
d. Determinar o número de espiras do enrolamento secundário:
Devemos lembrar que vale a relação de transformação, dada por:

VS NS IP
Rt = = =
VP NP IS

Então:
.
ES NP
NS =
EP

e. Corrente no enrolamento primário:

PP
IP =
VP

f. Corrente no enrolamento secundário:

PS
IS =
VS

g. Determinar a seção do fio do enrolamento primário:

IP
sP =
D

Onde:

SP = seção do fio em mm2


IP = corrente no primário
D = densidade de corrente adotada (entre 1 A/mm2 e 5 A/mm2)

h. Determinar a seção do fio do enrolamento secundário:

IS
sS =
D

Obs.: Podemos utilizar a tabela de fios magnéticos, do anexo 1 deste manual,


para determinar a seção do fio.
3.2 Exemplo de dimensionamento de trafo monofásico 110/220V – 12/24V

Dados do transformador:

Anote as medidas do núcleo na tabela ao lado:

Ponto Medida
a
b
c
d
e
f
g

Carretel: 41x45 mm

BMáx 10000 G

D 3A/mm²

Np1=Np2 280 esp

Ns1=Ns2 31 esp

SP 18 AWG

SS 12 AWG

VP 110/220 V

VS 12/24 V

Rt 0,109

PMáx 217 VA
Área bruta Área líquida
Abruta= AxB Alíq=Abrutax0,80
Abruta= 4,1x4,5 Alíq= 18,45x0,80
Abruta= 18,45 cm² Alíq= 14,76 cm²
Potência do secundário Potência do primário
Ps= Alíq² Pp=Psx1,10
Ps= 14,76² Pp=217,85x1,10
Ps= 217,85 VA Pp= 239,64 VA
Número de espiras dos primários Número de espiras dos secundários

Np1+Np2= 558,94 esp. Ns1+Ns2= 60,97 esp.


Np1+Np2= 560 esp. Ns1+Ns2= 61 esp.
Corrente dos primários Corrente dos primários

Ip1=Ip2= 2,178 A Is1=Is2= 9,07 A


Secção - fio dos primários (mm2) Secção - fio dos secundários (mm2)

Sp1=Sp2= 0,726 mm² = 18 AWG Ss1=Ss2= 3,02mm² = 12 AWG


Espiras por Camada
54,6 mm

16,5 mm

Camada 1 = 120 espiras


1º e 2º Primário = 280 espiras Camada 2= 120 espiras
Camada 3= 40 espiras
Camada 1 = 26 espiras
1º e 2º Secundário = 31 espiras Camada 2= 5 espiras
4. Enrolar bobina do transformador

Você irá enrolar e montar o transformador, iniciando pelo enrolamento primário,


de acordo com os dados obtidos durante sua desmontagem ou por meio dos
cálculos teóricos.
Faça uma listagem de todo o material que você necessitará para enrolar e
montar o transformador.

 Cubra a superfície do carretel com papel isolante antes de iniciar o


enrolamento.

 Solde um cabinho flexível à ponta do fio magnético e isole a emenda com


espaguete plástico de comprimento igual ao do carretel.

 Passe a outra extremidade do cabinho flexível no furo interior da aba do


carretel.

Fig.4: Início do enrolamento da bobina

 Inicie o enrolamento da primeira camada mantendo sempre o fio esticado e


contando a quantidade de voltas, ou seja, o número de espiras.

Observação:
Ajuste os fios bobinados com uma régua plástica ou espátula não metálica.
 Isole a camada terminada colocando uma tira de papel isolante e inicie a
próxima camada repetindo a isolação entre as camadas até completar o
número total de espiras.

Fig.5: Colocação do papel isolante entre as camadas

 Solde um cabinho flexível na extremidade da bobina e isole a emenda com


espaguete plástico.

 Isole totalmente o enrolamento primário, com papel isolante, antes de dar


início ao enrolamento do secundário.

 Inicie o enrolamento do secundário, seguindo o mesmo procedimento


utilizado para o primário.

 Quando faltarem aproximadamente cinco espiras para completar o


enrolamento, coloque um pedaço de fita ou cadarço com laçada e enrole
sobre ele as espiras restantes, solde um cabinho flexível à ponta do fio
magnético e isole a emenda com espaguete plástico de comprimento igual
ao do carretel.

 Cubra totalmente a bobina finalizada com papel isolante.

Fig.6: Saída do fio ao término do enrolamento da bobina


5. Montagem do transformador

 Monte as chapas “E” e “I” na bobina, de forma intercalada.


 Com a utilização de um macete de borracha nivele as chapas.
 Coloque as cantoneiras, fixando-as com parafusos.
 Solde terminais aos fios do primário e secundário do transformador e
conecte aos bornes.

Fig.7: Montagem do transformador concluída

Você também pode gostar