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CAMPINAS – SP
2020
LABORATÓRIO NACIONAL DE LUZ SÍNCROTRON
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Wendell Simões e Silva
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Ingrid David Barcelos
CAMPINAS – SP
2020
Sumário
Introdução ............................................................................................................... 4
Metodologia ............................................................................................................. 6
Resultados e discussão.......................................................................................... 8
Conclusão.............................................................................................................. 19
Referências ............................................................................................................ 20
Introdução
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Além disso, o alinhamento de amostras é importante para estabelecer a
direção cristalográfica que se quer analisar no experimento de ARPES, tornando-se
um fator técnico essencial. Esse alinhamento pode ser feito medindo-se,
indiretamente com a técnica de LEED, o ângulo que a amostra faz com a direção na
zona de Brillouin que se deseja medir a dispersão e, a partir dessa informação,
rotacionar a amostra num instrumento do tipo goniômetro. Como esse procedimento
não demanda incidência de luz síncrotron, economiza-se até cerca de 1h do tempo
de feixe do usuário.
Por outro lado, o alinhamento do feixe de luz na amostra é importante porque
determina a intensidade e resolução do experimento de ARPES. Para isso, faz-se uso
de um laser posicionado na extremidade do analisador, mas que traz algumas
dificuldades e é facilmente desalinhado. Assim, pretende-se utilizar conjuntos ópticos
com câmera e lente para o monitoramento desse alinhamento.
Objetivo geral
O principal objetivo do meu trabalho no estágio foi auxiliar nas tarefas da SAPÊ
e contribuir para o desenvolvimento de projetos e demandas da linha.
Objetivos específicos
Mais diretamente, voltei minha atenção para três principais tarefas, a saber:
1. Desenvolvimento de um projeto de motorização de equipamentos da estação
experimental, principalmente os manipuladores de amostras;
2. Desenvolvimento de um projeto de mesa-goniômetro para alinhamento de
amostras, auxiliado pela técnica LEED;
3. Especificação de conjuntos ópticos (câmera e lente) para alinhamento do feixe
na amostra.
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Metodologia
Procedimentos gerais
A maioria das atividades em home office demandou pesquisa e reuniões.
Assim, mantive contato principalmente com os grupos ILL e IEA, com o Gustavo
Rodrigues, Daniel Modesto e Henrique Canova, para as tarefas de preenchimento da
planilha e intelecção sobre a motorização e automação. Além disso, entrei em contato
com fornecedores para fazer os orçamentos ou pedir alguns desenhos de
equipamentos.
O projeto de motorização exigiu o conhecimento dos eixos de movimentação
dos equipamentos, como o manipulador Carving, o manipulador da câmara de
preparação de amostras, as evaporadoras e o LEED. Também foi necessário
entender o funcionamento dos motores de passo e dos encoders e as principais
grandezas envolvidas na especificação desses componentes, além de alguns
conceitos de metrologia, como precisão, acurácia e repetibilidade. As principais
referências são os sites da Oriental Motors, Kalatec e Renishaw. A partir disso,
elaborei algumas apresentações em power point para organizar as ideias e as
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principais informações e apresenta-las aos grupos específicos que lidam com
automação e controle.
Para a especificação das câmeras e lentes, entrei em contato com o
Francesco Rossi, do IMM, que trabalha com diagnóstico de feixe e entende sobre
escolha de conjuntos ópticos e pude ter um direcionamento. Posteriormente,
pesquisei sobre os parâmetros envolvidos num sistema câmera + lente e, tendo
definido a nossa necessidade de distância de trabalho e resolução, pude pesquisar
alguns modelos comerciais e fazer a escolha, a partir de alguns cálculos realizados e
usando o simulador do site do fornecedor Edmund Optics. Também entrei em contato
com eles, relatei a nossa necessidade e eles indicaram um conjunto e mandaram o
orçamento. Foram especificados conjuntos para duas distâncias de trabalho: 20 cm e
1 m.
Para o projeto de mesa-goniômetro, foi necessário, primeiramente, entender a
aplicação e a necessidade do alinhamento, bem como o procedimento usando a
técnica LEED. Desenhei algumas peças para servirem de design conceitual e
esquematizei a metodologia do alinhamento usando a mesa. Adicionalmente, propus
uma outra ideia, adaptando uma régua angular digital para encaixe do porta-amostras,
a fim de melhorar a precisão na marcação do ângulo de giro. No mais, usei o Inventor
para fazer alguns esboços de peças.
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Resultados e discussão
Atividades gerais
Dentre as atividades realizadas presencialmente, fizemos testes isolados no
capilar de quartzo da lâmpada de He, utilizando a mesa óptica e medindo a
intensidade do laser. Quando girávamos o capilar, foi notada uma queda nessa
intensidade, o que indica que o capilar está torto. Já nos testes de intensidade do
monocromador, ao movimentar os cassetes também era notada essa queda e,
portanto, os cassetes também estão tortos.
Em relação ao Chiller, ele não estava refrigerando e, com isso, a lâmpada
superaquecia e desligava. Foi dada uma carga de gás refrigerante R134A, mas durou
apenas uma semana. Percebeu-se, então, que havia vazamento em uma válvula. O
equipamento foi mandado para manutenção externa, para trocar as válvulas.
Em relação aos testes de Criogenia no Carving, é intuito realiza-los uma outra
vez já no Sirius, a fim de fazer as curvas de resfriamento e aquecimento e calibração
da temperatura, com a descrição técnica do procedimento e resultados.
Das atividades de manutenção destaco o aprendizado relacionado a sistemas
de vácuo e criogenia, principalmente sobre componentes de vácuo: bombas,
medidores de pressão, manuseio, padronizações, segurança e descarte de peças.
A planilha de controle do IEA para a linha SAPÊ está no link abaixo. Ela foi
preenchida seguindo a apresentação dos componentes da linha que eu montei, cujo
link está também abaixo:
SAPE_Control.xlsx (sharepoint.com)
SAPE - COMPONENTES.pptx (sharepoint.com)
O próximo passo para o preenchimento é colocar todos os motores e
encoders, desde o front-end até a estação experimental. Além disso, é necessário
checar se os modelos e especificações dos equipamentos estão corretos,
acrescentando todos os componentes que demandam potência elétrica e
controladores. Como a linha ainda está em fase de projeto, novos equipamentos estão
sendo comprados e mudanças são feitas continuamente. Por isso, a planilha deverá
ser atualizada periodicamente, mantendo contato com o Gustavo Rodrigues e o
projetista da linha Daniel Modesto.
Da atividade de preenchimento da planilha de controle e da montagem da
apresentação, destaco o aprendizado em relação aos equipamentos e componentes
da linha SAPÊ, em que pude ter uma boa noção de como é o andamento do projeto
da linha, o funcionamento e propósito de alguns equipamentos e como está
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organizada a distribuição de tarefas entre os grupos do LNLS. Também pude aprender
a usar os softwares do Inventor e Vault.
Os manuais do ARPES foram organizados no Sharepoint do grupo SAPÊ no
link: Grupo SAPÊ - Manuals - Todos os Documentos (sharepoint.com)
Sugiro que todos os manuais de equipamentos, tanto do ARPES quanto do
sistema anexo sejam organizados em pastas dentro desse diretório “Manuals”, para
facilitar o acesso e evitar que algum documento se perca.
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Tabela 2 – Motores e encoders especificados.
Fabricante Motor Fabricante Encoder
Motor X Kalatec HT23-401 Renishaw Resolute RELA30
Motor Y Kalatec HT23-401 Renishaw Resolute RELA30
Motor Z Kalatec KML092F07 Renishaw Resolute RELA30
Motor Polar Kalatec KML092F07 Renishaw Resolute RESA30
Motor Azimuth Kalatec HT23-401 Renishaw Resolute RESA30
Motor Tilt Kalatec HT23-401 Renishaw Resolute RESA30
Fonte: Autor
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a metrologia e os testes. Finalizado isso, será necessário fazer o projeto dos
interlocks, ou seja, a comunicação entre os eixos de movimentação de diferentes
equipamentos e os sensores (de vácuo, temperatura, etc.), a fim de garantir as
condições de operação dos sistemas e a segurança.
Os contatos principais são com o Gustavo Rodrigues, para a escolha dos
motores e encoders e com o Henrique Canova para a escolha de controladores.
Espera-se poder motorizar e automatizar esses equipamentos tão logo se
inicie o comissionamento da estação experimental. Até lá, os eixos de movimentação
podem ser manipulados manualmente, para fins de testes.
Acrescento o aprendizado em relação a motores de passo e encoders,
incluindo as especificidades técnicas dentro de um projeto de motorização e
automação, bem como alguns conceitos de metrologia e interlocks.
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ao fato de que o laser é facilmente desalinhado, essa câmera otimizaria o processo
de alinhamento. Após a especificação de alguns modelos comerciais, foi escolhida a
câmera Basler Ace acA3088-57um USB 3.0 Monochrome Camera e a lente de
distância focal fixa da TechSpec 100 mm C Series. Para esse sistema, o tamanho de
pixel esperado calculado é de 23,2 µm. Assim, sugere-se que o feixe seja aumentado
para, pelo menos, duas vezes esse valor, para a primeira visualização, enquanto que
a câmera a 20 cm dará mais detalhes. No mais, vale ressaltar que essa é uma
tentativa de otimização e, por isso, será necessário testar o conjunto dentro do prazo
de devolução, no caso de não ser bem sucedido.
Foram calculadas algumas grandezas para esse sistema (WD = 1 m) e os
resultados estão na Tabela 5 abaixo:
Tabela 5 – Parâmetros do sistema óptico especificado.
HFOV 71,6 mm
Tamanho do sensor 7,41 mm
Tamanho de pixel esperado 23,2 µm
Resolução espacial do objeto 23,3 µm
PMAG 0,103 X
Distância focal 103,5 mm
Fonte: Edmund Optics / Autor
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Projeto de mesa-goniômetro
O objetivo da mesa-goniômetro é fazer o alinhamento de amostras após obter
indiretamente o ângulo de rotação na figura de LEED.
O porta-amostras (Figura 1) consiste numa base tipo flag, com uma usinagem
circular no centro onde é encaixado um disco de cobre, por cima do qual é colada ou
fixada a amostra. O disco de cobre é fixado com parafusos e contém dois riscos
marcados em formato de cruz simétrica, com a intersecção cruzando o centro. Um
dos riscos é alinhado à "orelha" da base tipo flag, de forma a servir de referência para
o ângulo de alinhamento.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
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Uma haste metálica fina liga o porta-amostras ao goniômetro e indica o ângulo
necessário para girar a placa de cobre. A haste é fixada à mesa por um conjunto de
peças rosqueadas, podendo ser removida ou afrouxada. O conjunto encaixa no vão
da mesa de tal maneira que possui liberdade para mover-se em torno dela. A haste
tem um comprimento que vai desde o marcador até a circunferência da região onde
é posicionado o disco de cobre.
O procedimento para o alinhamento na mesa está esquematizado na Figura 3
e consiste nas seguintes etapas:
1. Retirar ou afrouxar a haste para conseguir encaixar o porta-amostras;
2. Com uma pinça, posicionar o porta-amostras no espaço adequado no centro
da mesa, de tal maneira que a haste metálica fique por cima da "orelha" da
base tipo flag e colinear com o risco do disco de cobre, na posição 0º;
3. Retirar, com cuidado, os parafusos de fixação do disco de cobre à base do
porta-amostras, mantendo a peça posicionada e rotacionar a haste metálica
até a posição do ângulo de giro necessário observado na imagem do LEED;
4. Girar o disco de cobre, sem mexer na base do porta-amostras, de tal maneira
que o risco fique novamente colinear com a haste metálica, na nova posição
angular desejada;
5. Fixar o disco com os parafusos;
6. Com uma pinça, retirar o porta-amostras da mesa.
Fonte: Autor
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Um esboço mais representativo está na Figura 4. Para que a haste não fique
muito comprida, a mesa foi projetada para ter um diâmetro em torno de 15 cm,
podendo comportar um transferidor comercial padrão. As dimensões do porta-
amostras são de, aproximadamente, 2 cm, o que justifica a necessidade de manipulá-
lo com uma pinça.
Fonte: Autor
Fiz alguns desenhos no Autodesk Inventor para ilustrar melhor a ideia. A base
da mesa-goniômetro tem altura adequada para que o vão de coroa circular tenha a
profundidade suficiente para comportar a peça móvel sobre a qual a haste é fixada. A
profundidade da área onde o porta-amostras é fixado é igual à sua espessura: 1 mm.
O transferidor é colado por cima da base, de forma que coincida com a circunferência
externa da mesma. O desenho 3D está representado na Figura 5. A base pode ser
fabricada com um polímero resistente por manufatura aditiva numa impressora 3D ou
outro processo conveniente. É intuito que isso seja feito na oficina do LNLS.
A haste metálica é fixada à base por um conjunto de peças representadas na
Figura 6. A base do pino tem a forma exata para encaixar no vão, sem deixar que o
conjunto balance, porém tem liberdade para movimentar-se dentro dele. A rosca, o
conector e a arruela permitem afrouxar ou desencaixar a haste da mesa, facilitando a
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fixação do porta-amostras, bem como apertar a haste para que ela fique estática. Isso
permite fixá-la no ângulo de que precisar.
Fonte: Autor
Figura 6 – Desenho 3D esquemático das peças de encaixe da haste. O pino abaixo possui
uma base que se move dentro do vão da base da mesa. A rosca permite afrouxar ou retirar
haste.
Fonte: Autor
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cor e espessura que a marcação nesse e a que alinha com o risco na chapa de cobre
siga o mesmo critério. No entanto, acredita-se que tais erros não sejam decisivos para
inviabilizar o alinhamento.
Figura 7 – Esquema do alinhamento usando a régua digital. (a) risco da chapa de cobre
alinhado com a régua fixa; (b) risco da chapa de cobre alinhado com a régua móvel girada.
Fonte: Autor
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haste deverá ser posicionada quando a régua móvel já estiver girada. A representação
disso está na Figura 9.
Figura 8 – Esquema para adaptar a régua com uma peça suporte do porta-amostras.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Uma vez que a régua móvel fica embaixo da régua fixa, duas soluções são
possíveis para a adaptação da haste: (a) uma haste removível, que deverá ser
posicionada apenas quando a régua móvel já estiver girada. Para tal, pode-se fazer
uma usinagem na régua móvel, como um furo ou um vão quadrado, com as medidas
da base da haste, de maneira a encaixá-la; ou (b) uma haste fixa. Para tal, pode-se
recortar na régua fixa um pedaço retangular aberto num lado, com a largura da base
da haste, para servir de entrada para a haste. Essa segunda ideia possui a vantagem
de prevenir que a haste seja perdida.
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Conclusão
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Referências
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