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FICHA DE LEITURA
Título do livro
Referência completa
Ana Claudia Quintana Arantes, lançou o livro em 2016, a versão lida foi em PDF, sem
referência de editora ou edição.
Tema da Obra
A autora aborda o tema do envelhecer e morrer. De forma simples ela relata sua
trajetória profissional e o que a levou trabalhar com os cuidados paliativos dentro de sua
especialidade que é a geriatria. O livro traz o tema morte, mas na realidade, Ana Cláudia, fala
muito mais a respeito da vida e o seu real sentido. Também traz como cada pessoa lida com
sua finitude e as crenças que existem em torno dela.
Portaria n° 655, de 12 de agosto de 2020, publicada no Diário Oficial da União em 13 de agosto de 2020.
www.cesuca.edu.br
Personagem/personagens principais
Durante a leitura a autora cita alguns personagens, como sua avó, no início do livro, e
o médico que a cuidava, que se chamava Dr. Aranha. Ana Cláudia era criança quando teve
contato com este médico. Ela o descreve como: “Lembro-me dele como uma visão quase
sobrenatural, angelical. Um homem grande, de cabelos grisalhos penteados para trás
cuidadosamente com Gumex (ARANTES, 2016 p. 11).” Observando os cuidados que do Dr.
Aranha tinha com a sua avó, despertou a vontade daquela menina de apenas cinco de ser
médica quando se tornasse adulta.
Outros personagens encontrados na narrativa do livro, foram alguns pacientes
terminais, dos quais ela trouxe como exemplo para falar dela mesmo, ou seja, como ela lidou
com cada situação ao longo de sua carreira.
Resumo da Obra
A obra está estruturada por temas pertinentes ao que a autora quer transmitir quando
fala da morte, mas boa parte da escrita, ela conta como foi sua trajetória, e sua busca por
respostas ao que não aceitava como “normal” dentro da medicina, como por exemplo, não
haver determinados manejos de lidar com a finitude, como as pessoas não podem fazer nada
para amenizar a dor dos pacientes? Como invisibilizar o sofrimento do outro e até mesmo
normalizar esta situação? Como não amenizar a dor? E não apenas a dor física, outras dores
como a dor emocional e até mesmo a dor espiritual.
A autora também traz nesta obra o tabu que as pessoas têm em relação a morte, e o
quanto choca ela se apresentar como uma pessoa que trabalha com gente que está morrendo.
Não estamos e não somos preparados desde a infância para falar ou lidar com a morte, não
sabemos lidar com o luto. Refutamos o tema, afastamos de todas as formas tudo o que
envolve a finitude, como a doença e a velhice.
Durante a leitura são tratados temas de como lidamos como as nossas relações sociais,
nossa família, nosso trabalho, nossas crenças... E em uma passagem se fala que nós passamos
a vida tentando ganhar. Vamos atrás de cursos, palestras, livros e hoje em dia dos famosos
Portaria n° 655, de 12 de agosto de 2020, publicada no Diário Oficial da União em 13 de agosto de 2020.
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podcast para aprendermos técnicas que nos ensinem a ganhar, porém, não falamos de perder.
Ninguém fala a respeito do perder, e quando acontece uma perda, seja de bens materiais ou de
pessoas, entramos em profundo processo de sofrimento, pois não nos preparamos para isso.
Pensamos apenas em ganhar e nos preparamos para perder, talvez esta, seja uma das mais
importantes passagens desta leitura.
Sempre digo que medicina é fácil. Chega a ser até simples demais perto da
complexidade do mundo da psicologia. No exame físico, consigo avaliar quase todos
os órgãos internos de um paciente. Com alguns exames laboratoriais e de imagem,
posso deduzir com muita precisão o funcionamento dos sistemas vitais. Mas,
observando um ser humano, seja ele quem for, não consigo saber onde fica sua paz.
Ou quanta culpa corre em suas veias, junto com seu colesterol (ARANTES, 2016).
Portaria n° 655, de 12 de agosto de 2020, publicada no Diário Oficial da União em 13 de agosto de 2020.
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Além de ser uma literatura indicada para quem tem interesse na área dos cuidados
paliativos, como eu, é um livro que estava em minha lista de leituras junto com muitos outros
que ainda não tive tempo em meio de tantos afazeres da vida acadêmica, profissional e
pessoal. Também me lembro de uma aula da disciplina de Desenvolvimento Humano, onde a
professora fez uma provocação com a turma, perguntando: O que você faria se tivesse só mais
um dia de vida? A pergunta caiu como uma bomba na turma! Com as reações mais diversas,
que foram do riso ao choro. Importante lembrar que essa é uma questão hipotética e que a
maioria de nós tem a sorte de ter mais do que apenas um dia para viver. No entanto, essa
reflexão pode nos ajudar a priorizar o que é realmente importante em nossas vidas e a viver de
forma mais significativa todos os dias. Por isso, a escolha deste livro que leva a todos estes
questionamentos.
Referencias
de Melo, A. C., Valero, F. F., & Menezes, M. (2013). A intervenção psicológica em cuidados
paliativos. Psicologia, Saúde e Doenças, 14(3), 452-469.
Portaria n° 655, de 12 de agosto de 2020, publicada no Diário Oficial da União em 13 de agosto de 2020.