Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EDITORA
CENTRO EDUCACIONAL SEM FRONTEIRAS
R454
Mensal
Modo de acesso: <https://www.revistamaiseducacao.com/sumario-
v3-n10-2020>
ISSN:2595-9611 (on-line)
Data da publicação: 31/12/2020
www.revistamaiseducacao.com
E-mail: artigo@revistamaiseducacao.com
Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º andar sala 313|314 – Centro São Caetano do Sul – SP CEP: 09510-111 Tel.: (11) 95075-4417
2
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
3
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
11 /duː juː spiːk ˈɪŋɡlɪʃ ? (DO YOU SPEAK 93 A DEFICIÊNCIA AUDITIVA E O ENSINO
ENGLISH?): REFLEXÕES SOBRE O ENSINO REGULAR
DE FONÉTICA POR MEIO DE
Luciana de Almeida Rodrigues
DICIONÁRIOS
Raquel de Oliveira
100 A DESVALORIZAÇÃO DO PROFESSOR AO
LONGO DO TEMPO
26 1930-1945: HISTORIOGRAFIA,
Tatiane Pavão Ongaro Borges
DIVERGÊNCIAS E CONFLUÊNCIAS
Ronan de Oliveira Cordeiro
107 A IMPORTÂNCIA DA DIMENSÃO
AFETIVA NA APRENDIZAGEM COM
33 A IDEOLOGIA DE GÊNERO E SUA OLHARES DA NEUROPSICOPEDAGOGIA
VERDADEIRA IDEOLOGIA
Eliane de Jesus Pereira
Raquel Simão Patricio
117 A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS E
43 A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INTERAÇÕES NA EDUCAÇÃO INFANTIL
INFANTIL POR MEIO DO LÚDICO
Alessandra Barbosa de Lima
Liliane Ribeiro
127 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR LIVRE NO
54 A ARTE DE VIVER ECOLOGICAMENTE DESENVOLVIMENTO E
Marinete Ferreira de Araujo APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NO
Sandra Ferreira de Sousa ENSINO FUNDAMENTAL I
Maria Cirlene Costa Araujo Oliveira Luciene Souza Dias
4
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
5
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
6
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
527 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ADAPTADA 594 HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DO ISLÃ E SUA
À INCLUSÃO EXPANSÃO: O MUNDO MUÇULMANO
Hugo Leonardo Valadares Saraiva DE PETER DEMANT
Helena Santos da Silva Francisco dos
534 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ALUNOS Santos
ESPECIAIS E ESCOLAS REGULARES
Ericleia Cristiane dos Santos Peres 605 HISTÓRIA EM QUADRINHOS NA SALA DE
AULA
Eliangela Aparecida Burgo Guevara
Beatriz Mendes Scolamieri
Silvaneide Gonçalves Obara Uliana
7
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
8
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
843 O LIXO NO BAIRRO DE CAMPO LIMPO 935 O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA
SÃO PAULO: POSSIBILIDADES E EDUCAÇÃO
DESAFIOS Marta Almeida de Oliveira
Vilma Monteiro de Lima
943 O USO DE BLOGS COMO RECURSO PARA
858 O LÚDICO E SUA IMPORTÂNCIA NA DIFUSÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO E
INFÂNCIA PLANOS DE CURSO
Leliane Aparecida dos Santos e Silva Mônica Camargo
9
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
1142 UM LABORATÓRIO DE
INTERCULTURALISMO: A SALA DE AULA
Francis Fernando Lobo
10
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
A DESVALORIZAÇÃO DO PROFESSOR AO
LONGO DO TEMPO
Tatiane Pavão Ongaro Borges1
RESUMO: Percorrer a história da profissão docente no Brasil é uma maneira de descobrir detalhes
do processo que leva ao atual quadro de desprestígio social do magistério. Essa história é
indissociável da evolução da escolarização no Brasil e é marcada, principalmente, pela
constituição paulatina de diferentes estratos para o trabalho do professor. O magistério, como
outras profissões, obedece a uma regra mais ou menos universal: quanto mais especialização um
trabalho requer, mais o profissional será valorizado. O que ocorreu com a docência foi que, ao
mesmo tempo que se foi reconhecendo a necessidade de formação específica para que alguém
aprendesse a ensinar, a consolidação dos diferentes níveis de ensino também criou diferentes
níveis de exigência para os professores.
100
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
101
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
espaço de sala de aula tem sido alvo de ações considerarmos o reconhecimento e apoio social
que não são desempenhadas como se para com a pessoa e profissão professor.
deveriam ser, pelas instituições públicas e pelos Segundo Morais (1995):
familiares, tais como: Resolver problemas de [...] Sala de aula. Ela ocupa, em nossa
violência doméstica, de saúde, de higiene e, tradição escolar, o lugar onde se
mesmo ter contato com frustraoções, limites e desenvolve a escolaridade. Independente da
valores necessários para a convivência tanto no época ou da escola os problemas existem e o
núcleo familiar quanto social. Estas demandas professor será sempre o sujeito desta história,
pressionam o professor a resolverem em que mesmo ganhando pouco ou sem
problemas em quatro horas semanais e, na tempo até para cuidar de sua vida
maioria das vezes, sem recursos humanos com particular em sua maioria tende a lutar até para
qualificação ou se quer uma equipe de apoio na fazer com que seus alunos tenham uma
escola. educação digna, a altura dos seus sonhos(
Conforme Facci (2004, p.21): MORAIS,1995, p. 51).
O professor é encarado como o vilão das A escola não pode prioritariamente, ser um
mazelas que povoam o espaço escolar tais espaoo para resolver problemas sociais e, sim
como: o descompasso entre a teoria e a prática, ensinar e aprender Matemática, Português,
o fracasso escolar, os problemas de indisciplina Ciências, História, Geografia, Arte e demais
e, até mesmo de violência, dificuldades de componentes e atividades que compreende o
aprendizagem entre outras problemáticas currículo destes escolares, fornecendo aos
enfrentadas na escola. estudantes, maneiras viáveis para um melhor
Não se quer desta maneira desincumbir do aprendizado que repercutirá na sua vida e na
professor a responsabilidade de aspectos sociedade.
importantes na relação ensino e aprendizagem, Para Nóvoa (2006, p.33):
tais como a de buscar as melhores condições Os professores nunca viram seu
possíveis para o sucesso escolar dos educandos conhecimento específico devidamente
envolvidos já que segundo Aranha (1996, p. 21), reconhecido. Mesmo quando se insiste na
“o papel de todos os educadores não é importância da sua missão, a tendência é
somente de transmitir o patrimônio cultural, sempre para considerar que lhes basta
mas também de participar da formação do dominarem bem a matéria que ensinam e
homem e do cidadão”. Deixou de ser o possuírem um certo jeito para comunicar e
transmissor de conhecimento e passou a ser o para lidar com os alunos. O resto é dispensável.
mediador, conhecendo e fazendo parte da vida Tais posições conduzem a, inevitavelmente ao
de seus alunos, se tornando uma referência desprestígio da profissão, cujo o saber não tem
pessoal e também social, com caractertsticas qualquer valor de troca de
diferentes. mercado(NÓVOA,2006, p.33).
Porém, as demandas tanto pessoais quanto Ainda são poucos os investimentos que
profissionais estão em demasia se estão sendo feitos na educação e na valorização
do profissional no Brasil. Muitos países adotam
102
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
a escolarização em tempo integral o que privada porque muitas vezes não consegue
aumenta o nível de conhecimento dos alunos. separar o trabalho da vida pessoal. É o outro de
No entanto surge a questão da sobrecarga do nós.
professor para que ocorra tal feito. Para Arroyo (2000), o fato de levar muito
Quando se fala em uma educação de trabalho para casa, foge dos afazeres reais de
qualidade para nossos educandos não se tem uma profissão, fazendo, assim com que tenham
como desvincular as condições de trabalho do problemas de saúde e consequentemente
professor, bem como, a sua preparação prejuízos também ao governo considerando
profissional, considerando que trabalha em que este professor está afastado de sua prática.
duas escolas em horários inversos, tem uma Para Tardif e Lessard (2007, p.113):
família e, junto a isto, também tem trabalhos [...] professores se engajam a fundo num
para corrigir. Então como achar tempo para a trabalho que chega a tomar um tempo
formação continuada? Abandonar um turno e considerável, até mesmo invadindo sua vida
diminuir suas despesas básicas? Ou não fazê-la. particular, as noites, os fins de semana, sem
Aí surge outro questionamento: se não buscar falar das atividades de duração mais longa,
uma formação continuada como vai conseguir como cursos de aperfeiçoamento, de formação
lidar com os problemas com que se deparam específica, atividades para escolares ou
em sala de aula, considerando que para sindicais, das associações profissionais, dos
alcançarmos um nível mais elevado na clubes esportivos para jovens, etc.
educação precisamos estar sempre A longa jornada de trabalho dos docentes em
atualizados? atividade escolar, pode desencadear
Conforme Aranha (1996, p.15): problemas de saúde e desgaste físico,
é a educação, portanto que mantém viva a prejudicando assim a sua prática educativa,
memória de um povo e dá condições para a sua acarretando em uma desmotivação chegando
sobrevivência. Por isso dizemos que a educação ao ponto deste profissional se afastar das salas
é uma instância mediadora que torna possível de aula.
a reciprocidade entre indivíduo e sociedade. Ser professor pode ter vários significados, e
Pode-se afirmar que no decorrer dos tempos as respostas independerá de onde este
a educação possui um propósito, porém faltam professor atua, para escolares pobres, da classe
incentivos para que tal se desenvolva, em que média ou rica, seu objetivo primeiro é educar e
os profissionais saibam o que estão fazendo e libertar, pois com amor e dedicação,
para que estejam fazendo, sabendo defender o características que não faltam à este
que praticam, tornando-se pessoas ativas e profissional a prática educativa pode se
críticas. desenvolver em qualquer realidade.
Diante da realidade profissional do Para Freire ( 1987, p. 37) :
professor, necessita-se desencadear reflexões A realidade social, objetiva, que não existe
e ações na sociedade para que o professor por acaso, mas como produto da ação dos
possa viver a sua condição humana com homens, também não se transforma por acaso.
dignidade e justiça. Este tem direito à vida Se os homens são os produtores desta
103
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
104
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação de qualidade não é favor, não é benesse que o Estado concede ao povo, é um
direito lídimo de todo cidadão, é obrigação do estado, do município, é a devolução do pagamento
de tantos impostos que todos pagam. O cidadão tem direito a professores bem remunerados e é
dever do Estado exigir que os professores sejam dedicados o suficiente para poderem ofertar um
ensino de qualidade. Mas indispensável também são os investimentos para a construção de mais
estabelecimentos, eliminar a superlotação que cada vez mais se avoluma.
É necessário repensar valores, e é necessário valorizar os pais, em primeiro lugar. Uma
sociedade cujos filhos não honram seus pais é uma sociedade destinada ao caos, porque, sem a
instituição familiar, as referências de valor se perdem. É urgente também a revalorização da
carreira docente, porque, do contrário, estaremos caminhando rumo a um país que priva seus
cidadãos do direito a uma educação digna. Um estudante, se dispõe de conhecimentos sólidos,
em troca, transforma-se em um profissional responsável e competente para exercer uma
profissão com uma bagagem de conhecimentos tal que pode retribuir à sociedade com um
trabalho que os enobrece e os dignifica. São cidadãos que contribuem para o engrandecimento
da comunidade em que se inserem. Privando-se os cidadãos do direito a uma educação plena,
condena-se o país a formar filhos incompetentes, retroage-se à mais ignominiosa barbárie!
105
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
REFERÊNCIAS
ARANHA, M. L. História da educação. 2. ed.São Paulo: Moderna. 1996.
106
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
www.revistamaiseducacao.com
E-mail: artigo@revistamaiseducacao.com
Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º andar sala 313|314 - Centro São Caetano do Sul – SP CEP: 09510-111 Tel.: (11) 95075-4417
EDITORA
CENTRO EDUCACIONAL SEM FRONTEIRAS