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VOLUME 6
ISBN 978-85-232-1887-4
9 788523 218874
REITOR
João Carlos Salles Pires da Silva
VICE-REITOR
Paulo Cesar Miguez de Oliveira
ASSESSOR DO REITOR
Paulo Costa Lima
DIRETORA
Flávia Goulart Mota Garcia Rosa
CONSELHO EDITORIAL
Alberto Brum Novaes
Angelo Szaniecki Perret Serpa
Caiuby Alves da Costa
Charbel Niño El-Hani
Cleise Furtado Mendes
Evelina de Carvalho Sá Hoisel
José Teixeira Cavalcante Filho
Maria do Carmo Soares de Freitas
Maria Vidal de Negreiros Camargo
SÉRIE ENTRE-LINHAS
ENTRE-LINHAS: EDUCAÇÃO,
FENOMENOLOGIA E INSURGÊNCIA
POPULAR
VOLUME 6
Salvador
EDUFBA
2019
Grafia atualizada conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil
desde 2009.
Revisão e Normalização
Tikinet
ISBN 978-85-232-1887-4
CDD - 370.11
Editora filiada à
Editora da UFBA
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s/n - Campus de Ondina
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Tel.: +55 71 3283-6164
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PREFÁCIO
Natanael Reis Bomfim / 9
INTRODUÇÃO
Sueli Ribeiro Mota Souza, Luciano Costa Santos / 11
Caro leitor.
É um imenso prazer e uma honra apresentar esta obra, organiza-
da pelos professores, doutores, Luciano Costa Santos e Sueli Ribeiro Mota
Souza, intitulada Entre-linhas: educação, fenomenologia e insurgência. Essa temá-
tica em questão é instigante e as metáforas e significantes, que o título car-
rega, nos solicitam um exercício da subjetividade para o seu desvelamento.
Nesse sentido, antes da apresentação do trabalho, creio ser impor-
tante demarcar brevemente, no século XXI, a crise da globalização que é
caracterizada, principalmente, por um lado pela mundialização do capital e,
por outro lado, pela reprodução societal, cada vez mais crítica. Esse cenário
de barbárie ampliada retrata por exemplo, o elevado índice de desemprego,
a mobilidade, em massa, dos sujeitos no espaço geográfico, a ampliação
das distâncias sociais e a intensificação dos processos de exclusão.
É nesse contexto, sem dúvida, que a educação na contemporanei-
dade é marcada pela nova gestão pública de controle social, imposta pelas
políticas dos governos neoliberais, onde os desafios característicos desses
efeitos reivindicam do sujeito a capacidade de lidar com a crescente inte-
gração das economias transnacionais e as novas exigências de qualificação
para o trabalho.
Assim, a partir dos textos desse livro, quero convidá-lo a ler nas
“entre-linhas” dos discursos, nos campos correlatos de estudo e da prática
da Educação, da Filosofia e da Política, cuja exegese busca pela hermenêutica
analisar as contradições sociais, o cotidiano, a história e o sujeito social
11
INTRODUÇÃO 13
INTRODUÇÃO 15
INTRODUÇÃO
O questionamento em torno da tarefa de ensinar filosofia é tão perti-
nente nos dias atuais e propõe um mesmo leque de interfaces transdiscipli-
nares tal como é peculiar no próprio lócus enunciativo da disciplina.
Mesmo um olhar superficial sobre toda a história do pensamento
filosófico ocidental nos coloca em frente das mais diversas definições con-
ceituais, assim como diversas abordagens sobre o ensino da filosofia, seja
no ensino básico ou no superior. O que fica evidente é que toda e qualquer
proposta de ensino de filosofia perpassa por uma noção do que é filosofia e
como tal noção se desloca no contexto de ensino e aprendizagem.
Isso nos permite questionar a identidade da disciplina nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) e nas Orientações Curriculares Nacionais
(OCNEM), entendidas até o momento com dispositivos institucionais regu-
ladores da proposta curricular do ensino filosófico na educação básica.1
Apesar de futuramente a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) instituir-se
como um dispositivo fulcral na orientação curricular dessa disciplina, até o
momento das discussões aqui apresentadas sua análise interna encontra-se
em aberto (da BNCC) pelo Conselho Nacional de Educação, com prazo até
1 A recente lei de reforma do ensino médio, Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, trans-
formou o ensino disciplinar da filosofia em “estudos e práticas”.
17
2 Cf. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Documento preliminar à Base Nacional Comum
Curricular. Brasília: MEC, 2016. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/docu-
mentos/bncc-2versao.revista.pdf. Acesso em: 2 out. 2016.
4 No último Plano Nacional do Livro Didático na área de Filosofia (2015), os seguintes livros foram
aprovados: Filosofando: introdução à filosofia; Filosofia: experiência do pensamento; Filosofia: Por uma
inteligência da complexidade; Fundamentos de filosofia; e Iniciação à filosofia.
Embora não aponte como diretiva inflexível que aquilo que tradicio-
nalmente conhecemos como “História da Filosofia” seja o único compromisso
curricular possível no ensino filosófico, deixa evidente que todo e qualquer
diálogo deve ser feito a partir do que se entende como “História da Filosofia”
e seu cânone. Diante disso, cabe observar que a força de tal afirmação se
tornou o eixo direcionador dos currículos e livros didáticos de todo o país.
A grande questão é que a “história da filosofia”, tal como promovida pela
tradição, é alocada de forma monológica e pretensamente universal na
tradição de pensamento ocidental.
Dito de outra forma: há um entendimento de que o pensamento filo-
sófico se restringe ao modo e à história do pensamento ocidental, excluin-
do-se dos currículos e dos livros didáticos outras formas de produção filosó-
ficas, assim como a própria historicidade de cada modelo de racionalidade
ou, quando “aparecem”, estão embebidos em uma imagem de excentrici-
dade e exotismo. Essa forma monolítica de racionalidade, segundo Renato
Noguera (2014), está amparada em uma eurocentricidade e na continuidade
de uma colonialidade do saber, que prioriza o solo epistêmico europeu (e sua
origem grega) como território exclusivo do pensamento filosófico.
Nesse sentido, nos propusemos neste artigo a apontar pressupostos
teórico-metodológicos para um ensino filosófico que tem como ancoragem
epistemológica a filosofia intercultural tal como compreendida por Raúl
Fornet-Betancourt.
6 Abya Yala, na língua do povo Kuna, significa “terra madura”, “terra viva” ou “terra em floresci-
mento”, e é sinônimo de América. Cf. Porto-Gonçalves (2009).
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008. Brasília, DF: Diário Oficial da União,
2008.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Documento preliminar à Base Nacional
Comum Curricular. Brasília: MEC, 2016. Disponível em: http://basenacionalcomum.
mec.gov.br/documentos/bncc-2versao.revista.pdf. Acesso em: 2 fev. 2018.
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INTRODUÇÃO
Na contramão de uma época crepuscular, marcada pela proclama-
ção do fim das grandes narrativas, o filósofo argentino-mexicano Enrique
Dussel faz imprevista inscrição no pensamento contemporâneo justamente
como uma de suas vozes mais seminais. Quando duas guerras “mundiais”
e a imposição planetária do capital financeiro tornavam patente o esgota-
mento da civilização moderna e pareciam fechar o horizonte da história,
dando margem, quando muito, a uma “sabedoria do provisório” – com seu
“pensamento fraco”, subjetividade fragmentada, moral relativista, “Estado
mínimo” –, a filosofia de Dussel assume a proposição ambiciosa de uma
outra perspectiva civilizatória, nascida na periferia do sistema-mundo he-
gemonizado pela civilização ocidental moderna. Interpreta o “fim da his-
tória” como impasse de uma história – a dos “vencedores” – e passagem
para nova idade global, a advir da insurgência dos povos colonizados e da
instauração de um espaço mundial de convivência simétrica entre as mais
distintas culturas. Sem descartar os campos de lucidez abertos pelo lega-
do iluminista moderno e pela desconstrução pós-moderna, apropria-se de
ambos a partir da cultura popular latino-americana – periférica, oprimida,
insurgente, “bárbara”, pluricultural –, assumida como lugar hermenêutico
de gestação de outro pensamento, portador de outros sentidos de: racio-
31
SINGULARIDADE E ALTERIDADE
Enrique Dussel não é o primeiro a trabalhar no projeto de uma fi-
losofia a partir da América Latina se lembrarmos de Leopoldo Zea, Salazar
Bondy e outros, mas talvez seja o que tenha assumido a tarefa de modo
mais sistemático e proeminente. Chama a atenção como o percurso de sua
biografia parece imperceptivelmente conduzi-lo na direção dessa obra,
1 Cf. ZIMMERMANN, R. América Latina – o não ser: uma abordagem filosófica a partir de Enri-
que Dussel (1962-1976). Petrópolis: Vozes, 1987.
3 Com Paul Ricoeur, afirma Dussel: “Toda civilização tem um sentido, ainda que este sentido
esteja difuso, inconsciente e seja difícil de cingir. Todo esse sistema se organiza em torno
de um núcleo (noyau) ético mítico que estrutura os conteúdos últimos intencionais de um
grupo que pode descobrir-se pela hermenêutica dos mitos fundamentais da comunidade”.
(DUSSEL, E., 2017, p. 31)
ETHOS DA LIBERTAÇÃO
Uma das principais contribuições de Dussel na recepção latino-ame-
ricana do pensamento de Levinas, consiste em situar a ética da alteridade
no contexto de uma geopolítica descolonizadora. O mundo, enquanto to-
talidade imanente de sentido, não é uma entidade abstrata. A rigor, sequer
há “mundo”, mas mundos historicamente constituídos, a partir de fatores
sócio-político-econômicos, com seus respectivos fundamentos, mecanis-
mos de totalização de sentido, hegemonização de identidades e exclusão
de alteridades. No contexto (neo)colonial da América Latina, em linha com
um processo que remonta às origens do Ocidente, uma totalização euro-
cêntrica, calcada na expansão mundial do capitalismo mercantil-industrial,
submete e empurra para as margens figuras de alteridade – os “múltiplos
rostos do povo uno”, de índios, negros, mestiços, crioulos, camponeses,
operários, marginais4 – referidas ao “não lugar” do colonizado. Em última
5 Mais adiante, veremos que a perspectiva “pós-moderna”, consagrada por filósofos críticos
do Centro face aos impasses da civilização moderna, será substituída pela categoria de
transmodernidade.
6 Sobre a metafenomenologia como metodologia filosófica, cf. Souza (1999).
7 Sobre a construção de novos consensos éticos a partir dos excluídos, cf. Dussel (2000).
PEDAGOGIA ANALÉTICA
A práxis de libertação implica o reconhecimento da primazia da
alteridade oprimida na instauração do processo libertador. O Outro não
é objeto de libertação, aquele a ser libertado de seu “não-lugar”, “cons-
cientizado” e inserido no sistema para, enfim, tornar-se “alguém”. Não é,
tampouco, propriamente sujeito de libertação, como se sua consciência pri-
vilegiada da opressão lhe facultasse o poder de conduzir e controlar o pro-
cesso libertador. O Outro excluído é o âmbito primordial e pré-reflexivo no
qual acontece a trama insurgente – é o centro nervoso do acontecimento
da libertação. O processo libertador brota em sua carne aflita, explode em
seu grito de dor e revolta, articula-se em seus movimentos de organização,
mas nem ele saberia medir de modo transparente toda a potência insurgen-
te que o atravessa, e prever para onde caminha. Certo, porém, é que não há
como engajar-se na práxis de libertação sem ser ensinado por aquele a ser
libertado, isto é, sem escutar o seu clamor de justiça enquanto ponto zero
de irrupção do próprio sentido:
11 “O método do qual queremos falar, o ana-lético, vai mais além, mais acima, vem de um nível
mais alto (aná-) que o mero método dia-lético”. (DUSSEL, 1986, p. 196)
TRANSMODERNIDADE
A partir de fins da década de 1970, exilado no México em de-
corrência de um atentado a bomba perpetrado pela extrema direita ar-
gentina, Dussel alarga significativamente seu horizonte de interlocução
filosófica, passando a estreitar parceria com intelectuais críticos de todo
mundo, em especial de países pós-coloniais da América Latina, África e
Ásia. A amplitude épica de seu pensamento chegará, nessa altura, ao pon-
to mais alto. Desde então, engaja-se na construção de um diálogo institu-
cional entre filósofos do Sul, prévio ao diálogo Sul-Norte, no sentido de
abrir caminho a uma filosofia futura planetária, liberta da subordinação
exclusiva à tradição ocidental moderna. Tal projeto articula-se a uma crí-
tica da colonialidade filosófica vigente nos meios acadêmicos dos países
pós-coloniais, a qual limita a produção local à mera reprodução das filoso-
fias do Norte, e deriva, por sua vez, da colonialidade do poder imposta há
séculos aos povos do Sul, consubstanciada na dominação econômico-po-
lítica metropolitana, no mito da modernidade como narrativa civilizatória
e na cultura eurocêntrica. Nessa perspectiva colonial, inserir-se no siste-
ma de mercado capitalista, organizar a sociedade segundo as instituições
modernas e pensar em conformidade com a mentalidade dos países do
Norte, seriam requisitos necessários para um povo ascender à civilização
em sentido próprio. Assim, a conquista colonial não estaria completa se,
à violência econômica, política e militar sobre os povos originários, não
se somasse a violência simbólica que os faz pensar a colonização – ou
modernização – e, portanto, a renúncia à sua própria cultura nativa, como
via de humanização.
Não obstante uma ingênua presunção “etnocêntrica” faça parte,
nalgum nível, de toda cultura humana, pela irresistível tendência a pensar
INTRODUCCIÓN
Inicio estas páginas intentando llegar aún más allá de mis palabras.
Inicio este recorrido intentando escuchar y escucharme en las voces de
otras generaciones. Generaciones que me antecedieron, que me han po-
sicionado hoy en los lugares que estoy y que soy, siempre propensos a su
transformación. Inicio esta reflexión pensando en mis abuelas, en mis orí-
genes, en las mujeres que me conforman. Mujeres por las cuales soy.
Mestiza de manual: mitad de las raíces mapuces, la otra mitad es-
pañola. El Pueblo Nación Mapuce se hallaba localizado al Sur de América
del Sur, antes de la llegada de los españoles. Fueron corridxs primero por
los Incas en su expansión territorial y luego por los Estados Nacionales en
los genocidios militares llevados a cabo en el Siglo XIX en Argentina y Chile
bajo el nombre de Conquista del desierto y Ocupación de la Araucanía,
respectivamente. Mi familia materna, que vivía al sur de lo que hoy es la
Provincia de Buenos Aires, quedó localizada a más de mil quinientos kiló-
metros de distancia, en la Patagonia Argentina, como resultado de la huída.
Sobrevivieron comiendo piñones, el fruto de la araucaria, en cuevas de una
ciudad llamada Aluminé. Eso cuenta mi madre, que le contó su abuela.
Del otro lado de mi historia, están lxs abuelxs corridxs por el hambre
de la post guerra europea. Abuelxs españoles de Córdoba, que buscando
quizás alguna cercanía con lo que se dejaba atrás, con lo perdido, eligieron
57
INTRODUCIÉNDONOS A LA FILOSOFÍA
Y A LA PEDAGÓGICA DUSSELIANA
Para situar a modo de introducción, tanto la Filosofía de la Libera-
ción dusseliana, como su Pedagógica de la Liberación, iniciaré destacando
1
1 FL de ahora en más.
Sobre este punto, Dussel llama nuestra atención sobre los clásicos
relatos de la Pedagogía moderna, que generalmente recurre a la imagen de
la tábula rasa a la hora de definir al sujeto. Desde el empirismo más básico,
hasta el ideal de hombre huérfano que plantea Rousseau en el Emilio, parten
de la idea de un pasado nulo, inexistente, enfocándose en proyectos edu-
cativos que miran siempre hacia adelante, con todo un mundo de sentidos
por “construir”.
Es en este momento en el que la propuesta de la Pedagógica dusse-
liana pone de relieve, para que puedan ser sometidos a crítica, los argumen-
tos histórico-filosóficos fundantes de estas relaciones de dominio, desde
una filosofía crítica Latinoamericana. Dentro de la arquitectónica dusselia-
na, la Pedagógica constituye el pasaje de la erótica a la política. (DUSSEL,
1980, p. 15) Pero para profundizar qué significa que la pedagógica es la
convergencia de lo erótico y político, Dussel propone la siguiente analogía:
la imagen del padre (la imago del padre y la madre, también como
maestro, médico, profesional, filósofo, cultura, Estado, etc.) pro-
longa su falocracia como agresión y dominación del hijo: el fi-
licidio. La muerte del hijo, el niño, la juventud, las generaciones
recientes por parte de las gerontocracias o burocracias es física
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México: UNAM/Itzapalapa, F.C.E, 1998.
GUTIÉRREZ, G. Teología de la liberación: perspectivas. Lima: Sígueme, 1971.
73
1 Esta terminologia, algo vaga, aborda a produção intelectual de autores marxistas, principal-
mente da Europa Ocidental, em contraposição à produção diretamente associada aos países
da Europa Oriental, especialmente do mundo soviético. Pode parecer estranha a inclusão de
um pensado húngaro na origem dessa classificação, mas Lukács é profundamente vinculado
à cultura alemã e ocidental de um modo geral, tendo influenciado fortemente autores poste-
riores, inclusive da Escola de Frankfurt. (JAY, 1984)
Nossa recusa à aceitação não nos diz nada sobre o futuro, tam-
pouco sua validez depende de algum resultado particular. […]
A certeza dos velhos revolucionários que a história (ou Deus) es-
tava do nosso lado já desapareceu […]. O grito se aferra à pos-
sibilidade de uma abertura, se nega a aceitar o fechamento da
possibilidade de uma alternativa radical. (HOLLOWAY, 2003, p. 17)
2 Esta categorização não significa necessariamente uma ampla aproximação teórica entre os
autores de cada polo. Como dito, o pensamento de Lukács foi construído a partir de uma
crítica fundamental à “dialética da natureza” de Engels, que ele considerava pouco dialética.
Do outro lado, apesar da importante referência de Adorno para Holloway, ambos lidavam de
forma radicalmente diferente com a prática política, quase ausente na perspectiva frequente-
mente pessimista de Adorno e bastante radical na visão “esperançosa” de Holloway. Assim, é
importante que fique claro que a separação serve aos propósitos desta investigação, a partir
das categorias por ela estabelecidas.
3 A totalidade precária que constitui estas valorações e posições hierárquicas foi nomeada
como “rede de sentidos”. (SOMBRA, 2015a; 2015b) O aprofundamento a respeito desse con-
ceito, desenvolvido parcialmente nos artigos anteriores, não será possível aqui.
4 Quando se trata aqui de estranhamento e alienação, não se investiga a distinção entre os dois
termos que Marx utiliza nos Manuscritos econômico-filosóficos, Entfremdung e Entäusserung, com
prioridade para o primeiro. Entfremdung é eventualmente traduzido como “estranhamento”
ou “alienação”. Entäusserung, como “alienação” ou “exteriorização”. Em uma passagem do
texto, por exemplo, Marx (2004, p. 80) fala da objetivação no sistema capitalista “como per-
da do objeto e servidão ao objeto, a apropriação como estranhamento [Entfremdung], como
alienação [Entäusserung]”. A própria associação dos termos na frase convida a aproximá-los, e
esta aproximação será mantida no artigo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um processo de formação crítica é um processo no qual sujeitos
ativos, mediados pela práxis, lidam com e transformam a objetividade que
os antecede, atuam criativamente diante da dialética de estabilidade e
transformação que marca a vida humana, numa perspectiva cada vez mais
emancipadora. Sabendo-se históricos, esses sujeitos percebem cada vez
mais que não há determinação objetiva última no presente ou no futuro. As
“condições objetivas” são fatores a ser interpretados pelo seu mundo social
presente e pelo horizonte que desejam construir, não uma prisão. Mas eles
não partem do zero, o passado não é pura determinação a ser superada e
descartada, também é fonte de aprendizado, reverência e cultivo, mesmo
que transformado.
REFERÊNCIAS
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Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
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Paz e Terra, 1981.
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FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.
Então, o que queremos lhe dizer é que a situação está muito fodida.
EZLN (2015)
GRITOS
Escrevo gritando. Gritando escrevo.
Xs que me conhecem sabem que nunca – ou pouquíssimas vezes
– grito; minha maneira de expressar os sentimentos de frustração, indigna-
ção, raiva, dor e horror é outra. Não obstante, agora não posso conter este
chiado que nasce de muito dentro e que sai por todos os poros e orifícios
do meu corpo, como estrondo. Os órgãos em seu conjunto, liderados pela
alma e pelo coração, gritam NÃO! Gritam DIGNIDADE! E gritam VIDA!
1 Este texto foi baseado no capítulo de livro “Gritos, grietas y siembras de vida: entretejeres de
lo pedagógico y lo decolonial”, de Catherine Walsh, parte do livro Pedagogías decoloniales:
prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)viver, Tomo II, editado pela própria Catherine
Walsh, pelas Ediciones Abya-Yala, Quito-Ecuador, 2017. Tradução de Laurenio Sombra.
93
2 As políticas de nomeação, sem dúvida, são parte do peso ainda presente da colonialidade.
Minha opção aqui é por “Abya Yala” não simplesmente por sua (contra) política indígena y
kuna de nomear (que pode ser criticada por excluir os povos de origem africana), mas mais
amplamente por seu enraizamento territorial: “terra em plena maturidade”. Ao deixar de
nomear “América”, exorcizamos – como disse Vanesa Fonseca (1997) – “a pluralidade do con-
tinente na alucinação da totalidade de um nome, do nome de uma mulher (terra de Américo)
que deve sua existência ao olhar desejante do outro”.
3 Entre os muitos exemplos, há o recente (maio de 2016) da Nicarágua, onde o governo sandi-
nista pretende tomar territórios rama e afrodescendente kriol para seu uso na construção do
canal. Ver Mendoza (2016) sobre o significado deste território. (INTERVIEW…, 2015)
4 Aqui estou recordando “as gritas” de que fala Mayra Estévez (2016, p. 84) como atos sono-
ros de rebeldia ante o contexto colonial e suas sonoridades dominantes: “uma vibração em
defesa”.
O que fizeram a Sandra Patricia Angulo foi feito a todas nós. Nos
dói saber que ela defendeu sua vida até o final, e dói saber que ela
foi caçada por cinco homens, que se uniram para degradá-la, para
fazê-la sofrer, para, segundo eles, ‘dar-lhe um aviso’, machos, ma-
chos assassinos, machos que se valem de uma mulher só a quem
perseguem e caçam. Até quando, Buenaventura? Até quando, Co-
lômbia? (RED DE ALAS NOVAS CONSTRUYENDO FUTURO, 2015)
7 Dizia Freire (2004, p. 98): “fazer o mundo ético é uma consequência necessária de produzir
existência humana, ou o prolongamento da vida na existência […]. Existência é a vida que se
conhece a si mesma como tal”.
8 Não se deve esquecer que, enquanto o silenciamento foi empregado historicamente como
um dispositivo de disciplinamento e de dominação, o silêncio estratégico fez parte também,
ao longo da história, das práticas insurgentes de resistir, (re)existir e (re)viver. A estratégia do
GRETAS
Deixei já há um tempo a esperança grande, a ESPERANÇA com
maiúsculas. Refiro-me à ESPERANÇA de mudar ou transformar o sistema
capitalista-moderno/colonial-patriarcal em seu conjunto e totalidade, e de
crer que outro mundo a nível global – e de maneira paralela, que outro es-
tado – realmente é possível.10
Minha aposta hoje em dia está em e por esperanças pequenas, ou
seja, em por esses modos-muito-outros de pensar, saber, estar, ser, sentir,
fazer e viver que são possíveis e, ademais, existem apesar do sistema, de-
safiando-o, transgredindo-o, fazendo-o fissurar. Não deixo de querer uma
mudança para todo o mundo, para toda a região ou para todo o país, como
também disse a comandante Dalia, do EZLN (2015, p. 121): “se não lutamos,
o sistema capitalista vai seguir até que nos acabe todos, e nunca vai haver
uma mudança”. Assim, retomo as palavras do subcomandante insurgente
Galeano: “nossa rebeldia é nosso NÃO ao sistema. Nossa resistência é nosso
SIM a outra coisa possível”. (EZLN, 2015, p. 221) Pensar e atuar a respeito
desta “outra coisa” para reconhecê-la, lutar por ela, caminhar para ela e
multiplicá-la de baixo são atividades político-epistêmicas que desmontam,
deslocam e interrompem os universalismos da totalidade, incluindo os que
vêm orientando a esquerda e o feminismo eurocentrados.11
10 Por isso mesmo, deixo de pensar e escrever com maiúsculas a palavra “estado”. Depois da
experiência vivida nos últimos anos no Equador e de observar de perto a Bolívia, deixei de
crer na possibilidade da radical refundação e transformação estatal. Assim, também me dei
conta dos perigos de engrandecer (com o poder da letra e o significado) esta instituição que
até com sua “vestimenta progressista” alenta e alimenta o sistema capitalista-patriarcal-mo-
derno/colonial. Por isso mesmo, aqui neste texto o “estado” perde o seu poder “maiúsculo”.
11 É importante a crítica ao feminismo eurocentrado que fazem Espinosa e colaboradores
(2014) em seu livro de compilação de intelectuais, ativistas, pensadoras e acadêmicas pro-
venientes de Abya Yala: Tejiendo de otro modo. Feminismo, epistemología y apuestas descoloniaes
en Abya Yala. Ver também: Espinosa e colaboradores (2013) e Cariño e colaboradores (2017).
12 Assim, penso na luz de que falou Gloria Anzaldúa (2015, p. 8): “a luz que ilumina a escuridão”,
a luz que é a lua, a sombra e o sonho.
13 De fato, esta não é a única forma de pensar as fissuras ou gretas. Nas comunidades negras do
Pacífico, disse Juan García, as pessoas falam das fissuras como ameaça e perigo, como estas
fendas onde pode entrar o forâneo, o bicho (real ou simbólico) que vai comendo e destruin-
do de dentro (conversação pessoal, abr. 2016).
SEMEADURAS
“Semear vida onde está a morte. Este é apenas um ponto de par-
tida”, disse Olvera Salinas. “Semear vida, aí onde apenas está a morte” é,
ademais, o chamamento que vem fazendo os Pueblos en Camino (dos quais
Olvera faz parte) desde 2014, em suas jornadas de encontros desde e com
os povos de baixo para resistir e transformar.
14 Ver: https://sembrarvidaahidondemeroestalamuerte.wordpress.com.
15 Diz SupMoisés que, “com o pensamento crítico, analisamos o modo do inimigo, que nos
oprime, explora, reprime, despreza, rouba. Mas também com o pensamento crítico vamos
vendo como é nosso caminho, como são nossos passos […]. Os chamamos para que façam
seus próprios sementeiros e nos compartilhem o que assim semeiem”. (EZLN, 2015, p. 349)
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Disponível em: http://pueblosencamino.org/?p=2759. Acesso em: 8 dez. 2018.
ENCUENTROS para sembrar vida. Pueblos en Camino, [s. l.], [201-?].
1 Cf, por exemplo: BONNICI, T. Introdução ao estudo das literaturas pós-coloniais. Mimesis,
Bauru, v. 19, n. 1, p. 7-23, 1998; CÉSAIRE, A. Discurso sobre o colonialismo. Prefácio de Ma-
rio de Andrade. Tradução do francês por Noémia de Sousa. Lisboa: Sá da Costa, 1978; WA
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James Curry, 1986. SANTOS, B. S.; MENESES, M. P. (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo:
Cortez, 2010; WILLIAMS, P.; CHRISMAN, L. (ed.). Colonial Discourse and Post-colonial Theory: a
Reader. London: Harvest Wheatsheaf, 1994.
121
3 Com efeito, no período colonial há um importante documento legal que explicita o projeto
civilizacional para o Brasil pensado por Portugal referente às populações indígenas, mas com
importantes evidências relativas ao tratamento à população negra. Trata-se do Diretório dos
índios, elaborado em 1755 e publicado em 1757, em vigor durante o período pombalino. Em-
bora tenha sido curta a vigência da lei do Diretório, muitas de suas determinações mantêm
seus efeitos até os dias atuais, como a diferenciação entre negros e índios, a adoção da língua
portuguesa como oficial e o uso de nomes de origem portuguesa e cristã em detrimento dos
nomes nativos. Cf. ALMEIDA, R. H. O diretório dos índios: um projeto de “civilização” no Brasil
do século XVIII. Brasília, DF: UnB, 1997.
4 “Son análisis urgentes en los cuales se hace énfasis en la necesidad de revisar el llamado ca-
non occidental, para la organización de la transposición didáctica y de la práctica educativa
en las universidades. Por fin, nuestra defensa es que el cambio de posición o status de todo
lo llamado ‘resto del mundo’ está directamente relacionado a otro referencial histórico. Para
la Diáspora Africana, específicamente, es urgente fortalecer un cuerpo conceptual propio a
manera de Pedagogías Quilombolas. Para este cuadro que estamos proponiendo, incluimos
la noción de ‘Quilombismo’ planteado por intelectuales y activistas afrobrasileñas/os en sus
estrategias de composición de redes (Devés-Valdés, 2008), organizándose a partir de colecti-
vos, asociaciones y foros, ya que el Quilombo dos Palmares consolida estos vínculos a lo lar-
go de la historia de resistencia quilombola. Quilombismo significa movernos hacia nuestras
raíces, rever los caminos que hemos hecho sin ganas de hacerlos (por que fueron procesos
violentos) y establecer vínculos fundamentales para preservar, conocer y construir otros re-
ferentes para la Diáspora Africana. Trabajar para esa tarea es adoptar al Quilombismo, el cual
también está presente en diferentes regiones del planeta”.
5 “La aventura colonial creó categorías específicas para la extrema y extensa dominación de
personas. […] Las categorías ‘Indígenas’ y ‘Negros’ son categorías resignificadas por los mo-
vimientos sociales y en sus procesos decoloniales (de liberación de lo impuesto como cultura
del colonizador) van cuestionando y afirmando sus opciones a las identidades impuestas por
el orden colonial a partir de los vínculos con sus ancestros. África, entonces, vuelve a su ori-
gen. Un continente con distintas sociedades, idiomas, visiones del mundo y muchos caminos
desconocidos. Decir que los africanos capturados en tierras africanas fueron esclavizados y
dispersados por todo el mundo, – sabiendo que existen distintos grupos étnicos que son
convertidos en ‘Negros’ – se convierte en un mecanismo de subalternización extremada-
mente poderoso con el cual emerge la crítica postcolonial. Decolonizar es un compromiso
que requiere el rechazo de la perspectiva superficial del pluralismo y la diversidad cultural.
Por este motivo es necesario vincular la categoría ‘Negro’, en primer lugar, al movimiento de
la Negritud de Aimé Césaire (1913-2008) y Léopold Sédar Senghor (1906-2001), entre otros
pensadores panafricanos. El objetivo es justamente desnaturalizar el sentido colonial de ser
Negra/o. Los aprendizajes decoloniales son aprendizajes que provocan preguntas sobre otras
civilizaciones ignoradas por la cosificación de las/os africanas/os capturadas/os”.
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Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.
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Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.
INTRODUCCIÓN
La etnoeducación en general y en particular la afrocolombiana, úni-
ca en las Américas, nace en la segunda mitad de los años ochenta, como
una respuesta ante el etnocidio de larga duración contra la cultura de las
comunidades y de las sociedades afrodiaspóricas en el país. Esto es, una
defensa frente al racismo y a la eugenesia que fue oficializada por las po-
líticas públicas educativas, que buscaron abiertamente, hasta finales de la
década de los años 1980, negar los rasgos específicos que portan las prác-
ticas de estas colectividades, hacer invisibles sus contribuciones y aportes
a la construcción de las naciones y, en consecuencia, excluir sus cuerpos
mayoritariamente del sistema educativo, pero también sus conocimientos,
sus epistemologías y ontologías holísticas, relacionales y complejas fun-
damentadas en sus sistemas de pensamiento-acción, que se expresan con
notoriedad en su concepción de la vida/muerte y de las relaciones biocén-
tricas con sus entornos, más allá de los antropocentrismos; a través de sus
matrices espirituales y religiosas.
En esta dirección, las pugnas y los debates por la etnoeducación afro-
colombiana bien podrían situarse y dialogar con las denominadas pedago-
gías decoloniales en su dimensión de saberes, aprendizajes y metodologías
de lucha, desde la re-existencia para la descolonización, la humanización
137
1 Desde 1975 con el primer encuentro de la población negra colombiana en Cali, pasando por
los Congresos de la Cultura Negra de las Américas, Cali, 1977; Ciudad de Panamá 1980 y Sao
Pablo 1982, entre otros eventos, se puede constatar la agenda educativa de lucha popular
que propuso la presencia de África y sus legados en América dentro de los sistemas educa-
tivos, garantizando el ingreso de las poblaciones negras a la educación formal, como uno
de los mecanismo de superación de la exclusión histórico estructural, bajo los criterios de
identidad, igualdad, antirracismo y justicia social, etc. han sido constantes.
2 Ceneyra Chávez y María Cristina Navarrete. Se destacan también los nombres de conocidos
líderes del Proceso de Comunidades negras (PCN), Libia Grueso y Carlos Rosero.
Por ser integral (la afroeducación) hay que dirigirla a todos los co-
lombianos. Pero, por tratarse de un proceso experimental, su fase
inicial puede partir con una mayor dedicación desde las comu-
nidades afrocolombianas como actores principales y centros de
aplicación. Si las comunidades afrocolombianas como beneficia-
rios directos no se apropian de este proyecto, mucho menos los
harían los otros componentes étnicos y poblacionales del país.
(PEREA, 1999, p. 31)
En este tópico, observamos, con García, como todos los autores es-
tán de acuerdo en cuanto al sentido que tiene la etnoeducación en su doble
concepción político-educativa, traduciéndose en una búsqueda de los gru-
pos étnicos marginalizados por pervivir con sus particularidades. No obs-
tante, como veremos adelante, la diferencia radica en el peso significativo
conferido a determinados conceptos, según el caso. García quien se ocupa
de manera especial por la etnoeducación afrocolombiana en el Pacífico, sin
perder de vista las otras experiencias afrocolombianas, ubicándonos en un
enfoque global precisa:
6 Debe destacarse como antecedente inmediato, las orientaciones curriculares para la Cátedra
de Estudios Afrocolombianos, publicadas por la Secretaría de Educación del Distrito Capital.
Noviembre de 2000.
7 En este sentido, debe señalarse también el importante trabajo que ha sido coordinado por
las investigadoras Amitzuri Montaño y Edyd Torres en la costa caucana, con la producción de
la colección de cartillas y otros materiales didácticos “Nuestro Caminandar”.
REFERENCIAS
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O. Ética y diversidad cultural. Bogotá: Fondo de cultura económica, 1997. p. 195-205.
INTRODUCCIÓN
A lo largo de la historia de la colonización y colonialidad en el Ecua-
dor, hubo diversos ciclos de acercamientos a las nacionalidades amazónicas
situadas en el “Oriente”. Bajo la premisa de “trasladar a la modernidad”
(TRUJILLO, 2001, p. 79) a sus pueblos y nacionalidades indígenas, el Esta-
do, los misioneros (católicos y evangélicos), o bien las empresas petroleras
que actuaron en la región norte-amazónica, fueron responsables directos e
indirectos por desplazamientos y aniquilaciones de los pueblos indígenas.
Especialmente a partir de la segunda mitad del siglo XX, misiones religiosas
“civilizatorias” fueron responsables por proyectos “educativos” desarrolla-
dos en fuerte vinculación con el modelo de desarrollo del Estado Ecuato-
riano. Se concebía la educación como siendo capaz de constituir el sujeto
nacional que el mismo modelo exigía: “un ciudadano capaz de asumir las
tareas productivas que el país necesitaba”. (ZAPATA, 2013, p. 177)
Con la llegada del expresidente Rafael Correa al poder en el año de
2007, tiene inicio un conjunto de transformaciones aglutinadas bajo la “Re-
volución Ciudadana”, en donde se estaba construyendo supuestamente un
“Nuevo Ecuador”, a partir de una “nueva época petrolera” y de la “minería
responsable”. Las dos últimas expresiones indicaban las posibilidades de
conciliación entre el modelo neodesarrollista, anclado en el extractivismo,
y el principio del Sumak Kawsay, incluyendo un desarrollo social planifica-
163
1 Manuela Picq, catedrática franco-brasileña y pareja del dirigente indígena Yaku Pérez, fue
obligada a dejar Ecuador, tras su detención en el contexto de las protestas en el año de 2015.
Ella ha podido regresar al país apenas en el 2018, durante el gobierno de Lenin Moreno.
Pero nos convencían de que esos eran los grandes logros de las
comunidades. Y son especialistas para poner nombres bonitos
a la miseria: [a] esas escuelas, que eran las escuelas de la mise-
ria, les llamaban ‘escuelitas comunitarias’. Esas son las grandes
conquistas: ‘¡Nadie nos puede quitar la escuelita comunitaria!’. Y
así nos mantenían en el círculo perpetuo de la mala educación,
y sus consecuencias: baja productividad, bajo ingreso, pobreza.
(CORREA DELGADO, 2016a)
Vale observar que, frente al afecto de la ‘cobija corta’, entre los cri-
terios para definir los rumbos de la política pública, “se ha dado prioridad a
El Pangui por las regalías mineras anticipadas del Proyecto Mirador” – afir-
mó Correa durante la inauguración de la UEM Arutam, en octubre de 2015.
(CORREA DELGADO, 2015b) Y, algunos meses después, en enero de 2016,
durante la inauguración de la Unidad Educativa del Milenio Nueva Gene-
ración del cantón San Juan Bosco – zona de influencia de proyectos mega
mineros–, el expresidente explicaba en que:
[e]n la parroquia San Gerardo, donde está la mayor parte del pro-
yecto Loma Larga, la Revolución Ciudadana [obtuvo en las urnas]
60%, los tirapiedras antimineros 15%. Y luego nos hablan de de-
mocracia; pero, con palos, piedras, mentiras quieren imponer la
agenda rotundamente rechazada en las urnas. ¡No señores, aquí
se vive una democracia y mandará, la voluntad de las mayorías!
(CORREA DELGADO, 2015a)
Ustedes saben que estamos en un año muy duro. Las personas so-
mos lo que en las dificultades demostramos ser. Los politiqueros
mediocres vendrán a tratar de sacar provecho de las dificultades
diciendo que estas se deben a las malas políticas económicas de
Correa. No es verdad. Estamos enfrentando factores externos,
como el desplome del precio del petróleo, como la apreciación
del dólar… Pero, pese a esos problemas, el país sigue adelante
porque tenemos fe en nosotros mismos y sabemos que, juntos,
podremos superar cualquier dificultad, cualquier desafío. Lo más
importante de esta Revolución es que hemos podido recuperar
la fe en nosotros mismos y no nos van a poder robar la esperan-
za. De estos tiempos difíciles saldremos más fortalecidos. Hemos
invertido en educación más de 19 MIL MILLONES de dólares en
todo este período de gobierno. (CORREA DELGADO, 2015b)
3 Arutam es el nombre de un ser divino de la selva, asociado a las cascadas por los pueblos de
la nacionalidad Shuar, y asociado por los misioneros salesianos al Dios católico en sus proce-
sos “educativos” de evangelización/“civilización”.
CONCLUSIONES
Esta lectura retrospectiva de las relaciones entre el proyecto educa-
tivo y extractivo del gobierno Correa se desarrolla en un momento que nos
exige un análisis crítico de las perspectivas sobre “refundar el Estado mo-
derno”, las cuales alimentaron el proceso de creación de la nueva Constitu-
ción (2007-2008). Considérese en particular el déficit de autonomía a partir
de los (limitados) espacios de interlocución ofrecidos desde la “Revolución
Ciudadana” de Correa y, posteriormente, con la propuesta de reconciliación
nacional presentada por Lenin Moreno.
Los límites para un diálogo horizontal con el gobierno del actual
presidente ecuatoriano, ex aliado político de Correa, estuvieron impresos
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Presidencia de la República del Ecuador, 2015a. Disponible en: http://www.
SENTIDO DE LA CUESTIÓN
Hacia 1950, el México civil había logrado tomar el control definitivo
del gobierno; a partir de entonces, había una percepción de continuidad,
estabilidad y atemporalidad política. Ciertamente, México, por un lado, era
visto como un modelo extraordinario dentro del conjunto de Latinoamérica
gracias al consenso alcanzado por las múltiples facciones políticas que le
dieron legitimidad; y, por otro lado, debido a la estabilidad económica de
las circunstancias con lo que se ganó el nombre del “milagro mexicano” a
este periodo de tiempo de posguerra. La autonomía de la institución esco-
lar más importante del país, la Universidad Nacional Autónoma de México
(UNAM) había sido ganada gracias a las gestiones de Justo Sierra en 1929.
No es exagerado decir que el poder político reside en la cabeza del
gobierno, el presidente; de ahí, que el sistema de elección haya sido la ins-
titución más importante desde entonces hasta hace relativamente poco. El
partido político – Partido de la Revolución Institucional (PRI) – es fuente de
elección y autoridad en toda la vida pública, porque se había proclamado la
no reelección en la época revolucionaria. El candidato era simultáneamente
el presidente.
Después de la masacre de estudiantes en Tlatelolco, el 2 de octubre
en 1968, el sistema político pierde legitimidad y se cuestiona fuertemente
su autoritarismo. La UNAM asume un papel significativo en las movilizacio-
191
Así, hay tres sectores que no están en “crisis”, sino que ponen en
crisis al sistema, a saber, un sector politizado de izquierda, un sector de
base estudiantil radical joven y un sector profesionista. En otras palabras,
no hay cabida para ellos en el orden vigente del Estado.
De lo anterior, vemos que solo la articulación de estas tres pers-
pectivas nos ayudan a discernir lo que acontece en el largo plazo, visto en
retrospectiva, a cincuenta años del asesinato de Tlatelolco. Veamos. Las ins-
tituciones que se crearon a partir del movimiento revolucionario de 1910
van sufriendo un desgaste entrópico inevitable e imprevisible. No se le hace
justicia ni a la totalidad del país, por demás extenso y despoblado, ni a la
totalidad de las clases sociales, ni a cualquier otra diferencia. Pero todo gira
en torno a un partido político que es más eso: tiene el control social de la
población entera; o, al menos, cualquier privilegio que se quiera, por gran-
de o pequeño que sea, tendrá que ser concesión de este partido. El control
político lo tiene el presidente, el control social lo tiene el partido, y el con-
trol económico es una combinación de ambos. Con tal centralismo político,
la federación no tiene sentido, lo que se traduce como: no hay posibilidad
de que una región interna del país, pueda ser relativamente autónoma.
La federación conviene cuando hay problemas (para dejar que se mueran
solos), pero cuando hay riquezas materiales (como el petróleo), la federa-
ción interviene positivamente a su favor. Las instituciones emanadas de la
lucha armada de principios de siglo XX adquieren legitimidad en la medida
2 Hay casos excepcionales dentro del activismo social en el país, como el CENCOS, pero no es
un discurso generalizado ni en la sociedad ni en el Estado. Además, agrega Aguayo: “Daniel
Cosío Villegas, Carlos Monsiváis, Octavio Paz y Elena Poniatowska estaban mucho más cerca
de las ideas y la práctica del pionero del movimiento de los derechos humanos, José Álvarez
Icaza, que de las tesis sostenidas en Madera. Y ésta era una forma de quitar legitimidad
a la represión oficial. Por ejemplo, entre 1971 y 2004 se habían vendido más de 500 mil
ejemplares de La noche de Tlatelolco de Elena Poniatowska. Ningún discurso presidencial,
ninguna novela de escritores a sueldo del gobierno (el caso de La Plaza de Luis Spota), pudo
contrarrestar ese texto que estableció una verdad histórica fundada en el rechazo a la violen-
cia estatal”. cfr. Aguayo, S. “El activismo civil en la transición mexicana a la democracia”, en:
BIZBERG; MEYER, 2009, tomo 3, p. 298.
ACONTECIMIENTO 68
A juzgar por el desenvolvimiento propio del movimiento entre dos
frentes antagónicos, el Estado y la “opinión pública” (la sociedad civil de en-
tonces), los fenómenos visibles de esta dialéctica es el de un “poder” como
fuerza opresora, y del otro lado una masa indefinida de estudiantes. Ambos
definen al otro como su negación propia: el Estado responde con la fuerza
policiaca y militar porque se trata de “comunistas” infiltrados; por su parte,
los estudiantes intentan organizarse frente a la represión desmesurada del
Estado. La consecuencia natural de concebir a los frentes así, es que solo se
podría definir la política en un sentido exclusivamente negativo, tanto del
concepto de lo político, como de la práctica de la política, pero también,
tanto de un actor como del otro. Visto desde esta perspectiva, se trata de
una concepción cerrada que no da cabida a pensar en una alteridad, propia
de un frente político de liberación.
Lo que vemos es un poder que “manda mandando” y que descuida
totalmente la obediencia; no es un “poder obediencial” que “manda obe-
deciendo”, como poder delegado desde una fuente, que es el pueblo, a sus
representantes. Para discernir esto, por lo pronto basta dos comentarios.
El primero tiene relación con el vínculo entre frentes políticos. Visto como
dialéctica entre el Estado-ciudadano, es reduccionista y cae en falacias de
insuficiencia. En respuesta creemos que la categoría de “alteridad” puede
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INTRODUÇÃO
211
1 Para Benzaquen (2012, p. 4), “A ideia de propor uma ciência descolonial surge de um grupo
de latino-americanos que verificam algumas ‘falhas’ na teoria pós-colonial. O que parece uma
simples alteração de prefixo acarreta uma nova significação. O ‘pós’ pressupõe um depois
de algo, o ‘des’ significa um desejo de pôr fim à colonização que acabou enquanto relação
política, mas não enquanto relação social, e que é parte constituinte da modernidade”.
2 Chefe da Junta de Reorganização Nacional, que fazia parte junto com Agosti (chefe da Aero-
náutica) e Massera (chefe da Marinha).
3 Durante o Processo de Reorganização Nacional entre 1976 e 1983, a Junta Militar foi dirigida
por quatro generais: Jorge Videla (1976-1981); Roberto Viola (1981); Leopoldo Galtieri (1981-
1982) e Reynaldo Bignone (1982-1983).
5 Avós da Plaza de Mayo é uma organização não governamental criada em 1977, cujo objetivo
é localizar e restaurar suas famílias legítimas, todas as crianças desaparecidas pela última
ditadura argentina.
6 Abuelas de Plaza de Mayo convoca a una conferencia para anunciar la feliz noticia del en-
cuentro de una nueva nieta, la número 127, que se desarrollará mañana, 28 de diciembre, a
las 13 hs., en la sede de Virrey Cevallos 592, 1º 2.
INTRODUÇÃO
Os estudiosos do componente didática de forma recorrente falam
de João Amós Kominsky ou Comenius como o fundador da pedagogia mo-
derna ou um pioneiro dos estudos dos métodos educacionais, autor da
Didática Magna. No entanto, nem sempre são ressaltados o contexto his-
tórico e as matrizes religiosas e filosóficas que formaram o pensamento
comeniano e o seu pioneirismo na defesa de uma educação universal, entre
outros avanços da contemporaneidade. Atualmente, o acesso à educação é
aceito como um direito universal, e este foi um princípio básico do pensa-
mento de Comenius, nascido em 1592 na Morávia e falecido em 1670 em
Amsterdam.
O objetivo deste artigo é refletir, do ponto de vista histórico, sobre
a relação entre educação e religião, a partir de sua trajetória, bem como
trazer para o debate como suas concepções pedagógicas foram capazes de
conceber uma sociedade plural e ecumênica, apesar da intolerância e das
guerras religiosas do alvorecer dos tempos modernos. Para entendermos
227
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Comenius nasceu, viveu e morreu sob o signo das Guerras Religio-
sas, um labirinto político e religioso no qual viveu como um verdadeiro
peregrino em busca de paz e liberdade, para escrever e aplicar no cotidiano
as ideias ecumênicas e pacifistas que preconizou. Era um professor em trân-
sito por diversos países e, em cada lugar onde se refugiou, fundou colégios,
ministrou conferências, escreveu livros e panfletos argumentando e defen-
dendo o melhor método para o ensino e a aprendizagem. Defendeu um
concerto entre as nações, sendo lembrado atualmente como precursor de
vários órgãos de cooperação internacional, a exemplo da ONU e da Unesco.
Comenius foi um homem de seu tempo, viveu no alvorecer da mo-
dernidade, período de conflitos. A sua trajetória nos permite afirmar que
também foi um insurgente, não se conformou com as disputas e discrimi-
nações e, de forma propositiva, se rebelou contra a realidade circundante,
trabalhando pela paz no mundo, por uma educação democrática, o diálogo
inter-religioso e a união dos cristãos. Trazer o pensamento comeniano para
a conjuntura atual é de suma relevância para a reflexão e a proposição de
alternativas e projetos emancipatórios, capazes de resistir a uma globaliza-
ção excludente e intolerante, que vivemos hodiernamente.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, B.; SILVA, E. Mulheres protestantes: uma trajetória nem sempre submissa.
In: ALMEIDA, V.; SANTOS, L. A.; SILVA, E. Fiel é a palavra: leituras históricas dos
evangélicos protestantes no Brasil. Feira de Santana: Uefs, 2011. p. 337-381.
ALMEIDA, V. Práticas educativas e visão de mundo: palavras e atitudes de Anna
Koppal. In: ALMEIDA, V.; SANTOS, L. A.; SILVA, E. Fiel é a palavra: leituras históricas
dos evangélicos protestantes no Brasil. Feira de Santana: Uefs, 2011. p. 413-428.
INTRODUÇÃO
Este estudo tem como finalidade apresentar o contexto da socioe-
ducação por meio do binômio “bicho solto, sujeito preso”, abordando a
contradição subjacente no processo de estigmatização da juventude e a
importância de situar os dispositivos históricos constitutivos da sociedade
brasileira, sobretudo no sistema socioeducativo.
O objetivo deste trabalho consiste em analisar o processo de dis-
ciplinarização no atendimento aos adolescentes privados de liberdade, as
práticas sociais ali engendradas e o contexto socioeducativo como con-
dição na constituição dos sujeitos de direitos, além de problematizar os
corpos insurgentes e a dimensão ético-política diante das questões que os
atravessam.
Outrossim, o estudo visa ampliar a discussão a partir de um recorte
histórico do campo social e institucional e de como ao longo do tempo o
Brasil foi constituindo o campo das políticas de atendimento à infância e
juventude.
O percurso metodológico refere-se a uma pesquisa bibliográfica,
tendo de modo mais amplo o efeito de emergir algumas categorias que
parecem importantes chaves. Para a consecução do estudo, compreende-se
249
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o objetivo de continuar a contribuir com essa discussão, sinali-
zo a necessidade de realização de outros estudos, a fim de repensar as prá-
ticas sociais e institucionais na constituição de produção e/ou reprodução
dos efeitos de mecanismos de poder visíveis ou invisíveis do processo de
objetificação dos sujeitos privados de liberdade.
REFERÊNCIAS
AGAMBEN, G. Homo sacer: o poder soberano e vida nua. Tradução de António
Guerreiro. Lisboa: Presença, 1998.
CALDEIRA, T. P. do R. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em
São Paulo. São Paulo: Editora 34: Edusp, 2000.
CARVALHO, J. E. C. de. Violência e sofrimento social: a resistência na obra de
Veena Das. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 17, n. 3, jul./set. 2007. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0104-
12902008000300003. Acesso em: 10 jan. 2018.
CASTEL, R. A dinâmica dos processos de marginalização: da vulnerabilidade
desfiliação. Caderno CRH: democracia, cidadania e pobreza. Salvador, n. 26/27,
p. 19-40, jan./dez. 1997.
CRUZ, A. W. O. O adolescente em conflito com a lei e a escola: criminalização e
inclusão perversa. 2010. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, 2010.
DELEUZE, G. Conversações. São Paulo: Editora 34, 1992.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo:
Editora 34, 1996.
INTRODUÇÃO
Considerando com Brito (2009) que o folheto de cordel é um gêne-
ro de poesia popular impresso no qual se articulam várias linguagens que
podem contribuir para organizar leituras de modos de vida e veiculação
dos processos cotidianos que tratam de diversas temáticas e insurgências
constitutivas da cultura popular, neste artigo vamos apresentar e analisar
as lutas e reivindicações de professores e experiências de alfabetização de
adultos no interior da Bahia no contexto dos anos 1980, narrados no folhe-
to A vida do professor, de Ana Maria de Santana.1
A coleção de folhetos de autoria da referida professora foi loca-
lizada no acervo de literatura de cordel da Fundação Cultural da Bah-
ia como atividade de pesquisa do Grupo de Estudo Educação, História,
Cultura e Linguagens (GEHCEL), que realizou levantamento e classifica-
ção por temas folhetos relacionados ao objeto da pesquisa. As leituras e
1 O texto resulta da pesquisa Histórias de poetas e memórias de leitores de folhetos de cordel da EJA
de escolas do município sobre o cotidiano de Salvador entre 1940 a 1960 e do plano de trabalho de
iniciação científica realizado por Jaqueline Maria Santana Oliveira, desenvolvido no GEHCEL
sob orientação e coordenação do professor Gilmário Moreira Brito.
263
III
O professor é um ente
Que tem uma condição
Com todo afeto e carinho
Do fundo do coração
Devotamente, alma pura
Ensina uma criatura
Cumprindo a sua missão.
(SANTANA, 1980, p. 1)
Deve fazer parte da nossa formação discutir quais são estas quali-
dades indispensáveis mesmo sabendo que elas precisam ser cria-
das por nós em nossa prática, se nossa opção político-pedagógica
é democrática ou progressista e se somos coerentes com ela.
É preciso que saibamos que, sem certas qualidades ou virtudes
como amorosidade, respeito aos outros, tolerância, humildade,
gosto pela alegria, gosto pela vida, abertura do novo, disponibi-
lidade à mudança, persistência na luta, recusa ao fatalismo, iden-
tificação com a esperança, abertura à justiça, não é possível a
prática pedagógica-progressista que não se faz apenas com ciên-
cia e técnica.
V
Salário de professor
Eu torço que seja igual
Que esteja tudo em dia
Isto não faço por mal
Pois perante a disciplina
Esta missão é divina
Coisa quase sem igual.
VI
Um professor bem merece
Ser por todos respeitado
Assim cumpra seu dever
E não seja descuidado
Não desfaço dos demais
Que qualquer seja capaz
E saiba dar o seu recado.
(SANTANA, 1980, p. 2)
2 “Art. 24º. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo
com as seguintes regras comuns: I – a carga horária mínima anual será de oitocentas horas,
distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo
reservado aos exames finais, quando houver”. (BRASIL, 1996)
VIII
Aqui, prezado leitor
Deixo uma parcela agora
Para falar do passado
Daquela escola de outrora
Quando eu alfabetizava,
Muita vez até pegava
Na mão de alguma senhora.
IX
Ana sei que não aprendo
Sinto o dedo endurecer
Tenha calma gente boa,
Porque querer é poder
E ninguém nasce sabendo
Assim, é no sentido proposto por Freire (1987, p. 45) – “se não amo
o mundo, se não amo a vida, se não amo os homens, não me é possível
o diálogo” – que Ana Maria assume o lugar de atenção às condições de
marginalização e de exclusão do acesso de uma cultura escrita a que foram
submetidas as alunas/senhoras, tentando alimentar diálogo que envolve
a oralidade no cuidado afetivo e as tentativas de promover desbloqueios
manuais “da coordenação fina” que puseram limites corporais a elas. A de-
dicação, o empenho e o cuidado nutridos pela poetisa fazem parte dos
princípios de amorosidade capazes de romper com a ignorância, a aliena-
ção e possibilitar às educandas a transformação pelo conhecimento.
No folheto A vida do professor, a poetisa esclarece que o seu primeiro
contato com as senhoras/alunas foi realizado em curso de semelhante ao
EJA, atualmente denominado de Educação de Jovens e Adultos, uma modali-
dade de ensino que possibilita a trabalhadores que não puderam terminar a
escola continuar os estudos em turnos flexíveis a sua condição de trabalho.
Para situar a importância da alfabetização de adultos no contexto
de 1980, recorremos ao Censo Demográfico. O IBGE demonstra a que a
taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade no Brasil na
década de 1980 era de 25,5% da população. Mas é importante ressaltar que
o processo, as políticas e programas de alfabetização de adultos no Brasil
passaram por mudanças radicais referentes às concepções epistemológicas
e políticas desde o processo da redemocratização, notadamente sobre o
lugar que o educando deve assumir como sujeito importante no processo
XI
Doutor, soldado, enfermeira,
Com todos já me encontrei
Eu tinha 16 anos
Quando este cargo enfrentei
Em cada um, amigo
Tenho prazer quando digo:
Gente que alfabetizei.
[…]
XIII
Nasci em Alagoinhas
Vim para o Sul com pouca idade
Comecei a lecionar
Nas fazendas, na cidade.
Preciso me aposentar,
Meu direito quero olhar,
Já tenho bastante idade.
(SANTANA, 1980, p. 4-5)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As memórias evocadas por Ana Maria de Santana em seu folheto
A vida do professor revelam uma alfabetizadora que inicia sua experiência
como professora em espaços não institucionalizados, ou seja, nas fazendas
de grandes proprietários da zona rural e no entorno do município de Ala-
goinhas, enfrentando as dificuldades com o espaço físico, acesso às tecno-
logias pedagógicas e reduzida facilidade de manejo da senhoras/alunas para
ministrar aulas em espaços não convencionais e manter uma rotina flexível
na rotina de trabalho com elas.
Assim, recorre ao folheto de cordel como suporte de relações cul-
turais reconhecido pela professora e pelas senhoras/alunas para colocar em
prática uma concepção de educação dialógica que atravessa as narrativas
de seus folhetos.
Ela compreendia que esta relação só podia ser estabelecida a partir
de trocas de saberes e experiências de vida quando são compartilhadas
entre educadores e educandos. Esta não é uma relação que se estabelece
pala barganha, são permutas pactuadas na divisão de poder e troca de afeto
que existem entre sujeitos flexíveis, que buscam compreender e favorecer
REFERÊNCIAS
ARENDT, H. A condição humana. Tradução de Roberto Raposo, posfácio de Celso
Lafer. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.
BAHIA. Lei n° 8.261, de 29 de maio de 2002. Dispõe sobre o Estatuto do
Magistério Público do Ensino Fundamental e Médio do Estado da Bahia e dá
outras providências. Jusbrasil, Salvador, 30 maio 2009. Disponível em: https://www.
jusbrasil.com.br/topicos/10407522/lei-n-8261-de-29-de-maio-de-2002-da-bahia.
Acesso em: 25 abr. 2018.
BOLLÈME, G. O povo por escrito. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
BRANDÃO, C. R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1985.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de novembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional. Diário Oficial da União: seção 1, p. 27833, Brasília, DF, 23
dez. 1996
BRITO, G. M. Culturas e linguagens em folhetos religiosos do Nordeste: inter-relações
escritura, oralidade, gestualidade, visualidade. São Paulo: Annablume, 2009. 236 p.
¿Qué es la educación?,
continúa siendo una pregunta fundamental;
¿con qué se educa? y ¿para qué se educa?,
son preguntas esenciales
que no deben obviar otras que generalmente
no son tenidas en cuenta:
¿quién educa? y ¿a quién se educa?
¡Teorías ilusas!
¡Teóricos ingenuos!
¿Dónde está la antropología íntegra
que sustentará – de base – toda apuesta pedagógica?
En una antropología íntegra
confluyen
saberes propios de la antropología cultural,
287
No se comprende
lo enseñado
por fuera de estos juegos del lenguaje literario,
que solo es literario
para los académicos,
nunca para el pueblo.
En el pensamiento popular
lo mitológico y ancestral
es sentido fundamental
fundamentador
de la existencia socio-personal
en que se vive.
Ya Rodolfo Kusch señaló debidamente
el aporte de la sabiduría ancestral
para la comprensión del sentido existencial
de lo latinoamericano;
y Martin Heidegger
hizo ver en el lenguaje
y, especialmente, en la poesía
la mejor posibilidad de comprensión
de ese sentido ontológico
desde el cual estamos siendo
1 Las coplas – poesía popular campesina – van de boca en boca, aunque a veces se las apaña
en una u otra antología impresa; por ejemplo, se disponen de algunos ejemplos aquí: https://
www.todacolombia.com/ informacion-de-colombia/coplas-colombianas.html.
Cuando se afirma
que “no hay mal que por bien no venga”,
en el substrato de lo explícitamente afirmado
hay un implícito
que hace de operador seminal
desde el cual se comprende ontológicamente.
Toda comprensión
(y no mera y superficial interpretación)
conlleva, de fondo, una actitud psicológica
desde donde se abren los distintos horizontes,
bajo los cuales se ubican
los nuevos saberes. La comprensión social
de los campesinos
implica un pozo de sabiduría
que no responde a los cánones racionales
de la objetividad científica,
sino a la existencia interconectada
del ser humano con su contexto íntegro:
humano-natural-social-espiritual.
Se es
comprendiendo
lo otro y al otro,
en lo mismo y en sí mismos.
Se es
verdadeando
lo propio que es lo ajeno
de nosotros y los otros
(porque nunca deberíamos olvidar
que somos
los demás
de los demás).
Catherine Walsh
Es profesora principal y directora del doctorado en Estudios Culturales La-
tinoamericanos de la Universidad Andina Simon Bolivar, sede de Ecuador,
donde también dirige el Taller Intercultural y la Cátedra de Estudios de la
Diáspora Afro-Andina.
Elizete da Silva
Possui doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (USP)
e pós-doutorado na Universidade de Èvora, atuando principalmente nos
seguintes temas: religião, protestantismo, campo religioso, Bahia e Feira
de Santana.
297
Jaqueline Oliveira
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporanei-
dade (PPGEduC) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB); possui gradua-
ção em Pedagogia pela UNEB.
Juan Cepeda H.
Es profesor-investigador de Ontología en América Latina na Universidad
Santo Tomás (Colombia).
Nadia Heredia
Diplomatura universitaria en Filosofía de la Liberación en Universidad Na-
cional de Jujuy y docente ayudante en Cátedra Bioética Facultad de Medici-
na de Universidad Nacional del Comahue.
VOLUME 6
ISBN 978-85-232-1887-4
9 788523 218874