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A Engenharia Aeroespacial

Article · August 2023

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Vítor Burity Silva

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A Engenharia Aeroespacial
Vítor Burity da Silva

© Vítor Burity da Silva


Resumo

A engenharia aeroespacial é um campo da


engenharia dedicado ao projeto, construção e
operação de veículos que viajam no espaço aéreo
ou no espaço exterior. Neste artigo,
apresentamos uma visão geral desta disciplina,
os seus principais desafios e aplicações, e alguns
dos seus contributos para o avanço da ciência e
da tecnologia.

A engenharia aeroespacial é uma área


multidisciplinar que recorre a conhecimentos de
física, matemática, mecânica, eletrónica e
informática, entre outros. O seu objetivo é
desenvolver sistemas capazes de voar na
atmosfera terrestre ou no espaço exterior, tais
como aviões, foguetões, satélites, sondas e naves
espaciais. Estes sistemas são utilizados para
diversos fins, incluindo o transporte, a
comunicação, a defesa, a exploração e a
investigação. A engenharia aeroespacial enfrenta
uma série de desafios técnicos e científicos,
como a conceção aerodinâmica, o controlo da
atitude e da órbita, a propulsão, a navegação, a
comunicação, a termomecânica, a resistência
dos materiais, a segurança e a durabilidade. A
1
engenharia aeroespacial contribui igualmente
para o avanço da ciência e da tecnologia,
realizando experiências e observações no
espaço, desenvolvendo novos materiais e
sistemas e promovendo a cooperação
internacional entre países e organizações.

Palavras-chave:

Engenharia aeroespacial; Veículos


aeroespaciais; Desafios; Aplicações;
Contributos.

Summary

Aerospace engineering is a field of engineering


dedicated to the design, construction and
operation of vehicles travelling in airspace or
outer space. In this article, we present an
overview of this discipline, its main challenges
and applications, and some of its contributions
to the advancement of science and technology.
Aerospace engineering is a multidisciplinary
field that draws on knowledge of physics, maths,
mechanics, electronics and computer science,
among others. Its aim is to develop systems
2
capable of flying in the Earth's atmosphere or in
outer space, such as aeroplanes, rockets,
satellites, probes and spacecraft. These systems
are used for various purposes, including
transport, communication, defence, exploration
and research. Aerospace engineering faces a
number of technical and scientific challenges,
such as aerodynamic design, attitude and orbit
control, propulsion, navigation, communication,
thermomechanics, strength of materials, safety
and durability. Aerospace engineering also
contributes to the advancement of science and
technology by carrying out experiments and
observations in space, developing new materials
and systems and promoting international
cooperation between countries and
organisations.

Keywords:

Aerospace engineering; Aerospace vehicles;


Challenges; Applications; Contributions.

3
Introdução

A engenharia aeroespacial é um domínio da


engenharia que se ocupa do estudo e
desenvolvimento de veículos que se deslocam no
ar ou no espaço. Estes veículos podem ser
classificados em duas categorias principais:
veículos aeroespaciais atmosféricos (AAS) e
veículos aeroespaciais espaciais (SAS). Os AAV
são os que operam dentro ou perto da atmosfera
terrestre, como aviões, helicópteros, balões,
dirigíveis e drones. Os AEV são os que operam
fora ou longe da atmosfera terrestre, como
foguetões, satélites artificiais, sondas
interplanetárias e naves espaciais tripuladas ou
não tripuladas.

A engenharia aeroespacial é um domínio


pluridisciplinar que se baseia em conhecimentos
de vários domínios científicos e tecnológicos. Eis
alguns dos domínios de estudo que constituem
a engenharia aeroespacial a aerodinâmica, que
estuda o comportamento dos fluidos em
movimento e as forças que atuam sobre os
corpos imersos nesses fluidos; a mecânica dos
sólidos deformáveis, que estuda as propriedades
dos materiais utilizados na construção dos
4
veículos aeroespaciais e as tensões e
deformações que sofrem sob o efeito de cargas
mecânicas; a propulsão, que estuda os meios de
gerar o impulso necessário para mover os
veículos aeroespaciais; o controlo e a
estabilidade, que estuda os métodos de obtenção
do impulso necessário para mover os veículos
aeroespaciais; controlo e estabilidade, que
estuda os métodos de regulação do movimento
dos veículos aeroespaciais em relação ao seu
centro de massa e ao seu ambiente; eletrónica e
informática, que estuda os sistemas de sensores,
atuadores, computadores e comunicações
utilizados nos veículos aeroespaciais; astrofísica
e astronomia, que estuda os fenómenos físicos
que ocorrem no espaço exterior e as leis que
regem o movimento dos corpos celestes.
A engenharia aeroespacial tem uma longa
história, que remonta aos primórdios da
humanidade. Desde a Antiguidade, o homem
tem demonstrado interesse e curiosidade pelo
voo e pelo espaço. As primeiras tentativas de voo
foram feitas com dispositivos como asas
artificiais ou máquinas voadoras inspiradas em
aves ou insetos. No entanto, só no século XVIII é
que os balões aerostáticos começaram a ser
utilizados para voos tripulados. No século XIX,
5
surgiram os primeiros dirigíveis movidos por
motores a vapor ou elétricos. No início do século
XX, o primeiro avião mais pesado que o ar foi
pilotado pelos irmãos Wright em 1903. A partir
daí, a aviação desenvolveu-se rapidamente, com
melhorias nos motores, nas asas, nos sistemas
de controlo e de navegação e com a introdução
de novos tipos de aeronaves, como os
helicópteros, os jatos e os aviões supersónicos.
Simultaneamente, o interesse pelo espaço
também cresceu, alimentado pela ficção
científica e pela concorrência entre potências
mundiais. Em 1957, a União Soviética lançou o
primeiro satélite artificial, o Sputnik 1, dando
início à era espacial. Em 1961, o cosmonauta
Yuri Gagarin tornou-se o primeiro homem a
orbitar a Terra. Em 1969, os astronautas Neil
Armstrong e Buzz Aldrin pisaram a Lua. Desde
então, foram efetuadas várias missões espaciais,
enviando sondas para explorar outros planetas e
corpos do sistema solar, construindo estações
orbitais para acolher tripulações permanentes e
desenvolvendo veículos reutilizáveis para
transportar pessoas e carga entre a Terra e o
espaço.

6
Desenvolvimento

A engenharia aeroespacial é de grande


importância para a sociedade, uma vez que é
responsável pela criação e operação de sistemas
que permitem a realização de diversas atividades
no ar e no espaço. Eis algumas das principais
aplicações da engenharia aeroespacial:

- Transportes: os veículos aeroespaciais são


utilizados para transportar pessoas e bens entre
diferentes pontos do globo ou no espaço. Os
aviões são o meio de transporte mais rápido e
mais eficiente para longas distâncias, uma vez
que podem transportar centenas de passageiros
ou toneladas de mercadorias numa questão de
horas. Os helicópteros são úteis para voos locais
curtos e podem aterrar e descolar em áreas
restritas ou de difícil acesso. Os foguetões são
utilizados para lançar satélites ou naves
espaciais em órbita ou em trajetórias
interplanetárias. Os vaivéns espaciais são
veículos capazes de efetuar viagens de ida e volta
entre a Terra e o espaço, podendo transportar
tripulantes ou equipamento para estações
orbitais ou em missões científicas ou comerciais.
7
- Comunicação: os satélites artificiais são
utilizados para transmitir sinais de rádio,
televisão, telefone, Internet ou dados entre
diferentes pontos da Terra ou do espaço. Os
satélites podem ser classificados como
geoestacionários, o que significa que
permanecem fixos sobre um ponto da superfície
terrestre; em órbita baixa, o que significa que
giram em torno da Terra a altitudes inferiores a
2.000 quilómetros; ou em órbita média ou alta,
o que significa que giram a altitudes entre 2.000
e 36.000 quilómetros. Os satélites podem ser
utilizados para diversos fins, nomeadamente
comunicações civis ou militares, meteorologia,
observação da Terra, navegação GPS ou
GLONASS, investigação científica ou
espionagem.
- Defesa: os veículos aeroespaciais são utilizados
para fins militares, como a vigilância, o
reconhecimento, o ataque ou a defesa. Os aviões
militares podem ser caças, bombardeiros,
transportadores ou reabastecedores. Os
helicópteros militares podem ser helicópteros de
ataque, de transporte ou de apoio. Os foguetes
militares podem ser mísseis balísticos
intercontinentais (ICBM), que transportam
ogivas nucleares ou convencionais, ou mísseis
8
antiaéreos (SAM), que intercetam aviões ou
mísseis inimigos. Os satélites militares podem
ser satélites de reconhecimento ótico ou radar,
satélites de comunicação segura, satélites de
alerta precoce ou satélites de guerra eletrónica.
- Exploração: os veículos aeroespaciais são
utilizados para explorar o espaço exterior e os
seus corpos celestes. As sondas espaciais são
naves espaciais não tripuladas que viajam
através do sistema solar para estudar planetas,
luas, asteroides e cometas. As naves espaciais
tripuladas são veículos que transportam
astronautas em missões no espaço próximo da
Terra ou para destinos mais distantes, como a
Lua ou Marte. As estações espaciais são
estruturas artificiais em órbita da Terra que
servem de base para experiências científicas ou
atividades comerciais no espaço.

- Alguns exemplos de veículos de exploração


espacial: o foguetão Saturno V, que levou as
missões Apollo à Lua; o Vaivém Espacial, que
realizou mais de 130 voos entre 1981 e 2011; a
Estação Espacial Internacional (ISS), que
alberga uma tripulação permanente desde 2000;
a sonda Voyager 1, que é o objeto humano mais
distante da Terra, tendo atingido o espaço
9
interestelar em 2012; e o rover Perseverance, que
aterrou em Marte em 2021 para procurar sinais
de vida passada ou presente no Planeta
Vermelho.
- Investigação: os veículos aeroespaciais são
utilizados para efetuar experiências e
observações no ar e no espaço, contribuindo
para o avanço do conhecimento científico e
tecnológico. Os aviões e os balões podem ser
utilizados para recolher dados sobre a
atmosfera, o clima, a poluição, a geologia ou a
biologia da Terra. Os satélites podem ser
utilizados para medir parâmetros físicos,
químicos ou biológicos na superfície da Terra ou
no espaço. As sondas e as naves espaciais
podem ser utilizadas para testar teorias físicas,
como a relatividade geral ou a gravitação, para
estudar fenómenos astrofísicos, como os
buracos negros, as estrelas de neutrões ou os
pulsares, ou para descobrir novos mundos,
como exo planetas, luas geladas ou anéis
planetários. As estações espaciais podem ser
utilizadas para efetuar experiências em
microgravidade, como o cultivo de plantas e
cristais ou a produção de materiais avançados.
Conclusão
A engenharia aeroespacial é um domínio de
10
engenharia fascinante e exigente que tem um
grande impacto na sociedade e na ciência. Os
veículos aeroespaciais permitem a realização de
uma série de atividades no ar e no espaço, como
o transporte, a comunicação, a defesa, a
exploração e a investigação. Estes veículos
exigem um elevado grau de complexidade e
sofisticação, envolvendo vários domínios do
conhecimento e da tecnologia. A engenharia
aeroespacial estimula também a imaginação e a
criatividade dos engenheiros, que têm de
encontrar soluções inovadoras e eficazes para os
problemas que surgem na conceção e
funcionamento dos veículos aeroespaciais. A
engenharia aeroespacial é um domínio em
constante evolução que acompanha as
exigências e as oportunidades da sociedade e da
ciência. O futuro da engenharia aeroespacial
promete novos desafios e realizações, como o
desenvolvimento de aeronaves hipersónicas,
foguetões reutilizáveis, satélites inteligentes,
naves interplanetárias e a colonização do
espaço.

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SILVA (2010, p. 45-46) afirma que:

Propulsão é o ramo da engenharia aeroespacial


que estuda as formas de gerar empuxo para
movimentar veículos aeroespaciais. O empuxo é
a força resultante da variação do momento de
um fluido que escoa através de um dispositivo
chamado propulsor. Os propulsores podem ser
classificados em duas categorias principais: os
propulsores a jato e os propulsores a hélice.

Citação indireta: De acordo com SILVA (2010), a


aerodinâmica é o estudo do comportamento dos
fluidos em movimento e das forças que atuam
sobre os corpos imersos nesses fluidos.
Bibliografia
A bibliografia é a lista de obras consultadas para
a elaboração do artigo. A bibliografia deve ser
apresentada em ordem alfabética do sobrenome
do primeiro autor. As referências bibliográficas
devem obedecer às normas da ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas). As referências
devem conter as seguintes informações: nome e
sobrenome do autor, título da obra em negrito,
edição, local de publicação, editora, ano de
publicação e número de páginas ou volumes.
Exemplos de referências bibliográficas:
12
- Livro: SILVA, José. Introdução à Engenharia
Aeroespacial. 3. ed. São Paulo: Editora ABC,
2010. 500 p.

- Artigo de periódico: SOUZA, Maria; LIMA, João.


Análise de desempenho de um foguete de
sondagem suborbital. Revista Brasileira de
Engenharia Aeroespacial, v. 15, n. 2, p. 25-36,
2012.
- Capítulo de livro: FERREIRA, Ana. Controlo de
atitude e órbita de satélites artificiais. In: SILVA,
José (Org.), Engenharia Aeroespacial Aplicada.
Rio de Janeiro: Editora XYZ, 2011. p. 123-156.
- Trabalho apresentado em evento: COSTA,
Pedro; SANTOS, Luís. Projeto e construção de
um mini avião não tripulado para fins didáticos.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENGENHARIA AEROESPACIAL, 10. 2013, Belo
Horizonte. Anais... Belo Horizonte: SBEA, 2013.
p. 789-798.

- Documento eletrônico: GOMES, Carlos. A


exploração espacial no século XXI: desafios e
oportunidades. Disponível em:
http://www.espaco.com.br/artigos/gomes.pdf.

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