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Mulheres Pioneiras Da Sociologia

Disciplina: Trilha de Sociologia ( mulheres no território Catarinense)

Professora:

Alunos: Rayssa ribeiro, Lucas , Gabriely, Mateus, Jhon,

Fichamento de introdução
‘’Durante os séculos XVIII e XIX, várias mulheres, confrontadas com diferentes formas de
organização das relações sociais, produziram críticas, teorias e projeções para o futuro para
lidar com os movimentos de mudança histórica.’’ (‘’ O objetivo deste livro é contribuir para
esse debate ao apresentar o pensamento e as teorias desenvolvidas por mulheres de distintas
origens geográficas, raciais e de classes’’).
‘’reflexão sociológica sobre a participação de mulheres no desenvolvimento da Sociologia
implica incluir, tanto as ideias daquelas que produziram em ambientes legitimados, quanto
daquelas que atuaram nas margens e que, por circunstâncias de classe, raça ou nacionalidade,
foram relegadas ao esquecimento’’. ‘’Dezesseis pensadoras compõem essa coletânea, Todas
foram intelectuais no sentido amplo atribuído ao termo pela socióloga Patricia Hill Collins
(2019): intelectuais são mulheres que contribuíram para o pensamento com teorias críticas,
não necessariamente atreladas ao ambiente acadêmico, e sem relação direta com o seu grau
de instrução’’. ‘’A participação das mulheres nos debates públicos variaram conforme o
contexto, Algumas alcançaram a posição de intelectuais influentes, enquanto outras tiveram
que contornar dificuldades de maneiras diversas, oque tiveram em comum foi o uso da escrita
na esfera pública.’’
‘’As pensadoras aqui apresentadas exploraram a forma como o gênero representava - ou não
- um entrave para suas aspirações, refletindo criticamente sobre suas sociedades, a partir da
percepção de que todo conhecimento é situado .’’
‘’ O trabalho de teorização dessas autoras contribui ainda para pensar sobre a relação entre
gênero e as diversas instituições, como Estado e mercado, além de colocar novos desafios
para reflexões clássicas sobre poder, solidariedade e desigualdades, bem como a respeito de
processos que marcaram o mundo moderno, como a industrialização, divisão do trabalho,
conflito de classes, racionalização, individualização e diferenciação social.’’
Sobre autoras
‘’As autoras que escreveram os capítulos que compõem esta coletânea se debruçaram sobre
vidas e obras de mulheres que produziram teorias entre os séculos XVIII e XIX. elas tiveram
liberdade para percorrer as obras dessas intelectuais, a partir de suas escolhas, ênfases e
perspectivas próprias.
Teorias sociais produzidas por mulheres oriundas de grupos diversos não costumam surgir da
atmosfera etérea de sua imaginação Ao contrário, elas refletem o esforço dessas mulheres
para lidar com experiências vividas em meio a opressões interseccionais de raça, classe,
gênero, sexualidade, etnia, nação e religião.
A escritora britânica publicou o primeiro livro sobre epistemologia e metodologia em ciências
sociais em 1838 e realizou pesquisas empíricas nos Estados Unidos, Oriente Médio e
Inglaterra. Sua conterrânea, Beatrice Potter Webb (1858-1943) se interessava por analisar as
formas da organização coletiva e realizou uma pesquisa etnográfica sobre as condições de
vida e trabalho da classe operária londrina, se empregando como operária têxtil para poder
investigar de perto esse setor da mão de obra feminina, a pesquisadora também desenvolveu
estudos sobre a questão da pobreza e sua relação com a economia, ocupando-se longamente
em refletir e testar métodos de investigação social.’’
A alemã Marianne Weber (1870-1954) foi uma das intelectuais mais interessantes de sua
geração. Mais conhecida por sua atuação política em defesa dos direitos das mulheres e por
organizar a obra e biografar a vida de seu marido, . Marianne produziu uma comparação
entre os arranjos jurídico-legais do casamento em diferentes sociedades, a fim de
compreender a relação entre o Direito e a situação social da mulher.
realizando pioneiramente um trabalho de investigação das relações de gênero, Harriet Taylor
Mill (1807-1858) foi esposa e coautora de John Stuart Mill (1806-1873). A intensa
correspondência entre os dois revela uma parceria intelectual responsável pelas obras mais
importantes do autor. Pioneira do feminismo liberal, ela fez uma defesa dos direitos civis e
políticos das mulheres fundada nos princípios da liberdade, da autodeterminação, do
desenvolvimento dos talentos e do bem-estar geral. Argumentou contra o tratamento legal
diferenciado das mulheres e contra a sua dependência econômica.
A escritora franco-peruana Flora Tristan (1803-1844) participou ativamente dos debates
políticos e filosóficos dos anos 1830-1840 na França. Ela produziu uma interpretação da
modernidade, a partir da crítica às condições de vida precárias do proletariado no contexto de
desenvolvimento do capitalismo industrial. Sua obra, composta por livros, artigos, ensaios e
panfletos políticos, é considerada pioneira na análise da classe trabalhadora, a partir do
entrelaçamento das opressões de gênero e classe. A socialista russa Alexandra Kollontai
(1872-1952) foi uma personagem central na Revolução de 1917. Além de ter atuado ao lado
de figuras como Lenin e de ter sido a primeira mulher a ocupar um cargo no Comitê Central
do Partido Comunista Soviético. (‘’importante na defesa de direitos para as mulheres
trabalhadoras, sobretudo em relação à necessidade de coletivizar o cuidado das crianças e de
reduzir a carga horária de trabalho. Ela criticava duramente a agenda do “feminismo burguês”
e também se interessava por refletir sobre sexualidade e amor livre, tendo publicado vários
livros sobre o tema. Kollontai abordou tanto aspectos materiais quanto subjetivos das
relações de gênero’’).
A britânica Mary Wollstonecraft (1759-1797) e a francesa Olympe de Gouges (1748-1793)
produziram textos que reivindicavam direitos para as mulheres e, por isso, têm sido
comumente recuperadas por causa de suas ideias pioneiras sobre o que hoje entendemos
como feminismo - embora suas contribuições não se esgotem aí.
A indiana Pandita Ramabai (1858-1922) foi autora de inúmeras obras nos diversos idiomas
que dominava, tendo ficado conhecida, sobretudo, pela obra A mulher hindu de casta alta
(1887), em que fez um debate pioneiro envolvendo as complexidades de gênero, religião,
castas, desigualdades e colonialismo. Ramaba.
As afro-americanas Anna Julia Cooper (1858-1964), Ida B. Wells (1862-1931) e Sojourner
Truth (1797-1883) elaboraram reflexões sofisticadas tendo a raça como elemento central de
análise. Cooper era escritora, educadora e ativista, participava de organizações comunitárias e
clubes de mulheres. Tornou-se doutora pela Sorbonne, em Paris, com uma tese sobre a
Revolução Haitiana, que investigou as interconexões entre as disputas políticas no Haiti e na
França. Em sua obra mais conhecida, Uma voz do sul - escrito por uma mulher negra do sul
(1892), a autora enfatizava a particularidade da situação das mulheres negras norte-
americanas e defendia a necessidade de olhá-las como um grupo, uma vez que eram
excluídas, no debate público, tanto da categoria “mulher”, quanto da categoria “negro”. (‘’ As
autoras aqui reunidas competem desigualmente com os autores estabelecidos, sobretudo
porque não contam com o benefício de possuir uma ampla comunidade de comentaristas e
leitores, nem costumam ser utilizadas como fontes de referência e de produção de teorias.
Muito trabalho foi e é despendido por inúmeras’’).
Randall Collins (2009) afirma que a Sociologia é um saber que deve estar ele próprio sujeito às
reflexões oriundas do seu próprio campo. Por esse motivo, ele lança um olhar institucional
para as tradições sociológicas.

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