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18o SEMINÁRIO REGIONAL SOBRE QUALIDADE DE VIDA E DO AMBIENTE

10a MOSTRA DE TRABALHOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS SOBRE QUALIDADE DE VIDA E DO AMBIENTE


VIII SEMANA TÉCNICA DO CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE DO IF SUDESTE MG / CAMPUS MURIAÉ

Reaproveitamento de Resíduos
Industriais para a Produção de Novos
Materiais Eco-Cerâmicos
Bruno Carlos Alves Pinheiro (bruno.pinheiro@uemg.br)
Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG/UBÁ
Outubro, 2021

1
INTRODUÇÃO
❑ VOLUME DE RESÍDUOS GERADOS – CADA VEZ MAIOR

❑ FALTA DE SOLUÇÕES SANITÁRIAS E AMBIENTALMENTE


CORRETAS - DISPOSIÇÃO FINAL OU REAPROVEITAMENTO

INDÚSTRIA CERÂMICA

ATRATIVA???????????????

2
a) a indústria cerâmica utiliza grandes volumes de matérias-
primas naturais;

b) as matérias-primas utilizadas na fabricação dos produtos


cerâmicos, principalmente, os produtos empregados na
construção civil, apresentam larga variabilidade do ponto de
vista químico e mineralógico;

c) o processo de fabricação não sofre alterações com a utilização


dos resíduos; e

d) a matriz cerâmica, seja ela de base argilosa ou cimentícia,


promovida durante a etapa de sinterização para os produtos de
base argilosa ou aquela promovida durante a etapa de cura para
os produtos de base cimentícia, é capaz de promover o
encapsulamentos dos compostos poluentes presentes nos
resíduos
OBJETIVOS

AVALIAR A INCORPORAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS


NO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS MATERIAIS CERÂMICOS
CLASSIFICADOS COMO TIJOLOS ECOLÓGICOS DO TIPO
SOLO-CIMENTO .

4
MATERIAIS E MÉTODOS
MATÉRIAS-PRIMAS
AS MATÉRIAS-PRIMAS UTILIZADAS FORAM: SOLO,
CIMENTO, ÁGUA, RESÍDUO DE SERRAGEM DE MADEIRA (RSM)
E O RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD).

BENEFICIAMENTO DAS MATÉRIAS-PRIMAS

SECAGEM – ESTUFA A 110º C POR 24 H

DESTORROAMENTO - MANUAL

PENEIRAMENTO – PENEIRAS ABNT 200 MESH (75 µm)

ACONDICIONAMENTO – SACOS PLÁSTICOS


FORMULAÇÃO E PREPARAÇÃO DOS TRAÇOS CERÂMICOS

Tabela 1 – Composição dos traços cerâmicos formulados

Traço Solo Cimento RSM RCD Formulação


TO 10 1 0 0 10/1/0/0
TRRSM1 9 1 1 0 9/1/1/0
TRRSM2 8 1 2 0 8/1/2/0
TRRSM3 7 1 3 0 7/1/3/0
TRRCD1 9 1 0 1 9/1/0/1
TRRCD2 8 1 0 2 9/1/0/2
TRRCD3 7 1 0 3 9/1/0/3

Fonte: Próprio Autor, 2021.


PREPARAÇÃO DOS CORPOS CIMENTÍCIOS
CORPOS CIMENTÍCIOS CILÍNDRICOS (Φ = 30 mm)
CONFORMADOS POR PRENSAGEM UNIAXIAL PRENSA
HIDRÁULICA MANUAL - PRESSÃO DE COMPACTAÇÃO FOI DE 2
TONELADAS.

SECAGEM E CURA DOS CORPOS CIMENTÍCIOS


OS CORPOS CIMENTÍCIOS FORAM COLOCADOS SOBRE UMA
SUPERFÍCIE SÓLIDA EM LOCAL COBERTO.
DURANTE OS PRIMEIROS 7 DIAS, FOI REALIZADA UMA
MOLHAGEM A CADA 3 HORAS.
SECAGEM POR CONVECÇÃO NATURAL (CURA) ATÉ QUE SE
COMPLETASSE UM PERÍODO DE 28 DIAS.
7
DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FISICO-MECÂNICAS
DOS CORPOS CIMENTÍCIOS

RETRAÇÃO VOLUMÉTRICA (RV - %)


MASSA ESPECÍFICA APARENTE (MEA - g/cm³),
ABSORÇÃO DE ÁGUA (AA - %)
RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO (RC - MPa).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,75
TRAÇOS CONTENDO RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO
0,70 TRAÇOS CONTENDO RESÍDUO DE SERRAGEM DE MADEIRA

0,65

RETRAÇÃO VOLUMÉTRICA (%)


0,60

0,55

0,50 TRRCD2
TRRCD1
TRRCD3
0,45 TO

0,40
TRRSM1
TRRSM2
0,35 TRRSM3

0,30

0,25
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
RESÍDUOS INCORPORADOS (PARTES EM VOLUME)

Figura 1 – Retração volumétrica versus conteúdo de resíduos

valores se encontram dentro dos limites de segurança de


produção industrial
2,00

1,95 TRAÇOS CONTENDO RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO


TRAÇOS CONTENDO RESÍDUO DE SERRAGEM DE MADEIRA
MASSA ESPECÍFICA APARENTE (g/cm³) 1,90

1,85

1,80 TRRCD2

1,75 TRRCD1
TRRCD3
1,70
TO
1,65

1,60

1,55 TRRSM1 TRRSM3


TRRSM2
1,50

1,45

1,40
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
RESÍDUOS INCORPORADOS (PARTES EM VOLUME)

Figura 2 – Massa específica aparente versus conteúdo de resíduos.

10
25
TRAÇOS CONTENDO RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO
24 TRAÇOS CONTENDO RESÍDUO DE SERRAGEM DE MADEIRA

23
NBR 10834/94 - Absorção de Água (AA) 22 % - Valor Médio
TRRSM3
22
ABSORÇÃO DE ÁGUA (%)

TRRSM1
21 TRRSM2

20
TO
19

18 TRRCD1

17 TRRCD2
TRRCD3

16

15
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
RESÍDUOS INCORPORADOS (PARTES EM VOLUME)

Figura 3 – Absorção de água versus conteúdo de resíduos.


11
5,5
TRAÇOS CONTENDO RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO
TRAÇOS CONTENDO RESÍDUO DE SERRAGEM DE MADEIRA
RESISTÊNCIA MECÂNICA A COMPRESSÃO (MPa) 5,0
TRRCD2 TRRCD3
TRRCD1
4,5
TO

4,0 TRRSM1
TRRSM2
TRRSM3
3,5

3,0

2,5

NBR 12025/90 Resistência a Compressão (RC)  2,0 MPa - Valor médio


2,0

1,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
RESÍDUOS INCORPORADOS (PARTES EM VOLUME)

Figura 4 – Resistência a compressão versus conteúdo de resíduos.


CONCLUSÕES
Os traços cerâmicos formulados com os resíduos sólidos
industriais (resíduo de serragem de madeira e resíduo de
construção e demolição) atingiram as especificações para tijolo
solo-cimento para toda a faixa de incorporação considerada (0, 1,
2 e 3 partes em volume), em termos de valores médios de
absorção de água (≤ 22 %) e resistência a compressão (≥ 2 MPa).

Os resultados mostraram que os resíduos estudados podem


ser utilizados como matérias-primas alternativas em formulações
cerâmicas para a fabricação de tijolo solo-cimento.

13
REFERÊNCIAS

(1) A. Zaccaron, et al. Efeito da adição de resíduo de vidro em massa de cerâmica de alvenaria.
Revista Matéria, v. 24, n. 4, 2019.
(2) F. Raupp-Pereira, et al. Ceramic formulations prepa-red with industrial wastes and natural sub-
products. Ceramics International, v. 32, n.2, 173–179, 2006.
(3) F. Andreola, et al. Recycling of industrial wastes in ceramic manufacturing: State of art and
glass case studies. Ceramics International, v. 42, n. 12, 13333–13338, Sep. 2016.
(4) A. Maiello, A.L.N.P. Brito, T.F. Valle. Implementação da política nacional de resíduos sólidos.
Revista de Administração Pública. v. 52, n. 1, 24-51, jan-fev. 2018.
(5) M. Dondi, M. Marsigli, B. Fabbri. Recycling of industrial and urban waste in brick production –
A review. Tile & Brick International. n. 13, 218-225, 1997.
REFERÊNCIAS
(6) R.R. Menezes, G.A. Neves, H.C. Ferreira. O estado da arte sobre o uso de resíduos como
matérias-primas cerâmicas alternativas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. v.6,
n. 2, 303-313, 2002.
(7) K. Kabiraj, U.K. Mandal. Experimental investigation and feasibility study on stabilized
compacted earth block using local resources. International Journal of Civil and Structural
Engineering, v. 2, n. 3, 838-850, 2012.

(8) J.R. Oliveira, A.G. Amaral, R.M. Schneider. Incorporação de resíduos sólidos
de tornearias mecânicas na fabricação de tijolos solo-cimento. Nativa Pesquisas
Agrárias e Ambientais, v. 02, n. 1, 53-57, jan/mar 2014.
(9) A.P.M. Menegazzo, J.O.A. Paschoal, A.M. Andrade, J.C. Carvalho, D. Gouvêa.

Avaliação da resistência mecânica e do modulo de Weibull de produtos tipo


grês porcelanato e granito. Revista Cerâmica Industrial, v. 7, n. 1, 24-32, janeiro/fevereiro
2002.
REFERÊNCIAS
(10) B.C. A. Pinheiro, G.M. Estevão, R.R. Vitor. Aplicação da estatística de Weibull na avaliação
da tensão de ruptura a flexão de revestimento cerâmico. Revista da Estatística da UFOP, v. 3, edição
especial, 169-173, 2014.
(11) F.G. Tavarez, W.A. Morais, E.S. Fonseca, T.N.R. Sousa. Análise utilizando a distribuição de
Weibull com dois e com três parâmetros para determinar a resistência mecânica a flexão de materiais
cerâmicos. Unisanta Science and Technology, v. 3, n, 2, 76-81, 2014.
(12) F.G. Tavarez, W.A. Morais, E.S. Fonseca, T.N.R. Sousa. Cálculo da resistência a Fratura em
materiais cerâmicos aplicando a distribuição de Weibull com dois parâmetros. Unisanta Science and
Technology, v. 10, n, 37, 3-9, jan/fev/mar 2015.
(13) F.B. Ribeiro, J.N.F. Holanda. Soil-cement Bricks incorporated with granite cutting sludge.
International Journal of Engineering Science and Innovative Technology, v. 3, n, 2, 401-408, mar 2014.
(14) L.P. Rodrigues, J.N.F. Holanda. Influência da incorporação de lodo de estação de tratamento
de água (ETA) nas propriedades tecnológicas de tijolos solo-cimento. Cerâmica, 59, 551-556, 2013.
(15) B.C.A Pinheiro, J.N.F. Holanda. Efeito da temperatura de queima em algumas proporiedades
mecânicas de cerâmica vermelha. Cerâmica, 56, 237-243, 2010.
VIVA OS MATERIAIS CERÂMICOS !!!!

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